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Reitor
Roberto Ramos Santos
Coordenador do Nuhsa
Erwin H. Frank
Comissão Editorial
Conselho Editorial
Conselho Consultivo
ISSN 1981-8599
VOLUME 1 NÚMERO 2
OUTUBRO/2008
BOA VISTA/RR
2008
Copyright © 2008
Editora da Universidade Federal de Roraima
REVISÃO:
Cátia Wankler
CAPA:
Hefrayn Lopes
EDITORAÇÃO:
Hefrayn Lopes
Editora
SUMÁRIO
7 | EDITORIAL
9 | HOMENAGEM
ERWIN HEINRICH FRANK (1950-2008)
Carlos Alberto Marinho Cirino
ARTIGOS
RESENHA
O
segundo número da Revista do Núcleo Histórico
Socioambiental – NUHSA está marcado por uma
homenagem: o registro do recente falecimento do Prof.º
Dr. Erwin Heinrich Frank. A homenagem é o registro do
depoimento pessoal de uma entre as muitas pessoas
que conviveram com Erwin Frank nos últimos anos: seu amigo pessoal e
de trabalho Carlos Cirino.
Não conseguimos ainda avaliar a perda, para a UFRR e o estado de
Roraima, do Prof. Erwin Frank. É unânime o reconhecimento do
trabalho que desenvolveu, nos últimos anos, nesta Instituição, atuando
como professor, pesquisador, perito, orientador e conhecedor da
questão indígena.
A revista continua publicando trabalhos relacionados com as linhas de
pesquisa do Núcleo. O primeiro deles é uma discussão sobre o mito da
origem caribenha dos índios de Roraima, especificamente, os Macuxi de
autoria do saudoso Erwin Frank. Segue o artigo apresentado pelos
pesquisadores Carlos Cirino, Erwin Frank e Olendina Cavalcante no II
Congresso de Antropologia – Mérida/Venezuela, abordando a
proposta de um diagnóstico etnoambiental na Terra Indígena da
Malacacheta/RR. Adiante os trabalhos de Ana Zuleide, Jaci Guilherme e
Paulo Silva tratando de temáticas relacionadas às questões da TI Raposa
Serra do Sol.
No último bloco, uma discussão sobre o preconceito étnico nas escolas
de Boa Vista promovida por Jonildo Santos e uma rica narrativa sobre os
ribeirinhos, resultado de uma viagem ao Baixo Amazonas do
pesquisador Nelvio Santos.
Finalmente, uma resenha de título recém-lançado, oportunando aos
leitores uma primeira leitura sobre seu conteúdo.
Comissão Editorial
HOMENAGEM
ERWIN HEINRICH FRANK
CARLOS ALBERTO MARINHO CIRINO*
rwin foi uma das pessoas mais inteligentes que já conheci. Tinha
RESUMO: Neste ensaio discutiremos um mito que tanto historiadores como antropólogos
da região circum-Roraima repetem há décadas, como se verdade histórica comprovada
fosse. Procuraremos as fontes, e analisaremos a evidencia em pro e contra, não para
“desmascarar”, mas, para comprovar que, quando se trata de povos não-ocidentais, a
antropologia e a historiografia constituem esforços necessariamente complementares de
um só projeto. Este projeto comum é entender as culturas como “históricas”, e a história
humana como culturalmente constituída. A conclusão de nossa trabalho é que, em
verdade, não há como fazer antropologia, se esquecendo do passado dos povos
analisados. Mas também não há como estudar este passado, sem o norte do conceito
principal da antropologia: a “cultura”.
O MITO
1 Uma versão anterior deste trabalho, com o titulo de “O mito da Origem Caribenha dos Macuxi” foi
lido em 2007, como “Palestra Inaugural” no Forum Estudantil Latinoamericano de Antropologia e
Arqueologia, no auditório da UFRR. Agradecemos à comissão organizadora deste evento pelo convite
e os seus participantes pelas suas contribuições a uma discussão que ajudou em focalizar o texto.
* Professor adjunti Departamento de Antropologia da UFRR
brasileiros como da ex-colonia britânica e atual “Republica
Cooperativista da Guiana” que, sem dúvida, o ilustre Senador da
Republica conhece bem. Citaremos, em seguida, somente uma outra
versão dele; desta vez, tomada da obra do historiador regional,
Professor Aimberê Freitas; não para atribuir a este autor
responsabilidades que ele não tem, mas, porque fomos informados de
que a “História e Geografia de Roraima” dele serve de “material
didático” em escolas deste Estado (e até em cursos universitários!).
Afirma o professor:
2 Façanha bem difícil de imaginar, para todo um povo de agricultores (mesmo “itinerantes”); afinal, eles
não podiam ainda contar no caminho, nem com restaurantes nem hotéis, e é pouco provável que os
povos que encontraram no caminho, os “deixaram passar”, sem resistência.
“Sir” Walter Raleigh3, quem - supostamente - “conversou” (embora, não
se sabe em que língua) - com o seu então “rei”, um tal de Topinerani,
“homem de 110 anos”, residente de uma “cidade”, chamada Orocotona
(que, como veremos, tem alguma importância na nossa história)!
Mas, seja isso como for! Fato é que o professor Aimberê Freitas (e
todos os demais que já aceitaram e reproduziram o mito da origem dos
Macuxi no Caribe, e a sua posterior “fuga/migração” para Roraima
como “fato histórico”) é rotundamente equivocado quando o declara
comprovado por “estudos” (até: profundos). Pois: tais “estudos”
simplesmente inexistem! O que existe mesmo, é meramente uma nota (de pé
de página), de autoria do naturalista alemão, Robert-Hermann
Schomburgk, na página 78 da re-edição por ele organizada e comentada,
de uma famosa abra de autoria do já mencionado pirata, “Sir” Walter
Raleigh (1848), publicada, pela primeira vez em 1596, onde Schomburgk
se declara a sua convicção de que os Orenoqueponi, povo indígena que
Raleigh diz ter encontrado (em 1594) na margem do baixo rio Orenoco,
eram, se não os próprios Macuxi, então, pelo menos, “um ramal” destes.
Eis a (minha) tradução da nota:
3 Mas, não há como esquecer que este mesmo Raleigh foi também o “pai” da colonização inglesa no que
são os atuais Estados Unidos, levando – três décadas antes da Mayflower – camponeses ingleses a costa
da Virginia.
atualidade, habitam as savanas do Rupununi e do rio Branco. Na
língua deles, Oroké significa “papagaio”; touna,[significa] água.
