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1. INTRODUÇÃO À GESTÃO
1.1. A GESTÃO E A SUA EVOLUÇÃO
1.1.1. Gestão: conceito, funções, níveis
1.1.1.1. Conceito de gestão
Vivemos numa sociedade dominada por organizações, grandes ou
pequenas, com ou sem fins lucrativos – hospitais, escolas, igrejas,
forças armadas, empresas, governo e organismos oficiais – nas
quais as pessoas trabalham em conjunto, com vista à prossecução
de objectivos que seriam impossíveis de atingir se as pessoas
trabalhassem isoladamente.
De entre essas organizações, a empresa é, sem dúvida, uma das
mais importantes e com maiores repercussões nas nossas vidas.
Mesmo num país de empreendedores e onde as técnicas de
gestão estão mais desenvolvidas, como os Estados Unidos da
América, 24% dos novos negócios falham nos primeiros dois anos,
e apenas 48% se mantêm para além de quatro anos. Os custos da
má gestão são elevados para a sociedade, e não são apenas os
recursos financeiros e materiais que são desperdiçados. Falências
de empresas de significativa dimensão podem resultar em
problemas sociais graves quando desenvolvem a sua actividade
(como por vezes acontece) em regiões onde as alternativas de
emprego para os seus habitantes são reduzidas. Cada vez mais se
reconhece que o factor mais significativo na determinação do
desempenho e do sucesso de qualquer organização é a qualidade
da sua gestão.
Gestão
Processo de se conseguir
obter resultados (bens ou
serviços) com o esforço
dos outros.
Planeamento
Processo de determinar
antecipadamente o que
deve ser feito e como
fazê-lo.
Organização
Estabelecer relações
formais entre as pessoas,
e entre estas e os
recursos, para atingir os
objectivos propostos.
Direcção
Processo de determinar,
isto é, afectar, ou
influenciar, o
comportamento dos
outros. A direcção
envolve: motivação,
liderança e comunicação.
Controlo
Processo de comparação
do actual desempenho da
organização com
standards previamente
estabelecidos, apontando
as eventuais acções
correctivas.
PLANEAR ORGANIZAR
CONTROLAR DIRIGIR
6
Níveis de gestão
• Institucional
• Intermédio
• Operacional
Fig. 1.2 – Níveis da gestão
INSTITUCIONAL
INTERMÉDIO
OPERACIONAL
Aptidões
do gestor
• Conceptual
• Técnica
• Em relações humanas
Institucional
CONCEPTUAL
APTIDÃO EM
RELAÇÕES
HUMANAS
APTIDÃO
APTIDÃO
TÉCNICA
Intermédio
Operacional
Gestão científica
Teoria da burocracia
Teoria da decisão
Dinâmica de grupos
Liderança
Escola sociotécnica
Teoria da contingência
Papéis:
Interpessoal
1. Figurativo – desempenhando funções cerimoniais e sociais
como representante da organização.
2. Líder – interagindo com os subordinados, motivando-os e
dirigindo-os.
3. Relação – estabelecendo uma rede de contactos,
nomeadamente com o exterior da empresa.
Informacional
4. Receptor – recebendo informações quer do interior quer do
exterior da empresa.
5. Disseminador – transmitindo aos outros membros da
organização as informações adquiridas.
6. Transmissor – informando, para o exterior da empresa,
sobre os planos, políticas, acções e resultados.
Decisional
7. Empreendedor – desenvolvendo iniciativas de mudança
com base na análise das oportunidades proporcionadas
pelo ambiente.
8. Solucionador de distúrbios – responsável pelas acções
correctivas quando a organização enfrenta distúrbios
significativos e inesperados.
9. Distribuidor de recursos – controlando a afectação das
pessoas, dinheiro, equipamento e tempo, programando e
aprovando as decisões respectivas.
17
Parâmetros
do sistema
• Entradas (inputs)
• Operação
• Saídas (outputs)
• Retracção
• Entropia
Sistemas
• Abertos
• Fechados
AMBIENTE EXTERNO
Concorrência
Considerações Sindicatos
legais
GESTÃO
Sociedade Accionistas
Clientes
Estratégias
Estratégicos
Planos Tácticos
Operacionais
Políticas
Regras e procedimentos
Acções
Resultados
Recursos
Os meios de que a
empresa se serve para
realizar as suas tarefas e
atingir os seus objectivos.
Ambiente
O terreno onde as
empresas actuam
AMBIENTE
GERAL
Variáveis Variáveis
tecnológicas políticas
AMBIENTE
DE TAREFA
Concorrentes Grupos
regulamentadores
Variáveis Variáveis
sociais demográficas
Variáveis
ecológicas
• Consumidores/clientes;
• Fornecedores (de recursos): capitais, materiais, mão-de-obra,
equipamento;
• Concorrentes;
• Grupos regulamentadores: governo, sindicatos, associações de
empresas, etc.
Qualquer que seja o tipo de ambiente em que uma empresa opera –
doméstico ou global – os gestores terão sempre de utilizar os seus
recursos de forma eficiente, produzindo bens e serviços que satisfaçam,
da melhor maneira, as necessidades dos consumidores.
O conhecimento das condicionantes do ambiente específico de cada
gestor, e das suas alterações é portanto crucial.
25
2. PLANEAMENTO
2.1. PLANEAMENTO
Tal como os seres vivos, as empresas nascem, desenvolvem-se, atingem a
sua maturidade e acabam por morrer, embora a duração de cada uma destas
fases possa variar significativamente de empresa para empresa e seja, de
modo geral, de difícil previsão para uma empresa concreta.
Somos assim induzidos a pensar que a primeira função a ser levada a cabo
numa empresa em concepção é o planeamento, ou seja, de modo geral, a
definição de planos quanto ao futuro da empresa. De facto, empresa é
sinónimo de empreendimento, o que quer dizer acção ou conjunto de acções a
ser executadas com vista a atingir determinados resultados, tendo subjacente
a ideia de risco na sua obtenção. Por outras palavras, não é certo que se
consigam os resultados desejados com o empreendimento (a empresa) e,
portanto, torna-se necessário a elaboração de planos para reduzir – já que
anular será, por via de regra, inviável – os riscos daí resultantes.
