Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A análise de dados pode também ser muito facilitada por programas destinados à análise
qualitativa que proporcionam um conjunto de mecanismos de organização de texto por
categorias ou critérios entrecruzados que facilitam a sua análise e a escrita da reflexão
subsequente (Hewson et al, 2003). Um outro aspecto muito relevante das TIC na investigação
qualitativa relaciona-se com o estabelecimento de redes de informação que possibilitam o acesso
a um manancial de material que, de outra forma, não seria possível, abrindo novas janelas ao
nível da investigação. Os autores referidos não permitem concluir que haja diferenças
significativas no produto final de uma investigação quando é efectuada pelos métodos
tradicionais ou quando tem características de investigação virtual. No entanto, existem muitas
diferenças quer ao nível da recolha de dados, quer da sua análise, diferenças onde são detectáveis
pontos fortes e pontos fracos e que colocam novas questões relacionadas com a ética em
investigação.
2. Técnicas em contexto virtual Os autores não são totalmente consensuais quanto às técnicas de
recolha de dados em investigção qualitativa, mas verifica-se concordância quanto às mais usuais:
a observação, o questionário, a entrevista e a recolha documental.
2.1. Documentação em contexto virtual
A recolha de documentos online tem vindo a assumir um papel cada vez mais presente na
investigação, o que, segundo Saumure e Given (2008), resulta da maior acessibilidade aos
documentos e da proliferação de publicações pessoais online.
Para Turney (2009), uma entrevista virtual é qualquer entrevista realizada com recurso às
ferramentas de comunicação síncrona ou assíncrona. As ferramentas de comunicação assíncrona
permitem maior reflexão do entrevistado, particularmente importante quando são explorados
temas problemáticos (Turney, 2009).
Uma das diferenças entre as entrevistas presenciais e as virtuais prende-se com o papel do
entrevistador/moderador que em ambiente virtual se torna menos interventivo, o que implica a
definição prévia de regras de comunicação.
Conclusão
Ao recorrer a estas técnicas online será necessário ter em conta a especificidade das suas
características, proceder a algumas adaptações e respeitar normas específicas na sua construção.
A utilização das TIC na investigação qualitativa não tem provocado alterações na forma das
investigações, mas facilita a recolha de dados, o acesso a públicos mais diversificados e diminui
os tempos de acesso aos participantes e à documentação. No entanto, são necessários cuidados
acrescidos com a ética e com a validade da informação recolhida.
[8] Turney, L. (2008). "Virtual Interview." The Sage Encyclopedia of Qualitative Research
Methods. SAGE Publications. Consultado em 9 Mar. 2009 em
http://www.sageereference.com/research/Article_n485.html.
O inquérito por questionário e o inquérito por entrevista são técnicas de recolha de dados
comummente utilizadas em investigação em Educação. O inquérito por questionário, sendo mais
comum a sua utilização em estudos de grande escala, permite auscultar um número significativo
de sujeitos face a um determinado fenómeno social pela possibilidade de quantificar os dados
obtidos e de se proceder a
15
Inferências e a generalizações. Por sua vez, o inquérito por entrevista é muitas vezes associado a
estudos de caráter interpretativo e a planos de investigação de natureza qualitativa na recolha e
análise de dados ou informações, dado o caráter descritivo e pormenorizado dos mesmos.
Contudo, ambas as técnicas apresentam problemas teóricos e metodológicos próprios, assim
como potencialidades e/ou desafios para a sua utilização em investigação em Educação. Inquirir
por questionário e/ou inquirir por entrevista em investigação em Educação? – constitui o mote de
expressão e de reflexão deste texto. Alguma literatura apresenta uma certa ambiguidade na
utilização de alguns termos em investigação, que urge explicitar, ainda que de forma sucinta (cf.
Carmo & Ferreira, 2008; Coutinho, 2011; Creswell, 2007; Dias, 1994; Patton, 2002). A saber:
técnica, método, instrumento e técnicas de recolha de dados. Num sentido lato, o método refere-
se ao caminho ou ao conjunto de operações para se chegar a um determinado resultado em
investigação (Coutinho, 2011); o instrumento, por sua vez, surge como o objeto tangível
utilizado nas diversas técnicas; já a técnica refere-se ao modo de atuação/procedimento para
chegar a esse resultado, sendo que o método pode, inclusive, incorporar várias técnicas para
alcançar os fins da investigação (Pardal & Lopes, 2011). Nesse sentido, as técnicas de recolha de
dados são caracterizadas como “procedimentos operatórios rigorosos, bem definidos,
transmissíveis”, adaptados ao tipo de problema e aos fenómenos em estudo (Baptista & Sousa,
2011, p. 53). Isto é, apresentam a função de procurar viabilizar a investigação, no que concerne
ao modo de alcance e “efetivação do conjunto de opções em que consiste o método, com vista à
verificação empírica” (Pardal & Lopes, 2011, p. 70). Contudo, importa ressalvar, como alguns
autores indicam (Carmo & Ferreira, 2008; Cohen, Manion, & Morrison, 2007; Gonçalves, 2004),
que a seleção das técnicas e dos instrumentos tem muito a ver com a natureza de investigação,
pois dependem intrinsecamente dos objetivos do estudo, das questões e da situação concreta de
investigação. Para uma melhor apresentação de um variado manancial de técnicas e instrumentos
de recolha de dados, importa salientar os estudos desenvolvidos por Pardal e Lopes (2011),
Carmo e Ferreira (2008), Sousa e Baptista (2011), Coutinho (2011) e Morgado (2013).
