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ANÁLISE TEÓRICA DA OBRA “O VELHO E O MAR”

NOME: Andrea Alessandra Ielen Passos

NOME: Beatriz Maria Costa

NOME: Bruno Cordeiro Ernesto

NOME: Dominique Krambeck

INTRODUÇÃO

Este trabalho traz uma abordagem sobre como o autor trabalha o tema
da memória na obra “ O velho e o mar”, escrita por Ernest Hemingay, trazendo
uma contextualização do decorrer da obra.

DESENVOLVIMENTO 

Para esta análise e tomamos como referência os elementos que


caracterizam uma narrativa, conflito ou intriga; introdução, desenvolvimento e
conclusão, porém sob o ponto de vista das memórias do personagem principal,
Santiago em o “O velho e o mar”, podemos perceber que a memória do
personagem principal faz parte do conflito dramático da obra como um todo e
reflete nas ações seguintes que transcorrem durante a história.

Segundo Goff “A memória, como propriedade de conservar certas


informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções
psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações
passadas, ou que ele representa como passadas” (LE GOFF, p. 423).

Assim percebemos que o autor utiliza-se desse recurso de acessar as


informações psiquicas nos personagens Santiago e Manolin. Segundo Franco
junior, “Os personagens de uma narrativa vão se construindo através de signos
verbais [...]. As personagens são, portanto, representações dos seres que
movimentam a narrativa por meio de suas ações e/ou estados. (FRANCO
JUNIOR, p.38). Percebe-se que desde o inicio da narrativa, quando Santiago
atravessava um período de falta de sorte ou como fala Manolin, salao, que é a
pior forma de azar (Hemingway, p.8) pode-se perceber que Hemingway acessa
as recordações destes através do dialogo.

- Lembro-me da cauda a dar e a bater e do banco a partir-se e do


barulho da pancada. Lembro-me de me teres atirado para vante,
onde estavam as linhas molhadas, e de sentir o barco tremer todo, e
do barulho de tú à pancada a ele como quem deita uma árvore, e do
cheiro doce de sangue por cima de mim.

- Tú lembras-te disso, ou fui eu quem te contou?

- Lembro me de tudo, desde que primeiro saímos juntos.


(Hemingway, p.8)
Percebemos nessa primeira parte da narrativa que a história parece
resumir-se a uma oposiçao, um conflito dramático entre passado e presente
seja em lembranças conscientes ou inconcientes como observamos no sonho
de Santiago.

“Não tardou que estivesse a sonhar com a África, quando era rapaz,
e as extensas praias douradas, e as praias brancas, tão brancas que
faziam doer os olhos e os cabos alterosos e as grandes montanhas
escuras. Vivia ao longo da costa todas as noites agora, e em sonhos
ouvia o estrondo da ressaca e via as canoas nativas deslizarem por
ela. Cheirava o alcatrão e a estopa do convés, a dormir, e cheirava o
cheiro da África, que a brisa de terra pela manhã trazia.
(Hemingway, p.15)
O conflito drámatico é fundamental, sem o conflito drámatico não há
narrativa, como conceitua Franco Junior “ A identificação do conflito dramático,
é no entanto fundamental para que se possa estabelecer um estudo detalhado
da narrativa que ele se manifesta” (FRANCO JUNIOR, p.34).

Recordou-se da vez em que apanhara um peixe graúdo, de um


casal. O macho deixa sempre a fêmea comer primeiro, e a fêmea,
apanhada no anzol, lutou desesperadamente, tomada de pânico, e
depressa ficara exausta; e todo o tempo o macho estivera ao pé
dela, cruzando a linha e dando voltas com a fêmea à superfície.
Andara por tão perto, que o velho temera que ele cortasse a linha,
com a cauda afiada como uma foice e quase do mesmo tamanho e
forma. Quando o velho a agarrara com o croque e lhe dera uma
marretada, segurando o estoque e batendo-lhe no alto da cabeça,
até que a cor do peixe se tornara quase igual ao estanho dos
espelhos, e depois, com o auxílio do rapaz, a içara para bordo, o
macho ficara ao lado do barco. E então, enquanto o velho
desenredava as linhas e preparava o arpão, o macho saltara muito
alto fora de água, ao pé do barco, para ver onde estava a fêmea, e
mergulhara profundamente, com as suas asas cor de alfazema, que
eram as barbatanas peitorais, desfraldadas e todas as listras de
alfazema a brilhar. Era belo, recordava o velho, e tinha ficado.
"Foi a coisa mais triste que já vi em peixes, pensou o velho. O rapaz
também ficou triste, e então pedimos perdão à bicha e tratámos de a
esquartejar logo". (p 25e 26)

Assim analisando o, “O velho e o mar”, sob a perspectiva da memória do


personagem principal, onde conflito marcante transcorre na obra através das
memorias vividas por Santiago e relatadas pelo narrador onisciente neutro o
conceito de Henri Atla que estudou os sistemas auto-organizadores e aproxima
"linguagens e memórias"; dizendo, "A utilização de uma linguagem falada,
depois escrita, é de fato uma extensão fundamental das possibilidades de
armazenamento da nossa memória [...].Isto significa que, antes de ser falada
ou escrita, existe uma certa linguagem sob a forma de armazenamento de
informações na nossa memória" (ATLA, apud Goff. p.367)

CONCLUSÃO 

Pode-se concluir que

REFERÊNCIAS 

LE GOFF, J. História e memória. 5. ed. Campinas: Editora Unicamp, 2003.


 
PASCOLATI, Sonia Aparecida Vido. "Operadores de leitura do texto
dramático." Teoria literária: abordagens históricas e tendências
contemporâneas 3 (2009):
 
 

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