É claro que o fato singular deste nome, dificilmente nos teria
levado a tal conclusão, se não houvesse repetidas instantes no
relato de Ralegh, que não podem consideradas acidentais. Na
pagina 57 (da edição original) ele fala da ilha Okaywita; Okay
significa “grande”, [e] iwotta [significa] “rio” naquela língua
[dos Macuxi]. A garça grande ... se chama Wanure, daí:
“Wanuretona” (p.65). A grande cidade habitada pelos Epuremei,
se chama “Macureguarai”. Macuwari é “a palavra”, warei [é] o
adjetivo “parecido”; Iconuru significa “azul” ou “azulado”..;
Ralegh menciona na pagina 93, uma montanha chamada
“Iconuri”. Iwana é um nome comum de homens entre os Macusi;
“Orowacai” é nome de uma aldeia Macusi, perto do [rio] Cotinga
[Cotingo]... Até o nome de “Toparimaca” pode ser ligada a língua
Macusi. Eporimang é o ato de tranqüilizar alguém; para dar um
exemplo: solicitando uma terceira pessoa para tentar
apaziguar um grupo de indígenas rebeldes, nos diríamos
topuremacka: “Acalma-los!”. A analogia destes e outras palavras
não é meramente acidental, mas, prova que os Macusis,
ou pelo menos um ramal da tribo, antes habitavam o Orenoco...
(Raleigh, 1848, P.78)
4 “Há duas teorias com relação à migração dos carib. A primeira é que todas as tribos Carib chegaram
na Guiana por terra firma, e que algum ramal passou de lá, para as ilhas, onde formaram os “caribs das
ilhas” que habitavam as Antilhas no momento da sua descoberta pelos Europeus, e dos quais muito
poucos ainda sobrevivem em [nas ilhas de] Domínica e São Vincente. A segunda teoria, que prefiro, já
que parece substanciada por muitos dos fatos que terão que apontar nos capítulos que seguem, é que
prefere descartar a especulação de Schomburgk em pro de outra,
segundo a qual, no início do século XVII, se chamavam “Yaio”. Os Yaio
também são mencionado em Raleigh (embora: como habitantes de
Trinidad). Porem, a referencia da Sr.a Myers não é Raleigh, mas, um dos
“capitais” deste, chamado Keymis que, no seu relato de outra viajem a
“Costa selvagem”, os localiza nas cercanias de um “Lago Amuco”, no
mesmo interior da Guiana ocidental.
todas as tribos Carib, atualmente na Guiana, chegaram a esta parte de terra firme das ilhas... The
Macusis .. no momento da sua chegada [do mar caribe, E.F.] subiram o Orinoco, na margem do qual
viviam, como Robert Schomburgk mostrou, provavelmente tão recentemente, como os tempos de
Raleigh.” (Im Thurm, 1967, p.172-3)
Alem disso, não há mesmo mais nada para substanciar a origem
dos Macuxi no (mar) caribe, a sua “fuga” de lá, para escapar a
perseguição de quem for, sua passagem pelo baixo rio Orenoco (ou
qualquer outra parte!), e chegada final, no seu território atual; - pelo
menos nada que podia mesmo qualificar como “fonte histórica”.
A FILOSOFIA DA HISTORIA
5 Aliás, é interessante observar que, no mesmo instante em que o mito entra na (etno)-historiografia
brasilense, ele desaparece, finalmente, das publicações de autores guianenses. Na literatura
venezuelana, por sua vez, a única referencia a ele até agora encontrada é de autoria do antropólogo-
historiador Dr. Emanuele Amódio, quem - é claro - “aprendeu” enquanto trabalhou em Roraima.
Desde que se estabeleceu firmemente no cenário científico venezuelano, o mito não faz mais parte de
nenhuma das preciosas obras historiográficas do Dr. Amódio!
tempos pré- ou proto-históricos, constitui um assunto de pouca
importância, além do reduzido circulo dos “especialistas” na história e
antropologia da região que eles ocupam na atualidade (na Guiana e –
principalmente – Roraima), assim que a persistência de nosso mito na
literatura regional, particularmente: a roraimense, talvez, mereceria, no
máximo, uma nota (de rodapé) esclarecedora, em algum ensaio
dedicado a coisas mais “sérias”. Porem, tem razões para não tratar o
assunto tão despreocupadamente.
ANTROPOLOGIA “POP”
6 O argumento (mais ou menos explicito) destes autores reza assim: Como a história “comprova” que
os Macuxi só começaram a ocupar o seu território atual no mesmo instante em que ai chegaram também
os Portugueses, o “nosso” direito (isto é: dos não-índios de Roraima) é tão “tradicional” como o direito
deles! Logo: não há nenhuma razão para dedicar tão extensa (e rica) região ao “uso exclusive” dos seus
habitantes índios. Vide (entre outros): Agostinho (s/d), Miranda, 2002, e C.A. Borges da Silva em:
Miranda, Coord., 2004; - nenhum dos quais é, por certo, historiador.
fontes) e secundária (outros autores que já escreveram sobre certo
assunto). Na obra final, alguns “fatos” (e/ou interpretações; próprios ou
de terceiros) acabam finalmente enfatizadas (reproduzidas), e outras
(implicitamente ou explicitamente) descartadas.
8 Trata-se, sem dúvida de uma pergunta, digamos, “ingênua”. Mas, já nos topamos com ela, varias
vezes, no dia-a-dia de nosso trabalho como professor de antropologia na UFRR, e. estamos convencidos
de que a “visão” (ou falta de informação) que nela se expressa, não é confinada a iniciantes em
“ciências sociais”.
9 Desafortunadamente, este não é o espaço para aprofundar a possível relação do mito da origem
caribenha dos Macuxi com aquele, mais antigo (corrente na época de um Stavenhagen e o inicio do
IHGB), que indicava também os Tuipi-Guarani como “oriundos do caribe” (vide: Noelli e Ferreira 2007;
- e Stavenhagen nem tinha um pirata inglês, ou naturalista alemão, para justificar a tal especulação)!
Finalmente (4º), há ainda (e sobretudo) a já mencionada família
lingüística, da qual tanto os Karinha como os Macuxi fazem parte,
também chamada de “caribe” (ou “carib”, em inglês), mesmo que nem
todos que, no século XVI e XVII, aparecem como “caribes” nas nossas
fontes históricas, falavam mesmo uma língua desta “família”, e a ampla
maioria das línguas desta família é, na atualidade, falada por povos
indígenas, vivendo bem distantes do (mar) “caribe” (Basso, Ed., 1977). -
Só que nenhuma das “conclusões” que se poderia tirar desta
homonímia, se justifica.
