RIO CLARO-SP
2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
unesp INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO
CLARO
Dissertação apresentada ao
Instituto de Biociências do Câmpus
de Rio Claro, Universidade
Estadual Paulista, como parte dos
requisitos para obtenção do título
de Mestre em Educação Física
Escolar.
RIO CLARO-SP
2020
Messias, Adria Maria
M585a Atividades Circenses na Educação Física escolar : uma
proposta para a Educação Infantil / Adria Maria Messias. -- Rio
Claro, 2020
110 f. : tabs., fotos
UD Unidade Didática
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 14
1 INTRODUÇÃO GERAL.................................................................................... 16
1.1 Objetivo........................................................................................................ 22
2.1 Introdução.................................................................................................... 24
2.2.3 Instrumento.......................................................................................... 30
2.2.5 Participantes........................................................................................ 31
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 36
REFERÊNCIAS................................................................................................... 76
ANEXOS............................................................................................................. 83
APÊNDICES....................................................................................................... 85
APRESENTAÇÃO
pública do meu município, não era o que buscava, pois essa não correspondia à
faixa etária com a qual me sentiria realizada em atuar como professora de
Educação Física na escola. Foi então que busquei oportunidades para compor o
quadro do magistério, no município que resido, para os anos iniciais do Ensino
Fundamental ou para a Educação Infantil.
Desde 2009, quando passei a atuar na rede pública de ensino do município
de Santa Rosa de Viterbo/SP, venho ministrando aulas de Educação Física na
Educação Infantil. Confesso que de início foi um desafio: nunca tinha trabalhado
em uma escola, ainda mais pública; minha experiência era na área esportiva com
natação e, sem uma piscina, eu não tinha ideia do que poderia trabalhar; ensinar
de seis a oito crianças a nadar não era o mesmo que ensinar “não sei o quê” para
15 a 20 crianças. No entanto, acabei aceitando esse desafio, que aos poucos
pude constatar, não é só meu. Grande parte dos professores de Educação Física
que atuam na Educação Infantil têm dificuldade em selecionar os conteúdos a
serem desenvolvidos e planejar atividades com propósitos pedagógicos para suas
aulas.
Na inquietude de uma prática pedagógica que não se resumisse somente
em parque e tanque de areia e que para além do brincar ou de atividades com
ênfase no desenvolvimento motor, contribuísse para a formação e
desenvolvimento dos alunos oportunizando conhecimento e vivência das diversas
manifestações que compõe a cultura corporal do movimento, voltei às origens de
minha formação acadêmica e, através do contato, por redes sociais, com ex-
professores e com amigos da turma e da graduação, obtive o conhecimento da
realização do Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional.
Com a proposta de que a pesquisa do Mestrado tivesse uma implicação
direta com nossa atuação profissional, ao refletir sobre a experiência vivida e aqui
comentada, em resposta a essas necessidades e questionamentos e na busca por
ampliar as oportunidades de atividades a serem desenvolvidas nas aulas de
Educação Física na Educação Infantil, é que a presente Dissertação e um Produto
Educacional, foram elaborados.
16
1. INTRODUÇÃO GERAL
1
Tendo como base a obra de Duprat, Barragán e Bortoleto (2017) para a elaboração e
implementação da UD, optou-se pelo uso do termo atividades circenses, pois compreende-se que
ele exprime um momento particular de conhecimento, pelos alunos, da cultura corporal relacionada
a esse universo, através do desenvolvimento de alguns elementos das modalidades circenses,
dentre os muitos que compõem as artes do Circo.
18
currículos e conteúdos mínimos para uma formação básica comum a todos. Nas
DCNEI as práticas pedagógicas devem ter como eixos norteadores as interações
e brincadeiras ampliando experiências “[...] expressivas, corporais que possibilitem
movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e
desejos da criança” (BRASIL, 2013, p. 99) e buscando conferir aprendizagens
significativas, corpo e movimento são integrados à proposta de articulação entre
as diferentes linguagens. Para Ferraz (2016) o RCNEI consolida a integração do
binômio educar e cuidar e as DCNEI evidenciam a criança enquanto sujeito
histórico e de direitos.
Recentemente com a BNCC (BRASIL, 2018) tem-se o reconhecimento de
que a Educação Infantil é uma etapa essencial, atribuindo centralidade à criança
na construção do conhecimento no processo de aprendizagem, reforça que o
cuidar e educar não devem se tornar uma dicotomia. Para a etapa da Educação
Infantil, o documento reitera a preocupação dos documentos anteriores com a não
fragmentação do conhecimento e com a sua não disciplinarização, fortalecendo a
concepção de desenvolvimento integral da criança, onde de acordo com os eixos
estruturantes (interações e brincadeiras), os componentes curriculares que a
fundamentam são divididos por campos de experiência e não por áreas de
conhecimento como nas outras etapas da Educação Básica.
Nesse sentido, a Educação Física está integrada aos cinco campos de
experiência apresentados, porém, nesse contexto de organização por campos de
experiência, a especificidade da Educação Física não fica evidenciada. Percebe-
se uma maior aproximação com o campo de experiência "corpo, gestos e
movimentos", apesar dos objetivos de aprendizagem não especificarem os
conteúdos de ensino da cultural corporal de movimento, apresentando-os de
forma generalizada. Configuram como objetivos de aprendizagem, nesse campo
de experiência, que a criança em diversos tipos de atividades possa estabelecer
relações e se expressar corporalmente com o mundo físico e sociocultural, que ela
possa conhecer e explorar suas potencialidades corporais, diferentes objetos
materiais e espaços com consciência e autonomia (BNCC/BRASIL, 2018).
Sabe-se que a BNCC define os conhecimentos que são essenciais e
comuns para serem desenvolvidos com equidade em toda a Educação Básica, ou
seja, que ela norteia as aprendizagens visando garantir os conteúdos mínimos de
20
2
Nesse sentido, considera-se que as Atividades Circenses são uma gama de práticas corporais,
ancestrais, que para além de malabarismos, equilíbrios e expressividade, envolvem e favorecem a
imaginação, o conhecimento e comportamentos de cooperação e coletividade, ou seja, geram
ações pedagógicas construtivas para serem concretizadas no processo de ensino e aprendizagem.
21
1.1 Objetivo
Abordagem Qualitativa
2.1 Introdução
3
Considera-se como sendo a unidade didática, um conjunto de planos de aulas que são
compostos por atividades estruturadas, numa sequência lógica e organizada, para atingir os
objetivos de aprendizagem que se pretende alcançar no processo de ensino de determinado
conteúdo.
27
possibilidades do seu corpo, dos objetos, das relações, do espaço e através disso,
desenvolver a sua capacidade de observar, descobrir e pensar” 4 .
