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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


unesp INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO
CLARO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL


EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL (PROEF)

ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA


PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

ADRIA MARIA MESSIAS

RIO CLARO-SP
2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
unesp INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO
CLARO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL


EM EDUCAÇÃO FÍSICA EM REDE NACIONAL (PROEF)

ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA


PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

ADRIA MARIA MESSIAS

Orientadora: Profa. Dra. Fernanda Moreto Impolcetto

Dissertação apresentada ao
Instituto de Biociências do Câmpus
de Rio Claro, Universidade
Estadual Paulista, como parte dos
requisitos para obtenção do título
de Mestre em Educação Física
Escolar.

RIO CLARO-SP
2020
Messias, Adria Maria
M585a Atividades Circenses na Educação Física escolar : uma
proposta para a Educação Infantil / Adria Maria Messias. -- Rio
Claro, 2020
110 f. : tabs., fotos

Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Estadual


Paulista (Unesp), Instituto de Biociências, Rio Claro
Orientadora: Fernanda Moreto Impolcetto

1. Educação física escolar. 2. Educação infantil. 3.


Atividades circenses. 4. Cultura corporal de movimento. I.
Título.

Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca do


Instituto de Biociências, Rio Claro. Dados fornecidos pelo autor(a).

Essa ficha não pode ser modificada.


Dedico a Deus que conforme o Seu
querer e agir conduziu meus passos,
permitindo a conclusão do Mestrado
e a realização de um sonho. Aos
meus filhos, por se privarem, em
muitos momentos, da minha
presença e por compreenderem o
motivo da minha ausência. A minha
família e amigos que sempre se
fizeram presentes, em todas etapas
da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus Criador e Todo-Poderoso, que pela Sua vontade tudo


criou, pois por Ti e para Ti são todas as coisas! (Cl 1:16). Obrigada, Pai Eterno e
Fonte de vida, pelo sopro de vida que a Ti pertence e pela Tua graça que concede
vida eterna (Ef 2:8). Sei que em todo tempo o Senhor tem cuidado de mim,
conduzido os meus passos, me amparado e fortalecido nos momentos difíceis e
permitindo a realização dos meus sonhos, por isso somente a Ti todo louvor, toda
honra, glória, gratidão e adoração! (Ap. 4:11).
À minha família: meus pais Geraldo e Maria por me apoiarem em todos os
momentos; meus irmãos Adriani, Leandro e Leonardo e minhas irmãs Jimena e
Thais, por me incentivarem nas horas em que precisei; minha sobrinha Bruna e
meus sobrinhos Pedro Henrique e Lucca, o carinho de sempre; meu namorado
Arildo, por sua presença que me acalma e suas palavras de fé que me fortalecem;
e em especial meus filhos, Thiago e Thiessa, heranças do Senhor (Sl 127:3), por
me inspirarem a perseverar, superar os desafios, a sonhar e viver… Que Deus
nos una e fortaleça ainda mais e que independente de circunstâncias,
adversidades ou realizações, possamos ser uma família segundo o coração do
Senhor (1 Tm 5:8).
Aos amigos e colegas, mais do que especiais em minha vida (Pv 17:17),
desde a minha saudosa infância, adolescência e juventude (que com certeza se
fazem presentes em meu coração, minhas lembranças e orações) até os dias
atuais: à amiga Jordana, por toda ajuda, incentivo e conselhos nas mais diversas
ocasiões; aos amigos do Mestrado: Tininha, Cristhian e Tálita, pelas caronas,
conversas, ajuda nas atividades e principalmente pela amizade que se confirmou;
ao João, pela atenção e disposição em me ajudar sempre e por toda colaboração
nos diversos momentos da elaboração dessa dissertação; a Rosângela e Márcio,
pelas trocas de experiências e contribuições durante essa jornada acadêmica,
admiro-os imensamente e desejo que, mesmo com a distância, se consolide essa
amizade que teve início no primeiro encontro presencial; aos demais colegas do
Mestrado dos polos de Rio Claro e de São Carlos pelo carinho e por todos os
desafios que juntos, como 1.ª Turma, enfrentamos: fomos desbravadores!!!! Que
Deus continue agindo na vida de cada um de vocês e que conforme Sua vontade,
os seus sonhos se realizem!
Agradeço, de todo coração, à minha orientadora Fernanda Moreto
Impolcetto, profissional de excelência e acima de tudo uma pessoa humana e
admirável em todos os sentidos, por toda confiança creditada em mim e na
proposta do meu projeto de pesquisa, pela maneira ímpar em suas correções e
por suas palavras de incentivo e valorização tanto à pesquisa quanto à minha
pessoa. Enfim, toda minha gratidão por ter conduzido e contribuído de maneira
significativa durante todo o desenvolvimento da pesquisa, e também com a
concretização do Mestrado Profissional. Deus abençoe imensamente sua vida!!!
Aos professores responsáveis pelos encontros presenciais: da UNESP
núcleo de Rio Claro (Fernanda M. Impolcetto, Flávio S. Alves e Roberto T.
Iaochite), da UFSCAR núcleo de São Carlos (Osmar M. de S. Júnior, Glauco N. S.
Ramos, Yara Ap. Couto e Daniela G. Jacomassi) e professora Lilian Ap. Ferreira
da UNESP núcleo de Bauru, que mais do que transmitirem e compartilharem seus
conhecimentos, inspiraram em nós mudanças de atitudes, que transformaram e
aperfeiçoaram nossa prática pedagógica no “chão da escola”. Que Deus derrame
bênçãos sobre suas vidas e que vocês continuem a iluminar muitos professores
de Educação Física em sua caminhada profissional.
Aos professores da banca Irlla Karla dos S. Diniz e Flávio S. Alves, primeiro
por aceitarem o convite para compô-la e depois pelas contribuições, através das
argumentações realizadas, que resultaram em melhorias no trabalho final. Que os
cuidados de Deus para com suas vidas se estendam para todos aqueles que
delas, direta ou indiretamente, façam parte.
Enfim, não menos importante, mas de maneira mais que especial,
agradeço, a querida professora Suraya Cristina Darido, por ter idealizado o
Mestrado Profissional e por tantas outras contribuições que valorizaram e
reconheceram a importância da Educação Física Escolar. Que Deus a guarde na
palma de Suas mãos!
Finalizando, agradeço, para a realização da presente pesquisa: ao Diretor
da Unidade Escolar em que a pesquisa foi realizada, Marcelo B. Palmeiro por
autorizar sua realização; aos pais ou responsáveis por autorizar a participação de
seus filhos; aos alunos participantes da 2.ª etapa, sem os quais essa pesquisa não
seria possível de ser realizada.
A todos que se fizeram presentes, comigo, nessa caminhada e na
realização de um sonho, o meu muito obrigada! Deus os abençoe!
O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de
Financiamento 001.
RESUMO

A Educação Física, enquanto prática pedagógica que contempla os


conteúdos da cultura corporal do movimento humano é componente curricular
obrigatório da Educação Básica, devendo estar inserida a partir da Educação
Infantil. No entanto, além da LDB/Lei nº 9394/96 não especificar qual profissional
deve atuar com os conhecimentos relacionados a ela, nos documentos que
instituem e regulamentam a Educação Infantil o conhecimento é abordado de
forma integral, motivo pelo qual, não há menção direta sobre os conteúdos
específicos do ensino da Educação Física nessa etapa da Educação Básica. As
Atividades Circenses, enquanto manifestação da cultura corporal de movimento,
pela variedade de conteúdos de potencial educativo, constituem-se como um
relevante tema a ser desenvolvido, de maneira a atender as especificidades dessa
etapa de ensino. Entretanto, verifica-se uma ausência de produções em relação às
implicações pedagógicas dos conteúdos da cultura corporal de movimento de
Atividades Circenses nesse ciclo de ensino. Diante desse contexto, o objetivo
desta pesquisa foi analisar a implementação de uma Unidade Didática para o
ensino de Atividades Circenses nas aulas de Educação Física na Educação
Infantil. A pesquisa, de natureza qualitativa, com referencial teórico na Pesquisa
Participante, contou com a participação de 20 alunos, matriculados em 2019, em
uma turma da 2.ª etapa da Educação Infantil de uma escola pública do interior do
Estado de São Paulo. Utilizou-se como instrumento de produção de dados o Diário
de Campo. Os dados foram transcritos, revistos e aglutinados a partir da análise
de categoria de codificação simples. Os principais resultados apontaram que a UD
oportunizou o processo de ensino e aprendizagem dos saberes conceituais,
corporais e atitudinais das Atividades Circenses. Além disso, algumas limitações
foram observadas, como: estrutura física inadequada para o desenvolvimento das
aulas, realização de eventos “extras” sem comunicação prévia à professora e
pouco tempo/quantidade de aulas para uma vivência mais significativa. Como
possibilidades destacaram-se os diversos recursos e materiais utilizados, alguns
por estarem disponíveis entre os equipamentos das aulas de Educação Física e
outros por serem de baixo custo ou até mesmo reutilizáveis. Considera-se que, os
resultados da UD confirmaram a viabilidade e potencialidade do ensino das
Atividades Circenses nas aulas de Educação Física na Educação Infantil.

Palavras-chave: Educação Física Escolar. Educação Infantil. Atividades


Circenses. Cultura Corporal de Movimento.
ABSTRACT

Physical Education, as the pedagogical practice that comprehends the


contents of body movement culture is a compulsory curricular component of Basic
Education, and should be part of the curriculum since the Early Childhood
Education. However, LDB/Act n° 9394/96 does not specify what practitioner should
apply the knowledge related to Physical Education in classes, and the documents
and paperwork that stablish and regulate Early Childhood Education is fully
addressed, which means there is no particular reference about the specific
contents of Physical Education at this stage of Basic Education. The Circus-type
Activities, as an expression of the body movement culture, for the variety of its
contents of educational potential, become a relevant theme to be developed, in
order to meet the specifics of this stage in teaching. However, there is a lack of
production related to the pedagogical implication of the body movement culture in
circus-type activities in Early Childhood Education. In this context, the aim of this
research was to analyze the implementation of a Didactic Unit (UD) in teaching of
Circus-type Activities in Physical Education in Early Years. The qualitative
research, based on the Participant Research method, gathered the data from 20
kindergarten students enrolled in a public school in the countryside of the state of
São Paulo. The Field Diary was chosen as the instrument to collect data. The
collected data was transcribed, revised, and agglutinated using simple coding
analysis. The main results showed that the UD provided the teaching and learning
process of conceptual, corporal, and attitudinal knowledge of the circus-type
activities. However, some limitations were observed; such as: inadequate physical
structure for the development of the classes, “extra” events without prior
communication to the teacher, and short period of time/ number of classes to
provide meaningful experience. Stood out as possibilities the diverse resources
and materials used, some for being available among the Physical Education
classes equipment and others for being low cost or even reusable. It is considered
that the results collected confirm the viability and potentiability for teaching circus-
type activities in Physical Education classes in Early Childhood Education.

Key-words: School Physical Education. Early Childhood Education. Circus-


Type Activities. Body Movement Culture.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Modelo Escandinavo da Pesquisa.......................................... 22

Quadro 2 – Abordagem do artigo............................................................... 23

Quadro 3 – Unidade Didática de Atividades Circenses adaptada para


a faixa etária da 2.ª etapa da Educação Infantil......................................... 32

Quadro 4 – Fases da Codificação - Diário de Campo............................... 34

Quadro 5 – Lista de Códigos do Diário de Campo................................... 35

Quadro 6 – Categorias de Análise com os respectivos códigos............ 35

Quadro 7 – Categorias de Análise e Subcategorias................................. 37

Quadro 8 – Relação do espetáculo do circo com as aulas de


Atividades Circenses................................................................................... 39

Quadro 9 – Saberes Conceituais sobre as Atividades Circenses........... 43

Quadro 10 - Ocorrência das intervenções..………………......……………. 47

Quadro 11 – Saberes Corporais das Atividades Circenses..................... 54


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Espetáculo de circo................................................................... 38

Figura 2 – Conhecendo o circo (cartaz)..................................................... 40

Figura 3 – Desenho do aluno 04................................................................. 42

Figura 4 – Desenho do aluno 07................................................................. 42

Figura 5 – Desenho do aluno 08................................................................. 42

Figura 6 – Desenho do aluno 12................................................................. 42

Figura 7 – Cartaz de Malabarismo.............................................................. 45

Figura 8 – Cartaz de Equilíbrio................................................................... 45

Figura 9 – Cartaz de Acrobacias................................................................. 45

Figura 10 – Cartaz de Encenação............................................................... 45

Figura 11 – Acrobacias individuais (vela, ponte, avião)........................... 50

Figura 12 – Acrobacias em grupo.............................................................. 51

Figura 13 – Apresentação do festival – Palhaço....................................... 53

Figura 14 – Protagonismo Infantil.............................................................. 54

Figura 15 – Construção do barangandã.................................................... 58

Figura 16 – Construção do pé-de-lata........................................................ 58

Figura 17 – Apresentação do festival – Equilíbrios e acrobacia............. 63

Figura 18 – Vídeo: Um dia no circo da Turma da Mônica........................ 68

Figura 19 – Malabares (tule, barangandã e prato chinês)........................ 69

Figura 20 – Corda Bamba (slackline)......................................................... 70


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BNCC Base Nacional Comum Curricular

CNAC Centre Nacional des Arts du Cirque

DCNEI Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil

EMEI Escola Municipal de Educação Infantil

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

RCNEI Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UD Unidade Didática
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 14

1 INTRODUÇÃO GERAL.................................................................................... 16

1.1 Objetivo........................................................................................................ 22

1.2 Delineamento da Dissertação..………………………………………..……… 22

2 ARTIGO: ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:


UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL......................................... 24

2.1 Introdução.................................................................................................... 24

2.2 Percurso Metodológico............................................................................... 26

2.2.1 Universo da Pesquisa.......................................................................... 28

2.2.2 Aspectos Éticos................................................................................... 30

2.2.3 Instrumento.......................................................................................... 30

2.2.4 Procedimentos para a Coleta de Dados.............................................. 31

2.2.5 Participantes........................................................................................ 31

2.2.6 Elaboração da UD............................................................................... 31

2.2.7 Planejamento Anual de Ensino e Implementação da UD. .................. 32

2.2.8 Procedimentos para a Análise de Dados............................................ 33

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 36

3.1 Saberes Conceituais sobre as Atividades Circenses.............................. 37

3.2 Saberes Corporais das Atividades Circenses.......................................... 46

3.3 Saberes Atitudinais presentes nas Atividades Circenses...................... 56

3.4 Implementação da UD de Atividades Circenses: Limitações e


Possibilidades .................................................................................................. 63

3.4.1 Limitações, Imprevisibilidades e Soluções.......................................... 63

3.4.2 Recursos e viabilidades....................................................................... 66


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 71

REFERÊNCIAS................................................................................................... 76

ANEXOS............................................................................................................. 83

ANEXO A - Classificação das Modalidades Circenses por unidades


didático-pedagógicas.................................................................................... 83

ANEXO B- Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética........................... 84

APÊNDICES....................................................................................................... 85

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................... 85

APÊNDICE B – Modelo - Diário de Campo - Roteiro de Observação.......... 87

APÊNDICE C – Diário de Campo – Roteiro de Observação........................ 88

APÊNDICE D – Produto Educacional: Material Didático.............................. 110


14

APRESENTAÇÃO

Durante a graduação em Bacharel em Educação Física na Unesp de Rio


Claro/SP, realizando trabalhos eventuais de promoter, juntamente com as outras
“meninas da república”, tivemos a oportunidade e passamos pela experiência de
trabalhar em um circo, patrocinado pela Nestlé, durante sua temporada nas
cidades de Rio Claro/SP e de Limeira/SP, o Circo Moça Fiesta. No decorrer desse
período de pouco mais de dois meses, não somente conheci como também
vivenciei, como toda essa magia, que culmina com a apresentação do espetáculo
circense para o público, é concebida atrás dos bastidores: armar e desarmar a
estrutura da lona do circo, do picadeiro, das arquibancadas; preparar e ensaiar os
números que seriam apresentados; organizar e cuidar dos diversos materiais,
equipamentos e roupas usados nas apresentações; providenciar e abastecer os
itens de consumo vendidos durante o espetáculo, etc.
A cada início de espetáculo, quando o Cabaretier (apresentador) na
abertura, interpretava Henry Miller (1979) com os dizeres: “O circo é uma
pequenina arena fechada de esquecimento, por algum tempo permite que nos
percamos, nos dissolvamos em deslumbramento e felicidade, que sejamos
transportados pelo mistério...(...)” eu também mergulhava nessa imensurável e
fantástica magia, encantamento e fascínio que ele proporciona, principalmente no
universo infantil.
Nem sem sequer imaginava que um dia poderia, mais tarde, incorporar
esses conhecimentos à minha futura atuação profissional, quando por ocasião do
Dia do Circo me foi delegada a função de desenvolver algumas aulas de
Educação Física com elementos das Atividades Circenses nas turmas de
Educação Infantil.
Posteriormente ao bacharelado, realizei a complementação de curso com a
Licenciatura em Educação Física também na UNESP de Rio Claro, porém sempre
atuando com minha primeira formação, na área esportiva, ministrando aulas de
natação (iniciação) para crianças entre três a seis anos e desempenhar a
docência no contexto escolar era algo almejado.
Ao me empreender pela área educacional eu tinha uma única certeza: de
que Educação Física nos anos finais do Ensino Fundamental e Médio na rede
15

pública do meu município, não era o que buscava, pois essa não correspondia à
faixa etária com a qual me sentiria realizada em atuar como professora de
Educação Física na escola. Foi então que busquei oportunidades para compor o
quadro do magistério, no município que resido, para os anos iniciais do Ensino
Fundamental ou para a Educação Infantil.
Desde 2009, quando passei a atuar na rede pública de ensino do município
de Santa Rosa de Viterbo/SP, venho ministrando aulas de Educação Física na
Educação Infantil. Confesso que de início foi um desafio: nunca tinha trabalhado
em uma escola, ainda mais pública; minha experiência era na área esportiva com
natação e, sem uma piscina, eu não tinha ideia do que poderia trabalhar; ensinar
de seis a oito crianças a nadar não era o mesmo que ensinar “não sei o quê” para
15 a 20 crianças. No entanto, acabei aceitando esse desafio, que aos poucos
pude constatar, não é só meu. Grande parte dos professores de Educação Física
que atuam na Educação Infantil têm dificuldade em selecionar os conteúdos a
serem desenvolvidos e planejar atividades com propósitos pedagógicos para suas
aulas.
Na inquietude de uma prática pedagógica que não se resumisse somente
em parque e tanque de areia e que para além do brincar ou de atividades com
ênfase no desenvolvimento motor, contribuísse para a formação e
desenvolvimento dos alunos oportunizando conhecimento e vivência das diversas
manifestações que compõe a cultura corporal do movimento, voltei às origens de
minha formação acadêmica e, através do contato, por redes sociais, com ex-
professores e com amigos da turma e da graduação, obtive o conhecimento da
realização do Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional.
Com a proposta de que a pesquisa do Mestrado tivesse uma implicação
direta com nossa atuação profissional, ao refletir sobre a experiência vivida e aqui
comentada, em resposta a essas necessidades e questionamentos e na busca por
ampliar as oportunidades de atividades a serem desenvolvidas nas aulas de
Educação Física na Educação Infantil, é que a presente Dissertação e um Produto
Educacional, foram elaborados.
16

1. INTRODUÇÃO GERAL

A primeira infância é uma fase da vida muito significativa e com


características únicas no desenvolvimento infantil. É nela que se sustenta o
crescimento em todos os seus aspectos: físico-motor, intelectual-cognitivo, afetivo-
emocional, social e cultural, ou seja, ela é o alicerce da composição do ser
humano. Esse período corresponde à faixa etária em que se constitui uma etapa
essencial da Educação Básica, a Educação lnfantil (PORTUGAL, 2009; BRASIL,
2016; CARVALHO, 2019).
Para que a Educação Infantil fosse instituída através de uma
regulamentação legal, como parte integrante da educação formal, percorreu-se um
longo processo educativo, histórico e político-social.
A partir da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) e posteriormente
com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente/Lei nº 8069/90
(BRASIL, 1990) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB/Lei nº
9394/96 (BRASIL,1996), a Educação Infantil, no Brasil, deixa de ter seu foco
vinculado a uma política assistencialista e benevolente e passa a ser desenvolvida
com finalidades de caráter pedagógico e educacional, integrando assim a Política
Nacional de Educação. Sarat e Gebara (2017) afirmam que entre os muitos
fatores que influenciaram essas mudanças estão a forma de se pensar a infância
e as condições socioculturais para o desenvolvimento da criança, o que gerou a
necessidade de ações, projetos e políticas públicas visando seu atendimento
socioeducativo.
Conforme a LDB/Lei nº 9394/96 (BRASIL,1996) a Educação Física tornou-
se componente curricular obrigatório da Educação Básica, LDB/Lei nº 10.328/01
(BRASIL, 2001) e deve estar inserida a partir da primeira etapa da Educação
Básica, que corresponde a Educação Infantil.
Para Silva e Venâncio (2005) ao torná-la componente curricular obrigatório
legitima-se a sua presença na escola, confirmando que a Educação Física,
enquanto prática pedagógica tem objeto de estudos e conhecimentos próprios que
são expressos nos jogos, esportes, ginásticas, lutas, danças, capoeira e
conhecimentos sobre o corpo. E porque não dizer expressos também nas
17

Atividades Circenses1 pois entende-se que o circo também é um componente da


cultura corporal de movimento, que passou por um complexo processo histórico,
político e social, com uma gama riquíssima de conteúdos possíveis de serem
desenvolvidos com finalidades educativas no contexto escolar.
Na prática, porém, observa-se que o que acontece não é bem isso,
principalmente na Educação Infantil onde o conhecimento é abordado de forma
integral, não sendo organizado em disciplinas como ocorre nas demais etapas de
ensino. Acrescenta-se o fato de que a LDB/Lei nº 9394/96 não aponta qual
profissional, de modo específico, deve atuar com os conhecimentos relacionados
à Educação Física. Em decorrência disso, em muitas escolas o componente
curricular Educação Física acaba diluído em meio a outros conhecimentos e
ministrado pelo professor generalista.
A compreensão de que é importante oportunizar à criança, de acordo com
sua faixa etária, atividades adequadas às suas características e necessidades e
de que essas são fundamentais para o seu desenvolvimento e convívio social é
incontestável, assim como não pode ser negada a importância do professor de
Educação Física, na Educação Infantil, como o profissional capaz de garantir o
desenvolvimento dos conteúdos de ensino relativos aos conhecimentos que lhes
são próprios. Segundo Rangel (2010) as pesquisas apontam o quanto as crianças
são beneficiadas com a atuação de um profissional com formação e
conhecimentos específicos ministrando atividades com conteúdos ligados ao
movimento. No tocante a essa constatação a autora conclui que “[...] há
necessidade de um educador com conhecimento sobre a importância do
movimento por detrás das brincadeiras, não porque as mesmas não sejam ótimas
para as crianças, mas para torná-la ainda melhores” (RANGEL, 2010, p. 2).
Subsequentemente à LDB/Lei nº 9394/96 (BRASIL,1996), foi instituído o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI/BRASIL, 1998)
que engloba os objetivos, conteúdos e orientações didáticas da Educação Infantil;
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI/BRASIL,
2013), que propõem a organização dos conteúdos por eixos de interações e

1
Tendo como base a obra de Duprat, Barragán e Bortoleto (2017) para a elaboração e
implementação da UD, optou-se pelo uso do termo atividades circenses, pois compreende-se que
ele exprime um momento particular de conhecimento, pelos alunos, da cultura corporal relacionada
a esse universo, através do desenvolvimento de alguns elementos das modalidades circenses,
dentre os muitos que compõem as artes do Circo.
18

brincadeiras e, mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular


(BNCC/BRASIL, 2018) que para a Educação Infantil traz um detalhamento maior
dos objetivos de aprendizagem. Pelo fato de a Educação Infantil não se organizar
de maneira disciplinar, como já exposto, não há menção direta em nenhum desses
documentos à Educação Física e seus conteúdos específicos.
O RCNEI (BRASIL, 1998) é considerado um marco no reforço sobre a
importância da Educação Infantil e de que cuidado e aprendizado devem estar
integrados. O documento foi elaborado para servir de subsídio para a construção
de propostas curriculares, propõe princípios que fundamentam as propostas
pedagógicas nessa etapa de ensino e são organizados de forma estrutural e
articulada por eixos de trabalho pedagógico.
O eixo do movimento é o que apresenta maior proximidade com a
especificidade da Educação Física. O RCNEI define que “o movimento é uma
importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana, [...] é mais do que
simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem [...]”
(BRASIL, 1998, p. 15). Nesse documento reconhece-se que “esses movimentos
se incorporam aos comportamentos dos homens, constituindo-se assim numa
cultura corporal” (BRASIL, 1998, p. 15) e que a criança também se apropria desse
repertório ao utilizar-se do corpo e do movimento como forma de linguagem e
interação com o mundo.
Portanto, o trabalho pedagógico com o movimento na Educação Infantil
deve considerar e promover na criança um rico desenvolvimento das diversas
possibilidades de mobilidade bem como oportunizar à mesma apropriar, usufruir e
ampliar seus conhecimentos e vivências a respeito da cultura corporal de
movimento.
Ao analisar a organização dos conteúdos para o trabalho no eixo do
movimento constata-se que, apesar do documento restringir a ação motora em
blocos que englobam a dimensão subjetiva do movimento (expressividade) – e a
dimensão instrumental (equilíbrio e coordenação), pode-se reconhecer e, portanto,
justificar a presença da Educação Física na Educação Infantil e inclusive das
Atividades Circenses.
Com as DCNEI (BRASIL, 2013) as orientações quanto à organização de
propostas pedagógicas e curriculares na Educação Infantil visam firmar os
19

currículos e conteúdos mínimos para uma formação básica comum a todos. Nas
DCNEI as práticas pedagógicas devem ter como eixos norteadores as interações
e brincadeiras ampliando experiências “[...] expressivas, corporais que possibilitem
movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e
desejos da criança” (BRASIL, 2013, p. 99) e buscando conferir aprendizagens
significativas, corpo e movimento são integrados à proposta de articulação entre
as diferentes linguagens. Para Ferraz (2016) o RCNEI consolida a integração do
binômio educar e cuidar e as DCNEI evidenciam a criança enquanto sujeito
histórico e de direitos.
Recentemente com a BNCC (BRASIL, 2018) tem-se o reconhecimento de
que a Educação Infantil é uma etapa essencial, atribuindo centralidade à criança
na construção do conhecimento no processo de aprendizagem, reforça que o
cuidar e educar não devem se tornar uma dicotomia. Para a etapa da Educação
Infantil, o documento reitera a preocupação dos documentos anteriores com a não
fragmentação do conhecimento e com a sua não disciplinarização, fortalecendo a
concepção de desenvolvimento integral da criança, onde de acordo com os eixos
estruturantes (interações e brincadeiras), os componentes curriculares que a
fundamentam são divididos por campos de experiência e não por áreas de
conhecimento como nas outras etapas da Educação Básica.
Nesse sentido, a Educação Física está integrada aos cinco campos de
experiência apresentados, porém, nesse contexto de organização por campos de
experiência, a especificidade da Educação Física não fica evidenciada. Percebe-
se uma maior aproximação com o campo de experiência "corpo, gestos e
movimentos", apesar dos objetivos de aprendizagem não especificarem os
conteúdos de ensino da cultural corporal de movimento, apresentando-os de
forma generalizada. Configuram como objetivos de aprendizagem, nesse campo
de experiência, que a criança em diversos tipos de atividades possa estabelecer
relações e se expressar corporalmente com o mundo físico e sociocultural, que ela
possa conhecer e explorar suas potencialidades corporais, diferentes objetos
materiais e espaços com consciência e autonomia (BNCC/BRASIL, 2018).
Sabe-se que a BNCC define os conhecimentos que são essenciais e
comuns para serem desenvolvidos com equidade em toda a Educação Básica, ou
seja, que ela norteia as aprendizagens visando garantir os conteúdos mínimos de
20

ensino para todos os alunos (BNCC/BRASIL, 2018). Ao analisar a proposta da


BNCC para o componente de Educação Física no Ensino Fundamental observa-
se que ela se fundamenta nas práticas corporais desenvolvidas de acordo com as
diversas manifestações da cultura corporal de movimento. Ocorre que, nem
mesmo nessa etapa da Educação Básica, considerando a sua relevância
2
histórico-cultural, os conteúdos de ensino das Atividades Circenses não foram
contemplados.
Sendo a BNCC um documento que deve ser, rigorosamente, levado em
consideração para a elaboração do currículo, essa proposição que dele decorre,
de tornar implícito o reconhecimento das práticas corporais circenses entre os
conteúdos da cultura corporal de movimento, influencia, de forma significativa, a
elaboração de propostas de organização e estruturação curricular do componente
Educação Física, tanto nas esferas estaduais, quanto municipais. Nesse sentido,
defende-se a importância de que as Atividades Circenses estivessem incluídas na
BNCC.
Acrescenta-se ainda o fato de que a partir do Ensino Fundamental, o
conhecimento é abordado nos moldes disciplinares, o que gera uma
descontinuidade ou por que não uma ruptura em relação aos pressupostos que
orientam a Educação Infantil, cujo foco central é a integralidade da educação.
Sendo assim, o que pode ser ensinado na Educação Infantil sobre essas práticas?
Há uma escassez na produção literária em relação às implicações
pedagógicas da Educação Física na área da Educação Infantil (GARANHANI,
2002), não sendo raro, entre os poucos trabalhos que são publicados, uma ênfase
para o desenvolvimento motor da criança na faixa etária que integra esse ciclo de
ensino. Para Simão (2005) “[...] publicações recentes têm ainda enfatizado a
função da Educação Física na Educação Infantil como “auxiliadora” na
alfabetização” (p. 167).
Sendo o planejamento uma ferramenta que subsidia o trabalho do
professor, a organização e seleção dos conteúdos a serem trabalhados nas aulas
de Educação Física revelam-se significativos para que as mesmas sejam

