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Direitos Humanos: Uma Declaração Universal
Módulo 1: Fundamento dos Direitos Humanos
Conteúdo - Módulo 1
Conteúdo - Módulo 1
1. A segunda guerra mundial e o extermínio massivo de civis
A Segunda Guerra Mundial foi um fato histórico ocorrido no início do século XX, especificamente
entre os anos de 1939 e 1945, deixou milhões de mortos e foi determinante para a construção
da ideia de Direitos Humanos que temos atualmente.
O Nazismo (Nacional Socialismo) foi a ideologia criada e defendida pelo Partido Nacional
Socialista dos Trabalhadores Alemães, conhecido como Partido Nazista, na Alemanha, em 1920.
Adolf Hitler, que assumiu a liderança do partido e, posteriormente, tornou-se presidente da
Alemanha, elaborou os princípios fundamentais do nazismo, sendo o racismo e ódio aos judeus
(antissemitismo) seus pilares. Em 1935, foram instituídas as Leis de Nuremberg, que
determinavam a segregação racial entre judeus e arianos - a “raça” pura que, para os nazistas,
não poderia ser misturada com outras raças. A partir de então, o caráter racista do regime
nazista se intensificou, levando à perseguição e eliminação de judeus, ciganos, homossexuais e
pessoas com deficiência. Posteriormente, além da perseguição, a política nazista incluía o
encarceramento, a prisão em campos de concentração e a chamada "Solução Final", ou seja, a
eliminação em massa dessas populações por meio das câmaras de gás.
Auschwitz foi uma rede de campos de concentração operados pela Alemanha em regiões da
Polônia, e representa o maior símbolo dos horrores da Segunda Guerra Mundial, uma
verdadeira indústria da morte, com capacidade de assassinar cerca de 6.000 (seis mil) pessoas
por dia em suas câmaras de gás, onde os fornos de incineração dos corpos trabalhavam dia e
noite sem parar.
A filmagem Libertação de Auschwitz, de 1945, feita por militares soviéticos que libertaram o
campo de concentração, mostra civis e soldados soviéticos examinando pertences de pessoas
que haviam sido deportadas para aquele campo de extermínio:
https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_fi.php?ModuleId=10005189&MediaId=211
O fim da Guerra também marcou a criação da Organização das Nações Unidas, pensada com a
finalidade de buscar a paz mundial. As dificuldades eram muitas, a começar pelo surgimento de
duas superpotências nucleares que dividiram o mundo em dois lados liderados por Estados
Unidos e União Soviética que, no contexto após a Segunda Guerra Mundial, acabou por rachar a
Europa ao meio, ficando a parte ocidental sob influência dos Estados Unidos, com orientação
capitalista, e a parte Leste sob influência da União Soviética, sob orientação comunista.
Somente após a Segunda Guerra Mundial, marcada pelo extermínio massivo de milhões de
pessoas nos campos de concentração nazistas e com a explosão de duas bombas atômicas nas
cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos, com o extermínio da
população local, os países se uniram para impedir que massacres decorrentes de guerras
acontecessem novamente, com o compromisso político, por meio da Declaração Universal de
Direitos Humanos, de proteger os direitos de todas as pessoas, independente de raça, etnia,
sexo ou crença religiosa.
2. A união dos países pela paz pós-guerra: O surgimento das organizações das nações
unidas (ONU)
Depois da Segunda Guerra Mundial, existia, na comunidade internacional, um sentimento
generalizado de que era necessário encontrar uma forma de manter a paz entre os países.
A Carta das Nações Unidas foi elaborada pelos representantes de 50 países presentes à
Conferência sobre Organização Internacional, que se reuniu em São Francisco, Estados Unidos,
de 25 de abril a 26 de junho de 1945. O preâmbulo (a parte inicial) da Carta expressa os ideais e
os propósitos dos povos cujos governos se uniram para constituir as Nações Unidas:
Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo da
guerra, que, por duas vezes no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à
humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor
do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações
grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações
decorrentes de tratados e de outras fontes de direito internacional possam ser mantidos, e a
promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais
ampla.
E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz uns com os outros, como bons vizinhos, unir
nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, garantir, pela aceitação de
princípios e a instituição de métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse
comum, e empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e
social de todos os povos.
Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos. Em vista disso,
nossos respectivos governos, por intermédio de representantes reunidos na cidade de São
Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma,
concordaram com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma
organização internacional que será conhecida pelo nome de “Organização das Nações Unidas”.
A cientista e diplomata brasileira Bertha Lutz esteve entre as poucas mulheres presentes na
cerimônia de assinatura da Carta da ONU, em 1945. Além de Lutz, assinaram a carta outras três
mulheres: Minerva Bernardino (República Dominicana), Virginia Gildersleeve (EUA) e Wu Yi-fang
(China). Segundo estudos de pesquisadoras da Escola de Estudos Orientais e Africanos (SOAS, na
sigla em inglês), da Universidade de Londres, Lutz e Bernardino tiveram papel importante na
inclusão da igualdade de gênero na carta fundadora das Nações Unidas. Para mais informações
sobre a atuação de Bertha Lutz na ONU, acesse: https://nacoesunidas.org/exclusivo-diplomata-
brasileira-foi-essencial-para-mencao-a-igualdade-de-genero-na-carta-da-onu/
3. O primeiro documento da ONU sobre direitos humanos: a declaração universal
Em dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (com a sigla DUDH), sendo a primeira vez na história que um
compromisso global entre países foi firmado, com uma proposta de direitos semelhantes para
todos os seres humanos. É importante lembrar que quando a Declaração Universal dos Direitos
Humanos começou a ser pensada, o mundo ainda sentia os efeitos da Segunda Guerra Mundial,
encerrada em 1945.
Mas, somente depois da Segunda Guerra, com a criação da ONU, os países que eram membros
decidiram firmar o compromisso de nunca mais permitir atrocidades como as que haviam sido
vistas na guerra. Assim, elaboraram o documento básico para garantir direitos a todas as
pessoas e em todos os lugares do mundo.
Um comitê formado por membros de oito países recebeu a Declaração Universal e se reuniu
pela primeira vez em 1947. Ele foi presidido por Eleanor Roosevelt, viúva do presidente
americano Franklin D. Roosevelt. O responsável pelo primeiro esboço do documento, o francês
René Cassin, também participou. O primeiro rascunho da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que contou com a participação de mais de 50 países na redação, foi apresentado em
setembro de 1948 e teve seu texto final redigido em menos de dois anos, com aprovação final
pela Assembleia Geral da ONU em 10 de dezembro de 1948.
Preâmbulo
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos
direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de
direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores
condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
A DUDH, mesmo não sendo formalmente obrigatória, é um documento que inspira e serve de
base para outros documentos internacionais sobre Direitos Humanos, e, inclusive, foi inspiração
ao Brasil para a elaboração da Constituição Federal de 1988.
As declarações (como a DUDH) são manifestos de vontades dos países que as assinam com
previsões de direitos para todos, mas não são formalmente obrigatórias. A sua importância está
em justamente ser um compromisso público e internacional para que as pessoas de todo o
mundo - homens, mulheres, crianças, idosos – tenham seus direitos garantidos e protegidos.
Resposta
A Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988, é o documento principal do Estado
brasileiro no qual estão previstos direitos e deveres para todos os cidadãos e cidadãs, além de
estabelecer as responsabilidades dos governos (o Poder Executivo federal, estadual e municipal)
dos deputados e senadores (o Poder Legislativo) e dos juízes (o Poder Judiciário) na garantia
daqueles direitos. É a lei maior do nosso país, a qual as demais leis devem ter como referência. A
Constituição Federal de 1988 pode ser acessada em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
A Constituição Federal de 1988 veio dar novo início à democracia no Brasil, pois marcou o fim da
ditadura civil-militar no país, iniciada com o golpe de 1964, quando as Forças Armadas
depuseram o presidente eleito João Goulart e suspenderam diversos direitos da população
como o direito ao voto, a liberdade de ir e vir, a liberdade de associação, além de fechar o
Congresso Nacional e perseguir aqueles que se opunham à ditadura.
Saiba Mais!
A TV Escola produziu o documentário História do Brasil por Bóris Fausto – Regime Militar no qual
explica temáticas como a política, economia, Guerra Fria e polarização de poderes e sua relação
com o Regime Militar no Brasil. Sobre o fim da ditadura no Brasil, a Universidade Virtual do
Estado de São Paulo (UNIVESP) produziu uma série de reportagens sobre o processo de
redemocratização após 21 anos da ditadura civil-militar iniciada com o golpe de 1964,
disponíveis em https://www.youtube.com/playlist?
list=PLxI8Can9yAHc4gQwdYmHZvFK6KbWD1Adt
Justamente por termos passado por um período de vinte anos de ditadura, a nossa Constituição
Federal deu grande importância aos direitos básicos da população, chamando-os de direitos e
garantias fundamentais, inscritos em seus artigos 5º ao 17. É interessante observar alguns
conteúdos dos dois documentos que tratam dos mesmos direitos:
Artigo I. Todos os seres humanos nascem livres Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem
e iguais em dignidade e direitos. São dotados distinção de qualquer natureza, garantindo-se
de razão e consciência e devem agir em relação aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
uns aos outros com espírito de fraternidade. País a inviolabilidade do direito à vida, à
Artigo III. Todo ser humano tem direito à vida, liberdade, à igualdade, à segurança e à
à liberdade e à segurança pessoal. propriedade, nos termos seguintes:
Proibição da tortura
Artigo V. Ninguém será submetido à tortura Artigo 5º (...) III - ninguém será submetido a
nem a tratamento ou castigo cruel, desumano tortura nem a tratamento desumano ou
ou degradante degradante;
Liberdade de consciência e crença
Artigo XVIII. Todo ser humano tem direito à
liberdade de pensamento, consciência e Artigo 5º (...) VI - é inviolável a liberdade de
religião; este direito inclui a liberdade de mudar consciência e de crença, sendo assegurado o
de religião ou crença e a liberdade de livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
pela prática, pelo culto e pela observância, em a suas liturgias;
público ou em particular.
