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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Número: 4

Data:

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1. OBJETIVO

Este procedimento visa estabelecer sistemática padrão para dispensação de


medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos (Anexo 1),
de uso sob prescrição, isoladas ou em associação.

2. ALCANCE

A responsabilidade de aplicação e alcance deste procedimento recai sobre


todo o pessoal (técnico e/ou auxiliar) que proceda a redação e cumprimento deste
POP.

3. RESPONSABILIDADES

É de responsabilidade do Farmacêutico (a) dar treinamento e suporte técnico


padrão, bem como supervisionar os funcionários devidamente habilitados,
dispensação de antibióticos.
É de responsabilidade dos funcionários habilitados da farmácia seguir
corretamente as instruções aqui preconizadas, assim como as orientações do
Farmacêutico (a) no que concerne a dispensação de antimicrobianos.

4. DEFINIÇÕES

Antimicrobiano - substância que previne a proliferação de agentes infecciosos


ou microorganismos ou que mata agentes infecciosos para prevenir a disseminação
da infecção.
Concentração - concentração é a razão entre a quantidade ou a massa de uma
substância e o volume total do meio em que esse composto se encontra.
Desvio de qualidade - afastamento dos parâmetros de qualidade definidos e
aprovados no registro do medicamento.
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Dispensação - ato do profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais


medicamentos a um paciente, geralmente, como resposta à apresentação de uma
receita elaborada por um profissional autorizado. Neste ato, o farmacêutico 
informa e orienta ao paciente sobre o uso adequado desse medicamento. São
elementos importantes desta orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento do
regime posológico, a influência dos alimentos, a interação com outros
medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de
conservação do produto.
Dose - quantidade total de medicamento que se administra de uma única vez
no paciente.
Posologia - incluem a descrição da dose de um medicamento, os intervalos
entre as administrações e o tempo do tratamento.
Receita - documento, de caráter sanitário, normalizado e obrigatório mediante a
qual profissionais legalmente habilitados e no âmbito das suas competências,
prescrevem aos pacientes os medicamentos sujeitos a prescrição, para sua
dispensação por um farmacêutico ou sob sua supervisão em farmácia e drogarias ou
em outros estabelecimentos de saúde, devidamente autorizados para a dispensação
de medicamentos.
Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) -
instrumento informatizado para captura e tratamento de dados sobre produção,
comércio e uso de substâncias ou medicamentos.
Tratamento prolongado - terapia medicamentosa a ser utilizada por período
superior a trinta dias.

5. PROCEDIMENTO

A prescrição de medicamentos antimicrobianos deverá ser realizada em


receituário privativo do prescritor ou do estabelecimento de saúde, não
havendo, portanto modelo de receita específico.
A receita deve ser prescrita de forma legível, sem rasuras, em 2 (duas) vias e
contendo os seguintes dados obrigatórios:
I - identificação do paciente: nome completo, idade e sexo;
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II - nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação


Comum Brasileira (DCB), dose ou concentração, forma farmacêutica, posologia e
quantidade (em algarismos arábicos);
III - identificação do emitente: nome do profissional com sua inscrição no Conselho
Regional ou nome da instituição, endereço completo, telefone, assinatura e marcação
gráfica (carimbo); e
IV - data da emissão.

A receita de antimicrobianos é válida em todo o território nacional, por 10


(dez) dias a contar da data de sua emissão. O farmacêutico não poderá aceitar
receitas posteriores ao prazo de validade. Não há limitação do número de itens
contendo medicamentos antimicrobianos prescritos por receita. Nela, poderá conter a
prescrição de outras categorias de medicamentos desde que não sejam sujeitos a
controle especial.
No caso de tratamentos relativos aos programas do Ministério da Saúde que
exijam períodos diferentes do mencionado acima, a receita/prescrição e a dispensação
deverão atender às diretrizes do programa.

5.1 Da segunda via da receita

A dispensação de antimicrobianos dar-se-á mediante a retenção da 2ª


(segunda) via da receita, devendo a 1ª (primeira) via ser devolvida ao paciente.
Somente poderão ser dispensadas pelo farmacêutico, receitas apresentadas de forma
legível e sem rasuras. A segunda via da receita pode se tratar de uma cópia
carbonada ou de uma cópia simples da primeira via, não sendo obrigatória a inscrição
“segunda via”. No caso de receitas apresentadas em duas vias não carbonadas e não
identificadas, caso avalie necessário, o farmacêutico responsável poderá identificar
como “primeira via” e “segunda via” cada uma das cópias apresentadas.
No caso de receitas em que a segunda via é uma cópia carbonada, o
farmacêutico responsável poderá fazer uma cópia da via carbonada, que será retida
juntamente com a via carbonada para fins de fiscalização.
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No ato da dispensação devem ser registrados nas duas vias da receita


os seguintes dados:
I - a data da dispensação;
II - a quantidade aviada do antimicrobiano;
III - o número do lote do medicamento dispensado; e
IV - a rubrica do farmacêutico, atestando o atendimento, no verso da receita.
A receita deve ser aviada uma única vez e não poderá ser utilizada para
aquisições posteriores, salvo nas situações de tratamento prolongado, onde a receita
poderá ser utilizada para aquisições posteriores dentro de um período de 90 (noventa)
dias a contar da data de sua emissão.
A cada vez que o receituário for atendido dentro do prazo previsto, deverá ser
obedecido o procedimento de dispensação e registro nas duas vias da receita descrito
acima.

