Você está na página 1de 47

6

RESUMO

No Brasil a média nacional do tratamento de esgoto é de 44,92%, a ausência do tratamento de


efluentes expõe grande parte da população a doenças, além de prejuízos ao meio ambiente. A
ausência de políticas públicas proporciona a disseminação de conhecimento relacionado ao
saneamento básico e técnicas sustentáveis como os biodigestores e reatores biológicos que se
apresentam como modelo de tecnologia social como alternativa de baixo custo. A pesquisa
tem como objetivo apresentar a viabilidade da implantação de alguns tipos de biodigestores
que podem ser utilizados em pequenas comunidades. Os modelos de biodigestores
encontrados no estudo bibliográfico foram os Indianos, Chinês, Canadense e por Batelada.
Estes sistemas são uma opção viável ao tratamento de esgoto, devido a seus modelos
possibilitarem adaptações de acordo com a necessidade da região e da população.
Palavras chaves: Saneamento Básico, Preservação Ambiental, Reatores anaeróbios,
Biodigestores.
7

ABSTRACT

In Brazil, the national average of sewage treatment is 44.92%, the absence of effluent
treatment exposes a large part of the population to diseases, as well as damages to the
environment. The absence of public policies provides the dissemination of knowledge related
to basic sanitation and sustainable techniques such as biodigesters and biological reactors that
present themselves as a model of social technology as a low cost alternative. The research
aims to present the viability of the implantation of some types of biodigesters that can be used
in small communities. The models of biodigestors found in the bibliographic study were
Indian, Chinese, Canadian and Batch. These systems are a viable option for sewage treatment,
because their models allow adaptations according to the needs of the region and the
population.

Keywords: Basic Sanitation, Environmental Preservation, Anaerobic Reactors, Biodigesters.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 Índice de Saneamento por Região.......................................................................13

FIGURA 2 Representação do Processo de Biodigestão........................................................16

FIGURA 3 Modelo de Biodigestor Indiano...........................................................................20

FIGURA 4 Detalhamento Biodigestor Modelo Indiano........................................................20

FIGURA 5 Representação Tridimensional Modelo Indiano e seu Interior...........................21

FIGURA 6 Modelo de Biodigestor Chinês............................................................................22

FIGURA 7 Modelo Esquematizado de Biodigestor Chinês..................................................23

FIGURA 8 Modelo de Biodigestor Canadense......................................................................24

FIGURA 9 Modelo de Biodigestor Batelada.........................................................................25

FIGURA 10 Figura do tratamento de efluentes da indústria sucroalcooleira........................27

FIGURA 11 Mapa da Região Administrativa de Ribeirão do Salto......................................30

FIGURA 12 Vista Aérea do Vilarejo Rural...........................................................................31

FIGURA 13 Vista Vilarejo Produtores Rurais de Ribeirão do Salto.....................................32

FIGURA 14 Ligação do Esgoto (Fossa Séptica) ..................................................................33

FIGURA 15 Resultado do Efluente Após Passar pela Fossa Séptica....................................33


9

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Quantidade de Biogás Residencial x Dia...........................................................17

TABELA 2 Orçamento Estimado Para Produção do Biodigestor Indiano........................................35


10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANA Agência Nacional de Águas

PLANSAB Plano Nacional de Saneamento

ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil

AGV - Ácidos Graxos Voláteis

CH4 Gás Metano

CO2 Dióxido de Carbono

H2S Sulfeto de Hidrogênio

N2 Nitrogênio

H2 Hidrogênio

CO Monóxido de Carbono

PH Potencial Hidrogeniônico

TRM Tempo de Retenção dos Microorganismo

TRH Tempo de Retenção Hidráulica

PVC Policloreto de Vinila

UASB - Upflow Anaerobic Sludge Blanket

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NBR Norma Brasileira Regulamentadora


11

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8

2. OBJETIVO ...................................................................................................................... 10

2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................ 10


3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 11

4. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 12

4.1. Meio Ambiente ........................................................................................................... 12


4.1.1. Definição .............................................................................................................. 12
4.2.2. Problemas Provocados Pela Falta de Saneamento Básico ........................................... 13
Figura 2 - Representação do processo de biodigestão ......................................................... 16

4.4. Biodigestores .............................................................................................................. 17


4.4.1. Tipos de modelos de biodigestores ......................................................................... 18
Figura 4 Detalhamento Biodigestor Modelo Indiano. ...................................................... 20

Figura 5 Representação Tridimensional Modelo Indiano e seu Interior ....................... 21

Figura 6 Modelo de biodigestor Chinês ............................................................................. 22

Figura 7 Modelo Esquematizado de Biodigestor Chinês ................................................. 23

Figura 8 Modelo de biodigestor Canadense ...................................................................... 24

Figura 9 Modelo de biodigestor Batelada ......................................................................... 25

4.4.2. Emprego de Biodigestores em Tratamento de Efluentes ........................................... 26


4.4.3. Subprodutos do Biodigestor ........................................................................................ 27
4.4.4. Biofertilizante ....................................................................................................... 27
6. Estudo de Caso: Aplicabilidade de Biodigestores Para Pequena Comunidade
Localizada em Ribeirão do Salto........................................................................................... 30

6.1. Local de Estudo .......................................................................................................... 30


6.2. Descrição .................................................................................................................... 31
6.3. Dimensionamento Biodigestor .................................................................................... 34
6.3.1. Cálculo Volumétrico do Biodigestor ....................................................................... 34
6.4. Materiais e Estimativa de Custo ................................................................................. 35
12

7. ANÁLISE DE RESULTADOS ...................................................................................... 36

8. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 37

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 39

10. ANEXOS .......................................................................................................................... 42


8

1. INTRODUÇÃO
Atualmente grande parte da população brasileira ainda convive com a inadequação do
serviço de saneamento básico caracterizado pela disposição de efluentes sem tratamento
prévio representando uma fonte potencialmente contaminante para água, solo e ar (BRANCO,
2013; MARTINETTI et al., 2013; MOURA et al., 2011).
Segundo estudo publicado em 2017 pela Agência Nacional de Águas (ANA) apenas 43%
da população possuía acesso a coleta de esgoto e estação de tratamento de esgoto, 12% é
atendido por formas alternativas como fossa séptica, 18% esgoto coletado, porém não tratado
e 27% não tem acesso a coleta e tratamento do esgoto (ANA, 2017).
A Lei 11.445/2007 dispõe sobre um conjunto de serviços estruturais de abastecimento de
água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana e drenagem de
águas pluviais. Tem como princípio fundamental a universalização do acesso a fim de gerar
melhores condições de vida para a população (BRASIL, 2007).
Com a importância do tema, o impacto gerado ao meio ambiente e a população foram
criadas políticas públicas nacionais como o Plano Nacional de Saneamento Básico
(PLANSAB), elaborado em 2014, que estabelece diretrizes, metas e ações de saneamento
básico no país, além de compromissos internacionais assinados por ocasião da Cúpula das
Nações Unidas que tratou dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2015,
onde o país se comprometeu universalizar o acesso à água potável e alcançar o acesso a
saneamento e higiene adequados e equitativos até 2030 (BRASIL, 2013, 2015).
Apesar da legislação vigente e dos acordos internacionais a evolução no cumprimento da
meta estabelecida caminha a passos lentos, segundo o Instituto Trata Brasil a universalização
dos serviços que pode contribuir para reduzir as desigualdades sociais e regionais que
desafiam o nosso país não acontecerá sem um maior engajamento dos prestadores e
comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais (TRATA BRASIL, 2018).
A ausência de políticas públicas proporciona a disseminação de conhecimento
relacionado ao saneamento básico e técnicas sustentáveis de forma interativa e participativa.
Dessa forma diversos estudos vêm sendo apresentados de forma descentralizada ao tratamento
de efluentes entre elas os biodigestores, que além do tratamento, promove a produção de
biogás e fertilizantes (SABEI E BASSETTI, 2013).
A fim de sanar a problemática de tratamento de esgoto em regiões que não possuem
coleta e tratamento, o uso de biodigestores torna-se uma alternativa promissora. Biodigestão
trata-se de uma técnica simples e economicamente viável para o tratamento de dejetos,

8
9

consiste em câmaras hermeticamente fechadas, onde a matéria orgânica diluída em água passa
por um processo de fermentação anaeróbia (sem oxigênio), os resíduos são decompostos
oferece como produto o biogás e Biofertilizante (TURDERA e YURA, 2006).
Os biodigestores apresentam-se como modelo de tecnologia social como alternativa de
baixo custo construído através de materiais disponíveis em lojas de materiais de construção e
de simples manutenção. Além de ser uma alternativa de agregar valor ao meio ambiente e as
pequenas comunidades, encorajando atores sociais a pensar e resolver problemas fortalecendo
a prática da cidadania (CARVALHO et al., 2017; OLIVEIRA, 2018).
10

2. OBJETIVO

2.1. Objetivo Geral


O presente trabalho teve por objetivo apresentar a viabilidade da implantação dos modelos
de biodigestores que a serem utilizados em pequenas comunidades.

