Este documento estabelece procedimentos padrão para a dispensação de antimicrobianos em farmácias, incluindo requisitos para receitas válidas, registro de informações na receita, quantidades dispensadas, e atendimento de receitas em estabelecimentos diferentes.
Este documento estabelece procedimentos padrão para a dispensação de antimicrobianos em farmácias, incluindo requisitos para receitas válidas, registro de informações na receita, quantidades dispensadas, e atendimento de receitas em estabelecimentos diferentes.
Este documento estabelece procedimentos padrão para a dispensação de antimicrobianos em farmácias, incluindo requisitos para receitas válidas, registro de informações na receita, quantidades dispensadas, e atendimento de receitas em estabelecimentos diferentes.
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1. OBJETIVO
Este procedimento visa estabelecer sistemática padrão para dispensação de
medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos (Anexo 1), de uso sob prescrição, isoladas ou em associação.
2. ALCANCE
A responsabilidade de aplicação e alcance deste procedimento recai sobre
todo o pessoal (técnico e/ou auxiliar) que proceda a redação e cumprimento deste POP.
3. RESPONSABILIDADES
É de responsabilidade do Farmacêutico (a) dar treinamento e suporte técnico
padrão, bem como supervisionar os funcionários devidamente habilitados, dispensação de antibióticos. É de responsabilidade dos funcionários habilitados da farmácia seguir corretamente as instruções aqui preconizadas, assim como as orientações do Farmacêutico (a) no que concerne a dispensação de antimicrobianos.
4. DEFINIÇÕES
Antimicrobiano - substância que previne a proliferação de agentes infecciosos
ou microorganismos ou que mata agentes infecciosos para prevenir a disseminação da infecção. Concentração - concentração é a razão entre a quantidade ou a massa de uma substância e o volume total do meio em que esse composto se encontra. Desvio de qualidade - afastamento dos parâmetros de qualidade definidos e aprovados no registro do medicamento. Título: DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS Página 2 de 7
Dispensação - ato do profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais
medicamentos a um paciente, geralmente, como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado. Neste ato, o farmacêutico informa e orienta ao paciente sobre o uso adequado desse medicamento. São elementos importantes desta orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento do regime posológico, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação do produto. Dose - quantidade total de medicamento que se administra de uma única vez no paciente. Posologia - incluem a descrição da dose de um medicamento, os intervalos entre as administrações e o tempo do tratamento. Receita - documento, de caráter sanitário, normalizado e obrigatório mediante a qual profissionais legalmente habilitados e no âmbito das suas competências, prescrevem aos pacientes os medicamentos sujeitos a prescrição, para sua dispensação por um farmacêutico ou sob sua supervisão em farmácia e drogarias ou em outros estabelecimentos de saúde, devidamente autorizados para a dispensação de medicamentos. Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) - instrumento informatizado para captura e tratamento de dados sobre produção, comércio e uso de substâncias ou medicamentos. Tratamento prolongado - terapia medicamentosa a ser utilizada por período superior a trinta dias.
5. PROCEDIMENTO
A prescrição de medicamentos antimicrobianos deverá ser realizada em
receituário privativo do prescritor ou do estabelecimento de saúde, não havendo, portanto modelo de receita específico. A receita deve ser prescrita de forma legível, sem rasuras, em 2 (duas) vias e contendo os seguintes dados obrigatórios: I - identificação do paciente: nome completo, idade e sexo; Título: DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS Página 3 de 7
II - nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação
Comum Brasileira (DCB), dose ou concentração, forma farmacêutica, posologia e quantidade (em algarismos arábicos); III - identificação do emitente: nome do profissional com sua inscrição no Conselho Regional ou nome da instituição, endereço completo, telefone, assinatura e marcação gráfica (carimbo); e IV - data da emissão.