2
Nesse sentido, considera-se que as Atividades Circenses são uma gama de práticas corporais,
ancestrais, que para além de malabarismos, equilíbrios e expressividade, envolvem e favorecem a
imaginação, o conhecimento e comportamentos de cooperação e coletividade, ou seja, geram
ações pedagógicas construtivas para serem concretizadas no processo de ensino e aprendizagem.
21

potencializadas com propósitos pedagógicos fundamentados e com um efetivo


compromisso e coerência por parte do professor na elaboração de suas
atividades. Nesse contexto, a problemática da pesquisa emerge a partir do
seguinte questionamento: Mas e se pensarmos a partir da perspectiva da cultura
corporal de movimento, como podem ser desenvolvidos esses conteúdos?
Darido (2005) ao fazer referência aos conteúdos, declara que estes
compreendem: “conceitos, ideias, fatos, processos, princípios, leis científicas,
regras, habilidades cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão
e aplicação, hábitos de estudo, de trabalho, de lazer e de convivência social,
valores, convicções e atitudes” (p. 65).
Segundo Rangel et al. (2010) os conteúdos/conhecimentos de que tratam a
cultura corporal de movimento passaram por muitas transformações e
ressignificações, sendo selecionados de acordo com a época vivida e a cultura a
qual estão inseridos. Para serem desenvolvidos na escola, ou seja, transmitidos
aos alunos devem ser sistematizados e nessa perspectiva, o componente
curricular Educação Física é que pode tornar possível o acesso a essa cultura
corporal de movimento. “Podemos dizer também que não é qualquer atividade
corporal que se enquadra nesses conhecimentos, mas sim aquela capaz de ser
pedagogicamente justificada” (p. 18).
É importante acrescentar que Soares et al. (1992) alertam sobre os
elementos ligados à cultura corporal de movimento que não podem ser deixados
de lado “[...] exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas,
exercícios ginásticos, esporte, malabarismos, contorcionismo, mímica e outros”
(SOARES et al., 1992, p. 38). Nessa perspectiva, reafirma-se a relevância e
legitimidade das Atividades Circenses, na compreensão de que enquanto
componente da cultura corporal de movimento, além de promoverem o
desenvolvimento integral da criança, favorecerem o imaginário infantil e o
enriquecimento dos diferentes conhecimentos pedagógicos bem como a
capacidade de promoção do resgate e apreciação da cultura circense, se
caracterizam como um conjunto de saberes relevantes que legitimam sua prática
pedagógica no contexto educativo.
Diante do exposto, a elaboração dessa pesquisa justificou-se pois:
22

✔ Observa-se uma escassez na produção literária que contemple


práticas pedagógicas da Educação Física na Educação Infantil e
colabore efetivamente com o professor em sua atuação;

✔ Existe a necessidade de se ampliar os conhecimentos sobre os


conteúdos de ensino da Educação Física na Educação Infantil;

✔ Os conteúdos da cultura corporal de movimento que podem ser


ensinados nas aulas de Educação Física são pouco tratados na
Educação Infantil;

✔ As Atividades Circenses enquanto componente da cultura corporal


de movimento contribuem para a consolidação do princípio norteador
da Educação Infantil, a formação integral da criança.

1.1 Objetivo

O Objetivo da presente dissertação foi analisar a implementação de uma


Unidade Didática para o ensino de Atividades Circenses nas aulas de Educação
Física na Educação Infantil.

1.2 Delineamento da Dissertação

Esta pesquisa é apresentada por meio da elaboração de um artigo,


conforme o modelo denominado Escandinavo ou Alternativo para estudos
acadêmicos e apresenta os seguintes elementos:

Quadro 1 – Modelo Escandinavo da Pesquisa


Elementos Pré-textuais Obrigatórios e opcionais.

Introdução Geral: apontando o questionamento e a justificativa


para a realização da pesquisa; Objetivo; Estrutura da Dissertação.
Elementos textuais
Artigo: cuja estrutura de texto, em língua portuguesa, é composta
por: um título, resumo (apenas em português), introdução,
método, resultados e discussão e considerações finais

Elementos pós-textuais Obrigatórios e opcionais.


Fonte: Elaborado pela autora (2019).
23

Algumas adequações, bem como a produção de um ou mais artigos, podem


variar de acordo com: as normas estabelecidas pelos programas de pós-
graduação; com a concepção/necessidade do trabalho; com a concordância
simultânea do orientador e do orientado; com as considerações da própria banca
(CECOTTI, 2015; RUFINO, 2015; NASSI-CALÒ, 2016).
Nesse sentido, algumas pesquisas já foram apresentadas em programas de
Pós-Graduação da UNESP de Rio Claro/SP (Doutorado e Mestrado), sendo
desenvolvidas em estruturas semelhantes, como alguns exemplos a seguir:
Trevisan (2016), Dias (2016), Ferreira (2017), Cagliari (2018), Guimarães (2019),
entre outros.
No Artigo Atividades Circenses na Educação Física Escolar: uma proposta
para a Educação Infantil, buscou-se apresentar a fundamentação teórica para a
elaboração da UD de Atividades Circenses, sua implementação nas aulas de
Educação Física em uma turma de 2.ª etapa da Educação Infantil e a avaliação
das implicações decorrentes do seu ensino, sendo a abordagem metodológica
presente no artigo descrita resumidamente a seguir:

Quadro 2 – Abordagem do artigo


ARTIGO - ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA PROPOSTA
PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Abordagem Qualitativa

Etapa Método Técnica Instrumento

Coleta de Dados Pesquisa Participante Participação Observante Diário de Campo

Análise dos Codificação Simples Formação indutiva de


Dados categorias
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
24

2 ARTIGO: ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:


UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

2.1 Introdução

Assim como a regulamentação legal da Educação Infantil, a inserção da


Educação Física enquanto componente curricular obrigatório em toda a Educação
Básica a partir da sua primeira etapa, é recente e percorreu um longo processo
educativo, histórico, político e social (LDB/BRASIL, 1996). Apesar do
reconhecimento da importância do movimento para a formação da criança, a
transferência e sistematização dos conhecimentos da Educação Física para o
âmbito educacional infantil surge na década de 1970, principalmente nas
instituições privadas como um diferencial em relação às instituições públicas
(SAYÃO, 1999).
Nos documentos oficiais que norteiam a Educação Infantil não se encontra
uma referência direta à Educação Física e seus conteúdos específicos como
conhecimento escolar. Entretanto, com vistas ao desenvolvimento integral da
criança, eles estabelecem nos eixos estruturantes e objetivos de aprendizagem
que, através das interações, das brincadeiras e do movimento (o qual constitui-se
uma linguagem do desenvolvimento e da cultura humana) elas possam conhecer,
relacionar, explorar e expressar-se corporalmente e com o mundo físico e
sociocultural (RCNEI/BRASIL, 1998; DCNEI/BRASIL, 2013; BNCC/BRASIL, 2018).
Para Basei (2008):

[...] ao falarmos da Educação Física na Educação Infantil, estamos num


campo de discussões, de debates e reflexões, que ainda é marcado pela
escassez de produções teóricas, de pesquisas e de estudos que
contribuam para a legitimação da aula e do professor de Educação Física
neste nível da educação básica (p. 11).

Segundo Garanhani (2002) a Educação Física na Educação Infantil deve


apresentar uma concepção que “valorize e sistematize o movimento corporal da
criança, no seu processo de apropriação da cultura e na construção do seu
pensamento” (p. 108), ou seja, os estudos nessa área devem abordar e orientar
para o ensino dos conhecimentos social e culturalmente construídos e traduzidos
nas diferentes formas de linguagem, entre elas a corporal. Por isso, é relevante a
25

atuação do professor de Educação Física, cuja formação e conhecimentos


próprios lhe permite alcançar tais objetivos por meio de propostas pedagógicas
ligadas à cultura corporal de movimento.
Entende-se que a cultura corporal de movimento, da qual a Educação
Física se apropria e sistematiza práticas para ensinar na escola, integra a
diversidade cultural construída pelo ser humano ao longo de sua existência, e que
as Atividades Circenses sendo um componente dessa cultura apresentam uma
riqueza de conteúdos possíveis de serem explorados com finalidades educativas,
no contexto educacional, contribuindo para a formação integral do ser humano.
Atualmente, para além das lonas e do picadeiro, as Atividades Circenses
são encontradas em diversos espaços e com diferentes finalidades, quer seja em
uma academia como prática esportiva, em um hospital como prática terapêutica,
em recintos de festas como entretenimento seja infantil, baladas ou raves ou nas
escolas enquanto prática educacional, constituindo-se o saber circense como
manifestação cultural da humanidade (DUPRAT, 2007; DUPRAT; BARRAGÁN;
BORTOLETO, 2017).
No âmbito escolar, ainda que timidamente, também é possível encontrá-las
como conteúdo das aulas de Educação Física. Para Vendruscolo (2009, p. 732) “a
cultura corporal juntamente com propostas metodológicas diferenciadas, como no
caso da arte circense, possibilita uma gama de situações criativas e importantes
para o crescimento e desenvolvimento global das crianças”.
Pelo potencial educativo que as Atividades Circenses podem ter na
formação dos alunos e por considerá-las manifestação da cultura corporal de
movimento, Duprat (2007) defende a sua inclusão no contexto educacional formal,
considerando-as como um conteúdo apropriado do componente curricular da
Educação Física. A Atividade Circense promove uma diversidade de movimentos
e despertam sensações, oportuniza ao aluno relacionar-se com seu próprio corpo
e com os demais, proporciona uma grande diversidade de experiências motoras e
vivências corporais únicas de expressão, criatividade, cooperação, encantamento,
expressão, magia e perigo (DUPRAT, 2007).
Pela variedade de Atividades Circenses que podem ser ensinadas e devido
à facilidade de sua adaptação para práticas pedagógicas adequadas ao ambiente
escolar, as vivências em Atividades Circenses podem ser oportunizadas a todos
26

os alunos, viabilizando possibilidades de movimento, conhecimentos e valores que


resultem em experiências satisfatórias.
Existem diferentes classificações das modalidades circenses, algumas
tomam como referência a especificação realizada pelo CNAC da França que
agrupam as técnicas do circo em: equilíbrio, atividades aéreas, acrobacia,
manipulação e ator de circo; outras são agrupadas de acordo com o tamanho do
material utilizado em: modalidades com materiais de tamanho grande, de tamanho
médio, de tamanho pequeno e sem materiais (DUPRAT, 2007). Uma última que,
baseada nas classificações anteriores e tendo em vista uma maior adaptação no
espaço escolar, classificam-nas por unidades didático pedagógicas, evidenciando
as ações motoras gerais envolvidas (DUPRAT; BARRAGÁN; BORTOLETO,
2017).
Tendo como base esse referencial teórico que propõe a classificação das
modalidades circenses por unidades didático-pedagógicas e, buscando selecionar,
flexibilizar e adaptar os conteúdos e os materiais para a Educação Infantil foram
elaborados os 12 planos de aulas constitutivos de uma Unidade Didática3 de
Atividades Circenses, a qual originou o Material Didático do Produto Educacional,
parte integrante dessa dissertação (APÊNDICE D). O objetivo desse estudo,
portanto, foi analisar a implementação de uma Unidade Didática para o ensino de
Atividades Circenses nas aulas de Educação Física da Educação Infantil.

2.2 Percurso Metodológico

O presente estudo é de natureza qualitativa, com referencial teórico na


Pesquisa Participante. Segundo Rodrigues e Limena (2006) a pesquisa qualitativa
não se utiliza de dados e mensurações numéricos para representar
estatisticamente os resultados, preocupando-se com os aspectos da realidade que
não podem ser quantificados. “Por meio da abordagem qualitativa o pesquisador
tenta descrever a complexidade de uma determinada hipótese, analisar a

3
Considera-se como sendo a unidade didática, um conjunto de planos de aulas que são
compostos por atividades estruturadas, numa sequência lógica e organizada, para atingir os
objetivos de aprendizagem que se pretende alcançar no processo de ensino de determinado
conteúdo.
27

interação entre as variáveis e ainda interpretar os dados, fatos e teorias”


(RODRIGUES; LIMENA, 2006, p. 90).
Para Minayo (2002, p. 21-22), a pesquisa qualitativa “[...] trabalha com o
universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes... [...]
que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis”. Nessa
perspectiva, quando utilizamos como método de investigação a análise qualitativa
estávamos buscando um aprofundamento do conhecimento para a compreensão
do contexto que está sendo analisado:

No universo da escola, a escolha da pesquisa qualitativa permite


descrever a complexidade de determinado problema e compreender e
classificar os processos dinâmicos, as mudanças, as variáveis e
particularidades dos docentes, gestores e alunos que se incluem nesse
contexto (DEL-MASSO; COTTA; SANTOS, 2018, p. 3).

A preocupação de descrever e apresentar a essência da realidade, de se


considerar os aspectos pessoais, são características que tem estado
gradativamente mais evidente nos estudos educacionais, e por essa razão, com o
objetivo de analisar o processo de ensino e aprendizagem de uma dada turma de
escolares, é que essa pesquisa foi realizada dentro da realidade escolar
(BOGDAN; BIKLEN,1994; GRESSLER, 2004).
Uma investigação qualitativa apresenta cinco características principais
definidas por Bogdan e Biklen (1994), sendo elas: a) na investigação qualitativa
buscando uma compreensão esclarecedora do objeto de estudo a fonte direta de
dados é o ambiente natural, constituindo o investigador como o instrumento
principal; b) os dados são analisados de forma minuciosa, intentando-se para que
nenhum dado escape, porém, respeitando-se a forma de registro e transcrição
pelo pesquisador, portanto a investigação qualitativa é descritiva; c) a ênfase do
pesquisador está concentrada mais no processo do que no resultado ou produto
final; d) para a análise dos dados as abstrações são construídas conforme os
dados são recolhidos e agrupados, tendo como tendência portanto uma forma
mais indutiva; e) na abordagem qualitativa o significado tem importância vital para
o pesquisado, valoriza-se a perspectiva atribuída aos participantes e o modo como
interpretam os sentidos.
Nos estudos do tipo Pesquisa Participante, a essência é a interação entre
pesquisador (es) e membros das situações investigadas. A Pesquisa Participante
28

integra e combina investigação social, trabalho educacional e ação, sendo um


método que permite ao pesquisador colocar-se numa conduta de identificação
com os pesquisados, interagindo e participando de forma sistemática e
permanente, ao longo da pesquisa, das suas atividades, seja em comunidades,
grupos ou escolas (GIL, 2002; BRANDÃO; BORGES, 2007; SEVERINO, 2007).
Dessa maneira o pesquisador participa, interage e acompanha todas as
vivências com os participantes; observa as manifestações dos mesmos e as
situações vividas; registra, de modo descritivo, os elementos observados e as
análises e considerações que faz ao longo da participação nessa pesquisa
(SEVERINO, 2007). Diante dos elementos apresentados, acredita-se ser um
método de pesquisa possível de ser desenvolvido no âmbito escolar.
A Pesquisa Participante origina-se sobre um olhar da sociedade investigada
e partindo da realidade concreta da vida dos participantes, em suas diferentes
dimensões e interações com o meio em que vivem. Deve ser desenvolvida em
quatro etapas: (a) montagem institucional e metodológica, (b) estudo preliminar da
população investigada, (c) análise crítica dos problemas que serão investigados e
(d) programa de ação e aplicação de um plano de ação (GIL, 2002; BRANDÃO;
BORGES, 2007).
Para essa pesquisa as quatro etapas serão retratadas, na respectiva
ordem, porém com uma adaptação das características citadas anteriormente: a)
Universo da pesquisa, aspectos éticos, instrumento e coleta de dados; b)
Participantes; c) Elaboração da UD; d) Planejamento anual de ensino e
implementação da UD.

2.2.1 Universo da Pesquisa

A pesquisa foi realizada em uma Escola Pública de Educação Infantil da


Rede Municipal de Ensino de Santa Rosa de Viterbo, Estado de São Paulo. A
unidade escolar está localizada na região central da cidade e sob jurisdição da
Secretaria Municipal de Educação, sendo a população escolar atendida originária
de famílias de renda mensal baixa, média e alta. Tem em seu Projeto Político
Pedagógico o objetivo de “levar a criança a explorar e descobrir todas as
29

possibilidades do seu corpo, dos objetos, das relações, do espaço e através disso,
desenvolver a sua capacidade de observar, descobrir e pensar” 4 .
Inaugurada em junho de 1972, essa foi a primeira Escola de Educação
Infantil do município, sendo que a professora/pesquisadora iniciou sua vida
escolar, na infância, nessa instituição de ensino no ano de 1978.
No ano de 2019 a unidade escolar atendia na Educação Infantil,
aproximadamente 200 alunos regularmente matriculados para o período integral e
para o período parcial (matutino e vespertino), sendo a única da rede Municipal de
Ensino que atende alunos provenientes da zona rural do município, no período
matutino. A distribuição dos alunos por classe e série obedece ao critério da idade
cronológica, por meio da qual são organizados em classes correspondentes:
Maternal (3 anos de idade), 1.ª etapa (4 anos de idade) e 2.ª etapa (5 anos de
idade).
As aulas de Educação Física são oferecidas para todas as etapas, sendo a
carga horária da disciplina de duas aulas por semana, de 50 minutos cada e em
dias diferentes, dentro da grade curricular. Para as aulas de Educação Física, a
estrutura da escola engloba: um pátio coberto, uma área cimentada e descoberta,
uma área gramada, uma área de areia e amplo espaço gramado e arborizado com
vários jardins e um playground (com escorregador, balanços, gira-giras, túnel de
pneus, entre outros elementos). Dispõe-se de um local próprio para os materiais
de Educação Física que não são poucos: bolas de borracha coloridas e de
tamanhos variados, bolas de tênis, petecas, raquetes de plástico pequenas, cones
coloridos, coletes coloridos, bambolês coloridos e de tamanhos variados, traves de
equilíbrio, suportes de elevação, cordas de sisal e cordas emborrachadas
pequenas e grandes, jogos de boliche, bastões de madeira, jogos de figuras
geométricas, túneis de lona coloridos, colchonetes, mini tabelas de basquete,
minis gols, entre outros.
Mediante o fato de a professora/pesquisadora estar cursando um Mestrado
Profissional, por integrar o quadro docente efetivo da Unidade Escolar,
ministrando aulas de Educação Física desde o ano de 2014 e somando-se a isso
a sua memória afetiva sobre sua infância escolar, tornou-se substancial, a escolha
deste local, para a realização da pesquisa.

4
Por motivo de sigilo, o nome da Unidade Escolar não será explicitado.
30

2.2.2 Aspectos Éticos

Este estudo foi submetido e aprovado, pelo Comitê de Ética em Pesquisas


em Seres Humanos do Instituto de Biociências da UNESP de Rio Claro/SP
mediante o protocolo CAAE nº 04986818.5.0000.5465, com o parecer de
aprovação de número: 3.147.661 (ANEXO B).
Em reunião na Unidade Escolar todos os pais ou responsáveis legais pelos
participantes receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) – (APÊNDICE A) contendo todas as informações e
esclarecimentos sobre a pesquisa.

2.2.3 Instrumento

O instrumento para a coleta/construção de dados utilizado foi o Diário de


Campo, no qual anotações foram realizadas no final de cada aula da UD
implementada. Segundo Triviños (1987), que utiliza a denominação anotações de
campo, a mesma:

[...] pode ser entendida como todo o processo de coleta e análise de


informações, isto é, ela compreenderia descrições de fenômenos sociais
e físicos, explicações levantadas sobre as mesmas e a compreensão da
totalidade da situação em estudo (p.154).

Na perspectiva de Neto (2002, p. 64) “quanto mais ricas forem as


anotações nesse diário, maior será o auxílio que oferecerá à descrição e análise
do objeto estudado”. Nesse sentido, elaborou-se uma estrutura/roteiro para o
Diário de Campo (APÊNDICE B) no qual as observações realizadas durante a
aula como também as informações importantes para o desenvolvimento da
pesquisa, ou seja, o processo de ensino das Atividades Circenses e as principais
possibilidades e as dificuldades vivenciadas fossem descritas. Para tanto, os
participantes foram denominados de forma anônima, evitando-se assim possíveis
constrangimentos aos colaboradores da pesquisa.
Segundo Bogdan e Biklen (1994) através do roteiro de observação
elementos significativos realizados nas aulas poderão ser contemplados, como
31

participação dos alunos, mudanças de estratégias de ensino, entre outros


aspectos (BOGDAN; BIKLEN, 1994).

2.2.4 Procedimentos para a Coleta de Dados

Nesta etapa, foram realizadas as anotações no Diário de Campo


(APÊNDICE C), no final de cada aula ministrada, no intuito de registrar o processo
de ensino das Atividades Circenses, enfatizando as principais possibilidades e
também as dificuldades vivenciadas.

2.2.5 Participantes

Os participantes dessa pesquisa foram 20 (vinte) alunos de uma turma da


2.ª etapa (5 anos) da Educação Infantil que estavam matriculados no período
matutino do ano 2019.
Eles foram escolhidos em razão da professora/pesquisadora ter sido a
única a ministrar aulas de Educação Física para essa turma desde que
ingressaram na unidade escolar, no Maternal (três anos de idade). O mesmo não
ocorria com as outras duas turmas de 2.ª etapa (cinco anos de idade) que a
professora/pesquisadora acompanhava, pois em etapas anteriores as aulas foram
ministradas por outros professores de Educação Física que integram o quadro da
rede pública de ensino.
Os alunos participaram da pesquisa no momento de suas respectivas aulas
de Educação Física.

2.2.6 Elaboração da UD

Buscando viabilizar o desenvolvimento da pesquisa, seguindo uma


classificação baseada no referencial teórico proposto por Duprat, Barragán e
Bortoleto (2017) - (ANEXO A), foi elaborada uma UD de Atividades Circenses
(Quadro 3), constituída por 12 (doze) planos de aulas que originaram o Material
Didático do Produto Educacional que integra essa dissertação (APÊNDICE D),
32

onde os conteúdos selecionados e os materiais utilizados foram flexibilizados e


adaptados para a faixa etária da turma de 2.ª etapa da Educação Infantil (5 anos).
Alguns elementos da UD estão presentes no ensino de diversos conteúdos
da cultura corporal de movimento. Assim, embora algumas vivências como por
exemplo, o rolamento, os lançamentos e os equilíbrios, tenham sido realizados
com a referida turma, em etapas/anos anteriores (no ensino do conteúdo de
ginástica, por exemplo) pela primeira vez, por ocasião do desenvolvimento desta
pesquisa é que foram ensinados no conteúdo das Atividades Circenses.

Quadro 3 – Unidade Didática de Atividades Circenses adaptada para a faixa


etária da 2.ª etapa da Educação Infantil.

Unidades didático Blocos temáticos Modalidades Adaptações/


pedagógicas Circenses Instrumentos

Tule
Manipulações De objetos Malabarismos Barangandã
Prato chinês
(feltro)
Equilíbrio do corpo em
movimento Perna de pau Pé de lata
Equilíbrio sobre
objetos
Equilíbrio do corpo em Prancha de
superfícies instáveis Corda bamba equilíbrio e
Slackline
Ponte, Vela,
Paraquedas,
Individuais Solo Avião e
Cambalhota para
Acrobacias frente.

Algumas poses
Grupo Duplas, trios e quartetos adaptadas para
seis apoios

Encenação Palhaço Diferentes técnicas e Fantasias e


estilos brincadeiras de
imitações
Fonte: Adaptado de DUPRAT, BARRAGÁN E BORTOLETO (2017).

