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EMC

19.05.2021
Sumário: A Diversidade Cultural Angolana- Símbolos da Cultura Angolana
(Continuação)

SÍMBOLOS DA CULTURA ANGOLANA


A insígnia da República de Angola
O hino nacional, intitulado “ Angola Avante”
O Pensador trata-se de uma estatueta feita em madeira, que representa a figura de um
ancião, homem ou mulher. Esta obra de arte aparece nas notas do Kwanza, a moeda
nacional;
Palanca-negra-gigante é, por sua vez, um animal. A espécie rara mede entre 1,90 e
2,50 metros. É apenas encontrada na província de Malanje, nomeadamente no Parque
Nacional da Cangandala e na Reserva do Luando.
Welwitschia é uma planta encontrada no sul de Angola, nomeadamente no deserto do
Namibe. Tem uma raiz enorme e apenas duas folhas. Vive, normalmente, mais de 1.500
anos;
Apesar do seu aspecto pouco convencional, a welwitschia possui características únicas.
A longevidade é apenas uma delas. É reconhecida como o “polvo do deserto” devido ao
comprimento das suas folhas, que se assemelham a tentáculos. Apesar do seu aspecto
desgrenhado, incolor e seco, a Welwitschia Mirabilis é considerada uma planta singular.
Além de ser a mais famosa do território angolano, possui uma característica invejável: a
longevidade. Segundo as informações recolhidas pelos especialistas, pode ultrapassar os
mil anos e o seu único habitat é o vasto deserto, localizado no sul de Angola, que se
estende até à Namíbia.
É vista, pelos angolanos, como um símbolo de resistência, tenacidade e sobrevivência,
devido à sua (grande) capacidade de resiliência: aguenta temperaturas superiores a 60
graus e até cinco anos sem chuva. Por estes motivos, é também encarada como um
emblema que eterniza a força do país.
OUTRAS CULTURAS QUE CARACTERIZAM O NOSSO POVO
Hoje em dia, é um símbolo emblemático de Angola, sendo representado,
inclusivamente, na filigrana das notas de kwanza, a moeda nacional. É considerada uma
obra de arte fidedignamente angolana.
Os bakamas
Bakamas (Imagem: Reprodução Embaixada da República de Angola na Suíça)
São congregações culturais, com seitas próprias, originárias da província de Cabinda
(Angola). Segundo os historiadores, existiam cerca de quatro grupos de bakamas: Kizo
(ou Tchizo), Kinzazi, Susu e Ngoyo — mas alguns destes já se encontram extintos.
Os bakamas são definidos como uma espécie de organização secreta, de caráter
excecional, reconhecida pelas suas aparições e exibições culturais. As pessoas que a
integram participam em manifestações públicas, mais concretamente em cerimónias
especiais (atos fúnebres, homenagens, festas de purificação, agradecimentos, etc.).
Aparecem totalmente cobertas, utilizando máscaras faciais, folhas de bananeira secas e
restos de pano, sem nunca revelarem a verdadeira identidade.
Na sua essência, os bakamas são tidos como um dos símbolos históricos dos povos de
Cabinda. Sempre que for necessário julgar, celebrar ou decidir, este grupo intercede na
comunidade. Acredita-se que têm o poder de possibilitar a interação com os espíritos
ocultos dos deuses e dos antepassados, visando a reconciliação entre os vivos e os
mortos.
Marimba
Marimba (instrumento musical angolano) (Imagem: Reprodução Ver Angola)
Além de ter o mesmo nome de um município angolano (da província de Malanje), este
instrumento de percussão — semelhante a um xilofone — produz um som doce e
melodioso. É originário de Angola, mas rapidamente foi difundido para outros países,
por volta do século XVI. É, geralmente, tocado com duas ou seis baquetas, revestidas de
lã ou feltro, mas também pode ser percutido com as mãos.
O nome “marimba” (ou dimba) nasceu da língua quimbunda (kimbundu), falada nas
províncias de Luanda, Catete e Malanje. Hoje, batiza um instrumento musical que já se
difundiu pelo mundo. As suas variantes vão desde os xilofones mais retos —
considerados os mais antigos — aos curvos — que podem ter entre 15 a 19 teclas,
correspondendo ao número de câmaras de ressonância, constituídas (normalmente) por
cabaças presas com cavilhas de madeira e cordas.
A marimba é tocada em diferentes cerimónias angolanas: funerais, rituais de iniciação,
casamentos, celebrações, comemorações, etc. Para cada uma destas, existe uma
música/melodia específica, capaz de traduzir sentimentos de alegria, tristeza ou de
infortúnio, variando conforme a ocasião.
É um dos instrumentos tradicionais da música angolana e, até hoje, continua a ser
tocado pelos mestres marimbeiros das comunidades locais.
As danças
A semba, rebita, kabetula e a kazukuta são algumas das danças populares e
tradicionais de Angola, como o Kuduro, Afro House com Kuduro, Semba-
Kizomba...
Em Angola, a dança ramifica-se em diversos géneros e significados, variando de acordo
com os contextos sociais e recreativos. É utilizada, essencialmente, como um veículo de
comunicação religiosa, intervenção social, celebração e ritualista.
É presença assídua no quotidiano angolano e é uma das formas de expressão artística
mais fortes. Pode ser ritmada por instrumentos de percussão, principalmente por
tambores e pela marimba, ao som de cânticos tradicionais. As coreografias variam
conforme o folclore de cada região, mas todas, através dos passos energéticos, cumprem
a missão de representar os costumes da comunidade local. Em baixo, deixamos-lhe uma
compilação de alguns dos géneros de dança mais populares de Angola.
• Semba: é uma das danças e géneros musicais mais populares do território, mas que
rapidamente se disseminou pelo mundo. Há quem defenda que esteve na origem do
samba brasileiro, do kuduro e kizomba angolanos. Normalmente, é dançada a pares e os
passos são quase todos improvisados, fluindo ao som da música e da destreza dos pares.
• Rebita: é um género de dança de salão caracterizado pelas coreografias coordenadas
do chefe da roda, que vão executando e gesticulando os passos, ao sabor do ritmo da
música. A ligação dos pares é notória, existindo uma certa teatralização dos sorrisos e
dos olhares, enquanto se dança. Hoje em dia, encontra-se em risco de se extinguir do
território angolano, por falta de bailarinos que a perpetuem.
• Kabetula: é um género de dança tipicamente carnavalesco, da província do Bengo.
Caracteriza-se pelos saracoteios muito rápidos (ação de mexer os quadris) e pelos saltos
acrobáticos. As vestes dos bailarinos costumam ser brancas, adornadas por lenços
amarrados na cabeça ou nos pulsos. Além disso, o apito é considerado um dos
acessórios indispensáveis, servindo para fazer as marcações rítmicas do comandante da
dança.
• Kazukuta: é um género de dança que se caracteriza pelo sapateado lento, seguido de
oscilações corporais — o bailarino vai intercalando os passos no calcanhar e na ponta
dos pés, apoiando-se sobre uma bengala ou um guarda-chuva.

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