2.2. Objetivos Específicos


Apresentar os diferentes tipos de biodigestores;
Verificar a aplicabilidade da técnica em pequenas comunidades visando evitar a
contaminação do solo e afluentes;
Conhecer os subprodutos do uso do biodigestor;
Apresentar um projeto de implantação com o uso do Biodigestor em comunidade
rural.
11

3. METODOLOGIA
Tratou-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica realizada nas bases de dados virtual.
Foram utilizados como descritores: Saneamento básico, preservação ambiental, reatores
anaeróbios, biodigestores.
Para concretização desta pesquisa, a triagem das publicações, dissertações e teses, feita a
partir de critérios de inclusão e exclusão. Dessa maneira, foram selecionados: artigos
disponíveis online na íntegra, tendo em seu conteúdo o uso de biodigestor como alternativa
para tratamento de esgoto, além de pesquisas sobre o diagnóstico do saneamento básico no
Brasil. Foram utilizados com critério de exclusão: artigos não disponíveis na íntegra no
formato eletrônico, publicações duplicadas e artigos incompatíveis ao objetivo do estudo.
12

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Meio Ambiente

4.1.1. Definição
Segundo Souza (2002) apud Jacobi (1999) compreende-se por meio ambiente um
habitat socialmente e modificado pela ação humana, e do discernimento da questão ambiental,
como qualquer outra em geral, resultando não só de impactos objetivos da ação sobre os
indivíduos, mas como um intervenção social, de valores culturais, agindo assim na vivência
do ser humano.

Frequentemente, coliga-se o ambiental, apenas ao natural, quando podemos


contemplar o social, não restringindo apenas ao conjunto de dinâmicas e processos naturais,
mas como processos sociais. (SOUZA, 2002 apud JACOBI 1999).

4.2. Saneamento Básico


4.2.1. Definição
Saneamento básico pode ser definido como um conjunto de bens ou serviços que
existem nas cidades ou outros meios urbanos ou não urbanos, de uso coletivo, que compõe
materiais para o andamento da cidade enquanto a produção de consumo se tornando suporte
para as estatais. São bens coletivos definidos por características como: o caráter de serviço, a
localização espacial no espaço urbano, a forma de organização e a interdependência entre
eles. (SOUZA, 2002 apud JACOBI 1999).
Os serviços podem ser estruturados como instalações duráveis, com capacidade de
veicular, estocar, tratar e distribuir sobre os territórios, a água, o esgoto, a energia e rede
viária. Aderindo ao bom funcionamento da rede viária, consequentemente o abastecimento de
água energia gera uma absoluta satisfação (SOUZA, 2002 apud JACOBI 1999).
13

4.2.2. Problemas Provocados Pela Falta de Saneamento Básico


Apesar do avanço tecnológico em diversas áreas ainda há precariedade no tratamento
da rede de esgoto, conforme o apontamento do instituto Trata Brasil atualmente a média
brasileira para a coleta urbana de esgoto é de 51,92%, alguns municípios apresentam
indicador de atendimento próxima de zero, cerca de 100 milhões de brasileiros não tem acesso
a esse serviço. Quanto ao indicador de tratamento de esgoto a média nacional é de 44,92%,
mais de 3,5 milhões de brasileiros nas 100 maiores cidades do Brasil despejam irregularmente
o esgoto (TRATA BRASIL, 2018).
Efluentes não tratados expõe um quantitativo significativo da população a doenças
diarreicas, dermatológicas e agravamento de epidemias veiculadas por vetores (ratos e
insetos), estas, estão relacionadas ao consumo de água e alimentos lavados com água
contaminada com fezes, além das questões relacionadas a higiene precária (RIBEIRO e
ROOKE, 2010; BERTONCINNI, 2008).
O esgoto não tratado transporta águas residuais diretamente para o solo, lagos ou
mares, a presença de dejetos humanos pode servir de veículo de patogênicos de várias
doenças, dessa forma, torna-se indispensável afastar as possibilidades de seu contato com o
homem, águas de abastecimento, vetores (moscas, baratas) e alimentos (RIBEIRO e ROOKE,
2010).
É possível verificar os índices de saneamento básico por região conforme Figura 1:

Figura 1 Índice de Saneamento por Região.

Fonte: Adaptado de Relatório Luz da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável (2009).

As doenças infecciosas e parasitárias ocasionadas pela falta de condições adequadas


de destino dos dejetos podem levar o homem à inatividade ou reduzir sua potencialidade para
14

o trabalho, conforme o estudo realizado por o DATASUS Departamento de Informática do


SUS - Ministério da Saúde, em 2013 ocorreu 340 mil internações por infecções
gastrointestinais, 173 mi

(DATASUS, 2014).
DATASUS (2014) enfatiza que o custo de uma internação por infecção
gastrointestinal no Sistema Único de Saúde foi cerca de R$ 355,71 por paciente. Acarretando
em despesas públicas de R$ 121 milhões por ano, a universalização traria uma economia
anual de R$ 27,3 milhões, distribuídos 52,3% no Nordeste e 27,2 no Norte, e o restante a
região Sudeste, Sul e Centro Oeste do país.
Os parasitas em geral possuem duas fases de vida: uma dentro do hospedeiro onde
possuem condições ideais para seu desenvolvimento (temperatura, umidade e alimento) e
outra no meio ambiente onde estão ameaçados e morrem com facilidade pela luminosidade
excessiva, calor, falta de alimento e a presença do oxigênio, portanto o tempo que passa fora
do hospedeiro deve ser suficiente para alcançar novos organismos e continuar seu ciclo.
(RIBEIRO & ROOKE, 2010).
Portanto, para Ribeiro de Rooke (2010), os parasitas são eliminadas pelo portador
junto com fezes, urina e catarro, e misturadas com microrganismos que vivem livre no solo,
na água e no ar. Logo uma pessoa sadia, ficará doente se entrar em contato ou ingerir água ou
alimentos contaminados.
A preocupação proporcional ao tamanho do problema, pois, além dos impactos
causados na saúde, a ausência de tratamento do esgoto traz também graves consequências
ambientais, a matéria orgânica presente nos dejetos em contato com a água de rios, riachos,
açudes, leva a proliferação de bactérias aeróbias, provocando o consumo de oxigênio
dissolvido, os baixos índices ou sua extinção leva degradação da vida aquática (BRANCO,
2013).
água
provocando crescimento acelerado de vegetais microscópicos responsáveis pelo desiquilíbrio
ecológico, ocasionando escurecimento da água e mau odor e sabor (SABEI e BASSETTI,
2013).
As águas residuárias domésticas apresentam componentes tais como água de banho e
de lavagens, fezes, urinas, resíduos de comida, sabões, detergentes, óleos e graxa.
Normalmente mais de 99,9% do esgoto é constituído por água, porém, os 0,01% são
15

