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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

A produção documentária na internet: um estudo sobre o audiovisual jornalístico1

José Jullian Gomes de SOUZA2


Paulo Eduardo CAJAZEIRA3

Universidade Federal do Cariri, CE


Resumo:

Este artigo parte da proposição que na contemporaneidade da produção audiovisual


jornalística, com ênfase na mídia digital e na internet, novos formatos e linguagens são
desenvolvidos. Para tal efeito, volta-se até a produção cinematográfica como exemplo de
linguagem menos padronizada e esquemática, como se observa no telejornalismo. Neste
sentido, procuramos analisar o estado da arte desses novos produtos audiovisuais para a
internet. Nossos objetos de estudo se concentram nas produções do El País e seus
documentários em ambiente nativo. Assim, será possível compreender as mudanças na
produção audiovisual webjornalística na internet e como os jornalistas se situam nessa nova
mídia, por meio de estudo exploratório das produções audiovisuais.

Palavras-chave: documentário; audiovisual; cinema; webjornalismo; internet;

Introdução

Na contemporaneidade da produção documentária jornalística, atenta-se aos os


estudos que cercam o cenário digital advindo com a presença mediada pelo computador,
das ferramentas tecnológicas e a expansão da internet na vida cotidiana com expansão da
internet, na vida cotidiana. A diversificação que o novo meio de comunicação propõe, para
a produção audiovisual, perpassa as fronteiras do que até então vinha sendo produzido e
observado no cinema e na televisão. Diante as novas tecnologias digitais, o documentário
digital e o webdocumentário – assim, como a produção jornalística audiovisual online – se
encontram, hoje, numa relação de experimentações e descobertas por linguagens e formatos
diante a nova mídia.
O cenário audiovisual contemporâneo é múltiplo, vasto e dialoga com os demais
meios, através de um processo de hibridação e convergência tecnológica. Assim, como das
características que são agregadas e visualizadas na narrativa do documentário
1
Trabalho apresentado na Divisão Temática Jornalismo, da Intercom Júnior – XII Jornada de Iniciação Científica em
Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação
2
Graduado em Jornalismo na Universidade Federal do Cariri (UFCA/Brasil). Membro do Centro de Estudos e Pesquisa
em Jornalismo (UFCA/CNPq/Brasil), email: jullianjose64@gmail.com
3
Orientador do trabalho. Professor de Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Cariri e do
Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia (UFCA/Brasil), Membro do Centro de Estudos em Pesquisa em
Jornalismo (UFCA/CNPq/Brasil). Jornalista e Ceará (UFCA/Brasil) Pós-doutor em Ciências da Comunicação
(UBI/Portugal). Doutor em Comunicação e Semiótica (PUCSP/Brasil), email: paulo.cajazeira@ufca.edu.br

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(interatividade, multimídia e banco de dados entre outros), aproximando produto e


espectador-usuário para a vivência de uma construção audiovisual jornalística menos
fechada, como vista no telejornalismo e, mais aberta, como a produção documentária
cinematográfica.
A partir dessa aproximação com a linguagem cinematográfica, para a construção de
sua identidade (ainda em andamento), este artigo procura refletir sobre a produção
documentária digital na internet, seu formato, linguagem e transformações relacionadas ao
seu fazer e relacionamento com o campo midiático digital. Discutindo como essas
produções estão sendo produzidas e difundidas, nesses últimos anos do século XXI.
Neste sentido, nosso estudo se dará com base na produção audiovisual jornalística
do El País. Representando um modelo de inovação para os estudos do campo audiovisual,
que se encontra em torno de novas experimentações, na relação com as novas tecnologias,
na produção de vídeos jornalísticos para a internet. Assim, faremos um estudo exploratório,
através de um estudo de caso, das transmutações e configurações do campo audiovisual na
contemporaneidade.

