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DIMENSIONAMENTO E AVALIAÇÃO DO
INVESTIMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA
PARA LAVAGEM DE VEÍCULOS NA GARAGEM DO
CAMPUS DE CRUZ DAS ALMAS – BA DA UFRB.
DIMENSIONAMENTO E AVALIAÇÃO DO
INVESTIMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA
PARA LAVAGEM DE VEÍCULOS NA GARAGEM DO
CAMPUS DE CRUZ DAS ALMAS – BA DA UFRB.
DIMENSIONAMENTO E AVALIAÇÃO DO
INVESTIMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA
PARA LAVAGEM DE VEÍCULOS NA GARAGEM DO
CAMPUS DE CRUZ DAS ALMAS – BA DA UFRB.
EXAMINADORES:
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Francis Valter Pêpe França
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Jorge Luiz Rabelo
_____________________________________________________________
Prof. Msc. Marcus Vinicius Ivo da Silva
RESUMO
ABSTRACT
Currently many countries are facing the problem of water scarcity, this is mainly for
development and population growth, where more and more industries and agriculture require
greater water demand. Thinking about it, the growing concern for the environment and the
rational use of water makes good alternatives for sustainable use of natural make-up
emergency measures to combat the problem of scarcity. One such alternative is to implement
the use of rainwater systems, since such a system will allow rainwater to be used for non-
potable uses, such as washing of vehicles, subject of this work. This work aims at designing a
system for harnessing rainwater for garage UFRB checking the economic potential of the
same in relation to spending on clean water. To this end, through spreadsheets, methods and
Practical Rippl Australian contained in the NBR 15527/2007, for dimensioning the volume of
the reservoir were used. Were also sized to receive the rails rainwater area where uptake will
be determined conducted through horizontal and vertical piping to the reservoir. Finally, with
the economic results obtained from the design of a system for harnessing rainwater.
TABELA 1 - Precipitação Mensal (mm) da estação 83222, Cruz das Almas/Ba ................... 30
TABELA 2 - Dimensões da calha em função do comprimento do telhado (MELO, 1988) .... 32
TABELA 3 - Dimensionamento do Reservatório com confiança de 100% ........................... 36
TABELA 4 - Dimensionamento do Reservatório pelo Método de Rippl ............................... 37
TABELA 5 - Custo do sistema de aproveitamento de água chuva para garagem da UFRB ... 38
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 13
2.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 13
2.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 14
3.1 Disponibilidade dos recursos hídricos no Brasil ..................................................... 14
3.2 Histórico do aproveitamento de água de chuva ....................................................... 14
3.3 Aproveitamento de água pluvial no Brasil .............................................................. 16
3.4 Aproveitamento de água pluvial para lavagem de veículos ..................................... 17
3.5 Norma.................................................................................................................... 18
3.6 Sistemas de captação.............................................................................................. 18
3.6.1 Sistema de autolimpeza e remoção de materiais grosseiros.............................. 20
3.6.2 Filtro vf1......................................................................................................... 23
3.6.3 Reservatório.................................................................................................... 24
3.6.4 Vantagens e desvantagens do sistema de captação de água pluvial. ................. 25
4 METODOLOGIA ........................................................................................................ 26
4.1 Revisão bibliográfica ............................................................................................. 26
4.2 Área de estudo ....................................................................................................... 26
4.3 Cálculo da Demanda .............................................................................................. 27
4.4 Dados pluviométricos da região ............................................................................. 30
4.5 Sistema de captação e armazenamento de água pluvial ........................................... 31
4.5.1 Dimensionamento das calhas .......................................................................... 31
4.5.2 Dimensionamento do reservatório ................................................................... 33
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 35
5.1 Custos com os Equipamentos do Sistema de Captação de Água Pluvial ................. 37
5.2 Potencial Econômico ............................................................................................. 38
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 39
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 40
1 INTRODUÇÃO
11
a apenas 27% da água disponível no país, sendo os outros 73% de disponibilidade
concentrados na região amazônica que abriga apenas 5% da população nacional.
Um levantamento feito pela ANA, o At las Brasil, aponta que 55% dos municípios
brasileiros poderão vim a ter um déficit do abastecimento de água, onde desses,
84% necessitam invest ir e melhorar seus sistemas de abaste cimento e 16%
precisa de novos mananciais.