responsáveis pela deterioração da qualidade do corpo da água (MOURA et. al., 2011,
MARTINETTI et al., 2013).
Os efluentes líquidos advindos do esgoto doméstico, industrial ou agrícola são
responsáveis por uma parte significativa de poluição hídrica a medida que são lançadas nos
corpos hídricos receptores sem prévio tratamento (MARTINETTI et al., 2013).
Outro fator que justifica essa preocupação e também merece destaque, é o risco que a
humanidade corre de enfrentar uma escassez insolúvel de água potável (GASPAR, 2003).
A escassez não é resultado a um volume pequeno de água doce no planeta, porém
devido ao seu uso incorreto, o processo de poluição, são resultados das ações humanas.
(GASPAR, 2003).
Os biodigestores são considerados como tecnologias sociais e são capazes de
solucionar ou pelo menos reduzir os problemas de esgotamento sanitários, possibilitando as
populações carentes que vivem em pequenas comunidades melhor qualidade de vida e
conscientização ambiental (OLIVEIRA, 2018).
Dentre as opções os biodigestores são possibilidades viáveis, pois sua instalação é de
baixo custo e, além do evitar a poluição do solo e mananciais, pode ser utilizado como
geração do biogás e fertilizantes para adubação do solo (MARTINETTI, 2013 et al.
OLIVEIRA, 2018).
4.3. O Biogás
4.3.1. Definição
O biogás é um subproduto resultante da biodigestão, produzido por micro-organismos
quando matérias orgânicas (de dejetos animais e humanos, resíduos vegetais e de lixo
orgânico industrial ou residencial) são fermentadas dentro de determinados limites de
temperatura, teor de umidade e acidez, em um ambiente impermeável ao ar, é um gás incolor,
inodoro, altamente combustível (GASPAR, 2003 apud OLIVEIRA, 2018).
A biodigestão pode ser dividida em quatro etapas: hidrólise, acidogênese,
acetogênese e metanogênese.
Na hidrólise, as enzimas produzidas pelas bactérias transformam polímeros,
como amido e proteínas, em monômeros, como açúcares e aminoácidos. Na acidogênese,
esses monômeros são transformados em ácidos graxos voláteis (AGV), como ácido butírico e
ácido propiônico. Na acetogênese, esses ácidos graxos voláteis são transformados em ácido
acético, gás carbônico e hidrogênio gasoso. Na metanogênese, o ácido acético é transformado
em metano e gás carbônico pelas bactérias metanogênicas acetoclásticas e o gás carbônico e o
hidrogênio são combinados, formando metano, pelas bactérias metanogênicas
16

hidrogenotróficas. Como resultado desse processo, é gerado um gás, chamado de biogás, que
é composto basicamente de metano e gás carbônico, mas contém gás sulfídrico e outros
componentes em quantidades menores. Além disso, a matéria orgânica residual é rica em
nitrogênio, segundo à figura 10. (BALMANT, 2009).

Figura 2 - Representação do processo de biodigestão

Metanogênese

Acetogênese
Hidrólise

Acidogênese

Fonte: Concepção, construção e operação de um biodigestor e modelagem matemática da biodigestão


anaeróbica (2009).
4.3.2. Propriedades Físico-Químicas do Biogás
As propriedades físico-químicas do biogás dependem da influência e tecnologia
utilizada, como uma mistura variável, pode conter gases de poder calorifico e densidade
variando com a concentração relativa de cada um dos seus componentes. (MAGALHÃES,
2004 et al. PINHEIRO, 1999).
Segundo Magalhães et al. (2004) apud Pinheiro (1999), os principais componentes do
biogás são: de gás metano (CH4) variando de 50% a 75% e o dióxido de carbono (CO2)
variando de 25% a 40%. Outros gases também podem ser encontrado, tais como: sulfeto
hidrogênio (H2S), o nitrogênio (N2), o hidrogênio (H2) e o monóxido de carbono (CO), porém
em quantidades reduzidas.
O metano, principal componente do biogás, em combustão apresenta uma chama azul-
lilás e, às vezes, com pequenas manchas vermelhas. Não produz fuligem e seu índice de
poluição atmosférico é inferior ao do butano, presente no gás de cozinha (GASPAR, 2003).
17

De acordo com Oliveira (2018) alguns fatores podem influenciar na produção de


biogás, destacam-se:
a) A quantidade de matéria seca que é resultado da sobra do material orgânico
após a evaporação de líquidos;
b) Concentração de nutrientes;
c) PH podem afetar o desempenho das bactérias anaeróbias, devendo este
permanecer entre 6,0 a 8,0 sendo ideal o pH 7,0;
d) Temperatura entre 25° e 40°C considerada ótima para atividade dos
organismos anaeróbios, porém o biogás tem melhor rendimento entre 35° e 37°C;
e) Período de fermentação corresponde ao tempo que as bactérias necessitam para
digestão do material orgânico, podem variar de 30 a 60 dias e pode ser alterado de acordo
com o substrato, pH e temperatura;
f) Relação Carbono/Nitrogênio: esta relação equilibrada é importante para o
máximo rendimento na produção de biogás;
g) Substâncias tóxicas presentes em matérias primas contaminadas com sabão,
antibiótico, tabaco, ácidos ou outras substâncias que interfiram no processo de digestão da
biomassa.

Tabela 1 Quantidade de Biogás Residencial x Dia


Local Quantidade Unidade
Cozinha 2,10 m³
Geladeira 2,20 m³
Iluminação 0,63 m³
Banho Quente 4,00 m³
Total 8,93 m³
Fonte: Biodigestores Rurais: Modelo Indiano, Chinês e Batelada (2012).
A produção do biogás fornece um combustível limpo, além disso, ao mesmo tempo
em que o gás é formado, há produção também do biofertilizante, que para pequenas
comunidades, trazendo melhorias na agricultura.

4.4. Biodigestores
De acordo com a literatura a utilização do biodigestor não é recente, em 1900 em
Bombaim considerada a maior e mais importante cidade da Índia o primeiro digestor a
batelada foi posto em funcionamento contínuo, além dos indianos, os alemães e italianos
18

desenvolveram técnica de obter biogás de dejetos, durante e após a segunda guerra mundial.
Há registro que a China utiliza os biodigestores a pelo menos meio século (GASPAR, 2003).
Os biodigestores são constituídos basicamente por uma estrutura física composta por
uma câmara hermeticamente fechada que abriga e permite o processo da degradação da
matéria orgânica através da digestão anaeróbica e o gasômetro para armazenar o biogás
(FRIGO et al., 2015; OLIVEIRA 2018; GASPAR 2003).
Tem capacidade de receber outros materiais de origem orgânica, como estercos de
animais e restos de vegetais, com exceção de madeira. Contudo, os restos vegetais, por
possuírem baixa densidade, podem se acumular no topo do material, provocando a
interrupção da produção de gás. É importante salientar que os materiais orgânicos devem ser
diluídos em água, porém, a quantidade adicionada depende do substrato inserido (OLIVEIRA,
2018).
Para a escolha adequada do biodigestor é necessário entender seus princípios de
operação e dessa forma realizar a seleção e o planejamento de um modelo de tratamento de
resíduos.
Segundo Fukayama (2008) apud Frigo et al. (2015), é de necessidade conhecer
parâmetros básicos como tempo de Retenção dos Microrganismos (TRM), Tempo de
Retenção Hidráulica (TRH) e Tempo de Retenção dos Sólidos, pois os tipos, suas
características de biodigestores, condicionam na operação e eficiência da produção de biogás.