Documentário e cinema
Algumas breves leituras sobre o cinema (BAZIN, 2014; MASCARELLO, 2006;
PESSOA, 2011) - uma vez que atentamos o foco inicialmente em seu surgimento – e, já é
possível observar a aproximação entre o campo cinematográfico e a produção
documentária. As origens do cinema corroboram para visualizar o início de uma produção,
que visa retratar, registrar, documentar uma época, o cotidiano e uma determinada
sociedade. Pois, aqui, ainda se trata do cinema não enquanto uma nova linguagem, mas
como uma descoberta, ciência da produção da imagem em movimento, como reflexo do
processo de transformação e avançar tecnológicos.
Entrelaçados, o cinema e o documentário caminharam rumo a uma construção das
primeiras visualidades no século XIX, bem como da sua identidade. Mas, foi em meados
dos anos 1920 e 1930, que o uso do termo documentário adquiriu força e, passou a ser
utilizado para designar um domínio específico no campo das ciências humanas
(MASCARELLO, 2006). E, que se torna alvo de constantes conflitos e debates para a sua
conceituação – o que não é nosso objetivo neste trabalho.
Considerado por alguns pesquisadores e estudiosos – apesar das discussões e,
determinar um tempo preciso - como o primeiro documentário, o projeto fílmico que

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encabeça tal produção é Nanook of the North (1920) – Nanook, o Esquimó -, do


documentarista Robert Flaherty. A produção de Flaherty tornou-se referência e um marco
para a produção audiovisual de documentário. Pois, o emprego de uma montagem e olhar
diferenciados como, por exemplo, a não presença de um condutor diretamente a frente das
câmeras, a observação da realidade e a apresentação de um cotidiano que retratasse as ações
costumeiras, se diferenciavam das produções que a cinematografia vinha produzindo até
então (DA-RIN, 2004).
O documentário produzido por Flaherty é um projeto idealizado após dez anos de
pesquisa e contato do explorador com os Inuk, povo que habitava a região norte-americana
da Baia de Hudson, no norte do Canadá. Conforma explica Da-Rin (2004), pela primeira
vez, o objeto de filmagem era submetido a uma interpretação, a um processo de
desmontagem que o diferenciava dos demais filmes documentários, que eram produzidos e
exibidos com o desenvolver da própria técnica de filmagem.
A relação entre cinema e linguagem documentária funciona como um start, ou seja,
um começa para diversas vias de exploração possibilidades criativas. Um início que busca
retratar uma realidade sob o olhar ou olhares que constroem e dão sentidos e, fazem com o
que o espectador possa estabelecer, em parte, seu próprio conceito, explicação e significado
sobre o produto audiovisual exibido.
É o cinema também que proporciona as primeiras discussões sobre admitir o
documentário como um campo conceitual ou não, estético e analítico. Teóricos se dividem
para explicar o que vem a ser o documentário e, a sua representatividade no universo
cinematográfico e da produção audiovisual. Porém, tal atração pode explicar quão diverso e
vasto é a sua origem, criação e desenvolvimento nesse cenário envolto de possibilidades.
Afinal, “se o documentário coubesse dentro de fronteiras fáceis de estabelecer, certamente
não seria tão rico e fascinante em suas múltiplas manifestações” (DA-RIN, 2004, p. 15).

A produção documentária na internet: novos formatos e linguagens


Se o cinema introduziu uma linguagem audiovisual, seja ficcional ou não, é certo
que várias áreas se apropriaram dessa nova forma de narrar e produzir conteúdos. O
jornalismo com larga experiência de produção impressa passou pela produção sonora, com
o rádio. Mas, com o despontamento da televisão na década de 1950 uma nova linguagem
informativa começava a ser elaborada: o telejornalismo.

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Nosso objetivo não está centrado em discuti-lo, pois buscamos o caminhar


tecnológico e as novas possibilidades de produção documentária. Porém, é importante
compreender que o campo documentário passa pela televisão, diferente do cinema e, produz
efeitos que colaboram para que o audiovisual elaborado para o ambiente digital seja
remodelado sobre outras miríades. Dessa forma, o território digital busca afastar-se da TV,
buscando uma linguagem que dialogue com as suas ferramentas e com o seu público.
O ambiente tecnológico tem fortemente buscado desenvolver sua linguagem. Para
isso parte-se da busca em compreender as potencialidades das suas ferramentas, do seu
veículo e do seu público. Este, aliás, que é de fundamental interesse nesse processo de
remodelação do conteúdo audiovisual para a plataforma digital. Assim, temos como um
novo produto o webdocumentário ou documentário digital, que se apresenta como um
produto inovador, em parte, e derivado das funcionalidades da internet.
O webdocumentário ou documentário digital é uma derivação do documentário
visualizado no cinema e na televisão. Carente de uma bibliografia que o possa conceituar
encontra-se em alguns autores como Penafria (2013), Manovich (2001), Johnson (2001) e
Laurel (1991) pistas e indícios do que seria esse novo formato audiovisual e, o modo como
ele foi sendo elaborado. O que possibilita uma maior compreensão dessa nova linguagem
na contemporaneidade da comunicação audiovisual.
Manovich (2001, p. 20) explica que a origem das novas mídias está na integração
entre os demais meios de comunicação, formando, assim, um sistema integrado e
multimidiático no computador. Assim, “o resultado é a nova mídia: gráficos, imagens em
movimento, sons, formas, espaços e textos, os quais se tornam computáveis”. Esse sistema
integrado, funcionando em um modelo interativo representa a interface dos dados e do
canal de comunicação com o usuário. E, que define o webdocumentário “como uma obra
disponibilizada na Internet que opera e representa um recorte poético do mundo da vida,
sendo composta por uma interface que integra e relaciona elementos multimédia
interativos” (PENAFRIA, 2013, 152).
O webdocumentário é um formato que se apresenta diante as novas tecnologias
computadorizadas. E que parte de características visualizadas no cenário webjornalismo,
principalmente quando tratamos da interatividade. Um conceito difuso, ainda com grandes
questionamentos e que divide a opinião de estudiosos e teóricos. Porém, pode-se pensar no
webdocumentário como um audiovisual imersivo como propõe Janet Murray (2003), ao
falar sobre as narrativas digitais. .

