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MODULO I
T É C N I C O
• Biossegurança
• Fundamentos da Saúde
Relações Interpessoais
e Ética Profissional
T É C N I C O
SUMÁRIO
5.3 - Desenvolvimento
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
5.11 - Conclusão
• 10 - DINÂMICAS DE GRUPO
• 13 - ÉTICA PROFISSIONAL
13.2 - LEI
13.3 - NORMA
13.4 - ESTATUTO
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T É C N I C O
Relações Humanas
Alguns Conceitos
EU E OS OUTROS
Conhecimento de Si Próprio
- Existem pessoas que não se dão conta da atmosfera que criam no trabalho, no lar e nos grupos.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
- Melhor compreensão dos outros, interpretando-os pelo que eles são e não pelo que
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T É C N I C O
- Não vemos as pessoas como são, mas a partir do que significam para nós.
- Vemos o que queremos ou precisamos ver para nos defender ou aproximar de nossos alvos.
Percepção
Comunicação
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
comportamentos.
Uma sirene...
- Pode levar um indivíduo a crer que houve algum crime nas redondezas...
- O nosso trabalho é feito por meio de contato com outros, quer como indivíduo, quer
como grupos;
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T É C N I C O
Teremos então:
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
REPERTÓRIO DE CONDUTAS
FLEXIBILIDADE DE COMPORTAMENTO
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
Empatia e Simpatia
- Base de toda a vida social, sem ela os grupos não seriam mais do que simples
aglomerados de indivíduos que permaneceriam lado a lado como estranhos.
Não bastam, no entanto, boas relações entre as pessoas e entre os líderes e seus
grupos para que o empreendimento tenha êxito: é imprescindível, ainda, que os grupos se
entendam entre si.
Estas relações podem tomar o caráter de respeito mútuo, mas existem também,
organizações em conflito, por concorrência, competição ou até má interpretação das suas
funções.
Se for verdade que sem relações humanas não há organização racional possível, o
contrário também é verdadeiro. Da má organização nasce a má vontade, a desconfiança,
tanto entre as pessoas como entre os grupos.
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T É C N I C O
Certo dia, o gerente de uma loja de peças para automóveis chamou um psicólogo
industrial, aflito por uma luta interna entre o pessoal do Departamento de Vendas e o
Departamento de Propaganda.
Como defesa, o Departamento de Venda alegava que era impossível vender dentro
das normas de ética, pois o Departamento de Propaganda fazia nos seus cartazes e anúncios
promessas além do que era verdadeiro. Indo até a afirmar vantagens que a mercadoria não tinha.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
a) A Idade do Grupo
A idade do grupo tem papel importante; quanto mais velho for o grupo, maiores
serão as precauções necessárias na aproximação de outro grupo.
Assim, por exemplo, um grupo que possui indivíduos altamente qualificados para
determinados trabalhos poderá ter tendência ao orgulho grupal e ao egoísmo em relação aos
outros grupos.
Também pode acontecer que o grupo esteja tão pouco preparado ou dotado, que
fica permanentemente dependente de grupos, procurando ansiosamente ajuda e colaboração,
sem pensar em melhorar o seu próprio nível.
Fato é que, os grupos que têm a tendência de ajudar os outros grupos ou convocar reuniões
de intercâmbio de experiência, em igualdade, são geralmente dirigidos por um LÍDER.
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T É C N I C O
Tais operações trazem perigos, entre os quais o mais frequente é o medo e a angústia
que invadem os membros dos grupos.
É o que ocorre, por exemplo, na fusão de dois escritórios, onde existiam digitadores:
os profissionais de cada um dos escritórios ficam com medo de serem despedidos.
c) Angústia geral provocada por mudança de ambiente, sem que haja causa definida,
a não ser o temor do desconhecido.
É necessário preparar os grupos que nunca trabalharam juntos para uma ação em
comum, evitando-se assim, conflitos e sérias dificuldades.
Existem, por exemplo, grupos que só procuram explorar os outros grupos, pedindo-
lhes a colaboração, mas não respondem a um chamado idêntico. As relações só têm uma
“mão única”.
Parece-nos que estas dificuldades poderiam ser evitadas se houvesse melhor escolha
dos dirigentes dos grupos.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
Essa questão nos interpela e nos faz refletir diante do desafio eminente da convivência
humana e de nos relacionar. Na busca constante da conquista da competência, o primeiro
momento é a competência técnica, mas no convívio em grupo desperta-nos há a necessidade
de desenvolver outra competência, que envolve interação, em situações de trabalho ou de
atividades, exigindo de todos indivíduos envolvidos nesse processo de interação.
A comunicação como forma comum na interação humana, mesmo que seja verbal ou
não verbal, é importante no processo de interação, na busca do entendimento, de entender e
ser entendido requer esforços, conhecimentos, convivência com o outro, mas a percepção, o
autoconhecimento e a auto percepção nos facilitam auxiliar no conhecimento, no convívio
com o outro e compreender outro com suas diferenças individuais.
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T É C N I C O
equilíbrio desses componentes, fará com que o relacionamento humano, de maneira que ao
lidar com as diferenças individuais cria um clima entre as pessoas, podendo o relacionamento
interpessoal torna-se autêntico, duradouro e harmonioso.
-Comunicação efetiva;
O feedback na nossa cultura é visto como crítica destrutiva, onde quem avalia
encontra-se numa posição superior a quem é avaliado e, na nossa sociedade, quase não se
fazem feedback de uma hierarquia inferior para uma superior. Os chefes raramente são
avaliados por seus subordinados.
Para que o feedback aconteça, é necessário proceder entre pessoas, podendo ser de
uma pessoa para outra, de uma pessoa para um grupo, ou entre os membros de um grupo.
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O ser humano tem muita dificuldade em aceitar as suas próprias limitações e as suas
ineficiências. Quando deparamos com alguém que nos aponta esses aspectos é difícil aceitar
e principalmente admiti-las publicamente. Especialmente no ambiente de trabalho, qualquer
crítica que possa afetar nossa imagem ou status nos traz receio e constrangimento. Muitas
vezes entendemos as críticas, por mais positivas que essas se apresentem, como falta de apoio
e confiança. É comum reagirmos defensivamente nos justificando, negando, não escutando o
que está sendo dito e ainda apontando os erros do próprio comunicador ou de outros colegas.
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O feedback não pode ser visto como forma de mostrar a competência e a importância
do comunicador. O objetivo do feedback é mostrar ao receptor os pontos que ele poderá
melhorar na sua comunicação ou no seu comportamento. Para tanto, o comunicador não poderá
basear-se nas suas próprias motivações pessoais para apontar aspectos do comportamento do
outro, o que o tornaria emocional e parcial, fazendo do feedback como um instrumento de
desabafo ou agressão velada ou manifesta.
Por outro lado, quando recebemos feedback de uma pessoa precisamos confrontar
com as opiniões de outras pessoas para verificar se precisamos mudar nosso comportamento
de maneira geral ou somente em relação àquela pessoa.
Devemos lembrar que “feedback” é uma palavra inglesa que sugere realimentação,
regeneração, o que o torna bastante apropriado para situações em que precisamos realimentar
e regenerar nosso comportamento, nosso modo de agir e comunicar.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
Assim os conflitos não são necessariamente negativos; a maneira como lidamos com
eles é que pode gerar algumas reações.
5.3 - Desenvolvimento
Se a história for observada, até há pouco tempo a ausência de conflitos era vista
como expressão de bom ambiente, boas relações, e no caso das organizações, como sinal
de competência, pois a maioria dos profissionais via o conflito de forma negativa, sendo
o resultado de uma ação ou mau comportamento de algumas pessoas, e associavam à
agressividade, ao confronto físico e verbal e sentimentos ruins, que eram considerados
prejudiciais ao bom relacionamento entre pessoas e ao bom funcionamento das organizações.
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• Escassez de recursos;
• Divergência e metas;
• Tentativa de autonomia;
• Obrigatoriedade de consenso;
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
• Nível 4 - Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconcebidas com relação à outra
parte, fruto de experiências anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com
que as pessoas assumam posições fixas e rígidas;
• Nível 5 - Loss of face (ficar com a cara no chão): trata-se da postura de “continuo neste
conflito custe o que custar e lutarei até o fim”, o que acaba por gerar dificuldades para
que uma das partes envolvidas se retire;
• Nível 6 - Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e as punições ficam mais
evidentes. O processo de comunicação, uma das peças fundamentais para a solução de
conflitos, fica cada vez mais restrito;
• Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de fato e não há alternativa
a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um deles.
• Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos envolvidos,
uma clara consciência de sua existência. Eventualmente nem precisam ser trabalhados.
• Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção e forma
consciente;
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Os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por
vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais,
financeiros, e por diferenças de papéis. Podemos dividir este tipo de conflitos em dois:
• Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar decisões.
As “rixas pessoais” fazem com que as pessoas não se entendam e, portanto, não se
falem. Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca
abordadas entre os interessados.
• Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de “perdedores habituais”,
interferindo na sua percepção e na socialização daqueles que entram na organização;
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
• Esclarecer as percepções;
5.11 - Conclusão
Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser considerados úteis pelo papel que
desempenham na vida das pessoas, portanto é possível constatar que nenhuma organização
está livre de conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e se beneficia com eles.
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conversas instantâneas, intranet, fóruns internos, sistemas mobile, entre outras, acabam
substituindo muitas vezes cada vez a comunicação face a face. Ao mesmo tempo é comum
pessoas de uma mesma equipe, que trabalham em uma mesma sala, interagirem muito mais
por e-mail do que pessoalmente. As relações humanas dentro das organizações tendem a
se tornar mais frias e distantes, o que pode dificultar o relacionamento interpessoal entre
colaboradores, entre líderes e liderados e até a sensibilização de equipe. Por outro lado, essas
ferramentas facilitam muito o diálogo entre unidades de uma mesma organização que estão
geograficamente distantes.
Sistemas de trabalho digitais e cada vez mais virtualizados podem facilitar ou dificultar
a interação e o relacionamento interno em uma organização, de acordo com a abordagem
e o posicionamento da empresa em relação à sua comunicação interna e administrativa.
As ferramentas digitais e virtuais facilitam para a agilidade do fluxo comunicacional, bem
como podem aproximar distâncias de unidades empresariais distintas. Porém, assim como
outros canais de comunicação, ao mesmo tempo em que possuem interatividade, são também
uma comunicação mediada, onde a rastreabilidade (por parte da empresa) e a interpretação
pessoal (de quem lê) influenciam nos assuntos e na forma que estes serão abordados. A
comunicação interna e administrativa abrange os fluxos formais e informais, sendo que a
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
qualidade dos fluxos informais, que mesmo com muitos canais de comunicação sempre vai
ocorrer, está diretamente relacionada à clareza e transparência de comunicação dos fluxos
formais da organização.
Acredita-se que cada indivíduo tem algo a oferecer para transformar um grupo em
uma equipe de sucesso.
O segredo é aproveitar tais competências individuais para obter um bom resultado coletivo.
Os colaboradores são águias de um projeto. Eles precisam ser tratados como peças
determinantes, verdadeiros atores, e não meros coadjuvantes num processo maior, que exige:
1. Envolvimento;
2. Resultados
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3. Cooperação;
4. Determinação.
No trabalho em equipe, quem acha que sabe tudo sempre pode aprender algo novo, e
quem acha que não sabe nada, pode descobrir que é mais capaz do que imagina.
Isso é o que faz um time funcionar, uma empresa funcionar, uma sociedade funcionar,
uma civilização funcionar.
Estilos de liderança
• Democrático
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
• Autocrático
• Laissez Faire
• Situacional
Como uma empresa pode garantir que uma equipe será bem-sucedida?
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O programa pode (e deve) dar um incentivo que os funcionários possam dividir com
seus familiares. Incentivos assim são incríveis motivadores em empresas. Para aqueles que
são adultos com famílias para sustentar, o programa pode ser um grande motivo para lutar
pela empresa.
Digamos que você precise motivar sua equipe do McDonald’s. Eles estão virando
hambúrgueres e estão cansados disso. Faça-os lembrar de que, além do salário, eles estão
trabalhando por uma causa maior: entregar à população comida gostosa, barata e de maneira
rápida. Eles estão ajudando todas as pessoas cujas vidas são perturbadas por conta do tempo
e do dinheiro. Isso dá aos funcionários um motivo para trabalhar, pois talvez eles não tenham
um.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
• Prepare um espaço de lazer com jogos e atividades divertidas para manter o moral alto.
Não tenha medo de tirar uns minutinhos para verificar como cada um está, também.
Quando tiver a oportunidade de ver pessoalmente que a Sandra está tentando digitar entre
tossidas e espirros, você pode dizer para ela trabalhar com mais calma. Isso faz com que
Sandra saiba que você se importa e dá a ela um motivo para trabalhar duro; a funcionária não
gostaria de desapontar alguém que se importa com a performance dela.
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de seu trabalho normal. Você agora é CEO do Projeto Paralelo X. Mostre-me o que você
pode fazer!”. David vai cair nesse truque.
Nós todos temos uma sensação de importância. Quando você tem um time maior
que está, essencialmente, fazendo as mesmas coisas, as pessoas começam a achar que não
importam, pois esta é a conclusão lógica. Dar pequenas promoções a essas pessoas e encorajar
os projetos paralelos delas é uma ótima maneira de contornar isso.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
Humanos são bastante simples em relação a algumas coisas, e pequenos símbolos de status
podem ser bem significativos. Eis algumas ideias:
Por exemplo, saber que José fica animado com a multinacionalização da empresa
pode abrir a possibilidade de você deixá-lo animado para um projeto internacional. Isso
significa que José ficaria feliz em ajudar em tal projeto. Coisas assim podem reduzir as
chances de o empregado abandonar o trabalho também.
Fique de olho em gatilhos pessoais, também. José odeia as manhãs e sente que sua
produtividade diminui em tal período? Diga a ele que é aceitável ele vir para trabalhar uma
hora mais tarde. Isso se ele manter um altíssimo nível de produtividade, claro!
Você tem poder nessa situação. O que você poderia fazer para deixá-los mais felizes?
Se houver algo que você possa fazer, faça-o! O empregado feliz e motivado faz o trabalho
que lhe dá orgulho e, mesmo se houver desavenças, permanecerá lutando pela empresa!
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Se você estivesse no lugar deles, pense em como seria seu chefe. Que tipo de chefe
você gostaria de ter? Que tipo de chefe faria você querer trabalhar?
6 - Elogie-os.
Todos querem saber como estão, e todos “realmente” desejam elogios. Arranje um
minutinho de seu dia (da maneira mais consistente possível) para dizer “Continue firme!”.
Isso permite que os empregados saibam que você está atento ao trabalho que eles estão
fazendo (dando a eles um senso de responsabilidade). Isso também os deixa orgulhosos.
Faça isso na frente de todos. Isso gera inúmeros efeitos: faz com que a outra pessoa
se sinta grandiosa; faz com que ela deseje mais elogios; e, para os que já escutaram isso
anteriormente, faz com que o funcionário busque esse elogio, aumentando seu moral.
Seja uma copiadora mais confiável ou uma maneira diferente de receber salários,
lembre-se de que pequenos furos afundam navios, e pequenos consertos ajudam-nos a
permanecer flutuando. Tente implementar o máximo de ideias possível; não apenas para
aumentar o ritmo de trabalho, mas também para manter os funcionários valorizados.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
Deixe claro que você está interessado no equilíbrio trabalho-vida dos funcionários.
Investir na vida deles também significa investir na felicidade deles. Isso pode significar
perguntar como estão os familiares de seus funcionários, levá-los a um bar ou organizar uma
viagem de férias. Você quer indivíduos equilibrados e relaxados, e não robôs desmotivados
que contam os segundos para desligar.
Certo, então você não quer vestir uma fantasia de macaco. Mas ir ao trabalho
carregando uma caixa de bolinhos de banana não seria ruim!
Participe do almoço para fazer piadas com seu time. O riso é contagioso e pode
manter todos animados, mesmo com os prazos a serem cumpridos.