5.2 Da quantidade dispensada

A RDC nº 20/2011 determina que a dispensação deva atender essencialmente


ao que foi prescrito. Desta maneira, sempre que possível o farmacêutico deve
dispensar a quantidade exatamente prescrita para o tratamento, podendo para tanto,
utilizar-se de apresentação comercial fracionável, conforme a RDC nº 80/2006
(medicamentos fracionados). Nos casos em que não for possível a dispensação da
quantidade exata por motivos de inexistência, no mercado, de apresentação
farmacêutica com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada
à dispensação de quantidade superior mais próxima ao prescrito, de maneira a
promover o tratamento completo ao paciente. A dispensação em quantidade superior
deve ser realizada somente nos casos estritamente necessários, uma vez que este
procedimento acarreta sobra de medicamentos para o paciente, elevando o risco de
automedicação, bem como gerando conseqüências em relação ao descarte de
medicamentos.
O atendimento da prescrição em quantidade inferior ao prescrito acarreta a
inefetividade do tratamento e certamente contribuirá para o aumento da resistência
bacteriana ao medicamento e comprometimento da saúde do paciente.
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5.3 Do atendimento em estabelecimentos diferentes de uma mesma


receita contendo mais de um medicamento

No caso de prescrições que contenham mais de um medicamento


antimicrobiano diferente, fica permitida a dispensação de parte da receita, caso a
farmácia/drogaria e com o aval do paciente/responsável não possua em seu estoque
todos os diferentes medicamentos prescritos ou o paciente/responsável, por algum
motivo, resolva não adquirir todos os medicamentos contidos na receita. Nestes casos,
o primeiro atendimento deve ser atestado na parte da frente (anverso) de ambas as
vias da receita, com a descrição somente do(s) medicamento(s) efetivamente
dispensados. Com a primeira via em mãos, o paciente pode procurar outro
estabelecimento para adquirir o(s) medicamento(s) restante(s), sendo que o
farmacêutico ou o paciente deve fazer uma cópia da primeira via para sua retenção e
atestar o novo atendimento em ambas às vias. O procedimento também é válido para
os casos em que o paciente consegue obter apenas parte dos medicamentos no setor
público e necessite adquirir o restante prescrito em farmácias/drogarias privadas.

5.4 Da dispensação por meio remoto

Em casos de venda remota (tele-entrega) a maneira adequada é que a receita


seja retirada na casa do paciente e conferida pelo farmacêutico na farmácia/drogaria.
Caso a receita esteja corretamente preenchida, deve ser atestado o atendimento
(carimbo), retida a segunda via e então a entrega poderá ser efetuada.

5.5 Da devolução ou troca de medicamentos

É vedada a devolução, por pessoa física, de medicamentos antimicrobianos


industrializados ou manipulados para drogarias e farmácias. A devolução somente é
permitida em casos de desvios de qualidade ou de quantidade, condição esta que
impeça o tratamento completo pelo paciente.
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Desta forma, é aceitável a devolução caso o paciente, ao abrir a caixa do


medicamento, perceber que a embalagem possui quantidade inferior ao descrito na
embalagem ou que o produto apresenta características estranhas, caracterizado como
desvio de qualidade.
Nestes casos, se for verificada pelo farmacêutico a pertinência da devolução, o
farmacêutico não poderá reintegrar o medicamento ao estoque comercializável em
hipótese alguma, e deverá notificar imediatamente a autoridade sanitária competente,
informando os dados de identificação do produto, de forma a permitir as ações
sanitárias pertinentes.

5.6 Da dispensação no caso de tratamento prolongado

De acordo com o art. 8º da RDC nº 20/2011, em situações de tratamento


prolongado a receita poderá ser utilizada para aquisições posteriores dentro de um
período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua emissão. A receita deverá conter
a indicação de uso prolongado, com a quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta)
dias. Assim, cada dispensação deve ser realizada de modo que o medicamento seja
suficiente para 30 dias de tratamento no mínimo, sendo também permitida a
dispensação de todo medicamento em um único atendimento, ou seja, a venda de
toda a quantidade para uso por 90 dias.
Caso queira comprar a quantidade suficiente para um mês, o paciente poderá
realizar todas as compras no mesmo estabelecimento ou comprar em locais diferentes
a cada mês. Caso todas as compras sejam realizadas no mesmo estabelecimento, o
farmacêutico deve reter a segunda via da receita no primeiro atendimento e atestar
cada dispensação mensal na parte da frente (anverso) de ambas as vias.
Caso o paciente opte por comprar em outra farmácia ou drogaria, a cada
compra o farmacêutico deve conferir que a prescrição é para um tratamento
prolongado e que já houve uma venda anterior. Deve então fazer uma cópia da via do
paciente e atestar o novo atendimento no anverso de ambas as vias.

