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PEI CELSO PIVA

MODERNISMO
III PARTE
LITERATURA BRASILEIRA
“VANGUARDAS EUROPEIAS”
As VANGUARDAS EUROPEIAS foram tendências artísticas que tomaram a cena
na Europa no início do século XX, sendo movimentos de ruptura com a arte
tradicional. A proposta era libertar a arte e a cultura das amarras e parâmetros
estabelecidos até então, surgindo a partir dos avanços e mudanças promovidos pela
massiva industrialização e urbanização da Europa: a aceleração, a eletricidade, a
máquina, tudo modificava o modo de viver da humanidade e exigia, portanto, uma
nova maneira de fazer arte.
Espalharam-se por todo o mundo ocidental, influenciando a consolidação da arte
moderna em diversos países, incluindo o Brasil. Cada um dos movimentos da arte de
vanguarda tinha suas próprias características; foi a época dos “ismos”:
expressionismo, cubismo, futurismo, dadaísmo e surrealismo foram os principais
movimentos das vanguardas europeias. Vejamos cada uma delas a seguir:
Expressionismo: entendida como a primeira vanguarda, valorizava a arte primitiva e a
gravura. Foram os primeiros a postular que a arte não deveria seguir uma
representação fiel da realidade, algo em comum com todas as outras vanguardas.
Para os expressionistas, a arte deveria expressar a realidade subjetiva, que parte da
percepção de cada um. Figuras deformadas, cores vibrantes e estética do
grotesco são algumas de suas características.
Paisagem chuvosa, de
Wassily Kandinsky.
Pioneiro do movimento
abstracionista e
também pertencente à
estética
expressionista.
Cubismo: em busca da ruptura com a
tradição artística consolidada e em
consonância com a nova realidade industrial,
em que o tempo é mais acelerado, os
cubistas tinham como principal
característica o banimento da perspectiva
plana e a geometrização das formas.
Diferentes perspectivas sobrepõem-se,
inovando as artes plásticas e a literatura,
fazendo uso da técnica da colagem e da
representação de diversas perspectivas ao
mesmo tempo.

Retrato de Pablo Picasso, grande


nome do cubismo, de autoria de
Juan Gris, também cubista.
Futurismo: contaminados pelo entusiasmo da modernização acelerada das cidades que
se tornavam metrópoles, os futuristas cultuavam a velocidade, a máquina, as invenções,
glorificando o mundo moderno industrializado e propondo experimentos estéticos que
refletiam essa aceleração e dinamismo. Entusiastas também do patriotismo, muitos de
seus seguidores acabaram por apoiar declaradamente o fascismo italiano, de Benito
Mussolini.

Operários,
Tarsila do Amaral
(1933)
Dadaísmo: foi um dos movimentos de vanguarda do início do século XX e seu nome é
derivado da palavra dadá, que pode ter múltiplos significados e não significar coisa
alguma. Surgiu em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, como um movimento de
contestação aos valores culturais. Contrário à racionalidade e à arte acadêmica,
privilegiou o nonsense (ausência de significado) e defendeu a arte espontânea.

Dustin Hoffman
(ator americano – 84 anos) Marchel Duchamp (1917)
Surrealismo: impulsionados pela teoria psicanalítica de Freud, os surrealistas
propuseram uma arte que aborda o universo onírico e do inconsciente, abolindo as
fronteiras entre o sonho e a realidade, entre a lucidez e o delírio. O surrealismo
proporcionou novas técnicas de composição artística, valorizando os processos não
racionais do cérebro em oposição à objetividade cientificista, mecanicista e hiperlógica.
“Persistência da memória”,
Salvador Dalí(1931)

“O veado ferido”, Frida Kahlo (1946)


Curiosidade: Na França, existiu a vanguarda europeia chamada Fauvismo,
um movimento artístico vanguardista que surgiu no começo do século XX,
conhecido principalmente pelo uso das cores fortes e puras, além de obras que
fugiam das regras da realidade, não era considerado um movimento organizado,
pois, ao contrário do exemplo de outros movimentos artísticos, este não tinha um
manifesto ou um posicionamento político-social. Os artistas do Fauvismo não
interpretavam a arte como uma ferramenta intelectual ou para expressar
posicionamentos políticos, os fauvistas apenas reproduziam a subjetividade das
emoções. O nome deste movimento se originou a partir da expressão francesa
“lesfauves”, que significa literalmente “os selvagens”, criada pelo crítico de arte
Louis Vauxcelles, durante a exposição no “Salão dos Independentes”, uma
referência ao “purismo” e intensidade das cores que os artistas utilizavam em suas
obras. As obras de Vincent Van Gogh e Paul Gauguin são algumas das principais
referências do Fauvismo, assim como a arte africana, em especial as máscaras, que
tinham como principal característica as cores quentes e fortes.
“A siesta”,
Paul Gauguin
(1992 – 94)
As vanguardas serviram de inspiração em diversos segmentos das artes
plásticas (literatura, pintura, escultura, etc). A palavra Vanguarda surgiu do termo
francês “avant-garde”, e significa a “guarda avançada” ou “o que marcha na frente”,
que pressupõe, nesse contexto, ser um movimento pioneiro das Artes. Dessa forma,
as vanguardas europeias derrubaram os paradigmas criados por outras tendências
artísticas apresentadas durante o século XIX, pois o olhar dos artistas desse período
era direcionado para o futuro. O objetivo era introduzir na Arte o sentimento de
libertação, inovação, a subjetividade e até mesmo um pouco de irracionalismo. Dessa
forma, o movimento provocou uma grande ruptura na tradição cultural dos anos
anteriores e apresentavam como principais características o foco na euforia e no
pessimismo, a negação das formas fixas do Academicismo e faziam críticas as
convenções burguesas.

Vídeo complementar – “Vanguardas europeias”


https://www.youtube.com/watch?v=-1BK3KRLTtk

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