Planeamento pode ser visto, portanto, como a primeira função no nascimento
de uma empresa e tende a reduzir as incertezas (e os riscos) que caracterizam
o seu ambiente, nomeadamente em tempos de grandes e constantes
mudanças como aquele em que actualmente vivemos.
Consiste em determinar antecipadamente o que deve ser feito para que se
consigam os objectivos pretendidos, e como fazê-lo.
2.1.1.1. Missão
Missão
• Definição dos fins estratégicos
• Enunciado dos propósitos
gerais
• Intenção fundamental da gestão
global
• Filosofia básica da actuação da
empresa
• Ponto de partida para a
definição de objectivos
COMUNICAÇÃO
No interior Percepção DA MISSÃO Percepção No exterior
2.1.1.2. Objectivos
Objectivos – o resultado desejado numa qualquer actividade.
Quando não forem expressamente definidos de forma diferente,
entenderemos que «metas» e «alvos» são sinónimo de objectivos.
Enquanto a missão é definida de uma forma genérica, vaga, não
quantificada, os objectivos devem ser explicitados de forma bem
concreta. Devem, antes do mais, ser escritos.
Da organização
Institucional
(estratégicos)
Intermédio Tácticos
Operacional Operacionais
Tipos de objectivos
• Económicos
• Serviço
• Pessoal
Dificuldades na implementação
de objectivos
• Objectivos reais vs.
estabelecidos
• Multiplicidade de objectivos
• Objectivos quantitativos vs. não
quantitativos
2.1.2. Planos
Definidos os objectivos em sentido lato – missão e objectivos específicos
–, o próximo passo do planeamento é a elaboração dos planos.
Planos
Documentos que expressam a
forma como os objectivos irão ser
atingidos
Planos
• Rígidos
• Flexíveis (planeamento
deslizante)
Níveis de planeamento
• Estratégico
• Táctico
• Operacional
Planeamento estratégico
• Corporate level
• SBU
Avaliação de oportunidades
Nível institucional Planeamento e ameaças, pontos fortes e pontos
estratégico fracos
Desdobramento do plano
Nível intermédio Planeamento estratégico em planos tácticos
táctico ao nível departamental
Desdobramento
dos planos tácticos
Nível Planeamento em planos operacionais
operacional operacional
ao nível das tarefas
Objectivos individuais
Avaliação de resultados
Acções correctivas
Definição da missão
Análise Análise
do ambiente interna
externo da empresa
Objectivos
Estratégia
Variáveis Variáveis
SOCIOCULTURAIS: TECNOLÓGICAS:
• Distribuição do rendimento • Investimento do governo
• Taxa de crescimento da população • Foco no esforço tecnológico
• Distribuição etária da população • Velocidade de transferência de
• Estilo de vida (e actuação) tecnologia
• Tipo de consumo • Protecção de patentes
• Mobilidade social • Aumento da produtividade (através da
automação)
SO (maxi-maxi) WO (mini-maxi)
O Tirar o máximo partido Desenvolver as estratégias
dos pontos fortes para que minimizem os efeitos
(Opportunities)
aproveitar ao máximo negativos dos pontos fracos
Oportunidades
as oportunidades e simultaneamente aproveitem
detectadas. as oportunidades emergentes.
ST (maxi-mini) WT (mini-mini)
T Tirar o máximo partido As estratégias a desenvolver
dos pontos fortes para devem minimizar ou ultrapassar
(Threats)
minimizar os efeitos os pontos fracos e, tanto quanto
Ameaças
das ameaças detectadas. possível, fazer face às ameaças.
t-1
Globais
1. De crescimento
desenvolvimento de mercado
• Concentração desenvolvimento do produto
Integração horizontal
a montante
• Integração vertical
a jusante
• Diversificação
2. De estabilidade
3. Defensivas
• Turnaround
• Desinvestimento
• Liquidação
4. Combinadas
De áreas de negócios (classificação de Michael Porter)
1. Liderança pelo custo
2. Diferenciação (do produto ou serviço)
3. Foco (no produto ou serviço)
Estratégia de concentração – consiste no crescimento, focalizando
num número restrito de produtos ou serviços altamente relacionados.
Estratégia de integração vertical – quando uma empresa cresce,
entrando em áreas que são próprias dos seus fornecedores (integração
vertical a montante) ou dos seus clientes (integração vertical a jusante)
eventualmente adquirindo as respectivas empresas.
Estratégia de diversificação – consiste na entrada em novos negócios,
diferentes daqueles que constituem o seu habitual.
Estratégia de estabilidade – consiste na actuação da empresa
caracterizada por poucas alterações nos produtos, nos mercados, ou nos
métodos de produção.
Estratégia de turnaround – que à letra significa «dar a volta» (ao
problema), é o conjunto de acções estratégicas definidas e levadas a
efeito para inverter a tendência negativa do negócio; habitualmente
envolve redução de custos operacionais, actuando com mais eficiência
ou pela redução da dimensão da actividade.
Estratégia de desinvestimento – traduz-se, naturalmente, pela venda
de parte dos activos do seu negócio.
Estratégia de liquidação – ocorre quando a empresa é totalmente
vendida ou dissolvida.
Estratégias combinadas – resultam da combinação possível de
algumas das estratégias acabadas de referir.
Estratégia da liderança pelo custo – estratégia definida pela empresa
que compete no seu mercado, produzindo e distribuindo os seus
produtos ou serviços tirando partido dos seus custos mais reduzidos do
que os dos seus concorrentes.
Estratégia da diferenciação (do produto ou serviço) – consiste em
concorrer no mercado, fazendo com que o seu produto ou serviço seja
percebido pelo cliente como sendo único, diferente portanto dos seus
concorrentes.