Direito à propriedade
Artigo XVII 1. Todo ser humano tem direito à
propriedade, só ou em sociedade com outros. Artigo 5º (...) XXII - é garantido o direito de
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade;
propriedade.
O Brasil também conta com outros documentos que protegem e promovem os Direitos
Humanos. Entre eles, temos o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), um programa
do Governo Federal que orienta a atuação do poder público no âmbito dos Direitos Humanos. O
primeiro PNDH foi desenvolvido em 1996 e revisado em 2002. A terceira versão do programa
(conhecido como PNDH-3), de 2009, ampliou o conteúdo dos anteriores ao prever orientações
para o trabalho dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário com o objetivo de concretizarem
os Direitos Humanos no dia a dia de sua atuação.
Saiba Mais!
O PNDH-3 pode ser acessado pela página: http://dhnet.org.br/pndh/.
Resposta
Direitos Humanos podem ser definidos como um conjunto de direitos que estão previstos na
Declaração Universal de Direitos Humanos bem como na Constituição Federal de 1988, e que se
refere a aspectos fundamentais da dignidade universal do ser humano.
A partir dessa definição básica, podemos refletir sobre algumas características dos Direitos
Humanos:
HISTORICIDADE - Os Direitos Humanos surgem, consolidam-se e alteram-se ao longo da História,
como resultado de lutas sociais – é a historicidade.
INALIENABILIDADE - Os Direitos Humanos não podem ser transferidos de uma pessoa a outra
por nenhum motivo, seja doação, venda, renúncia ou qualquer outro meio – é a
inalienabilidade
INDIVISIBILIDADE - Os diversos Direitos Humanos não podem ser vistos separadamente, mas
sempre como parte de um todo indivisível. Assim, não há, entre os variados Direitos Humanos,
alguns mais importantes do que outros: todos são igualmente relevantes – é a indivisibilidade.
INTERDEPENDÊNCIA - Por fazerem parte de um todo indivisível, os Direitos Humanos devem ser
entendidos como interdependentes: a realização adequada de qualquer um dos Direitos
Humanos não é possível sem a realização adequada, ao mesmo tempo, de todos os outros – é a
interdependência.
Antes de enviar o seu questionário, sugerimos que você revise todas as suas respostas e
verifique se todas as questões foram respondidas.
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ação as respostas serão recebidas pelo sistema e sua nota será computada.
Tentativas permitidas: 1
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Depois da Segunda Guerra Mundial, com a criação da ONU, os países decidiram firmar o
compromisso de nunca mais permitir atrocidades como as que haviam sido vistas na guerra,
com o extermínio de milhões de pessoas nos campos de concentração e em decorrência da
explosão de duas bombas atômicas. Assim, eles elaboraram o documento básico para garantir
direitos a todas as pessoas e em todos os lugares do mundo: a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão.
Escolha uma opção:
Verdadeiro
Falso
Feedback
Os países membros da ONU assinaram a Declaração Universal de Direitos Humanos. Por sua
vez, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi decorrente da Revolução Francesa de
1789.
Questão 2
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Verdadeiro
Falso
Feedback
O princípio da universalidade previsto já no início da Declaração Universal significa que os
direitos ali previstos são para todos e todas, sem qualquer distinção.
Questão 3
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Relacione as características dos direitos previstos na Declaração Universal de Direitos Humanos
com sua respectiva descrição:
Resposta 2
Os diversos Direitos Humanos não podem ser
Escolher...
vistos separadamente, mas sempre como parte
Universalidade
de um todo indivisível. Assim, não há, dentre os
Vedação ao retrocesso
variados Direitos Humanos, alguns mais
Inalienabilidade
importantes do que outros: todos são
Indivisibilidade
igualmente relevantes.
Efetividade
Resposta 3
Escolher...
É dever do poder público providenciar meios e
Universalidade
instrumentos de concretizar os Direitos
Vedação ao retrocesso
Humanos, como as políticas públicas, por
Inalienabilidade
exemplo
Indivisibilidade
Efetividade
Resposta 4
Escolher...
Os Direitos Humanos não podem ser
Universalidade
transferidos de uma pessoa a outra por
Vedação ao retrocesso
nenhum motivo, seja doação, venda, renúncia
Inalienabilidade
ou qualquer outro meio
Indivisibilidade
Efetividade
Resposta 5
Embora surjam e mudem ao longo da História,
Escolher...
aqueles Direitos Humanos que já foram
Universalidade
reconhecidos como tais não podem deixar de
Vedação ao retrocesso
sê-lo: ou seja, não é possível que haja
Inalienabilidade
retrocessos, diminuindo a relação dos direitos
Indivisibilidade
que foram definidos como Direitos Humanos
Efetividade
Feedback
Sua resposta está correta.
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
A Declaração Universal de Direitos Humanos, por ser apenas uma declaração, não é de
cumprimento obrigatório pelos países que a assinam, mas serve de base para que outras leis
sejam criadas em respeito aos Direitos Humanos, a exemplo da Constituição Federal de 1988 e
do Programa Nacional de Direitos Humanos.
Verdadeiro
Falso
Feedback
As declarações (como a Declaração Universal de Direitos Humanos) são manifestos de vontades
dos países que a assinam com previsões de direitos para todos, mas não são formalmente
obrigatórias. A sua importância está em justamente ser um compromisso público e internacional
para que as pessoas de todo o mundo – homens, mulheres, crianças, idosos – tenham seus
direitos garantidos e protegidos.
Terminar revisão
Conteúdo - Módulo 2
1. A Primeira Geração De Direitos Humanos: Os Direitos Civis
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH) de 1948 é considerada o principal marco
de surgimento dos Direitos Humanos no plano internacional. O documento, assinado por
dezenas de países no âmbito das Organização das Nações Unidas (ONU), representou o
compromisso da comunidade internacional de promover a paz e a proteção do ser humano,
após o massacre de milhões de pessoas pela Segunda Guerra Mundial.
Mas, antes mesmo da DUDH, as revoluções liberais do fim do século dezoito – a Revolução
Americana de 1776 (também conhecida como a Guerra de Independência dos Estados Unidos) e
a Revolução Francesa de 1789 – são apontadas como os acontecimentos históricos responsáveis
pela primeira elaboração de documentos que asseguraram direitos dos indivíduos em oposição
ao poder arbitrário das monarquias, que marcava fortemente a organização das sociedades
naquele momento histórico.
(...) Consideramos estas verdades como autoevidentes, que todos os homens são criados iguais,
que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade
e busca da felicidade.
Já a Revolução Francesa pôs fim à Monarquia Absolutista do rei Luís XVI e marcou uma nova era
de direitos dos indivíduos frente ao Estado, registrados na Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão:
Em razão disso, a Assembleia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser
Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão:
Art.1.º - Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter
como fundamento a utilidade comum.
Art. 2.º - A finalidade de toda associação política é a preservação dos direitos naturais e
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperidade, a segurança e a
resistência à opressão.
Art. 3.º - O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação,
nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4.º - A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique o próximo: assim, o
exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites só
podem ser determinados pela lei. (...)
Essas revoluções criaram mecanismos para que a sociedade pudesse enfrentar os problemas
advindos da profunda desigualdade e da ausência de liberdades para os indivíduos, na medida
em que delas surge um grupo de direitos organizados para cada indivíduo: direito à vida, à
igualdade, à liberdade, à propriedade, à segurança, ao sigilo das correspondências, à
inviolabilidade de seu domicílio, a apenas ser punido nos termos previstos em lei, etc.
Estabelecia-se, então, que os indivíduos tinham direitos e que todo e qualquer indivíduo, de
qualquer grupo social, tinha os mesmos direitos, quebrando-se a organização social baseada na
existência de grupos privilegiados, por um lado, e de grupos sem privilégio algum, por outro
lado.
A esse conjunto de direitos é dado o nome de direitos civis e são considerados direitos humanos
de primeira geração.
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de
soberania.
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
A Declaração ressalta, ainda, que todos os seres humanos são dotados de razão e consciência:
trata-se de uma previsão importante considerando que a Humanidade sofria as consequências
da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e do extermínio massivo de judeus, ciganos,
homossexuais e pessoas com deficiência pelo regime nazista alemão, sob a alegação de criação
de uma “raça pura” e pela completa desconsideração da condição de ser humano daqueles
indivíduos. O espírito de fraternidade evocado pela Declaração reforça a noção de igualdade
entre todos os seres humanos, e por isso a importância de sua proteção.