Inaugurada em junho de 1972, essa foi a primeira Escola de Educação
Infantil do município, sendo que a professora/pesquisadora iniciou sua vida
escolar, na infância, nessa instituição de ensino no ano de 1978.
No ano de 2019 a unidade escolar atendia na Educação Infantil,
aproximadamente 200 alunos regularmente matriculados para o período integral e
para o período parcial (matutino e vespertino), sendo a única da rede Municipal de
Ensino que atende alunos provenientes da zona rural do município, no período
matutino. A distribuição dos alunos por classe e série obedece ao critério da idade
cronológica, por meio da qual são organizados em classes correspondentes:
Maternal (3 anos de idade), 1.ª etapa (4 anos de idade) e 2.ª etapa (5 anos de
idade).
As aulas de Educação Física são oferecidas para todas as etapas, sendo a
carga horária da disciplina de duas aulas por semana, de 50 minutos cada e em
dias diferentes, dentro da grade curricular. Para as aulas de Educação Física, a
estrutura da escola engloba: um pátio coberto, uma área cimentada e descoberta,
uma área gramada, uma área de areia e amplo espaço gramado e arborizado com
vários jardins e um playground (com escorregador, balanços, gira-giras, túnel de
pneus, entre outros elementos). Dispõe-se de um local próprio para os materiais
de Educação Física que não são poucos: bolas de borracha coloridas e de
tamanhos variados, bolas de tênis, petecas, raquetes de plástico pequenas, cones
coloridos, coletes coloridos, bambolês coloridos e de tamanhos variados, traves de
equilíbrio, suportes de elevação, cordas de sisal e cordas emborrachadas
pequenas e grandes, jogos de boliche, bastões de madeira, jogos de figuras
geométricas, túneis de lona coloridos, colchonetes, mini tabelas de basquete,
minis gols, entre outros.
Mediante o fato de a professora/pesquisadora estar cursando um Mestrado
Profissional, por integrar o quadro docente efetivo da Unidade Escolar,
ministrando aulas de Educação Física desde o ano de 2014 e somando-se a isso
a sua memória afetiva sobre sua infância escolar, tornou-se substancial, a escolha
deste local, para a realização da pesquisa.
4
Por motivo de sigilo, o nome da Unidade Escolar não será explicitado.
30
2.2.3 Instrumento
2.2.5 Participantes
2.2.6 Elaboração da UD
Tule
Manipulações De objetos Malabarismos Barangandã
Prato chinês
(feltro)
Equilíbrio do corpo em
movimento Perna de pau Pé de lata
Equilíbrio sobre
objetos
Equilíbrio do corpo em Prancha de
superfícies instáveis Corda bamba equilíbrio e
Slackline
Ponte, Vela,
Paraquedas,
Individuais Solo Avião e
Cambalhota para
Acrobacias frente.
Algumas poses
Grupo Duplas, trios e quartetos adaptadas para
seis apoios
para o processo de análise que foram definidos pelos referidos autores: leitura dos
documentos, codificação dos materiais e categorização.
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa de todos os dados
coletados das aulas no diário de campo, possibilitando uma identificação inicial em
relação aos diferentes materiais. Em seguida foi realizado o procedimento de
etiquetagem das observações, onde buscou-se encontrar a frequência dos
códigos em relação ao objetivo da pesquisa.
Para tanto, o Diário de Campo foi submetido a quatro fases de análise dos
dados (categorização), visando chegar à lista de códigos finais: iniciando com a
transcrição do Diário de Campo (fase 1) e passando pelo processo de lapidação
(fases 2, 3 e 4), conforme o recorte do exemplo da aula 4 de tema Manipulação de
Objetos (APÊNDICE C), onde trabalhou-se o equilíbrio de objetos com o material
adaptado para o prato chinês.
Diário de Campo
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5
Durante o programa do Mestrado Profissional, uma das referências apresentadas nas disciplinas
cursadas foi a obra de González e Bracht, (2012) a partir da qual, optou-se por fundamentar as
categorias encontradas de acordo com os saberes conceituais, saberes corporais e saberes
atitudinais.
37
Tema da aula: Equilíbrio: sobre objetos (corda bamba): “[...] citaram como exemplo a aula
com o pé de lata e também o rolo com a prancha de equilíbrio e as pernas de pau do circo que
foram com a escola” (DIÁRIO DE CAMPO, 17 de abril de 2019).
Tema da aula: Encenação: “[...] lembraram das brincadeiras que os palhaços do circo em que
foram com a escola realizaram e como ele se divertiram muito com as palhaçadas ” (DIÁRIO DE
CAMPO, 14 de maio de 2019).
“As crianças 01, 03, 05, 06, 09, 10, 14 e 16 que escolheram imagens
relacionadas às atividades circenses também relacionaram a escolha
com o espetáculo de circo que assistiram” (DIÁRIO DE CAMPO, 02 de
abril de 2019).
exemplo a Ginástica, que já havia sido desenvolvida com os alunos dessa turma
em anos anteriores. Entretanto, destaca-se que, apesar desses elementos
corporais similares e da relação estabelecida entre as Atividades Circenses e a
Ginástica, o caráter lúdico de uma se contrapõe ao caráter disciplinar da outra
(DUPRAT, 2007; FRANCO, 2011).
Outro aspecto relacionado a esse conhecimento, foi a contextualização de
como o Circo era antigamente e de como se apresenta nos dias atuais. Sendo as
Atividades Circenses parte da cultura corporal de movimento, no intuito de
aperfeiçoar o processo ensino aprendizagem, deve-se sempre incorporar e
considerar o ambiente em que elas se originaram e as transformações pelas quais
passaram, pois “[...] nada justifica uma abordagem amputada e
descontextualizada” (BORTOLETO, 2011, p. 46).
Desse modo, pediu-se para que os alunos conversassem em casa com
seus familiares sobre o Circo e realizassem um desenho do que descobriram. De
maneira geral, os alunos:
Malabarismo “é quando jogamos uma coisa numa mão para outra e não deixamos cair” (DIÁRIO
DE CAMPO, 03 de abril de 2019.
44
Equilíbrio de objetos (criança 18) “quando o pai dele gira a bola no dedo ele faz um equilíbrio”;
(criança 13) “quando equilibramos uma coisa não podemos deixar cair no chão, porque se cai é
que não conseguimos equilibrar” (DIÁRIO DE CAMPO, 10 de abril de 2019.
Equilíbrio sobre objetos: “perguntou se alguém sabia o que era necessário ter para andar no
slackline, algumas crianças responderam o equilíbrio, quando perguntou se conheciam algo
parecido com o slackline prontamente uma criança (13) disse: corda bamba! ” (DIÁRIO DE
CAMPO, 17 de abril de 2019).
