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NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO

FISIOLOGIA & ASSISTÊNCIA PN – BAIXO RISCO

DISCIPLINA: BASES DA DIETÉTICA (5º PERÍODO)


MÓDULO: NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL

PROF.ª ALICE BOUSKELÁ


AGOSTO/2018
CRONOGRAMA
*PASSÍVEL DE ALTERAÇÕES AO LONGO DO PERÍODO LETIVO
CRONOGRAMA
*PASSÍVEL DE ALTERAÇÕES AO LONGO DO PERÍODO LETIVO

- 09.10. prazo para o retorno quanto ao P2* e Av. 1 -


Média (módulo MI) = Média dos planejamentos [(P1+P2)/2]*5 + Av.1*5/10
Obs. P1 = (8 pts + 2 pts  T1)
DESTAQUES
 FALTAS (listas de presença);

 RITMO contínuo de estudo;

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- ACCIOLY, E; SAUNDERS, C; LACERDA, EMA. Nutrição em obstetrícia e


pediatria. 2 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica/ Guanabara Koogan, 2012;

- EUCLYDES MP. Nutrição do lactente – bases científicas para uma


alimentação adequada. Viçosa, 2014;

- Guias/Manuais/Cad. AB do MS; Recomendações FAO/WHO; DRIs; IOM;

- Sites oficiais;  TABELAS DE COMPOSIÇÃO (TACO – UNICAMP online);

 Aulas (PDF) / avisos  e-mail da turma: ufrjnutricao2016.2@gmail.com;

 Planejamentos dietéticos (dúvidas): monitoria.


INTRODUÇÃO
GRUPO MATERNO-INFANTIL

 MULHERES EM IDADE REPRODUTIVA – 10 a 49 anos;

GESTANTES

 NUTRIZES OU LACTANTES – mulheres que amamentam;

 LACTENTES – crianças de 0 a 11 meses e 29 dias;

 PRÉ-ESCOLARES – crianças de 12 meses a 6 anos 11 meses e 29 dias;

 ESCOLARES – crianças de 7 anos a 9 anos 11 meses e 29 dias;


-------------------------------------------------------------------------------
 ADOLESCENTES – indivíduos de 10 a 19 anos 11 meses e 29 dias.
ACCIOLY et al., 2009/2012
INTRODUÇÃO
GRUPO MI – CARACTERIZAÇÃO ATENDIMENTO NUTR.:
- Humanizado;
- Diferenciado e sensível (...)

AUMENTO DAS DEMANDAS NUTRICIONAIS NESSAS FASES DO CURSO DA VIDA

VULNERABILIDADEBIOLÓGICA (carências/excessos nutr.´s)


! CUIDADO NUTRICIONAL
(políticas e programas públicas de saúde)
INTRODUÇÃO
CONCEITO E DESTAQUES

GESTAÇÃO

Estado fisiológico da mulher que se inicia a partir da fecundação do óvulo,


terminando geralmente com o nascimento do feto a termo.

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS, FISIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS

FUNÇÕES ORGÂNICAS
INTRODUÇÃO
CONCEITO E DESTAQUES

FISIOLOGIA FISIOLOGIA
REPRODUTIVA FETAL

GESTAÇÃO

MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO


(metabólicas e bioquímicas; funcionais; posturais; psicológicas)
(...) consideradas NORMAIS  AMBIENTE FAVORÁVEL p/ o desenv. do concepto.
RELEMBRANDO ...
CICLOS SEXUAIS

 Início na puberdade  continuidade pelos anos reprodutores;

 Envolvimento do hipotálamo, hipófise, ovário e útero;

 Órgãos de menor participação (trompas, colo, vagina, glândulas mamárias).

Os ciclos sexuais preparam o sistema genital para a gravidez e estão sob


a dependência do SISTEMA HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO.

CICLO OVARIANO: as gonadotrofinas produzem alterações cíclicas nos


ovários – desenvolvimento dos folículos, ovulação, formação de corpo lúteo.
CICLO MENSTRUAL: alterações cíclicas que ocorrem no endométrio.
(LH) hormônio luteinizante;
(FSH) hormônio folículo-estimulante;
(TSH) hormônio tireóide estimulante;
MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011 (hCG) gonadotrofina coriônica humana.
RELEMBRANDO ...
FASE
PRÉ-OVULATÓRIA
FASE
LUTEÍNICA
CICLO
OVARIANO

CICLO
MENSTRUAL

OVULAÇÃO
RELEMBRANDO ...
CICLO OVARIANO

 FASE PRÉ-OVULATÓRIA:
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR é estimulado, basicamente, pelo FSH, que,
além disso, prepara o folículo para responder ao LH (ovulação e luteinização).
- Os folículos em crescimento produzem estrogênio, hormônio sexual feminino que
regula o desenvolvimento e a função dos órgão genitais.
- Precedendo o pico de LH, o folículo maduro secreta quantidades maciças de estrogênio
no sangue.

 OVULAÇÃO:
Em cada ciclo, vários folículos (15 a 20) se desenvolvem, porém, apenas um
atinge plena maturação e, após romper-se, expulsa o óvulo.

 FASE LUTEÍNICA:
FORMAÇÃO DO CORPO LÚTEO – logo após a ovulação, as células da
granulosa, sob influência do LH, se hipertrofiam  estrutura granulosa tingida
por pigmento amarelo (luteína)  produtora de estrogênio e progesterona.

MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011


RELEMBRANDO ...
CICLO OVARIANO (continuação)

 FASE LUTEÍNICA:

O PRIMEIRO FENÔMENO GRAVÍDICO DE IMPORTÂNCIA É MODIFICAR


A DURAÇÃO DO CORPO AMARELO, PROLONGANDO-A.

Fertilizado o óvulo, o corpo lúteo aumenta de tamanho e passa a constituir o


CORPO LÚTEO GRAVÍDICO:
- produção hormonal;
- (sem degeneração)  o trofoblasto produz h. de ação gonadotrófica (hCG).

O CORPO LÚTEO GRAVÍDICO MANTÉM-SE FUNCIONANTE ATÉ 8-9 SEMANAS, QUANDO


A ESTEROIDOGÊNESE PLACENTÁRIA ASSUME PAPEL ENDÓCRINO DOMINANTE.