A previsão do artigo 2º da DUDH – inexistência de distinção entre as pessoas por conta de sua
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,
riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição e também da condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa – amplia o conteúdo do direito à
igualdade, dando-lhe caráter material, ao indicar que os indivíduos não podem sofrer prejuízos
por terem raça, sexo ou língua, por exemplo, diferente dos demais.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Saiba Mais!
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem mais pessoas em
situação de escravidão do que em qualquer outro momento da história. Há mais de 25 milhões
de crianças, mulheres e homens vivendo em situação de escravidão moderna, o equivalente a 3
em cada 1.000 pessoas no mundo. A escravidão moderna está em toda parte. Existem mais de
1,5 milhões de pessoas que trabalham em condições análogas à escravidão na Europa, na
América, no Japão e Austrália. A maior parte das pessoas vítimas da escravidão moderna
trabalha em indústrias como agricultura, pesca, construção, confecção têxtil, mineração, serviços
e trabalho doméstico. Cerca de uma em cada cinco pessoas são vítimas de exploração sexual.
50 for Freedom é uma campanha liderada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e
por seus parceiros, a Confederação Sindical Internacional e a Organização Internacional dos
Empregadores para erradicar o trabalho forçado no mundo. O Protocolo sobre o Trabalho
Forçado é um tratado internacional que requer que os países tomem medidas para combater a
escravidão moderna sob todas as suas formas, atuando na prevenção, proteção e reabilitação.
Para saber mais, acesse a página da campanha: http://50forfreedom.org/pt/a-escravidao-
moderna-mitos-e-fatos/
A tortura se configura por qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou
mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa, para:
A tortura também ocorre por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza
e quando as dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no
exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou
aquiescência.
Saiba Mais!
O Brasil, por meio do Decreto n.º 40, de 1991, comprometeu-se a cumprir inteiramente a
Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes da ONU. A íntegra da convenção está disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição
ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de
um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de
qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual
lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena
mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
A igualdade perante a lei, sem qualquer discriminação (artigo 7 da Declaração) significa que
todos os indivíduos devem receber o mesmo tratamento. Esse conceito contém dois tipos de
igualdade – a igualdade formal e a igualdade material.
A igualdade formal é aquela na qual as leis e o Estado tratam todos os indivíduos como se
estivessem na mesma posição social, política, econômica, vivendo desde sempre nas mesmas
condições e com acesso a oportunidades iguais.
A igualdade material é a proteção da lei e pelo Estado àquelas pessoas que se encontrem em
situação de vulnerabilidade social maior e por isso têm direito a proteções específicas para ter
acesso a mais oportunidades. As políticas de ações afirmativas como as cotas racionais e
econômicas de acesso ao ensino superior gratuito são exemplos de promoção desse tipo de
igualdade.
Já no artigo 1º da Constituição, está previsto que a República Federativa do Brasil tem como
fundamentos, entre outros, a cidadania e a dignidade da pessoa humana:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Dando sequência, o artigo 3º da Constituição estabelece que tem, entre seus objetivos
fundamentais, a promoção do bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade
ou origem:
Direito à igualdade
Proibição da tortura
Artigo 5 Artigo 5º (...)
Ninguém será submetido à tortura nem a III - ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento ou castigo cruel, desumano ou tratamento desumano ou degradante
degradante
Proteção judicial
Artigo 8 Artigo 5º (...)
Todo ser humano tem direito a receber dos XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
tribunais nacionais competentes remédio Judiciário lesão ou ameaça a direito;
efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
constituição ou pela lei.
Respeito à legalidade
Artigo 9 Artigo 5º (...)
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou XXXIX - não há crime sem lei anterior que o
exilado. defina, nem pena sem prévia cominação legal;
LIII - ninguém será processado nem
Artigo 10 sentenciado senão pela autoridade
Todo ser humano tem direito, em plena competente;
igualdade, a uma justa e pública audiência por LVII - ninguém será considerado culpado até o
parte de um tribunal independente e imparcial, trânsito em julgado de sentença penal
para decidir seus direitos e deveres ou condenatória;
fundamento de qualquer acusação criminal LXI - ninguém será preso senão em flagrante
contra ele. delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos
Artigo 11 casos de transgressão militar ou crime
1.Todo ser humano acusado de um ato propriamente militar, definidos em lei;
delituoso tem o direito de ser presumido
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido
provada de acordo com a lei, em julgamento
público no qual lhe tenham sido asseguradas
todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer
ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou
internacional. Também não será imposta pena
mais forte de que aquela que, no momento da
prática, era aplicável ao ato delituoso.
Em resumo, os direitos civis firmados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948
também serviram de fundamento para as garantias fundamentais estabelecidas pela
Constituição Federal do Brasil, cerca de quarenta anos depois, em 1988. Os conteúdos principais
do respeito à vida, liberdade, segurança pessoal, igualdade, proteção judicial e respeito à
legalidade se repetem porque protegem todos os indivíduos contra arbitrariedades do Estado.
Por isso, quando falamos em Direitos Humanos, também estamos tratando de Direitos
Fundamentais e vice-versa.
Antes de enviar o seu questionário, sugerimos que você revise todas as suas respostas e
verifique se todas as questões foram respondidas.
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Tentativas permitidas: 1
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Texto da questão
Complete as lacunas a seguir com uma das opções apresentadas:
Resposta
Constituição francesa
, fruto da Revolução Francesa de 1789, já previa que os homens nascem e são livres e iguais em
direitos
Feedback
As revoluções liberais de fins do século dezoito – a Revolução Americana de 1776 e a Revolução
Francesa de 1789 – são consideradas os fatos históricos responsáveis pela primeira elaboração
dos primeiros documentos que asseguraram direitos dos indivíduos em oposição ao poder
arbitrário das Monarquias que marcava fortemente a organização das sociedades naquele
momento histórico.
Questão 2
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Os direitos civis são considerados os Direitos Humanos de primeira geração e surgiram para
proteger um grupo específico de indivíduos, que se tornaram cidadãos especiais para a
Monarquia.
Verdadeiro
Falso
Feedback
Os direitos civis, considerados os Direitos Humanos de primeira geração, representam um
conjunto de direitos atribuíveis a todos os indivíduos, de qualquer grupo social que
representaram uma esfera de proteção contra os arbítrios da Monarquia, quebrando-se a
organização social baseada na existência de grupos privilegiados, por um lado, e de grupos sem
privilégio algum, por outro lado. São os direitos de liberdade e igualdade.
Questão 3
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
A escravidão, proibida pela Declaração Universal de Direitos Humanos em seu artigo 4, persiste
atualmente em diversas formas como o trabalho doméstico forçado e o tráfico de seres
humanos.
Verdadeiro
Falso
Feedback
Apesar de ter raízes antigas na história da humanidade, a escravidão existe ainda hoje em
muitas formas. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que existem mais de 25
milhões de crianças, mulheres e homens vivendo em situação de escravidão moderna, o
equivalente a 3 em cada 1.000 pessoas no mundo.
Questão 4
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Relacione os direitos previstos na Declaração Universal de Direitos Humanos com as situações
que descrevem violações de direitos:
Resposta 5
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da
Escolher...
ONU número 16 diz: “Promover sociedades
Proteção judicial
pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento
Proibição à tortura
sustentável, proporcionar o acesso à justiça
Proibição ao trabalho escravo
para todos e construir instituições eficazes,
Direito à igualdade
responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.
Respeito à legalidade
Feedback
Sua resposta está correta.
Sobre a notícia “Três peritos independentes junto das Nações Unidas manifestaram a sua séria
preocupação em face das informações segundo as quais os defensores de direitos humanos
detidos no Irã (...)”, trata-se da descrição de crimes de tortura cometidos por agentes do governo
contra defensores de direitos humanos.
A declaração do Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, refere-se ao direito à
igualdade das mulheres em relação aos homens.
A notícia que trata da prisão e detenção arbitrária de centenas de pessoas na Eritreia trata do
respeito à legalidade.
A notícia sobre a parceria da ONU com a Organização Internacional da Aviação Civil para evitar o
tráfico de pessoas aborda a proibição ao trabalho escravo.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU número 16 trata do acesso à justiça e à
proteção judicial.
Questão 5
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Verdadeiro
Falso
Feedback
Apesar de serem referidos a expressões diferentes – Direitos Humanos para a Declaração
Universal e direitos fundamentais para a Constituição Federal de 1988 –, os direitos de primeira
geração têm conteúdos semelhantes, os quais protegem os indivíduos contra as arbitrariedades
do Estado.
Terminar revisão
◀︎Conteúdo - Módulo 2
Conteúdo - Módulo 3
1. A segunda geração de direitos humanos: os direitos políticos
No módulo 1, falamos sobre o contexto de surgimento de direitos civis, ou direitos de primeira
geração, como fruto da Revolução Americana de 1776 e da Revolução Francesa de 1789 –
acontecimentos históricos apontados como responsáveis pela elaboração das respectivas
Declaração de Independência dos Estados Unidos da América e Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão. Esses direitos previam um espaço no interior do qual o poder do Estado,
até então representado pela Monarquia, não podia entrar, ou seja, uma esfera de proteção do
indivíduo contra o Estado.