Acrobacia: (criança 14) “são as pessoas elásticas”; (criança 16 disse) “que são as pessoas fortes
que sobem em cima do outro e fazem mortal” (DIÁRIO DE CAMPO, 30 de abril de 2019).
Acrobacias em grupo: (crianças 10, 13, 16 e 19) “as poses que as pessoas fazem com mais
pessoas”; (criança 14) “fica igual uma pirâmide um em cima do outro” (DIÁRIO DE CAMPO, 07 de
maio de 2019).
“Uma criança (08) questionou a escolha das imagens que duas crianças
(11 e 17) realizaram do prato chinês para o cartaz de malabarismos, se
não era do cartaz de equilíbrio e elas afirmaram que não, que era
equilíbrio, mas que eu tinha ensinado que era equilíbrio de objetos e que
fazia parte do malabarismo” (DIÁRIO DE CAMPO, 21 de maio de 2019).
6
O termo “Aprendizagem significativa” de acordo com Moreira (1988), é a construção do
conhecimento através de um processo dinâmico, promovido pela interação e modificação entre o
conhecimento existente e o novo conhecimento onde ambos vão adquirindo novos significados e
diferenciam-se progressivamente.
47
“Durante a aula algumas crianças 01, 03, 06, 07, 10, 13, 15, 17 e 19 apresentaram dificuldade
em realizar algumas poses acrobáticas quando essas crianças realizavam a mesma pose
acrobática comigo elas conseguiam com mais êxito” (DIÁRIO DE CAMPO, 07 de maio de
2019).
Ajuda na organização do festival: “Para a escolha das atividades para a apresentação bem
como das roupas, e das músicas as crianças precisaram de uma intervenção maior da minha
parte” (DIÁRIO DE CAMPO, 21 de maio de 2019).
7
Entende-se que é a mediação realizada pelo professor, durante o processo ensino aprendizagem,
no momento em que o aluno demonstra dificuldade, visando orientá-lo, ajudá-lo ou corrigi-lo em
sua resolução facilitando o acompanhamento e desenvolvimento das atividades.
48
“[...] as outras atividades foram mais fáceis, mas que andar no slackline
dava um frio na barriga e foi mais legal” (DIÁRIO DE CAMPO, 23 de abril
de 2019).
malabarismo com o tule (devido ao tempo de voo do material), com o prato chinês
(devido a vareta como implemento entre o corpo e o prato) e no equilíbrio em
superfícies instáveis com o slackline (que devido à dificuldade realizaram a
atividade com a ajuda dos professores), manifestando a importância do incentivo,
do auxílio e do desenvolvimento de estratégias pedagógicas pelo professor para
favorecer a aprendizagem das vivências.
No desenvolvimento das acrobacias constatou-se que, individualmente para
sua realização os alunos não apresentaram tantas dificuldades, uma vez que
algumas poses acrobáticas já haviam sido vivenciadas por eles em anos
anteriores quando do desenvolvimento do conteúdo de ginástica (avião,
cambalhota, ponte, paraquedas e vela), e pode ser observado que poucos foram
os alunos que necessitaram de ajuda para a realização das poses acrobáticas, a
exemplo da cambalhota para frente que foi realizada, pela maioria deles sozinhos.
Para a atividade proposta de pega-pega, os alunos apresentaram certa
dificuldade na realização das poses acrobáticas e no início eram pegos facilmente,
principalmente os que optavam por fazer a ponte ou o paraquedas. Com algumas
intervenções e com o entendimento de que eles poderiam pôr em prática as poses
acrobáticas que tiveram mais facilidade em aprender, ou que fossem mais fáceis
de executar quando houvesse necessidade de parar subitamente, a atividade
passou a ser realizada com mais facilidade pelos alunos, que no geral faziam a
pose acrobática do avião.
Para as acrobacias em grupo, por mais que algumas das poses acrobáticas
em duplas, trios e quartetos, tivessem sido adaptadas para seis apoios devido ao
nível de esforço que gerariam para a faixa etária em questão, constatou-se que
não minimizou a dificuldade encontrada pela maioria dos alunos e a necessidade
de ajuda constante:
“Criança 05 e a criança 15 para que não caísse no chão lançavam bem próximo ao corpo”;
55
“Lançar o tule e girar e, que para conseguir pegar antes dele cair no chão, eles giravam mais
rápido”;
“Lançar o tule e trocar de lugar com o outro amigo, a criança 01 e a criança 10 disseram que para
conseguir eles jogaram mais alto o tule enquanto outras, a criança 12, a criança 19 e a criança
20 disseram que ficavam mais perto do amigo” (DIÁRIO DE CAMPO, 03 de abril de 2019).
“As crianças 01 e 09 quando ficaram com dois barangandãs, um em cada mão, e que para
conseguir girar “manipulavam mais devagar” (DIÁRIO DE CAMPO, 09 de abril de 2019).
“A criança 13 que por ser maior e mais pesada não subiu em ninguém e disse que “preferiu
deixar o amigo subir e ficar por baixo” (DIÁRIO DE CAMPO, 08 de maio de 2019).
“Segundo a criança 19 é mais difícil fazer o avião por que estava correndo e tinha que parar e
não conseguia equilibrar”
“Para a criança 04 era mais difícil parar de correr e fazer a ponte para não ser pego porque
tinha que deitar no chão e virar de barriga para cima” (DIÁRIO DE CAMPO, 30 de abril de
2019).
“Uma criança lembrou que é muito importante não deixar cair no chão o
material e que também o malabarismo com fogo é muito perigoso”
(DIÁRIO DE CAMPO, 09 de abril de 2019).
Por mais que essas rodas de conversa iniciais e finais já fizessem parte da
estrutura metodológica da aula, na prática pedagógica da professora/pesquisadora
e que tenha sido a única docente a ministrar as aulas de Educação Física para
esses alunos, desde que ingressaram no Maternal nessa Unidade Escolar,
evidencia-se, através das observações registradas no Diário de Campo, o quanto
elas foram relevantes não somente para o acesso aos dados da pesquisa como
também para consolidar, durante as falas e escutas, esse momento de construção
do conhecimento pelos alunos.
61
“Nesse dia o pátio foi lavado e não pode ser utilizado para a aula, como
no campo a grama ainda estava com muito orvalho a aula foi realizada
em um espaço cimentado, porém descoberto” (DIÁRIO DE CAMPO, 10
de abril de 2019).
“O local onde foi realizado a aula era descoberto e o sol no rosto gerava
uma condição adversa pelo fato de que as crianças olharam para cima
para verem o prato chinês girando” (DIÁRIO DE CAMPO, 10 de abril de
2019).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
entre tais elementos e à etapa da Educação Básica, que envolve a faixa etária
desses alunos, que corresponde a Educação Infantil.