Sabe-se (aliás: há mais de dois séculos já) que línguas “vivas”, isto
é, línguas ainda faladas cotidianamente pelos integrantes de um (ou
vários) povo(s), sofrem constantes “mudanças”, tanto no seu
vocabulário (empréstimo de termos, frequentemente de línguas,
pertencentes a outras “famílias10”) como, sobretudo, na sua “fonética”;
10 Basta lembrar, que termos, originalmente da língua inglesa, como “computador”, ou “down-load”,
fazem parte da língua portuguesa, somente há alguns poucos anos e que ainda outros termos dela,
como “hinterland”, “judô” ou “almoxarifado” foram “emprestadas” do alemão, japonês e
árabe, respetivamente.
isto é: a maneira de falantes de uma língua em regiões geograficamente
distintas, de “pronunciar” (e distinguir) os consoantes e vogais,
constitutivos dela (os assim chamados: fonemas). Tais mudanças são
involuntárias e (por isso!) incontroláveis, e - pelo geral - eles ocorrem
sem que os próprios falantes da língua os percebessem. Porem, estas
mudanças “fazem” com que, com o passar do tempo, a língua
(inicialmente “comum”) de integrantes de dois ou mais “subgrupos” de
um povo, geograficamente distantes, um do(s) outro(s), “se divida”,
inicialmente em (dois ou mais) dialetos, e - como o processo de
diferenciação fonética, lexical e (em menor grau, também) gramatical
nunca para - afinal, em línguas “novas”, mutuamente ininteligíveis.
Segundo os especialistas nesta matéria: é desta maneira que uma única
língua (língua-mãe) pode dar origem a dois ou mais (e, ao longo dos
milênios, as vezes a dúzias de) línguas distintas que – por esta ligação
“genética” (isto é: “de origem”) entre eles, são classificadas como
integrantes da uma só “família lingüística”. Segundo estes mesmo
especialistas, o tempo necessário para que alguma língua, falada por
grupos locais distintas, se transforme em duas ou mais línguas (novas!),
mutuamente ininteligíveis (isto é: no núcleo inicial de toda uma
“família” de línguas distintas), é – mais ou menos - mil anos!
13 A “maior” família lingüística das terras baixas da América do Sul (em termos de línguas integrantes
e de extensão geográfica) é a família lingüística “aruak”. Línguas desta família são faladas ainda do sul
da Florida até o norte da Argentina, e das ladeiras orientais dos Andes até Amapá. A segunda é a família
lingüística “tupi-guarani”, com poucas línguas ao norte do rio Amazonas e particularmente vigente na
costa e o sul do Brasil até (inclusive) o Paraguai. Outras famílias importantes (embora de menor
“extensão”) são: a família “caribe”, a família lingüística “pano”, e a família “tucano”. (Rodrigues, 1988)
14 Afinal: poucos daqueles que, na atualidade, falam o português são mesmo descendentes (“tatra-
tratra-etc.-netos”) daqueles “ladinos” (romanos) que, 2000 anos atrás, conquistaram o
que atualmente é o Portugal, mesmo que todos eles (juntos com todos os espanhóis, franceses, italianos e
romanos, entre outros) falam uma língua, cuja “língua-mãe” foi efetivamente, a língua destes
“conquistadores” (o “latim”).
época pelo naturalista alemã, Philip von Martius, que ainda incluiu
nesta “família” varias línguas da Amazônia que Gilij ainda
desconheceu. Mas, foi somente no inicio do século passada que toda a
extensão atual da família lingüística foi finalmente (re)-conhecida.
15 Aliás, o termo “canibal” se espalhou em todas as línguas européias, do século XVI em diante,
justamente em base da noticia dada por Colombo dos hábitos antropofágicos dos “Canibas”, do longínquo “mar
caribe”! (Amódio s/d)
16 Do ponto de vista é até surpreendente, que muitos dos povos que, de tal maneira, acabaram identificados como
“aruak”, realmente falavam línguas desta família lingüística, e que muitos “caribes”, realmente falavam línguas
que, posteriormente, foram identificadas como da família lingüística caribe. Parece que, alem da diferencia
lingüística, havia ainda consideráveis diferencias culturais entre os falantes de línguas de uma e outra “família”,
diferenças que só recentemente, a antropologia está re-descobrindo.
europeus, não se cansaram de se queixar de “vizinhos” do interior,
altamente agressivos e – é claro - “canibais”.
A FUGA
18 Para uma boa antologia das principais fontes (espanhóis, ingleses e franceses) sobre a história dos
caribes das ilhas, de 1492 (carta de Colombo), até o inicio do século XIX, vide Hulm e Whitehead, 1992.
19 Nunca havia muitos “caribes das ilhas”. As estimativas mais confiáveis do seu numero total, no
inicio do século XVI (quando este número já tinha começado a diminuir, em conseqüência do
escravismo espanhol e, sobretudo, em conseqüência de enfermidades que os caçadores espanhóis de
escravos deixaram entre eles), não passa de uns 15 mil (Boucher, 1992).
20 Mas, é importante notar que a maioria das fontes que atribuem o (quase) desaparecimento
dos “caribes das ilhas” a migração (fuga) para Terra Firme datam do século XVIII, quando mais de 90%
dos “caribes” que restavam já eram “caribes negros”. Aliás, são estes “caribes negros” que, no século
XIX, os ingleses deportaram para Belize, os únicos que ainda hoje falam a língua (aruak) dos
“caribes das ilhas”.
assaltaram as ilhas. Afinal, os documentos dos séculos XVI e XVII
confirmem que, durante todo este tempo, havia um constante troca de
pessoas (genros, escravos), bens (canoas, parafernália) e idéias
(palavras) entre as ilhas e a costa norte do subcontinente, até pontos tão
distantes como o golfo de Venezuela e a Costa Selvagem, gerenciada
tanto pelos caribes das ilhas como os Karinha.
21 Aliás, é neste sentido que a língua brasileira é outro “dialeto” do português e, como insisto freqüentemente nas
minhas aulas (provocando a ira dos meus alunos!), o próprio português não passa de um dialeto do espanhol, e
vice-versa! É verdade que as distinções fonéticas, lexicais e sintáticas entre o português e o espanhol já tornaram a
comunicação [verbal] entre Portugueses/Brasileiros e os Espanhóis [ou: Mexicanos, Venezuelanos, Argentinos,
etc.] sumamente difícil; mas, nem por isso, realmente impossível!
ponto de que uma das maiores autoridades da etnografia, folklore e
linguística dos Pemon, o Padre Amarellada, confessou certa vez, que era
mesmo incapaz de apontar qualquer diferencia somatológica, étnica ou
glotológica entre estes povos, suficientemente significantes, para
justificar a sua diferenciação em, por um lado, “Pemon”, e pelo outro
lado, “Macuxi”.