Estratégia do foco – estratégia desenvolvida dirigindo todos os esforços
na direcção de um particular segmento de mercado que pode ser
definido como um grupo de clientes com características próprias, uma
área geográfica específica, etc.
44
• Integração a montante
(controlo dos fornecimentos)
NOVOS Integração vertical
• Integração a jusante
(controlo da distribuição)
NOVOS
Diversificação • Concêntrica
• Conglomerada
Vendas
Lucros
Tempo
G
E
D
F
Elevada
ATRACTIVIDADE
Média
Baixa
POSIÇÃO CORRENCIAL
MÉDIO
BAIXO
2.1.8.1.4. Os 7 S da McKinsey
Structure
(Estrutura)
Strategy Systems
(Estratégia) (Sistemas)
Shared
Values
(Valores
partilhados)
Skills
(Capacidade Style
de (Estilo
organização) de gestão)
Staff
(Técnicos)
RIVALIDADE
Poder negocial NA INDÚSTRIA Poder negocial
dos fornecedores dos clientes
3. PROCESSO DE DECISÃO
3.1. TOMADA DE DECISÕES
O planeamento só fica completo quando forem tomadas as decisões
necessárias à sua implementação. A tomada de decisões é uma constante no
dia-a-dia dos gestores, os quais são avaliados fundamentalmente pelos
resultados dessas mesmas decisões.
Feedback
Não rotina
Gestão
de topo
Gestão
intermédia
Gestão
operacional
Rotina
R x P = V.E.
Aceitar 0,3
H. pessimista
- 1 000 000 - 300 000 + 890 000
0,7
- 800 000 - 560 000 - 140 000
Desvantagens das
decisões em grupo
• Tempo gasto
• Indecisão prolongada
• Pulverização das
responsabilidades
3.1.6.1. Brainstorming
Brainstorming – técnica de gerar ideias para a solução de um
problema que consiste na apresentação de alternativas pelos
membros do grupo sem qualquer análise crítica (mesmo em termos
da sua possibilidade de aplicação prática).
60
Geração de ideias
Apresentação individual
e registo de cada ideia
Clarificação e discussão
das ideias apresentadas
Ordenação e classificação
individual das ideias
Classificação global
61
Resposta ao questionário
4. ORGANIZAÇÃO (ORGANIZAÇÃO,
PROCESSO E ESTRUTURAS)
4.1. ORGANIZAÇÃO, PROCESSO E
ESTRUTURAS
Organização é uma daquelas palavras que mesmo em gestão empresarial
podem ser usadas com mais do que um significado. No capítulo anterior, a
propósito da conceituação de empresa, vimos que esta poderia ser
considerada nomeadamente como um sistema aberto ou como uma
organização. Neste caso, organização seria um conjunto de pessoas
agrupadas à volta de objectivos comuns cujo cumprimento implica, de algum
modo, algumas limitações no comportamento individual.
AMBIENTE INTERNO
Objectivos
da organização
Tipo
de actividades
Departamentalização
64
Departamentalização
Processo que consiste em
agrupar funções semelhantes
(ou relacionadas) em
actividades principais em
unidades de gestão.
Diferenciação
Vertical: criação de níveis
hierárquicos adicionais.
Horizontal: formação de novos
departamentos ao mesmo nível
da hierarquia.
ADMINISTRAÇÃO
DIR. MARKETING
Frigoríficos
Rádio e televisão Telemóveis
e máq. lavar
DIR. MARKETING
DIR. MARKETING
ADMINISTRAÇÃO
Gestor
Projecto I
Gestor
Projecto 2
ADMINISTRAÇÃO
FUNÇÃO
PRODUTO
Vinho Brandies Vinhos
do Porto e aguardentes de mesa
ÁREA GROGRÁFICA
Mercado Zona Zona Zona
interno Exportação centro
norte sul
Responsabilidade
Obrigação de se empenhar da
melhor forma possível na
realização das funções que a
essa pessoa foram atribuídas.
Autoridade
Direito de decidir, de dirigir
outros na execução das tarefas
necessárias à prossecução dos
objectivos.
69
A definição de autoridade como acaba de ser feita implica que esta tenha
pelo menos três características fundamentais:
• A autoridade é um direito;
• O exercício da autoridade envolve a tomada de decisões, o exercício
de acções ou o desempenho de deveres;
• A autoridade é garantida com a finalidade de prossecução dos
objectivos da organização.
Todo e qualquer gestor, qualquer que seja o seu nível, tem de ter alguma
autoridade para que possa organizar e dirigir o uso dos recursos à sua
disposição. São as relações de autoridade que tornam possível o
funcionamento da organização, facilitam as actividades dos diversos
departamentos e proporcionam a coordenação da empresa.
Autoridade e responsabilidade são como as duas faces de uma moeda,
devendo variar no mesmo sentido, isto é, se a responsabilidade de uma
pessoa aumenta, deve ser-lhe conferido um maior nível de autoridade.
Delegação
Processo de atribuir a alguém
a responsabilidade do exercício
de uma actividade e a
correspondente autoridade
necessária para o efeito.