A conversa em âmbito familiar juntamente com os diálogos e reflexões
estabelecidos em aula, oportunizaram novas descobertas e contribuíram na
construção dos conhecimentos em relação ao universo circense e os alunos
expressaram, a seu modo, como compreenderam os elementos conceituais do
circo.
Em relação aos Saberes Corporais das Atividades Circenses, observou-se
durante a implementação da UD que, dependendo do tema da aula e dos desafios
e vivências oportunizadas, elas eram alcançadas em diferentes momentos e
proporções pelos alunos, ou seja, enquanto uns apresentavam mais desenvoltura
para realizá-las, outros dependendo da dificuldade, precisavam de uma
intervenção maior. Nesse sentido, a maneira como as intervenções se faziam
necessárias variavam de aluno para aluno, pois cada um apresenta um ritmo
particular de aprendizagem, por isso o modo de construção do conhecimento
também é diferente.
Logo, verificou-se que durante o desenvolvimento das Atividades
Circenses, além do olhar atento, o professor deve ter entendimento e cautela para
que possa intervir, de forma que sua mediação respeite a individualidade dos
alunos e viabilize suas escolhas e ao mesmo tempo permita que esse aluno se
desenvolva e avance.
É importante mencionar que por diversos momentos, evidenciou-se a
criatividade e autonomia dos alunos, que se assumiam como autores de suas
próprias práticas. Nessa perspectiva, à medida que os alunos experimentavam e
conheciam corporalmente os movimentos das Atividades Circenses, eles obtinham
mais possibilidades de buscarem soluções para os problemas encontrados e
também de criarem novas vivências a partir das já experimentadas.
Quanto aos Saberes Atitudinais presentes nas Atividades Circenses
verificou-se que a participação dos alunos em aula só não acontecia por motivo de
ausência na escola, ademais participavam ativamente das vivências
proporcionadas.
Para além de somente realizar as vivências proporcionadas, a participação
ativa caracterizava-se pelo engajamento dos alunos através de ações e da
73
REFERÊNCIAS
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, 2018. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/152598>. Acesso em 16 fev. 2020.
ANEXOS
APÊNDICES
_________________________ ________________________________
Pesquisadora Responsável Assinatura do Responsável ou
Representante Legal do Participante
CEP-IB/UNESP-CRC
Endereço: Av.24ª, 1515, Bela Vista. CEP: 13.506-900 – Rio Claro – SP
Telefone: (19) 3526-9678
Nome: ____________________________________________________________
Documento de Identidade: ____________________________________________
Sexo: _________________ Data de nascimento: __________________________
Endereço: _________________________________________________________
Telefone para contato: _______________________________________________
Nome: ____________________________________________________________
Documento de Identidade: ____________________________________________
Sexo: ___________________ Data de nascimento: ________________________
Endereço: _________________________________________________________
Telefone para contato: _______________________________________________
87
Conteúdo Desenvolvido
- Atividades propostas:
- Pontos positivos:
- Pontos negativos:
- Limitações e facilidades:
88
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: nesse dia as
crianças 04, 17 e 18 não participaram.
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 09,
14, 16 e 18.
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 05,
08, 12 e 16.
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Nesse dia não houve ausências.
também influencia em uma vivência mais significativa das crianças com esse
material.
Conteúdo Desenvolvido
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 11,
12 e 15.
Data: 23/04/2019
97
Conteúdo Desenvolvido
- Atividades propostas: Andar em cima de uma corda sem ter contato com
o chão e vivência com o slackline promovida por outro profissional de
Educação Física.
enquanto esperavam.
Conteúdo Desenvolvido
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Nesse dia não houve ausência.
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 05,
11 e 20.
Conteúdo Desenvolvido
significativo para uma melhor visualização por parte das crianças, porém
essas folhas ficavam soltas e acabavam se misturando algumas vezes
provocando uma certa confusão nas crianças que não sabiam qual seria
realizada. Fixá-las com fita crepe ou colá-las em uma cartolina em forma de
cartaz teria facilitado ainda mais a visualização.
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: No dia 13/05/2019 uma criança 20 foi
transferida. Nesse dia 11 crianças deixaram de participar pelo motivo acima
exposto, sedo elas: 01, 03, 04, 05, 07, 08, 09, 10, 15, 16, 17
Conteúdo Desenvolvido
- O objetivo foi alcançado? Não. Não puder realizar aula nesse dia.
- Pontos positivos:
- Pontos negativos:
- Limitações e facilidades:
Conteúdo Desenvolvido
Conteúdo Desenvolvido
- Se não houve, qual foi o motivo: Nesse dia não houve ausência.
ESCOLA
EDUCAÇÃO FÍSICA E
ATIVIDADES CIRCENSES:
UMA PROPOSTA PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL
REALIZAÇÃO
UNESP Universidade Estadual Paulista
Instituto de Biociências – Núcleo Unesp – Rio Claro – Câmpus
Rio Claro, SP
Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em
Educação Física em Rede Nacional - ProEF
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - CAPES
SUPERVISÃO GERAL
Prof.ª Dr.ª Fernanda Moreto Impolcetto
ELABORAÇÃO
Prof.ª Ms. Adria Maria Messias
PROJETO GRÁFICO
Michele de Souza Moraes
ILUSTRAÇÕES
FREEPIK
IMAGENS
Fotos extraídas da prática pedagógica da professora
pesquisadora, devidamente autorizadas pelo Comitê de Ética
em Pesquisa mediante o Protocolo CAAE
n.º04986818.5.000.5465. Parecer n.º 3.147.661 e pelos
responsáveis legais dos estudantes.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................... 4
UNIDADE DIDÁTICA DE
ATIVIDADES CIRCENSES ...... 8
REFERÊNCIAS .......................... 34
APRESENTAÇÃO
Este Material Didático foi elaborado como um Produto
Educacional, parte integrante de uma dissertação do
Programa Profissional de Mestrado em Educação Física em
Rede Nacional (ProEF). Ele é resultado da pesquisa
intitulada: “ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR: UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO
INFANTIL”, cujo objetivo foi analisar a implementação de
uma Unidade Didática para o ensino de Atividades Circenses
nas aulas de Educação Física da Educação Infantil e tem
como público-alvo os docentes que atuam nessa etapa da
Educação Básica como também pode servir como referência
para outros interessados e para os anos iniciais do Ensino
Fundamental.
A Educação Física, enquanto prática pedagógica que
contempla os conteúdos da cultura corporal do movimento
humano é componente curricular obrigatório da Educação
Básica, devendo estar inserida a partir da Educação Infantil.