Permita que eles o enxerguem com uma pessoa esquisita e tudo mais. A realidade
transformará você numa pessoa com sentimentos – alguém a ser respeitado e que não pode
ficar desapontado com os outros.
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Dicas
• Dê uma folga à equipe de vez em quando. Se houver algo relaxante que ajude os
empregados, distribua-os ocasionalmente. Por exemplo, se alguém precisa descer
o prédio para colocar cartas no correio, e várias pessoas gostam de sair de vez em
quando, permita que elas façam isso!
• Faça uma festa com a equipe, jogue jogos e distribua prêmios. Relacione os jogos
ao trabalho. Você poderia fazer um jogo de perguntas e respostas para descobrir
quantos ramais os funcionários memorizaram, ou quantos produtos da empresa os
trabalhadores conhecem.
• Reconheça que a maioria das pessoas trabalha pelo salário, e que o encorajamento
só ajuda o trabalhador a manter a produtividade. Se você não puder dar aumentos,
conceda bonificações para empregados que merecem. Por exemplo: dê um a mais para
trabalhadores organizados, mais criativos ou dê a eles a oportunidade de conhecerem
alguém que possa mudar suas carreiras.
Avisos
Não espere ser amigo das pessoas que você supervisiona, mesmo que determinados
funcionários sejam realmente seus “amigos” fora dos negócios. Você é o supervisor de seus
funcionários, e conversas casuais ou inapropriadas, especialmente envolvendo comentários
sugestivos, podem render processos.
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Comunicação e Relacionamento
3- Ouça na Essência;
Fique atento as estas dicas e a forma com que se comunica com seus colegas, líderes
e liderados. Tanto a linguagem verbal como a corporal falam muito sobre você. Busque
aperfeiçoar sua comunicação, ampliar seu vocabulário, estar atento ao seu gestual.
Desta forma você conseguirá atingir, de maneira mais assertiva, os seus públicos e o
que é melhor, ter suas mensagens compreendidas com sucesso.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
10 - DINÂMICAS DE GRUPO
As ciências sociais oferecem hoje aos indivíduos diversos meios que permitem
incentivar os educandos a participarem ativamente do processo de aprendizagem, trabalhando
em grupos.
Esses recursos diferem, de certo modo, dos processos habituais do ensino formal
e acadêmico e são os resultados de uma evolução natural e progressiva das doutrinas
pedagógicas, a partir do século XVII, com RATKE (1612) que começou a preocupar-se
com os princípios e regras do ensino e com BACON (1620) que salientava a importância da
observação, seleção de dados, formulação de hipóteses e generalização para a conquista do
conhecimento, caracterizando assim o método indutivo.
• 1º) não admitir nada como verdadeiro, se não se oferece como evidente (evidência);
• 2º) dividir cada uma das dificuldades em tantas partes quantas forem necessárias para
resolvê-las melhor (análise);
• 4º) fazer enumeração completa e geral para ter a segurança de não haver omitido nada
(comparação).
A preocupação de Bacon e Descartes era buscar normas, imprimindo uma ordem nas
ideias até então apresentadas, procurando, assim, metodizar o processo de aprendizagem.
Em 1657, Comenius lançou as bases para obter-se maior rapidez no ensino, com
economia de tempo e energia, tornando conhecido o termo Didática. Comenius valorizava
o educando, enfatizando que ‘’ somente fazendo é que se aprende’’. Em 1762, Rousseau
proclamou a importância do conhecimento da natureza psíquica do educando, chegando,
assim ao conceito de educação paidocêntrica: ‘’O educando é o objeto e o guia da educação.’’
• 1º) o aluno só aprende bem quando o faz pessoalmente por observação, reflexão e
experimentação (auto ensino);
• 2º) o ensino deve ser adaptado à natureza peculiar de cada aluno (ensino diferenciado);
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• 4º) a matéria de ensino deve ser organizada de tal modo que chegue a ter efeito global
na formação do educando (ensino globalizado);
Naturalmente que será muito mais fácil para o professor recorrer a um livro e ditá-lo
em classe do que organizar um meio ambiente e um conjunto de atividades que possibilitem
ao educando crescer e alcançar os estados de conduta desejados. Porém, está comprovado que
o uso da Dinâmica de Grupos veio facilitar o trabalho do ‘’novo professor’’ para a sociedade
atual. Com o auxílio das técnicas grupais, é possível ao docente desenvolver no educando
outras habilidades de caráter formativo, à medida que são ministrados os conhecimentos
pretendidos.
Estes passam a ser meios que o docente utiliza, com a ajuda da Dinâmica de Grupos,
para conduzir o educando a fazer uso de suas potencialidades, não somente para atender a
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
seus próprios interesses pessoais, mas sobretudo para atender aos interesses da comunidade.
O que é grupo?
Existem vários conceitos de grupo um deles poderíamos citar como exemplo seria
o de HOMANS que conceitua Grupo como sendo uma quantidade de pessoas que se
comunicam amiúde entre si, durante certo tempo, com o fim de estudar um problema e que
são suficientemente poucas como para que cada uma delas possam comunicar-se com todas
as demais de maneira dinâmica e direta.
Devemos salientar também, para melhor compreensão desse conceito, que para
constituir um Grupo não basta reunir um número reduzido de pessoas, nem haver um
interesse comum; é necessário, ainda que haja interação entre seus componentes, o que
representa o núcleo essencial do Grupo.
Compreende-se por interação, ação recíproca em que cada indivíduo, em sua relação
com os demais, respeita e procura se colocar frente aos problemas surgidos respeitando a
individualidade de cada um, mas buscando um ponto comum.
A partir do momento que o grupo se torna mais numeroso a interação se torna mais
complexa, em tal caso, as reações que se suscitam no grupo transformam-se em fenômenos
de massas, assim dificultando o trabalho em grupo.
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T É C N I C O
O grupo
Para HOMANS “a capacidade para a vida em grupo se aprende por sua vez, nos
grupos”, se estes não são sadios, a aprendizagem será prejudicada.
• A agressão- que se manifesta em palavras ou gestos, quando as suas ideias não são
aceitas;
O que se observa é que a toda uma necessidade de ajuste frente aos muitos obstáculos
que surgem durante e depois da organização do trabalho em grupo.
O objetivo
Para que um grupo exista a necessidade que haja um objetivo definido, muitas vezes
os membros do Grupo não percebem as razões da existência deste; entretanto à medida que a
ação se faz presente, vai obtendo uma maior coesão grupal e os indivíduos se vão inteirando
do em que e para que estão trabalhando em grupo.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
Conceito de Liderança
O termo liderança tornou-se tão desgastado e confuso que vem sendo usado como
qualquer tipo de influência de um indivíduo sobre outro, podendo ir desde a persuasão lógica
até a mais brutal dominação física.
Finalmente concluímos que a liderança se observa pela influência que deixa nos
membros do grupo em termos de objetivos e planos de ação que as pessoas descobrem por
si, com o auxílio do líder, do senso de responsabilidade e satisfações dominantes em grande
parte do grupo.
Ambiente paternalista: Onde o líder é cordial e amável, esse tipo de liderança evita
discordâncias e produz uma ação feliz e efetiva.
O sabe-tudo: Aquele indivíduo que fala tudo e não para, exceto o assunto em questão.
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O do contra: Indivíduo que discute e se coloca contra sempre, muitas vezes sem ter
fundamento para tais atitudes.
O mudo voluntário: Indivíduo que nunca se interessa por coisa alguma, acha as
questões muito complicadas ou simples demais e procura se manter calado.
O Tímido: Aquele indivíduo que não tem coragem ou mesmo habilidade para
expressar suas ideias. Teme crítica.
O obstinado: Indivíduo que ignora totalmente o ponto de vista dos outros, não cede
de maneira alguma.
CONCLUSÃO
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
11.1.1 - Moral
A palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo
aos costumes”. A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma
de garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma
identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial
moral comum, ou seja, é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem
em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano.
A moral tem caráter obrigatório.
A moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva
a distinguir o bem do mal no contexto em que se vive. Surgindo realmente quando o homem
passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras
tribos.
A moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza,
seres sociais, assim percebe-se que a moral também é um empreendimento social. E esses
atos morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitas, voluntariamente.
Portanto, o termo moral significa tudo o que se submete a todo valor onde devem
predominar na conduta do ser humano as tendências mais convenientes ao desenvolvimento
da vida individual e social, cujas aptidões constituem o chamado sentido moral dos indivíduos.
- Vencível, caso seja possível por meio de pesquisas, estudos, informações, transformá-
la em correta;
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c) Consciência certa: é aquela que julga sem duvidar (pode ser correta ou errônea).
A consciência certa deve ser obedecida mesmo quando errônea, pois, do ponto de vista da
pessoa que age, ela é também correta.
Assim, por exemplo, uma salpingectomia realizada numa prenhez ectópica, quando
a trompa contém um feto vivo não viável, parece ser, em certas condições, admissível. É
essa ao menos, a opinião de moralistas de valor. Pode, portanto, um enfermeiro cooperar na
operação.
Havendo motivo, pode-se seguir uma opinião solidamente provável, mesmo quando
houver outra mais provável.
I – Especulativa, se a razão está em dúvida sobre a existência ou não de uma lei moral
que determine alguma coisa em referência à ação proposta;
II – Prática, se a razão não consegue chegar a uma conclusão a respeito da moralidade da ação.
Caso não se consiga, é possível agir; não porque seja possível agir em estado de
dúvida, mas porque a dúvida praticamente não cessa, uma vez que não existe obrigação e
não há certeza da existência de uma lei.
No caso de uma dúvida prática, não se pode agir antes de resolvê-la. Com efeito, agir
enquanto perdura a dúvida seria praticamente aceitar a possibilidade da realização de uma
ação moralmente má. A solução, é pois, abster-se da ação até resolver-se a dúvida ou adotar-
se o modo de agir mais seguro do ponto de vista moral.
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Relações Interpessoais e Ética Profissional
É comum se dizer que ética e moral são a mesma coisa. Na verdade, são conceitos
diferentes, conforme veremos a seguir. Enquanto a ética diz respeito à disciplina teórica e à
sistematização por meio de regras a serem seguidas e que estabelecem o que é bom para a
coletividade, já a moral direciona a prática cotidiana.
Vale destacar também que a moral não se reduz apenas a seu aspecto social, pois a
medida que desenvolvemos nossa reflexão crítica, passamos a questionar os valores herdados,
para então decidir se aceitamos ou não as normas. A ética, tanto quanto a moral, não é um
conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa.
Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e
uma justificação crítica universal e, a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância
crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la.
11.1.2 - Valor
Cada objeto que existe na natureza só tem valor no momento em que o homem
estabelece relação com ele. É o homem que dá valor às coisas ou cria valores na sua relação
com a natureza e com os outros homens. Assim, temos valores naturais, que independem do
trabalho humano, como a água e as plantas; e os valores artificiais, produzidos pelo trabalho
humano, como aparelhos eletrodomésticos, esculturas, objetos de uso pessoal, etc.
Contudo, só pelo fato de ter um valor para o homem, não significa que há uma
conotação moral neste valor. O valor moral dependerá de qual utilização será dada ao objeto,
a que fim, interesse ou necessidade servirá. Por exemplo, a descoberta de uma droga que
pode salvar vidas e que é utilizada em uma guerra química, causando mortes.
Logo, só podemos atribuir valor moral a um ato se ele tem consequências que afetam
a outros indivíduos, a um grupo social ou a toda uma sociedade.
A definição de um ato humano como moralmente valioso ou não, ou seja, o juízo de valor
que se faz de um ato humano, é a aferição de um valor ao ato de um sujeito por outro sujeito.
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Se os valores não são coisas, pois resultam da experiência vivida pelo homem ao se
relacionar com o mundo e os outros homens, talvez pudéssemos concluir que tais experiências
variam conforme o povo e a época. É o que parece nos sugerir a diversidade de costumes:
para algumas tribos, é indispensável matar os velhos e as crianças que nascem com algum
defeito, o que para nós pode parecer incrível crueldade. Na Idade Média era proibido dissecar
cadáveres, e, no entanto as instituições de justiça tinham o direito de torturar seres vivos.
Nosso costume de comer bife escandaliza o hindu, para quem a vaca é animal sagrado.
Isso significa que os valores são em parte herdados da cultura. Aliás, a primeira
compreensão que temos do mundo é fundada no solo dos valores da comunidade a que
pertencemos.
Em tese, tais valores existem para que a sociedade subsista, mantenha a integridade
e possa se desenvolver. Ou seja, a moral existe para se viver melhor. Talvez essa afirmação
cause espanto, se considerarmos que as regras morais são concebidas como condição de
repressão humana, sendo, assim, geradoras de infelicidade. Isso também é verdadeiro, mas
só enquanto deformação da moral autêntica e em contexto diferente daquele que estamos
considerando aqui. O que nos interessa enfatizar, em um primeiro momento, é que os grupos
humanos precisam de regras para viver bem.
Por isso é possível entender como, em certas tribos, onde há escassez de alimentação,
há o costume de matar crianças defeituosas e velhos incapazes de produzir, uma vez que se
tornam peso prejudicial à sobrevivência do grupo.
11.1.3 - Ética
A palavra ética é de origem grega, derivada de ethos, que por sua vez diz respeito
ao costume ou mesmo aos hábitos dos homens. Os estudos sobre o tema lidam com a
compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade social e da
vida individual além de tratar-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas
tanto no âmbito coletivo quanto no âmbito individual. Diversos são os autores que conceituam
a Ética. Ela é denominada, por exemplo, como “um conjunto de valores morais e princípios
que norteiam a conduta humana na sociedade” ou então, conforme outra definição, uma
parte da filosofia (e também pertinente às ciências sociais) que lida com a compreensão das
noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual.
47
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais
consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual, ou seja, é o conjunto de
princípios morais que regem os direitos e deveres de um indivíduo ou de uma organização,
dentro de um determinado setor de trabalho.
A ética teria surgido com Sócrates, pois se exige maior grau de cultura. Ela investiga
e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou
hábito, mas principalmente por convicção e inteligência.
A ética é a ciência que ensina o homem a agir corretamente. O homem não quer
apenas viver, mas viver bem. Não se deve entender este bem como uma preocupação egoísta
de conseguir valores materiais, senão como um aperfeiçoamento moral capaz de integrar a
aspiração de cada um aos interesses de todos. O objetivo da ética é a aquisição de hábitos
bons, que contribuam para a formação do caráter nobre, levando o indivíduo a ser e agir de
maneira íntegra e honrada.
A ética no âmbito das relações sociais afirma explicitamente que a pessoa humana é e
deve ser o princípio, o sujeito e o fim de todas as instituições sociais. A vida social é criação
sua, nela se concretiza e se realiza a liberdade do homem; a ordem social e o progresso
devem ordenar-se incessantemente para o bem das pessoas, pois a organização das coisas
deve subordinar-se à ordem das pessoas e não o contrário.
11.1.4 - Bioética
A bioética é uma prática racional muito específica que põe em movimento, ao mesmo
tempo, um saber, uma experiência e uma competência normativa, em um contexto particular
do agir que é definido pelo prefixo ‘bio’. Poderíamos caracterizá-la melhor dizendo que
é uma instância de juízo, mas precisando que se trata de um juízo prático, que atua em
circunstâncias concretas e ao qual se atribui uma finalidade prática a través de várias formas
de institucionalização. Assim, a bioética constitui uma prática de segunda ordem, que opera
sobre práticas de primeira ordem, em contato direto com as determinações concretas da ação
no âmbito das bases biológicas da existência humana.
Ocorre que nos últimos anos a medicina, a biologia e a engenharia genética alcançaram
48
T É C N I C O
• c) Bioética clínica (o de decisão): trata da práxis médica e do caso clínico, quais são
os valore em jogo e quais os caminhos corretos de conduta.