Mas o poder arbitrário da monarquia não estava totalmente controlado apenas com a existência
de direitos civis. Afinal, esses direitos estavam assegurados em documentos legais, mas, se era a
própria monarquia que elaborava as leis, a existência dos direitos civis não estaria assegurada
se a monarquia pudesse alterá-las a qualquer momento ou criar outros documentos que se
opusessem a eles.
Como consequência, era necessário então que as pessoas, já protegidas pelos direitos civis,
pudessem participar do processo de criação das leis, diretamente ou escolhendo seus
representantes. Surgia então outro conjunto de direitos, que asseguravam agora não mais uma
esfera de proteção contra o Estado, mas a possibilidade de participação dentro do Estado, na
elaboração das leis. São os direitos políticos, considerados os direitos humanos de segunda
geração.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse
regressar.
Artigo 14
3. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
4. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações
Unidas.
Artigo 15
A nacionalidade é o vínculo que liga uma pessoa a um determinado país, que passa a ser
integrada ao povo, adquirindo direito e obrigações. Podemos obter a nacionalidade, em geral,
de duas formas:
b.
c. Também pela nacionalidade primária, podemos ser nacionais de determinado país pelo
vínculo de territorialidade, ou seja, por ter nascido no solo daquele país, independente
do vínculo sanguíneo.
f. os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço do governo Brasil (os diplomatas, por exemplo;
Apátridas são pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A
apatridia ocorre por várias razões, como discriminação contra minorias na legislação nacional,
falha em reconhecer todos os residentes do país como cidadãos quando este país se torna
independente (secessão de Estados) e conflitos de leis entre países.
Segundo o órgão das Nações Unidas que atua pelos direitos dos refugiados (ACNUR), em
relatório de 2017, mais de 75% das populações conhecidas de apátridas pertencem a grupos
minoritários. O relatório mostra que, para muitos grupos minoritários, a causa da apatridia é o
que os diferencia: suas histórias, aparências, línguas, sua fé. A discriminação afeta
negativamente as minorias apátridas e intensifica a necessidade de proteção e segurança e
contribui para a pobreza e dificulta o acesso à documentação, educação e serviços de saúde.
Saiba Mais!
O relatório "Esta é a nossa casa: as minorias apátridas e a busca pela cidadania” é divulgado no
marco do terceiro aniversário da campanha #IBelong do ACNUR para o fim da apatridia.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Vivemos numa época de grande intolerância religiosa. Segundo relator especial da ONU para a
Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed, “no mundo todo, há uma crescente onda de intolerância e
restrições impostas ao exercício do direito à liberdade de religião ou crença. Há duas tendências
ligadas a essa tese: o aumento da politização da religião e a sua securitização, observando que
os crimes de ódio antimuçulmanos, a xenofobia, o racismo, o antissemitismo e outras formas de
intolerância estão em ascensão.
Saiba Mais!
Para saber mais sobre o assunto, os fatores de risco que promovem a xenofobia e como
preveni-la, acesse a página da organização Geledés: https://www.geledes.org.br/xenofobia-
definicao-fatores-de-risco-e-prevencao/
No Brasil, a intolerância religiosa tem crescido, em especial sobre as crenças de matriz africana.
O Disque 100, principal canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para registro de
denúncias, contabilizou em 2015, o total de 556 denúncias de intolerância religiosa. Em 2010,
quando o serviço começou a registrar denúncias de discriminação por religião, foram
contabilizados apenas 15 casos, razão pela qual se percebe um significativo aumento de
denúncias.
A Intolerância religiosa pode ser feita por material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de
representação de ideias ou teorias que promovam e/ou incitem o ódio, a discriminação ou
violência contra qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos, com base na raça, cor, religião,
descendência ou origem étnica ou nacional. Para mais informações, acesse:
http://www.disque100.gov.br/
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Vivemos numa época de grande intolerância religiosa. Segundo relator especial da ONU para a
Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed, “no mundo todo, há uma crescente onda de intolerância e
restrições impostas ao exercício do direito à liberdade de religião ou crença. Há duas tendências
ligadas a essa tese: o aumento da politização da religião e a sua securitização, observando que
os crimes de ódio antimuçulmanos, a xenofobia, o racismo, o antissemitismo e outras formas de
intolerância estão em ascensão.
Saiba Mais!
Para saber mais sobre o assunto, os fatores de risco que promovem a xenofobia e como
preveni-la, acesse a página da organização Geledés: https://www.geledes.org.br/xenofobia-
definicao-fatores-de-risco-e-prevencao/
No Brasil, a intolerância religiosa tem crescido, em especial sobre as crenças de matriz africana.
O Disque 100, principal canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para registro de
denúncias, contabilizou em 2015, o total de 556 denúncias de intolerância religiosa. Em 2010,
quando o serviço começou a registrar denúncias de discriminação por religião, foram
contabilizados apenas 15 casos, razão pela qual se percebe um significativo aumento de
denúncias.
A Intolerância religiosa pode ser feita por material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de
representação de ideias ou teorias que promovam e/ou incitem o ódio, a discriminação ou
violência contra qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos, com base na raça, cor, religião,
descendência ou origem étnica ou nacional. Para mais informações, acesse:
http://www.disque100.gov.br/
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade
de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Mas existe uma clara diferença entre exercitar a liberdade de expressão e opinião e manifestar
discurso de ódio:
Saiba Mais!
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos dispõe de uma
plataforma digital para recebimento de denúncias contra violações de direitos, inclusive o
discurso de ódio. Para saber mais, acesse: http://www.humanizaredes.gov.br/ouvidoria-online/
Toda pessoa tem direito à liberdade de associação. Os Estados não podem limitar esse direito
para certos grupos com base em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição. Os
Estados são obrigados a adotar medidas positivas para estabelecer e manter um ambiente
propício para as associações e devem se abster de obstruir o exercício do direito à liberdade de
associação e respeitar a privacidade das associações.
A ONU, por meio do Conselho de Direitos Humanos (resolução n. 15/21, de 2010), reconhece a
importância dos direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação para o pleno gozo dos
direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, sociais e culturais; que os direitos à liberdade
de reunião pacífica e de associação são componentes essenciais da democracia, propiciando, a
indivíduos, oportunidades valiosas para expressar suas opiniões políticas, se envolver em
atividades literárias e artísticas. Reconheceu ainda que o exercício dos direitos à liberdade de
reunião pacífica e de associação livre de restrições é indispensável para o pleno gozo dos
Direitos Humanos, especialmente no caso de pessoas que possam defender minorias,
dissidentes religiosos ou políticos.
Saiba Mais!
O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi fundado em março de 2016 e constituído de 47
países com a função de reforçar a promoção e proteção dos Direitos Humanos em todo mundo.
Para saber mais sobre a atuação do conselho, assiste ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=mVeaY_jYUnw
Artigo 21
9. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou
por intermédio de representantes livremente escolhidos.
10. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
11. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo
equivalente que assegure a liberdade de voto.
O sufrágio universal garante o direito de votar e ser votado em cargos eletivos. No Brasil, a
ampliação do direito de voto a um número maior de brasileiros aconteceu ao longo do século
vinte. O voto feminino, por exemplo, foi assegurado em 1932 pelo Código Eleitoral, após intensa
campanha nacional pelo direito das mulheres ao voto. Fruto de uma longa luta, iniciada antes
mesmo da Proclamação da República, foi ainda aprovado parcialmente por permitir somente às
mulheres casadas, com autorização dos maridos, e às viúvas e solteiras que tivessem renda
própria, o exercício de um direito básico para o pleno exercício da cidadania. Em 1934, as
restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do
voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.
A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana, antes do Código
Eleitoral de 1932. Celina pediu em um cartório da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte,
para ingressar na lista dos eleitores daquela cidade. Junto com outras seguidoras, Celina votou
nas eleições de 5 de abril de 1928. A iniciativa da professora Celina marcou a inserção da mulher
na política eleitoral. Nas eleições de 1933, a médica, escritora e pedagoga Carlota Pereira de
Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira. Ela participou dos
trabalhos na Assembleia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935. A médica, formada pela
Universidade de São Paulo em 1926, com a tese ‘Estudos sobre o Câncer’ e em 1950, fundou a
Academia Brasileira de Mulheres Médicas.
Saiba Mais!
Para saber mais sobre a luta das mulheres pelo voto feminino, acesse a página do Tribunal
Superior Eleitoral: http://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/termos/voto-da-mulher
No entanto, de acordo com a ONU, o Brasil ocupa a 32ª posição em um ranking de 33 países
latino-americanos e caribenhos sobre participação das mulheres nos parlamentos nacionais.
Com 9,9% de parlamentares eleitas, o país só fica à frente de Belize, cujo índice é de 3,1%. O
primeiro colocado é a Bolívia, com 53,1% de participação de mulheres no parlamento. Para
Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, “é urgente reconhecer que as mulheres
são fundamentais para a democracia e que elas estão cada vez mais distantes de fazer parte do
grupo decisório sobre a política nacional, das possibilidades de exercer a cidadania e da
igualdade de maneira plena e concreta.”
x
Saiba Mais!
Para saber mais sobre a situação do voto feminino no Brasil e América Latina, acesse a página
do Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e Caribe:
https://oig.cepal.org/pt/indicadores/poder-legislativo-porcentagem-mulheres-no-orgao-
legislativo-nacional-camara-baixa-ou
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
V - o pluralismo político.