ESTROGÊNIO/PROGESTERONA  preparo do endométrio p/ a implantação do ovo

Se o óvulo não foi fecundado, o corpo lúteo começa a degenerar-se cerca de


10 dias depois da ovulação (corpus albicans).
MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011
RELEMBRANDO ...
CICLO MENSTRUAL

 FASE MENSTRUAL:
O 1º dia da menstruação é contado como início do ciclo. A camada funcional do
endométrio descama-se e é expulsa durante o sangramento (a cada 28 dias).

 FASE PROLIFERATIVA OU FOLICULAR

 FASE SECRETÓRIA OU PROGESTACIONAL

 FASE ISQUÊMICA OU PRÉ-MENSTRUAL:


Se o óvulo não é fertilizado, o corpo lúteo degenera, os efeitos progestacionais
declinam e alterações vasculares ocasionam a isquemia da camada funcional.

.
MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011
RELEMBRANDO ...
FECUNDAÇÃO
RELEMBRANDO ...
...
FECUNDAÇÃO
RELEMBRANDO ...
...
FECUNDAÇÃO

DESENVOLVIMENTO FETAL
RELEMBRANDO ...
DESENVOLVIMENTO FETAL

PERÍODOS DE CRESCIMENTO FETAL:

 BLASTOGÊNESE (período de implantação):


- inicia-se na fecundação até a 2ª semana de gestação;
- período hiperplásico ( nº de células);
- divisão celular do óvulo fecundado, dando origem ao embrião;

 EMBRIONÁRIO OU ORGANOGÊNESE:
- replicação celular associada à hipertrofia ( tamanho das células);
- período de diferenciação celular, dando origem aos órgãos;
- até o 60º dia de gestação (aspecto fetal humano);
- vulnerabilidade p/ o desenvolvimento fetal e de risco nutricional
(anormalidades congênitas);

 FETAL:
- a partir do 3º mês até o final da gestação;
- período de rápido crescimento e hipertrofia celular.
ACCIOLY et al., 2009
RELEMBRANDO ...
DESENVOLVIMENTO FETAL
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS

DEFICIÊNCIAS (organogênese):

 RIBOFLAVINA: malformação esquelética;


 PIRIDOXINA e MANGANÊS: comprometimento do desenvolvimento neuromotor;
 VIT. B12, VIT. A, NIACINA e FOLATO: defeitos no sistema nervoso central;
 FOLATO: malformação do tubo neural;
 VIT. A (e a ing. excessiva): alterações do metabolismo de DNA, malformações
congênitas (cérebro, olho, ouvido, aparelho geniturinário, coração, sistema
vascular).

ACCIOLY et al., 2009


REFLEXÃO

A gravidez provoca modificações fisiológicas no organismo materno, que geram


necessidades nutricionais aumentadas para manter a nutrição materna e garantir o
adequado crescimento e desenvolvimento fetais, uma vez que a única fonte de nutrientes
do concepto é constituída pelas reservas nutricionais e ingestão alimentar materna.

QUAL A IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO MATERNA


PARA O DESENVOLVIMENTO DO FETO?
NUTRIÇÃO
FASES DA NUTRIÇÃO DO CONCEPTO

IDADE (semanas) CONDIÇÕES MORFOLÓGICAS FONTE DO


MATERIAL NUTRITIVO
1ª SEMANA Ovo livre na trompa e O existente nas luzes tubária e
na cavidade uterina. uterina.
2ª SEMANA Ovo recém-nidificado, Muco das glândulas endometriais.
inicialmente sem vilosidades e A penetração dos capilares inicia
depois com vilosidades avasculares. a nutrição hemotrófica.
3ª SEMANA Circulação vitelina. Reservas da vesícula vitelina.
Após a 4ª SEMANA Circulação alantocorial, Sangue materno.
depois denominada fetoplacentária
(nutrição transplacentária).
Nutrição transamniótica: através do
cório liso e do âmnio membranoso.

A partir do começo do 5º mês, a placenta pode ser considerada


definitivamente formada, tendo adquirido morfologia e estrutura completas.

MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011


PLACENTA
A PLACENTA EVOLUI DE UMA PEQUENA MASSA DE CÉLULAS,
NAS PRIMEIRAS SEMANAS, PARA UM ÓRGÃO VASCULARIZADO.

TROFOBLASTO:
intercâmbio ovo-
ambiente
(penetração  nutr.
hemotrófica)
PLACENTA
É um anexo embrionário altamente especializado que, em conjunto c/
as membr. fetais e o líq. amniótico, suporta o desenv. normal do
embrião/feto.
PLACENTA
CARACTERIZAÇÃO GERAL

Em resposta a implantação do ovo, iniciam-se ajustes fisiológicos para a


evolução da gestação, entre eles, tem-se modificações do endométrio 
DECÍDUA, o qual dará origem à PLACENTA.

A placenta é um anexo fetal:


PORÇÃO FETAL  derivada do saco coriônico;
PORÇÃO MATERNA  derivada do endométrio;

A placenta provê área extensa onde substâncias podem ser intercambiadas


entre a mãe e o feto.

As circulações materna e fetal são INDEPENDENTES, não havendo, em


condições normais, comunicação alguma entre elas  MEMBRANA PLACENTÁRIA

Com a evolução da gestação, essa membrana torna-se cada vez mais fina,
facilitando a passagem de substâncias para o sangue fetal (inclusive de drogas).
ACCIOLY et al., 2009; MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011
PLACENTA
FUNÇÕES

A placenta exerce funções essenciais na gestação:


METABÓLICA, ENDÓCRINA, DE TROCAS E PROTEÇÃO

No início da gestação, garante a NUTRIÇÃO do concepto, pois, a


placenta sintetiza glicogênio, colesterol, ácidos graxos e, provavelmente,
funciona como reservatório de nutrientes e de energia para o embrião.

A placenta serve como TRANSPORTE de gases respiratórios,


nutrientes e produtos de degradação entre a mãe e o concepto.

É um órgão endócrino de grande atividade, secretando ampla gama de


HORMÔNIOS ESTERÓIDES E PEPTÍDICOS, necessários para a manutenção
da gravidez e controle de crescimento e amadurecimento fetal.