A região semiárida localizado no nordeste brasileiro é a que mais padece com o
problema da escassez hídrica, convivendo com um longo período de secas
durante o ano devido à irregularidade das precipitações nessa r egião.
Diante desse cenário, é necessária a conscient ização do valor imprescindível que
água tem e que se busquem cada vez mais medidas sustentáveis que garanta a
qualidade e disponibilidade para o atendimento das demandas atuais e futuras.
Nesse contexto, o aproveitamento de águas pluviais é uma alt ernat iva sustentável
e ao mesmo tempo econômica. Esse t ipo de tecnologia supre as necessidades de
fins não-potáveis o que gera uma economia nos gastos com água potável
diminuindo o consumo, assim as companhias de abastecimento poderiam realizar
invest imentos para atender as localidades que ainda não são contempladas com
água tratada.
Segundo Marinoski (2007), no Brasil, exist em vários programas de uso racional
da água em escolas e universidades, com foco em novas tecnologias econômicas,
no entanto, são poucos os estudos sobre sistemas de aproveitamento de água de
chuva em locais acadêmicos que se tem acesso na literatura nacional.
Pensando nisso, o presente trabalho apresenta uma análise da implantação de um
sistema de captação e armazenamento de água pluvial para a lavagem dos
veículos na garagem da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia,
objet ivando avaliar o potencial econômico que esse sistema trará em relação aos
gastos com água tratada.
12
2 OBJETIVOS
Para auxiliar no objet ivo geral, destacam-se os seguintes objet ivos específicos:
Ampliar o conhecimento sobre o assunto abordado;
Determinar a demanda de água mensal ut ilizada para a lavagem dos veículos ;
Determinar a área de captação direta da garagem para o dimensionamento do
sistema;
Analisar as característ icas pluviomét ricas do município de Cruz das Almas;
Verificar os custos com água potável do reservatório que atende a garagem;
Verificar os custos para implantação de um sistema de captação de água de
chuva;
13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
14
península de Iucatã, no México, que ainda estão em uso desde antes da chegada de Cristóvão
Colombo à América. (TOMAZ, 2003).
16
FIGURA 2 - Cisterna na região semiárida.
Fonte: www.jaldesmar-costa.blogspot.com.br
17
No Brasil, é muito comum usar jatos de alta pressão de ar e água para lavagem de
veículos, essa prática demanda um grande consumo de água. (MORELLI, 2005 apud LAGE,
2010).
Na garagem da Viação Santa Brígida em São Paulo, os mais de 500 ônibus são lavados
com a água de chuva que é captada em uma área de nove mil metros quadrados e armazenada
em uma rede de reservatórios subterrâneos de 150m³ cada um. (CARLON, 2005 apud LAGE,
2010).
Um estudo realizado em postos de gasolina em Brasília sobre a viabilidade econômica
que um sistema de aproveitamento de água pluvial para lavagem de veículos oferece, mostrou
que o potencial médio de economia de água potável para esse fim foi de 32,7%, podendo
variar de 9,2% a 57,2%. Concluindo então que o uso da água pluvial para lavagem de veículos
é um investimento viável economicamente. (GHISI; TAVARES; ROCHA, 2009 apud LAGE,
2010).
Em um estudo de captação de água pluvial para lavagem de veículos em uma empresa
de transporte de ônibus, onde 250 veículos são lavados diariamente com um consumo em
média de 50m³/dia. Os resultados mostraram que a empresa obtém uma economia de até 70%
de água potável em períodos de chuva. Já durante todo o ano, a água coletada fica armazenada
em reservatórios de 160m³ de capacidade representando uma economia de 39% do consumo
de água potável. (SANCHES e LIMAS, 2007 apud LAGE, 2010).
3.5 Norma
18
geada, onde a chuva é a forma mais abundante no território brasileiro, além de ser um
processo hidrológico de interesse na Engenharia.
A precipitação atmosférica é formada devido à elevação do ar quente e úmido através da
expansão adiabática onde o mesmo resfria-se até a condição de está saturado. Esse vapor é
condensado em pequenas gotículas de água formando as nuvens, essas gotículas permanecem
em suspensão através de correntes de ar ascendentes até que ganham peso necessário pra
vencer a resistência do ar e se deslocarem até o solo formando assim as precipitações.
(VILLELA e MATTOS, 1975 apud ZOLET, 2005).