49
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Com isso, muitos costumes, ideias e valores passam a ser questionados dia-a-dia,
caminhando para uns, rumo à evolução, para outros rumo ao caos. Porém, a sociedade é
extremamente conservadora e o indivíduo que porventura adotar um comportamento que
venha a destoar dos padrões preestabelecidos será discriminado ou marginalizado.
- Distúrbio hormonal;
- Predisposição constitucional;
50
T É C N I C O
O tabaco é uma erva cujo ingrediente ativo é a nicotina, substância venenosa que,
como tal, age no organismo de forma maléfica, levando o indivíduo ao “suicídio em câmara
lenta”, uma vez que as consequências são perceptíveis a longo prazo. Os efeitos nocivos
dessa prática são exercidos, principalmente, sobre os aparelhos respiratório, circulatório e
digestivo, bem como sobre o sistema nervoso.
Porém, a sua nocividade não se restringe apenas ao tabagista, mas também aos não
fumantes e ao ambiente. Em vista do exposto, justifica-se a luta travada internacionalmente
contra o vício de fumar.
51
Relações Interpessoais e Ética Profissional
13 - ÉTICA PROFISSIONAL
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por
exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude
pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos de não utilização de animais para estes
fins. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética
de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica,
ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc.
13.2 - Lei
As relações entre pessoas são reguladas por lei prescritivas, em todas as sociedades.
Mas, a maioria deles é regido pelos costumes, quer dizer, regras informais de comportamento
social e moral.
Mas algumas destas regras, nós, só aceitamos se nós fizemos parte dos grupos
particulares onde estas leis são inseridas, como religião, grupos educacionais. E algumas
delas são leis precisas feitas por nações e se obrigam a serem aceitadas por todos os cidadãos
no poder delas.
Leis feitas pelo governo são, não obstante, frequentemente moldadas nas regras
informais de conduta que já existem na sociedade e nas relações entre as pessoas, regulado
por uma combinação de todas estas regras.
Com que motivo os governos fazem e obrigam as leis? Controle social é uma das respostas.
52
T É C N I C O
Leis públicas estabelecem a autoridade do próprio governo, e direitos civis provêem uma
armação de interação entre cidadãos. Sem leis, é discutido, haveria anarquia em sociedade.
13.3 - Norma
Normas são razões ou motivos para agir, para acreditar ou para sentir. Ordens e
permissões expressam ordens. Elas prescrevem maneiras de ser ao mundo ao invés de
descrever estados do mundo. Resumidamente, normas é o cumprimento das regras de acordo
com seus valores.
13.4 - Estatuto
Não existe um padrão único para estatutos e regimentos internos. Cada entidade
tem total liberdade de colocar o que quiser nesses instrumentos. Mas o que quer que seja
colocado, será lido pelos futuros interessados e pelos órgãos governamentais para fornecer
subsídios, ajudas, verbas e doações. Nessa hora é importante que o conteúdo desses
instrumentos contenha visões muito claras, éticas e adequadas, que mostrem que a entidade
tem um comportamento ético muito elevado, que as suas ações são realizadas com muita
democracia e que a gestão dos recursos é realizada com muita transparência.
Lembre-se sempre que o estatuto e o regimento interno devem conter cláusulas que
fornecem direitos às pessoas, mas é importante ter também todas aquelas cláusulas que
criam obrigações para as pessoas.
53
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Art. 2º - A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por
pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com
jurisdição na área onde ocorre o exercício.
Art. 5º - (vetado)
§ 1º - (vetado)
§ 2º - (vetado)
IV - Aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro
conforme o disposto na alínea “d” do Art. 3º. do Decreto nº 50.387, de 28 de março de
1961.
54
T É C N I C O
III - O titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do Art. 2º. da Lei nº
2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de
dezembro de 1961;
I - privativamente:
55
Relações Interpessoais e Ética Profissional
d) (vetado)
e) (vetado)
f) (vetado)
g) (vetado)
i) Consulta de Enfermagem;
f) Prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante
a assistência de Enfermagem;
56
T É C N I C O
Parágrafo único - às profissionais referidas no inciso II do Art. 6º desta Lei incumbe, ainda:
Art. 15º - As atividades referidas nos arts. 12º e 13º desta Lei, quando exercidas em
instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser
desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.
57
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Art. 20º - Os órgãos de pessoal da administração pública direta e indireta, federal, estadual,
municipal, do Distrito Federal e dos Territórios observarão, no provimento de cargos e funções
e na contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta Lei.
Parágrafo único - Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as medidas necessárias
à harmonização das situações já existentes com as disposições desta Lei, respeitados os
direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários.
Parágrafo único - A autorização referida neste artigo, que obedecerá aos critérios baixados
pelo Conselho Federal de Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o prazo de
10 (dez) anos, a contar da promulgação desta Lei.
Art. 25º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias
a contar da data de sua publicação.
José Sarney
Lei nº 7.498, de 25.06.86 publicada no DOU de 26.06.86 - Seção I - fls. 9.273 a 9.275
58
T É C N I C O
13.5.2 - Lei Nº. 94406\87- Regulamenta a Lei no. 7.498 de 25 de junho de 1986, que
dispõe sobre o exercício da enfermagem - Decreto Nº 94.406/87
O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
Decreta:
I - O titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
IV - Aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira
conforme o disposto na letra “d” do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de
março de 1961.
59
Relações Interpessoais e Ética Profissional
III - O titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do Art. 2º. da Lei nº
2.604, de 17 de setembro de1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de
dezembro de 1961;
I - Privativamente:
60
T É C N I C O
e) Consulta de Enfermagem;
61
Relações Interpessoais e Ética Profissional
I - Assistir ao Enfermeiro:
f) Na execução dos programas referidos nas letras “i” e “o” do item II do Art. 8º.
62
T É C N I C O
c) Fazer curativos;
IV - Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive:
63
Relações Interpessoais e Ética Profissional
enfermagem e médicas;
Parágrafo único - As atividades de que trata este artigo são exercidas sob supervisão de
Enfermeiro Obstetra, quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível,
sob controle e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domicílio ou onde
se fizerem necessárias.
Art. 13 - As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente poderão ser exercidas sob
supervisão, orientação e direção de Enfermeiro
64
T É C N I C O
José Sarney
13.5.3 - Resolução do COFEN Nº. 311\2007 – Aprova o código de ética dos profissionais
de enfermagem e dá outras providências.
ANEXO
PREÂMBULO
65
Relações Interpessoais e Ética Profissional
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DIREITOS
66
T É C N I C O
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho
Regional de Enfermagem.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 7º - Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos
legais e que possam prejudicar o exercício profissional.
PROIBIÇÕES
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro da equipe
de enfermagem, equipe de saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da
categoria ou instituições.
Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato,
que infrinja postulados éticos e legais.
SEÇÃO I
DIREITOS
Art. 10 - Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica,
ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
67
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente
aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem.
Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de ser
representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem-estar.
Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo
vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.
PROIBIÇÕES
68
T É C N I C O
Parágrafo único - Nos casos previstos em lei, o profissional deverá decidir, de acordo com
a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.
Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na
legislação vigente e em situação de emergência.
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, exceto em
caso de emergência.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência.
SEÇÃO II
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
69
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Art. 40 - Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja por
imperícia, mprudência ou negligência.
PROIBIÇÕES
Art. 42 - Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como permitir que suas
ações sejam assinadas por outro profissional.
SEÇÃO III
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
70
T É C N I C O
PROIBIÇÕES
Art. 57 - Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que envolvam
recusa ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela necessidade do profissional
em cumprir o presente código e a legislação do exercício profissional.
SEÇÃO IV
DIREITOS
71
Relações Interpessoais e Ética Profissional
RESPONSABILIDADES E DEVERES
PROIBIÇÕES
72
T É C N I C O
Art. 75 - Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde,
unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento
congênere sem nele exercer as funções de enfermagem pressupostas.
Art. 78 - Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para
impor ordens, opiniões, atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar
pessoas ou dificultar o exercício profissional.
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de
sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o
consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.
73
Relações Interpessoais e Ética Profissional
PROIBIÇÕES
Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos para pessoas que não estão
diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos previstos na
legislação vigente ou por ordem judicial.
Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma que os envolvidos
possam ser identificados.
CAPÍTULO III
DIREITOS
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 89 - Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos, segundo
a especificidade da investigação.
74
T É C N I C O
PROIBIÇÕES
Art. 97 - Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, usá-los para fins
diferentes dos pré-determinados.
Art. 100 - Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, dados,
informações, ou opiniões ainda não publicadas.
Art. 102 - Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome como autor
ou coautor em obra técnico-científica.
CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE
DIREITOS
75
Relações Interpessoais e Ética Profissional
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 106 - Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferentes formas de
divulgação.
PROIBIÇÕES
Art. 107 - Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional.
Art. 108 - Inserir imagens ou informações que possam identificar pessoas e instituições
sem sua prévia autorização.
Art. 111 - Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorários que caracterizem
concorrência desleal.
CAPÍTULO V
Art. 112 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas
penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros
dispositivos legais.
Art. 113 - Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em
desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem.
Art. 114 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos
Federal e Regional de Enfermagem.
Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela
obtiver benefício, quando cometida por outrem.
Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos do dano
e de suas conseqüencias.
Art. 117 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos do Código
de Processo Ético das Autarquias Profissionais de Enfermagem.
76
T É C N I C O
I - Advertência verbal;
II - Multa;
III - Censura;
§3º - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
77
Relações Interpessoais e Ética Profissional
IV - Os antecedentes do infrator.
I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com
eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato;
I - Ser reincidente;
78
T É C N I C O
CAPÍTULO VI
Art. 124 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas,
cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.
Art. 125 - A pena de advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 5º a 7º; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; 57;
69 a 71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 98 a 102; 105; 106; 108 a 111 deste Código.
Art. 126 - A pena de multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos
artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 56 a 59; 72 a 80;
82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste Código.
Art. 127 - A pena de censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido
nos artigos: 8º; 12º; 13º; 15º; 16º; 25; 30 a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59; 71 a 80; 82; 84;
85; 90; 91; 94 a 102; 105; 107 a 111 deste Código.
Art. 128 - A pena de suspensão do exercício profissional é aplicável nos casos de infrações
ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35; 41 a 43;
48; 56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108 deste Código.
CAPITULO VII
Art. 130 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por
iniciativa própria ou mediante proposta de Conselhos Regionais.
Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a
categoria, coordenada pelos Conselhos Regionais.
Art. 132 - O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação, revogadas as
79
Relações Interpessoais e Ética Profissional
disposições em contrário.
13.4. Lei no. 8080 – Lei orgânica da saúde de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
O presidente da República.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º - Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde,
executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas
naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
80
T É C N I C O
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no
artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar
físico, mental e social.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
§ 2º - (vetado)
Art. 6º - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - A execução de ações:
§ 1º - De vigilância sanitária;
§ 2º - De vigilância epidemiológica;
§ 3º - De saúde do trabalhador;
81
Relações Interpessoais e Ética Profissional
§ 3º - Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades
que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária,
à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das
condições de trabalho, abrangendo:
82
T É C N I C O
83
Relações Interpessoais e Ética Profissional
X - Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XIII - Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.
Art. 8º - As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão
organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
Art. 9º - A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso
I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
seguintes órgãos:
84
T É C N I C O
Art. 12º - Serão criadas comissões Inter setoriais de âmbito nacional, subordinadas ao
Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por
entidades representativas da sociedade civil.
Art. 13 - A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões Inter setoriais,
abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I - Alimentação e nutrição;
IV - Recursos humanos;
V - Ciência e tecnologia; e
VI - Saúde do trabalhador.
Art. 14º - Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de
saúde e as instituições de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades,
métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos
do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à
pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
85
Relações Interpessoais e Ética Profissional
86
T É C N I C O
Seção II - Da Competência
§ 2º - De saneamento básico; e
§ 3º - De vigilância epidemiológica; e
§ 4º - Vigilância sanitária;
87
Relações Interpessoais e Ética Profissional
XIII - Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
XIV - Elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde
(SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;
88
T É C N I C O
§ 1º - De vigilância epidemiológica;
§ 2º - De vigilância sanitária;
§ 3º - De alimentação e nutrição; e
§ 4º - De saúde do trabalhador;
V - Participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente
que tenham repercussão na saúde humana;
VII - Participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
89
Relações Interpessoais e Ética Profissional
IV - Executar serviços:
§ 1º - De vigilância epidemiológica;
§ 2º - Vigilância sanitária;
§ 3º - De alimentação e nutrição;
§ 4º - De saneamento básico; e
§ 5º - De saúde do trabalhador;
90
T É C N I C O
X - Observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
Art. 19.A - As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações
indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao
disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19.C - Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção
à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19.D - O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os
órgãos esponsáveis pela Política Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
91
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Art. 19.G- O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS,
descentralizado, hierarquizado e regionalizado.(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 1º - O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários
Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19.H - As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados
de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho
Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19.J - Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria
ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
92
T É C N I C O
§ 1º - O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 2º - As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este
artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder
Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
CAPÍTULO I - Do Funcionamento
Art. 20º - Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por
iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas
de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.
Art. 24º - Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura
assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS)
poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
93
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Art. 25º - Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos
terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 3º - (Vetado).
II - (Vetado)
III - (Vetado)
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS)
constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas,
elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.
94
T É C N I C O
TÍTULO V - DO FINANCIAMENTO
Art. 31º - O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS)
de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades,
previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos
da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
I - (Vetado)
§ 1° - Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I
deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.
95
Relações Interpessoais e Ética Profissional
§ 4º - (Vetado).
§ 6º - (Vetado).
Art. 33º - Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados
em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos
respectivos Conselhos de Saúde.
§ 2º - (Vetado).
§ 3º - (Vetado).
Art. 35º - Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal
e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica
de programas e projetos:
96
T É C N I C O
§ 3º - (Vetado).
§ 4º - (Vetado).
§ 5º - (Vetado).
Art. 36º - O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será
ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-
se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de
saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
97
Relações Interpessoais e Ética Profissional
§ 1º - (Vetado).
§ 2º - (Vetado).
§ 3º - (Vetado).
§ 4º - (Vetado).
§ 6º - Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus
acessórios, equipamentos e outros.
§ 7º - (Vetado)
Art. 41º - As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto
Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS), permanecerão como referencial de prestação de serviços, formação de recursos
humanos e para transferência de tecnologia.
Art. 43º - A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos
98
T É C N I C O
Art. 52º - Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular
de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros
do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei.
99
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Art. 55º - São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17
de julho de 1975, e demais disposições em contrário.
FERNANDO COLLOR
14.1 - Aborto
Tipos de aborto;
a) Involuntário: que pode ser espontâneo, quando ocorre sem nenhuma participação
humana, ou culposo, quando decorrente de uma ação perigosa á gestação feita por
imprudência;
b) Voluntário: Podendo ser direto, que é a ação sobre o ovo fecundado com a intenção
de tirar-lhe a vida, ou indireto que embora previsto, não é desejado. Resulta de uma ação
lícita, que por sua natureza visa um efeito bom.
Aborto direto ou provocado, no Brasil, pode ser legal ou criminoso. É legal, quando a
gravidez coloca em risco a vida da mãe, ou é resultado de estupro. Neste caso, a vítima ou
seu representante legal obtém autorização judicial para realizar o aborto.
As demais indicações são consideradas criminosas, sendo os seus praticantes (mulher
que permite, indivíduos que colaboram ou realizam o aborto) penalizados conforme previsto
no Código Penal Brasileiro.
14.2 - Eutanásia
100
T É C N I C O
A obtenção de órgãos de doador vivo tem sido muito utilizada, ainda é útil, porém é
igualmente questionável desde o ponto de vista ético. Este tipo de doação somente tem sido
aceito quando existe relação de parentesco entre doador e receptor. A doação de órgãos por
parte de amigos ou até mesmo de desconhecidos tem sido fortemente evitada. As questões
envolvidas são a autonomia e a liberdade do doador ao dar seu consentimento e a avaliação
de risco\benefício associada ao procedimento, especialmente com relação a não-maleficência
(mutilação) do doador.