Autoridade de linha
• Reduzido
• Simplicidade
aproveitamento dos especialistas
• Divisão
• Excesso de
clara da autoridade
esforço do pessoal-chave
• Encoraja
• Dependência
rapidez na acção
de poucas pessoas-chave
Autoridade de staff
• Possibilita • Possibilidade
apoio de especialistas de confusão de funções
• Liberta • Redução do
executivos de análises pormenorizadas poder dos especialistas
• Meio de • Tendência para
treino de especialistas jovens a centralização
Autoridade funcional
• Decisões • Relacionamento
especializadas de rotina pelos executivos mais complexo
• Favorece a • Problemas de
aplicação de conhecimentos técnicos coordenação
• Explicita a • Tendência para
necessidade de executivos experientes a centralização
72
Princípios de organização
• Unidade de comando
• Paridade entre autoridade e
responsabilidade
• Princípio escalar e cadeia
de comando
• Amplitude de controlo
ADMINISTRAÇÃO
CONTROLO ALARGADO
Autoridade
delegada
Autoridade
não delegada
75
Tipos de organização
• Mecanicista
• Orgânica
Fig. 4.14 - Estruturas mecanicista e orgânica
Empregados
ADMINISTRAÇÃO
vantagens desvantagens
• Eficiente aproveitamento das capacidades • Excesso de trabalho de rotina nos gestores de
técnicas e de gestão do pessoal qualificado; topo em prejuízo da reflexão e das decisões
estratégicas;
• Possibilidade de o gestor principal tirar partido • Tendência dos responsáveis das áreas
do contacto pessoal com todas as operações funcionais para se posicionarem numa
fundamentais e da centralização das decisões e perspectiva de curto prazo e sobreavaliarem as
melhor actuar numa perspectiva global da orientações funcionais;
organização;
• Clara definição das responsabilidades. • As diferenças de orientação e os eventuais
conflitos entre as áreas funcionais podem
traduzir-se em dificuldades de coordenação e
controlo;
• Dificuldades de adaptação às mudanças, o que
a torna desaconselhável em ambientes
instáveis.
Gestor Gestor
1.ª divisão 2.ª divisão
Estrutura divisionária
• Por SBU
• Holding (ou conglomerado)
79
Gestor Gestor
SBU1 SBU2
ADMINISTRAÇÃO
Actividade
A
Actividade
B
vantagens desvantagens
• Elevado grau de flexibilidade, coordenação e • Definição pouca clara das tarefas e da
comunicação; responsabilidade;
• Permite elevar a motivação e desenvolvimento • Maior lentidão na tomada de decisões, em
dos gestores através da maior participação e virtude nomeadamente do trabalho em equipa;
conjugação das responsabilidades;
• Substituição da burocracia pelo contacto • Maior possibilidade de conflitos.
pessoal.
Unidade A Unidade B
Unidade F Unidade C
SEDE
Unidade E Unidade D
Designers Fornecedores
SEDE
(EMPRESA)
Produtores Distribuidores
Agentes de
promoção e
publicidade
Estrutura organizacional de
Mintzberg
• Vértice estratégico
• Núcleo operacional
• Linha hierárquica média
• Tecnoestrutura
• Logística
• Ideologia
Fig. 4.22 - Estrutura organizacional (Mintzberg)
Topo
estratégico
Logística
Tecnoestrutura Linha
Média
(hierárquica)
Núcleo operacional
Coordenação segundo
Mintzberg
• Ajustamento mútuo
• Supervisão directa
• Estandardização
– dos processos
– dos resultados
– das capacidades
– das normas
Fig. 4.23 - Ajustamentos dos elementos de uma organização segundo
Mintzberg
1 2 3
4 5 6
Centralização
Colaboração
Estandardização
Balcanização
Profissionalização
4.1.8.7. Adocracia
As estruturas anteriores não são apropriadas para algumas das
indústrias do nosso tempo – aeroespacial, produção de protótipos
complexos, petroquímica – que precisam de constantes e
sofisticadas inovações. As estruturas burocráticas são demasiado
inflexíveis, e a estrutura simples é demasiado autocrática.
Precisamente, a adocracia é uma estrutura orgânica (pouco
formalizada) em que sobressai a «força» que a puxa para a
colaboração, sendo portanto o mecanismo de controlo o
ajustamento mútuo. A tendência para a colaboração é forçada pela
linha hierárquica intermédia, em que predominam os especialistas
altamente treinados, sendo esta a componente-chave da
organização.
Fig. 4.29 - Adocracia
xxxxxxxx
xxxxxx
xxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
87
Determinantes da estrutura
• Estratégia, idade e
dimensão da empresa
• Tecnologia
utilizada
• Ambiente
• Poder e controlo
4.1.9.1. Estratégia
A estrutura de uma organização é um meio para que a gestão
consiga atingir os objectivos propostos. Ora, sendo os objectivos
genéricos e globais de uma organização – a partir dos quais se
definem os objectivos específicos dos diferentes departamentos –
derivados da estratégia da empresa, é evidente que entre
estratégia e estrutura (tipo de organização) deve haver uma
relação estreita. A tese de Chandler, baseada em estudos
efectuados por Alfred Chandler numa centena de grandes
empresas dos Estados Unidos, nos anos 60, estipulava que «a
estrutura segue a estratégia», isto é, que as alterações verificadas
na estratégia das empresas precediam e implicavam alterações na
sua estrutura organizativa.
A tese de Chandler tem sido posta em causa mais recentemente
por vários autores por se considerar que muitas vezes a estrutura
organizacional existente condiciona a escolha da estratégia.
Crise de
Colaboração
Crise de
burocracia
COLABORAÇÃO
Dimensão da organização
Crise de
controlo
COORDENAÇÃO
Crise de
autonomia
DELEGAÇÃO
Crise de
liderança
DIRECÇÃO
CRIATIVIDADE
Idade da organização
2
Dimensão da organização
Idade da organização
4.1.9.3. Tecnologia
Tecnologia
A maneira como uma empresa
transforma os seus inputs
(factores de produção) em
outputs (produtos ou serviços).
4.1.9.4. Ambiente
Ambiente
Conjunto de forças, variáveis ou
instituições que lhe são externas
e que de algum modo afectam o
seu desempenho.
Abundante
Simples Complexo
Escasso
Dinâmico
94
Organização informal
Conjunto de relações e padrões
de comportamento dos membros
de uma organização que não
estão formalmente definidos.
Sendo certo que o gestor não tem poder para impedir a sua existência,
deve tentar conhecê-la para daí tirar o máximo de benefícios.