(...)
Em resumo, os direitos políticos firmados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos em
1948 também serviram de fundamento para as garantias fundamentais estabelecidas pela
Constituição Federal do Brasil, cerca de quarenta anos depois, em 1988. Os conteúdos principais
do respeito nacionalidade, liberdade de pensamento e religião, liberdade de opinião, liberdade
de reunião e associação e o direito à participação política se repetem porque protegem todos os
indivíduos contra arbitrariedades do Estado e sobretudo porque permitem a participação na
vida política do país. Por isso, quando falamos em Direitos Humanos, também estamos tratando
de Direitos Fundamentais e vice-versa.
Antes de enviar o seu questionário, sugerimos que você revise todas as suas respostas e
verifique se todas as questões foram respondidas.
Para finalizar essa tentativa, é necessário clicar em "Enviar tudo e terminar". Apenas com essa
ação as respostas serão recebidas pelo sistema e sua nota será computada.
Tentativas permitidas: 1
Marcar questão
Texto da questão
Relacione os direitos previstos na Declaração Universal de Direitos Humanos com as situações
que descrevem violações de seu conteúdo:
Questão 2
Correto
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Texto da questão
Complete as lacunas com a sequência correta:
O texto se refere a:
Feedback
Sua resposta está correta.
O direito de votar e ser votado está previsto no artigo 21 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos e equivale ao conceito de sufrágio universal, que requer também que a pessoa seja
dotada de nacionalidade, sendo esse o vínculo que a liga a um determinado país, que faz com
que ela passe a ser integrada ao povo, adquirindo direitos e obrigações.
Questão 3
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Os direitos políticos são considerados os Direitos Humanos de segunda geração e surgiram para
possibilitar a participação de todos os indivíduos na vida política do país, sobretudo na escolha
dos representantes e na criação de leis.
Verdadeiro
Falso
Feedback
Os direitos políticos surgiram para que as pessoas, já protegidas pelos direitos civis, pudessem
participar do processo de criação das leis, diretamente ou escolhendo seus representantes.
Trata-se de um conjunto de direitos, que asseguram não apenas uma esfera de proteção contra
o Estado (que são os direitos civis), mas a possibilidade de participação dentro do Estado, na
elaboração das leis.
Questão 4
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Verdadeiro
Falso
Feedback
Apesar de serem referidos a expressões diferentes – Direitos Humanos para a Declaração
Universal e direitos fundamentais para a Constituição Federal de 1988 – os direitos de segunda
geração têm conteúdos semelhantes, que permitem aos indivíduos a participação na vida
política do Estado, escolhendo seus representantes ou sendo eles mesmos representantes do
povo.
Conteúdo - Módulo 4
Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC 38
Curso: Direitos Humanos: Uma Declaração Universal
Livro: Conteúdo - Módulo 4
Impresso por: Ednaldo Ferreira Tôrres
Data: terça, 21 jun 2022, 11:02
Índice
1. Direitos coletivos, difusos e individuais homogêneos: a terceira geração de
direitos humanos
2. Os direitos humanos de terceira geração e a declaração universal dos direitos
humanos
o 2.1. Direito Humano à Educação
o 2.2. Direito humano à Alimentação Adequada
o 2.3. Direito humano ao Meio Ambiente
o 2.4. Direito humano ao Trabalho
3. Os direitos econômicos, sociais e culturais da declaração universal e a
constituição federal de 1988
Direitos Coletivos são direitos que não se destinam indiferentemente a toda e qualquer pessoa
da sociedade, mas a toda e qualquer pessoa da sociedade que tenha determinadas
características capazes de justificar uma proteção diferenciada.
Por outro lado, em face dos riscos que nossa sociedade altamente industrializada começou a
gerar para a sobrevivência do planeta, como o fim da água potável, o desequilíbrio dos
ecossistemas e o aquecimento global, outro conjunto de direitos tratou do fato de que há
questões e problemas que dizem respeito não a toda e qualquer pessoa individualmente
considerada, nem a grupos sociais específicos, mas à humanidade considerada como um todo.
São os Direitos Difusos porque não pertencem a um ou outro indivíduo, a uma ou outra minoria
social, pertencem, difusamente, a toda humanidade.
O melhor exemplo de Direitos Difusos é o direito ambiental: a proteção das águas, da vegetação,
do solo e dos animais tem por finalidade assegurar, à espécie humana, o direito de viver em um
meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Por sua vez, a fragilidade do indivíduo diante do poder das grandes empresas que caracterizam
também nossa sociedade altamente industrializada gerou lutas sociais voltadas a tentar limitar
esse poder e fortalecer o papel do sujeito.
O caminho encontrado para isso foi estabelecer direitos que, embora pertençam aos indivíduos
na condição de indivíduos – ou seja, não têm como referência grupos sociais nem a humanidade
como um todo –, relacionam-se a problemas que afetam todos esses indivíduos de modo
semelhante, de modo homogêneo.
Direitos Individuais Homogêneos são, desse modo, o conjunto de direitos que surgirão como
resposta a essa situação. O melhor exemplo desses Direitos Individuais Homogêneos são os
direitos do consumidor.
Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, está baseada no mérito.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a
seus filhos.
O direito à educação não se refere somente à educação escolar, porque o processo educativo
começa desde que nascemos e só termina com a nossa morte: a aprendizagem acontece em
diversos âmbitos (na família, na comunidade, no trabalho, no grupo de amigos, na associação e
também na escola e em todos os momentos de nossas vidas). Além de sua importância como
direito humano que possibilita à pessoa desenvolver-se plenamente e continuar aprendendo ao
longo da vida, a educação é um bem público da sociedade, na medida em que possibilita o
acesso aos demais direitos.
Cada país tem autonomia para definir como oferecerá à população o acesso à educação e ao
ensino. Entretanto, pela interpretação da Declaração Universal e outros documentos
internacionais sobre o direito à educação, a educação deve ser sempre: disponível, acessível,
aceitável e adaptável. Veremos cada um dos conceitos:
Acessibilidade: o acesso à educação pública deve ser para todos, sem qualquer tipo de
discriminação. Além disso, deve haver a acessibilidade material (possibilidade efetiva de
frequentar a escola sem barreiras como a distância e falta de adaptação arquitetônica) e
a acessibilidade econômica (acesso gratuito a todas as pessoas).
Aceitabilidade: é a garantia da qualidade da educação. O Estado está obrigado a
assegurar que todas as escolas tenham qualidade e que a educação seja aceitável. A
qualidade da educação se relaciona aos resultados do ensino, às condições materiais de
funcionamento das escolas e à adequação dos processos pedagógicos.
Os principais documentos internacionais que tratam do direito à educação são os seguintes:
l. A educação de nível superior deve igualmente tornar-se acessível a todos, com base na
capacidade de cada um, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela
implementação progressiva do ensino gratuito;
m. Deve-se fomentar e intensificar, na medida do possível, a educação fundamental para
aquelas pessoas que não tenham recebido ou terminado o ciclo completo de instrução
primária;
q. Imbuir na criança o respeito aos seus pais, à sua própria identidade cultural, ao seu
idioma e seus valores, aos valores nacionais do país em que reside, aos do eventual país
de origem, e aos das civilizações diferentes da sua;
r. Preparar a criança para assumir uma vida responsável numa sociedade livre, com
espírito de compreensão, paz, tolerância, igualdade de sexos e amizade entre todos os
povos, grupos étnicos, nacionais e religiosos e pessoas de origem indígena;
t. Privar qualquer pessoa ou grupo de pessoas do acesso aos diversos tipos ou graus de
ensino; b) Limitar a nível inferior a educação de qualquer pessoa ou grupo;
u. Sob reserva do disposto no art. 2º da presente Convenção, instituir ou manter sistemas
ou estabelecimentos de ensino separados para pessoas ou grupos de pessoas;
Artigo 3°
y. Não admitir, na ajuda que, eventualmente, e sob qualquer forma, for concedida pelas
autoridades públicas aos estabelecimentos de ensino, nenhuma preferência ou restrição
baseadas unicamente no fato de que os alunos pertençam a determinado grupo;
z. Conceder aos estrangeiros que residirem em seu território o mesmo acesso ao ensino
que o concedido aos próprios nacionais.
O Brasil é obrigado a respeitar, proteger e promover os direitos humanos. Por isso, na prática, e
no caso da educação, tem o dever de respeitar – que significa que não pode criar obstáculos ou
impedir o exercício do direito humano à educação. Não pode, por exemplo, impedir que as
pessoas recebam ou ofereçam educação, que organizem cursos livres em suas comunidades ou
pela internet, ou que abram escolas, desde que respeitem as condições estabelecidas nas
normas sobre o tema.
Também tem o dever de proteger, que exige que o Estado atue, tomando medidas para evitar
que terceiros (pessoas, grupos ou empresas, por exemplo) impeçam o exercício do direito à
educação. Por exemplo, no Brasil, o ensino é obrigatório entre 4 e 17 anos; nem mesmo os pais,
mães ou responsáveis de uma criança ou adolescente podem impedir seu acesso à escola,
cabendo ao Estado atuar na proteção de seu direito, garantindo-lhe o acesso à escola.