A receita de antimicrobianos é válida em todo o território nacional, por 10
(dez) dias a contar da data de sua emissão. O farmacêutico não poderá aceitar receitas posteriores ao prazo de validade. Não há limitação do número de itens contendo medicamentos antimicrobianos prescritos por receita. Nela, poderá conter a prescrição de outras categorias de medicamentos desde que não sejam sujeitos a controle especial. No caso de tratamentos relativos aos programas do Ministério da Saúde que exijam períodos diferentes do mencionado acima, a receita/prescrição e a dispensação deverão atender às diretrizes do programa.
5.1 Da segunda via da receita
A dispensação de antimicrobianos dar-se-á mediante a retenção da 2ª
(segunda) via da receita, devendo a 1ª (primeira) via ser devolvida ao paciente. Somente poderão ser dispensadas pelo farmacêutico, receitas apresentadas de forma legível e sem rasuras. A segunda via da receita pode se tratar de uma cópia carbonada ou de uma cópia simples da primeira via, não sendo obrigatória a inscrição “segunda via”. No caso de receitas apresentadas em duas vias não carbonadas e não identificadas, caso avalie necessário, o farmacêutico responsável poderá identificar como “primeira via” e “segunda via” cada uma das cópias apresentadas. No caso de receitas em que a segunda via é uma cópia carbonada, o farmacêutico responsável poderá fazer uma cópia da via carbonada, que será retida juntamente com a via carbonada para fins de fiscalização. Título: DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS Página 4 de 7
No ato da dispensação devem ser registrados nas duas vias da receita
os seguintes dados: I - a data da dispensação; II - a quantidade aviada do antimicrobiano; III - o número do lote do medicamento dispensado; e IV - a rubrica do farmacêutico, atestando o atendimento, no verso da receita. A receita deve ser aviada uma única vez e não poderá ser utilizada para aquisições posteriores, salvo nas situações de tratamento prolongado, onde a receita poderá ser utilizada para aquisições posteriores dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua emissão. A cada vez que o receituário for atendido dentro do prazo previsto, deverá ser obedecido o procedimento de dispensação e registro nas duas vias da receita descrito acima.
5.2 Da quantidade dispensada
A RDC nº 20/2011 determina que a dispensação deva atender essencialmente
ao que foi prescrito. Desta maneira, sempre que possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade exatamente prescrita para o tratamento, podendo para tanto, utilizar-se de apresentação comercial fracionável, conforme a RDC nº 80/2006 (medicamentos fracionados). Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata por motivos de inexistência, no mercado, de apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade superior mais próxima ao prescrito, de maneira a promover o tratamento completo ao paciente. A dispensação em quantidade superior deve ser realizada somente nos casos estritamente necessários, uma vez que este procedimento acarreta sobra de medicamentos para o paciente, elevando o risco de automedicação, bem como gerando conseqüências em relação ao descarte de medicamentos. O atendimento da prescrição em quantidade inferior ao prescrito acarreta a inefetividade do tratamento e certamente contribuirá para o aumento da resistência bacteriana ao medicamento e comprometimento da saúde do paciente. Título: DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS Página 5 de 7
5.3 Do atendimento em estabelecimentos diferentes de uma mesma
receita contendo mais de um medicamento
No caso de prescrições que contenham mais de um medicamento
antimicrobiano diferente, fica permitida a dispensação de parte da receita, caso a farmácia/drogaria e com o aval do paciente/responsável não possua em seu estoque todos os diferentes medicamentos prescritos ou o paciente/responsável, por algum motivo, resolva não adquirir todos os medicamentos contidos na receita. Nestes casos, o primeiro atendimento deve ser atestado na parte da frente (anverso) de ambas as vias da receita, com a descrição somente do(s) medicamento(s) efetivamente dispensados. Com a primeira via em mãos, o paciente pode procurar outro estabelecimento para adquirir o(s) medicamento(s) restante(s), sendo que o farmacêutico ou o paciente deve fazer uma cópia da primeira via para sua retenção e atestar o novo atendimento em ambas às vias. O procedimento também é válido para os casos em que o paciente consegue obter apenas parte dos medicamentos no setor público e necessite adquirir o restante prescrito em farmácias/drogarias privadas.