A utilização de órgãos de doadores cadáveres tem sido a solução mais promissora para
o problema da demanda excessiva. O problema inicial foi o estabelecimento de critérios para
caracterizar a morte do indivíduo doador. A mudança do critério cardiorrespiratório para o
encefálico possibilitou um grande avanço neste sentido. Os critérios para a caracterização de
morte encefálica foram propostos, no Brasil, pelo Conselho Federal de Medicina através da
resolução CFM 1480\97.
101
Relações Interpessoais e Ética Profissional
Em 16 de janeiro de 1997, foi aprovada, pelo Congresso Nacional, após uma longa
discussão, a nova lei de transplante (Lei 9434\97), sancionada pelo Presidente da República
em 4 de fevereiro de 1997, que altera a forma de obtenção para consentimento presumido. A
legislação anteriormente vigente (Lei 8489\92 e o Decreto 879\93) estabeleciam o critério da
doação voluntária. Em março de 2001 houve uma nova mudança, através da lei 10211, que dá
plenos poderes para a família doar ou não os órgãos de cadáver. Todas as manifestações de
vontade constante em documentos foram tornadas sem efeito.
Ao longo de poucos anos, houve uma mudança muito grande na abordagem desta
questão no Brasil. No período de 1968 a 1997 era válida a vontade do indivíduo, na sua ausência
a família poderia se manifestar. A partir de 1997 houve a mudança para a possibilidade da
utilização dos cadáveres sem a participação da família, salvo manifestação individual em
contrário. Desde março de 2001, apenas a família tem poderes para permitir ou não a doação,
sem que haja espaço legal para a manifestação do indivíduo. Recentemente foi apresentada
uma proposta inusitada. Um projeto de Lei, de junho de 2004, propõe a utilização intervivos
de órgãos de condenados a penas superiores a 30 anos de reclusão.
A alocação dos órgãos para transplante, assim como de outros recursos escassos
deve ser feita em dois estágios. O primeiro estágio deve ser realizado pela própria equipe de
saúde, contemplando os critérios de elegibilidade, de probabilidade de sucesso e de progresso
à ciência visando a beneficência ampla. O segundo estágio, a ser realizado por um Comitê
de Bioética, pode utilizar os critérios de igualdade de acesso, das probabilidades estatísticas
envolvidas no caso, da necessidade de tratamento futuro, do valor social do indivíduo
receptor, da dependência de outras pessoas, entre outros critérios mais.
Também conhecida como pena capital, é a condenação à morte daquele que tenha
cometido crimes como traição à pátria e assassinato, a sentença é dada pelo poder judiciário.
Este tipo de sentença já foi abolida em vários lugares do mundo, porém ainda existem
países os quais praticam a pena de morte, à exemplo os Estados Unidos, China, Afeganistão,
etc.
No Brasil a pena de morte foi abolida parcialmente, atualmente só pode ser aplicada
em tempo de guerra. A aplicação da sentença poderia ser das seguintes formas:
- Injeção letal;
- Fuzilamento;
102
T É C N I C O
- Estrangulamento;
- Câmera de gás;
- Asfixia;
- Crucificação;
- Fogueira.
A pena de morte é uma forma de punição muito controversa atualmente. Os que são
a favor dela dizem que é eficaz na prevenção de futuros crimes e que é apropriada como
punição para assassinato. Os opositores dizem que não é aplicada de forma eficaz e que,
como consequência, vários inocentes são executados anualmente. Também afirmam que é
uma violação dos direitos humanos e que é usada de forma indiscriminada para executar
pessoas de minorias étnicas.
Células tronco são células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados
tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.). Sua utilização para fins
terapêuticos pode representar talvez a única esperança para o tratamento de inúmeras doenças
ou para pacientes que sofreram lesões incapacitantes da medula espinhal que impedem seus
movimentos.
A forma mais comum de obtenção destas células é por meio de embriões congelados.
Nesta técnica, óvulos fertilizados em clínicas de reprodução assistida se desenvolvem até o
estágio conhecido como blastocisto. Após chegar a este estágio o embrião é destruído e as
células tronco são removidas.
Na formulação aprovada pelo Senado Federal, fica permitida, para fins de pesquisa e
terapia, a utilização de células tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos
por fertilização in-vitro e não utilizados no respectivo procedimento, desde que os embriões
sejam inviáveis ou sejam embriões congelados há três anos ou mais, na data da publicação da
lei, ou que, já congelados na data da publicação da lei, depois de três anos, contados a partir
da data do congelamento.
103
Relações Interpessoais e Ética Profissional
pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células tronco embrionárias
humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês
de ética. Fica vedada a comercialização do material biológico em questão.
14.6 - Homicídio
É a morte de uma pessoa praticada por outrem, de forma direta ou indireta. É o assassinato.
São várias as razões que levam o indivíduo a praticar tal ato: amor, ódio, medo,
vingança, inveja, angústia, etc., razões que, porém, não o justificam.
Segundo a legislação brasileira (código penal), constitui crime esta prática, variando a
penalidade de acordo com o tipo de homicídio praticado (simples, qualificado, necessário, etc.).
14.7 - Suicídio
Significa pôr fim à própria vida por livre vontade ou por falta de discernimento e
visão unilateral da realidade.
14.8 - Esterilização
A laqueadura deve ser realizada apenas nos casos em que há risco de vida para a mãe
ou para o filho. A indicação terapêutica deve ser feita após criteriosa avaliação, mediante
documento assinado por três médicos aprovando a necessidade da operação e, também,
mediante a assinatura da mulher concordando com a cirurgia.
Tem-se que observar que a negligência ocorre quase sempre por omissão, enquanto
104
T É C N I C O
a imprudência ou a imperícia por comissão, ou seja por incumbência imposta pela profissão.
Ainda no campo da diferenciação, cabe ressaltar que não conota como erro de
enfermagem o acidente imprevisível (resultado lesivo, advindo do acaso ou força maior,
incapaz de ser previsto ou evitado). Diferente também é o resultado incontrolável (oriundo
de situação incontornável, de curso inexorável, característico da evolução do caso, quando
até o momento da ocorrência a ciência e a competência profissional não dispõem de solução).
Ao tentarmos responder essas três perguntas, com certeza esbarraremos nas mais
diversas questões de ordens legais, sociais, políticas, educacionais, profissionais, etc.
Diante de nossa vasta legislação de saúde vigente no país, seria, no mínimo, demagogo
dizermos que basta as instituições cumprirem-nas para solucionarem os problemas da saúde
brasileira. Temos que ser realistas e admitir, entre outras coisas, que:
105
Relações Interpessoais e Ética Profissional
- Os cargos com poder de mando ainda são puramente de caráter político, ou seja,
encontramos um exército de chefes sem cabeça tentando comandar centenas de
subalternos com mais qualificações que eles;
- Nosso país ainda não investe nem um terço de um terço que deveria investir em pesquisa;
Temos enquanto profissionais, que exigir respeito por nosso labor. Temos que parar
de fazer o serviço de outros profissionais. Temos que esclarecer à população em geral de
quem realmente é a culpa por alguém deixar de ser atendido com resolutividade. Temos que
deixar de ser eternos secretários e domésticos.
É incrível como até hoje, mesmo diante da vasta regulamentação de nosso sistema,
que disciplina determinadas questões, como calhas de gesso, parto, suturas, auxílio de
cirurgias, etc., muitos profissionais ainda teimem em burlar tais regulamentações, ensejando,
tão somente, desrespeito à disciplina e à ética profissional, acomodação dos profissionais
que tinham a real obrigação de executar as ações, descrédito da população em relação à
responsabilidade profissional, entre outras coisas.
A Visão Alheia
O erro de enfermagem tem sido mal visualizado por outras profissões da área da saúde.
Profissionais, não de enfermagem, buscam uma versão despida de uma análise técnica
e ética, ensejando tão somente acusações soltas, de cunho coorporativo e mercantilista.
Desprezam, via de regra, o estudo das possíveis causas do fato, como má-formação
profissional, ambiente laboral adverso às práticas e ensinamentos aprendidos na formação
profissional, demanda excessiva de clientes/pacientes, em total desrespeito às recomendações
106
T É C N I C O
Penso que somente no dia em que a enfermagem deixar morrer é que algumas pessoas
entenderão que eram outros profissionais que deveriam não ter deixado a morte sobressair.
A Vigilância
Existe, com certeza, atenção especial sobre o erro de enfermagem não apenas por parte
das entidades fiscalizadoras como também por parte das entidades associativas responsáveis pelo
aprimoramento técnico no exercício ético-profissional, social e cultural da profissão.
É de bom alvitre, porém, salientar que nossa profissão, através do Sistema COFEN/
CORENs, é permanentemente fiscalizada. Se for o caso, qualquer profissional infrator de nosso
código de ética e/ou de nossas resoluções, decisões e leis são devidamente processados e punidos
na forma da legislação vigente no país, assim como de tal fato é permitida a livre divulgação por
entendermos que só a transparência exprime a honestidade, portanto o desejo de bem fazer.
A Essência do Erro
REFERÊNCIAS
107
T É C N I C O
Biossegurança
T É C N I C O
SUMÁRIO
• 2 - TIPOS DE RISCOS
4.4 - Imunização
5.1 - Artigos
5.2 - Superfícies
111
Biossegurança
• 8 - REFERÊNCIAS
112
T É C N I C O
A partir daí, deu-se início a uma série de cursos, debates e implantação de medidas
para acompanhar os avanços tecnológicos em biossegurança. Em 1985, a FIOCRUZ promoveu
o primeiro curso de biossegurança no setor de saúde e passou a implementar medidas de
segurança como parte do processo de Boas Práticas em Laboratórios, que desencadeou
uma série de cursos sobre o tema. No mesmo ano, o Ministério da Saúde deu início ao
Projeto de Capacitação Científica e Tecnológica para Doenças Emergentes e Reemergentes
visando capacitar as instituições de saúde em biossegurança. Foi também em 1995 que
houve a publicação da primeira Lei de Biossegurança, a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de
1995, posteriormente revogada pela Lei no 11.105, de 24 de março de 2005. A discussão da
biossegurança trouxe resultados e avanços ao tema.
113
Biossegurança
Promover debates sobre biossegurança em saúde nos dias atuais não apenas contribui
para a solidificação das ações e o exercício das competências na área de biossegurança, mas,
principalmente, reforça o propósito de qualidade de vida e saúde do Sistema Único de Saúde,
bem como qualifica as demandas e contribui para o fortalecimento do Complexo Industrial
da Saúde.
114
T É C N I C O
2 - TIPOS DE RISCOS
RISCOS FÍSICOS
RISCOS BIOLÓGICOS
RISCOS DE ACIDENTES
RISCOS QUÍMICOS
115
Biossegurança
pelo organismo através da pele ou por ingestão. A classificação das substâncias químicas,
gases, líquidos ou sólidos devem ser conhecidas por seus manipuladores. Nesse aspecto,
tem-se solventes orgânicos, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos.
Eles devem ser manipulados de forma adequada em locais que permitam ao operador a
segurança pessoal e do meio ambiente, além dos cuidados com o descarte dessas substâncias.
RISCOS ERGONÔMICOS
Considera-se riscos ergonômicos qualquer fator que possa interferir nas características
psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. Tais riscos
referem-se as condições dos projetos dos laboratórios como a distância em relação à altura
dos balcões, cadeiras, prateleiras, gaveteiros, capelas, circulação e obstrução de áreas
de trabalho. Os espaços devem ser adequados para a execução de trabalhos, limpeza e
manutenção, garantindo o menor risco possível de choques acidentais.
116
T É C N I C O
O Mapa de Riscos é uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos
riscos existentes nos locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de
círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil elaboração e visualização.
Classe de Risco I:
Risco individual elevado, baixo risco comunitário: o agente patogênico pode provocar
enfermidades humanas graves, podendo propagar-se de uma pessoa infectada para outra,
entretanto, existe profilaxia e/ou tratamento.
117
Biossegurança
118
T É C N I C O
A sociedade é regida por algumas regras de comportamento, ou seja, por leis que são
fundamentais no ordenamento social. Entre outros “bens” protegidos pela legislação, está a
vida. E para garantir a nossa segurança e sobrevivência, existem regras específicas.
119
Biossegurança
É importante ressaltar que, apesar de todos os cálculos, o valor da vida humana não
pode ser matematizado, sendo o mais importante no estudo o conjunto de benefícios que a
micro ou pequena empresa consegue com a adoção de boas práticas de Saúde e Segurança
no Trabalho, pois, além de prevenir acidentes e doenças, está vacinada contra os imprevistos
acidentários, reduz os custos, otimiza conceito e imagem junto à clientela e potencializa a
sua competitividade.
• Evitar trabalhar sozinho com material infeccioso. Uma segunda pessoa deve estar
acessível para auxiliar em caso de acidente;
120
T É C N I C O
• Usar luvas sempre que manusear material biológico. As luvas devem ser usadas em
todos os procedimentos que envolverem o contato direto da pele com toxinas, sangue,
materiais infecciosos ou animais infectados. Anéis ou outros adereços de mão que
interferem o uso da luva devem ser retirados. As luvas devem ser removidas com
cuidado para evitar a formação de aerossóis e descontaminadas antes de serem
descartadas. Trocar de luvas ao trocar de material. Não tocar o rosto com as luvas de
trabalho. Não tocar com as luvas de trabalho em nada que possa ser manipulado sem
proteção, tais como maçanetas, interruptores, etc. Não descartar luvas em lixeiras de
áreas administrativas, banheiros, etc.;
• Retirar o jaleco ou avental antes de sair do laboratório. Aventais devem ter seu uso
restrito ao laboratório. Não devem ser usados em áreas não laboratoriais tais como
áreas administrativas, biblioteca, cantina, etc.;
121
Biossegurança
• Manter preso em local seguro todos os cilindros de gás, fora da área do laboratório e
longe do fogo;
• Ao sair do laboratório, verificar se tudo está em ordem. Caso for o último ao sair, desligar
os equipamentos e as luzes, exceto quando indicado pelas normas do Laboratório.
• Todo novo funcionário ou estagiário deve ter treinamento e orientação específica sobre
boas práticas laboratoriais e princípios de biossegurança aplicados ao trabalho que irá
desenvolver.
Fonte: Google
122
T É C N I C O
Fonte: Google
A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor não só do
equipamento, como também das condições em que o trabalho é executado. É preciso conhecer
também o tipo de risco, a parte do corpo atingida, as características e qualidades técnicas
123
Biossegurança
Fonte: Google
LUVAS:
Lembretes Técnicos:
3. As luvas não protegem de perfurações de agulhas, mas está comprovado que elas
podem diminuir a penetração de sangue em até 50% de seu volume;
O uso de luvas não substitui a necessidade da LAVAGEM DAS MÃOS porque elas
podem ter pequenos orifícios ou danificar-se durante o uso, podendo contaminar as mãos
quando removidas.
124
T É C N I C O
AVENTAL OU JALECO
Seu uso deve ser obrigatório e restrito aos laboratórios. Os aventais de tecido devem
ser SEMPRE de mangas compridas, comprimento pelo menos até a altura dos joelhos e
devem ser usados abotoados. Deve ser dada preferência às fibras naturais (100% algodão)
uma vez que as fibras sintéticas se inflamam com facilidade. Quando retirado do laboratório
para ser lavado, o avental deverá ser acondicionado em saco plástico. Os aventais descartáveis
também devem ter as mangas compridas com punhos e serem fechados dorsalmente. O jaleco
deve ter colarinho alto e mangas longas, podendo ser de algodão ou de material sintético.
Deve ser transportado em sacos impermeáveis e lavado separadamente das roupas de uso
pessoal.