O principal benefício do aproveitamento de água chuva é a economia de água tratada,
pois com o uso dessa tecnologia há diminuição da água fornecida pelas companhias de
saneamento, consequentemente menor serão os gastos com água potável. Outro benefício é
que, diminuindo o uso de água potável, a mesma poderá ser ampliada ao atendimento de áreas
que ainda não dispõem de um sistema de atendimento de água tratada, assim contribuindo
também para a questão da Saúde Pública.
A água de chuva pode ser utilizada para atividades com vários fins não potáveis nas
áreas residenciais, comerciais e industriais. A viabilidade da implantação de um sistema de
aproveitamento de água de chuva depende de alguns fatores como, precipitação, área de
captação e demanda de água, levando em consideração as condições ambientais locais,
finalidades e uso da água (MARINOSKI, 2007).
O funcionamento de um sistema de aproveitamento de água de chuva (Figura 3.3)
consiste de forma geral na captação da água precipitada sobre os telhados e lajes de
edificações (área de captação), essa água é conduzida através de calhas e condutores verticais
e horizontais, passando por equipamentos de filtragem ou sistemas que evitam a primeira
água de chuva, até o reservatório de armazenamento onde será bombeado para um segundo
reservatório, caso necessite, do qual irá ser distribuídos por tubulações de águas pluviais para
as atividades de consumo não potável.
19
FIGURA 3 - Sistema de captação de água de chuva.
Fonte: (BELLA CALHA, 2007 apud MARINOSKI, 2007).
Os componentes principais para captação de água de chuva segundo Tomaz (2003) são:
Área de captação (telhado) - corresponde á área em metros quadrados dos telhados das
casas, edifícios ou indústrias;
Calhas - condutores servem para captação da água de chuva podendo ser de PVC ou
metálicos;
By Pass - evita a primeira chuva por conter muita sujeira dos telhados, podendo ser
manual com o uso de tubulações ou automáticas com dispositivos de autolimpeza;
Peneira - geralmente com tela de 0,2mm a 1,0mm são utilizadas para a remoção de
materiais em suspensão (sólidos grosseiros);
Reservatório - local onde será armazenada a água de chuva coletada;
Extravasor - instalado no reservatório, deverá possuir dispositivo para que se evite a
entrada de pequenos animais.
21
FIGURA 5 – Ilustração do mecanismo de descarte da primeira água de chuva com boia.
Fonte: (RANATUNGA, 1999 apud ANNECCHINI, 2005).
23
3.6.3 Reservatório
Algumas Vantagens
Algumas Desvantagens
Nunca cruzar a tubulação para água de reuso com tubulações de água potável;
Sempre identificar com sinais onde existe água de reuso e assinalar que essa água não
é potável.
25
4 METODOLOGIA
Com o auxílio do software Google Earth 1, foi possível determinar a localização e a área
de captação da garagem.
A garagem da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), sediada no
município de Cruz das Almas, localiza-se pelas coordenadas latitude 12°39'34.02"S e
longitude 39°5'4.18"O, (FIGURA 9). Possui telhado distribuído em duas águas com área de
captação de 290m² (FIGURA 10).
De acordo com os dados obtidos na Superintendência de Implantação e Planejamento de
Espaço Físico (SIPEF/UFRB), a água potável utilizada na garagem é oriunda do reservatório
(Figura 4.3), que é abastecido por água da concessionária Embasa, através do ponto de água,
hidrômetro CEAT800. Esse reservatório atende não somente à garagem como também a
outras instalações da UFRB, e tem um consumo médio mensal de 2.483 m³, média calculada
no período entre setembro de 2011 a dezembro de 2013.
A lavagem de veículos de médio e grande porte é feita através de uma mangueira com
um jato com duração média de 15 a 20 minutos cada veículo e acontecem, praticamente, todos
os dias úteis do mês.
1
Google Earth: programa de computador desenvolvido e distribuído pela empresa estadunidense
do Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre.
26
4.3 Cálculo da Demanda
Considerando que a lavagem de um veículo de médio porte consuma 144 litros de água
e um de grande porte consuma 200 litros de água, estimou-se que seja lavado uma média de 5
veículos por dia de médio e grande porte com um consumo de 180 litros de água por veículo,
logo têm-se um consumo total de 900 litros por dia, multiplicando esse valor por 22 dias úteis
ao mês, obtêm-se uma demanda de 19,8m³ de água por mês destinado a lavagem de veículos.