2.2.7 Planejamento Anual de Ensino e Implementação da UD

Para a execução do estudo, com o objetivo de evitar déficit de outros


conteúdos a serem trabalhados durante o ano letivo de 2019, foi incluído no
planejamento anual da disciplina de Educação Física o conteúdo de Atividades
33

Circenses. Julga-se relevante ressaltar que, tanto para a inclusão no planejamento


anual quanto para a execução, a UD de Atividades Circenses estava em
concordância com o Projeto Político Pedagógico da unidade escolar.
A implementação ocorreu durante o primeiro semestre do ano letivo de
2019, com início no mês de abril (fim do primeiro bimestre) e término em maio
(início do segundo bimestre) sendo 11 aulas ministradas pela
professora/pesquisadora de Educação Física, com exceção de 01 aula, cujo tema
foi o equilíbrio sobre objetos: do corpo em superfícies instáveis, cuja a proposta foi
simular a corda bamba. Essa aula foi ministrada por um professor do
Departamento de Esporte do Município, que possuía o equipamento slackline,
conhecimento e experiência necessários para proporcionar a vivência, a convite
da professora/pesquisadora da Unidade Escolar. Nos contatos com o professor
convidado, que antecederam a aula, foi-lhe apresentado o plano de ensino e a
única alteração sugerida por ele foi de que a vivência na corda bamba
acontecesse no tanque de areia da escola.
As aulas propostas, na maioria das vezes, foram estruturadas em três
momentos: (1) roda de conversa inicial: para introduzir ou relembrar os conceitos e
as atividades vivenciadas, levantar o conhecimento prévio dos alunos e apresentar
o tema da aula do dia; (2) desenvolvimento da aula: no qual oportunizava-se o
envolvimento com o tema através a exploração do material (ou até mesmo a sua
construção), proporcionavam-se vivências e atividades como: coreografia,
estafeta, corrida de revezamento, pega-pega etc. (que variavam de acordo com o
tema da aula); (3) roda de conversa final: para discutir, refletir e compreender as
percepções dos alunos sobre suas experiências durante a aula. Destaca-se que
essa estrutura metodológica de aula emana da própria prática pedagógica da
professora/pesquisadora, motivo pelo qual optou-se por mantê-la.

2.2.8 Procedimentos para a Análise de Dados

Segundo Bogdan e Biklen (1994) os dados são os materiais que os


pesquisadores recolhem/produzem no seu campo de estudo. Os dados
construídos foram tratados por meio da análise de categorias de codificação -
codificação simples - e foram consideradas cada uma das três etapas básicas
34

para o processo de análise que foram definidos pelos referidos autores: leitura dos
documentos, codificação dos materiais e categorização.
Inicialmente foi realizada uma leitura minuciosa de todos os dados
coletados das aulas no diário de campo, possibilitando uma identificação inicial em
relação aos diferentes materiais. Em seguida foi realizado o procedimento de
etiquetagem das observações, onde buscou-se encontrar a frequência dos
códigos em relação ao objetivo da pesquisa.
Para tanto, o Diário de Campo foi submetido a quatro fases de análise dos
dados (categorização), visando chegar à lista de códigos finais: iniciando com a
transcrição do Diário de Campo (fase 1) e passando pelo processo de lapidação
(fases 2, 3 e 4), conforme o recorte do exemplo da aula 4 de tema Manipulação de
Objetos (APÊNDICE C), onde trabalhou-se o equilíbrio de objetos com o material
adaptado para o prato chinês.

Quadro 4 – Fases da Codificação - Diário de Campo

Codificação Aula 4 (manipulação – prato chinês)

Algumas crianças 07, 08, 10 e 15, apresentaram mais dificuldade na manipulação


do prato chinês com a utilização da cavilha do que com os dedos das mãos,
Fase 1 porém a maioria apresentou dificuldade em manipular o prato chinês e andar
durante a realização da estafeta, entretanto a dificuldade não diminuiu a
motivação e a participação desses alunos durante a aula.

Algumas crianças apresentaram mais dificuldade na manipulação do prato chinês


com a utilização da cavilha do que com os dedos das mãos, porém a maioria
Fase 2 apresentou dificuldade em manipular o prato chinês e andar durante a realização
da estafeta, a dificuldade não diminuiu a motivação e a participação.

Algumas apresentaram mais dificuldade na manipulação com a utilização da


Fase 3 cavilha do que com os dedos das mãos, a maioria dificuldade em manipular o
prato chinês e andar, dificuldade não diminuiu a motivação e a participação.

Dificuldade na manipulação com a utilização da cavilha do que com os dedos das


Fase 4 mãos, maioria dificuldade em manipular o prato chinês e andar.

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Destaca-se que na última (fase 4) apresenta-se a relação dos códigos


finais, aos quais foram atribuídos números e cores para facilitar a visualização
durante a codificação dos materiais, conforme o quadro a seguir:
35

Quadro 5 – Lista de Códigos do Diário de Campo

Diário de Campo

1. Conhecimento sobre o circo


2. Relação com o espetáculo que assistiram
3. Compreensão da classificação das atividades circenses
4. Dificuldade de relacionar o conhecimento manifestado
5. Participação dos alunos
6. Frequência dos alunos
7. Viabilidades no ensino e realização das atividades circenses
8. Envolvimento dos alunos
9. Dependência dos alunos da intervenção do professor
10. Dificuldades e limitações na realização das atividades circenses
11. Soluções para superar as dificuldades encontradas na realização das atividades
12. Agitação dos alunos
13. Atitudes dos alunos
14. Imprevisibilidade para aplicação das aulas
15. Soluções para os imprevistos.
16. Possibilidades do uso de materiais adaptados
17. Relação custo benefício
18. Construção dos materiais
19. Importância da segurança na aplicação do conteúdo
20. Importância do tempo/quantidade de aulas
21. Importância do local/espaço da aula
22. Interferência do clima
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Para o Diário de Campo foram encontrados 22 códigos, sendo que para a


última etapa de análise dos dados (categorização) foi realizado o agrupamento
dos códigos de acordo com suas similaridades. Desse modo, as unidades de
códigos foram agrupadas em quatro categorias conforme apresenta-se no quadro
abaixo:

Quadro 6 – Categorias de Análise com os respectivos códigos

Saberes Saberes Corporais Saberes Atitudinais Implementação da


Conceituais sobre das Atividades presentes nas UD de Atividades
as Atividades Circenses Atividades Circenses Circenses:
Circenses possibilidades e
limitações

1. Conhecimento 9. Dependência dos 5. Participação dos 7. Viabilidades no


sobre o circo. alunos da intervenção alunos. ensino e realização
2. Relação com o do professor. 6. Frequência dos das atividades
espetáculo que 10. Dificuldades e alunos. circenses.
assistiram. limitações na 8. Envolvimento dos 14. Imprevisibilidade
3. Compreensão da realização das alunos. para aplicação das
classificação das atividades circenses. 12. Agitação dos aulas.
atividades circenses. 11. Soluções para alunos. 15. Soluções para os
4. Dificuldade de superar as 13. Atitudes dos imprevistos.
relacionar o dificuldades alunos. 16. Possibilidades do
36

conhecimento encontradas na uso de materiais


manifestado realização das adaptados.
atividades. 17. Relação custo
benefício.
18. Construção dos
materiais.
19. Importância da
segurança na
aplicação do
conteúdo.
20. Importância do
tempo/quantidade de
aulas.
21. Importância do
local/espaço da aula.
22. Interferência do
clima.
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Na primeira categoria, “Saberes Conceituais 5 sobre as Atividades


Circenses”, serão apresentados os resultados relacionados à compreensão dos
conceitos, fatos, ideias e informações sobre o Circo e as Atividades Circenses. Na
segunda categoria, “Saberes Corporais das Atividades Circenses” serão descritas
e analisadas as experiências concebidas por meio das vivências corporais
proporcionadas com a realização das Atividades Circenses. Na terceira categoria,
“Saberes Atitudinais presentes nas Atividades Circenses” serão indicados os
valores e atitudes, originados nas vivências das práticas corporais das Atividades
Circenses. Finalizando, a quarta categoria “Implementação da UD de Atividades
Circenses: possibilidades e limitações” apresentará as possibilidades e limites
relacionados à elaboração e implementação da UD de Atividades Circenses na
Educação Infantil.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados serão apresentados nas quatro categorias de análise


encontradas e em suas respectivas subcategorias que resultaram da aglutinação
dos códigos existentes:

5
Durante o programa do Mestrado Profissional, uma das referências apresentadas nas disciplinas
cursadas foi a obra de González e Bracht, (2012) a partir da qual, optou-se por fundamentar as
categorias encontradas de acordo com os saberes conceituais, saberes corporais e saberes
atitudinais.
37

Quadro 7 – Categorias de Análise e Subcategorias

CATEGORIAS DE ANÁLISE SUBCATEGORIAS/CÓDIGOS

3.1 SABERES CONCEITUAIS SOBRE AS (1,2,3 e 4).


ATIVIDADES CIRCENSES

3.2 SABERES CORPORAIS DAS (9, 10 e 11).


ATIVIDADES CIRCENSES

3.3 SABERES ATITUDINAIS PRESENTES (5, 6, 8, 12 e 13).


NAS ATIVIDADES CIRCENSES

3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA UD DE 3.4.1 - Limitações, imprevisibilidades e soluções.


ATIVIDADES CIRCENSES: (14, 15, 19, 20, 21, 22).
POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES
3.4.2 – Recursos e viabilidades (7, 16, 17, 18).

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

3.1 Saberes Conceituais sobre as Atividades Circenses

A primeira categoria refere-se aos saberes relativos aos conhecimentos


adquiridos sobre os aspectos históricos, os fatos, os dados e conceitos relevantes
sobre o Circo, os quais aconteceram em distintos contextos econômicos, sociais e
culturais.
De acordo com González e Bracht (2012) os saberes conceituais “[...]
reúnem as informações, ideias e teorias que nos permitem compreender melhor
os fenômenos em estudo” (p. 57). Portanto, buscou-se nessa categoria, descrever
os saberes conceituais presentes no decorrer do processo de implementação da
UD de Atividades Circenses.
Um dia antes de iniciar as vivências de Atividades Circenses com os alunos
da turma da 2.ª etapa, eles, e as demais etapas da unidade escolar, foram assistir
a um espetáculo de Circo que se encontrava estabelecido na cidade por uma curta
temporada.
38

Figura 1 – Espetáculo de circo

Fonte: Acervo pessoal.

Apesar do espetáculo contar com algumas apresentações diferenciadas,


como shows da “Pepa Pig e sua turma” e do “Homem-Aranha”, os demais
números apresentados eram característicos do “circo tradicional” como os
malabaristas, os equilibristas, os palhaços, os acrobatas e os contorcionistas, os
aéreos de trapézios e tecidos, entre outros. Assim, foi possível identificar as
diferentes manifestações circenses interpretadas pelos artistas brasileiros, pois
segundo Duprat (2007) “[...] o circo incorpora, copia e transforma diferentes
manifestações artísticas e culturais, havendo uma mistura muito grande de
expressões” (p. 97).
Sabe-se que a maioria dos alunos nunca haviam prestigiado ou visto de
perto um espetáculo de circo e que conheciam o universo circense no ambiente
escolar, devido às comemorações do Dia do Circo e do Dia do Palhaço ou de
outros ambientes, através das festas infantis ou programas televisivos infantis.
Tal evento não constava no plano de aulas da UD, porém considera-se que
ele foi uma ação fomentadora, contribuindo significativamente desde o início da
implementação, com o processo ensino aprendizagem. A experiência de ter ido ao
circo foi muito estimulante para os alunos e notou-se que em diversas etapas eles
relacionavam o que estava sendo desenvolvido nas aulas com o espetáculo
assistido, identificando assim as atividades, os movimentos, os materiais com as
39

apresentações e sensações vivenciadas na visita ao circo com a escola, conforme


as anotações no Diário de Campo que podem ser observadas no quadro a seguir:

Quadro 8 – Relação do espetáculo do Circo com as aulas de Atividades


Circenses

Tema da aula: Manipulação/equilíbrio de objetos (prato chinês): “[...] também


exemplificaram, falando de algumas apresentações que assistiram no circo em que foram com a
escola, o equilíbrio de objetos e o equilíbrio sobre objetos ” DIÁRIO DE CAMPO, 10 de abril de
2019).

Tema da aula: Equilíbrio: sobre objetos (corda bamba): “[...] citaram como exemplo a aula
com o pé de lata e também o rolo com a prancha de equilíbrio e as pernas de pau do circo que
foram com a escola” (DIÁRIO DE CAMPO, 17 de abril de 2019).

Tema da aula: Acrobacia Individual “[...] conseguiram identificar as acrobacias que


aconteceram no circo em que foram com a escola ” (DIÁRIO DE CAMPO, 30 de abril de 2019).

Tema da aula: Encenação: “[...] lembraram das brincadeiras que os palhaços do circo em que
foram com a escola realizaram e como ele se divertiram muito com as palhaçadas ” (DIÁRIO DE
CAMPO, 14 de maio de 2019).

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Com a finalidade de identificar os saberes e experiências que os alunos


possuíam sobre a temática do Circo ou de qualquer outra perspectiva ligada a ele
e sobre o que eles reconheciam como parte do universo circense, no primeiro dia
da implementação da UD de Atividades Circenses, foi realizado um mapeamento
inicial, através da elaboração de um cartaz. Construído coletivamente, cada aluno
escolheu uma figura, dentre várias, que identificavam como pertencente ao
universo circense para compor o cartaz.
40

Figura 2 – Conhecendo o circo (cartaz)

Fonte: Acervo pessoal.

Pode-se observar que, de acordo com as imagens escolhidas pelos alunos,


a maioria deles já possuía um conhecimento prévio sobre a temática do circo,
assim realizaram a identificação segundo o personagem do Circo ou a modalidade
circense e as relacionavam com o espetáculo que assistiram:

“As crianças 01, 03, 05, 06, 09, 10, 14 e 16 que escolheram imagens
relacionadas às atividades circenses também relacionaram a escolha
com o espetáculo de circo que assistiram” (DIÁRIO DE CAMPO, 02 de
abril de 2019).

Porém, alguns alunos, por mais que demonstrassem ter conhecimentos


sobre o universo circense, para a elaboração do cartaz escolheram figuras cujas
imagens tinham relação com a ginástica artística, ginástica rítmica, dança, balé ou
aparelhos. Quando questionados, o argumento para suas escolhas também as
vinculavam com o personagem ou com o espetáculo de circo assistido
anteriormente:

“A criança 13, que escolheu a imagem da ginástica artística com argolas,


disse que no circo tinha um homem forte que ficava num balanço no alto
e balançava segurando uma mulher” (DIÁRIO DE CAMPO, 02 de abril de
2019).

Percebe-se que, tal fato decorre da similaridade de alguns elementos e


características presentes tanto para o ensino das Atividades Circenses quanto
para o ensino de outros conteúdos da cultura corporal de movimento, como por
41

exemplo a Ginástica, que já havia sido desenvolvida com os alunos dessa turma
em anos anteriores. Entretanto, destaca-se que, apesar desses elementos
corporais similares e da relação estabelecida entre as Atividades Circenses e a
Ginástica, o caráter lúdico de uma se contrapõe ao caráter disciplinar da outra
(DUPRAT, 2007; FRANCO, 2011).
Outro aspecto relacionado a esse conhecimento, foi a contextualização de
como o Circo era antigamente e de como se apresenta nos dias atuais. Sendo as
Atividades Circenses parte da cultura corporal de movimento, no intuito de
aperfeiçoar o processo ensino aprendizagem, deve-se sempre incorporar e
considerar o ambiente em que elas se originaram e as transformações pelas quais
passaram, pois “[...] nada justifica uma abordagem amputada e
descontextualizada” (BORTOLETO, 2011, p. 46).
Desse modo, pediu-se para que os alunos conversassem em casa com
seus familiares sobre o Circo e realizassem um desenho do que descobriram. De
maneira geral, os alunos:

“Relataram que conversando em casa, descobriram que o circo


antigamente era um pouco diferente, tinha animais como leão, macaco,
cavalo” (DIÁRIO DE CAMPO, 03 de abril de 2019).

Em conversas individuais com os alunos sobre seus desenhos e


descobertas, verificou-se a presença de vários elementos do universo do Circo,
não somente os externos (a lona, a tenda e a bilheteria), como também os
internos que compõem o espetáculo circense (globista, homem-bala, domador,
trapezista, equilibrista, malabarista, palhaço e apresentador) além de alguns
equipamentos (bolas de malabares, corda bamba, prato chinês, trapézio, canhão e
o globo da morte).
A seguir, serão apresentados alguns desenhos, realizados pelos alunos,
que expressam os conhecimentos por eles adquiridos:
42

Figura 3 – Desenho do aluno 04 Figura 4 – Desenho do aluno 07

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 5 – Desenho do aluno 08

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 6 – Desenho do aluno 12

Fonte: Acervo pessoal.


43

Como relatado anteriormente, a maioria dos alunos nunca havia conhecido


ou visto de perto um espetáculo de Circo, portanto, acredita-se que essa
complexidade de elementos presente nos desenhos se deu em razão da vivência
proporcionada ao assistirem a um espetáculo de Circo, além do diálogo
estabelecido em âmbito familiar, que viabilizou novas descobertas e
compreensões em relação ao universo circense.
Vasques (2017) observou que, as representações dos desenhos das
turmas de crianças de 3 e 4 anos, ocorridas no momento inicial da proposta
pedagógica de Atividades Circenses ou eram abstratas ou evidenciavam os
aspectos externos do Circo “[...] talvez pela possível falta de conhecimento das
atividades circenses tendo em vista que nem toda criança havia estado em um
circo, conhecendo-o assim apenas pelo lado externo” (p. 35). Porém no momento
final, as representações dos desenhos tornaram-se mais elaborados e com mais
elementos circenses, além da lona, também os personagens do Circo e os
“elementos chave” como cartola, bolas de malabares o que “[...] se traduziu em
uma possível consciência e internalização dos elementos circenses” (VASQUES,
2017, p. 77).
Com o decorrer da implementação da UD de Atividades Circenses,
conforme as aulas tematizadas iam se desenvolvendo, constatou-se uma melhor
compreensão e entendimento por parte dos alunos em relação aos conceitos e
terminologias aplicados, às características das ações motoras envolvidas nas
diferentes Atividades Circenses, aos sentidos e significados existentes por trás de
cada gesto e cada movimento.
Em relação ao processo de ensino e aprendizagem, através dos diálogos e
reflexões que aconteciam em aula, houve uma construção com os alunos do
conhecimento, para além das inúmeras possibilidades de movimento corporal que
as Atividades Circenses oportunizaram. De maneira simples e com suas próprias
palavras, os alunos expressavam a compreensão, o entendimento que tinham
sobre os elementos conceituais do Circo, conforme destaca-se abaixo:

Quadro 9 – Saberes Conceituais sobre as Atividades Circenses

Malabarismo “é quando jogamos uma coisa numa mão para outra e não deixamos cair” (DIÁRIO
DE CAMPO, 03 de abril de 2019.
44

Equilíbrio de objetos (criança 18) “quando o pai dele gira a bola no dedo ele faz um equilíbrio”;
(criança 13) “quando equilibramos uma coisa não podemos deixar cair no chão, porque se cai é
que não conseguimos equilibrar” (DIÁRIO DE CAMPO, 10 de abril de 2019.

Equilíbrio sobre objetos: “perguntou se alguém sabia o que era necessário ter para andar no
slackline, algumas crianças responderam o equilíbrio, quando perguntou se conheciam algo
parecido com o slackline prontamente uma criança (13) disse: corda bamba! ” (DIÁRIO DE
CAMPO, 17 de abril de 2019).

Acrobacia: (criança 14) “são as pessoas elásticas”; (criança 16 disse) “que são as pessoas fortes
que sobem em cima do outro e fazem mortal” (DIÁRIO DE CAMPO, 30 de abril de 2019).

Acrobacias em grupo: (crianças 10, 13, 16 e 19) “as poses que as pessoas fazem com mais
pessoas”; (criança 14) “fica igual uma pirâmide um em cima do outro” (DIÁRIO DE CAMPO, 07 de
maio de 2019).

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Evidencia-se que, esses diálogos estabelecidos pelos alunos não ficavam


restritos às rodas de conversa iniciais e finais. A exemplo disso, observou-se que
durante as aulas em que foram exibidos vídeos infantis com o tema do circo, eles
procuravam expressar suas percepções sobre o universo circense: conseguiam
reconhecer as atividades e os materiais de malabarismos e equilíbrios que já
haviam sido vivenciadas e até mesmo identificavam alguns elementos das
atividades circenses que não tinham sido, por eles, experimentados.
Por fim, em uma última atividade realizada com os alunos, buscou-se
analisar os conhecimentos adquiridos ou aprofundados, sobre os elementos
conceituais circenses que foram desenvolvidos no decorrer da implementação da
UD.
Foram impressas imagens dos alunos, as quais foram realizadas durante as
vivencias circenses proporcionadas nas aulas e a proposta foi de que através
delas, eles realizassem o reconhecimento, a organização e a classificação das
Atividades Circenses, por meio da elaboração dos cartazes de Malabarismos,
Equilíbrios, Acrobacias e Encenação.
45

Figura 7 – Cartaz de Malabarismo Figura 8 – Cartaz de Equilíbrio

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 9 – Cartaz de Acrobacias Figura 10 – Cartaz de Encenação

Fonte: Acervo pessoal.

Verificou-se que a estratégia de imprimir as fotos que foram registradas nas


aulas (pela estagiária de Pedagogia que ficava de suporte no pátio, onde realizou-
se a maioria das aulas, para acompanhar as crianças fora da sala de aula na ida
ao bebedouro de água e também ao banheiro) foi importante para o
desenvolvimento da proposta. À medida que se reconheciam nas imagens, os
alunos sentiam-se incentivados a lembrarem das aulas, observavam-nas com
mais atenção e recordavam de alguns conceitos e assim foram identificando e
classificando com mais facilidade as Atividades Circenses.
No decorrer da atividade observou-se que, através dos os diálogos que
eram firmados, os alunos refletiam sobre os temas apresentados e procuravam
46

estabelecer relações com as vivências. As dúvidas que surgiram quanto à escolha


das imagens para a elaboração dos cartazes foram resolvidas por eles próprios:

“Uma criança (08) questionou a escolha das imagens que duas crianças
(11 e 17) realizaram do prato chinês para o cartaz de malabarismos, se
não era do cartaz de equilíbrio e elas afirmaram que não, que era
equilíbrio, mas que eu tinha ensinado que era equilíbrio de objetos e que
fazia parte do malabarismo” (DIÁRIO DE CAMPO, 21 de maio de 2019).

“Outra foi em relação à escolha da criança 07 de uma imagem em que as


crianças estão fazendo o avião para o cartaz de acrobacias individuais, a
criança 04 perguntou se não era equilíbrio, mas as outras crianças
responderam que a aula de equilíbrio foi o pé de lata e a corda bamba, e
que ‘no avião elas estavam equilibrando o corpo, mas não estavam em
cima de nada’” (DIÁRIO DE CAMPO, 21 de maio de 2019).

Portanto, em relação aos Saberes Conceituais sobre as Atividades


Circenses verificou-se que as atividades propostas e desenvolvidas na UD de
Atividades Circenses promoveram uma aprendizagem significativa6, foram
instrumentos que possibilitaram os alunos apropriação, interpretação, reflexão e
transformação dos conhecimentos sobre as temáticas do universo circense
apresentados e vivenciados nas aulas.

3.2 Saberes Corporais das Atividades Circenses

Nessa segunda categoria, buscou-se apresentar os saberes referentes aos


conhecimentos que se originaram por meio da vivência proporcionada pelas
práticas corporais. A construção desses saberes envolve uma efetiva
experimentação corporal para a sua realização, sendo apresentado por González
e Bracht (2012) como “[...] os conhecimentos dos quais os alunos necessitam para
se saírem melhor em sua prática” (p. 50).
Assim, aprender que o tempo de queda do barangandã, após realizado o
lançamento, é mais rápido do que o do tule e usar esse conhecimento para
solucionar as dificuldades encontradas para não deixar o barangandã cair no
chão, ou compreender os limites corporais durante a execução de determinado

6
O termo “Aprendizagem significativa” de acordo com Moreira (1988), é a construção do
conhecimento através de um processo dinâmico, promovido pela interação e modificação entre o
conhecimento existente e o novo conhecimento onde ambos vão adquirindo novos significados e
diferenciam-se progressivamente.
47

movimento e sentir-se desafiado a superá-los, buscando novas formas de


realização, são alguns exemplos que podem ser apresentados aqui a respeito dos
Saberes Corporais sobre as Atividades Circenses.
No processo de ensino e aprendizagem as vivências educativas
desenvolvidas são alcançadas em diferentes momentos e proporções, pois cada
aluno apresenta um ritmo de aprendizagem e a maneira como constroem o
conhecimento é particularmente diferente, “[...] pois nenhum ser humano é igual
ao outro, e em consequência, não aprende igual ao outro” (FREITAS, 2015, p. 13).
Durante a implementação da UD de Atividades Circenses, observou-se que
em muitos momentos, diferentes alunos necessitavam de uma intervenção
pedagógica7 maior por parte da professora/pesquisadora, a depender do tema da
aula vivenciada e dos desafios e vivências oportunizados.
Constatou-se que as intervenções ocorreram sob diferentes aspectos e com
diferentes finalidades:

Quadro 10 – Ocorrência das intervenções


Orientação para a elaboração de movimentos coreografados: “Não tiveram autonomia para
escolher os lançamentos que mais gostaram sendo que a escolha da sequência de movimentos
“coreografia” para apresentar foi praticamente realizada por elas com a orientação da
professora. (DIÁRIO DE CAMPO, 03 de abril de 2019).

Apoio/suporte para a realização de movimentos com mais confiança: “A maioria das


crianças realizou a cambalhota para frente sozinha, algumas crianças 03, 06, 07, 10, 13 e 15
somente com a ajuda do professor. (DIÁRIO DE CAMPO, 30 de abril de 2019).

“Durante a aula algumas crianças 01, 03, 06, 07, 10, 13, 15, 17 e 19 apresentaram dificuldade
em realizar algumas poses acrobáticas quando essas crianças realizavam a mesma pose
acrobática comigo elas conseguiam com mais êxito” (DIÁRIO DE CAMPO, 07 de maio de
2019).

Sugestões de brincadeiras a serem realizadas: “Sugeri as brincadeiras, pois as crianças não


tiveram a iniciativa para que isso acontecesse” (DIÁRIO DE CAMPO, 14 de maio de 2019).

Ajuda na organização do festival: “Para a escolha das atividades para a apresentação bem
como das roupas, e das músicas as crianças precisaram de uma intervenção maior da minha
parte” (DIÁRIO DE CAMPO, 21 de maio de 2019).

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

7
Entende-se que é a mediação realizada pelo professor, durante o processo ensino aprendizagem,
no momento em que o aluno demonstra dificuldade, visando orientá-lo, ajudá-lo ou corrigi-lo em
sua resolução facilitando o acompanhamento e desenvolvimento das atividades.
48

Uma das especificidades da faixa etária da etapa da Educação Infantil


(crianças), é a necessidade da mediação feita pelo professor (adulto) até que
possam adquirir autonomia nas mais variadas atividades do seu cotidiano escolar,
o que nesse sentido, justifica as intervenções que foram realizadas com os alunos,
pois estes não apresentavam um repertório de saberes corporais que os
auxiliassem na resolução de alguns desafios proporcionados pelas vivências nas
Atividades Circenses.
Para Bassedas, Huguet e Solé (2007) as relações entre o professor e a
criança, nessa idade escolar, se estabelecem como uma base de sustentação. Por
isso, o professor deve proporcionar situações que possibilitem novas e
interessantes experiências, bem como deve “[...] motivá-la a atuar, a assumir
novos caminhos, a relacionar-se, a colocar as dúvidas e a buscar soluções” (p.
64), permitindo que a criança possa criar novos significados e dar sentido a novas
aprendizagens. Para as autoras:

É importante utilizar metodologias diversas que incorporem diferentes


tipos de situações de interação; nesses momentos, a professora poderá
proporcionar a ajuda que cada criança necessita, considerando as suas
capacidades e as suas dificuldades (p. 64).