MÁSCARAS
EPI indicado para a proteção das vias respiratórias e mucosa oral durante a realização
de procedimentos com produtos químicos e em que haja possibilidade de respingos ou
aspiração de agentes patógenos eventualmente presentes no sangue e outros fluidos
corpóreos. A máscara deve ser escolhida de modo a permitir proteção adequada. Portanto,
use apenas máscara de tripla proteção e quando do atendimento de pacientes com infecção
ativa, particularmente tuberculose, devem ser usadas máscaras especiais, tipo N95 (refere-se
à capacidade para filtrar partículas maiores que 0,3µm com uma eficiência de 95%), N99 ou N100.
IMPORTANTE:
125
Biossegurança
OUTROS EQUIPAMENTOS:
• Respiradores (tecido, fibra sintética descartável, filtros para gases, pó, etc., dependendo
da necessidade);
• Gorros;
Fonte: Google
A lavagem das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para
prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o
termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior
abrangência deste procedimento. O termo engloba a higienização simples, a higienização
antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas
mais adiante.
126
T É C N I C O
• As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas
utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico.
Finalidade:
127
Biossegurança
128
T É C N I C O
Fonte: Anvisa
Finalidade:
Fonte: Anvisa
129
Biossegurança
Finalidade
As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e
descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal.
Fonte: Anvisa
130
T É C N I C O
4.4 - Imunização
• 2 doses da vacina Tríplice Viral a não ser que apresente evidência de imunidade contra
o sarampo, caxumba e rubéola.
• 3 doses de Hepatite B, principalmente para aqueles que possam estar expostos a sangue
ou outros fluidos do corpo.
• 2 doses de vacina de Varicela, a não ser que haja evidência de imunidade de varicela.
131
Biossegurança
5.1 - Artigos
132
T É C N I C O
ou estocagem, conforme o objetivo de uso do artigo; - classificar o artigo de acordo com o risco
potencial de infecção envolvido em seu uso e definir se desinfecção ou esterilização; - para que a
remoção da sujidade ou matéria orgânica não se constitua em risco a pessoa que os manuseia e ao
local onde está limpeza e desinfecção é realizada, é imprescindível o uso de EPI.
5.1.1 - Limpeza
A limpeza de artigos é feita por: fricção mecânica, utilizando água e sabão, auxiliada
por esponja, pano ou escova (padronizar pia ou recipiente paras este fim).
133
Biossegurança
5.1.2 - Descontaminação
5.1.3 - Desinfecção
134
T É C N I C O
Deve ser feita da seguinte forma: com uso de luvas, depois da limpeza com água e sabão,
aplicar o produto desinfetante e deixar o tempo necessário, como alguns exemplos abaixo:
• Lavar com água, sabão neutro e esfregar com escova; - Deixar secar naturalmente ou
em secadora com ar frio. Advertências:
• Usar EPI para limpeza de materiais e viatura (luvas, avental impermeável e óculos
de proteção).
• Limpeza: - Lavar com água, sabão neutro e esfregar com pano limpo;
135
Biossegurança
• Desinfecção: - Friccionar com pano umedecido com álcool 70%, apenas nas partes metálicas
• Limpeza: - Lavar com água, sabão neutro e esfregar com escova ou pano; - Secar com
pano limpo; - Friccionar com pano umedecido em álcool etílico a 70% e deixar secar
repetindo este procedimento por 3 (três) vezes.
5.1.4 - Enxágue
Para o enxágue após a limpeza e/ou desinfecção, a água deve ser potável e corrente.
5.1.5 - Secagem
136
T É C N I C O
5.1.7 - Estocagem
5.2 - Superfícies
Desinfecção:
b) Desprezar o papel ou pano em saco plástico de lixo. c) Aplicar sobre a área atingida,
hipoclorito (piso) ou álcool etílico a 70% (em outras superfícies) por 10 minutos,
repetindo 3 vezes.
137
Biossegurança
• Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou
feridas abertas;
• Não descartar material perfuro cortante em saco de lixo comum, mesmo que seja
branco.
• Usar sapatos fechados (não de tecido) para proteção dos pés em locais úmidos,
com presença de material biológico ou onde haja risco de acidente percutâneo (Ex.:
consultório odontológico, sala de coleta de exames, centro cirúrgico, centro obstétrico,
centro de material e esterilização, pronto-socorro e outros).
138
T É C N I C O
• Não deve ser preenchido acima do limite de 2/3 de sua capacidade total.
• Não deve ser deixado no chão, devendo estar sempre em local seguro.
• Deve ser colocado em ponto estratégico, no suporte próprio, nunca sobre pias.
• Deve-se vedá-lo com fita adesiva e colocá-lo em saco branco leitoso, dar um nó e
encaminhá-lo para o destino final.
• Colocar o saco com as amostras em caixa térmica para transporte que contenha gelo
reciclável.
139
Biossegurança
• Sangue, outros materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais são considerados
materiais biológicos envolvidos na transmissão do HIV. Apesar do sêmen e das
secreções vaginais estarem frequentemente relacionados à transmissão sexual desses
vírus, esses materiais não estarão envolvidos habitualmente nas situações de risco
ocupacional para profissionais de saúde.
• Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva (exceto em ambientes
odontológicos) são líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional. Nestes
casos, as profilaxias e o acompanhamento clínico-laboratorial não são necessários. A
presença de sangue nestes líquidos torna-os materiais infectantes.
Desde o início da epidemia da aids (1981) até o momento atual, 103 casos comprovados
e 219 casos prováveis de profissionais de saúde contaminados pelo HIV por acidente de
trabalho foram publicados em todo o mundo. Em um estudo caso-controle multicêntrico
140
T É C N I C O
Apesar das exposições percutâneas serem um dos mais eficientes modos de transmissão
do HBV, elas são responsáveis por uma minoria dos casos ocupacionais de hepatite B entre
profissionais de saúde. Em investigações de surtos nosocomiais, a maioria dos profissionais
infectados não relata exposições percutâneas. Mas, em alguns desses estudos, quase 1/3 dos
profissionais se lembram de terem atendido pacientes HBsAg positivo.
141
Biossegurança
em vários outros materiais biológicos, incluindo leite materno, líquido biliar, líquor, fezes,
secreções nasofaringes, saliva, suor e líquido articular. A maior parte desses materiais biológicos
não é um bom veículo para a transmissão do HBV. As concentrações de partículas infectantes do
HBV são 100 a 1.000 vezes menor do que a concentração de HBsAg nestes fluidos.
142
T É C N I C O
• Não descartar material perfuro cortante em saco de lixo comum, mesmo que seja
branco.
• Usar sapatos fechados (não de tecido) para proteção dos pés em locais úmidos,
com presença de material biológico ou onde haja risco de acidente percutâneo (Ex.:
consultório odontológico, sala de coleta de exames, centro cirúrgico, centro obstétrico,
centro de material e esterilização, pronto-socorro e outros).
• Não deve ser preenchido acima do limite de 2/3 de sua capacidade total.
• Não deve ser deixado no chão, devendo estar sempre em local seguro.
• Deve ser colocado em ponto estratégico, no suporte próprio, nunca sobre pias.
• Deve-se vedá-lo com fita adesiva e colocá-lo em saco branco leitoso, dar um nó e
encaminhá-lo para o destino final.
• Colocar o saco com as amostras em caixa térmica para transporte que contenha
gelo reciclável.
143
Biossegurança
144
T É C N I C O
• Maior volume de sangue, cujos marcadores são: lesões profundas provocadas por
material perfuro cortante, presença de sangue visível no instrumento, acidentes com
agulhas previamente utilizadas na veia ou artéria do paciente-fonte e acidentes com
agulhas de grosso calibre;
• Maior inoculo viral representado por pacientes-fonte com infecção pelo HIV/aids
em estágios avançados da doença ou com infecção aguda pelo HIV, situações que
145
Biossegurança
apresentam viremias elevadas. Estes são exemplos de marcadores para estimar os títulos
virais no paciente-fonte para fins de quimioprofilaxia antirretroviral e não refletem
todas as situações clínicas que podem ser observadas. Apesar de um alto título de HIV
no paciente-fonte ser associado a um maior risco de transmissão, a possibilidade de
transmissão de um paciente com baixa carga viral deve ser considerada, nas exposições
de alto risco.
Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas
primeiras horas após o acidente. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é
eficaz, quando iniciada 24 a 48 horas após a exposição. Recomenda-se que o prazo máximo,
para início de PEP, seja de até 72h após o acidente. A duração da quimioprofilaxia é de 28
dias.
Doses habitualmente utilizadas na infecção pelo HIV/aids devem ser prescritas nos
esquemas de PEP.
146
T É C N I C O
147
Biossegurança
– Manter a PEP por 4 semanas nos casos de evidência de infecção pelo HIV (teste
antiHIV positivo)
148
T É C N I C O
149
Biossegurança
O esquema vacinal é composto por uma série de três doses da vacina com intervalos
de zero, um e seis meses. Um a dois meses após a última dose (com intervalo máximo
de 6 meses), o teste sorológico antiHBs pode ser realizado para confirmação da resposta
vacinal (presença de anticorpos protetores com títulos acima de 10 mUI/ml). A imunidade é
prolongada não sendo recomendadas doses de reforço após o esquema vacinal completo em
profissionais imunocompetentes. Observamos ainda que outras vacinas podem ser aplicadas
simultaneamente sem o risco de interferência na produção de anticorpos para as outras
vacinas.
As vacinas contra a hepatite B são constituídas por produtos que contém o antígeno
de superfície HBsAg purificado, obtido por engenharia genética. As doses recomendadas
variam conforme o fabricante do produto utilizado (de 10 a 20mcg de HBsAg/ml para
adultos). Doses maiores são recomendadas para os profissionais de saúde que apresentem
imunodeficiência e para os que têm insuficiência renal e se encontram em programas de
diálise. A aplicação da vacina deverá ser realizada sempre por via intramuscular, em região
de músculo deltóide, isto porque a aplicação em glúteos, comprovadamente, tem menor
eficácia (menor frequência de detecção do antiHBs).
Quando não há resposta vacinal adequada após a primeira série de vacinação, grande
parte dos profissionais (até 60%) responderá a uma série adicional de 3 doses. Caso persista
a falta de resposta, não é recomendada uma revacinação. Uma alternativa que deve ser
considerada antes do início da segunda série do esquema vacinal, ou depois da comprovação
de falta de soro conversão com 6 doses da vacina (não respondedor), é a solicitação de
HBsAg, para descartar a possibilidade desses profissionais terem infecção crônica pelo HBV
e que, portanto, não estariam apresentando “resposta vacinal”. O profissional de saúde não
respondedor (sem resposta vacinal a 2 séries com 3 doses cada) deve ser considerado como
susceptível à infecção pelo HBV.
Caso ocorra uma exposição a materiais biológicos com risco conhecido, ou provável,
de infecção pelo HBV, o não respondedor deve utilizar a imunoglobulina hiperimune contra
hepatite B.
150
T É C N I C O
Não existe nenhuma medida específica eficaz para redução do risco de transmissão
do vírus da hepatite C após exposição ocupacional. Os estudos não comprovaram benefício
profilático com o uso de imunoglobulinas. Dados atualmente disponíveis sugerem que o
interferon só atua efetivamente quando a infecção pelo HCV está estabelecida, parecendo
indicar que não atuariam como profilaxia pós-exposição.
Se a fonte da exposição não é conhecida ou não pode ser testada, deve-se avaliar
a probabilidade clínica e epidemiológica da infecção pelo HIV, HBV ou HCV. Algumas
151
Biossegurança
152
T É C N I C O
Condições do acidente
Dados do paciente-fonte
153
Biossegurança
• Identificação
• Ocupação
• Idade
154
T É C N I C O
6.4.9 - Tuberculose
Alguns estudos nacionais têm demonstrado que, além do risco de infecção, o risco
de adoecimento entre profissionais da área da saúde é superior ao da população em geral.
Portanto, é fundamental que medidas de prevenção sejam adotadas nas unidades de saúde
para minimizar o problema. Dessa forma, medidas de controle da transmissão da tuberculose
são propostas pela OMS para que sejam adotadas nas Unidades de Saúde cujo ambiente
proporcione elevado risco de infecção pelo bacilo da tuberculose, transmissão de paciente
para paciente ou de paciente para profissional (FUNASA, 2002).
Unidades Ambulatoriais
Medidas administrativas
155
Biossegurança
• Janelas abertas;
Serviços de Emergência
156
T É C N I C O
157
Biossegurança
• A sala deve ser bastante ventilada e, para uma nova utilização, deve-se esperar que a
ventilação remova 99% dos contaminantes do ar;
158
T É C N I C O
Classificação:
4) quanto à origem.
159
Biossegurança
NBR 10.004/2004 classifica os resíduos sólidos em duas classes: classe I e classe II.
Com relação a origem e natureza, os resíduos sólidos são classificados em: domiciliar,
comercial, varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais
rodoviários e ferroviários, industriais, agrícolas e resíduos de construção civil. Com relação
à responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos pode-se agrupá-los em dois
grandes grupos.
• Resíduos comerciais;
• Resíduos públicos.
• Resíduos industriais;
• Rejeitos radioativos;
• Resíduos agrícolas;
160
T É C N I C O
Os profissionais envolvidos nos serviços de saúde estão expostos a maior risco do que
a população em geral, pois suas atividades rotineiras envolvem a manipulação dos RSS. A
consequência desta manipulação inadequada expõe estes profissionais a riscos ocupacionais
desde a equipe de limpeza, coletores de lixos, a aqueles que trabalham em aterros sanitários
não controlados.
7.2.1 - Classificação
161
Biossegurança
Grupo B - contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública
ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade. Exemplo: medicamentos apreendidos,
reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros.
Fonte: Google
162
T É C N I C O
163
Biossegurança
resíduos dos grupos A1, A2 e A5 devem ser acondicionados após o tratamento, da seguinte
forma: Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como
resíduos do grupo D; Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser
acondicionados em saco branco leitoso.
164
T É C N I C O
Fonte: Anvisa
165
Biossegurança
A coleta interna é representada pela retirada dos resíduos das lixeiras, momento em
que os sacos contendo os resíduos são lacrados e encaminhados até o abrigo temporário
ou sala de resíduos; há que se destacar que estabelecimentos de saúde que não são grandes
geradores, como as unidades básicas de saúde, não necessitam de armazenamento interno,
devido a menor quantidade de resíduos gerados.
8 - REFERÊNCIAS
166
T É C N I C O
● do trabalho e Emprego.Brasília,2010.
● CARDO DM, CULVER DH, CIESIELSKI CA, et al. A case–control study of HIV
seroconversion in health care workers after percutaneous exposure. N Engl J Med 1997;
337: 1485-90.
167
T É C N I C O
Fundamentos
da Saúde
T É C N I C O
SUMÁRIO
1.1 - Doença
1.2 - Saúde
3.7 - Financiamentos
• 4 - REFERÊNCIAS
171
Fundamentos da Saúde
FUNDAMENTOS DA SAÚDE
Este capítulo tem por objetivo apresentar as diferentes concepções sobre saúde-doença
e cuidado, de forma a relacionar as necessidades em saúde com base nas características de
uma população em um dado território; caracterizar a relação entre o processo saúde-doença
e as dinâmicas existentes de cuidado relativo à organização das ações e serviços de saúde
e as redes sociais de apoio; e tratar dos diferentes determinantes sociais do processo saúde-
doença com base nas características de uma dada população.
1.1 - Doença
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas,
pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores
e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM; CAPONI apud
BRÊTAS e GAMBA, 2006).
“Para Evans & Stoddart (1990) a doença não é mais que um constructo que guarda
relação com o sofrimento, com o mal, mas não lhe corresponde integralmente. Quadros
clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos, prognóstico e
implicações para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando
em diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado
de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento clínico pretende balizar a
aplicação apropriada do conhecimento e da tecnologia, o que implica que seja formulado
nesses termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho
social, a percepção individual sobre a saúde é que conta (EVANS; STODDART, 1990).”
1.2 - Saúde
172
T É C N I C O
saúde com qualidade, pois não existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma
relação de reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual os mesmos
fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho,
tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doenças. Essa relação é demarcada
pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes biológicos, psicológicos e sociais.