4.4.1. Tipos de modelos de biodigestores


Os biodigestores podem ser classificados de acordo com a forma de abastecimento:
batelada que recebe a matéria orgânica de um só vez podendo ser substituídos após a digestão
de todo o lote e biodigestores contínuos que podem ser abastecidos com periodicidade
variável de alguns segundos a uma vez por semana permitindo que a cada entrada da matéria
orgânica exista a saída do material já processado (TURDERA e YURA, 2006; BRANCO,
2013).
Os biodigestores trabalham com qualquer tipo de material que se decomponha
biologicamente sob ação de bactérias anaeróbias, permitem o tratamento de resíduos sólidos
como lixo orgânico, excretas humanas e de animais (TURDERA e YURA, 2006;
MARTINETTI et al., 2013).
Segundo Junior (1994) apud Branco (2013), as ações bioquímicas percorrem quatro
etapas sendo elas: hidrólise, fermentação, acidogênica e metanogênica, que tem influência
direta com diversos tipos de bactérias, cada uma possui um uma influência na ausência de
19

oxigênio, sendo de mais importância o grupo de metanogênicas, responsável pela última etapa
com formação do metano (CH4).
Existem vários tipos de biodigestores. Na literatura pesquisada há registro de quatro
deles: Indiano, Chinês, Canadense e Batelada que serão abordados a seguir, mas, em geral,
todos são compostos, basicamente, de duas partes: um recipiente (tanque) para abrigar e
permitir a digestão da biomassa, e o gasômetro (campânula), para armazenar o biogás, além
de contar com uma válvula, onde sai o biogás; e uma saída para retirada de biofertilizante
(GASPAR, 2003; CASTANHO e ARRUDA, 2008).
4.4.1.1. Modelo Indiano
É construído como um poço, local onde ocorre a digestão da biomassa, coberto por
uma tampa cônica, (campânula) geralmente de ferro ou fibra que controla a pressão do gás
metano e permite a regulagem da emissão deste. Ocupa pouco espaço e não é necessário
estabelecer medidas fixas para o diâmetro e a profundidade necessária, de acordo com a
variabilidade do solo, devendo atentar-se apenas com a relação de capacidade do tanque
digestor e da campânula. É possível alterar a profundidade do biodigestor em função do
diâmetro, dessa forma quanto menor a profundidade maior o diâmetro ou vice e versa
(GASPAR, 2003; CASTANHO e ARRUDA, 2008).
Como este modelo fica abaixo do solo isso favorece o aproveitamento da temperatura
e acelera o processo de fermentação, favorecendo a ação das bactérias.
Este modelo tem como característica a campânula (uma espécie de tampa conhecida
como gasômetro), pode estar submersa sobre a biomassa em fermentação, ou em um selo
Isso ajuda a reduzir as perdas de gás durante o processo. Há uma parede
centralizada na estrutura do tanque que o divide em duas câmaras. A função da parede
divisória fazendo com que o material possa circular por todo o interior da câmara de
fermentação (BONTURI; VAN DIJK, 2012).
um
espaçamento entre as paredes, preenchidas com água e a campânula permanece flutuando no
volume do fluido propiciando o armazenamento do biogás (AMORIM,2004 et al.
OLIVEIRA, 2018).
A biomassa utilizada para alimentação do biodigestor indiano, deverá ser contínua e
apresentar uma concentração de sólidos não superior a 8%, para assim facilitar a circulação do
resíduo por seu interior evitando os entupimentos nos canos de entrada e saída do material
(DEGANUTTI et al., 2002). Considerado de fácil construção, segundo a figura 1, 2 e 3,
porém o gasômetro de metal pode elevar o custo final. (DEGANUTTI et al., 2002).
20

Figura 3 - Modelo de biodigestor Indiano

Fonte: Geração de Energia Através de Biogás Proveniente de Esterco (2014).

Figura 4 Detalhamento Biodigestor Modelo Indiano.

Fonte: Extraído de Utilização de um biodigestor para tratamento de esgoto e geração de energia: um estudo de
caso na comunidade de Portelinha (2018).
Em que:
Di - Diâmetro interno do biodigestor;
Ds - Diâmetro interno da parede superior;
Dg - Diâmetro do gasômetro;
21

H - Altura do nível do substrato;


h1 - Altura ociosa (reservatório do biogás);
h2 - Altura útil do gasômetro;
a - Altura da caixa de entrada;
e - Altura da parede do biodigestor acima do nível do substrato.

Figura 5 Representação Tridimensional Modelo Indiano e seu Interior

Fonte: Extraído de Biodigestores Rurais: Modelo indiano, chinês e Batelada (2002).

4.4.1.2. Modelo chinês


Modelo considerado mais rústico, em peça única, e enterrado no solo, para ocupar
menos espaço, formado por um cilindro feito de alvenaria onde ocorre a fermentação e seu
teto uma espécie de cúpula fixa impermeável que tem a função de armazenar o biogás
(OLIVEIRA, 2018; CASTANHO e ARRUDA, 2008).
Este modelo tem o custo mais acessível em relação aos outros, pois toda peça é feita
em alvenaria, dispensando o uso do gasômetro (CASTANHO e ARRUDA, 2008).
Apesar do custo reduzido relacionado ao custo do material, para sua construção é
necessário profissional capacitado, pois pode ocorrer problemas como vazamento de biogás
devido má realização da vedação e impermeabilização fazendo com que a pressão interna
elevada por acúmulo do gás cause algum acidente. (FRIGO, 2015).
22

É utilizada uma técnica segundo Oliveira (2018), onde o tijolo é mantido na posição
necessária pelo próprio peso, até que a argamassa seque. As paredes internas recebem uma
camada de impermeabilizante, impedindo as infiltrações que são absorvidas pelo solo durante
as chuvas, evitando assim, trincas ou rachaduras.
Devido a variação de fermentação da biomassa (característico deste modelo de
biodigestor), a pressão do gás gerado não é constante, uma parcela do gás formado na caixa
de saída é liberado para a atmosfera, diminuindo parte da pressão interna do gás, devido a isto
a construção do biodigestor tipo chinês não são utilizadas para instalações de grande porte
(OLIVEIRA, 2018 apud DEGANUTTI, 2002).
Diversos autores, referem-se à oscilação da pressão de consumo como um fator
negativo na utilização desse modelo, porém, um projeto de adaptação do modelo chinês às
características brasileiras foi empreendido pela Universidade Católica de Goiás resolveu a
problemática com a utilização de uma simples válvula, a qual mantinha a pressão no nível
desejado (GASPAR, 2003).
Assim como no modelo indiano, para evitar entupimentos do sistema de entrada e
facilitar a circulação do material o substrato deverá ser fornecido continuamente, com a
concentração de sólidos totais em torno de 8%. (DEGANUTTI, 2002).
Outra consideração importante ao utilizar esse modelo de biodigestor para o
tratamento de efluentes domésticos, deve-se acoplar à tecnologia de um sistema de tratamento
complementar como o de zona de raízes, segundo à figura 5 e 6, onde solos filtrantes
proporcionam o tratamento integral do esgoto residencial através da remoção de poluentes por
meios de processos físicos, químicos e biológicos. (OLIVEIRA, 2018).

Figura 6 Modelo de biodigestor Chinês


23

Fonte: Extraído de Biodigestores Rurais: Modelo indiano, chinês e Batelada (2002).

Em que:
D - Diâmetro do corpo cilíndrico;
H - Altura do corpo cilíndrico;
Hg - Altura da calota do gasômetro;
hf - Altura da calota do fundo;
Of - Centro da calota esférica do fundo;
Og - Centro da calota esférica do gasômetro;
he - Altura da caixa de entrada;
De - Diâmetro da caixa de entrada;
hs - Altura da caixa de saída;
Ds - Diâmetro da caixa de saída;
A - Afundamento do gasômetro;

Figura 7 Modelo Esquematizado de Biodigestor Chinês

Fonte: Utilização de um biodigestor para tratamento de esgoto e geração de energia: um estudo de caso na
comunidade de Portelinha (2018).

4.4.1.3. Modelo canadense


Possui uma câmara de fermentação subterrânea revestida de lona plástica, uma manta
superior feita de material plástico maleável (PVC) é usada para reter o biogás produzido de
24

modo a formar uma campânula de armazenamento, possui uma caixa de saída para o efluente
e também um registro para saída do biogás (CASTANHO e ARRUDA, 2008; FRIGO, 2015).
É um modelo tipo horizontal onde a caixa de carga feita em alvenaria, possui largura
maior que a profundidade, desta forma, tem uma área maior de exposição ao sol o que
possibilita grande produção de biogás e evita o entupimento (FRIGO et al., 2015;
CASTANHO e ARRUDA, 2008).
Este biodigestor precisa ser totalmente vedado e o local da instalação deve
proporcionar o menor risco de ocorrer furos na manta superior que venham ocasionar
vazamento de gás. Durante o processo de produção de gás a cúpula infla em decorrência do
material maleável que pode ser retirado quando necessário, esta cúpula aumenta o custo final
desse modelo (FRIGO et al., 2015).
O abastecimento pode ser feito de forma contínua ou por batelada, pode ser utilizado
em pequenas e grandes propriedades e também em projetos agroindustriais, segundo à figura
7. (FRIGO et al., 2015).