ACCIOLY et al., 2009; MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011


PLACENTA
TROCAS MATERNO-OVULARES

A placenta é definida como a fusão ou aposição de estruturas ovulares à


mucosa uterina em disposição que permite
as TROCAS MATERNO-OVULARES

(representando p/ o feto)
única via pela qual os NUTRIENTES, OXIGÊNIO e RESÍDUOS METABÓLICOS
podem ser intercambiados.
PLACENTA
TRANSFERÊNCIA DE NUTRIENTES

Mecanismos:
 DIFUSÃO SIMPLES: processo passivo (meio + concentrado  - concentrado)
OXIGÊNIO, GÁS CARBÔNICO, VIT. LIPOSSOLÚVEIS, HIDRATOS DE
CARBONO COM PESO MOLECULAR INFERIOR A 1000, ELETRÓLITOS, ÁC. GRAXOS, ÁGUA;

 DIFUSÃO FACILITADA: (=) d. simples, mas com velocidade  transportador


CARBOIDRATOS;

 TRANSPORTE ATIVO: exige energia metab. (transportador)  contra gradiente eletroq.


AMINOÁCIDOS, FERRO, CÁLCIO, IODO, FOSFATO, VIT. HIDROSSOLÚVEIS;

 PINOCITOSE OU ENDOCITOSE: invaginação da membrana  engloba o nutr.


GRANDES MOL. PROTEICAS, LIPOPROTEÍNAS, FOSFOLIPÍDIOS E IMUNOGLOBULINA (IgG);

 ULTRAFILTRAÇÃO: nut. dissolvidos na água  grad. de pr. hidrostática ou osm.


ÁGUA E SOLUTOS. ACCIOLY et al., 2009
PLACENTA
TRANSFERÊNCIA DE NUTRIENTES

Mecanismos (ILUSTRAÇÕES):
DIFUSÃO SIMPLES: DIFUSÃO FACILITADA:

TRANSPORTE ATIVO: PINOCITOSE OU ENDOCITOSE:


MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS
DO ORGANISMO MATERNO
IMPORTÂNCIA
FISIOLOGIA

O manual técnico “Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada”


(BRASIL, MS, 2006) destaca que as alterações fisiológicas da gravidez
produzem manifestações sobre o organismo da mulher que, muitas vezes, são
percebidas como “DOENÇAS”.

E cabe ao profissional de saúde a correta interpretação e a devida orientação


à mulher, sem a banalização de suas queixas.
IMPORTÂNCIA
FISIOLOGIA (continuação)

O manual técnico “Gestação de Alto Risco” (BRASIL, MS, 2010) ressalta


como fundamental para o profissional de saúde o amplo conhecimento sobre a
FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ.

Desconhecendo as adaptações pelas quais passa o organismo materno e,


como consequência, o seu funcionamento, não há como avaliar as repercussões
sobre as gestantes, principalmente, na vigência de algum agravo*.
ENDOCRINOLOGIA DA GESTAÇÃO
FASES

 FASE OVARIANA:
- Corresponde às primeiras 8-9 semanas de gestação;
- Principal responsável pela secreção esteróidea: CORPO AMARELO GRAVÍDICO;
- Estímulo  gonadotrofina coriônica humana (hCG);
TRANSFERÊNCIA LUTEOPLACENTÁRIA
 FASE PLACENTÁRIA:
- A partir de 8-9 semanas de gestação;
- Principal responsável pela secreção esteróidea: PLACENTA.

O ovário também elabora RELAXINA, peptídio cuja principal função é, juntamente


com a PROGESTERONA, inibir a contratilidade espontânea do útero, o que é útil para
a manutenção inicial da gravidez.

MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011


ENDOCRINOLOGIA DA GESTAÇÃO
AÇÃO HORMONAL

HORMÔNIOS FONTE PRIMÁRIA EFEITOS PRINCIPAIS


DE SECREÇÃO

Gonadotrofina Células do • Obj. suportar o corpo lúteo no início da gravidez;


Coriônica Humana trofoblasto e • Diagnóstico horm. da gravidez (subunidade β);
(hCG) placenta • Impede a rejeição imunológica do embrião;
• Estímulo da prod. de RELAXINA* pelo ovário;
• Estímulo da prod. de progesterona (pelo ovário);

PROGESTERONA Placenta • Prod. corpo lúteo grav.  implantação e placentação;


• Motilidade do TGI;
• Favorecimento da deposição materna de gordura;
• Excreção renal de sódio (e. natriurético);
• Interferência no metabolismo do ác. fólico;
• Apetite (1ª metade da gestação);

ACCIOLY et al., 2009


ENDOCRINOLOGIA DA GESTAÇÃO
AÇÃO HORMONAL (continuação)

HORMÔNIOS FONTE PRIMÁRIA EFEITOS PRINCIPAIS


DE SECREÇÃO

• Proteínas séricas;
ESTROGÊNIO Placenta
• Propriedades hidroscópicas dos tecidos;
• Afeta a função da tireoide;
• Interferência no metabolismo do ác. fólico;
• Hiperpigmentação cutânea;
• Modificações no metabolismo glicídico;
• Alterações nos tecidos conjuntivo e vascular;
• Apetite (2ª metade da gestação);
• Desenvolvimento do tecido glandular mamário
(proliferação do sistema ductal);
• Inibição da secreção de prolactina;

• Ação mamotrófica na gravidez;


Lactogênio Placenta
• Mobilização das reservas de glicogênio;
Placentário Humano
( glicemia materna + resistência ins. FETO)
(hPL)
ou Somatomamotrofina
• Promoção da lipólise ( ác. graxos livres);
Coriônica Humana (hCS) • Bloqueio da gliconeogênese (aa´s  FETO);
ENDOCRINOLOGIA DA GESTAÇÃO
AÇÃO HORMONAL (continuação)

HORMÔNIOS FONTE PRIMÁRIA EFEITOS PRINCIPAIS


DE SECREÇÃO

Hormônio do Pituitária anterior glicemia;


Crescimento  Crescimento dos ossos longos;
(hCT)  Retenção de nitrogênio (anabolismo);

TIREOXINA Tireoide Regulação da velocidade de oxidação celular (TMB);

INSULINA Pâncreas (células β) glicemia ( prod. energética e síntese de gordura);

GLUCAGON Pâncreas (células α) glicemia (glicogenólise);


ENDOCRINOLOGIA DA GESTAÇÃO
AÇÃO HORMONAL (continuação)

HORMÔNIOS FONTE PRIMÁRIA EFEITOS PRINCIPAIS


DE SECREÇÃO

CORTISONA Córtex adrenal glicemia (proteólise tecidual);

ALDOSTERONA Córtex adrenal Retenção de sódio e excreção de potássio;

RENINA- Rins Secreção aldosterona (retenção sódio e água*);


ANGIOTENSINA

CALCITONINA Tireoide Inibe a reabsorção óssea de cálcio.


MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
E BIOQUÍMICAS

• NECESSIDADES FETAIS;
TMB • CUSTO ENERGÉTICO DA GESTAÇÃO; PARASITISMO
VERDADEIRO
T3 e T4
(hCG/ativ. tireotrófica) • FUNÇÕES RENAL E CARDÍACA; (extração contínua)
pelo feto

Pelas exigências fetais de GLICOSE e AAs (crescimento):


METABOLISMO
CARBOIDRATOS
• UTILIZAÇÃO PERIFÉRICA DE GLICOSE;

• SENSIBILIDADE TECIDUAL À INSULINA;

Hiperplasia das cél´s β-pancreáticas (estrogênio e progesterona);


X
• Hormônios contrainsulínicos (hPL, hCT, estrogênio,
progesterona, cortisona, prolactina, glucagon);
ACCIOLY et al., 2009
• Consumo contínuo (feto)  fisiológica dos níveis de glicemia mat.
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
E BIOQUÍMICAS (continuação)

A gravidez normal caracteriza-se por:

METABOLISMO - Leve hipoglicemia de jejum;


CHO:
- Hiperglicemia pós-prandial;
- Hiperinsulinemia.

 PROMOVER SUPRIMENTO ININTERRUPTO DE GLICOSE E AA´S P/ O FETO;


(parasitismo verdadeiro)
 PRESERVAR GLICOSE À CUSTA DA UTILIZAÇÃO DE LIPÍDIOS  metab. materno;

JUSTIFICATIVAS PARA OS AJUSTES METABÓLICOS/BIOQUÍMICOS


MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
E BIOQUÍMICAS (continuação)

Para conservar a glicose para o consumo fetal e SN materno:

METABOLISMO • MOBILIZAÇÃO DA GORDURA CORPORAL P/


LIPÍDIOS PRODUÇÃO ENERGÉTICA  METAB MATERNO;

• ÁC.GRAXOS, TG, COLESTEROL, LIPOPROTEÍNAS,


APOLIPOPROTEÍNAS, LIPÍDIOS TOTAIS E FOSFOLIP.;
Hiperlipidemia Gestacional

Aas e energia p/ a síntese tecidual fetal e estrut. maternas:


METABOLISMO • ESTÍMULO DA SÍNTESE PROTEICA (insulina);
PROTEÍNAS
(hemodiluição)
• PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (albumina  edema).
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
E BIOQUÍMICAS (continuação)

• VIT. C, ÁC. FÓLICO e VIT. B12;

• CAROTENO SÉRICO;
ALTERAÇÕES
NUTRICIONAIS • OU RETINOL SÉRICO;

• TOCOFEROL SÉRICO;

• EXCREÇÃO URINÁRIA DE METABÓLITOS E FOLATO,


NIACINA E PIRIDOXINA.

*Tendência hidrossolúvel: seguir o declínio da soroalbumina;


*Tendência p/ nutrientes lipossolúveis: (aumento).
METAB. DA VIT. A & CÁLCIO
- VITAMINA A -
 Alteração na proporção das proteínas circulantes de vitamina A holo e
apo RBP – retinol binding protein, visando favorecer a transferência da
vitamina para o feto.
- CÁLCIO -
 O aumento desse nutriente no esqueleto fetal se faz, principalmente,
à custa de maior absorção do cálcio no intestino da mãe (2º trimestre).

vitamina D de origem placentária e materna renal

 A vitamina D elevada abre os canais de cálcio na membrana dos


enterócitos, ocasionando a melhora absortiva.

 A calcitonina age como antagonista fisiológico do paratormônio impedindo


que o cálcio se eleve acima dos níveis normais.
ACCIOLY et al., 2009
METABOLISMO DO FERRO

Na gestação, há um aumento da necessidade desse micronutriente;


porém, nem todo ferro adicionado à circulação materna é necessariamente
destinado à mãe.
FERRO:
- para o desenvolvimento do feto, placenta e cordão umbilical;
- para as perdas sanguíneas por ocasião do parto e puerpério;
- (proc. depletivo) expansão do volume sanguíneo – anemia fisiológica;

PRIORIDADE: o novo ser em desenvolvimento

MECANISMOS:

 Para a produção de hemoglobina fetal, a utilização do ferro materno


obtido através da placenta independe do estoque de ferro da mãe.

 Com o aumento na biodisponibilidade do ferro, principalmente do não-


heme, há o favorecimento de sua absorção.
MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS

 Uma das alterações sistêmicas mais notáveis vistas na gravidez é a


retenção de líquido intra e extracelular, mas especialmente responsável pelo
do VOLUME PLASMÁTICO.

 Essa alteração hidroeletrolítica é decisiva para que ocorram outras


modificações importantes, tais como o do DÉBITO CARDÍACO e do
FLUXO PLASMÁTICO RENAL.
MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS
 SUPRIR A DEMANDA DO SISTEMA VASCULAR HIPERTROFIADO;
 RESGUARDAR A MÃE DOS EFEITOS ADVERSOS DAS PERDAS
SANGUÍNEAS ASSOCIADAS AO PARTO E PUERPÉRIO;

SISTEMA CIRCULATÓRIO E EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO:

• ( volume sistólico); RENDIMENTO CARDÍACO

• PRESSÃO DIASTÓLICA (2º trimestre  retorno no 3º trimestre);

• VOLUME PLASMÁTICO ( hematócrito, hb  ANEMIA FISIOLÓGICA);


• hemodiluição
• FLUXO RENAL (1º trimestre);

• FLUXO SANG. CEREBRAL E HEPÁTICO;

• ÁGUA CORPORAL;

Efeito natriurético (progesterona) X Sistema renina-angiotensina-aldosterona


(reabsorção tubular de sódio)
ACCIOLY et al., 2009
ATENÇÃO
(exames bioquímicos)
MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS
(continuação)

SISTEMA URINÁRIO:

• RETARDO DO FLUXO DE URINA (pela obstruç. mecânica)  INFECÇ.´s UR.;


dos ureteres (+ atonia/estase)
• TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR; DILATAÇÃO DAS
VEIAS OVARIANAS
DEPURAÇÃO
• FLUXO RENAL; RESÍDUOS METAB.