Tal constatação nos remete à reflexão de que o processo saúde-doença-adoecimento ocorre
de maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do
local que os seres ocupam na sociedade (BERLINGUER apud BRÊTAS e GAMBA, 2006).
Nesse contexto, direito à saúde significa a garantia, pelo Estado, de condições dignas
de vida e de acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e
recuperação da saúde, em todos os seus níveis, a todos os habitantes do território nacional,
levando ao desenvolvimento pleno do ser humano em sua individualidade.
173
Fundamentos da Saúde
Apesar de todos os conceitos estabelecidos sobre saúde e doença, sabe-se que eles, ao
longo dos anos, têm sido compreendidos ou enfrentados de acordo com as diversas formas
de existir das sociedades, expressas nas diferentes culturas e formas de organização. Eles
dependem do entendimento que se tem do ser e de sua relação com o meio em que está
inserido. Esse entendimento varia de acordo com a cultura de cada lugar e o momento
histórico. Por tudo isso, a conceituação de saúde se faz tão difícil de ser fixada, uma vez
que está condicionada ao momento histórico e às condições concretas e peculiares de
existência.
Por outro lado, como alternativa para a superação dos modelos causais clássicos,
centrados em ações individuais, como os métodos diagnósticos e terapêuticos, a vacinação,
a educação em saúde, ainda que dirigidos aos denominados grupos de risco, haveria que
privilegiar a dimensão coletiva do fenômeno saúde-doença, por meio de modelos interativos
que incorporassem ações individuais e coletivas. Uma nova maneira de pensar a saúde
e a doença deve incluir explicações para os achados universais de que a mortalidade e a
morbidade obedecem a um gradiente, que atravessa as classes socioeconômicas, de modo
que menores rendas ou status social estão associados a uma pior condição em termos de
saúde. Tal evidência constitui-se em um indicativo de que os determinantes da saúde estão
localizados fora do sistema de assistência à saúde.
Para Brêtas e Gamba, 2006, saúde e doença não são duas faces de uma mesma
moeda. De fato, se considerarmos um sistema de saúde, como, por exemplo, o SUS, é
possível verificar que as ações voltadas para o diagnóstico e tratamento das doenças são
apenas duas das suas atividades. Inclusão social, promoção de equidade ou de visibilidade e
cidadania são consideradas ações de saúde. O entendimento da saúde como um dispositivo
social relativamente autônomo em relação à ideia de doença, e as repercussões que este novo
entendimento traz para a vida social e para as práticas cotidianas em geral e dos serviços de
saúde em particular, abre novas possibilidades na concepção do processo saúde e doença.
O processo envolvendo adoecimento e cura tem sido influenciado, através dos tempos,
174
T É C N I C O
• A teoria miasmática foi uma teoria biológica formulada por Thomas Sydenham e
Giovanni María Lancisi durante o século XVII;
• As doenças eram causadas por emanações do solo ou do ar, supostamente nocivos, como o
chorume do lixo e sujeiras que porventura vinham produzir a doença no corpo sadio;
175
Fundamentos da Saúde
Do fim do século XVIII ao início do século XX, a medicina social foi capaz de criar
as condições de salubridade adequadas à nova sociedade, e de abrir espaço para que a prática
médica individual viesse gradativamente a ocupar o lugar central nas práticas de saúde.
176
T É C N I C O
Para definir saúde e a sua própria normalidade, alguns fatores têm merecido destaque
na atualidade. A princípio, quando se pensa em o normal, pensa-se na frequência de um
determinado fenômeno como sendo o estado mais comum. Assim, determinando o estado
mais frequente, determina-se o mais saudável. Esse princípio de definição é utilizado nas
diversas áreas da ciência.
177
Fundamentos da Saúde
A promoção da saúde, como uma das estratégias de produção de saúde, ou seja, como
um modo de pensar e de operar articulado às demais políticas e tecnologias desenvolvidas no
sistema de saúde brasileiro, contribui na construção de ações que possibilitam responder às
necessidades sociais em saúde. No SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como
uma possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento em
nosso País – como, por exemplo: violência, desemprego, subemprego, falta de saneamento
básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade de acesso à educação, fome,
urbanização desordenada, qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada; e potencializam
formas mais amplas de intervir em saúde.
2.1 - Análise das políticas de saúde no brasil de acordo com os períodos históricos:
Desde o descobrimento até a instalação do império, o país era colonizado por exilados
e aventureiros, com isso não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da população
e o governo colonizador, Portugal, não tinha interesse em criá-lo. Por esta razão, a atenção
à saúde se dava por recursos próprios da terra (plantas, ervas) e as habilidades na arte do
cuidar eram realizadas por curandeiros através do conhecimento empírico.
Com a chegada da família real no Rio de Janeiro, foi necessário criar uma organização
de estrutura sanitária mínima para recebê-los. As atividades de saúde pública até 1850 eram
limitadas apenas a delegação das atribuições sanitárias as juntas municipais e controle de
navios e saúde nos portos. Por quase um século, o objetivo principal foi manter um controle
sanitário mínimo na capital do império. O império mantinha um tipo de política de governo
unitário e centralizador, sendo este incapaz de manter e dar continuidade nas determinações
vindas dos comandos centrais.
178
T É C N I C O
179
Fundamentos da Saúde
Com isso surge um grande movimento popular de revolta que ficou conhecido na
história como a Revolta da Vacina.
Com o controle das epidemias nas grandes cidades brasileiras o modelo campanhista
deslocou a sua ação para o campo e para o combate das denominadas endemias rurais, dado ser a
agricultura a atividade hegemônica da economia da época. Este modelo de atuação foi amplamente
utilizado pela Sucam no combate a diversas endemias como Chagas, Esquistossomose, e outras,
sendo esta posteriormente incorporada à Fundação Nacional de Saúde.
180
T É C N I C O
Foram organizadas e realizadas duas greves gerais no país, uma em 1917 e a outra em
1919, devido as péssimas condições de trabalho existentes e da falta de garantia de direitos
trabalhistas. Por meio destes movimentos os operários começaram a conquistar alguns
direitos sociais. Em 24 de Janeiro de 1923, foi aprovado pelo Congresso Nacional a Lei Elóy
Chaves, marco inicial da Previdência Social no Brasil, através desta lei foram instituídas as
Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s).
A lei deveria ser aplicada somente ao operariado urbano. Para que fosse aprovado no
Congresso Nacional, dominado na sua maioria pela oligarquia rural foi imposta a condição
de que este benefício não seria estendido aos trabalhadores rurais. Fato que na história da
previdência do Brasil perdurou até a década de 60, quando foi criado o FUNRURAL;
Outra particularidade refere-se ao fato de que as caixas deveriam ser organizadas por
empresas e não por categorias profissionais;
A criação de uma CAP também não era automática, dependia do poder de mobilização
e organização dos trabalhadores de determinada empresa para reivindicar a sua criação.
A primeira CAP criada foi a dos ferroviários, o que pode ser explicado pela importância
que este setor desempenhava na economia do país naquela época e pela capacidade de
mobilização que a categoria dos ferroviários possuía.
181
Fundamentos da Saúde
O Estado não participava propriamente do custeio das Caixas, que de acordo com o
determinado pelo artigo 3º da lei Eloy Chaves, eram mantidas por: empregados das empresas
(3% dos respectivos vencimentos); empresas (1% da renda bruta); e consumidores dos
serviços das mesmas. (OLIVEIRA & TEIXEIRA, 1989).
No sistema das Caixas estabelecido pela lei Eloy Chaves, as próprias empresas
deveriam recolher mensalmente o conjunto das contribuições das três fontes de receita, e
depositar diretamente na conta bancária da sua CAP. (OLIVEIRA & TEIXEIRA, 1989).
1º - socorros médicos em caso de doença em sua pessoa ou pessoa de sua família, que
habite sob o mesmo teto e sob a mesma economia;
3º - aposentadoria;
4º - pensão para seus herdeiros em caso de morte. E ainda, no artigo 27, obrigava as
CAP’s a arcar com a assistência aos acidentados no trabalho.
A criação das CAP’s deve ser entendida, assim, no contexto das reivindicações
operárias no início do século, como resposta do empresariado e do estado a crescente
importância da questão social. Em 1930, o sistema já abrangia 47 caixas, com 142.464
segurados ativos, 8.006 aposentados, e 7.013 pensionistas. (VARGAS, 2008).
A representatividade dos partidos obedecia a uma hierarquia coerente com o peso dos
setores oligárquicos que os integravam. A política dos governadores foi a forma para qual se
reorganizou a divisão do poder entre os segmentos da classe dominante durante este período.
Entre 1922 a 1930, sucederam-se crises econômicas e políticas em que se conjugaram fatores
de ordem interna e externa, e que tiveram como efeito a diminuição do poder das oligarquias
agrárias. Em particular, atuaram no Brasil as crises internacionais de 1922 a 1929, tornando mais
agudas as contradições e instalações contra a política dos governadores. (VARGAS, 2008).
182
T É C N I C O
Em 1930, comandada por Getúlio Vargas é instalada a revolução, que rompe com a
política do café com leite, entre São Paulo e Minas Gerais, que sucessivamente elegiam o
Presidente da República. Vitorioso o movimento, foram efetuadas mudanças na estrutura
do estado. Estas objetivavam promover a expansão do sistema econômico estabelecendo-se,
paralelamente, uma nova legislação que ordenasse a efetivação dessas mudanças. Foram
criados o “Ministério do Trabalho”, o da “Indústria e Comércio”, o “Ministério da Educação
e Saúde” e juntas de arbitramento trabalhista.
A maior parte das inversões no setor industrial foi feita em São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte reforçando ainda mais a importância econômica e financeira desta área
na dinâmica das transformações da infraestrutura nacional, isto agravou desequilíbrios
regionais, especialmente o caso do nordeste, com grandes êxodos rurais, e a proliferação das
favelas nestes grandes centros. A crescente massa assalariada urbana passa a se constituir
no ponto de sustentação política do novo governo de Getúlio Vargas, através de um regime
corporativista.
Estas ações transparecem como dádivas do governo e do estado, e não como conquista
dos trabalhadores. O fundamento dessas ações era manter o movimento trabalhista contido
dentro das forças do estado. (VARGAS, 2008).
183
Fundamentos da Saúde
Até o final dos anos 50, a assistência médica previdenciária não era importante. Os
técnicos do setor a consideram secundária no sistema previdenciário brasileiro, e os segurados
não faziam dela parte importante de suas reivindicações. Em 1949 foi criado o Serviço de
Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU) mantido por todos os institutos e as
caixas ainda remanescentes.
184
T É C N I C O
O processo de unificação dos IAPs já vinha sendo gestado desde 1941 e sofreu em
todo este período grandes resistências, pelas radicais transformações que implicava. Após
longa tramitação, a Lei Orgânica de Previdência Social só foi finalmente sancionada em
1960, acompanhada de intenso debate político a nível legislativo em que os representantes das
classes trabalhadoras se recusavam à unificação, uma vez que isto representava o abandono
de muitos direitos conquistados.
185
Fundamentos da Saúde
A repressão militar seria incapaz de sozinha justificar por um longo tempo um governo
ditatorial. Diante, deste quadro, o regime instituído procura atuar através da formulação de
algumas políticas sociais na busca de uma legitimação do governo perante a população.
Visto que os IAP’s eram limitados a determinadas categorias profissionais mais mobilizadas
e organizadas política e economicamente, o governo militar procura garantir para todos os
trabalhadores urbanos e os seus dependentes os benefícios da previdência social.
Diante deste fato, o governo militar tinha que decidir onde alocar os recursos públicos
para atender a necessidade de ampliação do sistema, tendo ao final optado por direcioná-los
para a iniciativa privada.
Desta forma, foram estabelecidos convênios e contratos com a maioria dos médicos
e hospitais existentes no país, pagando-se pelos serviços produzidos (pró-labore), o que
propiciou a estes grupos se capitalizarem, provocando um efeito cascata com o aumento no
consumo de medicamentos e de equipamentos médico-hospitalares, formando um complexo
sistema médico-industrial. Este sistema foi se tornando cada vez mais complexo tanto do
186
T É C N I C O
ponto de vista administrativo quanto financeiro dentro da estrutura do INPS, que acabou
levando a criação de uma estrutura própria administrativa, o Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1978.
1975 - A Crise
187
Fundamentos da Saúde
setores e para realização de obras por parte do governo federal; Devido à escassez de
recursos para a sua manutenção, ao aumento dos custos operacionais, e ao descrédito social
em resolver a agenda da saúde, o modelo proposto entrou em crise.
O fim do regime militar
188
T É C N I C O
A Constituição de 1988
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica
de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com
as seguintes diretrizes: I- descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II- atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais; III- participação da comunidade. Parágrafo Único. O sistema único de
saúde será financiado, nos termos do artigo 195, com recursos do orçamento da seguridade
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.”
Ficou estabelecido “um novo pacto social”, passando a saúde a ser um direito de
todos - condição de cidadania social - e dever do Estado - ou seja, uma responsabilidade
e solidariedade do conjunto da sociedade - para a qual as clientelas seriam beneficiadas
independente de contribuírem para o financiamento do sistema.
189
Fundamentos da Saúde
Com a não especificação das responsabilidades, coube ao governo federal arcar com
a maior parcela dos recursos para o setor público da saúde. Não foi definida pela Constituição
qual seria a participação da saúde no Orçamento da União, o que dependia de aprovação de
lei complementar posterior. Enquanto não fosse aprovada a lei de diretrizes orçamentárias,
havia no Ato das Disposições Transitórias da Constituição um artigo que determinava a
destinação de 30% do orçamento da seguridade social para a saúde.
190
T É C N I C O
O quadro da saúde no Brasil tem se modificado nos últimos anos. Índices da década
de 40, por exemplo, demonstram que a taxa de fecundidade era de 6,2 filhos por mulher. Hoje
com as mudanças sociais, políticas e econômicas esse indicador foi reduzido para 1,9 filho
por mulher em 2009.
191
Fundamentos da Saúde
192
T É C N I C O
conjunto de práticas que vem sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e o
atendimento das necessidades de saúde. A integralidade é (ou não), um atributo do modelo de
atenção, entendendo-se que um “modelo de atenção integral à saúde” contempla o conjunto
de ações de promoção da saúde, prevenção de riscos e agravos, assistência e recuperação. Um
modelo “integral”, portanto, é aquele que dispõe de estabelecimentos, unidades de prestação
de serviços, pessoal capacitado e recursos necessários, à produção de ações de saúde que vão
desde as ações inespecíficas de promoção da saúde em grupos populacionais definidos, às
ações específicas de vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica dirigidas ao controle de
riscos e danos, até ações de assistência e recuperação de indivíduos enfermos, sejam ações
para a detecção precoce de doenças, sejam ações de diagnóstico, tratamento e reabilitação.
193
Fundamentos da Saúde
Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação paritária
de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. Outra forma de
participação são as conferências de saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de
ação sobre a saúde. Deve ser também considerado como elemento do processo participativo
o dever das instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários para que a
população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde.
Fonte: Google
194
T É C N I C O
A Redes de Atenção à Saúde (RAS) foi desenvolvida como estratégia para superar a
fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e aperfeiçoar o funcionamento
político-institucional do Sistema Único de Saúde (SUS) com vistas a assegurar ao usuário o
conjunto de ações e serviços que necessita com efetividade e eficiência.
Embora sejam inegáveis e representativos os avanços alcançados pelo SUS nos últimos
anos, torna-se cada vez mais evidente a dificuldade em superar a intensa fragmentação das
ações e serviços de saúde e qualificar a gestão do cuidado no contexto atual.