95
vantagens inconvenientes
• Pode auxiliar no cumprimento, execução e • Pode contrariar os objectivos da organização
desenvolvimento dos trabalhos; formal. Nalguns casos, como é sabido, os
grupos dentro da empresa assumem atitudes de
insubordinação, deslealdade ou restrições do
trabalho que naturalmente vão contra os
objectivos da organização e a que é preciso
prestar a devida atenção;
Mas pelo facto de, formalmente, ser atribuído a alguém que detém
determinado nível hierárquico o direito de dizer aos outros o que eles
têm de fazer, nem sempre significa que eles o façam.
Influência
Mudança de comportamento de
uma pessoa como consequência
das acções de outra.
Poder
Capacidade de exercer
influência.
Tipos de poder
• Legítimo
• De recompensa
• Coercivo
• De referência
Poder legítimo é o poder que uma determinada pessoa detém por ter
sido colocada numa posição formal de autoridade, por exemplo, por ser
97
redes
ORGANIZAÇÃO
ESTRATÉGIA
102
Virtual Rede
Horizontal Lateral
Participativa Achatada
Sem fronteiras
DIRECÇÃO
Motivação
Comunicação – Liderança
5.1. MOTIVAÇÃO
De acordo com Mondy, Sharplin e Premeaux, podemos definir
Motivação – vontade de uma pessoa desenvolver esforços com vista à
prossecução dos objectivos da organização.
Koontz considera que motivação é «toda a classe de impulsos, desejos,
necessidades e forças semelhantes; e dizer que um gestor motiva os seus
subordinados significa que ele desenvolve as acções que espera que venham
a satisfazer aqueles desejos, impulsos e necessidades dos seus
colaboradores, induzindo-os a actuar da forma desejada».
Os comportamentos são desenvolvidos – iniciados ou alterados – num
determinado sentido a partir de estímulos (ou incentivos) específicos.
106
Família
Religião Grupo
desportivo
O indivíduo
Trabalho Profissão
Política Escola
Equilíbrio Tensão
Frustração
Equilíbrio Comportamento Obstáculo
Comportamento Compensação
derivado
Estima
Sociais
Poder de motivação
Segurança
Fisiológicas
Desenvolvimento psicológico
NECESSIDADES
Necessidades SECUNDÁRIAS
de auto-realização
Necessidades
de estima
Necessidades
sociais
Necessidades
de segurança NECESSIDADES
PRIMÁRIAS
Necessidades
fisiológicas
Auto-realização
Auto-
Estima -realização
Orgulho Auto-
Sociais Amor-próprio desenvolvimento
Progresso
Relacionamento Confiança Auto-satisfação
Segurança Aceitação Reconhecimento
Amizade Apreciação
Segurança Compreensão Admiração
Fisiológicas e protecção Consideração pelos outros
contra:
Alimento Perigo
Repouso Doença
Abrigo Incerteza
Sexo Desemprego
Roubo
111
O trabalho em si
Motivacionais
Responsabilidade
Progresso
Necessidades
de auto-realização Crescimento
Realização
Reconhecimento
Necessidades
Status
de estima
Relações interpessoais
Necessidades Supervisão
sociais Colegas e subordinados
Supervisão técnica
Higiénicos
Políticas administrativas
Necessidades e empresariais
de segurança Segurança no cargo
Condições físicas
de trabalho
Necessidades Salário
fisiológicas Vida pessoal
Crescimento
Relacionamento
Existência
Recompensas
Percepção da extrínsecas
tarefa exigida
Possibilidade
da recompensa
5.1.3.3. Participação
A participação dos trabalhadores na análise dos problemas e na
procura das soluções é uma técnica de motivação reconhecida e
cada vez mais utilizada, em maior ou menor grau, por um número
crescente de gestores.
De facto, dificilmente as pessoas podem ser motivadas se nunca
são consultadas sobre as acções que as afectam, isto é, se não
forem envolvidas nas questões que têm que ver com o futuro da
organização de que fazem parte e da qual também dependem em
maior ou menor grau.
5.2. LIDERANÇA
O grande desafio da gestão efectiva é conduzir a organização em direcção aos
objectivos previamente definidos.
Liderança – processo de influenciar outros de modo a conseguir que eles
façam o que o líder quer que seja feito, ou ainda, a capacidade para influenciar
um grupo a actuar no sentido da prossecução dos objectivos do grupo.
Sendo apenas uma das muitas tarefas de um gestor, a forma como se exerce
tem enormes repercussões não só na evolução da empresa mas também na
forma como a empresa como organização é vista quer pelos seus empregados
quer pelos restantes stakeholders.
A importância da liderança na gestão das organizações é tal, que muitas vezes
tende a confundir-se liderança com gestão. Contudo, nem todos os líderes são
gestores. Do mesmo modo, nem todos os gestores, só porque o são, são
líderes. Apenas porque a organização atribui formalmente a um gestor
determinados direitos, nada garante que ele seja um líder efectivo. Por outro
lado, constata-se que em qualquer organização, empresas incluídas, se
verifica a existência de liderança informal, isto é, a capacidade de algumas
pessoas para influenciar o comportamento de outras, a qual é alheia à
estrutura formal da organização e que, em alguns casos, é tão ou mais
importante do que a influência formal.
Resumindo, podemos afirmar que um bom gestor é necessariamente um bom
líder, mas um bom líder não é necessariamente um gestor; de facto, pode não
ser um gestor efectivo (caso do líder informal).
Estrutura
Teoria X
Bom
Desempenho
Fraco
Relação
líder- Boa Boa Boa Boa Fraca Fraca Fraca Fraca
-subordinado
Estrutura
Elevada Elevada Reduzida Reduzida Elevada Elevada Reduzida Reduzida
de tarefa
Posição
Forte Fraca Forte Fraca Forte Fraca Forte Fraca
de poder
CII O gestor reúne com os subordinados em grupo para discutir o problema mas
toma sozinho a decisão.
NÃO
12 : CII
Q I E AD PA PO PD
Q = A qualidade (racionalidade) da decisão é muito importante?