No entanto, além da LDB/Lei n.º 9394/96 não especificar qual
profissional deve atuar com os conhecimentos relacionados a
ela, nos documentos que instituem e regulamentam a
Educação Infantil o conhecimento é abordado de forma
integral, motivo pelo qual, não há menção direta sobre os
conteúdos específicos do ensino da Educação Física nessa
etapa da Educação Básica.
5
Entende-se que a cultura corporal de movimento, da qual a Educação Física se
apropria e sistematiza práticas pedagógicas para ensinar na escola, integra a diversidade
cultural construída pelo ser humano ao longo de sua existência, e que as Atividades
Circenses sendo um componente dessa cultura, constituem-se como um relevante tema a
ser desenvolvido, pois apresentam uma riqueza de conteúdos possíveis de serem
explorados com finalidades educativas, de maneira a atender as especificidades da
Educação Infantil, contribuindo para a formação integral do ser humano. Entretanto,
verifica-se uma ausência de produções em relação às implicações pedagógicas dos
conteúdos da cultura corporal de movimento de Atividades Circenses nesse ciclo de
ensino.
No desejo de fomentar uma prática pedagógica que, para além do brincar e de
atividades com ênfase no desenvolvimento motor, no processo ensino aprendizagem
coopere para a formação e desenvolvimento dos alunos, oportunizando a
experimentação, a vivência e o conhecimento das diversas manifestações que compõe a
cultura corporal do movimento esse material foi projetado.
Espera-se que esse Produto Educacional contribua com os demais docentes
ampliando os conhecimentos sobre os conteúdos dos componentes da cultura corporal de
movimento que podem ser ensinados nas aulas de Educação Física na Educação Infantil,
bem como possa trazer aportes para referenciar outros interessados e os anos iniciais do
Ensino Fundamental nesse caso específico, apresentando os conteúdos das atividades e
dos elementos que envolvem a cultura e a prática circense.
Tendo como base o referencial teórico proposto por Duprat, Barragán e Bortoleto
(2017) que classifica as modalidades circenses por unidades didático-pedagógicas
evidenciando as ações motoras gerais envolvidas, realizou-se a seleção, flexibilização e
adaptação dos conteúdos e dos materiais para a Educação Infantil.
Apresenta-se aqui os doze planos de aula, constitutivos da Unidade Didática de
Atividades Circenses, que foram elaborados e desenvolvidos para as aulas de Educação
Física as quais aconteceram durante o primeiro semestre do ano letivo de 2019, duas
vezes por semana, com duração de 50 minutos cada aula. Participaram, 20 crianças de
uma turma da 2.ª Etapa da Educação Infantil, do período matutino, com idade de 5 anos,
de uma escola pública municipal na cidade de Santa Rosa de Viterbo, estado de São
Paulo.
6
Quadro 1 – Unidade Didática de Atividades Circenses adaptada para a faixa etária da
2.ª etapa da Educação Infantil.
Tule
MANIPULAÇÕES De objetos Malabarismos Barangandã
Prato chinês (feltro)
Equilíbrio do corpo em
EQUILÍBRIO SOBRE movimento Perna de pau Pé de lata
OBJETOS Equilíbrio do corpo em Prancha de
superfícies instáveis Corda bamba equilíbrio e
Slackline
Ponte, Vela, Para-
Individuais Solo quedas, Avião e
Cambalhota para
frente.
ACROBACIAS
Duplas, trios e Algumas poses
Coletivas quartetos adaptadas para
seis apoios
7
AULA 1: TEMA – CONHECENDO O CIRCO
Desenvolvimento da aula:
1 – Elaboração do Cartaz:
Após o mapeamento inicial, ainda em roda, distribua imagens de circo com outras imagens
como de ginástica rítmica, ginástica artística, trampolim, dança, entre outras e solicite para que
cada criança escolha uma imagem que lembre o circo para colar no cartaz.
2 - Vídeo: Após a roda inicial, assista com as crianças ao vídeo intitulado Chico Bento em: O
circo <https://youtu.be/qTBAdAysRFA>; converse com elas e explique que mesmo sem utilizar
9
3 - Vivência: Na sequência, com base nos
conhecimentos observados e destacados sobre
os personagens do circo no mapeamento inicial,
convide as crianças a vivenciarem as
brincadeiras citadas. Para isso, separe
previamente alguns materiais para serem
utilizados, caso sejam citados pelas crianças,
como por exemplo corda (para andar sobre ela
no chão, simulando uma corda bamba), bolinhas
coloridas (para malabarismo), nariz de palhaço,
gravata, peruca (para imitar o palhaço), etc.
Durante essa vivência coloque algumas músicas
com o tema do circo, como: O Circo Chegou e O
Circo (No reino encantado do circo-1984); Circo
Roda final: Converse com os alunos e
da alegria (Patati-Patatá-2012); Piruetas
explique que as próximas aulas as
(Saltimbancos trapalhões-1981) entre outras
atividades terão como tema o circo,
músicas infantis de circo dos álbuns: Circo,1998
mas que alguns números que
e Prá brincar de circo, 2013.
acontecem no circo não podem ser
realizados na escola e nem em casa,
pois precisam de muita segurança e
treinamento. Questione se eles
conhecem alguma apresentação
perigosa do circo que não poderemos
.
realizar e quais são. Explique que nas
aulas que serão realizadas irá se tomar
todo cuidado e atenção com a
segurança para eles possam aprender
e se divertir muito. Peça para que eles
perguntem em casa se alguém já foi ao
circo, quais apresentações eles
lembram que tinha e que tragam um
desenho do circo feito junto com seus
familiares. 10
AULA 2: MANIPULAÇÃO DE OBJETOS –
MALABARISMO (TULE)
Roda inicial: Inicie recordando a aula anterior; pergunte quem conversou em casa sobre o
circo, o que descobriram e peça para apresentarem os desenhos. Apresente o tema da aula e
questione: o que vocês acham que é o Malabarismo? Onde vocês já viram pessoas fazendo
Malabarismo? Com que objetos ou materiais vocês viram as pessoas fazendo o malabarismo?
Após esse início de aula ainda na roda de conversa, explique para as crianças o que é o
Malabarismo e os diferentes tipos de malabarismos (lançamento, giroscópio, de contato e
equilíbrio de objetos) sendo que o que será realizado em aula é o malabarismo de lançamento.