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5.7 Da prescrição para uso veterinário

A RDC nº 20/2011 não proíbe a prescrição e dispensação de medicamentos


antimicrobianos de uso humano para animais. Desta forma, os médicos veterinários
devem realizar as prescrições em receituário em duas vias e atendendo as
determinações preconizadas pelo Conselho de Classe (CRMV) no que tange aos
dados que devem constar em uma receita de médico veterinário.
Ressaltamos que para essas receitas não são necessário dados de idade e
sexo, uma vez que estes dados não são de interesse para o monitoramento
farmacoepidemiológico, previsto na RDC nº 20/2011, a ser realizado somente com os
medicamentos prescritos para uso humano.
Na dispensação, o farmacêutico deve conferir que se trata de receita para uso
veterinário (prescrita por médico veterinário registrado no Conselho Regional de
Medicina Veterinária- CRMV) e dispensar o medicamento com a retenção da segunda
via da receita para posterior controle pela vigilância sanitária.

6. REFERENCIA

BRASIL. Resolução 328, de 22 de julho de 1999. Dispõe sobre requisitos exigidos


para a dispensação de produtos de interesse à saúde em farmácias e drogarias.

BRASIL. RESOLUÇÃO RDC 44, de 26 de outubro de 2010. Dispõe sobre o controle de


medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob
prescrição médica, isoladas ou em associação e dá outras providências.

BRASIL. Resolução, RDC 20, de 5 de maio de 2011. Resolução da Diretoria


Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dispõe sobre o controle de
medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob
prescrição, isoladas ou em associação. Publicada no D.O.U em 09/05/2011.

Elaborado por: Revisado por:

ANEXO 1 : LISTA DE ANTIMICROBIANOS REGISTRADOS NA ANVISA


1. Ácido clavulânico  41. Difenilsulfona  81. Oxitetraciclina 
2. Ácido fusídico  42. Diidroestreptomicina  82. Pefloxacina 
3. Ácido nalidíxico  43. Diritromicina  83. Penicilina G 
4. Ácido oxolínico  44. Doripenem  84. Penicilina V 
5. Ácido pipemídico  45. Doxiciclina  85. Piperacilina 
6. Amicacina  46. Eritromicina  86. Pirazinamida 
7. Amoxicilina  47. Ertapenem  87. Polimixina B 
8. Ampicilina  48. Espectinomicina  88. Pristinamicina 
9. Axetilcefuroxima  49. Espiramicina  89. Protionamida 
10. Azitromicina  50. Estreptomicina  90. Retapamulina 
11. Aztreonam  51. Etambutol  91. Rifamicina 
12. Bacitracina  52. Etionamida  92. Rifampicina 
13. Brodimoprima  53. Fosfomicina  93. Rifapentina 
14. Capreomicina  54. Ftalilsulfatiazol  94. Rosoxacina 
15. Carbenicilina  55. Gatifloxacina  95. Roxitromicina 
16. Cefaclor  56. Gemifloxacino  96. Sulbactam 
17. Cefadroxil  57. Gentamicina  97. Sulfadiazina 
18. Cefalexina  58. Imipenem  98. Sulfadoxina 
19. Cefalotina  59. Isoniazida  99. Sulfaguanidina 
20. Cefazolina  60. Levofloxacina  100. Sulfamerazina 
21. Cefepima  61. Linezolida  101. Sulfanilamida 
22. Cefodizima  62. Limeciclina  102. Sulfametizol 
23. Cefoperazona  63. Lincomicina  103. Sulfametoxazol 
24. Cefotaxima  64. Lomefloxacina  104. Sulfametoxipiridazina 
25. Cefoxitina  65. Loracarbef  105. Sulfametoxipirimidina 
26. Cefpodoxima  66. Mandelamina  106. Sulfatiazol 
27. Cefpiroma  67. Meropenem  107. Sultamicilina 
28. Cefprozil  68. Metampicilina  108. Tazobactam 
29. Ceftadizima  69. Metronidazol  109. Teicoplanina 
30. Ceftriaxona  70. Minociclina  110. Telitromicina 
31. Cefuroxima  71. Miocamicina  111. Tetraciclina 
32. Ciprofloxacina  72. Moxifloxacino  112. Tianfenicol 
33. Claritromicina  73. Mupirocina  113. Ticarcilina 
34. Clindamicina  74. Neomicina  114. Tigeciclina 
35. Clofazimina  75. Netilmicina  115. Tirotricina 
36. Cloranfenicol  76 Nitrofurantoína  116. Tobramicina 
37. Cloxacilina  77. Nitroxolina  117. Trimetoprima 
38. Daptomicina  78. Norfloxacina  118. Trovafloxacina 
39. Dapsona  79. Ofloxacina  119. Vancomicina 
40. Dicloxacilina  80. Oxacilina 

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