• GLICOSE FILTRADA (hab. renal máx. abs.)  GLICOSÚRIA FISIOLÓGICA;

*Polaciúria (micção freq. c/ pequena quantidade de urina): ocorre com o


aumento do volume uterino e anteflexão acentuada que causa a
compressão da bexiga.
MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS
(continuação)

SISTEMA RESPIRATÓRIO:

• VENTILAÇÃO PULMONAR (↑ progesterona  centro respiratório/SNC);

• Alterações anatômicas  MELHORIA DO INTERCÂMBIO GASOSO;

• MOVIMENTAÇÃO DO DIAFRAGMA E TÓRAX;

• EXPIRAÇÃO MAIS COMPLETA ( AR EXPIRADO);

- MELHOR SUPRIMENTO PARA O FETO -


MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS
(continuação)
SISTEMA DIGESTÓRIO:

• (1º TRIMESTRE) náuseas, enjoo e vômitos matinais (anorexia)( hCG;ESTROGÊNIO);


Perda de peso (principalm. quando assoc. infecções e problemas familiares);

• X (1º TRIMESTRE): apetite e dos “desejos”;

• Gengivas edemaciadas, hiperêmicas, a sangrar com facilidade;


(hCG, progesterona e estrogênio)

• pH salivar  cárie dentária;


(assoc. aumento da freq. alimentar e higiene bucal inadequada)

• (1º e 2º TRIMESTRE) secreção gástrica de ácidos ( úlceras);


MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS
SISTEMA DIGESTÓRIO (continuação):

• Hipotonia do TGI (progesterona) + compressão das estr. abdominais (útero grav.);


(constipação intestinal e hemorróidas, náuseas,
pirose e RGE)

RELAXAMENTO DO
ESFINCTER
ESOFÁGICO INFERIOR
motilina
MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS

SISTEMA DIGESTÓRIO (continuação):

• Hipotonia do intestino delgado  absorção nutrientes e água (anabolismo);

• Ptialismo ou sialorreia (prod. excessiva de saliva)  início da gravidez (2º ao 5º mês) e


causas possíveis: estímulo dos ramos do nervo trigêmeo/hipertonia vagal/fatores psíquicos/ing. amido;

• Alterações no paladar:
sensibilidade ao sal  ingestão eletrólitos / exp. vol. plasmático;

e olfato: sensibilidade à odores  hiperosmia (rel. náuseas e vômitos) (VITOLO, 2008);


MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS
SISTEMA DIGESTÓRIO (continuação):

• Picamalácia  caracterizada pela ingestão persistente de substâncias


inadequadas com pequeno ou nenhum valor nutritivo, ou de subst.´s
comestíveis, mas não na sua forma habitual.
*pagofagia (ingestão de gelo), a geofagia (ingestão de terra ou barro), a amilofagia (ingestão de goma,
principalmente a de lavanderia), o consumo de miscelâneas (combinações atípicas) e frutas verdes.

resultado obstétrico indesejável, que pode variar conforme a substância ingerida.

Etiologia: fatores culturais e ambientais (tabus e superstições, h. familiar e condição


socioeconômica), nutricionais, fisiológicos (alívio de sintomatologia digestiva) e causas
psicológicas (relação com alterações hormonais e diminuição do estresse).

SAUNDERS et al., 2009


MODIFICAÇÕES FUNCIONAIS
PELE

• A linha média da pele do abdômen (linea alba) fica especialmente pigmentada,


assumindo uma coloração negro-amarronzada e formando a linea nigra;

• Ocasionalmente, manchas amarronzadas de tamanhos variáveis surgem na


face e no pescoço, dando origem ao cloasma ou melasma gravídico;

• A pigmentação das aréolas mamárias e da genitália também pode estar


acentuada;

• Tais alterações pigmentares geralmente desaparecem ou, ao menos, regridem


consideravelmente após o parto.
MODIFICAÇÕES POSTURAIS

EXPANSÃO DO
VOLUME UTERINO

ALTERAÇÃO DO
CENTRO DE GRAVIDADE

MECANISMO
COMPENSATÓRIO
(movimentação para trás)
(equilíbrio)

TENDÊNCIA À LORDOSE

Amplia-se a base do polígono de


sustentação, os pés se afastam, as MARCHA ANSERIANA
espáduas se projetam para trás.
ACCIOLY et al., 2009; MONTENEGRO & REZENDE FILHO, 2011
MODIFICAÇÕES PSICOLÓGICAS

CONTEXTO EMOCIONAL FATORES SOCIOCULTURAISA E HORMONAISB


A.
• STATUS DE MULHER E DE MÃE (evento familiar e social);
• PERCEPÇÕES (mulher tradicional X mulher atual);
• CONFLITOS INTERNOS (rel mãe-filha, conflito c/ o companheiro):
- Êmese;
- Hiperêmese;
- Bulimia;
- Ganho de peso (insuficiente ou excessivo);
- Ansiedade;

B.
• PROGESTERONA (depressão SNC, influência  c. introspectivo e regressivo);
• CATECOLAMINAS (regulação das emoções – depressão e euforia);
• CORTICOESTERÓIDES (variações emocionais – depressão, euforia, paranoia,
e problemas de cognição).
ACCIOLY et al., 2009
MODIFICAÇÕES PSICOLÓGICAS
(continuação)

Um dos temores que acompanha grande parte das gestantes está associado às
alterações do esquema corporal: o medo da irreversibilidade, ou seja, a dificuldade de acreditar
que as várias partes do corpo têm a capacidade de voltar ao estado anterior à gravidez.