1 - Atividades individuais: Para conhecer o material e seu tempo de queda peça para que as
crianças estendam a mão à frente do corpo e acima da cabeça e soltem o tule, recepcionando-
o mais próximo ao chão (primeiro com ao lado de domínio, depois com o outro lado). Após
essa vivência, as próximas atividades serão de desafiá-los a não deixar o tule cair no chão: 1.ª
abrir o tule em cima da cabeça, assoprar tentando mantê-lo no ar; 2.ª realizar lançamentos
simples do tule à frente do corpo recepcionando com a mesma mão de lançamento, trocar o
lado; 3.ª realizar lançamentos simples do tule à lateral do corpo recepcionando com a mesma
mão de lançamento, trocar o lado; 4.ª realizar lançamentos cruzados do tule à frente do corpo
(lançar com a direita e recepcionar com a esquerda e vice-versa) depois lançamentos
cruzados do tule à lateral do corpo (lançar com a direita e recepcionar com a esquerda e vice-
versa); 5.ª lançar o tule e bater uma palma antes de recepcioná-lo, desafiando a aumentar o
número de palmas; 6.ª lançar o tule e girar em torno de si mesmo antes de recepcioná-lo.
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2 - Atividades em duplas e trios: Enfatize sempre o desafio de não deixar o tule cair no
chão, peça para que fiquem um de frente para o outro e realizem a troca simples de tule;
2.ª ainda um de frente para o outro, peça para que realizem o lançamento do tule e
troquem de lugar com o outro recepcionando o tule antes de cair no chão.
3 - Coreografia: Para finalizar, peça para que elas escolham até 5 lançamentos que elas
mais gostaram para criar com a sua ajuda uma pequena coreografia para apresentar.
Roda final: Converse com os alunos procurando saber quais as dificuldades encontradas
para realizar as atividades propostas, pergunte se eles conseguiram resolver essas
dificuldades e como eles conseguiram resolver. Questione se eles conhecem outro
material, parecido com o tule, que possam usar para realizar as atividades que fizeram.
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AULA 3: MANIPULAÇÃO DE OBJETOS –
MALABARISMO (BARANGANDÃ)
Roda inicial: Inicie a aula e relembre com os alunos o que é o malabarismo e os diferentes
tipos de malabarismos (lançamento, giroscópio, de contato e equilíbrio de objetos), bem como
relembre o malabarismo de lançamento e as atividades realizadas na última aula; explique
que continuarão trabalhando com o malabarismo com outro objeto, o barangandã.
Desenvolvimento da aula:
1- Construção do barangandã: nesse primeiro momento, em grupos, as crianças irão
aprender a criar o barangandã. Material: jornais, tiras de TNT, fita crepe, barbante e tesoura.
Modo de preparo: Amasse o jornal fazendo uma bola; feche essa bola usando fita crepe;
enrole o barbante na bola, amarrando com um nó; envolva a bola com a tira de TNT
prendendo de maneira que sobre um pedaço da tira. Clique no link a seguir para aprender o
passo a passo da construção do barangandã <https://youtu.be/fMJoBFFyino>.
3 - Com 01 barangandã: 1.ª Segure o malabar com uma das mãos, realize movimentos de
balanço à frente do corpo, à lateral do corpo, atrás do corpo, depois trocar de mão para
realizar os movimentos; 2.ª Segure o malabar com uma das mãos, realize giros para frente e
também giros para trás: à frente do corpo, à lateral do corpo, em cima da cabeça e depois
trocar de mão para realizar os movimentos mãos; 3.ª Realizar lançamentos do malabar à
frente do corpo recepcionando com as duas mãos e depois com a mão de lançamento; 4.ª
Realizar lançamentos cruzados do malabar à lateral do corpo (lançar com a direita e
recepcionar com a esquerda e vice-versa); 5.ª Lançar o malabar e bater uma palma antes de
recepcioná-lo, desafiando a aumentar o número de palmas; 6.ª lançar o malabar e girar em
torno de si mesmo antes de recepcioná-lo.
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4 - Com 02 barangandã: 1ª Segure um malabar em cada mão, realize giros para frente e
depois para trás, à frente do corpo; 2ª Segure um malabar em cada mão, realize giros
para frente e depois para trás, à lateral do corpo.
5 - Coreografia: Ao final, peça que eles escolham algumas variações que foram
realizadas e com sua ajuda realize uma sequência de movimentos, juntando todas elas
(coreografia).
Roda final: Converse com os alunos e procure saber se eles conseguiram realizar todos
os movimentos propostos, em quais movimentos eles sentiram mais dificuldade de
realizar e explique que quanto mais eles praticarem mais facilidade sentirão, procure
saber se eles já conheciam o barangandã e de onde conheciam.
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AULA 4: MANIPULAÇÃO – EQUILÍBRIO DE
OBJETOS (PRATO CHINÊS)
Roda inicial: Converse com os alunos e relembre o tema trabalhado nas aulas anteriores,
bem como as atividades desenvolvidas de malabarismo. Faça perguntas para saber o que
eles conhecem sobre equilíbrio: O que é o equilíbrio; para vocês? Vocês sabem a diferença
de equilíbrio de objetos e equilíbrio sobre objetos?; O que vocês acham mais fácil, equilibrar
um objeto ou equilibrar sobre um objeto? Explique que eles continuarão trabalhando com o
malabarismo e o que será realizado é o equilíbrio de objeto conhecido como prato chinês.
Desenvolvimento da aula:
1 - Vídeo: Assista com as crianças: Um dia no Circo da Turma da Mônica
<https://youtu.be/aLjfJiuWQic> peça para que eles identifiquem no desenho onde aparecem
atividades de malabarismo e de equilíbrio.
2 - Conhecendo o material: Após o vídeo entregue para as crianças o material da aula (prato
chinês) previamente construído por você (feltro, corda, cavilha longa de madeira). Clique no
link a seguir para assistir ao vídeo da construção do prato chinês:
<https://youtu.be/b7l9o6VHAss>. 1.ª Nesse primeiro momento as crianças irão explorar a
cavilha de madeira, equilibrando-a sobre a palma da mão, no dorso da mão, na ponta dos
dedos, sempre que conseguirem dominar a ação de equilíbrio solicitada, desafie-os a novas
ações de equilíbrio da cavilha em outras partes do corpo; 2.ª O prato (feltro) também será
explorado, solicite que a criança tente girá-lo com os dedos de suas mãos, depois pode ir
diminuindo a quantidade de dedos, até ver quem consegue girá-lo com um dedo só.
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3 - Equilibrar o prato chinês: 1.ª Oriente as crianças para que coloquem o prato na
ponta da vareta e devem segurá-la e girar como se fosse uma varinha mágica; 2.ª Depois
que conseguirem girar o prato de maneira estável com uma das mãos peça para que
tentem realizar com a outra; 3.ª Após dominada a ação de equilíbrio com uma mão e com
a outra, solicite novas ações como: deslocar-se até um determinado ponto e voltar, tentar
trocar de prato com o colega mantendo o prato equilibrado.