I = Tenho informação suficiente para tomar uma decisão de elevada qualidade?
E = O problema está estruturado?
AD = A aceitação da decisão pelos subordinados é muito importante?
PA = Se tomar sozinho a decisão é provável que ela seja aceite pelos subordinados?
PO = Os subordinados partilham os objectivos da organização em relação a este problema?
PD = Em relação à decisão tomada há probabilidade de desacordo pelos subordinados?
• Um desejo de realização;
• A disposição para aceitar responsabilidades;
• Educação, conhecimento e experiência para a tarefa em
questão.
Fig. 5.17 - Estilos de liderança/maturidade dos subordinados
Estilo de liderança Fases de maturidade
Comando (telling): Elevada orientação para tarefas, reduzida M1: Os subordinados não estão preparados nem
orientação para pessoas; o líder define as funções e diz às com desejos de tomar decisões.
pessoas quais as tarefas e quando, como e onde devem Não são competentes nem autoconfiantes.
executá-las. Enfatiza um comportamento directivo (ou de
comando)
Orientação (selling): Elevada orientação para tarefas, M2: Os subordinados ainda não são capazes, mas
elevada orientação para as pessoas. O líder assume um querem fazer correctamente as tarefas. Estão
comportamento directivo, mas apoiante. motivados, mas faltam-lhes as necessárias
capacidades.
Apoio (Participating): Reduzida orientação para as tarefas, M3: As pessoas são capazes, mas não estão
elevada orientação para as pessoas. O líder e os motivadas para fazer o que o líder pretende.
subordinados partilham a tomada de decisões, sendo o
principal papel do líder facilitar e comunicar.
Delegação (Delegating): Reduzida orientação para as tarefas, M4: Os subordinados são capazes e estão
reduzida orientação para as pessoas. A orientação e o apoio motivados para fazer o que lhes é solicitado.
do líder são reduzidos, por serem desnecessários.
6. COMUNICAÇÃO E CULTURA
ORGANIZACIONAL
6.1. COMUNICAÇÃO
6.1.1. O processo
Para os subordinados saberem exactamente o que deles se pretende,
que tipo de tarefas devem desempenhar para melhor serem atingidos os
objectivos globais da empresa, devem disso ter um perfeito
conhecimento, isto é, deve existir comunicação eficaz.
Comunicação – processo de transferência de informações, ideias,
conhecimentos ou sentimentos entre as pessoas. Pode traduzir-se tanto
na carta do correio como nas transmissões via satélite, na conversa de
corredor ou na ordem de serviço; mas é difícil conceber como é que os
objectivos de uma organização podem ser atingidos sem comunicação.
Não será exagero afirmar que os gestores que obtêm sucesso em
grande parte o devem à sua capacidade para comunicar com as
pessoas, e por essa via conseguir dar-lhes a conhecer os objectivos e o
que delas se espera para que eles sejam atingidos. Está provado que os
gestores passam a maior parte do seu tempo comunicando com os
subordinados.
A comunicação fornece, pois, os meios através dos quais os membros
da organização podem ser induzidos a implementar as acções
planeadas, e a fazê-lo motivados e com entusiasmo.
Processo de
comunicação
• Emissor
• Receptor
• Canal de transmissão
Emissor
significado
Codificação
mensagem
Feedback
Canal
mensagem
Descodificação
compreensão
Receptor
Canais de comunicação
formal descendente
• Cadeia de comando
• Afixação de avisos e
comunicados
• Jornal da empresa
• Comunicações inseridas
em folhas de
remuneração
• Panfletos e handbooks
• Relatório anual
• Registos de voz e
imagem
Canais de comunicação
formal ascendente
• Política da porta-aberta
• Sistema de sugestões
• Processo de
reclamações
• Reuniões especiais
Tipos de redes de
comunicação
• Em roda
• Em Y
• Em cadeia
• Circular
• Interligação total
Fig. 6.2 - Redes de comunicação
Em roda Em Y Em cadeia
Interligação Circular
total
Barreiras à comunicação
• Técnicas
• De linguagem
• Psicológicas
• Técnicas
• Tempo – ou seja, o timing, a oportunidade na comunicação, é um
dos aspectos mais importantes no que se refere à eficácia da
comunicação.
Se, devido a atrasos no seu tratamento, os dados contabilísticos
relativos ao mês de Janeiro necessários para tomada de decisões
em Fevereiro são comunicados apenas em Março ou Abril, a
mensagem não atingiu o objectivo pretendido.
• Sobreinformação – ou seja, a canalização para uma pessoa ou
departamento de quantidade excessiva de informação.
• Diferença de culturas – é responsável por alguns desfasamentos
de comunicação visíveis sobretudo quando se trata de contactos
ao nível internacional entre gestores de diversas nacionalidades
com culturas diferentes.
• De linguagem
• Vocabulário usado – o uso de palavras que sejam entendidas
somente por um número restrito de pessoas numa audiência, por
serem culturalmente mais evoluídas (por exemplo), faz perder o
interesse e colocar fora do circuito da comunicação um número,
144
Capacidade de
comunicação
• Empatia
• Saber ouvir
• Técnicas de leitura
• Observação
• Linguagem corporal
• Pela acção
6.2.1. Conceito
Cultura de uma
organização
Um conjunto de valores,
crenças e hábitos
partilhados pelos membros
de uma organização que
interagem com a sua
estrutura formal produzindo
normas de comportamento.