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NOSSA TERRA:
AS RELAÇÕES ETNOAMBIENTAIS
DOS ÍNDIOS WAPISHANA NA
TERRA INDÍGENA DA
MALACACHETA/RORAIMA.
A TI-MALACACHETA:
4 Com a criação do Município de Cantá em 17 de outubro de 1995. lei estadual nº 99, a área da
TI ficou incorporada à jurisdição administrativa do novo município. Anteriormente, pertencia ao
Município de Bonfim.
5 É preciso destacar que a demarcação da TI-Malacacheta foi um processo bastante sui generis. Desde o
século XVIII, parte da “fazenda São José”, uma das três “fazendas reais” instaladas para criação de
gado, nas savanas de Roraima no final daquele século e, posteriormente (século XIX) ilegalmente
“privatizado” por um poderoso empresário do caucho (Sebastião Diniz), no início do século XX.
O latifundiário e o descendente de Sebastião, Sizenando Diniz, se apoderam da aldeia, dos índios e das
terras circundantes. Alegando que somente desta maneira poderia proteger os indígenas de outros
fazendeiros e desejando se apossar das terras deles, ele solicita e recebe permissão para deslocar seu
gado para as imediações da aldeia, afora a construção de uma casa nas redondezas (Cirino, 2000). Após
a sua morte, a posse da – agora – “fazenda” da Malacacheta passou a esposa de Sizenando que, em 1962
requereu junto ao Juiz de Direito em exercício na Comarca de Boa Vista, “título e conservação” dos seus
direitos, mesmo que, seis anos antes, ela já tinha vendido o imóvel para um grupo de 10 índios
Wapishana, moradores da própria aldeia. Cirino (op.cit, p.168) destaca o fato: “... a transição de compra
e venda tinha como outorgante vendedora a viúva Ermelinda do Nascimento Pinto e, como outorgados
compradores, um grupo de 10 índios Wapishana da própria maloca da Malacacheta”. Quando então,
em 1977, a Funai “identificou” a Malacacheta como “terra indígena”, ela se deparou com um impasse
“dos seus pares serem os verdadeiros posseiros” da área em questão (p.169). Dizem os Wapishanas que
a Funai teria sugerido que os 10 índios, “donos” da área, passassem a sua posse para o órgão tutelar
para que esse, se seguida, demarcasse a área em favor da comunidade da Malacacheta”, o que
realmente veio acontecer.
6 Farage (1991) anota que a demarcação das TI's vizinhas em TI's separadas constituiu uma lastimável
injustiça em razão de terem sido isoladas aldeias vizinhas, onde o território da caça, pesca e circulação
eram tradicionalmente comuns. Acrescenta a autora que o “mais grave é o fato das ilhas liberaram
terras para a instalação de fazendas que vem sistemanticamente invadindo os limites já estreitos de tais
áreas” (p.1964).
7 Segundo o Centro Eucomênico de Documentação e Informação (CEDI, 1991), a demarcação das três
terras em áreas descontínuas (ilhas) teria sido uma proposta da própria Funai.
Segundo informações datada de 19787 (Lobo D'almada, 1861), até o final do século XVIII, os
Wapishanas eram considerados com o maoir grupo indígena do Rio Branco. Na atualidade, eles
representam o segundo maior grupo do estado de Roraima. Os Wapishanas atuais se concentram na
região da Serra da Lua e o vizinho (alto) vale do rio Tacutú (fronteira com a Guiana), mas é possível
localizá-los também nas regiões do Amajari, Baixo Contingo e do Surumu. Do lado da República
Cooperativa da Guiana, os Wapishanas se concentram nas savanas do rio Rupununi (Cirino, 2000).
setentrionais do rio Urariquera que, junto com o Tacutu, forma o rio
Branco, se estendem em direção sudeste, até além da fronteira nacional
entre o Brasil e a Guiana (Savanas do Rupununi7). A região da Serra da
Lua se encontra diretamente ao Leste da capital de Roraima, Boa Vista,
com a qual a TI se encontra conectada via uma estrada, uma parte
asfaltada; outra carroçável, cerca de uns 40 km de extensão.
7 Ver página 39
8 Mesmo que a mesma distância do centro comunitário (a uns 7 a 10 Km), a mata do sul do rio
Quitauaú é pouco aproveitada pelos agricultores Wapishanas, pois ambas as margens deste rio
costumam se tornar pântanos durante a época de chuvas, dificultando a equação da produção das
roças. Os solos ácidos da savana são plenamente inaptos para a agricultura, pelo menos do tipo
tradicional destes indígenas.
9 Em tempos idos, as atividades econômicas dos Wapishanas se concentravam em torno do cultivo das
roças, da pesca, da caça e da fabricação dos instrumentos de trabalho. Eles cultivavam a mandioca,
tabaco, milho, cana de açúcar, banana, batata, jerimum, entre outros. Com a mandioca fabricavam a
farinha e o beiju, alimento diário do grupo. No início do século passado, já escoavam o excedente da
produção da farinha para o mercado de Boa Vista, mas não poderíamos considerar isso como um
comércio regular (Cirino, op.cit., p.77). No momento, os Wapishanas continuam a praticar a caça e a
pesca, mas em pequena escala. A caça é mais uma atividade de lazer e praticada com espingarda.
A pesca é mais intensiva, empregando o arpão e o malhador. Cada unidade familiar mantém uma roça,
onde produzem diversos produtos, o de maior relevância continua sendo a mandioca empregada na
produção da farinha, do beiju e do caxiri. Mas, não obstante as mudanças ocorridas no universo
cultural dos índios Wapishana da aldeia da Malacacheta, estes continuam reafirmando seus códigos
culturais, mesmo que redefinidos.
incipiente invasão (claramente indesejável) das matas ao sul do
Quitauaú, principalmente de uma estrada que marca o limite oriental da
TI, por parte de pais de família Wapischana, em busca de novas terras.
METODOLOGIA:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
FARAGE, Nádia. Terras Indígenas no Lavrado: O impasse continua. In.: Povos Indígenas
no Brasil, 1987, 1988, 1989, 1990. São Paulo, 1991.
LOBO D'ALMADA. Manuel da Gama. Descripção relativa ao Rio Branco e seu território
(1797). In.: Revista Trimestral do Instituto Histórico, Geographico e Ethnographico do
Brasil, Tomo XXIV, Rio de Janeiro, 1861.
1. INTRODUÇÃO
2 MEGGERS, B. J., EVANS, C. Archeological excavations at the mouth of the Amazon. Bulletin of the
American Ethnological Society, n. 167, 1957.