4 – Estafeta do equilíbrio: De 4 a 5 colunas, ao sinal seu sinal o primeiro de cada fila
deverá, equilibrando o prato, percorrer um trajeto até chegar em um cone e voltar indo
para o final da fila para que o próximo saia.
Roda final: Finalize questionando-os: Qual material vocês acharam que foi mais fácil de
equilibrar e qual foi o mais difícil e porquê? Vocês acharam mais fácil equilibrar o material
parado ou em movimento e o porquê? Quem de vocês já conhecia o prato chinês e de
onde conheciam? Procure saber se além do tule, do barangandã e do prato chinês que
usamos nas aulas eles conhecem outros materiais de malabarismo, quais são e como
eles conhecem.
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AULA 5: TEMA – EQUILÍBRIO SOBRE
OBJETOS: DO CORPO EM MOVIMENTO –
PERNAS DE PAU (PÉ DE LATA)
Roda inicial: Inicie relembrando a aula anterior. Pergunte a eles se sabem qual a diferença de
se equilibrar um objeto e se equilibrar em um objeto e peça exemplos sobre quais objetos
podemos nos equilibrar; explique que no circo podemos ter equilíbrio sobre objetos de
maneiras diferentes: do corpo em movimento (perna de pau) do corpo em superfícies instáveis
(corda bamba) e que eles irão vivenciar o equilíbrio do corpo em movimento com o pé de lata.
Desenvolvimento da aula:
1 - Construindo o pé de lata: após a conversa inicial, divida-os em grupos para que eles
construam com sua orientação e ajuda o pé de lata. Material: 02 latas para cada grupo,
barbante ou corda fina, martelo e prego, sendo que esses últimos serão manuseados por
você, professor. Modo de construir: Fure com o prego e martelo a lata nas laterais para passar
o barbante ou a corda fina (meça da altura da cintura para baixo e corte), passe no furo da
latinha, amarre as duas pontas do barbante dentro da latinha para não soltar. Clique no link a
seguir e veja o passo a passo da construção do pé de lata: <https://youtu.be/l8_tgQGLFoM>.
2 - Com o pé de lata: Além do pé de lata construído em grupo, cada criança receberá um par
de pé de latas previamente construído por você; 1.ª explore as diferentes possibilidades de
andar com o pé de lata: para frente, para trás, de lado; 2.ª Desafie-os a subir e descer as
escadas com o pé de lata; 3.ª prepare um trajeto com alguns obstáculos que eles terão que
passar usando o pé de latas.
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3 - Revezamento de pé de lata: De 4 a 5 equipes. Posicione algumas crianças com o pé
de lata para iniciarem o revezamento, distribua as demais crianças de cada equipe em
três pontos específicos do percurso sem o pé de lata, ao seu sinal as crianças que estão
como pé de lata deverão andar o mais rápido que conseguirem até chegar no 1.º ponto
onde deverão tirar e passar o pé de lata para o colega de equipe, este o colocará e
seguirá para o 2.º ponto e assim sucessivamente até o último da equipe chegar a linha
final.
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AULA 6: EQUILÍBRIO SOBRE OBJETOS: DO
CORPO EM SUPERFÍCIES INSTÁVEIS – CORDA
BAMBA (SLACKLINE)
Roda inicial: Inicie relembrando os conceitos da aula anterior bem como as atividades
realizadas e da relação do pé de lata com o circo. Informe que continuarão realizando o
equilíbrio sobre objetos, mas que será em superfícies instáveis e se eles lembram o que
significa. Explique que para essa aula irão contar com a presença e ajuda de outro
professor ou outro adulto (apresente-o aos alunos) para andar no slackline.
Desenvolvimento da aula:
1 - Simulando andar na corda bamba: 1.ª
nesse primeiro momento da aula distribua
algumas cordas grandes pelo chão e peça que as
crianças andem em cima dela buscando
equilibrar-se, como se estivesse em uma corda
bamba, sem tocar o pé no chão; 2.ª peça para
que variem o andar sobre a corda, andando de
lado e depois de costas, sem colocar o pé no
chão; 3.º desafie-os a andar em cima da corda e
realizar a posição do avião, sem que para isso
coloquem o pé no chão.
2 - Saindo do contato com o chão: Ainda simulando andar na corda bamba, utilize uma
prancha de equilíbrio (03 pranchas de madeira coloridas unidas por 04 suportes para
sustentação) distante do chão cerca de 10 cm. Peça para que realizem as atividades
anteriores, atravessar andando de frente, depois de lado, depois de costas e por último
realizar a posição do avião; 2.ª Lance um desafio: coloque uma criança de cada ponta da
prancha e ao seu sinal peça que atravessem andando em cima da prancha e no momento
que encontrar com o colega, ver quem consegue passar, sem pôr o pé no chão, para
chegar do outro lado. Outra opção seria:
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3 - Atravessando a ponte que caiu: Amarre duas cordas grandes em dois pilares de
maneira que uma fique mais alta que a outra, coloque colchonetes no chão embaixo da
corda e no seu entorno. Explique para as crianças que elas deverão atravessar de uma
margem a outra do rio (colchonetes) mas que a madeira da ponte caiu ficando somente a
corda, que a corda de baixo é para apoiar os pés e a de cima para segurar com as mãos
e que não podem cair no rio.
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AULA 7: TEMA – CIRCUITO DE ATIVIDADES
CIRCENSES
Roda inicial: Inicie relembrando as aulas anteriores. Investigue para saber quem lembra o
que falaram sobre malabarismos e quais foram as aulas, bem como quem lembra o que
falaram sobre equilíbrio e quais foram as aulas. Explique que a aula será dividida em dois
momentos, que num primeiro momento irão assistir a um vídeo e depois vivenciar todas as
aulas através de um circuito.
Desenvolvimento da aula:
1 - Vídeo: Assista com os alunos ao vídeo O Grande Circo da Turma do
Cocoricó:<https://youtu.be/-OCoz-BTdcA>, e peça para que eles reconheçam quais atividades
aparecem no desenho e já foram vivenciadas por eles e quais aparecem e não foram
vivenciadas e se existe a possibilidade de vivenciá-las ou não e porquê.
2 - Circuito: Organize estações com as modalidades que foram vivenciadas nas aulas
anteriores, disponibilizando-se para isso os materiais (tule, barangandã/swing poi, prato
chinês, pé de lata e a prancha de equilíbrio). Divida os alunos em 05 grupos, correspondente
com a quantidade de estações e estabeleça um tempo para trocar de estação. Explique que
todos vão participar de todas as estações.
Roda final: Converse com seus alunos para saber quem conseguiu superar a dificuldade que
teve com algum material durante as aulas anteriores e como conseguiu; se houve a ajuda ou
a colaboração de algum colega e se achou importante a ajuda para que conseguisse realizar
a atividade.