5.4 Da dispensação por meio remoto
Em casos de venda remota (tele-entrega) a maneira adequada é que a receita
seja retirada na casa do paciente e conferida pelo farmacêutico na farmácia/drogaria. Caso a receita esteja corretamente preenchida, deve ser atestado o atendimento (carimbo), retida a segunda via e então a entrega poderá ser efetuada.
5.5 Da devolução ou troca de medicamentos
É vedada a devolução, por pessoa física, de medicamentos antimicrobianos
industrializados ou manipulados para drogarias e farmácias. A devolução somente é permitida em casos de desvios de qualidade ou de quantidade, condição esta que impeça o tratamento completo pelo paciente. Título: DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS Página 6 de 7
Desta forma, é aceitável a devolução caso o paciente, ao abrir a caixa do
medicamento, perceber que a embalagem possui quantidade inferior ao descrito na embalagem ou que o produto apresenta características estranhas, caracterizado como desvio de qualidade. Nestes casos, se for verificada pelo farmacêutico a pertinência da devolução, o farmacêutico não poderá reintegrar o medicamento ao estoque comercializável em hipótese alguma, e deverá notificar imediatamente a autoridade sanitária competente, informando os dados de identificação do produto, de forma a permitir as ações sanitárias pertinentes.
5.6 Da dispensação no caso de tratamento prolongado
De acordo com o art. 8º da RDC nº 20/2011, em situações de tratamento
prolongado a receita poderá ser utilizada para aquisições posteriores dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua emissão. A receita deverá conter a indicação de uso prolongado, com a quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta) dias. Assim, cada dispensação deve ser realizada de modo que o medicamento seja suficiente para 30 dias de tratamento no mínimo, sendo também permitida a dispensação de todo medicamento em um único atendimento, ou seja, a venda de toda a quantidade para uso por 90 dias. Caso queira comprar a quantidade suficiente para um mês, o paciente poderá realizar todas as compras no mesmo estabelecimento ou comprar em locais diferentes a cada mês. Caso todas as compras sejam realizadas no mesmo estabelecimento, o farmacêutico deve reter a segunda via da receita no primeiro atendimento e atestar cada dispensação mensal na parte da frente (anverso) de ambas as vias. Caso o paciente opte por comprar em outra farmácia ou drogaria, a cada compra o farmacêutico deve conferir que a prescrição é para um tratamento prolongado e que já houve uma venda anterior. Deve então fazer uma cópia da via do paciente e atestar o novo atendimento no anverso de ambas as vias.
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5.7 Da prescrição para uso veterinário
A RDC nº 20/2011 não proíbe a prescrição e dispensação de medicamentos
antimicrobianos de uso humano para animais. Desta forma, os médicos veterinários devem realizar as prescrições em receituário em duas vias e atendendo as determinações preconizadas pelo Conselho de Classe (CRMV) no que tange aos dados que devem constar em uma receita de médico veterinário. Ressaltamos que para essas receitas não são necessário dados de idade e sexo, uma vez que estes dados não são de interesse para o monitoramento farmacoepidemiológico, previsto na RDC nº 20/2011, a ser realizado somente com os medicamentos prescritos para uso humano. Na dispensação, o farmacêutico deve conferir que se trata de receita para uso veterinário (prescrita por médico veterinário registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária- CRMV) e dispensar o medicamento com a retenção da segunda via da receita para posterior controle pela vigilância sanitária.
6. REFERENCIA
BRASIL. Resolução 328, de 22 de julho de 1999. Dispõe sobre requisitos exigidos
para a dispensação de produtos de interesse à saúde em farmácias e drogarias.
BRASIL. RESOLUÇÃO RDC 44, de 26 de outubro de 2010. Dispõe sobre o controle de
medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição médica, isoladas ou em associação e dá outras providências.
BRASIL. Resolução, RDC 20, de 5 de maio de 2011. Resolução da Diretoria
Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Publicada no D.O.U em 09/05/2011.
Elaborado por: Revisado por:
ANEXO 1 : LISTA DE ANTIMICROBIANOS REGISTRADOS NA ANVISA