3 ROOSEVELT, A. C. Determinismo ecológico na interpretação do desenvolvimento social indígena
da Amazônia. In: NEVES, W. A. (Org.). Origens, adaptações e diversidade biológica do homem nativo
da Amazônia. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, p. 103-141, 1991.
a de procurarem assistência à saúde, à educação dos filhos ou uma
eventual proteção junto a forças militares de fronteira: seriam casos
típicos de manipulação de identidade junto a representantes dos
respectivos Estados nacionais.
3. O CENÁRIO
11 Ainda fazem parte dessa região administrativa os Estados de Amazonas e Delta Amaruco
12 “Conquista do Sul”.
13 CIR, 1988:17.
Estudar os recursos da região Guayana e a sua área de influência;
estudar, organizar e desenvolver a exploração dos recursos
hídricos do rio Caroní, programar desenvolvimento integral da
região de acordo com o plano da nação, promover o
desenvolvimento industrial na Guayana nos setores públicos;
coordenar as atividades econômicas e sociais executadas na região
por agências governamentais; contribuir para a organização, o
planejamento, operação e desenvolvimento de serviços públicos
necessários para o crescimento da região; decisão a tomar pelo
Executivo Nacional, em qualquer outra tarefa, a qual poderia ser
conectado para operações fora da região, onde existe uma forte
ligação com os planos internos da Guayana.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vivificação das fronteiras hoje não deve ser vista como apenas
implantação de barreiras físicas. As fronteiras são faixas de interação
entre Estados e nacionalidades distintos, a borda do Estado nacional
consolidado, e assim orientadas para fora enquanto os limites são um
dos fator de separação de unidades políticas soberanas.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 16ª ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2003.
LOBO D'ALMADA, M. G. Decripção relativa ao Rio Branco e seu território (1787). Revista
do Instituto Histórico Geográfico e Ethnográgico do Brasil, n. 24, p. 669-674, 1861.
SANTILLI, Paulo. Peremón Pata: território macuxi, rotas de conflitos. São Paulo: Editora
Unesp, 2001. 225 p.
Documentos
Websites
RESUMO: Este artigo trata da questão da violência contra os povos indígenas de Roraima
e a cobertura dado pelo jornal Folha de Boa Vista, no período de 2003 a 2005, enfatizando o
assassinato do índio Aldo da Silva Mota, em 2003. Essa temática surgiu da necessidade de
compreendermos como são passadas para a população as notícias relacionadas à violência
indígena, pois, localmente, percebe-se uma aversão grotesca quando se fala de “índio”.
Alguns fatos sobre a violência ganham espaço na mídia impressa, outros simplesmente
são silenciados e não entendemos o porquê. Assim, é interessante analisar o papel da
imprensa - jornal Folha de Boa Vista – e o jogo de interesses das classes dominantes:
políticos, fazendeiros, rizicultores, mineradores, empresários que, além de deterem os
meios de produção, também controlam os meios de comunicação no Estado.
INTRODUÇÃO
REPORTAGENS
2 O acordo foi homologado judicialmente nos autos do processo nº 0010-04.07934-3 e publicado no DPJ
nº 3104 de abril de 2005.
A COBERTURA DO JORNAL FOLHA DE BOA VISTA DA
MORTE DE ALDO MOTA, UMA ANÁLISE
5 Lima (2001) na preconiza que uma nova imagem dos povos indígenas vem se formando no
imaginário roraimense. Agora, segundo Lima, a imprensa passa ao leitor uma imagem de um índio que
sabe reivindicar os seus direitos, que saber se manifestar, é um índio lutador, que age por conta própria
sem a mediação dos órgãos governamentais. Agora, agindo por conta, atuam violentamente,
algumas vezes.
para defender os rizicultores ou protestar contra a homologação
em área contínua.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Rio Branco. A Questão Indígena Local V. Folha de Boa Vista, 18 dez. 2003.
Caderno Opinião, p. 02
BUCCI, Eugênio. Sobre Ética e Imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
CHAPARRO, Manuel Carlos. Linguagem dos Conflitos. 1.ed. Coimbra: Minerva, 2001.
ÍNDIOS invadem fazenda de vereador no Mutum. Folha de Boa Vista. Caderno Policial.
08 de janeiro de 2003, p. 12.
KOSSOY, Boris. In: Bragança, Aníbal; Moreira, Sonia Virgínia (org.) Comunicação,
acontecimento e memória. São Paulo, Intercom, 2005.
LIMA, Maria Goretti Leite de. O Índio na Mídia Impressa em Roraima. 2001. 160 f.
Dissertação (Mestrado em Multimeios) - Instituto de Artes, Unicamp, Campinas, 2001.
LÖVY, Michael. Ideologias e Ciência Social. Elementos para uma análise marxista. 16.ed.
São Paulo: Córtex, 2003.
MARCO. Charge: Discórdia Macabra. Folha de Boa Vista, Boa Vista, 17 jan. 2003. Caderno
Opinião, p. 02
MARCO. Charge: O mártir que faltava. Folha de Boa Vista, Boa Vista, 11 e 12 jan. 2003.
Caderno Opinião, p. 02
PARABÓLICA. Folha de Boa Vista, Boa Vista, 13 jan. 2003. Caderno Política, p. 03.
ROCHA, Ribamar. Silvestre critica atuação do CIR. Folha de Boa Vista. Boa Vista, 17 fev.