Dias (2009) desenvolveu uma proposta de Atividades Circenses na


Educação Infantil oportunizando vivências voltadas para as acrobacias aéreas, de
trampolinismo e de solo e jogos de manipulações com malabarismos de objetos.
Em seu estudo, observou que dentro de um mesmo grupo tinham alunos que,
mesmo não conhecendo a técnica já sabiam executar alguns movimentos, assim
como outros que tinham muita dificuldade em entender o movimento
corporalmente e encaravam a atividade como um desafio, realizando-a por
repetidas vezes. Nesse aspecto, a autora enfatiza a relevância da percepção do
professor em relação às dificuldades apresentadas pelo aluno, assim como o
respeito às características pessoais, para que possa realizar as intervenções
necessárias.
Na presente pesquisa, ao tratar a manipulação de objetos desenvolveu-se
os malabarismos com diferentes materiais, como o tule, o barangandã e o prato
chinês. Para o tule observou-se que a maior dificuldade dos alunos, nas vivências
propostas, estava em realizar o lançamento do tule e trocar de lugar com o amigo,
49

recepcionando-o antes de chegar ao chão. No barangandã verificou-se que os


alunos apresentaram dificuldade quando as vivências propostas envolviam o
malabarismo com dois barangandãs. Já em relação ao prato chinês percebeu-se
que quando foi utilizada a cavilha para realizar o malabarismo os alunos
apresentaram mais dificuldade do que quando realizaram o malabarismo do prato
chinês com dedos das mãos, porém essa dificuldade aumentou quando foi
proposta a realização de uma estafeta com a manipulação do prato chinês.
Entretanto, em relação às atividades propostas e aos materiais utilizados para a
realização dos malabarismos:

“A maioria das crianças relataram que, a manipulação do prato chinês foi


a mais difícil do que com os outros materiais” (DIÁRIO DE CAMPO, 10 de
abril de 2019).

O equilíbrio sobre objetos foi abordado através do corpo em movimento,


(simulando as pernas-de-pau adaptando-se às vivências com o pé-de-lata) e do
corpo em superfícies instáveis (simulando a corda bamba adaptando as vivências
com o slackline). Observou-se que alguns alunos apresentaram dificuldade para
equilibrar e andar no pé-de-lata e sentiam-se mais confiantes em realizar as
vivências propostas com a ajuda da professora/pesquisadora e esse mesmo
impasse e insegurança pode ser percebido quando foi proposto a troca de latas,
para que passassem pela experiência equilibrando e andando em latas maiores.
Durante as vivências proporcionadas para simular a corda bamba
percebeu-se que, apesar da adversidade encontrada pelos alunos em andar de
costas, tanto em cima da corda quanto em cima da prancha de equilíbrio, o grande
desafio foi andar no slackline, sendo que a atividade só foi possível com a ajuda
constante do professor convidado e da professora/pesquisadora. Entretanto, era
unânime entre os alunos a afirmativa de que:

“[...] as outras atividades foram mais fáceis, mas que andar no slackline
dava um frio na barriga e foi mais legal” (DIÁRIO DE CAMPO, 23 de abril
de 2019).

Vasques (2017) sistematizou uma proposta pedagógica de Atividades


Circenses na Educação Infantil que teve como eixo central o movimento. De
semelhante modo, o autor relata as dificuldades vivenciadas pelos alunos: no
50

malabarismo com o tule (devido ao tempo de voo do material), com o prato chinês
(devido a vareta como implemento entre o corpo e o prato) e no equilíbrio em
superfícies instáveis com o slackline (que devido à dificuldade realizaram a
atividade com a ajuda dos professores), manifestando a importância do incentivo,
do auxílio e do desenvolvimento de estratégias pedagógicas pelo professor para
favorecer a aprendizagem das vivências.
No desenvolvimento das acrobacias constatou-se que, individualmente para
sua realização os alunos não apresentaram tantas dificuldades, uma vez que
algumas poses acrobáticas já haviam sido vivenciadas por eles em anos
anteriores quando do desenvolvimento do conteúdo de ginástica (avião,
cambalhota, ponte, paraquedas e vela), e pode ser observado que poucos foram
os alunos que necessitaram de ajuda para a realização das poses acrobáticas, a
exemplo da cambalhota para frente que foi realizada, pela maioria deles sozinhos.
Para a atividade proposta de pega-pega, os alunos apresentaram certa
dificuldade na realização das poses acrobáticas e no início eram pegos facilmente,
principalmente os que optavam por fazer a ponte ou o paraquedas. Com algumas
intervenções e com o entendimento de que eles poderiam pôr em prática as poses
acrobáticas que tiveram mais facilidade em aprender, ou que fossem mais fáceis
de executar quando houvesse necessidade de parar subitamente, a atividade
passou a ser realizada com mais facilidade pelos alunos, que no geral faziam a
pose acrobática do avião.

Figura 11 – Acrobacias individuais (vela, ponte, avião)

Fonte: Acervo pessoal.


51

Para as acrobacias em grupo, por mais que algumas das poses acrobáticas
em duplas, trios e quartetos, tivessem sido adaptadas para seis apoios devido ao
nível de esforço que gerariam para a faixa etária em questão, constatou-se que
não minimizou a dificuldade encontrada pela maioria dos alunos e a necessidade
de ajuda constante:

“[...] pois demostravam medo e insegurança com o colega, e quando


essas crianças realizavam a mesma pose acrobática comigo elas
conseguiam com mais êxito” (DIÁRIO DE CAMPO, 07 de maio de 2019).

Também se observou que durante o desenvolvimento da atividade proposta


“dança das acrobacias” os alunos escolhiam as poses acrobáticas que tiveram
mais facilidade em realizar, tanto em duplas quanto em trios e que poucas vezes
realizaram, durante a atividade, as poses acrobáticas em quartetos.

Figura 12 – Acrobacias em grupos

Fonte: Acervo pessoal.

De modo diferente, em uma turma do 9.º ano do Ensino Fundamental,


Simon e Kronbauer (2013) ao explorarem novas possibilidades de movimentos
com a inserção das Atividades Circenses nas aulas de Educação Física
observaram que, o fator limitante na realização das acrobacias era o
constrangimento dos alunos, devido à exposição do corpo, frente à uma situação
que não estavam habituados corporalmente. Percebe-se que tal situação é própria
52

da faixa etária em questão, devido às transformações físicas e comportamentais


que ainda estão vivenciando.
Para a encenação, cuja vivência oportunizada foi o palhaço, a principal
dificuldade encontrada pelos alunos foi expressar-se corporalmente como ele, ou
seja, fazer de conta que eram os palhaços do circo e realizar suas estripulias. Aos
poucos foram se envolvendo com a ideia de fazer as “palhaçadas”, entretanto,
pela falta de iniciativa dos alunos, para que a atividade fosse desenvolvida, houve
a necessidade de intervenção.
Verificou-se que, dependendo da dificuldade encontrada, alguns alunos
apresentaram necessidade de intervenções diferentes de outros, pois assim como
existem alunos que com apenas uma nova explicação/nova tentativa ou com um
pouco mais de dedicação conseguem êxito na realização da atividade, também
existem aqueles alunos que mesmo com maior esforço e empenho naquele
momento pode ser que não consigam superá-las.
Logo, o professor deve estar atento ao aluno durante o desenvolvimento
das atividades, e no momento em que ele demonstra alguma dificuldade, deve ter
entendimento e cautela para que possa intervir, de forma que sua mediação
respeite a individualidade desse aluno e viabilize suas escolhas.
Desde o início da implementação da UD de Atividades Circenses observou-
se um grande envolvimento e entusiasmo dos alunos com a possibilidade de
poderem “brincar de circo” tornando-se evidente a magia que o circo representa
nessa etapa do desenvolvimento infantil, ou seja, ele “[...] permite que a criança
flua em sua imaginação e participe de corpo e alma de todas as estripulias que
são apresentadas nesse universo” (DE MARCO, 2016, p. 190). Nesse sentido,
apresenta-se expresso nos relatos abaixo:

“Durante a vivência as crianças foram aos poucos se envolvendo e


demostraram muito entusiasmo em poder fantasiar-se com algum
material (nariz de palhaço, peruca, saias de tule, gravatas) e brincar de
circo: simularam andar na corda bamba, andaram no pé de lata e na
trave de equilíbrio, equilibraram no rolo, brincaram de palhaço, algumas
tentavam realizar malabarismos com as bolinhas ou com o tule outras
utilizavam o bambolê para brincar de passar por dentro dele ou rolar para
um amigo” (DIÁRIO DE CAMPO, 02 de abril de 2019).

“As crianças ficaram envolvidas em poder se fantasiar de palhaço e


realizar as palhaçadas” (DIÁRIO DE CAMPO, 14 de maio de 2019).
53

Além de contribuir com o imaginário mundo infantil constatou-se que os


diversos conteúdos das Atividades Circenses que foram desenvolvidos
possibilitaram uma efetiva participação dos alunos na realização das atividades
propostas. As práticas vivenciadas despertaram a curiosidade e mesmo diante de
situações em que apresentaram dificuldades, os alunos buscaram superá-las,
sentindo-se motivados e desafiados em conseguir realizá-las, favorecendo a
apropriação de novos saberes.

Figura 13 – Apresentação do festival – Palhaço

Fonte: Acervo pessoal.

De modo semelhante, na sistematização de uma proposta pedagógica de


Atividades Circenses realizada por Dias (2009), Corsi (2016) e Vasques (2017), os
pesquisadores confirmaram a importância dos momentos de exploração livre dos
movimentos, durante o processo de aprendizagem da criança, para que ela possa
imaginar, criar e ressignificar novas formas de movimento. Para Mello et al.
(2016):

As experiências infantis se materializam, sobretudo, em suas ações


corporais. É por meio de seus corpos em movimento que as crianças
interagem com os outros, consigo mesmas e com o seu meio, constroem
conhecimentos e afirmam as suas identidades, internalizam e produzem
cultura, ou seja, as ações motoras configuram espaço privilegiado da
experiência infantil (p. 138).

Assim, percebeu-se que o desenvolvimento da criatividade e autonomia dos


alunos tornava-se evidente à medida em que eram estimulados, através das
54

experimentações e vivências proporcionadas, no decorrer da implementação da


UD de Atividades Circenses.
A exemplo dessa afirmativa apresenta-se, o relato no Diário de Campo e o
registro fotográfico, da observação realizada pela professora/pesquisadora
durante a aula na qual foi realizado um circuito circense, com o objetivo de que os
alunos explorassem os materiais que foram utilizados nas aulas anteriores e
ampliassem as vivências de malabarismos e de equilíbrio.

Figura 14 – Protagonismo Infantil

Fonte: Acervo pessoal.

Foi possível observar e reconhecer, que a participação dos alunos


colaborou na fomentação do processo de ensino e aprendizagem e por diversos
momentos, durante as vivências proporcionadas na implementação da UD,
potencializou-se o protagonismo infantil, onde os alunos com autonomia se
assumiam como autores de suas próprias práticas, a exemplo dos relatos
apresentados abaixo:

Quadro 11 – Saberes Corporais das Atividades Circenses

Soluções encontradas para conseguir realizar os desafios propostos na atividade.

“Criança 05 e a criança 15 para que não caísse no chão lançavam bem próximo ao corpo”;
55

“Lançar o tule e girar e, que para conseguir pegar antes dele cair no chão, eles giravam mais
rápido”;
“Lançar o tule e trocar de lugar com o outro amigo, a criança 01 e a criança 10 disseram que para
conseguir eles jogaram mais alto o tule enquanto outras, a criança 12, a criança 19 e a criança
20 disseram que ficavam mais perto do amigo” (DIÁRIO DE CAMPO, 03 de abril de 2019).
“As crianças 01 e 09 quando ficaram com dois barangandãs, um em cada mão, e que para
conseguir girar “manipulavam mais devagar” (DIÁRIO DE CAMPO, 09 de abril de 2019).
“A criança 13 que por ser maior e mais pesada não subiu em ninguém e disse que “preferiu
deixar o amigo subir e ficar por baixo” (DIÁRIO DE CAMPO, 08 de maio de 2019).

Compreensão da complexidade corporal que a atividade exigia.

“Segundo a criança 19 é mais difícil fazer o avião por que estava correndo e tinha que parar e
não conseguia equilibrar”
“Para a criança 04 era mais difícil parar de correr e fazer a ponte para não ser pego porque
tinha que deitar no chão e virar de barriga para cima” (DIÁRIO DE CAMPO, 30 de abril de
2019).

Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Destaca-se que, do mesmo modo que os outros estudos (MUNHOZ;


RAMOS, 2007; SIMÕES; GOMES; OLIVEIRA, 2008; DIAS, 2009; SIMON;
KRONBAUER, 2013; CORSI, 2016; VASQUES, 2017) que apresentaram uma
proposta pedagógica para as Atividades Circenses em âmbito escolar, a presente
pesquisa não teve por objetivo o aperfeiçoamento, o domínio técnico ou aquisição
de certas habilidades motoras nas Atividades Circenses desenvolvidas, mas sim a
experimentação, a vivência e o conhecimento destas atividades e dos elementos
que envolvem sua cultura e prática. Caramês et al. (2012) indicam que: “As
Atividades Circenses, quando inseridas nas aulas de Educação Física, devem ser
vistas como um conteúdo cujo objetivo não é formar ou revelar pequenos artistas,
assim como não deve ser o objetivo do esporte escolar revelar e treinar atletas” (p.
183).
Portanto, no que diz respeito aos Saberes Corporais das Atividades
Circenses, pelas observações registradas no Diário de Campo, considera-se que,
estes só foram possíveis de serem concebidos e incorporados à medida que os
alunos passaram pela vivência corporal das mesmas, ou seja, após
experimentarem e conhecerem corporalmente os movimentos das Atividades
Circenses apresentadas, os alunos tinham possibilidades de buscar as soluções
para os problemas encontrados quando da sua realização, como também de criar
novas vivências a partir das anteriormente experimentadas.
56

3.3 Saberes Atitudinais Presentes nas Atividades Circenses

Buscou-se na terceira categoria descrever os conhecimentos ligados a


questões de comportamentos, atitudes e valores manifestos nas vivências das
práticas corporais de Atividades Circenses.
Esses conhecimentos são gerados e construídos durante as aulas, nas
relações estabelecidas pelo convívio dos alunos, em situações de respeito ou de
conflitos de interesses, sendo mediados/orientados pelo professor por meio de
princípios em prol do bem comum.
Para González e Bracht (2012) o professor ajuda na formação dos alunos
“[...] quando avaliza valores como a solidariedade, igualdade e liberdade e
empenha-se em questionar atitudes pautadas pelo preconceito e pela intolerância”
(p. 60). Nesse sentido, destaca-se que, durante toda a implementação da UD de
Atividades Circenses, foi praticamente inexistente qualquer postura ou atitude
discriminatória e de desrespeito entre os alunos e principalmente em relação aos
alunos que apresentavam dificuldade no desenvolvimento das vivências
proporcionadas.
Através da participação e envolvimento efetivo nas aulas, na realização de
tarefas coletivas e na construção dos materiais observou-se que emergiram
atitudes de respeito, cooperação e tolerância bem como algumas atitudes
individuais de medo, insegurança e impaciência, as quais constituíram a categoria
dos Saberes Atitudinais presentes nas Atividades Circenses.
Com o desenvolvimento da UD de Atividades Circenses verificou-se que os
alunos participavam ativamente das vivências proporcionadas, sendo importante
mencionar que essa participação só não acontecia por motivo de ausência na
unidade escolar. Situações, como o fato de estarem mais suscetíveis a ficarem
doentes nessa faixa etária, alguns dias de muito frio pela manhã e também
problemas com questões estruturais da escola contribuíram para que as faltas
acontecessem. Observou-se que somente em três, das 12 aulas implementadas, é
que se teve a presença de todos os alunos, com uma média geral de quatro
alunos ausentes por aula, com exceção de duas aulas nas quais houve um grande
número ausências. De tal fato decorreu que, os alunos ausentes no dia do ensaio
para o festival, não se apresentaram com os demais.
57

O espetáculo final foi realizado a partir da compreensão de que os alunos


participariam de um momento muito importante de conclusão das Atividades
Circenses realizadas em aula (DIAS, 2009), para que as crianças externalizassem
os movimentos incorporados (VASQUES, 2017) e compartilhassem as
experiências vividas entre si (CORSI, 2016), mesmo não contando com a
participação todos na apresentação do festival.
Algo que chamou a atenção foi que esses alunos, os quais estiveram
ausentes no dia do ensaio e que não se apresentariam como os demais, se
envolveram para que o festival acontecesse e num trabalho coletivo, cooperaram
tanto na organização do espaço em que ele seria realizado, quanto dos materiais
que seriam utilizados nas apresentações.
Além disso, após a realização do festival ajudaram a arrumar todo o local e
a guardar os materiais. Durante o festival, esses alunos que não realizariam
apresentações, constituíram a plateia, juntamente com a professora de sala e
alguns funcionários que se encontravam naquele momento no pátio da escola,
conforme os registros a seguir:

“A colaboração para a organização dos materiais e do espaço onde seria


realizada a apresentação” (DIÁRIO DE CAMPO, 22 de maio de 2019).

“O envolvimento de todas as crianças, [...] como também daquelas que


não apresentariam, participando dos bastidores ajudando na organização
do espaço e dos materiais para as apresentações e compondo a plateia”
(DIÁRIO DE CAMPO, 22 de maio de 2019).

Do mesmo modo, evidenciou-se que o envolvimento e motivação dos


alunos para ajudar na organização do festival, também estava presente nos
momentos em que participaram da construção dos materiais que seriam utilizados
em aula, como o barangandã e o pé-de-lata. Ou seja, a participação ativa não se
configurava apenas na atuação das vivências oportunizadas (fazer a aula) mas
também no empenho apresentado quando os alunos tinham alguma incumbência
e/ou responsabilidade.
58

Figura 15 – Construção do barangandã. Figura 16 – Construção do pé-de-lata

Fonte: Acervo pessoal.

Verificou-se também, durante as aulas, a manifestação da curiosidade e


atenção dos alunos e que eles se mostraram bem entusiasmados não só para
aprender como se construíam alguns materiais, como também para manuseá-los
e experimentá-los, especialmente porque eles desconheciam esses materiais.
Nesse sentido, a atenção e concentração dos alunos foi perceptível não somente
nas aulas em que se propôs a construção coletiva do material que seria utilizado,
como também na aula em que para vivenciar a corda bamba utilizou-se do
slackline, um material também inexplorado por eles, conforme os registros
apresentados:

“As crianças ficaram muito curiosas em saber como era feito o


barangandã e ficaram muito envolvidas na construção do mesmo”
(DIÁRIO DE CAMPO, 09 de abril de 2019);

“O pé de lata além de aguçar a curiosidade das crianças também


prendeu muito a atenção delas, principalmente porque elas não o
conheciam” (DIÁRIO DE CAMPO, 16 de abril de 2019);

“As crianças ficaram muito envolvidas com o slackline, ou seja, com a


possibilidade em “andar na corda bamba” e participaram com motivação
das atividades propostas” (DIÁRIO DE CAMPO, 23 de abril de 2019).

Da mesma forma observou-se, durante o desenvolvimento das aulas, a


motivação que os alunos demonstravam quando se sentiam desafiados na
realização de algumas atividades sugeridas. Eles ficavam entusiasmados para ver
59

quem conseguia realizar as vivências propostas e mesmo diante das dificuldades


que encontravam e da necessidade de algumas intervenções (ajuda) para que
conseguissem executá-las, a perspectiva e o interesse dos alunos na sequência
das aulas não diminuíram.
Presenciou-se, em muitos momentos, que os alunos tinham a atitude de
vibrarem quando eram capazes de cumprir algum desafio proposto ou superar
alguma dificuldade na qual esbarravam:

“Os desafios lançados as estimulavam mais ainda na atividade


desenvolvida” (DIÁRIO DE CAMPO, 17 de abril de 2019).

“Porém o fator dificuldade não diminuiu a expectativa e a motivação


destas durante a aula, algumas sentiam-se desafiadas a realizar a pose
acrobática” (DIÁRIO DE CAMPO, 07 de maio).

“Mesmo com um pouco de dificuldade e em alguns momentos precisando


da minha ajuda, as crianças mantinham-se eufóricas durante a tentativa e
vibravam quando conseguiam” (DIÁRIO DE CAMPO, 08 de maio de
2019).

Ainda em se tratando dos resultados sobre os saberes atitudinais, o


respeito e a tolerância despontavam a cada vivência das práticas corporais de
Atividades Circenses, principalmente nessas circunstâncias das aulas, em que os
desafios lançados nas vivências acarretavam em uma dificuldade maior na sua
execução para alguns alunos. Manifestados através da ajuda e do incentivo que
os alunos que apresentavam mais dificuldade recebiam dos alunos que tiveram
mais desenvoltura, a cooperação e a solidariedade foram essenciais e
contribuíram significativamente para que eles não desistissem da realização das
experiências que foram viabilizadas nessas ocasiões.
Além de procurar auxiliar, ensinando e demonstrando ou incentivando-os a
não desistirem, eles festejavam, quando quem estava com dificuldade conseguia
realizar a atividade, evidenciando nesses momentos, o companheirismo entre os
alunos, conforme os recortes apresentados a seguir:

“Quem manipulava com mais facilidade ensinava quem estava com


dificuldade” (DIÁRIO DE CAMPO, 09 de abril de 2019).

“Algumas crianças que desenvolveram com mais facilidade a atividade


proposta procuravam ajudar quem estava com dificuldade,
60

demonstravam como conseguiram realizar o movimento e também


incentivavam para que não desistissem e tentassem que iriam conseguir
(...) Cooperação entre as crianças, quem teve mais facilidade na
manipulação ensinou quem estava com mais dificuldade” (DIÁRIO DE
CAMPO, 10 de abril de 2019).

“Vibração das crianças torcendo durante a atividade quando os colegas


atravessavam ao mesmo tempo a prancha de equilíbrio” (DIÁRIO DE
CAMPO, 17 de abril de 2019).

“A cooperação entre as crianças que realizavam com mais facilidade


tentando auxiliar as que ainda não conseguiam”
“O estímulo de outras crianças para que conseguissem foi fundamental”
(DIÁRIO DE CAMPO, 07 de maio de 2019).

No mais, era notório o envolvimento dos alunos durante as rodas de


conversa, antes e após as vivências. Na roda inicial todos queriam falar, eles
gostavam de manifestar seus conhecimentos, experiências e seus interesses
sobre o tema vivenciado, destacavam os perigos e os cuidados que envolviam
algumas práticas circenses e na roda final pronunciavam suas opiniões sobre o
que havia sido realizado e o que aprenderam em aula, suas dificuldades na
vivência das Atividades Circenses e a maneira como conseguiram superá-las.

“Uma criança lembrou que é muito importante não deixar cair no chão o
material e que também o malabarismo com fogo é muito perigoso”
(DIÁRIO DE CAMPO, 09 de abril de 2019).

“Ao final da aula as crianças relataram as dificuldades que superaram em


relação às aulas anteriores” (DIÁRIO DE CAMPO, 24 de abril de 2019).

“Algumas falaram da dificuldade que sentiram por conta do medo de


machucar” (DIARIO DE CAMPO, 08 de maio de 2019).

Por mais que essas rodas de conversa iniciais e finais já fizessem parte da
estrutura metodológica da aula, na prática pedagógica da professora/pesquisadora
e que tenha sido a única docente a ministrar as aulas de Educação Física para
esses alunos, desde que ingressaram no Maternal nessa Unidade Escolar,
evidencia-se, através das observações registradas no Diário de Campo, o quanto
elas foram relevantes não somente para o acesso aos dados da pesquisa como
também para consolidar, durante as falas e escutas, esse momento de construção
do conhecimento pelos alunos.
61

De modo semelhante, Simões, Gomes e Oliveira (2008) relatam que ao


revelarem para os alunos a proposta de Atividades Circenses eles demonstraram
curiosidade, encantamento e sentiram-se desafiados “[...] pois muitos deles nunca
imaginaram este conteúdo dentro de sua escola” (p.17). Os resultados do estudo
apresentam diversas possibilidades no ensino das práticas de Atividades
Circenses nas aulas de Educação Física escolar com as turmas da 6ª e 8ª séries,
sendo classificado pelos autores em possibilidades estruturais e materiais,
didático-metodológicas e de aprendizagem/desenvolvimento discente. Em relação
a esta última - aprendizagem e desenvolvimento discente - apontaram que a
participação dos alunos contribuiu para a legitimação do conteúdo pois estimulou:
o companheirismo e a solidariedade; a criatividade e o engenhismo; a superação
de medos e individualismos; a concentração e persistência; o desenvolvimento da
responsabilidade e autonomia; o diálogo e reflexão sobre prática.
No estudo constatou-se que, quando há o engajamento do aluno através de
suas ações e de sua capacidade de falar e exprimir opiniões, ele assume outro
papel no processo ensino aprendizagem, tornando-se protagonista na construção
do conhecimento: identifica, interfere e transforma aquilo que ele aprende,
garantindo, portanto, uma verdadeira participação ativa (SIMÕES; GOMES;
OLIVEIRA, 2008).
Ao longo da implementação da UD do presente trabalho, observou-se as
atitudes que os alunos manifestavam em relação às situações que envolveram as
vivências propostas nas Atividades Circenses e o modo como suas condutas
impactavam o convívio durante a aula.
Verificaram-se algumas ocorrências durante o desenvolvimento de certos
temas das Atividades Circenses: umas que promoveram agitação entre os alunos,
contribuindo para diminuir a concentração na aula, como por exemplo, a transição
de locais para a concretização da aula; outras que promoveram dispersão ou
impaciência nos alunos como, por exemplo, o tempo de espera para a execução
da atividade:

“A aula iniciou-se em sala para o mapeamento inicial, elaboração do


cartaz e o vídeo e posteriormente fomos para o pátio para a vivência,
essa transição de locais promoveu uma agitação por alguns minutos”
(DIARIO DE CAMPO, 02 de abril de 2019).
62

“Nesse sentido a espera gerava uma certa impaciência onde alguns


alunos acabavam se desconcentrando da aula e brincavam com a areia
enquanto esperavam” (DIÁRIO DE CAMPO, 23 de abril de 2019).