27
FIGURA 10 - Área de captação da água de chuva (destacado em verde).
Fonte: Adaptada do Google Earth, 2014.
28
FIGURA 11 - Reservatório que atende a garagem da UFRB campus Cruz das Almas.
Fonte: Fotografado pelo Autor, 2014.
29
4.4 Dados pluviométricos da região
30
180,0
160,0
140,0
120,0
Precipitação (mm)
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Dispositivos que captam as águas diretamente dos telhados, podendo ser de seção
retangular, trapezoidal ou semicircular.
Para o dimensionamento do projeto em questão serão utilizadas calhas de seção
retangular.
Segundo Melo (1988), as calhas devem ter uma declividade mínima possível no sentido
dos tubos condutores, para que se evitem acúmulos de águas quando cessada a chuva.
O dimensionamento da calha está relacionado apenas com comprimento do telhado,
medida na direção do escoamento da água, que quanto maior, mais água será acumulada na
calha em um mesmo intervalo de tempo. Sendo assim, a largura deve ser o suficiente para
evitar que água não caia fora quando é despejada pela telha. Essa largura é determinada de
31
acordo a TABELA 2, já a altura deve ser a metade da largura e a projeção horizontal da borda
da telha, na calha deve situar a um terço da largura, como mostra a FIGURA 13.
32
4.5.2 Dimensionamento do reservatório
St = Dt – Qt
Qt = C x Pt x A
V= ∑ St St>0
Sendo que: ∑Qt > ∑Dt
Onde:
Qt é volume de chuva aproveitável no tempo t(m³);
A é a área de captação (m²);
St é volume de água no reservatório (m³);
Dt é o volume demandado ou consumo no tempo t (m³);
C é o coeficiente de escoamento superficial;
Pt é a altura da chuva mensal ou diária (mm);
V é o volume do reservatório (m³).
33
4.5.2.2 Método Prático Australiano
Q = A x C x (P-I)
onde,
Q = volume mensal produzido pela chuva (m³);
A = área de captação (m²);
C = Coeficiente de escoamento superficial, geralmente 0,80;
P = altura da lâmina média mensal (mm);
I = é a interceptação da água que molha as superfícies e perdas por evaporação, geralmente 2
mm.
Vt = Vt-1 + Qt – Dt
onde,
Vt = volume de água que está no tanque no fim do mês t (m³);
Vt-1 = volume de água que está no tanque no início do mês t (m³);
Qt = volume mensal produzido pela chuva no mês t (m³),
Dt = volume demandado mensal (m³).
O nível de confiança, para o qual NBR15527 recomenda que esteja entre 90% e 99%, é obtido
a partir da expressão:
Pr = Nr / N
34
onde,
Pr é a falha;
Nr é o número de meses em que o reservatório não atendeu à demanda, isto é Vt=0
N é o número de meses considerado. (no caso presente 12 meses)
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
35
Os resultados do dimensionamento pelo Método Prático Australiano estão representados
na TABELA 3, no qual, por tentativas sucessivas dimensionou-se um reservatório com
volume de 32 m³. Apesar da norma considerar o reservatório vazio para o primeiro mês, os
cálculos para o dimensionamento, objetivando a máxima confiança de 100%, levou em
consideração que o volume de água no tanque no fim do mês (V t) de dezembro igual a 8,01
m³ fosse o mesmo volume de água no inicio do mês (Vt-1) de janeiro, ou seja, o volume final
de 8,01 m³ do ano anterior será o volume inicial do ano posterior.
36
TABELA 4 - Dimensionamento do Reservatório pelo Método de Rippl
A Tabela 5.3, apresenta os custos referentes aos itens que compõem a construção do
sistema de aproveitamento de água de chuva para a garagem da UFRB, os custos foram
obtidos através do SINAPI – Índice da construção civil sem BDI e encargos sociais.
37
TABELA 5 - Custo do sistema de aproveitamento de água chuva para garagem da
UFRB
38
um recurso natural de forma sustentável favorecendo a economia de água potável, evitando o
“desperdício” de 240 mil litros de água tratada por ano.
6 CONCLUSÃO
39
7 REFERÊNCIAS
TOMAZ, P. Aproveitamento de água de chuva para áreas urbanas e fins não potáveis.
Navegar Editora, São Paulo, 2003.
41