2004. Caderno Cidade, p. 05
RURIRU, Nonato. Índios invadem fazenda de deputado. Folha de Boa Vista. Boa Vista, 12
ago. 2003. Caderno Policial, p. 12
TITONHO diz que governo deve apurar com rigor erros do IML. Folha de Boa Vista, Boa
Vista, 24 fev. 2003, Caderno Política, p. 04
VIEIRA, Jaci Guilherme. A farsa da morte do índio Aldo. Folha de Boa Vista, Boa Vista, 07
mar. 2003. Caderno Opinião, p. 02
IN IC IA L / I D A D E LO CA L D E CO R N O R EG . COR AUTO-
N A S C IM E N T O N A S C IM E N T O ID E N T I FIC A Ç Ã O
01 A – 09 B o a V ista – R R P a rd a N egro
02 B – 10 B o a V ista – R R N ã o re g istra d a N egro
03 D – 09 B o a V ista – R R B ra n ca B ra n co
04 L - 10 B o a V ista – R R P a rd a N egro
05 M - 10 B o a V ista – R R N ã o re g istra d a B ra n co
06 M - 09 B o a V ista – R R P a rd a N eg ra
07 M – 09 B o a V ista – R R N ã o re g istra d a N egro
08 R – 09 M u c a ja í – R R N ã o re g istra d a N egro
09 Y - 09 B o a V ista – R R P a rd a N enh um
10 A – 10 M anaus – A M B ra n ca B ra n co
11 A – 11 B o a V ista – R R P a rd a N egro
12 B – 10 B o a V ista – R R P a rd a N egro
13 D – 11 A lta m ira – P A N ã o re g istra d a N egro
14 I – 11 B o a V ista – R R B ra n ca N egro
15 J – 11 A u g u stin ó p o lis – T O N ã o re g istra d a N egro
16 L – 10 B o a V ista – R R P a rd a In d íg e n a
17 L – 10 B o a V ista – R R P a rd a In d íg e n a
18 T – 11 B o a V ista – R R P a rd a N egro
19 B – 11 B o a V ista – R R P a rd a B ra n co
20 I – 10 B o a V ista – R R P a rd a In d íg e n a
21 J – 10 B o a V ista – R R P a rd a In d íg e n a
22 L – 12 B o a V ista – R R P a rd a N egro
23 R - 09 B o a V ista – R R P a rd a In d íg e n a
24 R – 11 B o a V ista – R R P a rd a B ra n ca
25 T – 10 B o a V ista – R R P a rd a In d íg e n a
26 A - 09 B o a V ista – R R P a rd a N egro
27 D – 09 B o a V ista – R R B ra n ca N egro
28 H – 09 B o a V ista – R R N ã o re g istra d a N egro
29 K – 09 B o a V ista – R R N ã o re g istra d a N egro
30 L – 09 B o a V ista – R R P a rd a N eg ra
31 R – 09 B o a V ista – R R B ra n ca N eg ra
32 R – 09 B o a V ista – R R B ra n ca B ra n co
33 T – 10 B o a V ista – R R P a rd a B ra n co
34 W – 09 B o a V ista – R R P a rd a N eg ra
35 E – 09 B o a V ista – R R P a rd a N eg ra
36 J - 10 B o a V ista – R R P a rd a N eg ra
37 K – 11 B o a V ista – R R P a rd a B ra n ca e n e g ra
38 T – 09 B o a V ista – R R B ra n ca N eg ra
Ao relacionarmos a auto-identificação do sujeito com
determinado grupo étnico, sua justificativa para tal escolha percebemos
discursos identitários de assimilação de características que representam
uma postura ideológica diante do processo de identificação.
Boa Vista/RR: 34
Mucajaí/RR: 01
Manaus/AM: 01
Altamira/PA: 01
Augustinópolis/TO: 01
Pardo: 23
Cor não-registrada: 08
Branco: 07
Negro: 00
Segundo o IBGE, a cor parda é uma cor intermediária entre o
negro e branco, branco e índio, deixando de lado os termos: caboclo,
cafuzo e mameluco, já há muito em desuso por causa de sua carga
discriminatória. Mas esse termo, muito usado para fins de identificação,
gera muita polêmica por esconder a afirmação étnica do sujeito, dessa
maneira impossibilitando a efetiva organização dos movimentos que
lutam em defesa do seu grupo étnico como é caso do movimento negro
quando alguns negros se apresentam e são apresentados como marrom-
bombom, moreninho, moreno-jambo. No caso específico de Roraima, o
indígena ou seu descendente é classificado como regional, roraiminha,
ula-ula, caboquinho, descaracterizando e pojorando sua identidade.
Registrar as crianças como pardas seria de certa maneira torná-las
menos marginais (SANTOS; SILVA, 2006).
BIBLIOGRAFIA
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CRUZ, Fátima Maria leite. Representações sociais, identidade e exclusão social: o fracasso
escolar em matemática. In: Violência, exclusão social e desenvolvimento humano.
Estudos em Representações Sociais. Angela Almeida (org.). Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 2006.
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais, trad. Viviane Ribeiro, Bauru:
EDUSC, 2002.
DUARTE, Luiz Fernando Dias, Classificação e valor na reflexão sobre identidade social.
In: A aventura antropológica, Ruth Cardoso (Org.). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
MOSCOVICI, Serge. La psycanalyse, son image et son public: étude sur la représentation
sociale de la psychanalyse. Paris : Presses Universitaires de France, 1961.
MOSCOVICI, Serge. Representações Sociais: investigação em psicologia social.
Petrópolis: Vozes, 2003.
MYERS, D. G. Preconceito: O ódio ao próximo. Em: Psicologia social. Rio de Janeiro: LTC.
2000. pp.181-206.
NETO, Otávio Cruz. O Trabalho de campo como descoberta e criação. In Pesquisa Social,
Maria Cecília de Souza Minayo (Org), et. al. Petrópolis: Vozes, 1994.
SANT' ANA, Antônio Olímpio. História e Conceitos Básicos sobre Racismo e seus
Derivados. In: MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o racismo na escola. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2001.
SANTOS DE OLIVEIRA, Pérsio. Introdução à sociologia. 24 ed. São Paulo: Ática, 2002.
SANTOS, Boaventura Souza. Pela mão de Alice. São Paulo: Cortez, 2000.
SOUZA, Carla Monteiro de. Migrantes e Migrações em Boa Vista: Os bairros Senador
Hélio Campos, Raiar do Sol e Cauamé. Boa Vista: EdUFRR, 2006.
MODERNIDADE E
COMUNIDADES RIBEIRINHAS:
VISÕES DE UMA VIAGEM AO
BAIXO AMAZONAS
INTRODUÇÃO
A VIAGEM
Dia 12 de julho
Dia 13 de julho
Dia 14 de julho
Cada equipe segue para seu destino: Aldrin e José Bittencourt vão
para a reserva do Rio Cajari, Denise e Isabel vão para o rio Arraiolos,
Orenzio para Macapá e depois Laranjal e Vitória do Jari, enquanto nós,
Ligia, eu, Adaise e Janary seguimos para o rio Paru. Uma picape Toyota
da empresa Jarcel Celulose S.A., a Jari, nos leva por uma estrada
tortuosa, por cerca de 100 km, de Monte Dourado até a comunidade de
Panama, no Rio Paru. Ali o barco Vai com Deus N. 2A, a serviço da
4 Essa expedição científica alemã na Amazônia foi muito criticada pela imprensa brasileira na época, já
que seus integrantes eram jovens militares e se apresentavam como cientistas. Teve apoio do governo
federal, então praticando uma política de simpatia à Alemanha hitlerista, do governo paraense e apoio
logístico de navios do coronel José Júlio de Andrade. Joseph Greiner falava português e já tinha morado
no Brasil. (LINS, Cristóvão. Jari: 70 anos de história. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Orsa, 2001, p. 62-70).