Em relação a essa agitação e impaciência que o tempo de espera para


realizar a atividade pode causar, Dias (2009) aponta como solução proporcionar
outras atividades para os alunos que estão esperando, uma vez que na pesquisa
por ela realizada, as aulas eram realizadas sob a orientação de dois professores:
“[...] para tentar resolver essa questão enquanto um palhaço ficava na cama
elástica orientando uma criança, o outro fazia outra atividade com uma parte das
crianças para ela não ficarem paradas” (p. 61). Embora essa não seja a realidade
escolar, dois professores para a mesma turma, é uma solução viável, quando se
tem ao menos um suporte pedagógico, como um estagiário.
Em seus estudos Simões, Gomes e Oliveira (2008) também encontraram
algumas situações limitantes ao inserir as Atividades Circenses na turma da 6ª e
8ª séries e as classificaram quanto às dimensões do conteúdo em limites
conceituais, limites procedimentais e limites atitudinais. Foram apontados como
limites atitudinais: resistência e descaso às atividades propostas, dispersão e
pouca motivação, inibição e pré-conceitos.
Entretanto, na presente pesquisa, percebeu-se que os alunos da turma da
2.ª etapa da Educação Infantil demonstraram atitudes de medo, insegurança ou
preocupação durante o desenvolvimento de alguns temas das Atividades
Circenses, como por exemplo, quando da realização das acrobacias em grupo,
onde essas atitudes evidenciaram-se principalmente quando eles as realizavam
com seus pares, pois quando contavam com a ajuda da professora/pesquisadora
notava-se que agiam com mais confiança.
Uma situação incomum aflorou no dia do festival: quando estavam no palco,
de frente para uma plateia, alguns alunos que costumeiramente são mais
extrovertidos ficaram retraídos/tímidos, enquanto outros que são mais reservados
estavam mais descontraídos e seguros na apresentação. Apesar disso, a presente
pesquisa constatou que a apresentação teve a competência tanto de transmitir o
aprendizado adquirido (DIAS, 2009; VASQUES, 2017), como de contribuir para o
desenvolvimento do aluno, pois ela envolve o compromisso e a superação da
inibição e da insegurança (DIAS, 2009).
63

Figura 17 – Apresentação do festival – Equilíbrios e acrobacia

Fonte: Acervo pessoal.

Com isso, considera-se que o processo de implementação da UD de


Atividades Circenses potencializou algumas condutas dos alunos, que
impactavam de maneira benéfica toda a turma, como a cooperação, solidariedade,
respeito e tolerância. Por outro lado, verificou-se que outras atitudes, de
preocupação, medo, insegurança e timidez necessitavam de uma atenção maior
por parte da professora/pesquisadora, que com respeito às individualidades de
cada um, buscou adotar estratégias de ensino que contemplasse a
inclusão/participação de todos.

3.4 Implementação da UD de Atividades Circenses: Limitações e


Possibilidades

Na quarta categoria apresentam-se as dificuldades, sugestões ou soluções


encontradas, bem como as possibilidades de realização das atividades propostas
e dos materiais confeccionados na implementação da UD de Atividades
Circenses.

3.4.1 Limitações, Imprevisibilidades e Soluções


64

Ao longo da implementação da UD de Atividades Circenses, em


decorrência de diferentes razões, algumas limitações que ocorreram influenciaram
o desdobramento das aulas e tornaram necessário o uso de algumas estratégias
que auxiliassem nas intervenções pedagógicas.
Apesar da ampla estrutura da escola para as aulas de Educação Física
(pátio coberto, área cimentada e descoberta, área gramada e arborizada, área de
areia, local próprio para os muitos materiais que a escola oferece) o fato de não se
ter uma estrutura física adequada para as aulas de Educação Física, gerou em
diversos momentos contratempos e a necessidade de reorganizar a aula:

“Nesse dia o pátio foi lavado e não pode ser utilizado para a aula, como
no campo a grama ainda estava com muito orvalho a aula foi realizada
em um espaço cimentado, porém descoberto” (DIÁRIO DE CAMPO, 10
de abril de 2019).

“O local onde foi realizado a aula era descoberto e o sol no rosto gerava
uma condição adversa pelo fato de que as crianças olharam para cima
para verem o prato chinês girando” (DIÁRIO DE CAMPO, 10 de abril de
2019).

Verificou-se também que, a depender da temática da aula, outras condições


de tempo como o vento (para a realização dos malabares com o tule) e as
restrições em relação ao ambiente em que as aulas são realizadas (ao ar livre ou
local com pouco espaço) pode também pode interferir na realização das
atividades:

“O local/espaço em que foi realizado o circuito (pátio) não era muito


grande e as estações ficaram próximas umas das outras o que não
ajudou, pois durante a atividade as crianças algumas vezes se
misturavam nas estações e durante a troca de estações algumas
crianças ficavam meio que perdidas sem saber para onde iam e não
acompanhavam o seu grupo” (DIÁRIO DE CAMPO, 24 de abril de 2019).

Alguns estudos realizados (FARIAS, 2018; DE LUCCA, 2019) apontam


problemas semelhantes com relação a infraestrutura escolar inadequada para a
realização das aulas de Educação Física, fato que por vezes dificulta o trabalho
pedagógico do professor.
Entretanto, mesmo com a transição de locais, exposição ao tempo, espaço
restrito foi possível realizar as vivências e a atividade planejada para aula.
65

Alguns eventos “extras” que aconteceram, além de não constarem no


cronograma da unidade escolar, também não foram comunicados previamente e
promovem dificuldades ou até mesmo impossibilitaram a continuidade de algumas
atividades, tendo sido estas finalizadas na aula seguinte:

“A aula foi interrompida por conta de um evento que aconteceria na


escola, a chegada do coelho para a entrega da lembrancinha e dos ovos
de páscoa para as crianças e não foi realizada duas atividades
planejadas” (DIÁRIO DE CAMPO, 17 de abril de 2019).

Outras situações ocorreram nesse sentido: solicitaram o pátio para que


fosse realizada a eleição do CAE (Conselho de Alimentação Escolar) e realizaram
a reunião de pais em horário normal de aula. Também, por conta de um enxame
de abelhas dentro da sala de aula, houve a dispensa dos alunos dessa turma até
a regularização da situação.
As imprevisibilidades ocorreram também em relação aos materiais que
foram previamente preparados, entretanto não impossibilitaram a realização das
aulas. No primeiro dia de aula o aparelho de som da unidade escolar não
funcionou e o CD com as músicas selecionadas não tocaram, a solução
encontrada foi estimular os alunos a cantarem algumas músicas que conheciam
com o tema do circo, desse modo, não perderam o envolvimento com a aula e
para os demais dias em que seriam usadas as músicas de circo providenciou-se
uma caixa amplificadora e um pen-drive com as músicas.
Os barangandãs e os pés-de-latas construídos antecipadamente estavam
respectivamente, com a alça do barbante e da corda grandes em relação ao
tamanho dos alunos e para que pudessem vivenciar as Atividades Circenses, os
tamanhos foram diminuídos, procurando adequá-los para os alunos. A impressão
de poucas poses acrobáticas também foi condição desfavorável e verificou-se, o
quanto contribuíram para uma melhor visualização das imagens pelos alunos. A
impressão de mais folhas com as poses acrobáticas e a fixação delas num cartaz,
teria auxiliado ainda mais na realização da atividade.
Percebeu-se que outros fatores podem ser limitantes para o
desenvolvimento das Atividades Circenses como o tempo/quantidade de aulas e a
segurança. Em relação ao tempo/quantidade de aulas constatou-se que
dependendo do tema e das vivências propostas, uma hora/aula de 50 minutos
66

acaba sendo insuficiente, dadas as dificuldades que os alunos possam apresentar


como também aos imprevistos e empecilhos que podem ocorrer. A limitação
quanto ao tempo também mereceu destaque nos estudos de Simon e Kronbauer
(2013), para que se cumprisse o planejamento pré-estabelecido. Assim para as
aulas que envolvem a construção dos materiais, para as acrobacias individuais e
em grupo, para o prato chinês e a corda bamba (slackline) e para o ensaio do
festival notou-se que, para uma vivência mais significativa e um melhor
aprendizado, o ideal seria mais tempo/quantidade de aulas.
Uma preocupação constante na prática pedagógica do professor de
Educação Física é a segurança dos alunos, pois o risco de algum acidente é
inerente a qualquer tipo de atividade, seja de conteúdos de ensino das Atividades
Circenses ou qualquer outro da cultura corporal de movimento e independente de
qual nível da Educação Básica será desenvolvido.
Durante a elaboração da UD de Atividades Circenses, procurou-se realizar
um planejamento preventivo, visando garantir sempre a segurança dos alunos
quando da seleção dos materiais, das vivências e das atividades que seriam
proporcionadas e durante sua implementação, tanto o olhar atento da
professora/pesquisadora e sua presença constante na execução dos movimentos
pelos alunos quanto o conhecimento dos materiais utilizados, inclusive para a
segurança, garantiram que nenhum incidente acontecesse.
Segundo Munhoz e Ramos (2007) “apesar de ‘novos’ e ‘diferentes’, esses
conteúdos não podem ser trabalhados de qualquer forma, é necessário que o
professor de Educação Física busque informações que envolvam o conteúdo
específico e o próprio processo pedagógico do que já foi realizado” (p. 280).
Assim, constatou-se que apesar de algumas limitações ou dificuldades, o
desenvolvimento de Atividades Circenses na Educação Infantil é viável e precisa
ser incorporado/concretizado no processo de ensino e aprendizagem dos
conteúdos da Educação Física Infantil. A seguir apresentamos os diversos
recursos e materiais utilizados e que foram facilitadores do processo ensino
aprendizagem, no desenvolvimento das Atividades Circenses nas aulas de
Educação Física na Educação Infantil.

3.4.2 Recursos e viabilidades


67

Durante o processo de elaboração da UD de Atividades Circenses buscou-


se utilizar alguns recursos que viabilizassem sua implementação e
proporcionassem maior proximidade e associação dos alunos com o universo do
Circo. Assim, foram selecionados e incluídos nas aulas para o desenvolvimento de
alguns temas circenses:

⮚ Vídeos infantis com o tema do circo: Turma da Mônica, Chico Bento,


Turma do Cocoricó e Peppa;
⮚ Músicas infantis de circo: Circo (álbum completo); No Reino
Encantado do Circo (álbum completo); Prá Brincar de Circo (álbum
completo); Circo da Alegria (Patati Patatá); Piruetas (Saltimbancos
Trapalhões);
⮚ Imagens de circo, de espetáculos circenses, de ginástica rítmica,
ginástica artística, trampolim e de dança para a elaboração do cartaz
no mapeamento inicial; Imagens dos alunos durante a
implementação das atividades circenses para a elaboração dos
cartazes de acordo com as modalidades circenses vivenciadas;
⮚ Diversas fantasias (roupas) e acessórios (nariz de palhaço, perucas,
chapéus entre outros);
⮚ Materiais, que foram adaptados para a faixa etária da Educação
Infantil, para a realização das atividades e que foram utilizados nas
aulas visando a segurança do aluno.

Em relação ao uso de vídeos infantis, durante as conversas estabelecidas


com os alunos, verificou-se que foram uma importante forma de ilustrar os
conteúdos de ensino e contribuíram para a compreensão e aprendizagem dos
alunos. Houve a identificação e o reconhecimento dos alunos em relação aos
elementos que tinham sido vivenciados:

“Reconheceram quando no vídeo aparece o malabarismo e o equilíbrio e


com qual material são realizados” (DIÁRIO DE CAMPO, 10 de abril de
2019).

“[...] as crianças reconheceram no vídeo que assistiram as atividades de


malabarismo e de equilíbrio que foram vivenciadas por eles. Algumas
crianças 12, 13, 14, 16 e 17 reconheceram no vídeo outros equilíbrios
que não foram vivenciados por eles” (DIÁRIO DE CAMPO, 24 de abril de
2019).
68

As músicas infantis com temas de circo propiciaram um ambiente mais


alegre e receptivo, favoreceram a imersão dos alunos no universo do Circo, foram
aproveitadas para a elaboração de sequências de movimentos coreografados nas
aulas de manipulação de objetos com os malabarismos com o tule e o barangandã
e também no dia do festival promovendo mais autenticidade na apresentação.
Os vídeos, as músicas e as imagens utilizadas foram baixadas de sites da
internet e são exemplos de suporte pedagógico economicamente viáveis, de fácil
acesso para o professor e serviram para enriquecer e fomentar o processo de
ensino e aprendizagem.
Vasques (2017) aponta que, apesar de serem fontes nem sempre
confiáveis, os sites e vídeos, podem contribuir consideravelmente na elaboração
de propostas pedagógicas e tornarem-se um estímulo inicial para novos saberes
científicos.

Figura 18 – Vídeo: Um dia no circo da Turma da Mônica

Fonte: Acervo pessoal.

As fantasias e acessórios utilizados tiveram baixo custo financeiro, sendo


que alguns eram da própria unidade de ensino: materiais resultantes da realização
de eventos como alguns teatros infantis, festas comemorativas, desfiles cívicos
tematizados e outros foram adquiridos pela da própria professora/pesquisadora.
No que diz respeito a esses recursos observou-se que:

“Os materiais utilizados e as fantasias foram fundamentais para o


envolvimento destas na atividade proposta” (DIÁRIO DE CAMPO, 02 de
abril de 2019).
69

“Os materiais utilizados para as crianças se fantasiarem (roupas,


perucas, nariz de palhaço, chapéus, gravatas e outros acessórios) foram
essenciais para o envolvimento delas na atividade” (DIÁRIO DE CAMPO,
14 de maio de 2019).

Nessa faixa etária, os alunos costumam ter algumas fantasias, máscaras e


outros objetos para brincar em casa, portanto, torna-se uma estratégia viável
verificar se eles têm algum material que possa ser utilizado para brincar de Circo e
a possibilidade de trazerem para usar durante a aula.
Por fim, em relação aos materiais utilizados para tematizar as aulas de
Atividades Circenses, alguns foram preparados previamente e mesmo para o
barangandã e o pé-de-lata, em que houve a construção em grupos, pelos alunos,
houve uma quantidade que foi antecipadamente construída. As latas para a
construção do pé-de-lata foram trazidas pelos alunos para a escola, a pedido da
professora pesquisadora, semanas antes de iniciar a implementação da UD e as
cordas que foram utilizadas, apesar do baixo custo, podem a critério do professor,
serem substituídas por barbantes.
Percebeu-se que a organização antecipada dos materiais contribuiu
significativamente para que se oportunizassem as vivências sem comprometer
muito o tempo de aula, pois apesar de serem fáceis de preparar, a construção dos
materiais pelos alunos exigiu boa parte do tempo das aulas na quais ocorreram.
Notou-se que a opção de utilizar cores variadas para confeccionar os materiais
(tule, barangandã e prato chinês) produziu o efeito visual desejado, despertou
atenção, envolveu os alunos e tornou o ambiente mais alegre e festivo.

Figura 19 – Malabares (tule, barangandã e prato chinês)

Fonte: Acervo pessoal.


70

Outros materiais que foram utilizados nas aulas estavam disponíveis na


própria escola, como colchonetes, cordas grandes e prancha de equilíbrio, que
pode ser trocada pelo banco sueco.
A exceção foi o slackline, material indisponível na rede de ensino e que,
apesar do seu custo financeiro, segundo o professor de Educação Física
convidado para ministrar a vivência na corda bamba, “é um investimento que vale
a pena, pois é um material de longa durabilidade” (DIÁRIO DE CAMPO, 23 de
abril de 2019).

Figura 20 – Corda Bamba (slackline)

Fonte: Acervo pessoal.

Verificou-se que o uso de materiais adaptados constava tanto nas


sistematizações de propostas pedagógicas de Atividades Circenses na Educação
Infantil (DIAS, 2009; CORSI, 2016; VASQUES, 2017), quanto em outros estudos
que abordaram tais atividades no âmbito escolar nas demais etapas da Educação
Básica: no Ensino Fundamental I (MUNHOZ; RAMOS, 2007); no Ensino
Fundamental II (SIMÕES; GOMES; OLIVEIRA, 2008; SIMON; KRONBAUER,
2013).
Desse modo, considera-se que o custo econômico dos equipamentos e
materiais que englobam as Atividades Circenses não serve como justificativa para
o não desenvolvimento das mesmas em âmbito escolar. Como constatou-se, a
possibilidade de adaptação por meio da utilização de diferentes materiais, de
71

baixo custo ou recicláveis, também viabiliza o processo de ensino e


aprendizagem. Munhoz e Ramos (2007) sugerem que os materiais de valores
econômicos mais altos, devem ser solicitados à própria unidade escolar para
aquisição, pois o investimento é recompensado quando se considera sua
durabilidade e Simões, Gomes e Oliveira (2008) reconhecem na possibilidade de
construção dos materiais a abordagem do tema transversal do meio ambiente.
Finalizando, constatou-se que os diversos recursos e materiais utilizados
foram fundamentais para a implementação da UD, proporcionaram uma maior
motivação e envolvimento dos alunos aproximando-os do universo circense e
potencializando o processo ensino aprendizagem de Atividades Circenses.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve a finalidade de contribuir na produção de


conhecimentos sobre os conteúdos da cultura corporal de movimento que podem
ser ensinados nas aulas de Educação Física na Educação Infantil, neste caso em
específico, analisando a implementação de uma UD para o ensino de Atividades
Circenses nas aulas de Educação Física nesse ciclo de ensino.
Foram realizadas algumas etapas metodológicas para o cumprimento do
objetivo proposto e os resultados foram agrupados em quatro categorias
principais: 1) Saberes Conceituais sobre as Atividades Circenses; 2) Saberes
Corporais das Atividades Circenses; 3) Saberes Atitudinais presentes nas
Atividades Circenses e 4) Implementação da UD de Atividades Circenses:
possibilidades e limitações.
Os resultados que abordam os Saberes Conceituais sobre as Atividades
Circenses revelaram que, por mais que a maioria dos alunos não conhecessem ou
tivessem visto de perto um espetáculo circense (fato que se deu um dia antes de
iniciar a implementação da UD) eles possuíam um conhecimento prévio sobre o
universo do circo.
Entretanto, observou-se que não houve diferenciação, por parte de alguns
alunos, entre alguns elementos e características presentes tanto para o ensino
das Atividades Circenses quanto para o ensino de outros conteúdos da cultura
corporal de movimento (por ex.: ginástica), devido à similaridade apresentada
72

entre tais elementos e à etapa da Educação Básica, que envolve a faixa etária
desses alunos, que corresponde a Educação Infantil.
A conversa em âmbito familiar juntamente com os diálogos e reflexões
estabelecidos em aula, oportunizaram novas descobertas e contribuíram na
construção dos conhecimentos em relação ao universo circense e os alunos
expressaram, a seu modo, como compreenderam os elementos conceituais do
circo.
Em relação aos Saberes Corporais das Atividades Circenses, observou-se
durante a implementação da UD que, dependendo do tema da aula e dos desafios
e vivências oportunizadas, elas eram alcançadas em diferentes momentos e
proporções pelos alunos, ou seja, enquanto uns apresentavam mais desenvoltura
para realizá-las, outros dependendo da dificuldade, precisavam de uma
intervenção maior. Nesse sentido, a maneira como as intervenções se faziam
necessárias variavam de aluno para aluno, pois cada um apresenta um ritmo
particular de aprendizagem, por isso o modo de construção do conhecimento
também é diferente.
Logo, verificou-se que durante o desenvolvimento das Atividades
Circenses, além do olhar atento, o professor deve ter entendimento e cautela para
que possa intervir, de forma que sua mediação respeite a individualidade dos
alunos e viabilize suas escolhas e ao mesmo tempo permita que esse aluno se
desenvolva e avance.
É importante mencionar que por diversos momentos, evidenciou-se a
criatividade e autonomia dos alunos, que se assumiam como autores de suas
próprias práticas. Nessa perspectiva, à medida que os alunos experimentavam e
conheciam corporalmente os movimentos das Atividades Circenses, eles obtinham
mais possibilidades de buscarem soluções para os problemas encontrados e
também de criarem novas vivências a partir das já experimentadas.
Quanto aos Saberes Atitudinais presentes nas Atividades Circenses
verificou-se que a participação dos alunos em aula só não acontecia por motivo de
ausência na escola, ademais participavam ativamente das vivências
proporcionadas.
Para além de somente realizar as vivências proporcionadas, a participação
ativa caracterizava-se pelo engajamento dos alunos através de ações e da
73

capacidade de falar e exprimir opiniões, ou seja, pelo empenho quando assumiam


algumas incumbências, pela curiosidade e atenção demonstrada na construção e
experimentação dos materiais, na motivação em superar as dificuldades
encontradas e no envolvimento durante as rodas de conversa, antes e após as
vivências.
Notou-se durante o processo de implementação da UD, algumas atitudes
individuais de preocupação, medo, insegurança e timidez, tornando imprescindível
uma atenção e um cuidado maior por parte da professora. Entretanto, se
sobrepujaram as condutas dos alunos que impactaram de maneira benéfica toda a
turma, como a cooperação, solidariedade, respeito e tolerância, sendo
praticamente inexistente qualquer postura entre os alunos de intolerância,
preconceito ou desrespeito.
Sobre a Implementação da UD de Atividades Circenses: limitações e
possibilidades, verificou-se que algumas dificuldades e limitações foram
encontradas ao longo da implementação dessa pesquisa e influenciaram o
desdobramento das aulas, tornando indispensável a utilização de algumas
estratégias que contribuíssem, em tais dificuldades, nas intervenções
pedagógicas.
A principal delas se trata da realidade escolar de muitos professores de
Educação Física, que é a falta de uma estrutura física adequada para as aulas,
que como consequência gerou em diversos momentos outros contratempos como
a transição de locais, a exposição às intempéries, a restrição quanto ao espaço
para realizar as vivências e as atividades planejada para as aulas. Além disso,
algumas imprevisibilidades ocorreram também em relação a alguns eventos
“extras” que aconteceram sem comunicação prévia, os quais impossibilitaram até
mesmo de continuar a aula naquele momento.
No desenvolvimento de algumas atividades planejadas, o tempo/quantidade
de aulas foram fatores limitantes, dadas as dificuldades que os alunos
apresentaram e aos imprevistos que aconteceram, o que apontou para a
necessidade de um tempo/quantidade maior de aulas para uma melhor vivência e
aprendizagem dos alunos, o que se configura como um limite da presente
pesquisa.
74

Vale ressaltar que essas questões descritas acima não impossibilitaram a


realização das aulas, nem prejudicaram o processo ensino e aprendizagem e, que
todos os cuidados previamente tomados visando a segurança dos alunos na
realização das Atividades Circenses, resultaram no fato de que nenhum
incidente/acidente ocorreu.
Com isso, evidenciou-se que os vídeos, as músicas, as fantasias, os
acessórios e as imagens utilizadas favoreceram a imersão dos alunos no mundo
do circo e a utilização de materiais de baixo custo ou recicláveis com a
possibilidade de os alunos participarem da sua construção, serviram para
enriquecer e viabilizar o processo ensino aprendizagem.
É oportuno referir que, alguns materiais estão disponibilizados entre os
equipamentos das aulas de Educação Física (cordas, prancha de equilíbrio ou
banco sueco, colchonetes, entre outros) e mesmo aqueles indisponíveis, apesar
do seu alto custo econômico, há que se considerar a possibilidade de aquisição
pela unidade escolar devido a sua durabilidade.
Em relação às possibilidades, constatou-se que os diversos recursos e
materiais utilizados viabilizaram e proporcionaram tanto a implementação da UD
de Atividades Circenses quanto uma maior proximidade e associação dos alunos
com o universo circense, não havendo justificativa para sua não inclusão nas
aulas de Educação Física na Educação Infantil.
Assim, diante de todos os resultados apresentados, espera-se que os
aspectos analisados nesta pesquisa sejam relevantes para futuras investigações.
Entende-se, pela escassez de estudos na área, que é necessário e significativo o
aprofundamento de novas intervenções sobre as possibilidades do processo de
ensino e aprendizagem dos saberes circenses nas aulas de Educação Física
Educação Infantil.
Deseja-se que as considerações aqui apresentadas contribuam na
ampliação dos conhecimentos sobre os conteúdos dos componentes da cultura
corporal de movimento que podem ser ensinados nas aulas de Educação Física
no âmbito educacional infantil, bem como possam trazer aportes para referenciar,
coadjuvar e influenciar novas propostas de pesquisas e intervenções da Educação
Física na Educação Infantil, uma vez que foram apresentadas as possibilidades
alcançadas, por meio das Atividades Circenses.
75

Ao finalizar referenda-se o reconhecimento da importância do Mestrado


Profissional em Educação Física em Rede Nacional – PROEF e o seu impacto e
transformação na prática pedagógica do “chão da escola”.
Para isso, retorna-se à apresentação desta dissertação, onde foram
manifestadas inquietações sobre a área de atuação profissional e o desejo de uma
postura docente com propósitos pedagógicos. Constata-se que, a professora Adria
que ingressou no programa em abril de 2018 já não é a mesma que concluiu em
julho de 2020, pois as experiências vivenciadas durante todo o PROEF, apesar de
desafiadoras, proporcionaram aprendizagens significativas e implicaram
diretamente no percurso profissional e também pessoal, desde então.
Evidencia-se que, como parte integrante dessa dissertação, foi elaborado
um Material Didático como um Produto Educacional no formato digital, sendo este
uma Unidade Didática para o ensino de Atividades Circenses (APÊNDICE D), que
tem como público alvo os docentes que atuam na Educação Infantil, mas também
pode servir como referência para outros interessados e para os anos iniciais do
Ensino Fundamental.
76

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82

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<file:///C:/Users/Cliente/Downloads/2229-Article%20Text-13285-1-10-
20090925%20(1).pdf>. Acesso em: 04 out. 2018.
83

ANEXOS

ANEXO A - Classificação das Modalidades Circenses por unidades didático-


pedagógicas.

Fonte: DUPRAT, BARRAGÁN E BORTOLETO (2017, p.170)


84

ANEXO B - Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética


85

APÊNDICES

APÊNDICE A– Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Conselho Nacional de Saúde, Resolução 466/12


Eu, Adria Maria Messias, portadora do RG: 23.860.108-0, aluna do curso de
Pós-graduação em Mestrado Profissional em Educação Física (PROEF) da
UNESP campus de Rio Claro/SP, sob orientação da Prof. Dra. Fernanda Moreto
Impolcetto, venho por meio deste, convidar o (a) menor sob sua responsabilidade
para participar da pesquisa que estou desenvolvendo no Mestrado.
O título da pesquisa é "Atividades Circenses na Educação Física escolar:
uma proposta para a Educação Infantil". A pesquisa tem por objetivo elaborar,
implementar e avaliar uma UD de Atividades Circenses que será desenvolvida
para uma turma de Educação Infantil da 2.ª etapa (5 anos) no município de Santa
Rosa de Viterbo/SP. Para cumprir esse objetivo será elaborada e implementada
uma UD (conjunto de aulas) de Atividades Circenses nas próprias aulas de
Educação Física. No final das aulas a professora fará anotações sobre o que foi
observado num diário de campo (caderno de anotações).
As atividades que envolverão a participação do (a) menor sob sua
responsabilidade serão desenvolvidas na escola em que ele estuda, durante as
aulas regulares de Educação Física, pela própria professora responsável pela
turma. A docente dará aulas ministrando conteúdos de Atividades Circenses que
serão adaptadas para a faixa etária que envolve esse ciclo de ensino.
Em relação aos benefícios, a colaboração do (a) menor sob sua
responsabilidade nesta pesquisa contribuirá na produção de informações sobre os
conteúdos da prática de Atividades Circenses que podem ser ensinados nas aulas
de Educação Física na Educação Infantil e possibilitará avaliar novas estratégias
de ensino para Atividades Circenses no processo educativo da Educação Infantil.
Como qualquer pesquisa que envolve a participação de seres humanos,
esta também oferece alguns riscos. Há possibilidades de risco físico durante as
realizações das atividades práticas, próprias das aulas de Educação Física como
quedas, torções e lesões ou outras ocorrências que possam afetar (mesmo que
minimamente) a integridade física. Para minimizar esses riscos, serão tomados
todos os cuidados necessários para evitar acidentes, como a realização das
atividades em espaço livre de obstáculos, evitando piso escorregadio para diminuir
o risco de quedas ou lesões, durante toda a aula o (a) aluno (a) será
acompanhado pela professora devidamente qualificada. Caso aconteça algum
problema, imediatamente serão prestadas as providências necessárias, como o
encaminhamento do (a) aluno (a) para o posto de Pronto Atendimento mais
próximo e o contato com o responsável ou o representante legal.
O (A) menor sob sua responsabilidade terá liberdade de desistir da
pesquisa a qualquer momento, assim como você poderá solicitar a sua retirada do
estudo, sem qualquer prejuízo. Todas as dúvidas que surgirem, necessidades de
informações ou esclarecimentos poderão ser explicadas pelo pesquisador em
qualquer momento do estudo. Destaca-se que não haverá nenhum tipo de
despesa, bem como nenhuma remuneração aos participantes desta pesquisa, ou
seja, a participação é totalmente voluntária. A não autorização da participação do
seu filho/filha não acarretará qualquer diferença na participação como aluno da
atividade e na sua avaliação na disciplina. Os dados coletados e os resultados
86

obtidos ao longo dessa investigação serão utilizados exclusivamente para fins de


pesquisa e publicados em revistas e congressos científicos, de forma que a
identidade pessoal do (a) menor sob sua responsabilidade será mantida em sigilo.
Se você se sentir suficientemente esclarecido sobre essa pesquisa, seus
objetivos, eventuais riscos e benefícios, convido-o (a) a assinar este Termo,
elaborado em duas vias, sendo que uma ficará com você e outra com o
pesquisador.