Dentre as variáveis quantitativas, ainda podemos fazer uma distinção entre dois tipos: variáveis
quantitativas discretas, cujos possíveis valores formam um conjunto finito ou enumerável de
números e que resultam, frequentemente, de uma contagem; e variáveis quantitativas contínuas,
cujos possíveis valores formam um intervalo de números reais e que resultam, normalmente, de
uma mensuração.
92
Assim, a altura, o peso ou a renda de uma pessoa são exemplos de dados contínuos, mas a
quantidade de pessoas presentes em um evento ou a quantidade de aulas destinadas para lecionar
um determinado conteúdo, são exemplos de dados discretos.
Quando os dados relativos a uma variável qualitativa podem ser ordenados em uma determinada
escala, como a faixa de renda, o grau de escolaridade ou grau de satisfação de uma pessoa em
relação a determinado evento, dizemos que esta variável é ordinal. Do mesmo modo, quando não
há relação de ordenação entre os dados, como a cor do cabelo e o gênero de uma pessoa, dizemos
que se trata de uma variável nominal ou categórica. Assim, as escalas nominais atuam apenas
como classificativas, permitindo descrever variáveis ou designar os sujeitos, sem recurso à
quantificação, e nas escalas ordinais os indivíduos ou as observações distribuem-se segundo
certa ordem, que pode ser crescente ou decrescente, permitindo estabelecerem-se diferenciações
ou rankings (Guimarães, 2008; Morais, 2005).
Dados qualitativos
Os dados qualitativos referem-se aos dados descritivos. Nas estatísticas, os dados qualitativos
também são conhecidos como dados categóricos. Os dados qualitativos são importantes para
determinar a frequência particular das características. Eles permitem que o pesquisador crie
parâmetros onde dados maiores podem ser observados. Os dados qualitativos fornecem os meios
pelos quais os observadores podem quantificar o mundo ao seu redor.
Para um pesquisador de mercado, a coleta de dados qualitativos ajuda a responder perguntas
sobre quem são seus clientes, quais problemas estão enfrentando e onde precisam concentrar sua
atenção para resolver problemas.
Os dados qualitativos tratam das emoções e percepções das pessoas, ou seja, o que elas sentem.
Essas percepções e emoções estão documentadas nos dados qualitativos. Elas ajudam o
pesquisador de mercado a entender a linguagem falada por seus consumidores. Isso, por sua vez,
ajuda os pesquisadores a identificar e abordar o problema de forma eficaz e eficiente.
Dados qualitativos vs. Dados quantitativos
É muito fácil entender a diferença entre dados qualitativos e quantitativos. Os dados qualitativos
não incluem números em suas definições de características, enquanto os dados quantitativos são
números.
Para entender melhor o conceito de dados quantitativos e dados qualitativos, abaixo temos alguns
exemplos de conjuntos de dados específicos e como eles podem ser definidos.
O bolo é rosa, azul e branco (qualitativo).
As mulheres têm cabelos castanhos, pretos, loiros e ruivos (qualitativos).
Existem 4 bolos e três muffins no cesto (quantitativos).
1 copo de refrigerante tem 97,5 calorias (quantitativo).
Manutenção de registros
Outro método de coleta de dados é o de registros, que faz uso de documentos confiáveis
existentes e fontes similares de informações, como fontes de dados. Esta informação pode ser
usada em uma nova investigação. Isso é semelhante a ir a uma biblioteca. Lá você pode revisar
livros e outros materiais de referência para coletar dados relevantes que podem ser usados na
investigação.
Estudos longitudinais
Esse método de coleta de dados é realizado repetidamente na mesma fonte de dados durante um
período prolongado de tempo. É um método de pesquisa observacional que dura alguns anos e,
em alguns casos, pode seguir por décadas. O objetivo desse método de coleta de dados é
encontrar correlações por meio de um estudo empírico de sujeitos com características comuns,
conhecer tudo sobre as pesquisas e estudos longitudinais para sua próxima investigação.