195
Fundamentos da Saúde
No Brasil, o debate em torno da busca por maior integração adquiriu nova ênfase
a partir do Pacto pela Saúde, que contempla o acordo firmado entre os gestores do SUS e
ressalta a relevância de aprofundar o processo de regionalização e de organização do sistema
de saúde sob a forma de redes como estratégias essenciais para consolidar os princípios de
Universalidade, Integralidade e Equidade, se efetivando em três dimensões:
• Pacto Pela Vida: compromisso com as prioridades que apresentam impacto sobre a
situação de saúde da população brasileira;
Fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o foco gerencial dos
entes de governança das RAS, estruturam-se por meio de arranjos produtivos conformados
segundo as densidades tecnológicas singulares, variando do nível de menor densidade (APS),
ao de densidade tecnológica média, (atenção secundária à saúde), até o de alta densidade
tecnológica (atenção terciária à saúde).
Atenção Básica
196
T É C N I C O
Média complexidade
Temos, em acréscimo a esta definição, uma relação dos grupos que compõem os
procedimentos de média complexidade do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA): •
procedimentos especializados realizados por profissionais médicos, outros profissionais de
nível superior e nível médio;
• Procedimentos tráumato-ortopédico;
• Patologia clínica;
• Anatomopatologia e citopatologia;
• Radiodiagnóstico;
• Exames ultrassonográficos;
• Diagnose;
• Fisioterapia;
• Terapias especializadas;
• Próteses e órteses;
• Anestesia.
Alta complexidade
197
Fundamentos da Saúde
Principais áreas que compõem a alta complexidade do SUS, organizadas em redes são:
• Assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos
de diálise);
• Laboratório de eletrofisiologia;
• Assistência em tráumato-ortopedia;
• Procedimentos de neurocirurgia;
• Assistência em otologia;
• Cirurgia reprodutiva;
• Genética clínica;
• Terapia nutricional;
• Osteogênese imperfecta;
198
T É C N I C O
Por fim, deve haver a integração entre os níveis de atenção à saúde, pois o sistema de
saúde deve ser entendido como um contínuo e não como uma situação de extremos opostos
entre integração e não integração. Dessa forma, existem graus de integração, que variam
da fragmentação absoluta à integração total. Por sua vez, a integração é um meio para
melhorar o desempenho do sistema, de modo que os esforços justificam-se na medida em
que conduzam a serviços mais acessíveis, de maior qualidade, com melhor relação custo-
benefício e satisfaçam aos usuários (OPAS, 2009).
Como você pode observar, a ação na Atenção Básica, principal porta de entrada
do sistema de saúde, inicia-se com o ato de acolher, escutar e oferecer resposta resolutiva
para a maioria dos problemas de saúde da população, minorando danos e sofrimentos e
responsabilizando-se pela efetividade do cuidado, ainda que este seja ofertado em outros
pontos de atenção da rede, garantindo sua integralidade (BRASIL, 2011). Para isso, é
necessário que o trabalho seja realizado em equipe, de forma que os saberes se somem e
possam se concretizar em cuidados efetivos dirigidos a populações de territórios definidos,
pelos quais essa equipe assume a responsabilidade sanitária.
A ESF tem um papel central na garantia da integralidade. Isto implica tomar como objeto
os problemas de saúde e seus determinantes, organizando a atenção de modo a incluir não apenas
as ações e os serviços que incidem sobre os “efeitos” dos problemas (doença, incapacidade e
morte), mas, sobretudo, atuar sobre as “causas” (condições de vida, trabalho e lazer).
199
Fundamentos da Saúde
seus princípios. Iniciado em 1994, apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos.
A consolidação dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que
permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito dos municípios e
pela capacidade de produção de resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade
de vida da população assistida.
Equipes de Saúde
200
T É C N I C O
Valorização Profissional
Desafios Institucionais
2 - A contínua revisão dos processos de trabalho das equipes de saúde da família com
reforço as estruturas gerenciais nos municípios e estados;
201
Fundamentos da Saúde
Desempenho
Federal
202
T É C N I C O
Estadual
Municipal
A falta de articulação, no entanto, entre esses setores, somado ao aumento dos casos
de acidentes e violência urbana, nos últimos anos, causou a superlotação das emergências
hospitalares e prontos-socorros, transformando essa área numa das mais problemáticas do
sistema de saúde.
203
Fundamentos da Saúde
As UPA’s representam uma nova vertente no cenário atual dos ambientes hospitalares,
contemplando a sociedade com uma estrutura intermediária entre as unidades básicas
de saúde e as portas hospitalares de urgência. As Unidades supracitadas ocupam o nível
intermediário de complexidade entre as Unidades Básicas de Saúde (atenção básica) e a
média e alta complexidade, integrando a Rede Pré-Hospitalar Fixa.
Entre os profissionais que atuam nas Unidades estão: coordenador ou gerente, médico
clínico geral, médico pediatra, enfermeiro, técnico/ auxiliar de enfermagem, técnico de
radiologia, auxiliar de serviços gerais, auxiliar administrativo e, quando houver laboratório
na unidade, também deverão contar com bioquímico, técnico de laboratório e auxiliar de
laboratório. A equipe de enfermagem está inserida no novo serviço, fazendo parte da equipe
que acolhe, assiste e participa do processo de referência e contra referência dos pacientes.
O atual sistema de saúde brasileiro vive um momento de intensos avanços, mas ainda
de muitos desafios a serem superados. Podemos descrever como avanços o que se refere à
oferta de diversos programas, projetos e políticas que têm apresentado resultados inegáveis e
exitosos para a população brasileira, que incluem a evolução das equipes do Programa Saúde
da Família, do Programa Nacional de Imunizações, do Sistema Nacional de Transplantes,
sendo o segundo país do mundo em número de transplantes, do Programa de Controle de
HIV/AIDS, reconhecido internacionalmente pelo seu progresso no atendimento às Doenças
Sexualmente Transmissíveis/AIDS, entre outros (Brasil, 2006).
204
T É C N I C O
Pode-se dizer que o SUS enfrenta uma problematização dicotômica entre o que está
escrito e o que é realizado. A descrença do povo brasileiro num sistema de saúde para todos
leva milhões de pessoas a procurar por serviços, planos ou seguradoras de saúde privados,
pagando, por conseguinte, abusivos valores, especialmente para a população de faixa etária
mais avançada que, em função do aumento da expectativa de vida e dos agravos da terceira
idade, é a que mais necessita. Esse fato sustenta-se na perspectiva de que um dos temas com
maiores demandas recebidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) consiste
no aumento da mensalidade de operadoras e planos de saúde (Brasil, 2007).
205
Fundamentos da Saúde
No Pacto pela Vida são firmados compromissos em torno de medidas que resultem em
melhorias da situação de saúde da população brasileira. A partir dele, definem-se prioridades
e metas a serem alcançadas nos municípios, regiões, estados e país.
1. Saúde do idoso;
5. Promoção da saúde;
O Pacto em Defesa do SUS firma-se em torno de ações que contribuam para aproximar
a sociedade brasileira do SUS, seguindo estas diretrizes:
206
T É C N I C O
1. A regionalização;
3. Mudanças no financiamento.
3.7 - Financiamentos
Os investimentos e o custeio do SUS são feitos com recursos das três esferas de
governo federal, estadual e municipal. Os recursos federais para o SUS provêm do
orçamento da Seguridade Social (que também financia a Previdência Social e a Assistência
Social) acrescidos de outros de outros recursos da União, constantes da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, aprovada anualmente pelo Congresso Nacional.
Esses recursos, geridos pelo Ministério da Saúde, são divididos em duas partes: uma
é retida para o investimento e custeio das ações federais; e a outra é repassada às secretarias
de saúde, estaduais e municipais, de acordo com critérios previamente definidos em função
da população, necessidades de saúde e rede assistencial.
207
Fundamentos da Saúde
Em cada estado, os recursos repassados pelo Ministério da Saúde são somados aos
alocados pelo próprio governo estadual, de suas receitas, e geridos pela respectiva secretaria
de saúde, através de um fundo estadual de saúde. Desse montante, uma parte fica retida para
as ações e os serviços estaduais, enquanto outra parte é repassada aos municípios, de acordo
também com critérios específicos.
Finalmente, cabe aos próprios municípios destinar parte adequada de seu próprio
Orçamento para as ações e serviços de saúde de sua população. Assim, cada município irá
gerir os recursos federais repassados a ele e os seus próprios recursos alocados pelo governo
municipal para o investimento e custeio das ações de saúde de âmbito municipal. Também os
municípios administrarão os recursos para a saúde através de um fundo municipal de saúde.
A criação dos fundos é essencial, pois asseguram que os recursos da saúde sejam
geridos pelo setor saúde, e não pelas secretarias de fazenda, em caixa único, estadual ou
municipal, sobre o qual a Saúde tem pouco acesso.
208
T É C N I C O
Todos esses grupos de ações geralmente têm o suporte de legislação específica, na qual
são inseridas as normas e regulamentos de proteção à saúde, com vistas à sua observância
por todos. Todas as ações de promoção e proteção da saúde acima descritas, podem e devem
ser exercidas (ou desencadeadas), também, durante o atendimento nas unidades de saúde,
ambulatoriais e hospitalares, com objetivos e técnicas adequados a estes locais.
De todo modo, nesses serviços as ações típicas são: consultas médicas e odontológicas,
a vacinação, o atendimento de enfermagem, exames diagnósticos e o tratamento, inclusive
209
Fundamentos da Saúde
O diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível, assim como o tratamento
deve ser instituído de imediato, de modo a deter a progressão da doença. Por isso, os serviços
de saúde, especialmente os de nível primário de assistência, devem buscar o adequado
desempenho dessas duas ações fundamentais de recuperação da saúde - o diagnóstico e o
tratamento - visto que tais serviços representam a porta de entrada do sistema de saúde, onde
a população toma os seus primeiros contatos com a rede assistencial.
As ações de recuperação da saúde, na maior parte das vezes podem e devem ser
planejadas, através de estudos epidemiológicos, definição de cobertura e concentração das
ações ambulatoriais e hospitalares, aplicando-se parâmetros de atendimento No caso da
atenção a grupos de risco, a previsão e planejamento destas ações tornam-se conjugadas às
ações de promoção e proteção. Assim vistas, as ações de recuperação da saúde devem ser
também geradas no diagnóstico e tratamento científico da comunidade, integrando junto às
ações promotoras e protetoras, o que podemos chamar de moderna Saúde Pública.
210
T É C N I C O
4 - REFERÊNCIAS
● EVANS, R.G.; STODDART G.L. Producing health, consuming health care. In: Evans
R.G., Barer M.L., Marmor, T. R., editors. Why are people healthy and others not: the
determinants of health of populations. p. 41-64. New York: Walter de Gruyter, 1994.
211
Fundamentos da Saúde
● VARGAS, Jeferson Dutra de. História das Políticas Públicas de Saúde no Brasil:
revisão da Literatura. Rio de Janeiro, 2008. 28 f. Disponível em: <http://www.essex.
ensino.eb.br/doc/PDF/PCC_2008_CFO_PDF/CD52%201%BA%20Ten%20Al%20
JEFERSON%20DUTRA%20DE%20VARGAS.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2016.
212
T É C N I C O
Enfermagem em
Saúde Coletiva
T É C N I C O
SUMÁRIO
• 1 - INTRODUÇÃO
6.6 - Transporte
• 7 - REFERÊNCIAS
215
Enfermagem em Saúde Coletiva
1- INTRODUÇÃO
Atualmente, apesar de a saúde não mais ser considerada apenas como a inexistência
de doença, ainda podemos perceber, em diversas situações, que a prática dos serviços
volta-se prioritariamente para uma atuação curativa que envolve ações relativas somente à
doença, principalmente queixas específicas e pontuais. Por exemplo, num serviço de Pronto-
Atendimento a preocupação dos profissionais centra-se na queixa apresentada pelo paciente
e a conduta a ser adotada procura apenas “solucionar” o problema, sem a preocupação de
esclarecer suas causas.
216
T É C N I C O
Esse entendimento está presente na definição de saúde que originou o Sistema Único
de Saúde (SUS), destacando a importância de que, para se ter um melhor nível de saúde na
sociedade, faz-se necessário investir em melhorias na habitação, na renda, no consumo de
alimentos, no aumento da escolaridade e na construção de ambientes saudáveis. Ou seja, não
basta investir apenas em serviços de saúde voltados para atender às doenças das pessoas, é
preciso ampliar os espaços de promoção da saúde.
217
Enfermagem em Saúde Coletiva
A ESF prioriza ações de proteção e promoção da saúde, cada equipe de saúde é levada
a conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio do cadastramento e da
identificação de suas características, tornando-se mais sensível às suas necessidades. Assim,
esses profissionais e a população acompanhada criam vínculos, o que facilita a identificação
e o atendimento dos problemas de saúde da comunidade.
218
T É C N I C O
219
Enfermagem em Saúde Coletiva
uma ou mais equipes de profissionais que devem se responsabilizar pela atenção à saúde
da população, vinculada a um determinado território. Cada equipe é responsável por uma
área onde residem entre 600 a 1000 famílias, com limite máximo de 4000 habitantes. Essas
equipes devem realizar o cadastramento das famílias por meio de visitas domiciliares às
residências, em sua área de abrangência. As informações desse cadastro, juntamente com
outras fontes de informação, levam ao conhecimento da realidade daquela população, seus
principais problemas de saúde e seu modo de vida.
Essas informações servem para que o gestor e a equipe, juntamente com a população,
possam planejar as atividades a serem desenvolvidas, para que cumpram seu objetivo de
melhorar as condições encontradas. O cadastro destas famílias é registrado no Sistema de
Informações da Atenção Básica (SIAB). O SIAB é, portanto, um sistema de informação
que sistematiza os dados coletados, possibilita a sua informatização e gera relatórios de
acompanhamento e avaliação.
Do mesmo modo que na ESF, a equipe da Unidade de Saúde da Família é composta por
um enfermeiro, um médico generalista ou de família, um auxiliar de enfermagem e agentes
comunitários de saúde (ACS). Além desses, odontólogos, assistentes sociais e psicólogos,
dentre outros, devem fazer parte tanto nessas equipes quanto nos Núcleos de Apoio à Saúde
da Família (NASF).
Todos esses profissionais devem desenvolver suas atividades laborais, tanto nas
unidades quanto na comunidade, devendo ter gosto pelo trabalho em equipe, facilidade no
trato com pessoas, habilidade em trabalhar com planejamento e programação em saúde;
capacidade em adaptar-se a situações novas e qualificação profissional adequada às práticas
de saúde pública.
220
T É C N I C O
• Busca ativa dos casos com medição de pressão arterial e/ou dosagem dos níveis de glicose;
• Ação educativa para controle de risco como obesidade, vida sedentária, tabagismo
além da prevenção de patologias bucais.
Controle de Tuberculose:
• Fornecimento de medicamentos;
• Ações educativas.
221
Enfermagem em Saúde Coletiva
Eliminação da Hanseníase:
• Diagnóstico clínico dos casos com exames dos sintomáticos e classificação clínica dos
casos multi e palcibacilares;
• Atividades educativas.
222
T É C N I C O
• Envelhecimento e medicamentos
Essa política deve nortear as ações de atenção integral à saúde do homem, visando
estimular o autocuidado e, sobretudo, o reconhecimento de que a saúde é um direito social
básico e de cidadania de todos os homens brasileiros.
223
Enfermagem em Saúde Coletiva
224
T É C N I C O
225
Enfermagem em Saúde Coletiva
Rouquayrol & Goldbaum (1999) nos indicam uma nova tendência da epidemiologia
que dá ênfase ao estudo da estrutura socioeconômica, a EPIDEMIOLOGIA SOCIAL. Tem
por objetivo explicar as doenças não como resultado da mera interação de fatores naturais, mas
como forma de expressão abrangente, onde o estudo da estrutura socioeconômica é utilizado
para explicar o processo saúde-doença de maneira histórica, tornando a epidemiologia um
dos instrumentos de transformação social.
226
T É C N I C O
A “história natural da doença” é definida por Leavell & Clark (1976) como: “o
conjunto de processos interativos compreendendo as inter-relações do agente, do suscetível
e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras
forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, passando pela resposta do homem
ao estímulo até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte”.