Prefeitura Municipal de Almeirim nos aguardava. Com ele desceríamos
o rio até sua foz, quando desemboca no Amazonas. Junto ao rio, em
frente à escola, placa de “Propriedade particular – Empresa Jari”. D.
Francisca, moradora local, casada com o líder da comunidade, filha de
antigo vendedor de castanha, informa que houve mudanças de pessoas
de uma para outra margem do rio, inclusive por compras de terras pelo
Sr. Augusto, da Paragás. Após reunião com membros da comunidade, na
residência dos líderes, Sr. Francisco e D. Francisca, onde foi explicado o
nosso trabalho e suas finalidades, de posse dos nomes dos residentes,
realizamos sorteio e iniciamos as entrevistas. Esse procedimento foi o
padrão em todas as demais comunidades visitadas.
Dia 15 de julho
Dia 16 de julho
Dia 17 de julho
5 José Pompílio, como vimos posteriormente, é um dos maiores comerciantes, político e ex-prefeito de Almeirim.
6 Os motores e parte do combustível, uma cota, são fornecidos pela Prefeitura Municipal. Os líderes de
comunidade administram o serviço através de suas famílias. O horário quase sempre é das 18:00 às
22:00 horas, mas presenciamos a ultrapassagem desse em um dia de jogo da Seleção Brasileira de
Futebol, quando vários moradores contribuíram com gasolina.
Na sala de Teófilo, muito material utilizado nas competições de futebol,
além de taças, camisas e troféus, o que veríamos em muitas casas. Muitos
rapazes e homens adultos manifestam sua simpatia pelos times dos
grandes centros, como Flamengo e Vasco, usando camisas e outros
símbolos destes. A família de Teófilo dispõe de parabólica e vários
aparelhos de som. Alguns dos vizinhos são parentes entre si, fenômeno
comum nessas comunidades. À tarde, visitamos a comunidade de Pedra
Branca, onde residem 5 famílias. Após as entrevistas, partimos para São
Raimundo, passando por “Cacau”. A paisagem a partir daqui vai se
mostrando diferente, mais ampla. Visitamos a “Ramada de São
Sebastião7”, cuja capela está em construção. Uma imagem de São
Sebastião está exposta próximo à casa do Sr. Aldo Marcos da Silva.
Aqui moram duas famílias, com 10 pessoas no total. O local chamava-se
anteriormente Mapaú e foi doado pelo Sr. Pompílio para o Santo
(S. Sebastião), segundo nos informa o Sr. Antonio dos Santos da Silva.
De tardinha, avistamos a escola de São Raimundo, fechada (é época de
férias escolares) e em seguida a residência do Sr. Carlito Roberto
da Silva, o qual informa que a comunidade tem sete anos e compõe-se de
dez famílias. Um igarapé divide S. Raimundo de Cacau.
Dia 18 de julho
7 “Ramada” aqui, como em outras partes do Brasil, é o local onde se homenageia um santo. Este local
pode vir a ser uma capela ou igreja.
8 “Colocação” é nome comum para distinguir um local de trabalho que por vezes também é moradia.
lazer declarado, apenas para os homens, é o futebol entre comunidades.
Ao final, fala que a Reserva deve ser criada para garantir o sustento da
população local e que eles precisam de ajuda para lutar contra a Empresa
Paragominas e que o governo não deve deixar esta se apropriar dos
castanhais. Em frente a outra residência, um barco descarrega seixos
extraídos próximos à vila. Ganhamos da população um presente: carne
de porco. Algumas pessoas farinhavam. Um dos entrevistados, Alcides,
é morador, figura que encontraríamos com freqüência. Na tarde do
mesmo dia, rumamos para Paraiso.
Dia 19 de julho
20 de julho
Dia 21 de julho
9 Muito comum na Amazônia, a maromba é uma embarcação temporária para isolar e transportar o
gado nas cheias. Seu feitio é de madeiras locais e por vezes se encontram algumas com capacidade de
transportar ou abrigar dezenas de animais.
Associação Comunitária do Paru, Sr. Otoniel, também delegado local do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Almeirim local. Tem 24 anos e
cursou até a oitava série, uma exceção, pelo que levantamos até então, e
tem um irmão universitário, presente na entrevista. A mãe é parteira e
auxiliar de enfermagem, aposentada como agricultora e em sua
residência funciona o rádio que permite ligações telefônicas com o
exterior. A situação da família difere das demais do local, em sua maioria
muito pobre.
Dia 22 de julho
Dia 23 de julho
Dia 24 de julho
10 As comunidades têm uma moto-serra comunitária para serviços de extração de madeira, recebida das
prefeituras. A extração é semi-clandestina e uma árvore serrada rende 30 reais, segundo as informações.
família, segundo o líder, Sr. Benedito Barbosa. O número de crianças
parece até mais elevado que outros locais visitados.
Dia 25 de julho
Dia 26 de julho
11 Como muitas cidades da Amazônia, Almeirim não tem estação rodoviária e possui pouquíssimos
automóveis. Os postos de abastecimento atendem principalmente aos barcos e navios.
conseguimos encontrá-los. Conversamos com o Sr. Mimim, poeta e
escritor local, autor de livro sobre José Júlio.
Dia 28 de julho
Dia 30 de julho
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ALBERTS-FRANCO, CRISTINA.
THEODOR KOCH-GRUNBERG.
DO RORAIMA AO ORINOCO,
VOL.1. SÃO PAULO:
EDITORA UNESP, 2006.
ERWIN HEINRICH FRANK
1 http://caliban.mpiz-koeln.mpg.de/~stuber/koch-gruenberg
2 Entre is Índios do rio Branco do Norte do Brasil, originalmente publicado ma Zeitschrift für
Ethnologie, em 1913.
publicado. Também pela Editora da UFAM3 e elaborado pelo autor
destas linhas) refletem um novo interesse pelos trabalhos da primeira e
segunda geração de “Völkerkundler” alemães, em e sobre o Brasil;
interesse que, aliás, não se limita à antropologia brasileira, mas é
igualmente notável na Alemanha (e até nos Estados Unidos), como
mostram a recente publicação do “Forschungstagbuch” (Diário
científico) de Koch-Grünberg da sua primeira expedição no Brasil que,
como “assistente” (fotógrafo) de Herrmann Meyer, entre 1898 e 1900, o
levou ao alto Xingu (Koch-Grünberg 2004), ou também a exibição
“Deutsche am Amazonas: Forscher oder Abenteurer? – Expeditionen in
Brasilien 1800-1940 (Alemães na Amazônia: Pesquisadores
ou Aventureiros? – Expedições no Brasil 1800-1914) realizada no
Ethnologisches Museum de Berlim em 2002.
