A partir desta ideia, é desenvolvido o Método Socrático.
O filósofo inicia uma
discussão e conduz seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria ignorância através do diálogo: é a primeira fase de seu método, chamada de ironia ou refutação.
Na segunda fase, a "maiêutica" (técnica de trazer à luz), Sócrates solicita
vários exemplos particulares do que está sendo discutido.
Por exemplo, ao ser questionado sobre a coragem, desenvolve um diálogo
com um general muito respeitado por sua atuação em guerras. O general (Laques) lhe dá exemplos de atos corajosos. Não satisfeito, Sócrates analisa esses casos com a finalidade de descobrir o que é comum a todos eles.
Esse algo comum poderia representar o conceito de coragem, a essência dos
atos heroicos, que existirá em qualquer ato corajoso, independente das circunstâncias que o cercarem.
A "técnica de trazer à luz" pressupõe uma crença de Sócrates, segundo a
qual a verdade está no próprio homem, mas ele não pode atingi-la porque não só está envolto em falsas ideias, em preconceitos, como está desprovido de métodos adequados.
Derrubado esses obstáculos, chega-se ao conhecimento verdadeiro, que
Sócrates identifica como virtude, contraposta ao vício, o qual se deve unicamente à ignorância.