Mas quais são afinal, no concreto, essas características que fazem com
que seja possível estabelecer as diferenças entre uma e as outras
organizações? São apontadas dez características primárias que,
agregadas, captam a essência da cultura de uma organização:
Grã-Bretanha China
EUA
Controlo da incerteza
1. Estrutura
divisionária
2. Estandardização
dos resultados
3. Linha média
Alemanha França
RITUAIS
E MITOS SÍMBOLOS
ESTRUTURAS
ROTINA DE
PODER
P
SISTEMA
DE ESTRUTURAS
ORGANIZACIONAIS
CONTROLO
149
Velocidade de feedback
Tipos de padrões
• De tempo
• De produtividade
• De custo
• De qualidade
• De comportamento
Acções correctivas
• Imediatas
• Permanentes
Tipos de
controlo/amplitude
• Estratégico
• Táctico
• Operacional
Tipos de controlo/posição
relativa
• Autocontrolo
• Heterocontrolo
• Lateral
• Controlos inapropriados;
• Padrões inatingíveis ou indefinidos;
• Existência de variáveis incontroláveis ou padrões contraditórios.
Quando o controlo não é apropriado, isto é, se se controlar o que tem
menor importância e se deixa sem controlo o que é mais importante,
naturalmente a eficiência diminui, as pessoas continuam a não fazer
156
Comportamento
impróprio
Sim
Não
Justifica acção Nenhuma acção
disciplinar? disciplinar
Sim
Não
Justifica mais que uma
repreensão verbal? Repreensão oral
Sim
Não
Justifica mais que uma Repreensão
repreensão escrita? escrita
Sim
Não
Justifica mais que uma
suspensão? Suspensão
Sim
Despedimento
• Ser disciplinado;
• Comunicar as regras. Pois não é razoável esperar que um
empregado se esforce por cumprir regras que nem sequer conhece;
• Escolher a ocasião, o lugar e a acção disciplinar apropriados. Se é
verdade que um empregado deve ser «reprimido em privado e
elogiado publicamente», há no entanto situações que justificam uma
excepção a esta regra. Quando por exemplo um empregado origina
uma grave insubordinação na presença dos outros, deve ser
repreendido logo ali na frente dos colegas, pois de contrário poderão
ficar dúvidas quanto à autoridade do gestor;
• Conservar as emoções sob controlo;
• Ser consistente. O que não significa que todos devem ser tratados do
mesmo modo perante o mesmo tipo de violação, mas antes que os
trabalhadores, analisando a actuação do gestor, sabem perfeitamente
o que podem esperar perante uma infracção cometida;
• Analisar os factos. A maior parte das infracções são conhecidas numa
fase posterior à prática dos actos;
• Ser justo mas firme. De modo geral, os trabalhadores têm um sentido
de justiça apurado e quando têm um conhecimento perfeito das
regras estão de acordo com a acção disciplinar em resultado da sua
violação. Por outro lado, se o gestor não for firme na sua actuação,
pode deixar nos outros trabalhadores a ideia de que podem ficar sem
o merecido castigo desde que por exemplo prometam melhor
comportamento no futuro.
159
Técnicas de controlo da
qualidade
• Amostragem
• Processo de controlo
estatístico
• Gráficos de controlo
Custos totais
Custos
Custos de passagem
Custos de posse
Quantidade económica
E Quantidades
√
2xQxD
E= C
em que
E = número de artigos por encomenda
D = custo de passagem
C = custo de posse
Q = Procura prevista de um dado artigo num determinado
período (1 ano, por exemplo).
8. GESTÃO DO CONHECIMENTO E
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
8.1. Informação e conhecimento
Sociedade da informação, sociedade do conhecimento, sociedade pós-
capitalista, são algumas das expressões utilizadas com muita frequência para
traduzir as profundas alterações que caracterizam a sociedade em que
vivemos na entrada do século XXI.
Drucker diz mesmo que o conhecimento não é mais um recurso, é o recurso,
pois acredita que as actividades centrais criadoras de riqueza não serão nem a
distribuição do capital pelas áreas produtivas, nem o trabalho – os dois pólos
da teoria económica (quer clássica, quer marxista, keynesiana ou neoclássica)
– mas sim a produtividade e a inovação, ambas aplicações do saber ao
trabalho. Prevê-se, de facto, que os grupos sociais que vão liderar a nova
sociedade sejam os «trabalhadores do conhecimento», executivos que sabem
como aplicar o conhecimento na produção, tal como os capitalistas sabiam
como investir o seu dinheiro. O gestor que, após a segunda guerra mundial
ainda poderia ser visto como «alguém que é responsável pelo trabalho dos
subordinados» e que no início dos anos 50 passou a ser definido como «uma
pessoa que é responsável pela actuação das pessoas» passará agora a ser
visto como «o responsável pela aplicação do conhecimento e respectivo
desempenho». Saber como fazê-lo é a questão crucial que se coloca à gestão
e aos gestores das organizações na nova sociedade. De facto, a revolução da
informação é fundamentalmente diferente porque explora um recurso que é
praticamente ilimitado e particularmente poderoso. Como o seu fornecimento é
inexaurível (pode ser constantemente criado) resolve assim o eterno problema
dos meios limitados.
Convém, no entanto, sublinhar que conhecimento e informação são coisas
diferentes embora muitas vezes se faça alguma confusão e se usem os dois
vocábulos com o mesmo significado. Deve, aliás, fazer-se a distinção entre
dados (de informação), informação, conhecimento (ou saber) e
competências (ou saber-fazer). Dados são «pedaços» desorganizados de
informações que podem ser obtidos de fontes primárias (directa ou
indirectamente através de pessoas) ou de fontes secundárias (escritas)
internas ou externas à organização. Os dados são apenas descritivos, não
contendo juízos de valor. O conhecimento é a interpretação dos dados e da
informação, ou seja, a informação aplicada à acção. O conhecimento é a
informação que uma pessoa possui como sendo útil para um dado propósito. A
competência ou saber-fazer é o conhecimento posto em acção quando uma
pessoa está em condições de agir; é o «bom equilíbrio entre conhecimento e
acção».