Figura 8 Modelo de biodigestor Canadense

Fonte: Extraído de Biodigestores: seus modelos e aplicações (2015).

4.4.1.4. Modelo Por Batelada


Composto por um sistema simples e de pequena exigência operacional, podendo
utilizar apenas um tanque ou uma série de tanques. Seu abastecimento é realizado uma única
vez onde a biomassa é mantida em fermentação até o completo ciclo de digestão anaeróbia e a
25

produção de biogás ao término desse período o material é descarregado e o tanque o


biodigestor é aberto, limpo e novamente carregado para um novo ciclo de produção de biogás
(FRIGO et al., 2015, CASTANHO e ARRUDA, 2008).
O gás produzido pode ser armazenado no próprio local da digestão ou em um
gasômetro acoplado (OLIVEIRA, 2018).
Esse modelo é geralmente utilizado onde há sazonalidade na produção de biomassa
como em granjas avícolas de corte em que o esterco é apenas coletado após a venda das aves
e a limpeza do galpão, segundo à figura 8. (OLIVEIRA, 2018; FRIGO et al., 2015).

Figura 9 Modelo de biodigestor Batelada

Fonte: Extraído de Biodigestores Rurais: Modelo indiano, chinês e Batelada (2002).

Em que:
Di - Diâmetro interno do biodigestor;
Ds - Diâmetro interno da parede superior;
Dg - Diâmetro do gasômetro
H - A altura do nível do substrato;
h1 - Altura ociosa do gasômetro;
h2 - Altura útil do gasômetro;
h3 - Altura útil para deslocamento do gasômetro;
b - Altura da parede do biodigestor acima do nível do substrato;
26

c - Altura do gasômetro acima da parede do biodigestor.

4.4.2. Emprego de Biodigestores em Tratamento de Efluentes


O tratamento de efluentes com o emprego de biodigestores não é uma prática recente,
conforme menciona NOGUEIRA (1986 apud REIS, 2012) na Alemanha, em 1920, foi
aplicado no tratamento de esgotos de aproximadamente 48 cidades um sistema contínuo de
biodigestão, beneficiando aproximadamente 4,6 milhões de pessoas, sendo o biogás
produzido nestas estações usado como fonte de energia no próprio tratamento de esgotos.
Porém, REIS (2012) afirma que após o fim da segunda guerra mundial, com o recurso do
petróleo sendo oferecido em abundância, a tecnologia da biodigestão e da geração de biogás
deixou de progredir.

Robra (2006) apud Reis (2012) afirma que, somente com a crise mundial de energia
no ano de 1973 e mais recentemente, com o aumento da conscientização sobre as questões
ambientais em relação a produção e uso de energia, visando o destino adequando de resíduos
sólidos e líquidos, foi onde o desenvolvimento da tecnologia da biodigestão foi retomado: E,
ROBRA, 2006 apud REIS, 2012 afirmou que:

No brasil biodigestores já existem há duas décadas no Brasil, começando com


modelos provenientes da China e Índia, porém existiu algumas dificuldades na implantação,
descrebilizando o meio rural. Sendo assim o modelo adotado para o Biossistema Integrado,
conduz avanços, e leva simplicidade de baixo custo de construção. (Ambiente Brasil, 2012).

Exemplificando a empregabilidade de biodigestores, sendo de grande relevância na


indústria suinocultura, pois vem se difundindo de forma intensa, com o uso do biogás para
gerar energia, obtendo créditos de carbono e aplicando efluentes, tais como fertilizantes de
solo. (SOUZA, 2002 apud. MIELE et al. 2011).

Podemos exemplificar também a aplicação na indústria sucroalcooleira, após o


-flow anaerobic sludge blanket digestion
utilizando como parte do tratamento biológico conforme Figura 9:
27

Figura 10 - Fluxograma do tratamento de efluentes da indústria sucroalcooleira.

Fonte: Avaliação de desempenhe de reator UASB no tratamento de águas residuárias de sinocultura (2010).

Podemos empregar o uso de biodigestores em tratamento de afluentes domésticos em


comunidades isoladas ou urbanas tais como: vaso sanitário, esgoto doméstico, esterco fresco,
restos de alimentos, o biodigestor é formado por uma câmara fechada onde acontece a
digestão anaeróbica da matéria orgânica (na ausência de oxigênio) e por um gasômetro que
armazena o biogás produzido (TONETTI, 2018).

4.4.3. Subprodutos do Biodigestor

4.4.4. Biofertilizante
Com a digestão anaeróbia da biomassa, após a produção do biogás, obtém-se
um produto de forma líquida, rica em material orgânico (húmus), com grande poder de
fertilização (OLIVEIRA, 2018 apud GASPAR, 2003).
Este adubo orgânico quando produzido apenas de matéria orgânica isento de agentes
patógenos, contribui para melhoria da atividade microbiana no solo, resultando em melhora
na estrutura e textura tornando fácil seu manuseio e melhorando assim a penetração de raízes,
que conseguem absorver melhor a umidade do subsolo, podendo resistir mais facilmente a
longos períodos de estiagem (OLIVEIRA, 2018; GASPAR 2003).
28

5. MATERIAIS E MÉTODOS
Para início de processo, foi realizada uma revisão da literatura sobre saneamento e os
biodigestores existentes no Brasil e no Mundo.
A partir desta fundamentação, acercou-se do objetivo, ou seja, como apresentar uma
viabilidade de implantação dos modelos de biodigestores a serem utilizados em pequenas
comunidades.
Para que o estudo fosse assertivo, verificou-se, então, a necessidade de pesquisar
bibliograficamente sobre o tema proposto para diagnosticar quais medidas deveriam ser
acercadas pelo assunto estudado.
Esta pesquisa levou os pesquisadores a formar um campo de observação de processos,
não somente de um projeto, mas sim a algo que pudessem levar a esta classificação:
alternativa de projeto interligado ao desenvolvimento social.
Devido a isto, optou-se por analisar uma experiência com a seguinte característica:
Segundo o Plano Municipal de Turismo do Ribeirão do Salto (2017), a cidade está localizada

estando a uma altitude média de 33 metros. Se limita com os Municípios de Barra do Turvo,
Cajati, Eldorado, Pariquera-Açu, Cananéia, possui uma área de 708 km², sendo 10,4 km2 de
área urbano e 698,0 km² de área rural, clima subtropical, quente e úmido, e temperatura média
anual de 22 °C, com mínimas de 5°C e máximas de 36°C. A época vai de outubro a março. A
precipitação pluviométrica é entorno de 2.300mm sua vegetação típica da Mata Atlântica para
um bioma complexo com muitas espécies endêmicas, que compreende cerca de 70% das
espécies de árvores, 85% dos primatas e 39% dos mamíferos.
Como o mais importante corredor ecológico da Mata Atlântica, o local representa a
melhor garantia para a sustentabilidade da evolução contínua do bioma. A flora e a fauna são
extremamente diversificadas e muito ricas. A época das chuvas às margens da maior rodovia
do país e inclusa na bacia hidrográfica do rio Ribeira de Iguape, único rio do estado de São
Paulo que deságua no oceano atlântico. A população da região consiste na mescla de índios,

marcantes em artesanato e culinária.