Fatores socioeconômicos:
• Condições de miséria
227
Enfermagem em Saúde Coletiva
• Renda
• Escolaridade
• Nível de consumo
Fatores sociopolíticos:
• Instrumentação jurídico-legal
• Decisão política
• Higidez política
Fatores socioculturais:
• Hábitos culturais
• Crendices
• Comportamentos e valores
• Cultura política
Fatores psicossociais:
• Marginalidade
228
T É C N I C O
• Promiscuidade
• Agressividade do meio
• Desemprego
Fatores ambientais:
• Poluição ambiental
229
Enfermagem em Saúde Coletiva
Esse grupo de doenças encontra-se em franco declínio, com reduções drásticas nos
índices de incidência. A varíola está erradicada desde 1978, a poliomielite recebeu a certificação
da erradicação da transmissão autóctone em 1994, o sarampo encontra-se eliminado. Ainda
nesta década será atingida a meta de erradicação da raiva humana transmitida por animais
domésticos, da rubéola congênita e do tétano neonatal.
Ainda dentro deste grupo de doenças transmissíveis com tendência ao declínio, estão
a difteria, a rubéola, a coqueluche e o tétano acidental, que têm em comum o fato de serem
imunopreveníveis, a doença de Chagas e a hanseníase, ambas endêmicas há várias décadas
em nosso país, e a febre tifoide, associada a condições sanitárias precárias. Por fim, estão
também a oncocercose, a filariose e a peste, todas com áreas de ocorrência restritas.
Difteria
A estratégia adotada para essa doença é o aprofundamento de seu controle por meio do
fortalecimento da vigilância epidemiológica e da elevação e homogeneidade das coberturas
vacinais com a vacina DTP, que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche.
230
T É C N I C O
Coqueluche
A estratégia para essa doença também é a manutenção de seu controle, por meio do
fortalecimento da vigilância epidemiológica, reforço à detecção precoce e bloqueio imediato
de qualquer surto detectado, evitando-se sua propagação, além da obtenção das coberturas
vacinais adequadas (95% dos menores de 1 ano com a vacina tetravalente – DTP + Hib) em
todos os municípios.
Tétano
O tétano é uma doença transmissível, não contagiosa, que apresenta duas formas de
ocorrência: acidental e neonatal. A primeira forma geralmente acomete pessoas que entram
em contato com o bacilo tetânico ao manusearem o solo ou por meio de ferimentos ou
lesões ocorridas por materiais contaminados, em ferimentos na pele ou na mucosa. O tétano
neonatal é causado pela contaminação durante a secção do cordão umbilical pelo uso de
instrumentos cortantes ou material de hemostasia inadequadamente esterilizados ou não
esterilizados, pelo uso de substâncias contaminadas no coto umbilical, como teia de aranha,
pó de café, fumo, esterco.
O tétano acidental pode ser evitado pelo uso da vacina DTP na infância e com a
vacina dupla adulto (dT) em adultos, além dos reforços a cada dez anos para quem já tem
o esquema completo. Outra medida importante é a adoção de procedimentos adequados de
limpeza e desinfecção de ferimentos ou lesão suspeita para tétano nas unidades de saúde.
Poliomielite
231
Enfermagem em Saúde Coletiva
caso com isolamento do poliovírus selvagem no país. Em 1994, o país recebeu o certificado
de erradicação da transmissão autóctone pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sarampo
Rubéola
A rubéola é causada pelo vírus Rubella vírus e é transmitida de pessoa para pessoa,
por meio do espirro ou tosse, sendo altamente contagiosa. Uma pessoa com rubéola pode
transmitir a doença a outras pessoas desde uma semana antes do início da erupção até uma a
duas semanas depois de seu desaparecimento. Ou seja, uma pessoa pode transmitir a doença
antes mesmo de saber que tem rubéola.
232
T É C N I C O
A doença também pode ser congênita, podendo ser transmitida de mãe para filho
ainda durante a gravidez.
Doença de Chagas
Fonte: Google
233
Enfermagem em Saúde Coletiva
Hanseníase
Febre tifoide
234
T É C N I C O
Malária
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com
frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço
e, por vezes, delírios. No caso de infecção por P. falciparum, também existe uma chance
mínima de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80%
dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca,
perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores
de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
235
Enfermagem em Saúde Coletiva
Tuberculose
• Tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro
semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue
• Cansaço excessivo
• Sudorese noturna
• Falta de apetite
236
T É C N I C O
• Palidez
• Emagrecimento acentuado
• Rouquidão
• Fraqueza
• Prostração.
• Dificuldade na respiração
• Colapso do pulmão
Meningites
A maioria dos casos de meningite é provocada por vírus ou bactérias, mas a doença
também pode ser transmitida via fungos. Outros fatores também podem desencadear num
quadro de meningite, como alergias a determinados medicamentos, alguns tipos de câncer e
também inflamações.
• Meningite viral
• Meningite bacteriana
237
Enfermagem em Saúde Coletiva
• Meningite fúngica.
A causa da meningite varia de acordo com o tipo. A mais comum das meningites é
aquela causada por vírus, mas há casos também da doença provocada por bactérias. Menos
comum, a meningite causada por fungos também pode surgir.
A meningite viral pode ser causada por diversos tipos de vírus e é a forma mais
comum e menos perigosa de meningite, pois muitas vezes nem exige tratamento. Os vírus
causadores da meningite podem ser transmitidos via alimentos, água e objetos contaminados
e são mais comuns entre o fim do verão e o começo do outono.
Já a meningite fúngica, apesar de ser a menos comum, pode levar ao quadro crônico
da doença. Às vezes seus efeitos podem ser similares ou até idênticos aos da meningite
bacteriana, por isso inspira cuidados, mas não é contagiosa de pessoa para pessoa.
Em casos mais raros ainda, meningite pode ser resultado de causas não-infecciosas,
como reações químicas, alergia a alguns medicamentos e alguns tipos de câncer também.
• Idade: meningite viral costuma afetar crianças de até cinco anos, mas a forma
bacteriana da doença geralmente atinge adultos na casa dos 20. Na verdade, o grupo
de risco, quando é classificado pela idade, varia de acordo com a causa da doença.
Meningite causada pela bactéria Listeria monocytogenes costuma vitimizar muitos
idosos também
238
T É C N I C O
• Pescoço rígido
• Vômitos
• Náusea
• Convulsões
• Sonolência
• Fotossensibilidade
• Falta de apetite
Já para casos de meningite bacteriana, o tratamento deve ser imediato por meio
de antibióticos intravenosos e medicamentos de cortisona, para reduzir o risco de futuras
complicações. O antibiótico que o médico receitará depende do tipo de meningite que o
paciente tem, ou seja, da bactéria causadora da doença.
239
Enfermagem em Saúde Coletiva
serão receitados ao paciente quando a causa por comprovadamente infecção por fungos. Para
tratar meningite crônica, o tratamento indicado é o mesmo do de meningite fúngica, já que
esta é a única forma de meningite que pode levar ao quadro crônico da doença.
Leishmaniose
Leishmaniose cutânea: duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece
240
T É C N I C O
uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até
formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se
manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.
Como se dá a prevenção?
• Eliminar cães com diagnóstico positivo para leishmaniose visceral, para evitar o
aparecimento de casos humanos.
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), e de
gravidade variável. Possui dois ciclos de transmissão: o silvestre (que ocorre entre primatas
não humanos, onde o vírus é transmitido por mosquitos silvestres) e o urbano (erradicado no
Brasil desde 1942).
241
Enfermagem em Saúde Coletiva
A única forma de evitar a febre amarela é a vacinação. A vacina contra febre amarela
é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. É administrada
em dose única a partir dos 9 meses de idade e é válida por 10 anos. Deve ser aplicada 10 dias
antes de viagens para as áreas de risco de transmissão da doença. O Aedes aegypti prolifera-
se nas proximidades de habitações, em recipientes que acumulam água limpa e parada. Para
evitar a proliferação do mosquito devem ser adotadas medidas simples como colocar areia
nos pratinhos de plantas, cobrir recipientes que acumulam água - lixeiras, pneus, caixas
d’água, tonéis, retirar água de lajes, desentupir calhas, guardar garrafas de vidros ou pet,
baldes e vasos vazios e de boca para baixo.
Dengue
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos principais
problemas de saúde pública no mundo. O seu principal vetor de transmissão é o mosquito
Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.
Existem quatro tipos de dengue, pois o vírus causador da dengue possui quatro
sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente
para o mesmo sorotipo, mas imunidade parcial e temporária contra os outros três.
Quando uma pessoa é infectada com um determinado tipo de vírus, cria anticorpos
no seu organismo e não irá mais contrair a doença por esse mesmo vírus, mas ainda pode ser
infectada pelos outros três tipos. Isso quer dizer que só é possível pegar dengue quatro vezes.
A dengue clássica é a forma mais leve da doença, sendo muitas vezes confundida
com a gripe. Tem início súbito e os sintomas podem durar de cinco a sete dias, apresentando
sintomas como febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas
articulações, indisposição, enjoos, vômitos, entre outros.
242
T É C N I C O
• Limpe as calhas
243
Enfermagem em Saúde Coletiva
• Uso de repelente
Os sintomas da dengue iniciam de uma hora para outra e duram entre 5 a 7 dias. Os
principais sinais são:
• Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos
• Náuseas e vômitos
• Tontura
• Extremo cansaço
• Vômitos persistentes
244
T É C N I C O
• Confusão mental
• Dificuldade respiratória
• Palidez
• Perda de consciência.
A síndrome de choque da dengue, quando não tratada, pode levar a pessoa à morte
em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas
com dengue hemorrágica morrem.
Zika Vírus
Zika Vírus é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito
Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya.
O contágio do vírus ZIKV se dá pelo mosquito que, após picar alguém contaminado,
pode transportar o ZIKV durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população
245
Enfermagem em Saúde Coletiva
Os sinais de infecção pelo Zika vírus são parecidos com os sintomas da dengue, e
começam de 3 a 12 dias após a picada do mosquito.
O diagnóstico deverá ser feito por meio de análise clínica e exame sorológico (de sangue).
Ainda não se sabe muito sobre as complicações que o Zika vírus pode causar.
Recentemente ele foi relacionado pelo Ministério da Saúde à casos de microcefalia - uma
condição neurológica rara identificada em geral na fase da gestação - e à Síndrome de
Guillan-Barré, que é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca o sistema
nervoso por engano, que o causa uma inflamação nos nervos e fraqueza muscular.
Chikungunya
246
T É C N I C O
Fonte: Google
247
Enfermagem em Saúde Coletiva
Ainda assim, muitas pessoas deixam de comparecer aos postos de saúde para
atualizar a carteira de vacinação, e também de levar os filhos no tempo correto de aplicação
das vacinas. Umas das coisas que nós temos nos preocupado muito é o receio das pessoas
quanto à seguridade das vacinas. Como não temos doenças como pólio há mais de 20 anos e
profissionais de saúde nunca viram surtos destas doenças, isso faz com que a população não
tenha um olhar tão importante para este momento. Por isso, é fundamental que a população
tome consciência de que é preciso acompanhar as campanhas e ir regularmente às unidades
de saúde para a vacinação.
As vacinas ofertadas na rotina dos serviços de saúde são definidas nos calendários de
vacinação, nos quais estão estabelecidos:
248
T É C N I C O
• Os tipos de vacina;
• O intervalo entre uma dose e outra no caso do imunobiológico cuja proteção exija mais
de uma dose.
Esse ano, foram alteradas doses de reforço para vacinas infantis contra meningite e
pneumonia, além do esquema vacinal da poliomielite. Também não será mais necessária a
terceira dose da vacina de HPV
• Situação epidemiológica;
Para os bebês, a principal diferença será a redução de uma dose na vacina pneumocócica
10 valente para pneumonia, que a partir de agora será aplicada em duas doses, aos 2 e 4
meses, seguida de reforço preferencialmente aos 12 meses, mas poderá ser tomado até os
4 anos. Essa recomendação também foi tomada em virtude dos estudos mostrarem que o
esquema de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três doses
mais um reforço.
Já a terceira dose da vacina contra poliomielite, administrada aos seis meses, deixa de
ser oral e passa a ser injetável. A mudança é uma nova etapa para o uso exclusivo da vacina
inativada (injetável) na prevenção contra a paralisia infantil, tendo em vista a proximidade
249
Enfermagem em Saúde Coletiva
A partir de agora, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos dois,
quatro e seis meses de vida – com a vacina inativada poliomielite (VIP), de forma injetável.
Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo administrada como reforço aos 15 meses,
quatro anos e anualmente durante a campanha nacional, para crianças de um a quatro anos.
250
T É C N I C O
Os eventos adversos que podem ser imputados às vacinações são apenas uma
fração dos que ocorrem após as vacinações. Os eventos adversos podem ser inesperados
ou esperados, tendo em vista a natureza e características do imunobiológico, bem como
o conhecimento já disponível pela experiência acumulada. Entre os eventos esperados,
podemos ter eventos relativamente triviais, como febre, dor e edema local, ou eventos mais
graves, como convulsões febris, episódio hipotônico-hiporresponsivo, anafilaxia etc.
Uma distinção também importante é entre vacinas vivas e não vivas. As vacinas
virais vivas apresentam imunidade duradoura, por vezes com uma única dose. Entretanto,
têm o potencial de causar eventos adversos graves quando são administradas em pessoas com
deficiência imunológica ou com fatores individuais de predisposição ainda desconhecidos
(“idiossincrásicos”). As vacinas não vivas geralmente são imunógenos potentes. Porém, a
repetição exagerada do número de doses de algumas vacinas, como tétano e difteria, pode
provocar eventos adversos relacionados à deposição de imunocomplexos. A grande maioria
deles é local e/ou sistêmica e de baixa gravidade. Por essa razão as ações de vigilância são
voltadas para os eventos moderados e graves. Apenas em situações raras e particulares, o
óbito pode ser decorrente da vacinação.
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Enfermagem em Saúde Coletiva
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T É C N I C O
• Prazo de validade
• Conservação (Temperatura)
• Transporte
• Armazenamento
• Dose
• Coloração da Vacina
• Diluição
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Enfermagem em Saúde Coletiva
Na sala de vacinação, todas as vacinas devem ser armazenadas entre +2°C e +8°C,
sendo ideal +5°C. Além disso, a geladeira deve ser organizada de forma padronizada pelo
Ministério da Saúde.
Alguns cuidados básicos devem ser observados: Testar os alarmes antes de sair, ao
final da jornada de trabalho; Fazer a leitura da temperatura interna diariamente, no início
da jornada de trabalho, no início da tarde e no final do dia, com equipamento disponível;
Equipamento de proteção individual para trabalhar dentro de câmara: calça, casaco com
capuz, botas e luvas; Certificar-se uma vez ao mês, de que a vedação da porta da câmara está
adequada para o funcionamento; Registrar no formulário próprio; usar luz fria; no final do dia
de trabalho, certificar-se de que a luz esteja apagada, de que todas as pessoas tenham saído,
de que a porta esteja fechada; fazer a limpeza da câmara com pano úmido; quando necessário
utilizar sabão neutro, mantendo-a sempre limpa; não deixar a porta aberta por mais de um
minuto ao colocar ou retirar os imunobiológicos; somente abrir a câmara após ter fechado a
antecâmara; Semanalmente a coordenação estadual deverá receber do responsável pela Rede
de Frio o gráfico de temperatura das câmaras e dar o visto, após análise dos mesmos.
• Na primeira prateleira devem ser armazenadas as vacinas que podem ser submetidas à
temperatura negativas (APO, TV, DV, FA).
• Manter afixado, em cada porta do equipamento, cartazes para não abrir as portas da
geladeira;
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T É C N I C O
6.6 - Transporte
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REFERÊNCIAS
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T É C N I C O
● LEAVELL, H. & CLARK, E.G. Medicina Preventiva. São Paulo, Mcgraw-hill, 1976.
744 p.
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