Rio Claro, ____ de _________________ de __________.

_________________________ ________________________________
Pesquisadora Responsável Assinatura do Responsável ou
Representante Legal do Participante

Dados sobre a Pesquisa


Título do Projeto: Atividades Circenses na Educação Física escolar: uma
proposta para a Educação Infantil.
Pesquisadora Responsável: Adria Maria Messias
Instituição: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Cargo/Função: Mestrando
Endereço: Av.24ª, 1515, Bela Vista. CEP: 13.506-900 – Rio Claro – SP
Dados para contato: (19) 3526-4334 e-mail: femoreto@rc.unesp.br

Orientadora: Fernanda Moreto Impolcetto


Instituição: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Cargo/Função: Professora do Departamento de Educação Física
Endereço: Av.24ª, 1515, Bela Vista. CEP: 13.506-900 – Rio Claro – SP
Dados para contato: (19) 3526-4334 e-mail: femoreto@rc.unesp.br

CEP-IB/UNESP-CRC
Endereço: Av.24ª, 1515, Bela Vista. CEP: 13.506-900 – Rio Claro – SP
Telefone: (19) 3526-9678

Dados do participante da pesquisa (aluno):

Nome: ____________________________________________________________
Documento de Identidade: ____________________________________________
Sexo: _________________ Data de nascimento: __________________________
Endereço: _________________________________________________________
Telefone para contato: _______________________________________________

Dados do participante do responsável ou representante legal do


participante:

Nome: ____________________________________________________________
Documento de Identidade: ____________________________________________
Sexo: ___________________ Data de nascimento: ________________________
Endereço: _________________________________________________________
Telefone para contato: _______________________________________________
87

APÊNDICE B – Modelo - Diário de Campo – Roteiro de Observação

Tema da aula: Data:

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas:

- O objetivo foi alcançado?

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos).

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos?

- Se não houve, qual foi o motivo:

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos).

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos:

- Pontos negativos:

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades:

- Limitações e facilidades:
88

APÊNDICE C – Diário de Campo – Roteiro de Observação

Tema da aula: Conhecendo o circo Data: 02/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: mapeamento inicial; elaboração de um cartaz;


vídeo infantil com o tema do circo e vivência das brincadeiras citadas pelas
crianças.

- O objetivo foi alcançado? Sim, os alunos em sua maioria demostraram


conhecer os principais elementos que compõe o circo.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim, as


músicas que foram previamente selecionadas e gravadas em CD não
tocaram no aparelho de som, nesse momento chamei as crianças e
cantamos música de circo que eles aprenderam na escola e depois
incentivei-os a explorar os materiais que foram disponibilizados, sendo que
algumas crianças pediam para cantarmos novamente a música do circo.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: nesse dia as
crianças 04, 17 e 18 não participaram.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. No dia


anterior todas as crianças da unidade escolar tiveram a oportunidade de
assistir a um espetáculo de circo que estava na cidade, o que contribuiu
significativamente com o início da UD, pois já na roda inicial todos queriam
falar o que conheciam do circo, o que achavam mais perigoso e o que
gostaram mais (no caso os relatos foram feitos em relação ao circo que
conheceram com a escola). Algumas crianças 02, 07, 08, 11, 12, 13, 15, 19 e
20 por mais que demonstrassem conhecer o circo, para a elaboração do
cartaz, escolheram imagens de ginástica artística ou dança e quando
questionados pela escolha responderam era de que tinham visto lá no circo
(por exemplo a criança 13, que escolheu a imagem da ginástica artística com
argolas, disse que no circo tinha um homem forte que ficava num balanço no
alto e balançava segurando uma mulher). As crianças 01, 03, 05, 06, 09, 10,
14 e 16 que escolheram imagens relacionadas as atividades circenses
também relacionaram a escolha com o espetáculo de circo que assistiram.
Durante a vivência as crianças foram aos poucos se envolvendo e
demostraram muito entusiasmo em poder fantasiar-se com algum material
(nariz de palhaço, peruca, saias de tule, gravatas) e brincar de circo:
simularam andar na corda bamba, andaram no pé de lata e na trave de
equilíbrio, equilibraram no rolo, brincaram de palhaço, algumas tentavam
realizar malabarismos com as bolinhas ou com o tule outras utilizavam o
bambolê para brincar de passar por dentro dele ou rolar para um amigo.
89

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: Participação, envolvimento e motivação das crianças


com as atividades propostas durante quase toda a aula.

- Pontos negativos: Aparelho de som não tocar as músicas selecionadas o


que gerou momentaneamente a diminuição da motivação das crianças para
a atividade proposta na aula.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: O fato aparelho de som da escola não ler o CD


das músicas que foram selecionadas para a aula gerou a princípio um
impacto negativo na aula, diminuindo de início, o envolvimento das crianças
na atividade, porém após cantarmos uma música de circo eles mostraram-se
mais animados e voltaram a se envolver. Os materiais utilizados e as
fantasias foram fundamentais para o envolvimento destas na atividade
proposta.

- Limitações e facilidades: A aula iniciou-se em sala para o mapeamento


inicial, elaboração do cartaz e o vídeo e posteriormente fomos para o pátio
para a vivência, essa transição de locais promoveu uma agitação por alguns
minutos, porém não ofereceu limitações. Alguns dos materiais utilizados são
de fácil obtenção, como o nariz de palhaço, perucas, saias de tule, gravatas,
etc., e outros podemos encontrar disponibilizados entre os materiais de
educação física da própria unidade escolar, como cordas, bambolês. As
músicas e o filme selecionados podem ser acessados e baixados facilmente
pela internet.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Manipulação: Malabarismo (tule). Data: 03/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Atividades individuais, em duplas e coreografia

- O objetivo foi alcançado? Sim, a maioria dos alunos demostra entender o


que é o malabarismo.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim, uma


criança 06 esqueceu de trazer o desenho que foi pedido para realizarem em
casa com algum familiar e chorou compulsivamente, chegando a vomitar
ainda na sala de aula. Ficou mais calma quando foi informada de que ligaram
para a mãe e que ela traria o desenho, participando depois normalmente das
atividades.
Participação dos alunos
90

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 09,
14, 16 e 18.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. Na


conversa inicial as crianças 01, 02, 03, 05, 06, 07, 08, 10, 11, 12, 13 e 19
relataram que conversando em casa descobriram que o circo antigamente
era um pouco diferente, tinha animais como leão, macaco, cavalo e
apresentaram seus desenhos. As crianças 04 e 17 que estavam ausentes na
aula anterior também apresentaram seus desenhos, pois suas mães
buscaram informações sobre o que foi realizado na aula na ausência das
respectivas crianças. Algumas crianças (06, 10, 13 e 15) explicaram o que
eles entendem por malabarismo que “é quando jogamos uma coisa numa
mão para outra e não deixamos cair” e também exemplificaram alguns
materiais com que podem ser realizados os malabarismos no circo, como
bolas, argolas e discos, sendo que algumas delas lembraram que no circo
que foram com a escola viram malabarismo com tochas de fogo afirmando
este ser muito perigoso. A criança 05 e a criança 15 foram as que mais
apresentaram dificuldade na manipulação do tule e para que não caísse no
chão eles lançavam bem próximo ao corpo. No final da aula algumas
crianças comentaram sobre as dificuldades que tiveram na realização das
atividades propostas sendo que algumas citaram lançar o tule e girar e, que
para conseguir pegar antes dele cair no chão, eles giravam mais rápido, mas
a maioria achou mais difícil lançar o tule e trocar de lugar com o outro amigo,
a criança 01 e a criança 10 disseram que para conseguir eles jogaram mais
alto o tule enquanto outras, a criança 12, a criança 19 e a criança 20
disseram que ficavam mais perto do amigo.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: As crianças tiveram um grande envolvimento com a aula


e demonstravam motivação quando desafiados para ver quem conseguia
realizar a atividade proposta.

- Pontos negativos: Com exceção da criança 12 e da criança 19, as demais


não tiveram autonomia para escolher os lançamentos que mais gostaram
sendo que a escolha da sequência de movimentos “coreografia” para
apresentar foi praticamente realizada por elas com a orientação da
professora.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: O tule é um material leve e devido ao seu tempo


de queda ser devagar ele torna a atividade mais motivante pois a criança
obtêm êxito mais facilmente, realiza os lançamentos e faz as recepções, não
o deixando cair no chão. O efeito visual que suas cores produzem quando
lançados chama a atenção das crianças.
91

- Limitações e facilidades: O tule é um material economicamente viável e


fácil de preparar, pode ser utilizado em diversos locais/ambientes, fechado
(sala de aula) ou abertos (pátio, quadra) sendo que neste devemos estar
atentos para a questão do vento que poderá dificultar a realização da
atividade.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Manipulação: Malabarismo (barangandã). Data: 09/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Construção do barangandã, exploração do material,


manipulação de 01 barangandã, manipulação de 02 barangandãs,
coreografia

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças conheceram a possibilidade


de realizar malabarismos com outro material.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Os


barangandãs que foram previamente construídos estavam com os barbantes
um pouco grandes para as crianças manipularem, o que dificultou
inicialmente a atividade. Para isso, a solução foi diminuir o tamanho do
barbante em alguns centímetros facilitando assim sua manipulação.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 05,
08, 12 e 16.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. No início


da aula algumas crianças lembraram o que é o malabarismo e também
reconheceram que ele pode ser realizado com diferentes materiais. A criança
14 lembrou que é muito importante não deixar cair no chão o material e que
também o malabarismo com fogo é muito perigoso. Durante a vivência
algumas crianças 02, 06 e 15 apresentaram dificuldade na manipulação do
barangandã, principalmente quando realizaram a manipulação com os 02
barangandãs. No final da aula algumas crianças manifestaram que gostaram
mais de brincar com o barangandã, que para as crianças 01 e 09 a atividade
mais difícil foi quando ficaram com dois barangandãs, um em cada mão, e
que para conseguir girar manipularam mais devagar.

Avaliação da aula – conteúdo


92

- Pontos positivos: As crianças ficaram muito curiosas em saber como era


feito o barangandã e ficaram muito envolvidas na construção do mesmo.
Quem manipulava com mais facilidade ensinava quem estava com
dificuldade.

- Pontos negativos: Assim como com o tule, as crianças não demostraram


autonomia para a elaboração da sequência coreográfica, o que aconteceu
com total intervenção da professora. Duas crianças 04 e 18, dispersaram
durante a atividade e começaram a correr pelo pátio com o barangandã
como se estivessem soltando pipa, o que tirou um pouco a atenção dos
demais alunos da atividade.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: O barangandã é um material que chamou a


atenção das crianças principalmente porque elas não o conheciam. Seu
efeito visual e as diversas possibilidades de manipulação envolveram a
maioria das crianças durante a aula.

- Limitações e facilidades: O material para a confecção do barangandã


como jornal, barbante e fita crepe é também economicamente viável e os
pedaços de TNT podem ser adquiridos na própria escola. O fato de ter
preparado previamente uma quantidade de material para a aula foi
relativamente importante, pois sua construção com as crianças exigiu
dedicação de um tempo maior da aula. Para esse material o local da
realização aula deve ter espaço o suficiente para que as crianças possam
manipular o barangandã sem que ele enrosque com o outro.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Manipulação: Equilíbrio de objetos (prato chinês)


Data: 10/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Vídeo, exploração do material, vivência e estafeta.

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças compreenderam o significado


de equilíbrio e demonstraram entender os diferentes tipos de equilíbrio
existente nas atividades circenses.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Nesse


dia o pátio foi lavado e não pode ser utilizado para a aula, como no campo a
grama ainda estava com muito orvalho a aula foi realizada em um espaço
cimentado, porém descoberto.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos.


93

- Se não houve, qual foi o motivo: Nesse dia não houve ausências.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos.) Sim. Algumas


crianças conseguiram com suas palavras conceituar o que é equilíbrio, como
também exemplificaram, falando de algumas apresentações que assistiram
no circo em que foram com a escola, o equilíbrio de objetos e o equilíbrio
sobre objetos. A criança 18 também exemplificou que quando o pai dele gira
a bola no dedo ele faz um equilíbrio e a criança 13 disse que “quando
equilibramos uma coisa não podemos deixar cair no chão porque se cai é
que não conseguimos equilibrar”. Reconheceram quando no vídeo aparece o
malabarismo e o equilíbrio e com qual material são realizados. As crianças
07, 08, 10 e 15, apresentaram mais dificuldade na manipulação do prato
chinês com a utilização da cavilha do que com os dedos das mãos, porém a
maioria apresentou dificuldade em manipular o prato chinês e andar durante
a realização da estafeta, entretanto a dificuldade não diminuiu a motivação e
a participação desses alunos durante a aula. Algumas crianças que
desenvolveram com mais facilidade a atividade proposta procuravam ajudar
quem estava com dificuldade, demonstravam como conseguiram realizar o
movimento e também incentivavam para que não desistissem e tentassem
que iriam conseguir. A maioria das crianças relataram que a manipulação do
prato chinês foi a mais difícil do que com os outros materiais.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: A motivação e o envolvimento das crianças durante as


atividades propostas. Cooperação entre as crianças, quem teve mais
facilidade na manipulação ensinou quem estava com mais dificuldade.

- Pontos negativos: Tempo/quantidade de aula para a vivência, pois


durante a estafeta algumas crianças, tanto as que apresentaram facilidade
como as que apresentaram dificuldade em manipular o prato chinês,
realizaram o percurso andando com a cavilha e o prato chinês sem manipulá-
lo ou seja sem girá-lo.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: O uso de cores variadas para o prato chinês


também promove um efeito visual que chama a atenção das crianças e o
material utilizado (feltro) facilitou a manipulação, tanto com os dedos das
mãos como com as cavilhas, e o envolvimento das crianças com as
atividades propostas.

- Limitações e facilidades: O feltro, a corda de nylon grossa e a cavilha são


materiais que muitas vezes não dispomos na escola, porém seu custo é
economicamente viável e a construção do prato chinês não ocupa muito
tempo. O local onde foi realizado a aula era descoberto e o sol no rosto
gerava uma condição adversa pelo fato de as crianças olharam para cima
para verem o prato chinês girando. O fator tempo/quantidade de aulas
94

também influencia em uma vivência mais significativa das crianças com esse
material.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Equilíbrio sobre objetos: Pernas de pau (pé de lata).


Data: 16/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Construção do pé de lata, exploração do material,


atividade de revezamento com o pé de lata.

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças exploraram e vivenciaram


possibilidades de equilíbrio e movimento do corpo sobre objetos.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Alguns


pés de latas que foram previamente construídos ficaram com a alça um
pouco grande para algumas crianças por conta do tamanho delas e a
solução foi abrir a lata e mudar o local do nó para diminuir o tamanho da
alça. Além disso, nesse dia tive que terminar a aula em outro espaço pois o
diretor solicitou o pátio para que pudesse ser preparado para que fosse
realizado a eleição do CAE (Conselho de Alimentação Escolar), sendo uma
atividade não realizada e o revezamento de pé de lata realizado no gramado
da escola.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 13


e 19.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. As


crianças exemplificaram, citando apresentações do circo que foram, quando
se equilibra um objeto e quando se equilibra o corpo sobre objeto. Elas
ficaram muito curiosas e também atentas durante a construção do pé de lata.
No início da vivência algumas crianças, 02, 03, 07, 15 e 17 apresentaram
dificuldade para equilibrar e andar no pé de lata, sendo que uma criança 15
só andou com minha ajuda enquanto os demais foram superando essa
dificuldade. Como havia lata de tamanhos diferentes houve a troca de latas
entre as crianças o que gerou um certo desconforto, pois algumas crianças
que estavam andando nas latas menores não se sentiram tão confiantes
andando nas latas maiores, em contrapartida os que estavam andando nas
latas maiores acharam que andar na lata menor era muito fácil.

Avaliação da aula – conteúdo


95

- Pontos positivos: Atenção e o envolvimento das crianças na construção


do pé de lata. Concentração e a disposição para andar no pé de lata e
realizar os desafios propostos.

- Pontos negativos: Os pés de lata terem sido preparados previamente


considerando uma única medida, pois as crianças variam em altura; a não
realização de uma atividade prevista, que seria o trajeto que as crianças
deveriam percorrer com obstáculos, uma vez que a maioria das crianças já
estavam bem familiarizadas em andar com o pé de lata; outro ponto em
questão foi a última atividade ser realizada na grama o que gerou novamente
a dificuldade inicial de equilibrar e andar agora em outro tipo de chão.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: O pé de lata além de aguçar a curiosidade das


crianças também prendeu muito a atenção delas, principalmente porque elas
não o conheciam. O efeito sonoro das crianças andando com o pé de lata e a
maneira como andavam fazia com que algumas brincassem fazendo de
conta que eram robôs.

- Limitações e facilidades: O material para a construção do pé de lata tem


um custo muito baixo, pois as latas foram trazidas pelas próprias crianças e a
corda tem um valor economicamente viável. A construção das latas pelos
grupos de crianças não usou muito o tempo de aula embora o fato de ter
preparado previamente uma quantidade de material para a aula foi
importante para essa questão.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Equilíbrio sobre objetos: Corda Bamba (slackline)


Data: 17/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Simular andar em corda bamba em contato com o


chão, simular andar em corda bamba em pranchas de equilíbrio, andar em
cima de uma corda sem ter contato com o chão e slackline.

- O objetivo foi alcançado? Em partes. As crianças vivenciaram novas


possibilidades de equilíbrio do corpo, porém não experimentaram a
possibilidade de movimento do corpo em superfícies instáveis.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Nesse


dia a aula foi interrompida por conta de um evento que aconteceria na
escola, a chegada do coelho para a entrega da lembrancinha e dos ovos de
páscoa para as crianças e não foi realizada duas atividades planejadas a de
andar em cima de uma corda à uma pequena altura do chão e o slackline.
96

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 11,
12 e 15.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. As


crianças falaram sobre o que seria o equilíbrio sobre objetos e citaram como
exemplo a aula com o pé de lata e também o rolo com a prancha de
equilíbrio e as pernas de pau do circo que foram com a escola. No decorrer
da aula ao andarem em cima da corda estendida no chão uma criança 06
lembrou de uma atividade um pouco parecida que já tinham vivenciado de
brincadeiras da cultura indígena chamada rastro da sucuri. Apesar de uma
maior dificuldade apresentada pelas crianças em andar de costas tanto em
cima da corda quanto em cima da prancha de equilíbrio, a maioria das
crianças obteve êxito na realização da atividade proposta.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: Vibração das crianças torcendo durante a atividade


quando os colegas atravessavam ao mesmo tempo a prancha de equilíbrio.

- Pontos negativos: Não desenvolver todo o conteúdo programado.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: A ordem da sequência pedagógica feita em aula,


andando em cima de um objeto (corda) que estava em contato com o chão e
depois em outro objeto sem contato com o chão (prancha de equilíbrio)
facilitou o aprendizado das crianças e os desafios lançados as estimulavam
mais ainda na atividade desenvolvida.

- Limitações e facilidades: As cordas, sejam grandes ou pequenas, são


materiais que muitas vezes temos disponibilizados na escola para as aulas
de Educação Física. A prancha de equilíbrio é que é um material que pode
variar de escola para escola, sendo que outro material que poderia ser
utilizado é o banco sueco e estes por serem mais alto, faz-se necessário que
seja colocado ao seu lado colchões ou colchonetes para a segurança e
proteção das crianças.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Equilíbrio sobre objetos: Corda Bamba (slackline)


continuação da aula do dia 17/04/2019.

Data: 23/04/2019
97

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Andar em cima de uma corda sem ter contato com
o chão e vivência com o slackline promovida por outro profissional de
Educação Física.

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças experimentaram mais


possibilidades de equilíbrio do corpo, como também vivenciaram a
possibilidade de movimento do corpo em superfícies instáveis.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Nesse


dia a aula não foi realizada no pátio como de costume, a vivência de andar
em cima de uma corda sem ter o contato com o chão foi realizada no
gramado para aproveitar um brinquedo do playground onde as cordas foram
amarradas e a vivência no slackline, por sugestão do professor de Educação
Física convidado foi realizada no tanque de areia da escola.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 05


e 20.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. As


crianças lembraram das atividades de equilíbrio realizadas anteriormente e
que a superfície em que se equilibraram “não se movia”. Quando o professor
de Educação Física convidado apresentou o slackline perguntou se alguém
sabia o que era necessário ter para andar no slackline, algumas crianças
responderam o equilíbrio e quando perguntou se conheciam algo parecido
com o slackline prontamente uma criança 13 disse: “corda bamba” e depois
como que em coro, todos também falaram corda bamba. Após a vivencia as
crianças relataram a dificuldade de andar em uma superfície que “mexe”, as
crianças 08 e 14 disseram que “as outras atividades foram mais fáceis, mas
que andar no slackline dava um frio na barriga e foi mais legal”, sendo que a
maioria das demais crianças concordaram com eles.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: As crianças tiveram um grande envolvimento com a aula


e a expectativa em andar no slackline era visível. Por mais que perceberam
que era mais difícil equilibrar e que necessitavam da ajuda do professor a
motivação e o interesse não diminuíram.

- Pontos negativos: Pelo fato de necessitarem de um acompanhamento do


professor, as crianças ficaram por um maior tempo esperando na fila a sua
vez, nesse sentido a espera gerava uma certa impaciência onde alguns
alunos acabavam se desconcentrando da aula e brincavam com a areia
98

enquanto esperavam.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: As crianças ficaram muito envolvidas com o


slackline, ou seja, com a possibilidade em “andar na corda bamba” e
participaram com motivação das atividades propostas.

- Limitações e facilidades: O slackline é um material que não dispomos na


rede de ensino, mas que segundo o Professor de Educação Física convidado
é um investimento que vale a pena pois é um material de longa durabilidade.
Para a realização da atividade é muito importante levar em consideração a
segurança e o uso de colchonetes ou colchões se faz necessário como
previsto no planejamento da aula, mas dispensando pelo professor de
Educação Física convidado que preferiu realizar a atividade no tanque de
areia.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Circuito circense Data: 24/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Vídeo e circuito com os materiais utilizados nas


aulas anteriores: tule, barangandã/swing poi, prato chinês, pé de lata e
prancha de equilíbrio.

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças exploraram os materiais que


foram utilizados nas aulas anteriores ampliaram as vivências de
malabarismos e de equilíbrio.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Não.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 11


e 20.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. No início


da aula as crianças reconheceram no vídeo que assistiram as atividades de
malabarismo e de equilíbrio que foram vivenciadas por eles. Algumas
crianças 12, 13, 14, 16 e 17 reconheceram no vídeo outros equilíbrios que
não foram vivenciados por eles. Durante o circuito, a criança 16 que estava
na estação do prato chinês dirigiu-se para a estação do equilíbrio na prancha
e começou a atravessá-la e realizar o equilíbrio do prato chinês, tal fato fez
com que outras crianças também quisessem andar na prancha de equilíbrio
99

manipulando objetos como o barangandã e o tule como também


experimentassem realizar diferentes movimentos com os diferentes materiais
disponibilizados. Ao final da aula as crianças relataram as dificuldades que
superaram em relação às aulas anteriores: as crianças 01 e 19 disseram que
conseguiram lançar o tule de uma mão para outra e também lançar o tule e
girar sem deixa-lo cair no chão, as crianças 02 e 06 disseram que
conseguiram manipular 02 barangandãs, as crianças 03, 07, 08 e 10 que
conseguiram andar melhor no pé de lata, sendo que uma criança 15 só
conseguiu andar no pé de lata pequeno. As crianças 10 e 18 disseram que
foi mais difícil conseguir andar na prancha de equilíbrio e equilibrar um objeto
porque não sabiam se olhavam para a prancha para não cair ou para o prato
chinês para não deixar cair.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: O circuito é uma atividade dinâmica e pelo fato do


tempo em cada estação não ser muito prolongado mantém a motivação da
criança e o interesse na atividade bem como gera uma expectativa em
relação à próxima estação.

- Pontos negativos: O local/espaço em que foi realizado o circuito (pátio)


não era muito grande e as estações ficaram próximas umas das outras o que
não ajudou pois durante a atividade as crianças algumas vezes meio que se
misturavam nas estações e durante a troca de estações algumas crianças
ficavam meio que perdidas sem saber para onde iam e não acompanhavam
o seu grupo.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: A possibilidade de realizar as atividades que já


tinham vivenciado novamente trouxe muita empolgação para as crianças,
algumas perguntavam pelo slackline e manifestaram que gostariam de fazer
aula da “corda bamba” novamente.

- Limitações e facilidades: O local/espaço é muito importante para a


realização dessa atividade e dependendo da quantidade de estações e de
crianças por estação o circuito pode ficar comprometido. O tempo em cada
estação deve ser administrado para que possam explorar e ampliar a
vivência sem que a atividade se torne enfadonha.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Acrobacia Individual Data: 30/04/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Vivência de atividades de acrobacias individuais


(ponte, vela, paraquedas, avião e cambalhota para frente) e realização de
pega-pega acrobático.
100

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças tiveram a oportunidade de


conhecer o que são as acrobacias circenses e de vivenciar as acrobacias
individuais.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Não.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos.

- Se não houve, qual foi o motivo: Nesse dia não houve ausência.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. No início


não sabiam explicar o que é acrobacia pois não conheciam essa palavra, foi
quando uma criança 14 disse que são as “pessoas elásticas” e outra criança
16 disse que “são as pessoas fortes que sobem em cima do outro e fazem
mortal” as demais crianças conseguiram identificar as acrobacias que
aconteceram no circo em que foram com a escola. A maioria das crianças
realizou a cambalhota para frente sozinha, algumas crianças 03, 06, 07, 10,
13 e 15 somente com a ajuda do professor. No final elas comentaram sobre
algumas posições que acharam mais difícil de realizar, principalmente no
pega-pega. Para a criança 08 “a vela foi a mais difícil mesmo sem o pega-
pega”. Segundo a criança 19 “é mais difícil fazer o avião por que estava
correndo e tinha que parar e não conseguia equilibrar”, para a criança 04 era
mais difícil parar de correr e fazer a ponte para não ser pego “porque tinha
que deitar no chão e virar de barriga para cima”.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: A aula foi muito divertida para todos, principalmente


quando realizamos o pega-pega que é uma atividade que as crianças gostam
muito de fazer.