Sua infra
que segundo o mesmo estudo, 71,9% da população recebe abastecimento de água via
SABESP e a coleta de esgoto é realizada pela mesma companhia (PREFEITURA
MUNICIPAL DE JACUPIRANGA, 2017).
29

Mesmo assim, sua comunidade rural, vive em condições precárias de moradia e


saneamento. Sem subsidio governamental e devido a esta problematização se tornou, de suma
importância, proporcionar melhores condições de moradia atingindo a vertente que a
qualidade de vida dos moradores tem como premissa o saneamento local, pois, assim, os
casos de doenças diminuiriam e consequentemente os gastos que variam desde a locomoção
aos hospitais e centros de saúde até à compra de medicamentos. A figura12 demonstra o mapa
da região escolhida.
30

6. Estudo de Caso: Aplicabilidade de Biodigestores Para Pequena Comunidade


Localizada em Ribeirão do Salto

6.1. Local de Estudo


Jacupiranga possui vasta extensão territorial sendo a área rural sua maior constituição, em
virtude do tamanho, foi escolhido como objeto desse estudo um vilarejo com 8 domicílios, 1
associação de moradores, 1 escola de educação e 1 igreja, localizados em Ribeirão do Salto
Registro. A figura 11 demonstra a área demonstra o vilarejo rural.

Figura 11 Mapa da região administrativa de Registro/SP.

Fonte: Instituto Geográfico e Cartográfico (2007)


31

Figura 12 Vista aérea do vilarejo rural

Fonte: Google Maps (2019).

Legenda:
1, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11 Domicílios;
2 Associação dos pequenos produtores rurais do Ribeirão do Salto;
3 Escola Municipal Ensino Fundamental de Ribeirão do Salto;
6 Igreja Adventista;
A linha verde água representa Ribeirão do Salto

6.2. Descrição
A área rural de Ribeirão do Salto de acordo com contagem populacional do IBGE em
2007 fica em torno de 7.627 habitantes. Tem predominância de produtores rurais trabalhando
suas terras com mão de obra familiar ou utilizando eventualmente pessoas para colheita e
controle de pragas. A bananicultura é a principal fonte de renda e emprego fixo ou eventual
para os trabalhadores e moradores rurais. A cultura da mandioca já foi a segunda produção
dentro da agricultura, hoje está em decadência. Possuem dificuldades na comercialização de
seus produtos, como também não tem recursos para investir em melhoria de produção,
consequentemente têm índices de produtividade baixos. Necessitam de atividades que venham
32

a gerar renda, pois são pessoas carentes, faltam empregos principalmente para as mulheres e
jovens.

A Associação dos pequenos produtores atua na representação dos interesses dos


associados, através de Palestras e cursos, relacionados ao plantio, aproveitamento de
alimentos, além de oficinas voltadas para produção de produto alimentícios com matéria
prima produzida pelos moradores, comercialização de produtos dos associados,
beneficiamento da produção de mandioca, cessão da sede da Associação para atendimento
médico e atendimento aos associados e comunidade conforme figura 13.

Figura 13 Vista Vilarejo produtores Rurais de Ribeirão do Salto

Fonte: própria (2019).

A região é banhada pelos rios Jacupiranga, Guaraú, Turvo e Canha. O município está
inserido na Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape que desagua no oceano Atlântico no
litoral Sul do estado de São Paulo. As figuras 16, 17, 18, 19 e 20 ilustram como está o
vilarejo.

O Abastecimento de água na zona rural é realizado através de minas, nascentes e


poços, sendo que a sua maioria não é artesiano. A rede de esgoto não atende a população
rural, e os moradores fazem ligação do esgoto em valas a céu aberto, ou descarrega nos rios,
causando graves poluições ambientais. Acerca de 68% da população utiliza fossas sépticas.
As figuras 21 e 22 demonstram como é realizado o processo.
33

Figura 14 Ligação do Esgoto (fossa séptica)

Fonte: própria (2019).

Figura 15 Resultado do Efluente Após Passar pela Fossa Séptica

Fonte: própria (2019).

Alguns domicílios possuem fossa séptica como a mostrada na figura 17, porém,
grande parte dos moradores utilizam fossas rudimentares como fossa negra ou despejo direto
no rio.
34

6.3. Dimensionamento Biodigestor


O objetivo do projeto é alimentar uma comunidade de moradores com um projeto de
biogás, para que possam usufruir desta tecnologia, já que há um déficit deste emprego de
tecnologia. A comunidade se caracteriza por pequenas residências rurais, e possuem falta de
ligação de saneamento.

6.3.1. Cálculo Volumétrico do Biodigestor


De acordo com a Diretriz de Controle de Carga Orgânica, os habitantes de residência
de baixo padrão produzem 100L de esgoto por dia, devendo ser considerado 250 moradores
onde temos:

Q (m³/dia) = 250 x 100 = 2.500 litros/dia = 25³/dia (1)

Em que:

Q = Vazão;

L= Litros;

Seguindo com o cálculo de volume, multiplicaremos a vazão (Q) e o tempo de


retenção hidráulica (TRH), logo:

V (m³) = Q (m³/dia) X TRH (dias) (2)

A NBR 7229 define que o valor de Tempo de Retenção Hidráulica (TRH) deve ser
considerado por 2.500 L/dia, sendo 12 horas, porém para biodigestores é recomendável
utilizar um TRH entre 1 e 2 dias, sendo que o biodigestor substitui o tanque séptico, o TRH
será adotado de 1 dia ao contrário de 12 horas. Portanto:

V (m³) = 25 x 1 = 50 m³ (2)

Para este projeto consideramos o uso do Biodigestor de modelo Chinês, abaixo


podemos acompanhar o croqui com seu dimensionamento:
35

6.4. Materiais e Estimativa de Custo


Os materiais necessários para construção de um biodigestor modelos Indiano podem
ser descritos através da tabela 2 que ilustra da melhor forma possível o levantamento dos
custos.

Tabela 2 Orçamento Estimado Para Produção do Biodigestor Indiano

Valor Total
Itens Finalidade Unid. Quant. Valor Unitário (R$)
(R$)
Ferro 6,3 mm Piso do tanque kg 3 R$ 6,00 R$ 18,00
Arame 12 galvanizado Amarração do tanque kg 5 R$ 9,00 R$ 45,00
Brita 01 Lastro da câmara de fermentação Lata 6 R$ 2,00 R$ 12,00
Caixa de fibra 3.000 litros
(FORTLEVE) Câmara de fermentação Unidade 1 R$ 700,00 R$ 700,00
Zinco 0,40 m Lastro da câmara de fermentação kg 8 R$ 7,00 R$ 56,00
Tela de nylon 1,5 x 0,80 Caixa de descarga Metro 1 R$ 9,00 R$ 9,00

Tijolo 08 furo sapata Unidade 70 R$ 0,30 R$ 21,00


Cano PVC esgoto 100 mm Cano de carga Metro 2 R$ 7,00 R$ 14,00
Cano PVC esgoto 150 mm Cano de descarga Metro 3 R$ 8,00 R$ 24,00
Cano PVC rígido 50 mm Metro 3 R$ 4,50 R$ 13,50
Cano de ferro 40 mm Metro 3 R$ 11,00 R$ 33,00
Cano guia Unidade 1 R$ 3,00 R$ 3,00
Trave de retenção Unidade 2 R$ 1,50 R$ 3,00
Barrote de madeira 7 x 7 Trave de retenção Metro 7 R$ 10,00 R$ 70,00

Cano PVC rígido 60 mm Cano guia da camara de fermentação Metro 1,5 R$ 17,00 R$ 25,50