A maioria das gestantes, também, demonstra-se muito sensível neste período,


necessitando de maior atenção das pessoas ao seu redor. O afeto oferecido é importante
para que ela se sinta mais segura e feliz com a gestação (MALDONADO, 1986).
MODIFICAÇÕES PSICOLÓGICAS
(continuação)

QUESTÕES EMOCIONAIS (por período gestacional)  1º TRIMESTRE:

 Ambivalência (querer e não querer a gravidez);

 Comunicação da gravidez ao(à) parceiro(a) (familiares/amigos)  repercussões variadas;

 Ansiedades e dúvidas sobre estar ou não grávida  alterações corporais discretas;

 Medo de abortar;

 Oscilações do humor (aumento da irritabilidade, vulnerabilidade e sensibilidade)  instabilidade;

 Primeiras modif. corp. e desconfortos: náuseas/vômitos, sonolência, alt. mama e cansaço;

 Desejos e aversões por determinados alimentos (X) aumento do apetite;

 Ao final do 1ºT: introspecção e passividade.


ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO (MS, 2012)
MODIFICAÇÕES PSICOLÓGICAS
(continuação)

QUESTÕES EMOCIONAIS (por período gestacional)  2º TRIMESTRE:

 As alterações do desejo e do desempenho sexual tendem a surgir com maior intensidade;

 Alteração da estrutura corporal (p/ a adolescente, tem uma repercussão ainda mais intensa);

 Percepção dos movimentos fetais e seu impacto (a presença do filho é concretamente


sentida)  gera alívio (temor de que algo esteja errado)/ personificação do feto;

 A interpretação dos movimentos fetais constitui uma etapa da formação da


relação mãe-bebê.

 É o trimestre considerado mais estável do ponto de vista emocional.


MODIFICAÇÕES PSICOLÓGICAS
(continuação)

QUESTÕES EMOCIONAIS (por período gestacional)  3º TRIMESTRE:

 As ansiedades intensificam-se com a proximidade do parto e da mudança da


rotina de vida após a chegada do bebê;

 Manifestam-se mais os temores do parto (medo da dor e da morte);

 Aumentam as queixas físicas;

 Diminuição do desejo sexual;

 Maior facilidade de reviver antigas memórias e conflitos infantis da gestante com


os próprios pais ou irmãos  novas soluções p/ conflitos antigos que poderiam interferir na
relação mãe-bebê.
MS, 2013

ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DE
BAIXO RISCO
AMBIENTE FAVORÁVEL PARA O DESENVOLVIMENTO NORMAL DO CONCEPTO

 REGULAÇÃO DO METABOLISMO MATERNO;


 PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO FETAL;
 PREPARO PARA O TRABALHO DE PARTO E LACTAÇÃO;

ENTENDIMENTO/AJUSTES  SUBSÍDIOS  ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL


DESTAQUES (1)
ASP. NUTRICIONAIS & DESPECHOS OBSTÉTRICOS

*Baker (déc. 90): desenv. fetal é sensível ao amb. nutr. (desnutrição na gestação e/ou
RCIU/BPN)  dç´s cardiovasculares, HAS, DM2 (...)

TABACO GANHO DE PESO


(E) MACRO E
ESTADO NUTRICIONAL
MICRONUTRIENTES
ÁLCOOL ÁC. FÓLICO
VIT. A
GESTAÇÃO FERRO
(...) DROGAS/
MEDICAMENTOS - ZINCO

MÃE E FETO
CRESCIM. FETAL
(GENÉTICA, POT. BIO., F. REG  AMB.,
FETAIS, PLACENT.)
PESO AO NASCER
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DCNTs
(fase adulta)

Maternal nutritional status influences the quantity and quality of nutrients reaching the fetus,
thus representing a potential determinant of metabolic programming and body composition.
GUARDAMAGNA et al. Italian Journal of Pediatrics 2012
Crescimento e desenv. fetal  genética (+) ambiente materno

Rel. entre o meio intra-uterino desfavorável e o desenv. de dç´s na vida adulta

“programação fetal”

*processo estimulado no útero, o qual estabelece uma resposta permanente no


feto, conduzindo a um aumento da sensibilidade à doenças na vida adulta
(obesidade, diabetes, hipertensão, aterosclerose, doenças cardiovasculares
entre outras).

**(meio) nos períodos iniciais de vida do recém-nascido  1.000 dias.


DESTAQUES (2)
1000 DIAS

1000 DIAS  DA GESTAÇÃO AO 2º ANO DA CRIANÇA

JANELA CRÍTICA PARA O DESENVOLVIMENTO FÍSICO E MENTAL

IMPACTO DA NUTRIÇÃO

ALEITAMENTO INTROD.
DIETA MATERNA
MATERNO ALIM. COMPLEMENTAR

In 1,000 days, you can change the future (…)


By focusing on improving nutrition for mothers and children in the 1,000 day window, we can help
ensure a child can live a healthy and productive life. Investing in better nutrition in the 1,000 day
window can also help families, communities and countries break the cycle of poverty.
DESTAQUES (3)
CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE PERINATAL
 Além da toxicidade dos poluentes amb. p/ os seres humanos e seus efeitos
carcinogênicos e teratogênicos (+) efeitos adversos sobre o sist. endócrino;

 Exposição aos IE´s: associação à (...) endometriose, puberdade precoce,


aborto, infertilidade, distúrbios do comportamento e doenças autoimunes;

 Na vida intrauterina, durante a infância ou adolescência: aumento dos casos


de CA de mama, puberdade precoce ou acelerada.

Redução do impacto dos IE´s (linhas de ação):


PESQUISA CIENTÍFICA, AÇÕES INDIVIDUAIS E COLETIVAS
 Mais estudos sobre os contaminantes ambientais;
 Maior racionalidade no consumo de prod´s industrializados;
 Políticas públicas.
DESTAQUES (4)
GANHO DE PESO
Assistência PN
AV. PRÉ-CONCEPCIONAL

 Consulta do casal anterior à gestação;


 Identificar fatores de risco ou dç´s em comprometimento à evol. normal da gestaç.;
 Exames preventivos / vacinação / tratamentos;
 Melhoria dos índices de morbidade e mortalidade materna e infantil;
*Gestação planejada (adolescentes);
**Planejamento familiar;
(NUTRIÇÃO)
***Orientação nutricional específica ou geral (incentivo aos hábitos saudáveis);
****Suplementação preventiva de ác. fólico (60 a 90 dias).