Por fim, o dever de promover é a principal obrigação ativa do Estado. São as políticas ações
públicas que o Estado deve realizar para garantir o exercício do direito à educação. São as
obrigações diretas do Estado em garantir o direito humano à educação, como a construção de
escolas, do financiamento adequado e da contratação de professores
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu
controle.
Alimentar-se é um ato vital para todos os seres vivos; sem ele não há possibilidade de vida. Além
disso, no caso dos seres humanos, a alimentação é ao mesmo tempo um processo biológico e
cultural. Ao se alimentar, as pessoas criam práticas alimentares, desenvolvem costumes e
valores sobre os diferentes alimentos. Por isso, podemos dizer que cada sociedade, ou grupo
social, atribui um sentido específico ao ato de se alimentar.
O termo alimentação adequada trata de dois elementos que compõem esse direito: o primeira é
o direito de estar livre da fome e da má nutrição e o segundo é o direito de ter acesso físico e
econômico aos meios para obtenção de uma alimentação adequada. Inclusive, o acesso físico e
econômico (alimentos em espécie ou renda para aquisição de alimentos) tem que ser garantido
imediatamente pelos países. Para garantir o acesso físico e econômico, cada Estado fica
obrigado a assegurar, a todas as pessoas, o acesso à quantidade mínima e essencial de
alimentos. Ressalta-se que essa quantidade deve ser suficiente para garantir que todas as
pessoas estejam de fato livres da fome.
A água também é entendida como alimento. Por isso, podemos dizer que o direito humano à
água também faz parte do direito humano à alimentação adequada, e está relacionado a outros
direitos humanos como o direito humano ao Meio Ambiente.
Assim como todas as pessoas têm direito a uma alimentação adequada, todos têm direito ao
acesso irrestrito à água, inclusive independendo de pagamento de taxas ou de qualquer outra
contrapartida. Porém, como ocorre com o direito à alimentação adequada, a falta de acesso à
água atinge as camadas mais empobrecidas da sociedade. A sede e a seca, bem como a fome,
estão presentes em todas as regiões brasileiras, tanto nas regiões rurais como no semiárido e
nas periferias
De acordo com a Organização das Nações Unidas, após um declínio constante por mais de uma
década, a fome no mundo está novamente em ascensão e, em 2016, afetou 815 milhões de
pessoas (11% da população global). Esse aumento — de mais 38 milhões de pessoas em relação
ao ano anterior — deve-se, em grande parte, à proliferação de conflitos violentos e de mudanças
climáticas. Cerca de 155 milhões de crianças com menos de 5 anos sofrem com atraso no
crescimento (estatura baixa para a idade), enquanto 52 milhões estão com peso abaixo do ideal
para a estatura. Dados disponíveis em: https://nacoesunidas.org/onu-apos-uma-decada-de-
queda-fome-volta-a-crescer-no-mundo/
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu
controle.
A noção de bem-estar trazida pela Declaração Universal também se refere ao direito ao meio
ambiente saudável e justo para todos.
Para entendemos o que é meio ambiente, é importante termos uma visão ampla do tema,
partindo da ideia de que a vida na Terra deve ser considerada em seu conjunto. O meio
ambiente tem relação com as condições de clima, habitação, circulação, respiração, alimentação,
saúde, trabalho e lazer dos seres humanos.
Assim, podemos definir o meio ambiente como o conjunto de todo o patrimônio natural ou
físico (água, ar, solo, energia, fauna, flora), artificial (edificações, equipamentos e alterações
produzidas pelo homem) e cultural (costumes, leis, religião, criação artística, linguagem,
conhecimentos) que possibilite o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas.
Entender o meio ambiente como direito humano significa que sua realização é condição
necessária para a garantia de uma vida digna e sadia para todos, inclusive para as futuras
gerações, que dependem da sua preservação.
Por não ser individual, a ninguém é dado o direito de destruir ou praticar atos que agridam o
meio ambiente, pois estará violando direitos de outras pessoas e mesmo de outros seres vivos.
Todos temos direito a eles ao mesmo tempo, por isso é caracterizado como um direito “difuso”,
ou seja, espalhado por toda a sociedade.
b) proteção e preservação do ar, solo, água, flora e fauna, e dos processos essenciais e áreas
necessárias para manter a diversidade biológica, os recursos naturais e os ecossistemas;
Daí vem a noção de justiça ambiental que trata do acesso justo e igual aos recursos ambientais
do país. Esse acesso justo é elemento básico para a realização do direito humano ao meio
ambiente, ou para realização da justiça ambiental, que assegura que nenhum grupo social deva
sofrer as consequências do dano ambiental e que todos os grupos tenham acesso justo aos
recursos ambientais do país.
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que
se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
interesses.
Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias remuneradas periódicas.
O direito ao trabalho com dignidade garante, primeiramente, que nenhum trabalho seja
forçado. Garante que o trabalho seja cumprido em condições seguras e saudáveis, com salários
justos e suficientes para, no mínimo, proporcionar um padrão de vida adequado para o
trabalhador e sua família. Assegura, ainda, direito de decidir livremente a aceitação ou escolha
do trabalho, igual remuneração por igual função, direito ao lazer e limitação razoável da jornada
trabalhista. O direito ao trabalho digno também prevê o direito à greve, à segurança em caso de
desemprego e à organização sindical. Todos os trabalhos são dignos, desde que não sejam
executados mediante prejuízos a outros seres humanos.
O Pacto Global é uma iniciativa da ONU em parceria com empresas de todo o mundo, com a
finalidade de se adotar e desenvolver uma economia sustentável e inclusiva. O Pacto Global
prevê dez princípios a serem buscados pelas empresas que aderem a ele: 1. Respeitar e
proteger os direitos humanos; 2. Impedir violações de direitos humanos; Princípios de Direito do
Trabalho: 3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho; 4. Abolir o trabalho forçado; 5. Abolir
o trabalho infantil; 6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho; Princípios de Proteção
Ambiental: 7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; 8. Promover a
responsabilidade ambiental; 9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente;
Princípio contra a Corrupção 10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive
extorsão e propina. Informações disponíveis em: http://pactoglobal.org.br/
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
V - o pluralismo político.
(...)
Em resumo, os direitos econômicos, sociais e culturais firmados pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, em 1948, também serviram de fundamento para as garantias fundamentais
estabelecidas pela Constituição Federal do Brasil, cerca de quarenta anos depois, em 1988. Os
conteúdos principais do direito à educação, trabalho, alimentação adequada e direito ao meio
ambiente se repetem porque garantem aos indivíduos o exercício pleno da cidadania. Por isso,
quando falamos em Direitos Humanos, também estamos tratando de Direitos Fundamentais e
vice-versa.
Marcar questão
Texto da questão
O Brasil tem deveres em relação aos Direitos Humanos previstos na Declaração Universal. Por
isso, na prática tem o ____________, que significa que não pode criar obstáculos ou impedir o
exercício dos direitos. Em relação ao direito à educação, por exemplo, não pode impedir que as
pessoas recebam ou ofereçam educação.
O texto se refere a:
a. Dever de respeitar
b. Dever de proteger
c. Dever de se omitir
d. Dever de promover
e. Direito de escolher
Feedback
Sua resposta está correta.
O texto trata do dever de respeitar os Direitos Humanos pelo Brasil, ou seja, não pode impedir
que as pessoas exerçam tais direitos.
Questão 2
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Direitos coletivos são direitos que não pertencem a um ou outro indivíduo, a uma ou outra
minoria social pertencem, difusamente, a toda humanidade de forma generalizada.
Falso
Feedback
A definição trazida pelo enunciado refere-se aos direitos difusos. Direitos Coletivos, por sua vez,
são direitos que não se destinam indiferentemente a toda e qualquer pessoa da sociedade, mas
a toda e qualquer pessoa da sociedade que tenha determinadas características capazes de
justificar uma proteção diferenciada.
Questão 3
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Exemplos de direitos coletivos são aqueles relacionados ao meio ambiente: a proteção das
águas, da vegetação, do solo e dos animais.
Verdadeiro
Falso
Feedback
O exemplo do enunciado refere-se aos direitos difusos porque pertencem de forma difusa,
generalizada, a toda a humanidade e não a grupos coletivos específicos que merecem uma
proteção diferenciada, nesse caso seriam direitos coletivos.
Questão 4
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Verdadeiro
Falso
Feedback
O direito à alimentação adequada é composto pelos dois elementos mencionados no
enunciado: direito de estar livre da fome e da má nutrição e o direito de ter acesso físico e
econômico aos meios para obtenção de uma alimentação adequada. Por isso, os Estados têm
obrigação de erradicar a fome e má nutrição e garantir o acesso físico e econômico ao alimento.
Por isso, os Estados são obrigados a assegurar, a todas as pessoas, o acesso à quantidade
mínima e essencial de alimentos.
Conteúdo - Módulo 5
Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC 38
Curso: Direitos Humanos: Uma Declaração Universal
Livro: Conteúdo - Módulo 5
Impresso por: Ednaldo Ferreira Tôrres
Data: terça, 21 jun 2022, 11:07
Descrição
Índice
1. Direitos humanos de solidariedade: A declaração de Viena de 1993
2. Universalidade com respeito as diferenças
3. Direito a democracia
4. Direito ao desenvolvimento
5. Direitos das mulheres e meninas
6. Direito dos povos indigenas
Tratava-se de uma oportunidade para os países identificarem o que foi alcançado e quais falhas
ocorreram após 45 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos. Como resultado da
conferência, os países assinaram a Declaração e o Programa de Ação de Viena (que passou a ser
conhecida como Declaração de Viena).