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AULA 8: TEMA – ACROBACIA INDIVIDUAL
Roda inicial: Converse com os alunos para saber o que eles conhecem de acrobacias.
Pergunte se eles já viram e onde viram acrobacias e quais acrobacias eles conhecem.
Questione-os sobre onde mais vemos acrobacias além do circo e explique quais os tipos de
acrobacias circenses que iremos vivenciar em aulas: individuais e em grupo.
Desenvolvimento da aula:
1 - Ponte: Ensine a posição da
ponte: deitados de costas, pernas
flexionadas, flexionar os cotovelos e
levar as mãos para cima ao lado
das orelhas com a palma das mãos
no chão e dedos voltados para os
pés. Empurrar com as pernas e ao
mesmo tempo com os braços para
cima para tirar o corpo do chão.
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3 - Paraquedas: Ensine a posição de
paraquedas: deitado em decúbito ventral,
pernas afastadas, levantar o tronco do
chão o máximo que conseguir, mãos
seguram a ponta dos pés, ficando o
corpo envergado.
Roda final: Procure saber com os alunos quais as dificuldades que eles encontraram nas
atividades, qual posição acharam mais difícil e qual a mais fácil de realizar; se durante o
pega-pega é mais difícil realizar alguma pose que aprenderam e se eles sabem explicar
porque.
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AULA 9: TEMA – ACROBACIA EM GRUPOS
Roda inicial: Relembre a aula anterior sobre acrobacias e as atividades vivenciadas por eles
e questione-os sobre o que é para eles acrobacias em grupos, se eles conhecem esse tipo de
acrobacia e enfatize a importância da segurança e do cuidado pessoal e com o colega para
realizar essas poses.
1 - Duplas:
Fonte: https://i.pinimg.com/1200x/8d/c1/0d/8dc10da18f5fc97a6db643d9198b9005.jpg
24
2 - Trios:
Fonte: https://passion-gym.fr/wp-
Fonte: https://www.tes.com/teaching-resource/gymnastics- content/uploads/2011/02/QUATUOR-
group-of-4-balances-11932626 A.jpg
Dança das acrobacias: Peça para que os alunos andem dançando, pelo espaço da aula,
ao som de uma música (escolha de preferência músicas infantis que tematizam o circo),
quando parar de tocar a música, oriente que eles deverão rapidamente se organizar e
formar grupos para realizarem algumas das poses que aprenderam em aulas. Explique
que a quantidade será determinada por você que ao erguer o braço sinalizará se duplas,
trios ou quartetos.
Roda final: Converse com os alunos para saber quais as dificuldades que eles
encontraram nas atividades em grupos, e como tentaram resolver para superá-las.
Destaque a importância do trabalho coletivo e do espírito de equipe para que todos
alcancem bons resultados.
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AULA 10: ENCENAÇÃO
Roda inicial: Inicie explicando para seus alunos que sempre que um artista de circo entra no
picadeiro ele está em cena, como malabaristas, equilibristas, acrobatas, e que existe um, que
é muito conhecido e querido no circo, que na maioria das vezes faz as pessoas rirem.
Pergunte: vocês sabem quem é? Quem já viu palhaços em cena e o que eles fazem? Como
eles se vestem e como é o rosto deles? Vocês lembram o nome de algum palhaço bem
conhecido?
Desenvolvimento da aula:
1- Vídeo: Assista com as crianças ao vídeo: O circo da Pepa:
<https://youtu.be/nW7Y9Bq0e1>; após o vídeo explique que assim como a Pepa e seus
amiguinhos fantasiaram-se para brincar de circo, nesse momento eles também terão essa
oportunidade de se fantasiar e brincar de circo.
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Roda final: Pergunte a seus alunos como eles se sentiram fantasiando e brincando de
circo; e o que eles acharam de encenar algumas das brincadeiras de palhaço. Também
nesse momento procure saber quais as atividades que foram feitas de circo que eles mais
gostaram para poder dividir os grupos para apresentação do festival.
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AULA 11: ORGANIZAÇÃO E ENSAIO DO
FESTIVAL
Desenvolvimento da aula:
1 – Organização dos grupos e dos números: Leve cartolinas identificadas com
Malabarismos, Equilíbrio, Acrobacias e Encenação e imagens de atividades circenses como
as que foram realizadas nas aulas (uma sugestão seria imprimir fotos das aulas que eles
realizaram). Peça para que eles reconheçam, separem e colem nas cartolinas as fotos de
acordo o conceito classificado nas cartolinas. Feito isso oriente para que escolham a
modalidade de atividade que realizaram com a qual se identificaram mais para a
apresentação no festival. Ajude-os a organizar-se na divisão dos grupos.
2 – Escolha das músicas, materiais e das roupas: Ajude os grupos a montar a sequência
das apresentações, bem como a escolher os materiais e as roupas.
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AULA 12: ENCERRAMENTO – FESTIVAL
Roda inicial: Enfatize para seus alunos a importância do festival, de assistir com respeito a
apresentação do colega. Elogie a organização dos grupos de apresentação e agradeça-os
pela presença e participação.
Desenvolvimento da aula:
1 – Apresentação: Os alunos poderão apresentar a sequência de atividades circenses uns
para os outros, ou para a escola e até mesmo para os familiares.
Roda final: Converse com os alunos para saber se eles já tinham feito alguma apresentação
para algum público; como se sentiram participando de uma apresentação; se a ansiedade ou
o nervosismo atrapalharam a apresentação
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CIRCO,1998. Publicado pelo Canal Imandyab em 24
de dezembro de 2015. Álbum Completo (48min21s).
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=o6KC_-
KZx0Y&feature=youtu.be. Acesso em: 27 mar. 2019.
DIAS, L. C. Arte circense no ensino infantil: reflexões sobre uma proposta. 2009. 109 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Faculdade de Educação Física,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000448524. Acesso em: 08 jun.
2019.
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DUPRAT, R. M. Atividades circenses possibilidades e perspectivas para a educação
física escolar. 2007. 122 f. Dissertação (mestrado) Faculdade de Educação Física,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/274902/1/Duprat_RodrigoMallet_M.pdf.
Acesso em: 08 out. 2018.
SARAT, M.; GEBARA, A. História da Educação Infantil: o lugar de criança. In: MARTINS, I.
C.; GAIO, R. No palco da infância: Movimento, ritmo e expressão corporal na Educação
Infantil. Curitiba: editora CRV, 2017. p. 19-31.
SOARES, et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
Disponível em: https://fefd.ufg.br/up/73/o/Texto_49_-_Coletivo_de_Autores_-
_Metodologia_de_Ensino_da_Ed._Fsica.pdf. Acesso em: 31 jul. 2018.
36