Flange 60 x 60 mm Cano guia da camara de fermentação Unidade 1 R$ 25,00 R$ 25,00

Tábua 0,15 x 0,04 m Cano guia da camara de fermentação Metro 2 R$ 10,00 R$ 20,00
Base de madeira do cano guia Unidade 4 R$ 2,00 R$ 8,00
Cano PVC esgoto 75 mm Dreno Metro 1 R$ 4,50 R$ 4,50
Cap PVC esgoto 75 mm Dreno Unidade 2 R$ 5,00 R$ 10,00
T PVC rígido 20 mm Dreno Unidade 1 R$ 0,50 R$ 0,50
Cano PVC rígido 20 mm Tubulação de gás Metro 25 R$ 1,00 R$ 25,00
Joelho PVC rígido 20 mm Unidade 7 R$ 0,50 R$ 3,50
Adaptador com Flange 20 mm Unidade 2 R$ 7,00 R$ 14,00
Adaptador longo com Flange Filtro de água Unidade 1 R$ 10,00 R$ 10,00
Ligação da saída de gás com a
Mangueira plástica 25 mm tubulação de gás Metro 5 R$ 2,00 R$ 10,00
Registro de esfera 20 mm Início e termino da tubulação de gás Unidade 2 R$ 6,00 R$ 12,00
Ligações de mangueira de gás Unidade 3 R$ 1,00 R$ 3,00
Garrafão acrílico de água minera Filtro de água Unidade 1 R$ 30,00 R$ 30,00
União 20 mm Filtro de água Unidade 1 R$ 10,00 R$ 10,00
Cola PVC pequena Unidade 1 R$ 2,00 R$ 2,00
Cimento Saco 9 R$ 22,00 R$ 198,00
Areia m³ 1 R$ 70,00 R$ 70,00
Mão de obra especializada Dias/homem 3 R$ 40,00 R$ 120,00
Mão de obra não especializada Dias/homem 6 R$ 20,00 R$ 120,00
TOTAL GERAL R$ 1.742,50

Fonte: própria (2019).


36

7. ANÁLISE DE RESULTADOS
Após verificação da necessidade da obtenção de uma melhoria no processo de
sanemento básico, através da pesquisa de campo relizada entre Outubro de 2018 à Junho de
2019 denota-se a necessidade de uma atuação eficiente mas, não existirá viabilidade caso não
haja uma integração e conscientização dos moradores do local.

Explicar de forma simples e direta, seus aspectos técnicos de funcionamento e


manutenção dos biodigestores, assim como todo o engajamento e envolvimento que seria
necessário da comunidade para que o projeto pudesse acontecer.
Realizar uma relação de tarefas entre os moradores para a construção é de extrema
impotância para que, toda a comunidade, se mobilize e o projeto seja propagado ao todo
entorno.
Mediante a aceitação da comunidade e regularização da questão judicial, é possível
então iniciar o processo de capacitação para implementação da tecnologia. A partir disso,
montar em conjunto com eles o cronograma da obra, a metodologia de trabalho e quaisquer
outras questões pertinentes que forem aparecendo ao longo do processo. Assim, segundo
Oliveira (2018), trabalhando em grupo e moldando a tecnologia para o formato de preferência
da comunidade, é possível criar uma responsabilidade sobre a solução, contribuindo também
para a melhoria da conscientização ambiental e instigando reflexões.
37

8. CONCLUSÃO
Os bairros periféricos das grandes metrópoles sofrem com crescimento desordenado e
sem planejamento acarretando problemas típicos como a falta de saneamento básico entre
outros problemas de infraestrutura. No meio rural, a ausência de planejamento dos municípios
e estado impõe aos moradores a busca por soluções tanto na captação de água quanto na
destinação do esgoto.
O saneamento é um direito básico que pode assegurar a saúde da população e vai
muito além, um indicador de qualidade de vida e de condições mínimas de dignidade. Além
da inegável importância do tratamento do esgoto para saúde humana, esta questão também
está relacionada com a manutenção da integridade do meio ambiente prevenindo diferentes
formas de poluição.
Com engajamento dos moradores e associações locais as comunidades rurais podem se
organizar estudando a viabilidade da construção de biodigestores e utilização segura dos seus
subprodutos. As associações habituadas na busca de melhoria local, pode junto a prefeitura
conquistar outros parceiros para construção de biodigestores em locais com destinação
inadequada do efluente, podendo a partir dessas experiências expandir sua implantação. Para
comunidades rurais seu uso possibilita destinação adequada dos dejetos de animais além de
restos de comida que contribuem na formação do biogás e biofertilizante.
É importante que as comunidades estejam sensibilizadas quanto a importância da
temática, pois, o tratamento de esgoto beneficia imediatamente a saúde dos moradores e a
longo prazo cria uma cultura de preservação ao meio ambiente ainda não arraigado em muitos
moradores de área rural.
O uso dos subprodutos pode auxiliar a comunidade economicamente, o biogás pode
ser utilizado nos domicílios ou em espaços de convivência comunitária como associações de
bairro, centro recreativos, escolas, entre outros espaços, assim como o uso do biofertilizante
que pode auxiliar na produção de alimentos, evitando o uso de fertilizantes químicos.
O estudo sobre os biodigestores contribui para ampliar a divulgação sobre técnicas
viáveis e sustentáveis afim de garantir o acesso ao saneamento básico, este, previsto na
constituição, como direito de todos.
As pesquisas demonstram que o uso dos biodigestores podem ser uma alternativa
viável, além de apresentar custo de produção e manutenção mais baixo quando comparados
38

com as redes e estações de tratamentos convencionais além do incremento econômico com o


uso dos subprodutos.
39

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agência Nacional de Águas (ANA). Atlas esgotos: despoluição de bacias
hidrográficas / Agência Nacional de Águas, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. -
Brasília: ANA, 2017. Acesso em: 17. Ago. 2018.
AMBIENTE BRASIL. Biodigestores.
<https://ambientes.ambientebrasil.com.br/energia/artigos_energia/biodigestores.html>
Acessado em: 20 de maio de 2019.

BALMANT, Wellington. Concepção, construção e operação de um biodigestor e


modelagem matemática da biodigestão anaeróbica. Dissertação (mestrado) Universidade
Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais.
Disponível em: Acesso em: 17. Ago. 2018.
BERTONCINI, Edna Ivani. Tratamento de efluentes e reuso da água no meio agrícola.
Revista Tecnologia e Inovação Agropecuária, v.1.n.1, p.152-169, 2008. Disponível em:
Acesso em: 17. Ago. 2018.BIODIGESTOR INDIANO. Disponível em:
https://portalresiduossolidos.com/biodigestor-indiano/. Acesso em: 09 Jun. 2019.
BONTURI, G. de L.; VAN DIJK, M. Instalação de biodigestores em pequenas
propriedades rurais: análise de vantagens socioambientais. Revista Ciências do Ambiente On-
Line, v.8, n.2, p.88-95, 2012. Disponível em:
<http://sistemas.ib.unicamp.br/be310/nova/index.php/be310/article/viewFile/338/266>.
Acesso em: 26. Novembro. 2018.
BRANCO, Paula Maria Pilotto. Biodigestão anaeróbia de águas residuárias humanas:
composição de biogás e qualidade do efluente. Jaboticabal, 2013 xviii, 62 p. : il. ; 28 cm;
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias, 2013. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/96516>.
Acesso em: 17. Ago. 2018.
BRASIL. Esgotamento. Governo Federal Aprova Plano Nacional de Saneamento
Básico. 2013. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/noticias/infraestrutura/2013/12/governo-federal-aprova-plano-
nacional-de-saneamento-basico>. Acesso em: 22. Ago. 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Histórico. 2015 Disponível:
<http://www.mma.gov.br/component/k2/item/11594-portal-informacoes-ambientais-ods-
mma-historico.html>. Acesso em: 22 de Agosto de 2018.
40

BRASIL. Lei n. 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais


para o saneamento básico, cria o Comitê Interministerial de Saneamento Básico. Diário
Oficial da União, Brasília-DF, 05 de janeiro de 2007. Disponível em:. Acesso em: 14.
Setembro. 2018.
CASTANHO, Diego Solak; ARRUDA Heder, Jobbins. BIODIGESTORES. IN: VI
Semana de Tecnologia em Alimentos. Anais. Ponta Grossa, 2008. Disponível em:
<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/chines1_000g7gph0mm02wx5ok0wtedt
3q5rn9mk.pdf>. Acesso em: 06 de setembro de 2018.
DEGANUTTI, Roberto. PALHACI, Maria do Carmo Jampaulo Plácido. ROSSI,
Marco. TAVARES, Roberto. SANTOS, Claudemilson dos Santos. Biodigestores Rurais:
Modelo indiano, chinês e Batelada. Acesso em: 15 de Maio de 2019.
DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SUS (DATASUS). Trata Brasil e
CEBDS destacam benefícios com expansão do saneamento. 2014. Disponível em:
<http://datasus.saude.gov.br/noticias/atualizacoes/391-trata-brasil-e-cebds-destacam-
beneficios-com-expansao-do-saneamento>. Acesso em: 15.Ago.2018.