Fig. 8.1 – Informação e conhecimento
Competências
relac
Conhecimento
Estrutura
Crenças, valores
Informação
interpretação
Dados
Conhecimento
• Explícito
• Implícito
Transmissão do
conhecimento
• Socialização (saber
partilhado)
• Externalização (saber
conceptual)
• Combinação (saber
estratégico)
• Internalização (saber
operacional)
Facilitadores de
conhecimento
• Tecnologia
• Liderança
• Cultura
• Avaliação
Abordagens de
benchmarking
• Equipas de
benchmarking
• Equipas das melhores
práticas
• Redes de conhecimento
e de práticas
• Assessoria e auditoria
internas
Características das
organizações que aprendem
• Cultura
• Estrutura organizacional
• Estratégia
• Estilo de gestão
• Sistema de informação
9. INTERNACIONALIZAÇÃO
9.1. Razões da internacionalização
A internacionalização dos negócios não é um fenómeno recente; em certa
medida, o comércio internacional sempre existiu. O que é novo é o
crescimento e a dimensão relativa que atingiu já nos nossos dias, bem como a
forma como se processa e o tipo de empresas em que assenta. De facto, as
empresas multinacionais, tal como as conhecemos hoje em dia, eram
extremamente raras até ao fim do séc. XIX, e as pequenas e médias empresas
ainda não tinham a posição que hoje têm nos mercados internacionais.
As empresas internacionalizam-se fundamentalmente pelos seguintes motivos:
Exportações Importações
Quantidade Países mais
desenvolvidos
Tempo
Exportações
Quantidade
Outros países
Importações desenvolvidos
Tempo
Exportações
Quantidade
Países menos
desenvolvidos
Importações
Tempo
Produto Produto Produto
novo maduro estandardizado
Consumo Produção
Contratual • Licenciamento
• Franchising
• Subcontratação
• Joint-ventures
• Alianças (consórcios, etc.)
• Contratual – quando é feita com base num contrato entre duas empresas de
países diferentes que permite a cada uma delas usar a tecnologia, a marca,
180
9.7. Globalização
O conceito de globalização tem por base a ideia de que o mundo tende a
tornar-se cada vez mais homogéneo, ou seja, as diferenças entre os mercados
nacionais ou regionais serão cada vez mais reduzidas e tenderão mesmo a
desaparecer para uma grande parte dos produtos.
Globalização – resultado de um processo de internacionalização que passa de
uma estratégia multidoméstica diversificada (isto é, diversas estratégias de
acordo com os diversos países que constituem os mercados) para uma
estratégia única para todos os países, os quais são agora vistos como
constituindo um único mercado.
A expressão «globalização dos mercados» foi usada pela primeira vez por
Levitt ao defender que o tempo das diferenças regionais ou nacionais em
termos de hábitos de consumo pertencia ao passado. Para Levitt, o
desenvolvimento tecnológico conduz o mundo para uma «comunalidade
convergente» e o resultado é uma nova realidade comercial – a emergência de
mercados globais para produtos de consumo estandardizados numa dimensão
nunca antes imaginada. A empresa global – que é diferente da multinacional –
opera, com custos relativamente baixos, como se o mundo inteiro (ou as suas
principais regiões) fosse uma simples entidade.
Assim, a convergência entre a tecnologia e a globalização sistematicamente
procurada pela empresa global permitir-lhe-ia oferecer, a toda a gente e em
qualquer lugar, produtos estandardizados de elevada qualidade e a baixos
preços, o que seria conseguido pela expansão dos mercados e dos proveitos,
isto é, pelas economias de escala.
Observam alguns que o consumidor homogéneo não existe (o «eurocliente»,
por exemplo, ainda é um mito) e até algumas das grandes empresas
apontadas como campeãs da globalização acabam por se adaptar aos
diferentes mercados em maior ou menor grau.
Assim, a globalização e a adaptação aos mercados locais podem e devem ser
encaradas, não como duas posições totalmente opostas, mas antes como os
extremos de um intervalo de opções estratégicas que na vida real, em
situações concretas, servirão de base de decisão das empresas – inclinando-
se mais para a globalização ou mais para a adaptação, mas com menor
frequência assumindo uma das posições extremas. A tendência mais recente é
a defesa da conjugação da estandardização com a adaptação aos gostos dos
consumidores nos mercados locais. É a chamada «glocalização», que pode
traduzir-se na máxima: estandardiza o que puderes; localiza quando tiveres de
o fazer.
A decisão quanto ao grau de globalização era tradicionalmente explicada
numa matriz bidimensional, comparando as vantagens associadas a cada uma
das duas variáveis – eficiência global (resultante da estandardização) e
adaptação local (associada à maior aproximação ao cliente local). Contudo,
ganha cada vez mais adeptos a ideia de que as empresas com sucesso têm
necessidade de desenvolver também uma grande necessidade de
aprendizagem, inovação e transferência de conhecimentos a nível
internacional, sendo a empresa «transnacional» a que consegue desenvolver
simultaneamente essas três capacidades.
As vantagens competitivas das empresas que actuam no mercado global (com
maior ou menor grau de standardização) estão cada vez menos relacionadas
com a eficiência global (pelas economias de escala), por serem relativamente
fáceis de conquistar, estão sim, cada vez mais dependentes da sua posição
nos clusters em que conseguem integrar-se, na rede ou redes de que fazem
parte e da posição competitiva dessas redes.
182
Empresa tipo Z
(Americana)
afirma que, «a longo prazo, quem não usa o poder de uma forma que a
sociedade considere responsável está condenado a perdê-lo». E
apresenta cinco preposições relativas à responsabilidade social que a
seguir se resumem:
Ética na gestão
• Expectativas das
sociedades
• Concorrência leal
• Publicidade
• Relações públicas
• Responsabilidade social
• Autonomia do
consumidor
• Comportamento da
empresa
Regras de ética
• Regra de ouro
• Princípio do utilitarismo
• Imperativo categórico de
Kant
• Ética profissional
• Teste da TV
• Teste legal
• Teste das 4 questões
Corporate governance/
OCDE
Sistema através do qual as
empresas são geridas e
controladas.
FIM