Direitos civis são os direitos de liberdade e igualdade. Já os direitos políticos são os direitos à
nacionalidade, liberdade de expressão, liberdade religiosa e direito à participação política. Os
direitos econômicos, sociais e culturais, são o direito à educação, saúde, trabalho, alimentação
adequada, meio ambiente.
A Declaração de Viena reforçou a noção de indivisibilidade dos Direitos Humanos que deve se aplicar
tanto aos direitos civis como aos políticos e econômicos, sociais e culturais. Também enfatiza os
direitos de solidariedade, o direito à paz, ao desenvolvimento e os direitos ambientais.
Trataremos aqui dos seguintes conteúdos abordados pela Declaração de Viena: universalidade com
respeito à diferença, direito à democracia, direito ao desenvolvimento, direito das mulheres e
meninas e direito dos povos indígenas.
Esse caráter universal, que padroniza as culturas, aspectos históricos, religiosos das diversas
sociedades, tratando todos os seres humanos como se fossem iguais, passou a ser criticado,
sobretudo por países do Oriente. Por isso, a Declaração de Viena reforçou a universalidade dos
direitos humanos, mas ressaltou o respeito a essa diversidade em seu artigo 5.
Para a Declaração de Viena, todos os Direitos Humanos são universais, indivisíveis e
interdependentes. Mas a Declaração observou o significado das especificidades nacionais e
regionais, além dos diversos antecedentes históricos, culturais e religiosos das sociedades,
esclarecendo que compete aos Estados, independentemente dos seus sistemas políticos,
econômicos e culturais, promover e proteger todos os Direitos Humanos e liberdades fundamentais.
3. Direito a democracia
Segundo a Declaração de Viena, há uma relação direta entre a democracia, o desenvolvimento e o
respeito pelos Direitos Humanos.
A democracia representa o desejo livremente expresso das pessoas em determinar os seus próprios
sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais, com a participação plena das pessoas em todos os
aspectos das suas vidas. Neste contexto, a promoção e a proteção dos Direitos Humanos e das
liberdades fundamentais devem ser amplas e sem restrições.
A ONU comemora o dia 15 de setembro como o Dia Internacional da Democracia e reafirmou que “a
democracia é um valor universal, baseado na livre expressão da vontade dos povos de
determinarem os seus sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais e a sua plena participação
em todos os aspectos de suas vidas” Para saber mais, acesse:
https://nacoesunidas.org/acao/democracia/
4. Direito ao desenvolvimento
A Declaração de Viena também firmou a posição dos países que participaram da Conferência
Mundial sobre Direitos Humanos sobre o direito ao desenvolvimento, parte integrante dos Direitos
Humanos fundamentais. A pessoa humana é o sujeito central do desenvolvimento, que deve facilitar
o exercício de todos os Direitos Humanos; mas a falta de desenvolvimento não pode ser invocada
para justificar a limitação de Direitos Humanos internacionalmente reconhecidos.
Saiba Mais!
Em 1986, a ONU firmou a Declaração das Nações Unidas sobre o Direito ao Desenvolvimento,
que afirma que todos os direitos humanos são universais, indivisíveis e que as pessoas são
centrais para o desenvolvimento. Confira detalhes no vídeo: https://www.youtube.com/watch?
time_continue=7&v=_GnyfAIR288
E mais: a violência baseada na condição de ser mulher ou menina e todas as formas de assédio e
exploração sexual são incompatíveis com a dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser
eliminadas por todos os países. Segundo a Declaração, isto pode ser alcançado com o
desenvolvimento socioeconômico das mulheres e meninas, o acesso à educação, à maternidade
segura e aos cuidados de saúde, e à assistência social.
Saiba Mais!
A ONU Mulheres foi criada, em 2010, para unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em
defesa dos direitos humanos das mulheres com seis áreas prioritárias de atuação: liderança e
participação política das mulheres; empoderamento econômico; fim da violência contra
mulheres e meninas; paz e segurança e emergências humanitárias; governança e planejamento;
e normas globais e regionais. A ONU Mulheres tem sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e
possui escritórios regionais e em países da África, Américas, Ásia e Europa. No Brasil, o escritório
opera em Brasília. Para saber mais sobre a ONU Mulheres, acesse a página:
http://www.onumulheres.org.br/
Ainda segundo da Declaração de Viena, os Estados devem garantir a participação plena e livre
dos povos indígenas em todos os aspectos da vida social, particularmente em questões que
sejam do seu interesse. E devem, ainda, garantir o respeito por todos os Direitos Humanos e
liberdades fundamentais dos povos indígenas, na base da igualdade e da não-discriminação,
bem como reconhecer o valor e a diversidade das suas distintas identidades, culturas e
organizações sociais.
Direitos Humanos: Uma Declaração Universal
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Direitos Humanos: Uma Declaração Universal
Módulo 5: Direitos Humanos de Solidariedade
Exercício Avaliativo - Módulo 5
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
A Declaração de Viena, de 1993, trouxe nova interpretação à Declaração Universal dos Direitos
Humanos, estabelecendo que os Direitos Humanos não são indivisíveis. Também enfatizou os
direitos de solidariedade, o direito à paz, ao desenvolvimento e os direitos ambientais.
Verdadeiro
Falso
Feedback
Com a consolidação da ONU e sua atuação no campo dos direitos civis, políticos e direitos
econômicos, sociais e culturais, a Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos, realizada em
1993, teve como resultado a Declaração de Viena, a qual reforçou a indivisibilidade dos Direitos
Humanos, que deve se aplicar aos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
Questão 2
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
A democracia representa um regime de governo em que as pessoas determinam os seus
próprios sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais, com a participação plena das
pessoas em todos os aspectos das suas vidas. A promoção e a proteção dos Direitos Humanos e
das liberdades fundamentais são amplas, mas com restrições.
Verdadeiro
Falso
Feedback
A democracia é um valor universal, baseado na livre expressão da vontade dos povos de
determinarem os seus sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais e a sua plena
participação em todos os aspectos de suas vidas.
Questão 3
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Sobre o direito dos povos indígenas, a Declaração de Viena reconheceu a importância dos povos
indígenas para o desenvolvimento e o pluralismo da sociedade, mas restringiu a sua
participação plena e livre em todos os aspectos da vida social, declarando-os parcialmente
incapazes.
Verdadeiro
Falso
Feedback
A Declaração de Viena estabelece que os Estados devem garantir a participação plena e livre dos
povos indígenas em todos os aspectos da vida social, especialmente em questões que sejam do
seu interesse. De acordo com a Declaração, os Estados devem, ainda, garantir o respeito por
todos os Direitos Humanos e liberdades fundamentais dos povos indígenas, na base da
igualdade e da não-discriminação, reconhecendo o valor e a diversidade das suas distintas
identidades, culturas e organizações sociais.
Conteúdo - Módulo 6
Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC 38
Curso: Direitos Humanos: Uma Declaração Universal
Livro: Conteúdo - Módulo 6
Impresso por: Ednaldo Ferreira Tôrres
Data: terça, 21 jun 2022, 11:28
Descrição
Índice
1. O exercício dos direitos humanos
2. Políticas públicas de direitos humanos
3. Enfrentamento ao trabalho escravo
4. Enfrentamento à tortura
5. Políticas para o registro civil de nascimento
6. Plano nacional de educação em direitos humanos
7. Promoção dos direitos da população em situação de rua
Por exemplo, a educação e a saúde no Brasil são direitos universais de todos os brasileiros. Assim,
para assegurá-los e promovê-los, estão instituídas pela própria Constituição Federal as políticas
públicas de educação e saúde.
Podemos afirmar que política pública representa um sistema de decisões públicas que busca realizar
ações destinadas a manter ou modificar a realidade de um ou vários setores da vida social, mediante
a definição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação dos recursos necessários para atingir
os objetivos estabelecidos. A participação da sociedade na formulação, acompanhamento e
avaliação das políticas públicas, em alguns casos, é assegurada nas próprias leis que as instituem.
Assim, no caso da educação e da saúde, a sociedade participa ativamente mediante os Conselhos em
nível municipal, estadual e nacional. Audiências públicas, encontros e conferências setoriais são
também instrumentos que vêm se afirmando nos últimos anos como forma de envolver os diversos
segmentos da sociedade em processos de participação e controle social. A Lei Complementar nº 131
(Lei da Transparência), de 27 de maio de 2009, determina, quanto à participação da sociedade:
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de
elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de
informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de
acesso público.
Todos os poderes públicos, em todas as esferas e níveis da administração pública, estão obrigados a
assegurar a participação popular. Essa não é, portanto, uma preferência política do gestor, mas uma
obrigação do Estado e um direito da população.
Respeitar os Direitos Humanos: o Estado não pode ser o agente de violação de direitos. O
Estado não pode, por exemplo, interferir na vida e na intimidade das pessoas, a não ser que
tenha a permissão explícita da lei nesse sentido.
Proteger os Direitos Humanos: o Estado deve proteger os Direitos Humanos dos cidadãos e
cidadãs de violações provocadas por terceiros. O Estado é o responsável por fazer com que
as leis sejam respeitadas e por garantir que indivíduos, grupos ou empresas respeitem os
direitos individuais e coletivos de cada cidadão ou grupos.