3 Koch-Grünberg, 2006.
particularmente os brasileiros entre estes autores costumam citar a obra
de Koch-Grünberg, não no original, mas, na já mencionada tradução de
parte dela ao espanhol. Em 2005, este fato me levou a escrever uma breve
Revisão Crítica da edição venezuelana, sob o título programático:
É mesmo confiável a tradução venezuelana de Koch-Grünberg? (Frank, 2005);
ensaio no qual concluímos que, no geral, aquela tradução podia sim, ser
aproveitada e citada sem maiores preocupações, - com a única exceção
das palavras (principalmente nomes), frases, e textos inteiros em
(diversas) línguas nativas (nela reproduzidos), por causa de “correções”
indevidas que a equipe editorial do Banco Central da Venezuela
resolveu aplicar à “grafia” de tais palavras (frases e textos), elaborada e
usada pelo autor do original.
4 Num primeiro passo, enfrentamos a edição da UNESP “formalmente” com a já indicada versão
digitalizada do mesmo volume do original, procurando detectar mudanças na “apresentação” (projeto
editorial) e estrutura (cortes; inclusão de materiais, inexistentes no original) da obra. Num segundo
passo, comparamos – capitulo por capitulo, parágrafo por parágrafo - o texto do original com a sua
tradução para, num terceiro passo enfrentar ainda (frase por frase; palavra por palavra) a tradução do
1º e 4º capítulos, com a finalidade de avaliar a “felicidade” da tradução, em vista da semântica do texto
destes capítulos em alemão. É claro que esta ultima avaliação é eminentemente subjetiva, dependente
do meu entendimento do alemão (e do português), a semântica do seu vocabulário, a sua gramática e
sintaxe. Daí a necessidade de enfatizar que somos um alemão, há 13 anos residente no Brasil.
5 A tradução de qualquer texto, da língua em que foi originalmente composto, a outra língua
(historicamente relacionada ou não), é sempre uma tarefa delicada cujo resultado pode ser
questionado dos mais diversos ângulos. Afinal, o texto original e nunca meramente alguma “soma” de
palavras (pelas quais pode, ou não, haver “sinônimos” – ou quase - na língua da tradução) e sequer uma
totalidade de “frases” (dos mais diversos tipos/construções gramaticais) cuja “semântica” precisa ser
A nossa comparação do texto original de Koch-Grünberg6 com a
sua tradução em português, elaborada pela senhora Cristina Alberts-
Franco, nos impressionou. A versão portuguesa não somente se revelou
sumamente “fiel” ao original (em todos os detalhes), mas também (com
pouquíssimas exceções), sumamente “felizes” na escolha de termos,
expressões e as construções gramaticais etc. realizada pela tradutora.
7 Escola secundaria alemã da época, com ênfase no ensino das línguas (e da “cultura”) “clássicas”
do grego e latim.
8 Em vista da finalidade deste ensaio, não comentaremos esta parte da edição sob revisão em extenso.
Mas, não podemos deixar de lamentar que, em meramente nove páginas, seus autores (que atuaram
também como “revisores técnicos” da edição) logram chamar Koch-Grünberg e a escola a qual
pertenceu, de quase tudo que ele/ela, com certeza, nunca foi/foram; - entre outros: “evolucionista” e
“racista”! Em vez de – devidamente - contextualizar a obra e o seu autor no seu tempo e a escola
antropológica de origem. Esta “Introdução” só documenta (uma vez mais) que, com poucas exceções,
referencias francesas seguem uma péssima escolha, quando se trata de entender e avaliar o pensamento
alemão do século XIX.
obra “Vom Roroima zum Orinoco”, de Theodor Koch-Grünberg,
recentemente lançado pela editora da Universidade do Estado de São
Paulo, pode sim ser aproveitada sem qualquer preocupação.
Desafortunadamente, não é possível, estender estes parabéns à equipe
editorial da UNESP, - por razões que detalharemos em seguida.
9 Preferimos não chamar a Volkerkunde uma versão nacional da antropologia; em primeiro lugar,
porque ela surgiu mesmo antes do Estado Nacional alemão e, em segundo lugar, porque ela nunca se
restringiu ao território da Alemanha, como definido em 1870, incluindo “austríacos”
(até 1918: cidadãos do Império Úngaro-Austríaco) e “suíços”, até mesmo alguns antropólogos
dinamarqueses e suecos.
Como mostramos em outro trabalho (Frank 2005), a publicação
dos resultados destas duas façanhas espetaculares o transformou um
filólogo provinciano desconhecido num dos “Mandarins” da
antropologia alemã da época, capaz de fazer e desfazer “carreiras”,
na sua área de especialização, via cartas de recomendações dadas ou
negadas, recensões (também: dados ou negados) e indicações (na sua
maioria: não oficiais) de candidatos a vagas vacantes.
Para deixar nossa queixa bem clara: nós não nos opomos ao “re-
dimensionamento” do original, nem a uma “capa”, cujo design lembra
(vagamente) o “mundo indígena”, mas ignora a iconografia que o
próprio Koch-Grünberg “inventou”, aliás: com a mesma intenção. Não
temos também nada contra a inclusão (sem aviso) de uma fotografia
(P.28) que mostra Theodor Koch-Grünberg, sentado no canto de uma
mesa, vestido “a moda de campo”, com um enorme bigode que estica
horizontalmente por vários centímetros além das bochechas, o seu “fiel
servo” [treuer Diener], Hermann Schmidt, um catarinense, de
descendência alemã, assim como o “wapishana Romeu10”; os dois
11 Desafortunadamente, este foto, obra do fotógrafo alemão Georg Huebner, realizada no seu
“Atelier”, em Manaus (1913), carece da devida indicação do seu autor.
12 Por exemplo: p.57, “Wapischána” em vez de “Wapischana”, “Taulipáng” em vez de “Taulipang”,
etc,; campare: p.s 49 e 50 da edição venezuelana e p.32 do original; igualmente: p.64, Ed. Unesp:
“Koimélemong”; p.57, ed. venezuelana “Koimélemon”; original (p.40): Koimelemong”.
13 Por boa sorte (e exemplo da fidelidade da sua tradução), a tradutora, Sra, Cristina Alberts-Franco
não cometeu o mesmo erro.
Em vista de tudo isso, já não surpreende a ninguém,
provavelmente, que a edição da UNESP segue a venezuelana também,
em simplesmente ignorar diversos mapas que, no original, se encontram
anexos ao 1º volume da obra.
A Coordenação.