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RESUMO
Este trabalho apresenta a biografia de Ulrico Zwinglio, da Suíça. Filho de camponês, educado
por um tio que era sacerdote. Se tornou professor e depois sacerdote, fiel defensor do papa, para
isso, se preciso, pegava em armas. Sua teologia não é muito conhecida no Brasil, mas teve
importância no desenvolvimento da reforma. Influenciado por Erasmo, era também participante
do ciclo humanista da Suíça. Teve suas discordâncias com a teologia de Lutero, referente ao
sacramento do altar. Morreu na batalha de Kappel, em 1531.
INTRODUÇÃO
Outra grande influência em sua vida foi Agostinho. Foi de Agostinho que Zwínglio
derivou, em grande parte, seu conceito de pecado original e graça, e foi ela que levou ele a
romper com o humanismo anterior. Outro fator que ajudou no desenvolvimento de Zwínglio,
foi uma grande praga, da qual ele sobreviveu em 1519 que gerou uma crise religiosa em sua
vida.
1
HÄGGLUND, Bengt. História da Teologia; p. 204.
Apesar de sua perspectiva de reforma, parece que Zwínglio nunca abandou
completamente seu ponto de vista humanista. Sua teologia parece conter uma mistura de
elementos da antiguidade, da teologia da Renascença e da Reforma. Hägglund diz que Zwínglio
aceitou a doutrina agostiniana de pecado original, mas negou a a ideia de culpa herdada. A
culpa só aparece quando a lei é realmente transgredida; não é herdada na condição depravada
que é transmitida de geração em geração.
CONTRIBUIÇÃO DA BIOGRAFIA
Em uma carta, escrita em 1523 para Th. Wyttenbach, ele ataca a doutrina da
transubstanciação pela primeira vez, mas mantém a presença real, de certa forma. A sua opinião
era de que o cristão come Cristo, que apesar disto ainda está no céu assentado à direita do Pai,
mas que desce no sacramento de forma miraculosa, como é possível, ninguém sabe. Perante
este milagre, Cristo ingressa na alma do crente. A relação entre os elementos e o corpo e o
sangue de Cristo, Zwínglio não consegue explicar.
2
SASSE, isto é o meu Corpo, p. 98.
3
SASSE, Ibid, p. 99.
A segunda etapa, e agora definitiva, na doutrina de Zwínglio foi atingida em 1524, sob
a influência da famosa carta em que o humanista holandês Cornélio Hoen propôs um novo
conceito da Ceia do Senhor. Carta esta que introduziu nas discussões do século XVI a
interpretação figurativa das palavras da instituição. Este documento decretou ser falsa a
doutrina católica da transubstanciação, que transformava o pão e vinho em corpo e sangue após
a instituição, o que fez com que muitos cristãos adorassem a hóstia, assim como os pagãos
adoravam imagens de madeira e pedra. Para Hoern, isso era invenção papista, ou até doutrina
satânica. Pois Cristo só pode ser visto pela fé, e não com olhos humanos, de modo que ele
acreditava que as palavras “Isto é o meu corpo” eram apenas “Isto significa o meu corpo. ”
Zwínglio ainda teve a influência de Carlstadt, que entrou em controvérsia com Lutero,
também sobre o Sacramento do Altar. O que ele parece ter aprendido de Carlstadt, é o
argumento agostiniano de que o corpo de Cristo não pode estar presente ao mesmo tempo no
pão e no céu. Deste modo a doutrina de Zwínglio sobre a Ceia do Senhor foi completada no
mesmo ano que irrompeu a grande controvérsia de Carlstadt à doutrina de Lutero.
Até este momento, tanto Lutero como Zwínglio acreditavam que a passagem de João 6
não se tratava da Santa Ceia, e isto é importante saber pois Zwínglio acreditava que Cristo
falava claramente de um comer e beber espiritual e rejeitava todo o comer e beber real que era
ensinado por Lutero e pela Igreja Católica Romana. Para Zwínglio, os sacramentos deixam de
ser meios da graça e se tornam meros sinais daquela graça divina que pode ser recebida mesmo
na ausência deles.
O Sacramento do Altar deixa de fazer sentido para o cristão, se levado em conta essa
concepção de Zwínglio sobre a Ceia, pois se não há presença real, deixa de ser sacramento de
passa a ser uma mera lembrança sacrificial de Cristo. E isto acaba destruindo o Sacramento do
Altar, devido a interpretação Espiritual do Evangelho. Como diz Sasse, “Lutero chegou a
considerar Zwínglio como um dos piores inimigos da Igreja de Cristo. ”5
4
SASSE, Isto é o meu Corpo, p. 101.
5
SASSE, Ibid, p. 105.
Zwínglio não considerava o batismo e a Santa Ceia como meios da graça no sentido próprio do
termo, como nos diz Hägglund,
Zwínglio envolveu-se cada vez mais na política como resultado para expandir seu
movimento de reforma a outras partes da Suíça. Participou ativamente no plano fracassado de
construir uma coalisão europeia contra a casa de Habsburgos. Trabalhou também para a
formação de um estado evangélico unificado na Suíça, que seria dirigido por Zurique a Berna,
subjugando os cantões católicos com armas. Mas, até mesmo seus seguidores se opuseram a
esse plano, que quando se irrompeu a guerra civil os evangélicos estavam divididos e em menor
número. Foram derrotados na batalha de Kappel, em 1531 Zwínglio participou da batalha e
morreu. Sua morte em batalha denota a ênfase nos elementos políticos e nacionalistas de seu
ideal de vida e ainda mostra uma atitude em relação a obra da reforma bem diferente da de
Lutero.
CONCLUSÃO
6
HÄGGLUND, Bengt. História da Teologia; p. 204.
BIBLIOGRAFIA