MS, 2012/13
Assistência PN
CONDIÇÕES DE RISCO – GESTAÇÃO

 Estado nutricional pré-gestacional;


 Ganho de peso durante a gestação;
 Idade materna (< 19 anos e > 35 anos);
 Intervalo entre os partos e multiparidade;
 Condições de trabalho e moradia;
 Condições socioeconômicas;
 Ausência do companheiro;
 Presença de patologias prévias (HAS, DM e HIV);
 Desenvolvimento do DMG e SHG;
 Desenvolvimento de infecções e anemias;
 Uso de substâncias (drogas, álcool, e edulcorantes).
(...)
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À GESTAÇÃO

FATORES ASSOCIAÇÃO
O  Ganho de peso INSUFICIENTE está associado ao
BPN, parto prematuro e maiores índices de
GANHO DE PESO GESTACIONAL morbimortalidade neonatal.
 Ganho de peso EXCESSIVO está associado à
macrossomia fetal e diabetes gestacional.
 Gestação nos extremos da idade reprodutiva:
- Em adolescentes (idade < 19 ANOS) está associado
ao BPN, desproporção cefalopélvica, prematuridade,
cesárea e SHG;

IDADE MATERNA - A idade materna > 35 ANOS está associada à


anomalias congênitas, SHG, diabetes gestacional e
altos índices de morbidade perinatal (cada unidade
de idade materna, em anos, pode influenciar
negativamente no peso ao nascer, representando
uma redução de 10g no peso do concepto).

ACCIOLY et al., 2009


(...)
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À GESTAÇÃO

FATORES ASSOCIAÇÃO
O
INTERVALO ENTRE PARTOS  Intervalo inadequado associado à esgotamento das
(adequado quando ≥ 24 meses) e reservas maternas de nutrientes; associados com
multiparidade BPN.

INFECÇÕES E ANEMIA  Infecções:


- comprometimento do estado nutricional materno;
- aumento do risco de parto prematuro;
- mortalidade perinatal.

 Anemia:
- redução na capacidade de trabalho;
- menor desempenho mental;
- menor resistência às infecções;
- menor tolerância às hemorragias, parto prematuro e
BPN.
ACCIOLY et al., 2009
(...)
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À GESTAÇÃO

FATORES ASSOCIAÇÃO
O
TRABALHO FÍSICO EXCESSIVO  Desgaste excessivo das reservas corporais
DURANTE A GESTAÇÃO maternas, menor ganho de peso gestacional e
aumento das taxas de mortalidade materna.

 Anomalias congênitas (diabetes prévio), SHG,


DIABETES PRÉVIA À GESTAÇÃO infecção, parto prematuro, macrossomia fetal,
OU GESTACIONAL sofrimento fetal, hipoglicemia neonatal, entre outras
complicações.

ACCIOLY et al., 2009


(...)
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À GESTAÇÃO

FATORES ASSOCIAÇÃO
O
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS  Comprometimento do fluxo sanguíneo mãe-feto,
DA GRAVIDEZ causando restrito crescimento intrauterino, BPN,
(SHG) sofrimento fetal e altos índices de mortalidade
perinatal.

 Baixa escolaridade materna, baixa renda familiar,


condições inadequadas de saneamento, situação
marital insegura, baixo número de consultas de
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS assistência pré-natal, não planejamento ou aceitação
E DE VIDA da gestação estão associados com resultado da
gestação indesejável. É reconhecido o papel da
violência doméstica no menor ganho de peso
gestacional.

ACCIOLY et al., 2009


Assistência PN (baixo risco)
OBJ. / IMPORTÂNCIA / CONDUTAS

 Acesso (precoce  1ºT) à assist. PN: prognóstico ao nascimento;


 Nº adequado de consultas: ≥ 6 (presença do companheiro/respeito às dúvidas);
 PNH: acolhimento e escuta qualificada  vínculo com o profissional;
 Avaliação de vulnerabilidades de acordo com o contexto social;
 Incentivo ao parto normal e à amamentação (realização de práticas educativas);
 Realização de anamnese, exame físico e ex. compl./ imunizaç´s/ supl. /medicaç´s;
 Avaliação do EN e acompanhamento do ganho de peso;
 Atenção à adolescente (conforme especificidades);
 Detecção e interv. precoce das situações de risco (classificaç. e encaminham.);
Não existe alta do pré-natal antes do parto (UBS como porta de entrada).
MS, 2012/13
Assistência PN (baixo risco)
- ACOMPANHAMENTO -

 Planejamento das consultas:


(ideal)
• Até 28ª semana – mensalmente;
• Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente;
• Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente.
• Classificação do risco  permanente;
 Exemplos que permitem o atendimento na UBS:
• Escolaridade baixa;
• Altura menor que 1,45m;
• IMC BP, SP ou obesidade;
• Anemia.
Assistência PN
CADERNETA DA GESTANTE

MS, 2014
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO / HORMONAL / ULTRASSONOGRÁFICO

A presença dos ajustes fisiológicos impostos pela gravidez no organismo materno,


traduzidos nos SINAIS E SINTOMAS, permite o diagnóstico da gestação.

CLÍNICO:
Sinais de Presunção
4 semanas:
- Amenorréia (x circunstâncias normais – aleitamento e patológicas – ginecopatias,
hepatopatias, endocrinopatias);

5 semanas:
- Náuseas (principalmente, matinais), vômitos e anorexia (+ de 50% das gestantes);
[adaptação materna ao hCG, podendo ser potencializada por aspectos psíquicos –
insegurança materna ou orgânicos – gestação gemelar]
- Picamalácia: ingestão de subst. não-alimentares ou combinações atípicas de alimentos;
- Congestão mamária: mamas tornam-se dolosas e congestas.
*aumento ou diminuição do apetite; constipação; pirose; diminuição da
ACCIOLY et al., 2009
sensibilidade gustativa; alterações de comportamento
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO / HORMONAL / ULTRASSONOGRÁFICO

CLÍNICO:
Sinais de Presunção (continuação)
6 semanas:
- Polaciúria: micção frequente com pequena quantidade de urina;
(comum no 2º e 3º meses de gestação, mas diminui no 2º trimestre)

Sinais de Probabilidade
6 semanas:
- Atraso menstrual de 10-14 dias;
8 semanas:
- Volume uterino aumentado (dobro do tamanho do útero não-gravídico);
- Alteração da consistência uterina (elástico-pastosa e amolecida  estrogênio);
- Alteração da forma uterina (início: crescimento assimétrico).
16 semanas:
- Aumento do volume abdominal.
ACCIOLY et al., 2009
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO / HORMONAL / ULTRASSONOGRÁFICO

CLÍNICO:
Sinais de Certeza
12 semanas:
- Pode-se auscultar os batimentos cardíacos do concepto (sonar-doppler);
18 semanas:
- Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto (presença do feto vivo);
20-21 semanas:
- Ausculta e identificação dos batimentos cardíacos fetais (estetoscópio de Pinard).
HORMONAL:  certeza
- Parâmetro mais precoce e exato para o diagnóstico da gestação;
- Investiga-se a produção do hormônio hCG pelo ovo (detecção da subunidade β);
- Rastreamento na urina ou no sangue;
- Secreção intensa desde a fase inicial da gestação, sendo produzido em quantidades crescentes.