- Pontos negativos: No início do pega-pega as crianças tiveram um pouco


de dificuldade em realizar as posições e eram pegas facilmente, com
algumas intervenções e com o entendimento delas de que poderiam realizar
a posição que elas tiveram mais facilidade o pega-pega desenvolveu melhor.
Algumas crianças não gostavam quando eram pegas, umas emburravam e
outras não obedeciam a regra e continuavam correndo, o que necessitou de
intervenções também.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: As atividades de acrobacias individuais e o pega-


pega acrobático foram atividades de fácil desenvolvimento e muito bem
aproveitada pelas crianças que se divertiram bastante.

- Limitações e facilidades: Para essa atividade um material importante para


101

realizar algumas posições e o rolamento foram os colchonetes, que muitas


vezes fazem parte da relação de materiais de educação física e por isso
disponibilizados na escola para serem utilizados nas aulas. Para o pega-
pega um local amplo e sem obstáculos ou objetos é o mais ideal para evitar
que eles se machuquem ou algum risco maior à segurança da criança.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Acrobacias em grupo Data: 07/05/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Vivências de elementos básicos das acrobacias em


grupos: duplas, trios e quartetos. Realização de uma brincadeira intitulada
Dança das acrobacias.

- O objetivo foi alcançado? Em partes. As crianças puderam vivenciar


algumas possibilidades de acrobacias em duplas, e devido à insegurança
que algumas crianças apresentaram e a necessidade da ajuda de minha
parte (professora) houve um dispêndio de tempo maior para a realização da
atividade e, portanto, as acrobacias em trios e em quartetos e a brincadeira
dança das acrobacias não foram realizadas.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos.) Sim. Nesse


dia não foi realizada as atividades de acrobacias em trios e em quartetos
bem como a brincadeira de dança das acrobacias, pelo exposto acima.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 05,
11 e 20.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. No início


algumas crianças 10, 13, 16 e 19 identificaram as acrobacias em grupos
como sendo “as poses que as pessoas fazem com mais pessoas”, a criança
14 menciona que “fica igual uma pirâmide um em cima do outro” e a criança
17 que “tem que treinar porque é muito perigoso fazer”. Durante a aula
algumas crianças 01, 03, 06, 07, 10, 13, 15, 17 e 19 apresentaram
dificuldade em realizar algumas poses acrobáticas de acordo com a imagem
apresentada, pois demostravam medo e insegurança com o colega, e
quando essas crianças realizavam a mesma pose acrobática comigo elas
conseguiam com mais êxito. Por conta dessa dificuldade não consegui
terminar a aula planejada para esse dia.

Avaliação da aula – conteúdo


102

- Pontos positivos: As crianças identificarem e reconhecerem acrobacias


em grupo, a motivação para realizar a pose acrobática tentando por vezes
seguidas e a cooperação entre as crianças que realizavam com mais
facilidade tentando auxiliar as que ainda não conseguiam.

- Pontos negativos: A dificuldade que algumas crianças apresentaram, por


medo ou insegurança, em realizar as poses acrobáticas, o que despendeu
um tempo maior de aula, impossibilitando de realizar as outras atividades
planejadas. A impressão de uma folha (sulfite A4) de cada pose acrobática
gerou uma certa dificuldade de visualização e compreensão das crianças,
fato que seria facilitado com a impressão de mais folhas para cada modelo.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: Algumas crianças tiveram dificuldade em realizar


as atividades propostas de acrobacias em grupos com outras crianças da
mesma faixa etária, porém quando houve a intervenção e ajuda da
professora a atividade era realizada com maior desenvoltura, porém o fator
dificuldade não diminuiu a expectativa e a motivação destas durante a aula,
algumas sentiam-se desafiadas a realizar a pose acrobática e o estímulo de
outras crianças para que conseguissem foi fundamental.

- Limitações e facilidades: A impressão das poses acrobáticas é muito


importante para a visualização e compreensão das crianças sobre o que irão
realizar, bem como a quantidade a ser disponibilizada para a visualização
pois esta foi um fator limitante na atividade desenvolvida. Assim como nas
acrobacias individuais, para a segurança das crianças em algumas posições
realizadas colchonetes são muito importantes e devem ser usados durante a
aula.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Acrobacias em grupo (continuação). Data: 08/05/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Vivências de elementos básicos das acrobacias em


grupos: dupla, trios e quartetos. Realização de uma brincadeira intitulada
Dança das acrobacias.

- O objetivo foi alcançado? Sim. Foi vivenciado novamente algumas


acrobacias em duplas como também experimentaram algumas possibilidades
de acrobacias em trios e quartetos.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Não.

Participação dos alunos


103

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Por motivo de ausência: as crianças 05


e 11.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. As


crianças relembraram a aula anterior e algumas falaram da dificuldade que
sentiram por conta do medo de machucar, algumas crianças 01, 10 e 19
relataram que “treinaram em casa” para tentar fazer na escola novamente.
No decorrer da aula a maioria das crianças demonstravam mais confiança e
desenvoltura em relação à aula anterior facilitando seu desenvolvimento, no
entanto, minha intervenção e ajuda ainda se faziam necessários juntamente
com as crianças 07 e 13 para maior fluidez da aula. Durante a brincadeira
dança das acrobacias, as crianças escolhiam as poses acrobáticas que elas
tiveram mais facilidade para realizar. Ao final algumas crianças relataram
como procuraram superar a dificuldade, no caso uma criança 13 que por ser
maior e mais pesada não subiu em ninguém e disse que “preferiu deixar o
amigo subir e ficar por baixo”, já outra criança 07 disse que “até tentou subir
mais os amigos não a aguentavam” e algumas crianças 02 e 06 relataram
que elas não tinham muita força para segurar muito tempo o amigo, mas que
“um pouquinho de tempo elas conseguiam”.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: A motivação das crianças em tentar realizar a atividade


proposta, pois mesmo com um pouco de dificuldade e em alguns momentos
precisando da minha ajuda, as crianças mantinham-se eufóricas durante a
tentativa e vibravam quando conseguiam ou quando algum outro grupo
conseguia. Para essa aula a impressão de mais folhas com as poses
acrobáticas facilitou a visualização por mais crianças para que realizassem a
atividade.

- Pontos negativos: A dificuldade das crianças e o tempo de aula para a


realização das atividades propostas. Por mais que as crianças tivessem
apresentado uma maior familiaridade com as poses acrobáticas e estivessem
menos receosas de realiza-las, ainda apresentavam um pouco de
dificuldade, entendo que um dia de aula para cada acrobacia em grupo,
sendo um dia em duplas, no outro trio e num próximo quarteto seria mais
interessante para um melhor aprendizado.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: A realização das atividades de acrobacias em


grupo não requer o uso de muitos materiais, por medidas de proteção e
cautela o uso de colchonetes para algumas poses realizadas se faz
necessário, além de uma ênfase lembrando-os sempre da importância na
segurança e no cuidado pessoal com o outro para realizarem as atividades.

- Limitações e facilidades: A impressão de mais poses acrobáticas foi


104

significativo para uma melhor visualização por parte das crianças, porém
essas folhas ficavam soltas e acabavam se misturando algumas vezes
provocando uma certa confusão nas crianças que não sabiam qual seria
realizada. Fixá-las com fita crepe ou colá-las em uma cartolina em forma de
cartaz teria facilitado ainda mais a visualização.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Encenação Data: 14/05/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Vídeo e vivência explorando e encenando/imitando


as brincadeiras de palhaço.

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças ampliaram seu repertório de


possibilidades de expressão corporal.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Nesse


dia na sala em que as crianças têm aula chegou um enxame de abelhas que
estavam muito alvoroçadas e a direção por medidas de segurança e
proteção entrou em contato com os familiares de cada criança explicando o
ocorrido. Alguns responsáveis buscaram seus filhos na escola, porém
alguns, por conta do trabalho, não o fizeram e mesmo com uma quantidade
reduzida realizei a aula prevista.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: No dia 13/05/2019 uma criança 20 foi
transferida. Nesse dia 11 crianças deixaram de participar pelo motivo acima
exposto, sedo elas: 01, 03, 04, 05, 07, 08, 09, 10, 15, 16, 17

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. As


crianças ficaram envolvidas em poder se fantasiar de palhaço e realizar as
palhaçadas, algumas lembraram das brincadeiras que os palhaços do circo
em que foram com a escola realizaram e como ele se divertiram muito com
as palhaçadas. As crianças 18 e 19 lembraram que além de uma roupa
engraçada, peruca e nariz vermelho os palhaços têm um sapato bem grande
e costumam pintar o rosto e uma criança 12 disse que nunca viu uma
“mulher palhaço” e que seria legal se existisse. Sugeri as brincadeiras, pois
as crianças não tiveram a iniciativa para que isso acontecesse, após algum
tempo de envolvimento com a atividades elas começaram a imitar as
brincadeiras que viram os palhaços realizarem no espetáculo de circo que
foram com a escola, sendo que a que mais gostaram foi de brincar de
“sombra”.
105

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: Participação, envolvimento e motivação das crianças


com a possibilidade de se fantasiar e brincar de palhaço.

- Pontos negativos: A quantidade reduzida de crianças nesse dia e a não


realização da pintura facial da criança para caracterizar o rosto do palhaço
devido ao tempo que se leva para isso.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: Os materiais utilizados para as crianças se


fantasiarem (roupas, perucas, nariz de palhaço, chapéus, gravatas e outros
acessórios) foram essenciais para o envolvimento delas na atividade
proposta. Outro material significativo e que não foi utilizado seria a
maquiagem/pintura facial das crianças caracterizando o rosto do palhaço.

- Limitações e facilidades: Alguns dos materiais utilizados são de fácil


obtenção e de valor econômico viável, outros podem ser adaptados para a
realização da aula (algumas fantasias utilizadas era da própria unidade
escolar por conta de desfiles cívicos ou projetos realizados).

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Ensaio para o festival Data: 15/05/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Organização dos grupos e dos números a serem


apresentados, escolha das músicas, roupas e materiais. Ensaio com as
crianças.

- O objetivo foi alcançado? Não. Não puder realizar aula nesse dia.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Nesse


dia toda a sala de aula foi dispensada por conta do enxame de abelhas, pois
ainda não tinham vindo retirá-las.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Não.

- Se não houve, qual foi o motivo: Pelo motivo acima exposto.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Conteúdo


não desenvolvido nesse dia.

Avaliação da aula – conteúdo


106

- Pontos positivos:

- Pontos negativos:

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades:

- Limitações e facilidades:

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Ensaio para o festival Data: 21/05/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Reconhecimento, classificação e elaboração de


cartazes com as atividades circenses. Organização dos grupos e dos
números a serem apresentados, escolha das músicas, roupas e materiais.
Ensaio com as crianças.

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças reconheceram e classificaram


as diferentes modalidades circenses como também participaram da
organização e do ensaio para o festival.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. Neste


houve reunião de pais para os alunos do período parcial durante o horário
normal de aula (às 10:00h), sendo as crianças dispensadas às 9:45h, isso
comprometeu a frequência em aula, pois alguns responsáveis não
mandaram seus filhos para a escola nesse dia por dependerem do horário do
transporte escolar do município e outros do transporte escolar particular.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Sim, de todos os alunos presentes.

- Se não houve, qual foi o motivo: Nesse dia 07 crianças deixaram de


participar da aula por motivo de ausência na escola 05, 09, 13, 14, 15, 18 e
19 devido ao horário da reunião de pais.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. Para a


organização e classificação das modalidades circenses, as crianças
observaram as imagens das aulas que eles vivenciaram lembravam alguns
dos conceitos que foram conversados em aula para a realização das
atividades e com isso elas reconheceram e selecionaram as imagens e
elaborando os cartazes. Algumas dúvidas surgiram, mas foram resolvidas
por elas mesmas que pediram apenas a confirmação por parte da
107

professora. Uma criança 08 questionou a escolha das imagens que duas


crianças 11 e 17 realizaram do prato chinês para o cartaz de malabarismos,
se não era do cartaz de equilíbrio e elas afirmaram que não, que era
equilíbrio, mas que eu tinha ensinado que era equilíbrio de objetos e que
fazia parte do malabarismo. Outra foi em relação à escolha da criança 07 de
uma imagem em que as crianças estão fazendo o avião para o cartaz de
acrobacias individuais, a criança 04 perguntou se não era equilíbrio, mas as
outras crianças responderam que a aula de equilíbrio foi o pé de lata e a
corda bamba, e que “no avião elas estavam equilibrando o corpo, mas não
estavam em cima de nada”. Somente a criança 02 não escolheu nenhuma
imagem. Para a escolha das atividades para a apresentação bem como das
roupas, e das músicas as crianças precisaram de uma intervenção maior da
minha parte pois elas não conseguiam se definirem e organizarem quanto a
isso, principalmente as meninas que ora queriam apresentar uma atividade
ora já queriam outra, já os meninos definiram mais rápido o palhaço as
acrobacias. Restou pouco tempo para o ensaio, porém rapidamente todos os
grupos passaram uma vez a apresentação.

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: Para a realização da classificação e elaboração dos


cartazes das atividades circenses o reconhecimento das aulas e a
recordação dos conceitos ensinados. Para a organização dos grupos e
ensaio para o festival o envolvimento e a motivação das crianças com a ideia
de se apresentarem como num espetáculo de circo.

- Pontos negativos: A quantidade de crianças ausentes nesse dia (pelo


motivo acima exposto) e a dificuldade de organização e definição das
crianças em relação ao que iria apresentar e o pouco tempo de aula que
restou para o ensaio de cada grupo.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: Para a elaboração dos cartazes as crianças


ficaram entusiasmadas ao verem as imagens das aulas que elas
participaram o que facilitou no reconhecimento das atividades. Para a
elaboração dos grupos de apresentação e ensaio, a utilização de todos os
materiais trabalhados em aulas anteriores bem como as fantasias
disponibilizadas geraram uma motivação ainda maior, as crianças ficaram
bastante envolvidas com a possibilidade de realizarem um espetáculo de
circo.

- Limitações e facilidades: A dificuldade de organização quanto às


apresentações para o espetáculo foi limitante quanto ao tempo que as
crianças tiveram depois para o ensaio, uma maior intervenção e
direcionamento do professor é extremamente necessário por conta da faixa
etária das crianças. O fator tempo/quantidade de aulas também influencia em
uma vivência mais significativa para as crianças, sendo que poderia ser
108

planejado uma aula a mais somente para o ensaio.

DIÁRIO DE CAMPO – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Tema da aula: Festival Data: 22/05/2019

Conteúdo Desenvolvido

- Atividades propostas: Apresentação das crianças das atividades


circenses de malabarismos, equilíbrio, acrobacias e encenação realizadas
em aula.

- O objetivo foi alcançado? Sim. As crianças apresentaram as vivências de


atividades circenses realizadas nas aulas de educação física.

- Houve imprevistos e/ ou alteração do conteúdo? (Relatos). Sim. A


apresentação das crianças das atividades circenses foi realizada somente
pelas crianças que estiveram presentes no ensaio na aula anterior.

Participação dos alunos

- Houve a participação dos alunos? Em partes, porém somente quem


participou do ensaio realizado na aula anterior é que realizou a
apresentação. As demais crianças ajudaram na organização e durante a
apresentação constituíram a plateia.

- Se não houve, qual foi o motivo: Nesse dia não houve ausência.

- Se apropriaram do conteúdo proposto? Como? (Relatos). Sim. As


crianças estavam animadas e envolvidas com a possibilidade de apresentar-
se como em um espetáculo de circo. Enquanto ajudava na caracterização
das crianças (fantasias), percebi que outras aproveitavam e iam ensaiando o
que iriam apresentar. Algumas crianças que apresentariam as atividades de
malabarismos estavam muito preocupadas (com medo) em deixar cair no
chão o tule, o barangandã ou o prato chinês então conversamos e
lembramos do espetáculo de circo que elas foram em que o malabarista
deixou cair a argola e que ele a pegou e continuou o malabarismo e que se
acontecesse para que elas fizessem como ele. Durante a apresentação as
crianças 04 e 12 que são mais extrovertidas ficaram retraídos, em
contrapartida outras crianças 02 e 03 que são mais introvertidas, durante a
apresentação estavam mais desenvoltas. Como não seria possível o
slackline, para simular a corda bamba foi utilizado a prancha de equilíbrio e
as acrobacias em grupo apresentadas foram somente em duplas devido à
quantidade reduzida de alunos para a apresentação. O festival foi
apresentado para a professora de sala, alguns funcionários que se
encontravam no pátio e para as próprias crianças da classe que na aula
anterior faltaram e não participaram da organização e do ensaio para o
festival.
109

Avaliação da aula – conteúdo

- Pontos positivos: A motivação das crianças para a realização do festival e


a apresentação das atividades circenses. O envolvimento de todas as
crianças, desde as mais tímidas que surpreenderam a todos com a
desenvoltura durante a apresentação como também daquelas que não
apresentariam, participando dos bastidores ajudando na organização do
espaço e dos materiais para as apresentações e compondo a plateia. A
professora de sala e alguns funcionários que assistiram à apresentação
elogiaram bastante e pediram para que se estudasse a possibilidade de
realizar a apresentação em outro momento para a escola toda e até mesmo
para os pais.

- Pontos negativos: A não participação de todas as crianças na


apresentação das atividades circenses vivenciadas em aula a não
apresentação das acrobacias em grupos, trios e quartetos, devido ao número
reduzido de alunos e o tempo de aula que devido à necessidade das
crianças em terem ajuda para se trocarem para a apresentação acabou
ultrapassando um pouco o horário. Para esse festival foi preparado
previamente um painel que ficaria ao fundo na parede caracterizando o circo
que não pode ser colocado pois haveria um evento para as mães no final do
mês e a direção pediu para deixar o painel elaborado com o tema das mães.

Recursos materiais e espaço físico

- Impacto nas atividades: A motivação das crianças por estarem pela


primeira vez que, numa aula de educação física, participando da organização
de um festival e apresentando as atividades que vivenciaram em aula. A
colaboração para a organização dos materiais e do espaço onde seria
realizada a apresentação.

- Limitações e facilidades: O pátio da escola possui um palco que foi


utilizado, proporcionando para as crianças maior realidade e semelhança
pelo fato do circo possuir um palco/picadeiro. Os materiais e as fantasias
usadas pelas crianças e as músicas infantis selecionadas com temas de
circo também propiciaram mais autenticidade ao festival. O fator limitante foi
a dependência das crianças para a caracterização o que afetou o tempo de
aula.
110

APÊNDICE D – Produto Educacional: Material Didático

O Produto Educacional derivado da pesquisa e parte dos requisitos para a


obtenção do título de Mestre em Educação Física Escolar, é um Material Didático
destinado aos docentes que atuam na Educação Infantil, podendo também
orientar a outros interessados e aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Intitulado como: Educação Física e Atividades Circenses: uma proposta para a
Educação Infantil, este instrumento tem a expectativa de contribuir para o ensino e
aprendizagem das Atividades Circenses em diferentes ambientes educacionais.
EDUCAÇÃO FÍSICA E
ATIVIDADES CIRCENSES:
UMA PROPOSTA PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL

ESCOLA

ADRIA MARIA MESSIAS


FERNANDA MORETO IMPOLCETTO
ADRIA MARIA MESSIAS

EDUCAÇÃO FÍSICA E
ATIVIDADES CIRCENSES:
UMA PROPOSTA PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL
REALIZAÇÃO
UNESP Universidade Estadual Paulista
Instituto de Biociências – Núcleo Unesp – Rio Claro – Câmpus
Rio Claro, SP
Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em
Educação Física em Rede Nacional - ProEF
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - CAPES

SUPERVISÃO GERAL
Prof.ª Dr.ª Fernanda Moreto Impolcetto

ELABORAÇÃO
Prof.ª Ms. Adria Maria Messias

PROJETO GRÁFICO
Michele de Souza Moraes

ILUSTRAÇÕES
FREEPIK

IMAGENS
Fotos extraídas da prática pedagógica da professora
pesquisadora, devidamente autorizadas pelo Comitê de Ética
em Pesquisa mediante o Protocolo CAAE
n.º04986818.5.000.5465. Parecer n.º 3.147.661 e pelos
responsáveis legais dos estudantes.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...................... 4

UNIDADE DIDÁTICA DE
ATIVIDADES CIRCENSES ...... 8

PARA UMA BOA DIVERSÃO . 31

REFERÊNCIAS .......................... 34
APRESENTAÇÃO
Este Material Didático foi elaborado como um Produto
Educacional, parte integrante de uma dissertação do
Programa Profissional de Mestrado em Educação Física em
Rede Nacional (ProEF). Ele é resultado da pesquisa
intitulada: “ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR: UMA PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO
INFANTIL”, cujo objetivo foi analisar a implementação de
uma Unidade Didática para o ensino de Atividades Circenses
nas aulas de Educação Física da Educação Infantil e tem
como público-alvo os docentes que atuam nessa etapa da
Educação Básica como também pode servir como referência
para outros interessados e para os anos iniciais do Ensino
Fundamental.
A Educação Física, enquanto prática pedagógica que
contempla os conteúdos da cultura corporal do movimento
humano é componente curricular obrigatório da Educação
Básica, devendo estar inserida a partir da Educação Infantil.
No entanto, além da LDB/Lei n.º 9394/96 não especificar qual
profissional deve atuar com os conhecimentos relacionados a
ela, nos documentos que instituem e regulamentam a
Educação Infantil o conhecimento é abordado de forma
integral, motivo pelo qual, não há menção direta sobre os
conteúdos específicos do ensino da Educação Física nessa
etapa da Educação Básica.

5
Entende-se que a cultura corporal de movimento, da qual a Educação Física se
apropria e sistematiza práticas pedagógicas para ensinar na escola, integra a diversidade
cultural construída pelo ser humano ao longo de sua existência, e que as Atividades
Circenses sendo um componente dessa cultura, constituem-se como um relevante tema a
ser desenvolvido, pois apresentam uma riqueza de conteúdos possíveis de serem
explorados com finalidades educativas, de maneira a atender as especificidades da
Educação Infantil, contribuindo para a formação integral do ser humano. Entretanto,
verifica-se uma ausência de produções em relação às implicações pedagógicas dos
conteúdos da cultura corporal de movimento de Atividades Circenses nesse ciclo de
ensino.
No desejo de fomentar uma prática pedagógica que, para além do brincar e de
atividades com ênfase no desenvolvimento motor, no processo ensino aprendizagem
coopere para a formação e desenvolvimento dos alunos, oportunizando a
experimentação, a vivência e o conhecimento das diversas manifestações que compõe a
cultura corporal do movimento esse material foi projetado.
Espera-se que esse Produto Educacional contribua com os demais docentes
ampliando os conhecimentos sobre os conteúdos dos componentes da cultura corporal de
movimento que podem ser ensinados nas aulas de Educação Física na Educação Infantil,
bem como possa trazer aportes para referenciar outros interessados e os anos iniciais do
Ensino Fundamental nesse caso específico, apresentando os conteúdos das atividades e
dos elementos que envolvem a cultura e a prática circense.
Tendo como base o referencial teórico proposto por Duprat, Barragán e Bortoleto
(2017) que classifica as modalidades circenses por unidades didático-pedagógicas
evidenciando as ações motoras gerais envolvidas, realizou-se a seleção, flexibilização e
adaptação dos conteúdos e dos materiais para a Educação Infantil.
Apresenta-se aqui os doze planos de aula, constitutivos da Unidade Didática de
Atividades Circenses, que foram elaborados e desenvolvidos para as aulas de Educação
Física as quais aconteceram durante o primeiro semestre do ano letivo de 2019, duas
vezes por semana, com duração de 50 minutos cada aula. Participaram, 20 crianças de
uma turma da 2.ª Etapa da Educação Infantil, do período matutino, com idade de 5 anos,
de uma escola pública municipal na cidade de Santa Rosa de Viterbo, estado de São
Paulo.

6
Quadro 1 – Unidade Didática de Atividades Circenses adaptada para a faixa etária da
2.ª etapa da Educação Infantil.

UNIDADES BLOCOS MODALIDADES ADAPTAÇÕES/


DIDÁTICO TEMÁTICOS CIRCENSES INSTRUMENTOS
PEDAGÓGICAS

Tule
MANIPULAÇÕES De objetos Malabarismos Barangandã
Prato chinês (feltro)
Equilíbrio do corpo em
EQUILÍBRIO SOBRE movimento Perna de pau Pé de lata
OBJETOS Equilíbrio do corpo em Prancha de
superfícies instáveis Corda bamba equilíbrio e
Slackline
Ponte, Vela, Para-
Individuais Solo quedas, Avião e
Cambalhota para
frente.
ACROBACIAS
Duplas, trios e Algumas poses
Coletivas quartetos adaptadas para
seis apoios

ENCENAÇÃO Palhaço Diferentes técnica e Fantasias e


estilos brincadeiras de
imitações

Fonte: Adaptado de Duprat, Barragán e Bortoleto (2017).

7
AULA 1: TEMA – CONHECENDO O CIRCO

Objetivo: conhecer os principais elementos que compõem o circo na atualidade.

Roda inicial: Mapeamento buscando investigar através de perguntas simples o que as


crianças conhecem sobre o Circo e sobre as brincadeiras realizadas no picadeiro: Quem já foi
ao circo?; O que vocês lembram que tem lá?; O que vocês mais gostaram? Do que vocês
sentiram medo ou o que acharam perigoso?

Desenvolvimento da aula:

1 – Elaboração do Cartaz:

Após o mapeamento inicial, ainda em roda, distribua imagens de circo com outras imagens

como de ginástica rítmica, ginástica artística, trampolim, dança, entre outras e solicite para que

cada criança escolha uma imagem que lembre o circo para colar no cartaz.

2 - Vídeo: Após a roda inicial, assista com as crianças ao vídeo intitulado Chico Bento em: O

circo <https://youtu.be/qTBAdAysRFA>; converse com elas e explique que mesmo sem utilizar

equipamentos ou aparelhos específicos do circo pode-se imaginar e experimentar as atividades

circenses com segurança.