FRIGO, Késia Damaris de Azevedo, et al. Biodigestores: seus modelos e aplicações.


Acta Iguazu, v. 4, n. 1, p. 57-67, 2015. Disponível em: <http://e-
revista.unioeste.br/index.php/actaiguazu/article/view/12528>. Acesso em: 17. Ago. 2018.
GASPAR, Rita Maria Bedran Leme. Utilização de biogestores em pequenas e médias
propriedades rurais, com ênfase na agregação de valor: um estudo de caso na Região de
Toledo-PR. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro
Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. 2003. Disponível em:
<http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/85585>. Acesso em: 17. Ago.2018.
IGC. Instituto Geográfico e Cartográfico. Mapas individuais das Regiões
Administrativas e Metropolitanas. 2007, Disponível em:
<http://www.igc.sp.gov.br/produtos/mapas_ra.aspx?ra=0> Acesso em: 07. Jan. 2019
MARTINETTI, Thaís; SHIMBO, Ioshiaqui; TEIXEIRA, Bernardo. Análise de
alternativas mais sustentáveis para tratamento local de efluentes sanitários
residenciais. Encontro Latino-Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis, 2.,
2007, Campo Grande, MS. Disponível em: < http://www.elecs2013.ufpr.br/wp-
content/uploads/anais/2007/2007_artigo_019.pdf>. Acesso em: 17. Ago. 2018.
MOURA, Fernanda Negreiros; et. al. Desempenho de sistema para tratamento e
aproveitamento de esgoto doméstico em áreas rurais do semiárido brasileiro. Engenharia
41

Ambiental, v. 8, n. 3, p. 264-276, 2011. Disponível em:


<http://ferramentas.unipinhal.edu.br/engenhariaambiental/include/getdoc.php?id=1460&articl
e=627&mode=pdf>. Acesso em: 17.Ago.2018.

OLIVEIRA, Jéssica Clarisse. Utilização de um biodigestor para tratamento de


esgoto e geração de energia: um es tudo de caso na comunidade de Portelinha, RJ/
Jéssica Clarisse de Oliveira. Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE HORTOLÂNDIA, acessado em 27/05/2019 <


http://www2.hortolandia.sp.gov.br> Acesso em: 27. maio. 2019.

PREFEITURA MUNICIPAL DE JACUPIRANGA Plano Municipal de Turismo


Jacupiranga/SP. 2017 online. Disponível em: <
http://www.jacupiranga.sp.gov.br/novo_site/atos_oficiais/planomunicipaldeturismo/2017/201
70519170427.pdf> . Acesso em: 09.Jan.2019

RIBEIRO, Júlia W; ROOKE, Júlia Maria S. Saneamento básico e sua relação com o
meio ambiente e a saúde pública. 2010. 28 f. Trabalho de Curso. (Especialização em
Análise Ambiental) - Especialização em Análise Ambiental, Universidade Federal de Juiz de
Fora, Juiz de Fora, 2010. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/analiseambiental/files/2009/11/TCC/SaneamentoeSa%C3%BAde.pdf>.
Acesso em: 10. Set. 2018.
SABEI, Thayze Rochele; BASSETTI, Fátima de Jesus. Alternativas Ecoeficientes
para o Tratamento Efluentes em Comunidades Rurais. Periódico Eletrônico Fórum
Ambiental da Alta Paulista, 2013. Disponível em:
<http://www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/index.php/forum_ambiental/article/view/6
92>. Acesso em: 06. Set. 2018.
TRATA BRASIL. Ranking do Saneamento - Instituto Trata Brasil São Paulo
2018 Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/images/estudos/itb/ranking-
2018/realatorio-completo.pdf>. Acesso em: 13. Ago. 2018.
TURDERA, Mirko V., YURA, Danilo. Estudo da viabilidade de um biodigestor no
município de dourados. Encontro de energia no meio rural, 6., 2006, Campinas. Proceedings
online. Acesso em: 10 de maio de 2019
42

10. ANEXOS

Agradecemos o preenchimento de Cadastro Eletrônico de Trabalho de Conclusão de


Curso 2019/1

Isto foi o que recebemos de você:


43

Cadastro Eletrônico de Trabalho de Conclusão de Curso 2019/1

Este formulário destina-se ao cadastro de todos aos grupos matriculados na disciplina de


Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), seja I e II, em semestre regular. No campo abaixo, o
aluno deve colocar seu e-mail para receber seu formulário preenchido; que deverá ser juntado
ao trabalho à época de entrega.

Endereço de e-mail *

silvatamirespps@gmail.com

Dados dos Alunos (4 ou 5 alunos)

Nome completo do Aluno 1 *

Tamires Pinheiro da Silva

Registro Acadêmico (RA) do Aluno 1 *

414102931

Nome completo do Aluno 2 *

Rafael Henrique

Registro Acadêmico (RA) do Aluno 2 *

412101137

Nome completo do Aluno 3 *

Robison Bruno
44

Registro Acadêmico (RA) do Aluno 3 *

412101802

Nome completo do Aluno 4 *

Jonathan Galdino

Registro Acadêmico (RA) do Aluno 4 *

914210738

Nome completo do Aluno 5

Douglas de Moura Alves

Registro Acadêmico (RA) do Aluno 5

3014200789

Campus em que o grupo está matriculado na Disciplina de Trabalho de Conclusão de


Curso *

Memorial da América Latina


Santo Amaro
Vergueiro
Vila Maria
Vila Prudente

Série *

9º Semestre
10º Semestre
45

Turma *

A
B
C
D
E
F
G
H
I
J

Período *

Manhã
Noite

Dados do Trabalho de Conclusão de Curso

Título do Trabalho *

TRATAMENTO DE ESGOTO POR BIODIGESTÃO PARA PEQUENAS


COMUNIDADES

Resumo *

No Brasil a média nacional do tratamento de esgoto é de 44,92%, a ausência do tratamento de


efluentes expõe grande parte da população a doenças, além de prejuízos ao meio ambiente. A
ausência de políticas públicas proporciona a disseminação de conhecimento relacionado ao
saneamento básico e técnicas sustentáveis como os biodigestores e reatores biológicos que se
apresentam como modelo de tecnologia social como alternativa de baixo custo. A pesquisa
tem como objetivo apresentar a viabilidade da implantação de alguns tipos de biodigestores
que podem ser utilizados em pequenas comunidades. Os modelos de biodigestores
encontrados no estudo bibliográfico foram os Indianos, Chinês, Canadense e por Batelada.
46

Estes sistemas são uma opção viável ao tratamento de esgoto, devido a seus modelos
possibilitarem adaptações de acordo com a necessidade da região e da população.

Objetivo Geral *

Este trabalho terá como objetivo apresentar a viabilidade da implantação dos modelos de
biodigestores que podem ser utilizados em pequenas comunidades.

Objetivo Específico *

cabilidade da técnica em

Biodigestor em comunidade rural. .

Dados do Professor Orientador

Nome do Professor Orientador *

Luiz Ricardo dos Santos Malta

Matrícula do Professor Orientador *

Padrão: xxxxxx

011772

Dados da Banca (se aplicável)


Esta seção é destinada a ser preenchida somente pelo grupo de alunos que serão submetidos à
banca avaliativa. Vale ressaltar que os nomes que constarão no rol abaixo são dos Professores
que farão parte da banca avaliativa, e devem ser ajustados juntamente com o Professor
Orientador, como explicado no Manual de TCC enviado anteriormente.
47

Nome do Professor 1

Diogo Jocemar

Matrícula do Professor 1

Padrão: xxxxxx

Nome do Professor 2

Fernanda Barberoto

Matrícula do Professor 2

Padrão: xxxxxx

Você também pode gostar