ACCIOLY et al., 2009


DIAGNÓSTICO
CLÍNICO / HORMONAL / ULTRASSONOGRÁFICO

ULTRASSONOGRÁFICO:
- 4 semanas de amenorreia: identificação do saco gestacional (parte superior do útero);
- 6 e 7 semanas: identificação do eco embrionário e dos batimentos cardiofetais;
- 12 semanas: identificação da placenta (16 semanas: estrutura bem definida).

ACCIOLY et al., 2009


CÁLCULO – IDADE GESTACIONAL

A idade gestacional (IG) é calculada a partir do 1º dia do último


período menstrual normal, sendo expressa em semanas ou dias completos.

O Ministério da Saúde (MS, 2006) recomenda para o cálculo:

A. Data da Última Menstruação (DUM) conhecida com certeza:


mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de
métodos anticoncepcionais hormonais

EXEMPLO: B.K.D. Nº DE DIAS DO INTERVALO


DUM-DATA DA CONSULTA
----------------------------------------
DUM: 02/08/2004 7
Consulta: 11/03/2005
IG: 29 (31-2)+30+31+30+31+31+28+11 = 221
221 dividido por 7 = 31 semanas e 5 dias = 32 SEMANAS
→ Quando necessário, arredondar a semana gestacional:
1, 2 e 3 dias, considerar a semana completa
4, 5 e 6 dias, considerar a semana seguinte
UTILIZAÇÃO DO CALENDÁRIO OU DISCO OBSTÉTRICO (GESTOGRAMA).
CÁLCULO – ID. GESTACIONAL

(continuação)
B. Data da Última Menstruação (DUM) desconhecida, mas a gestante conhece o
período do mês em que ela ocorreu:

 Início (considerar DUM = 5 dias);


 Meio (considerar DUM = 15 dias);
 Fim (considerar DUM = 25 dias); e proceder com um dos métodos anteriores.

C. Data e o período da DUM são desconhecidos:

A idade gestacional e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas


por aproximação basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo
toque vaginal (além da informação sobre a data de início dos mov. fetais 
entre 16 e 20 semanas).

Quando não for possível determinar a idade gestacional clinicamente,


avaliar segundo a ultrassonografia obstétrica.
CÁLCULO – DATA PROVÁVEL DO PARTO
Recomendação MS (2006):

Considerar a duração média da gestação normal = 280 dias ou 40 semanas,


a partir da DUM (uso do calendário ou do gestograma).

Regra de Näegele:

SOMAR 7 DIAS À DUM E SUBTRAIR 3 MESES AO MÊS QUE OCORREU A DUM


(ou adicionar 9 meses, se a DUM corresponder aos meses de JANEIRO a MARÇO)

*conclusão de 2 ou
mais gestações até
a viabilidade.
CONSULTA NUTRICIONAL
PRIMEIRA CONSULTA

Avaliação detalhada do prontuário:


 IDADE GESTACIONAL;
 IDADE MATERNA;
 ATIVIDADE PROFISSIONAL;
 PARECERES DA EQUIPE DE SAÚDE;
 FATORES DE RISCO: relacionados com idade materna, ocupação, situação
conjugal, nível de escolaridade, condições de saneamento ambiental, altura
(< 1,45 m) e peso (<45 e >75 Kg), dependência de drogas, renda per capita;
 HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR DESFAVORÁVEL;
 DOENÇA OBSTÉTRICA ATUAL: desvio de crescimento intrauterino, volume
de líquido amniótico, ganho ponderal inadequado;
 INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E ENFERMIDADES CRÔNICAS;

ACCIOLY et al., 2009


CONSULTA NUTRICIONAL
PRIMEIRA CONSULTA

Avaliação detalhada do prontuário (continuação):


 AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA ALTURA UTERINA;
 AVALIAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA DIGESTIVA;
 AVALIAÇÃO DA PICAMALÁCIA;
 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PARA O ALEITAMENTO MATERNO
(intenção de amamentar, experiências anteriores com a amamentação,
tabus associados);
 AVALIAÇÃO DE EXAMES COMPLEMENTARES;
 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL:
GANHO DE
- Av. antropométrica; PESO ADEQUADO
- Av. dietética; CUIDADO NUTRICIONAL
PREVENÇÃO
- Av. clínica; INDIVIDUALIZADO
INTERCORRÊNCIAS E
- Av. funcional; CARÊNCIAS NUTR.

(av. sociodemográfica e obstétrica, av. bioquímica e dos exames laboratoriais).


ACCIOLY et al., 2009
CONSULTA NUTRICIONAL
CONSULTAS SUBSEQUENTES

 REVISÃO DO PRONTUÁRIO;
 AVALIAÇÃO DO GANHO DE PESO desde a última consulta E GANHO TOTAL;
 REAVALIAÇÃO DO CÁLCULO DE PESO RECOMENDADO até a 40ª semana;
 AVALIAÇÃO DIETÉTICA DETALHADA (adesão ao cuidado nutricional prescrito);
 ADEQUAÇÃO DO GANHO DE PESO SEMANAL (variação ± 20% rel. ao programado);
 INVESTIGAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA DIGESTIVA;
 INVESTIGAÇÃO DE INTERCORRÊNCIAS GESTACIONAIS;
 ACOMPANHAMENTO DOS EXAMES E DA EVOL. DA ALTURA UTERINA;
 AJUSTE DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL (conforme avaliação nut. e ganho de peso);
I
ATENÇÃO:
 Orientações específicas p/ sint. digestiva e p/ correções de práticas alim. errôneas;
 Incentivo ao aleitamento materno;
 Esclarecimento de dúvidas da gestante. ACCIOLY et al., 2009
OBRIGADA
alice_bouskela@hotmail.com

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