Existem diversas políticas públicas executadas pelo Estado que protegem os Direitos Humanos, ou
seja, que se relacionam diretamente com a proteção do direito à vida e da integridade física das
pessoas. Vamos tratar especialmente de duas políticas: o enfretamento ao trabalho escravo e o
enfrentamento à tortura. Também veremos as políticas públicas que se relacionam com a promoção
dos direitos humanos, como as políticas para o registro civil de nascimento, o plano nacional de
educação em Direitos Humanos e a promoção dos direitos da população em situação rua.
Artigo 4
Artigo 149.
O trabalho escravo não é caracterizado pelo fato de o empregador não cumprir a legislação
trabalhista. A ocorrência de qualquer um dos quatro elementos a seguir já é suficiente para
configurar a exploração de trabalho escravo:
Jornada exaustiva: expediente desgastante que vai além de horas extras e coloca em risco a
integridade física do trabalhador, já que o intervalo entre as jornadas é insuficiente para a
reposição de energia. Há casos em que o descanso semanal não é respeitado. Assim, o
trabalhador também fica impedido de manter vida social e familiar;
Servidão por dívida: fabricação de dívidas ilegais referentes a gastos com transporte,
alimentação, aluguel e ferramentas de trabalho. Esses itens são cobrados de forma abusiva e
descontados do salário do trabalhador, que permanece cerceado por uma dívida
fraudulenta;
Saiba Mais!
Para saber mais sobre a política de enfrentamento ao trabalho escravo, acesse o site do
Ministério do Trabalho: http://trabalho.gov.br/fiscalizacao-combate-trabalho-escravo.
4. Enfrentamento à tortura
A tortura é expressamente proibida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Da mesma forma, a Constituição Federal prevê, em seu no artigo 5º, que ninguém será submetido a
tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Para que essa proibição seja efetiva, a Lei n.
12.847, de 2013, criou o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e o Mecanismo
Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), composto por onze especialistas
independentes (peritos), que devem ter acesso às instalações de privação de liberdade como centros
de detenção, estabelecimentos penais, hospitais psiquiátricos, abrigos de pessoas idosas,
instituições socioeducativas ou centros militares de detenção disciplinar.
O sistema conta ainda com um Comitê Nacional de Combate à Tortura composto por vinte e três
membros, escolhidos e designados pela Presidenta da República, sendo onze representantes de
órgãos do Poder Executivo federal e doze de conselhos de classes profissionais e de organizações da
sociedade civil.
Saiba Mais!
Para saber mais sobre as ações do Comitê Nacional de Combate à Tortura, acesse a página:
https://www.gov.br/mdh/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/comite-nacional-de-
prevencao-e-combate-a-tortura/cnpct.
Para acompanhar a atuação do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, acesse
a página: https://www.gov.br/mdh/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/mecanismo-
nacional-de-prevencao-e-combate-a-tortura-mnpct/mnpct.
Consideramos a Educação em Direitos Humanos como um processo que orienta a formação das
pessoas, considerando, entre outros valores, o conhecimento historicamente construído sobre
direitos humanos; a afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos
direitos humanos em todos os espaços da sociedade; a formação de uma consciência cidadã; e o
fortalecimento de práticas individuais e sociais sejam capazes de promover e defender Direitos
Humanos.
Saiba Mais!
Para conhecer o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos – PNEDH acesse a página:
http://mdh.gov.br/navegue-por-temas/educacao-em-direitos-humanos/plano-nacional-de-
educacao-em-direitos-humanos.
Para as pessoas nessa situação, viver nas ruas tem sido sinônimo de conviver com a violência diária
em diversas formas, como a violência física e psicológica, remoções arbitrárias ou recolhimento de
pertences, negligência no atendimento e ausência de políticas públicas.
A Política Nacional para a População em Situação de Rua busca assegurar o acesso amplo,
simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as diversas políticas públicas
desenvolvidas pelos ministérios que a compõem. A Política possui entre seus princípios, além da
igualdade e equidade, o respeito à dignidade da pessoa humana, o direito à convivência familiar e
comunitária, a valorização e respeito à vida e à cidadania, o atendimento humanizado e
universalizado, além do respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade,
nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com
deficiência.
No âmbito da política nacional, o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em
Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis (CNDDH) é espaço de grande relevância
para assegurar a promoção e a defesa dos direitos humanos desses dois públicos. O CNDDH foi
criado a partir do diálogo constante com a População em Situação de Rua e Catadores de Materiais
Recicláveis. Atualmente a sede do CNDDH funciona na cidade de Belo Horizonte (MG) com núcleos
em funcionamento nas cidades de Salvador (BA), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), São
Paulo (SP) e Brasília (DF).
Saiba Mais!
Para saber mais sobre a Política Nacional para a População em Situação de Rua, acesse a página do
Ministério dos Direitos Humanos: http://www.mdh.gov.br/navegue-por-temas/populacao-em-
situacao-de-rua.
Marcar questão
Texto da questão
Relacione as políticas com as situações que evidenciam fatos relacionados a seu conteúdo.
Resposta 1
Escolher...
A documentação básica é um direito humano Plano Nacional de Educação em Direitos
fundamental para o exercício da cidadania que Humanos
proporciona o acesso a direitos sociais como a Política para o registro civil de nascimento
educação, a saúde e a assistência social, sendo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
uma etapa importante para o exercício da à Tortura
cidadania. Jornada exaustiva
Trabalho forçado
Resposta 2
O trabalho escravo se configura quando o Escolher...
trabalhador é submetido a um expediente Plano Nacional de Educação em Direitos
desgastante que vai além de horas extras e Humanos
coloca em risco sua integridade física, pois o Política para o registro civil de nascimento
intervalo entre as jornadas é insuficiente para a Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
reposição de energia. à Tortura
Jornada exaustiva
Trabalho forçado
Resposta 3
Escolher...
Órgão composto por onze especialistas
Plano Nacional de Educação em Direitos
independentes (peritos), que devem ter acesso
Humanos
às instalações de privação de liberdade como
Política para o registro civil de nascimento
centros de detenção, estabelecimentos penais,
Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
hospitais psiquiátricos, abrigos de pessoas
à Tortura
idosas, instituições socioeducativas ou centros
Jornada exaustiva
militares de detenção disciplinar.
Trabalho forçado
Resposta 4
Escolher...
Estabelece concepções, princípios, objetivos e
Plano Nacional de Educação em Direitos
linhas de ação, contemplando a educação
Humanos
básica, a educação superior, a educação não-
Política para o registro civil de nascimento
formal, além da educação dos Profissionais dos
Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
Sistemas de Justiça e Segurança Pública e
à Tortura
Educação e Mídia.
Jornada exaustiva
Trabalho forçado
Resposta 5
Escolher...
Plano Nacional de Educação em Direitos
O trabalho escravo se configura quando o Humanos
indivíduo é obrigado a se submeter a condições Política para o registro civil de nascimento
de trabalho em que é explorado, sem Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate
possibilidade de deixar o local seja por causa de à Tortura
dívidas, seja por ameaça e violências física ou Jornada exaustiva
psicológica. Trabalho forçado
Feedback
Sua resposta está correta.
O Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura é órgão composto por onze peritos
com acesso a instituições de privação de liberdade.
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
As políticas públicas são ações e programas que podem se relacionar com direitos previstos na
Constituição Federal e que devem ser observados pelos governantes no momento de
estabelecer essas políticas.
Verdadeiro
Falso
Feedback
As políticas públicas são um conjunto de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo
Estado que, diretamente ou indiretamente, buscam assegurar determinado direito. As políticas
públicas devem corresponder a direitos previstos na Constituição Federal ou que se afirmam
graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos
direitos das pessoas e comunidades.
Questão 3
Correto
Marcar questão
Texto da questão
Julgue o item a seguir como verdadeiro ou falso.
Quando falamos de políticas públicas de Direitos Humanos, significa que o Estado pode
promover os Direitos Humanos dos cidadãos e cidadãs por meio da elaboração e
implementação de algumas ações e serviços específicos para garantir o acesso a uma parcela
dos seus direitos.
Verdadeiro
Falso
Feedback
O Estado é obrigado a respeitar, proteger e promover os Direitos Humanos, observando os
seguintes princípios: a) o Estado não pode ser o agente de violação de direitos. Por exemplo, o
Estado não pode interferir na vida e na intimidade das pessoas, a não ser que tenha a permissão
explícita da lei nesse sentido; b) o Estado deve proteger os Direitos Humanos dos cidadãos e
cidadãs de violações provocadas por terceiros. O Estado é o responsável por fazer com que as
leis sejam respeitadas e por garantir que indivíduos, grupos ou empresas respeitem os direitos
individuais e coletivos de cada cidadão ou grupos; c) o Estado deve, efetivamente, promover os
Direitos Humanos dos cidadãos e cidadãs mediante elaboração e implementação de políticas
públicas. O Estado deve prover bens e serviços públicos universais para garantir o acesso dos
cidadãos e cidadãs aos seus direitos. Em consequência, as políticas públicas em Direitos
Humanos têm relação direta com a obrigação do Estado em promover direitos.
https://www.escolavirtual.gov.br/aluno/certificados