9
3 - Vivência: Na sequência, com base nos
conhecimentos observados e destacados sobre
os personagens do circo no mapeamento inicial,
convide as crianças a vivenciarem as
brincadeiras citadas. Para isso, separe
previamente alguns materiais para serem
utilizados, caso sejam citados pelas crianças,
como por exemplo corda (para andar sobre ela
no chão, simulando uma corda bamba), bolinhas
coloridas (para malabarismo), nariz de palhaço,
gravata, peruca (para imitar o palhaço), etc.
Durante essa vivência coloque algumas músicas
com o tema do circo, como: O Circo Chegou e O
Circo (No reino encantado do circo-1984); Circo
Roda final: Converse com os alunos e
da alegria (Patati-Patatá-2012); Piruetas
explique que as próximas aulas as
(Saltimbancos trapalhões-1981) entre outras
atividades terão como tema o circo,
músicas infantis de circo dos álbuns: Circo,1998
mas que alguns números que
e Prá brincar de circo, 2013.
acontecem no circo não podem ser
realizados na escola e nem em casa,
pois precisam de muita segurança e
treinamento. Questione se eles
conhecem alguma apresentação
perigosa do circo que não poderemos
.
realizar e quais são. Explique que nas
aulas que serão realizadas irá se tomar
todo cuidado e atenção com a
segurança para eles possam aprender
e se divertir muito. Peça para que eles
perguntem em casa se alguém já foi ao
circo, quais apresentações eles
lembram que tinha e que tragam um
desenho do circo feito junto com seus
familiares. 10
AULA 2: MANIPULAÇÃO DE OBJETOS –
MALABARISMO (TULE)

Objetivo: Conhecer o que é malabarismo. Experimentar e vivenciar as possibilidades de


atividades de malabarismos com tule, estimular a criatividade e a expressão corporal.

Roda inicial: Inicie recordando a aula anterior; pergunte quem conversou em casa sobre o
circo, o que descobriram e peça para apresentarem os desenhos. Apresente o tema da aula e
questione: o que vocês acham que é o Malabarismo? Onde vocês já viram pessoas fazendo
Malabarismo? Com que objetos ou materiais vocês viram as pessoas fazendo o malabarismo?
Após esse início de aula ainda na roda de conversa, explique para as crianças o que é o
Malabarismo e os diferentes tipos de malabarismos (lançamento, giroscópio, de contato e
equilíbrio de objetos) sendo que o que será realizado em aula é o malabarismo de lançamento.

Desenvolvimento da aula: Entregue para as crianças lenços de tule coloridos para as


vivências que serão desenvolvidas. Corte previamente os lenços de tule coloridos no tamanho
de 50cm x 50cm.

1 - Atividades individuais: Para conhecer o material e seu tempo de queda peça para que as
crianças estendam a mão à frente do corpo e acima da cabeça e soltem o tule, recepcionando-
o mais próximo ao chão (primeiro com ao lado de domínio, depois com o outro lado). Após
essa vivência, as próximas atividades serão de desafiá-los a não deixar o tule cair no chão: 1.ª
abrir o tule em cima da cabeça, assoprar tentando mantê-lo no ar; 2.ª realizar lançamentos
simples do tule à frente do corpo recepcionando com a mesma mão de lançamento, trocar o
lado; 3.ª realizar lançamentos simples do tule à lateral do corpo recepcionando com a mesma
mão de lançamento, trocar o lado; 4.ª realizar lançamentos cruzados do tule à frente do corpo
(lançar com a direita e recepcionar com a esquerda e vice-versa) depois lançamentos
cruzados do tule à lateral do corpo (lançar com a direita e recepcionar com a esquerda e vice-
versa); 5.ª lançar o tule e bater uma palma antes de recepcioná-lo, desafiando a aumentar o
número de palmas; 6.ª lançar o tule e girar em torno de si mesmo antes de recepcioná-lo.

11
2 - Atividades em duplas e trios: Enfatize sempre o desafio de não deixar o tule cair no
chão, peça para que fiquem um de frente para o outro e realizem a troca simples de tule;
2.ª ainda um de frente para o outro, peça para que realizem o lançamento do tule e
troquem de lugar com o outro recepcionando o tule antes de cair no chão.

3 - Coreografia: Para finalizar, peça para que elas escolham até 5 lançamentos que elas
mais gostaram para criar com a sua ajuda uma pequena coreografia para apresentar.

Roda final: Converse com os alunos procurando saber quais as dificuldades encontradas
para realizar as atividades propostas, pergunte se eles conseguiram resolver essas
dificuldades e como eles conseguiram resolver. Questione se eles conhecem outro
material, parecido com o tule, que possam usar para realizar as atividades que fizeram.

12
AULA 3: MANIPULAÇÃO DE OBJETOS –
MALABARISMO (BARANGANDÃ)

Objetivo: Vivenciar e explorar as possibilidades de atividades de malabarismos com outro


material, o barangandã, estimular a criatividade e a expressão corporal.

Roda inicial: Inicie a aula e relembre com os alunos o que é o malabarismo e os diferentes
tipos de malabarismos (lançamento, giroscópio, de contato e equilíbrio de objetos), bem como
relembre o malabarismo de lançamento e as atividades realizadas na última aula; explique
que continuarão trabalhando com o malabarismo com outro objeto, o barangandã.

Desenvolvimento da aula:
1- Construção do barangandã: nesse primeiro momento, em grupos, as crianças irão
aprender a criar o barangandã. Material: jornais, tiras de TNT, fita crepe, barbante e tesoura.
Modo de preparo: Amasse o jornal fazendo uma bola; feche essa bola usando fita crepe;
enrole o barbante na bola, amarrando com um nó; envolva a bola com a tira de TNT
prendendo de maneira que sobre um pedaço da tira. Clique no link a seguir para aprender o
passo a passo da construção do barangandã <https://youtu.be/fMJoBFFyino>.

2 - Reconhecendo o material: Após a construção pelos grupos do barangandã entregue


para os demais alunos mais barangandã, construídos previamente pelo (a) professor (a), para
que eles possam individualmente por alguns minutos explorá-lo livremente.

3 - Com 01 barangandã: 1.ª Segure o malabar com uma das mãos, realize movimentos de
balanço à frente do corpo, à lateral do corpo, atrás do corpo, depois trocar de mão para
realizar os movimentos; 2.ª Segure o malabar com uma das mãos, realize giros para frente e
também giros para trás: à frente do corpo, à lateral do corpo, em cima da cabeça e depois
trocar de mão para realizar os movimentos mãos; 3.ª Realizar lançamentos do malabar à
frente do corpo recepcionando com as duas mãos e depois com a mão de lançamento; 4.ª
Realizar lançamentos cruzados do malabar à lateral do corpo (lançar com a direita e
recepcionar com a esquerda e vice-versa); 5.ª Lançar o malabar e bater uma palma antes de
recepcioná-lo, desafiando a aumentar o número de palmas; 6.ª lançar o malabar e girar em
torno de si mesmo antes de recepcioná-lo.

13
4 - Com 02 barangandã: 1ª Segure um malabar em cada mão, realize giros para frente e
depois para trás, à frente do corpo; 2ª Segure um malabar em cada mão, realize giros
para frente e depois para trás, à lateral do corpo.

5 - Coreografia: Ao final, peça que eles escolham algumas variações que foram
realizadas e com sua ajuda realize uma sequência de movimentos, juntando todas elas
(coreografia).

Roda final: Converse com os alunos e procure saber se eles conseguiram realizar todos
os movimentos propostos, em quais movimentos eles sentiram mais dificuldade de
realizar e explique que quanto mais eles praticarem mais facilidade sentirão, procure
saber se eles já conheciam o barangandã e de onde conheciam.

14
AULA 4: MANIPULAÇÃO – EQUILÍBRIO DE
OBJETOS (PRATO CHINÊS)

Objetivo: Aprender sobre o significado de equilíbrio e quais os tipos de equilíbrios nas


atividades circenses. Vivenciar, explorar e ampliar as possibilidades de atividades de
malabarismos através do equilíbrio de objetos.

Roda inicial: Converse com os alunos e relembre o tema trabalhado nas aulas anteriores,
bem como as atividades desenvolvidas de malabarismo. Faça perguntas para saber o que
eles conhecem sobre equilíbrio: O que é o equilíbrio; para vocês? Vocês sabem a diferença
de equilíbrio de objetos e equilíbrio sobre objetos?; O que vocês acham mais fácil, equilibrar
um objeto ou equilibrar sobre um objeto? Explique que eles continuarão trabalhando com o
malabarismo e o que será realizado é o equilíbrio de objeto conhecido como prato chinês.

Desenvolvimento da aula:
1 - Vídeo: Assista com as crianças: Um dia no Circo da Turma da Mônica
<https://youtu.be/aLjfJiuWQic> peça para que eles identifiquem no desenho onde aparecem
atividades de malabarismo e de equilíbrio.

2 - Conhecendo o material: Após o vídeo entregue para as crianças o material da aula (prato
chinês) previamente construído por você (feltro, corda, cavilha longa de madeira). Clique no
link a seguir para assistir ao vídeo da construção do prato chinês:
<https://youtu.be/b7l9o6VHAss>. 1.ª Nesse primeiro momento as crianças irão explorar a
cavilha de madeira, equilibrando-a sobre a palma da mão, no dorso da mão, na ponta dos
dedos, sempre que conseguirem dominar a ação de equilíbrio solicitada, desafie-os a novas
ações de equilíbrio da cavilha em outras partes do corpo; 2.ª O prato (feltro) também será
explorado, solicite que a criança tente girá-lo com os dedos de suas mãos, depois pode ir
diminuindo a quantidade de dedos, até ver quem consegue girá-lo com um dedo só.

15
3 - Equilibrar o prato chinês: 1.ª Oriente as crianças para que coloquem o prato na
ponta da vareta e devem segurá-la e girar como se fosse uma varinha mágica; 2.ª Depois
que conseguirem girar o prato de maneira estável com uma das mãos peça para que
tentem realizar com a outra; 3.ª Após dominada a ação de equilíbrio com uma mão e com
a outra, solicite novas ações como: deslocar-se até um determinado ponto e voltar, tentar
trocar de prato com o colega mantendo o prato equilibrado.
4 – Estafeta do equilíbrio: De 4 a 5 colunas, ao sinal seu sinal o primeiro de cada fila
deverá, equilibrando o prato, percorrer um trajeto até chegar em um cone e voltar indo
para o final da fila para que o próximo saia.

Roda final: Finalize questionando-os: Qual material vocês acharam que foi mais fácil de
equilibrar e qual foi o mais difícil e porquê? Vocês acharam mais fácil equilibrar o material
parado ou em movimento e o porquê? Quem de vocês já conhecia o prato chinês e de
onde conheciam? Procure saber se além do tule, do barangandã e do prato chinês que
usamos nas aulas eles conhecem outros materiais de malabarismo, quais são e como
eles conhecem.

16
AULA 5: TEMA – EQUILÍBRIO SOBRE
OBJETOS: DO CORPO EM MOVIMENTO –
PERNAS DE PAU (PÉ DE LATA)

Objetivo: Conhecer e vivenciar as possibilidades de equilíbrio do corpo. Experimentar e


explorar as possibilidades de movimento do corpo sobre objetos.

Roda inicial: Inicie relembrando a aula anterior. Pergunte a eles se sabem qual a diferença de
se equilibrar um objeto e se equilibrar em um objeto e peça exemplos sobre quais objetos
podemos nos equilibrar; explique que no circo podemos ter equilíbrio sobre objetos de
maneiras diferentes: do corpo em movimento (perna de pau) do corpo em superfícies instáveis
(corda bamba) e que eles irão vivenciar o equilíbrio do corpo em movimento com o pé de lata.

Desenvolvimento da aula:
1 - Construindo o pé de lata: após a conversa inicial, divida-os em grupos para que eles
construam com sua orientação e ajuda o pé de lata. Material: 02 latas para cada grupo,
barbante ou corda fina, martelo e prego, sendo que esses últimos serão manuseados por
você, professor. Modo de construir: Fure com o prego e martelo a lata nas laterais para passar
o barbante ou a corda fina (meça da altura da cintura para baixo e corte), passe no furo da
latinha, amarre as duas pontas do barbante dentro da latinha para não soltar. Clique no link a
seguir e veja o passo a passo da construção do pé de lata: <https://youtu.be/l8_tgQGLFoM>.

2 - Com o pé de lata: Além do pé de lata construído em grupo, cada criança receberá um par
de pé de latas previamente construído por você; 1.ª explore as diferentes possibilidades de
andar com o pé de lata: para frente, para trás, de lado; 2.ª Desafie-os a subir e descer as
escadas com o pé de lata; 3.ª prepare um trajeto com alguns obstáculos que eles terão que
passar usando o pé de latas.

17
3 - Revezamento de pé de lata: De 4 a 5 equipes. Posicione algumas crianças com o pé
de lata para iniciarem o revezamento, distribua as demais crianças de cada equipe em
três pontos específicos do percurso sem o pé de lata, ao seu sinal as crianças que estão
como pé de lata deverão andar o mais rápido que conseguirem até chegar no 1.º ponto
onde deverão tirar e passar o pé de lata para o colega de equipe, este o colocará e
seguirá para o 2.º ponto e assim sucessivamente até o último da equipe chegar a linha
final.

Roda final: Em conversa com os alunos pergunte quem já conhecia o pé de lata, se já


conheciam de ouvir falar ou se já tinham andado em um, onde e com quem conheceram e
andaram no pé de lata, quais as dificuldades que eles encontraram nas atividades e se
eles sabem qual a relação do pé de lata com o circo. Explique que assim como o pé de
lata e os outros materiais que foram construídos para as aulas podemos reutilizar muitos
outros materiais para outras atividades circenses ou outras brincadeira e jogos.

18
AULA 6: EQUILÍBRIO SOBRE OBJETOS: DO
CORPO EM SUPERFÍCIES INSTÁVEIS – CORDA
BAMBA (SLACKLINE)

Objetivo: Conhecer e vivenciar novas possibilidades de equilíbrio do corpo. Experimentar


e explorar as possibilidades de movimento do corpo em superfícies instáveis.

Roda inicial: Inicie relembrando os conceitos da aula anterior bem como as atividades
realizadas e da relação do pé de lata com o circo. Informe que continuarão realizando o
equilíbrio sobre objetos, mas que será em superfícies instáveis e se eles lembram o que
significa. Explique que para essa aula irão contar com a presença e ajuda de outro
professor ou outro adulto (apresente-o aos alunos) para andar no slackline.

Desenvolvimento da aula:
1 - Simulando andar na corda bamba: 1.ª
nesse primeiro momento da aula distribua
algumas cordas grandes pelo chão e peça que as
crianças andem em cima dela buscando
equilibrar-se, como se estivesse em uma corda
bamba, sem tocar o pé no chão; 2.ª peça para
que variem o andar sobre a corda, andando de
lado e depois de costas, sem colocar o pé no
chão; 3.º desafie-os a andar em cima da corda e
realizar a posição do avião, sem que para isso
coloquem o pé no chão.

2 - Saindo do contato com o chão: Ainda simulando andar na corda bamba, utilize uma
prancha de equilíbrio (03 pranchas de madeira coloridas unidas por 04 suportes para
sustentação) distante do chão cerca de 10 cm. Peça para que realizem as atividades
anteriores, atravessar andando de frente, depois de lado, depois de costas e por último
realizar a posição do avião; 2.ª Lance um desafio: coloque uma criança de cada ponta da
prancha e ao seu sinal peça que atravessem andando em cima da prancha e no momento
que encontrar com o colega, ver quem consegue passar, sem pôr o pé no chão, para
chegar do outro lado. Outra opção seria:

19
3 - Atravessando a ponte que caiu: Amarre duas cordas grandes em dois pilares de
maneira que uma fique mais alta que a outra, coloque colchonetes no chão embaixo da
corda e no seu entorno. Explique para as crianças que elas deverão atravessar de uma
margem a outra do rio (colchonetes) mas que a madeira da ponte caiu ficando somente a
corda, que a corda de baixo é para apoiar os pés e a de cima para segurar com as mãos
e que não podem cair no rio.

4 - Slackline: Com a ajuda de outro professor (ou


outro adulto) proporcione às crianças o contato
com o slackline, previamente já montado e
equipado com colchonetes embaixo e ao seu
redor, buscando preservar a segurança e
integridade das crianças.

Roda final: Finalize a aula conversando com os


alunos para saber se eles já tinham tido a
experiência de andar equilibrando em uma
superfície instável e como foi; pergunte sobre
quais os momentos mais difíceis da aula e
porquê e reforce a importância da segurança no
desenvolvimento das atividades.

20
AULA 7: TEMA – CIRCUITO DE ATIVIDADES
CIRCENSES

Objetivo: Estimular o desenvolvimento das vivencias de malabarismo e equilíbrio das aulas


anteriores.

Roda inicial: Inicie relembrando as aulas anteriores. Investigue para saber quem lembra o
que falaram sobre malabarismos e quais foram as aulas, bem como quem lembra o que
falaram sobre equilíbrio e quais foram as aulas. Explique que a aula será dividida em dois
momentos, que num primeiro momento irão assistir a um vídeo e depois vivenciar todas as
aulas através de um circuito.

Desenvolvimento da aula:
1 - Vídeo: Assista com os alunos ao vídeo O Grande Circo da Turma do
Cocoricó:<https://youtu.be/-OCoz-BTdcA>, e peça para que eles reconheçam quais atividades
aparecem no desenho e já foram vivenciadas por eles e quais aparecem e não foram
vivenciadas e se existe a possibilidade de vivenciá-las ou não e porquê.

2 - Circuito: Organize estações com as modalidades que foram vivenciadas nas aulas
anteriores, disponibilizando-se para isso os materiais (tule, barangandã/swing poi, prato
chinês, pé de lata e a prancha de equilíbrio). Divida os alunos em 05 grupos, correspondente
com a quantidade de estações e estabeleça um tempo para trocar de estação. Explique que
todos vão participar de todas as estações.

Roda final: Converse com seus alunos para saber quem conseguiu superar a dificuldade que
teve com algum material durante as aulas anteriores e como conseguiu; se houve a ajuda ou
a colaboração de algum colega e se achou importante a ajuda para que conseguisse realizar
a atividade.

21
AULA 8: TEMA – ACROBACIA INDIVIDUAL

Objetivo: Conhecer e identificar as acrobacias de atividades circenses. Aprender e vivenciar


atividades de acrobacias individuais.

Roda inicial: Converse com os alunos para saber o que eles conhecem de acrobacias.
Pergunte se eles já viram e onde viram acrobacias e quais acrobacias eles conhecem.
Questione-os sobre onde mais vemos acrobacias além do circo e explique quais os tipos de
acrobacias circenses que iremos vivenciar em aulas: individuais e em grupo.

Desenvolvimento da aula:
1 - Ponte: Ensine a posição da
ponte: deitados de costas, pernas
flexionadas, flexionar os cotovelos e
levar as mãos para cima ao lado
das orelhas com a palma das mãos
no chão e dedos voltados para os
pés. Empurrar com as pernas e ao
mesmo tempo com os braços para
cima para tirar o corpo do chão.

2 - Vela: Ensine a posição da vela: sentados no chão, pernas


estendidas e unidas, dar um impulso para trás de maneira que as
costas fiquem em contato com o chão, os braços ao lado do
corpo e as pernas elevadas para cima, procurando manter
equilíbrio.

22
3 - Paraquedas: Ensine a posição de
paraquedas: deitado em decúbito ventral,
pernas afastadas, levantar o tronco do
chão o máximo que conseguir, mãos
seguram a ponta dos pés, ficando o
corpo envergado.

4 – Avião: Ensine a posição do avião:


de pé, inclinar o corpo para a frente e
para baixo o máximo que conseguir,
tirando um dos pés do chão e
alinhando-o com o corpo abrindo os
braços à lateral.

5 - Cambalhota (frente): Para a cambalhota


(frente) use colchões para a proteção; inicie
auxiliando num primeiro momento a todos e
posteriormente para aqueles que já conseguem
sozinhos, sem o seu auxílio.

6 - Pega-Pega: Realize um pega-pega. Escolha um pegador (aleatoriamente) e os


demais fugirão dele. Para não serem pegos diga que deverão realizar uma pose
aprendida em aula (ponte, vela, paraquedas, avião). Explique que caso seja pego ficará
congelado no lugar até que alguém que esteja livre, para libertá-lo, realize uma
cambalhota na frente dele e que se for pego por três vezes tornará pegador também.

Roda final: Procure saber com os alunos quais as dificuldades que eles encontraram nas
atividades, qual posição acharam mais difícil e qual a mais fácil de realizar; se durante o
pega-pega é mais difícil realizar alguma pose que aprenderam e se eles sabem explicar
porque.

23
AULA 9: TEMA – ACROBACIA EM GRUPOS

Objetivo: Reconhecer as acrobacias como integrante das atividades circenses. Aprender e


experimentar elementos básicos da acrobacia em grupos.

Roda inicial: Relembre a aula anterior sobre acrobacias e as atividades vivenciadas por eles
e questione-os sobre o que é para eles acrobacias em grupos, se eles conhecem esse tipo de
acrobacia e enfatize a importância da segurança e do cuidado pessoal e com o colega para
realizar essas poses.

Desenvolvimento da aula: Para o desenvolvimento da atividade, mostre para os alunos fotos


de poses acrobáticas (como modelo abaixo) de maneira que eles tenham uma referência para
realizar as poses. Algumas das acrobacias em grupos (trios e quartetos) devido ao nível de
dificuldade poderão ser adaptadas para seis apoios: mãos, joelhos e pés.

1 - Duplas:

Fonte: https://i.pinimg.com/1200x/8d/c1/0d/8dc10da18f5fc97a6db643d9198b9005.jpg

24
2 - Trios:

Fonte: https://www.tes.com/teaching- Fonte:


resource/gymnastics-trio-balances-11925913 https://br.pinterest.com/pin/8223995
81941519162/
3 - Quartetos:

Fonte: https://passion-gym.fr/wp-
Fonte: https://www.tes.com/teaching-resource/gymnastics- content/uploads/2011/02/QUATUOR-
group-of-4-balances-11932626 A.jpg

Dança das acrobacias: Peça para que os alunos andem dançando, pelo espaço da aula,
ao som de uma música (escolha de preferência músicas infantis que tematizam o circo),
quando parar de tocar a música, oriente que eles deverão rapidamente se organizar e
formar grupos para realizarem algumas das poses que aprenderam em aulas. Explique
que a quantidade será determinada por você que ao erguer o braço sinalizará se duplas,
trios ou quartetos.

Roda final: Converse com os alunos para saber quais as dificuldades que eles
encontraram nas atividades em grupos, e como tentaram resolver para superá-las.
Destaque a importância do trabalho coletivo e do espírito de equipe para que todos
alcancem bons resultados.

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AULA 10: ENCENAÇÃO

Objetivo: Aprender novas formas de linguagem. Ampliar as possibilidades de expressar-se


corporalmente.

Roda inicial: Inicie explicando para seus alunos que sempre que um artista de circo entra no
picadeiro ele está em cena, como malabaristas, equilibristas, acrobatas, e que existe um, que
é muito conhecido e querido no circo, que na maioria das vezes faz as pessoas rirem.
Pergunte: vocês sabem quem é? Quem já viu palhaços em cena e o que eles fazem? Como
eles se vestem e como é o rosto deles? Vocês lembram o nome de algum palhaço bem
conhecido?

Desenvolvimento da aula:
1- Vídeo: Assista com as crianças ao vídeo: O circo da Pepa:
<https://youtu.be/nW7Y9Bq0e1>; após o vídeo explique que assim como a Pepa e seus
amiguinhos fantasiaram-se para brincar de circo, nesse momento eles também terão essa
oportunidade de se fantasiar e brincar de circo.

2 – Vivência: 1.ª Disponibilize para as crianças perucas, nariz de palhaço,


chapéus, gravatas, algumas fantasias e apetrechos para que elas possam
vestir-se. 2.ª Destine um tempo para que elas possam explorar livremente
esse momento de fantasiar-se. 3.ª Encenação: após esse momento peça
para que eles pensem em algumas brincadeiras que os palhaços fazem
para que possam encenar e caso seja necessário sugestione algumas.

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Roda final: Pergunte a seus alunos como eles se sentiram fantasiando e brincando de
circo; e o que eles acharam de encenar algumas das brincadeiras de palhaço. Também
nesse momento procure saber quais as atividades que foram feitas de circo que eles mais
gostaram para poder dividir os grupos para apresentação do festival.

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AULA 11: ORGANIZAÇÃO E ENSAIO DO
FESTIVAL

Objetivo: Reconhecer e classificar as diferentes modalidades circenses. Organizar com os


alunos um festival de atividades circenses como forma de encerramento da UD.

Roda inicial: Inicie a aula explicando a importância de todos participarem do festival


apresentando as atividades circenses que foram por eles vivenciadas.

Desenvolvimento da aula:
1 – Organização dos grupos e dos números: Leve cartolinas identificadas com
Malabarismos, Equilíbrio, Acrobacias e Encenação e imagens de atividades circenses como
as que foram realizadas nas aulas (uma sugestão seria imprimir fotos das aulas que eles
realizaram). Peça para que eles reconheçam, separem e colem nas cartolinas as fotos de
acordo o conceito classificado nas cartolinas. Feito isso oriente para que escolham a
modalidade de atividade que realizaram com a qual se identificaram mais para a
apresentação no festival. Ajude-os a organizar-se na divisão dos grupos.

2 – Escolha das músicas, materiais e das roupas: Ajude os grupos a montar a sequência
das apresentações, bem como a escolher os materiais e as roupas.

3 – Ensaio dos grupos

Roda final: Destaque a importância da presença e da participação de cada um para que a


apresentação possa acontecer, lembre-os da importância do trabalho coletivo vivenciado na
aula de acrobacias em grupos.

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AULA 12: ENCERRAMENTO – FESTIVAL

Objetivo: Apresentar as vivências de atividades circenses realizadas nas aulas de Educação


Física.

Roda inicial: Enfatize para seus alunos a importância do festival, de assistir com respeito a
apresentação do colega. Elogie a organização dos grupos de apresentação e agradeça-os
pela presença e participação.

Desenvolvimento da aula:
1 – Apresentação: Os alunos poderão apresentar a sequência de atividades circenses uns
para os outros, ou para a escola e até mesmo para os familiares.

Roda final: Converse com os alunos para saber se eles já tinham feito alguma apresentação
para algum público; como se sentiram participando de uma apresentação; se a ansiedade ou
o nervosismo atrapalharam a apresentação

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CIRCO,1998. Publicado pelo Canal Imandyab em 24
de dezembro de 2015. Álbum Completo (48min21s).
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Patatá em 27 de dezembro de 2012. Música (2min52s).
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em: 27 de março de 2019.

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oficial da Turma da Mônica e da Mauricio de Sousa
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agosto de 2012. (3min54s). Disponível em:
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Circenses (CIRCUS) da FEF-UNICAMP. E-BOOK.
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ON_small.pdfhttp://circonaescola.com.br/pdf/PORTUG
UESE_VERSION_small.pdf. Acesso em: 17 maio
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Escola. Grupo de Estudo e pesquisa das Artes Circenses
(CIRCUS) da FEF-UNICAMP. AUDIOBOOK. Disponível:
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0O%20CIRCO%20CHEGOU.mp3. Acesso em: 17 maio
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na Escola. Grupo de Estudo e pesquisa das Artes
Circenses (CIRCUS) da FEF-UNICAMP. Livro para
colorir (versão colorir com texto). Disponível:
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Acesso em: 17 maio 2020.

O CIRCO CHEGOU! Publicado pelo Projeto Circo na


Escola. Grupo de Estudo e pesquisa das Artes Circenses
(CIRCUS) da FEF-UNICAMP. Livro para colorir (versão
colorir sem texto). Disponível:
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texto.pdf . Acesso em: 17 maio 2020.

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Pepa Pig em 12 de julho de 2016. (4min30s). 4.º
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PRÁ BRINCAR DE CIRCO, 2013. Publicado por


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