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Essa imersão é possível através do maior grau de proximidade entre o produto e o


usuário-espectador, através de determinas e específicas características da web. Uma vez que
o próprio meio disponibiliza ferramentas e meios para esse contato. Assim, a produção de
webdocumentário apresenta uma relação de interação humano-computador (LAUREL,
1991) mediada pela tecnologia e, produzindo a implementação de uma nova estética
audiovisual na internet que exercita as suas potencialidades.
O documentário produzido na internet procura menos definir-se e, mais
experimentar. Assim, “os webdocumentários que surgem numa moldura de tecnologia
exacerbada, onde os meios são cada vez mais interativos, não-lineares e, acima de tudo,
personalizáveis” (PENAFRIA, 2013, p. 151), provocam alterações na concepção de um
novo audiovisual jornalístico para a internet. E procuram uma reestruturação da produção
de conteúdo a partir do sistema multimídia, construindo novos formatos e novas linguagens.

Geração tecnológica do século XXI: a Web 2.0


Com a introdução da Web 2.0 na sociedade situada no ambiente digital é possível
perceber mudanças significativas no ecossistema apresentado em torno da mídia eletrônica.
Ela reelabora as relações, traz novos paradigmas e proporciona aos diferentes atores um
modelo multidirecional de convívio. E muitos desses efeitos estão no que podemos chamar
de Revolução Digital, em que as novas ferramentas e possibilidades tecnológicas produzem
efeitos mais rápidos e transformadores na sociedade do atual século.
O que significa a Web 2.0? O que ela representa e quais são as suas características?
De acordo com Ford, Green e Jenkins (2014),
as empresas de Web 2.0 contam com a internet como plataforma para
promover, distribuir e aperfeiçoar seus produtos (...) a Web 2.0 tornou-se a
lógica cultural para o comércio eletrônico, como uma série de práticas
empresariais que buscam captar e explorar a cultura participativa (FORD;
GREEN; JENKINS, 2014, p. 79)

Neste sentido, Nieborg e Van Dijk (2009) explicam que a Web 2.0 é a representação
de uma reorganização das relações entre produtores e seus públicos em um mercado de
internet em fase de maturação. Ela surge em um contexto de globalização e
refuncionalização dos demais setores culturais, econômicos, sociais, históricos e
tecnológicos. É um tipo de cultura que, aparentemente, coloca os usuários em um novo
patamar no sistema comunicacional. E por que aparentemente? Porque ainda quem está no
controle das operações e limitações são as organizações e conglomerados de comunicação.

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E esse controle pode ser verificado até mesmo ao tratar da interatividade existente no
webdocumentário, que veremos mais adiante.
A figura do computador, e mais precisamente a chegada da internet – como uma
nova mídia -, assume na cultura digital, um papel central para a produção e circulação de
novos produtos nesse ambiente midiático digital, e nos processos interativos da Web 1.0
para a Web 2.0. Nessa transição, são identificados alguns fatores que são próprios dessa
nova fase em que:
suas principais ferramentas (da Web 2.0) nos introduziram na era da
comunicação colaborativa, que estimula o trabalho participativo, a interação
em tempo real e em que a informação disponível não é mais fornecida “de
cima para baixo”, mas produzida em uma estrutura horizontal
(SANTAELLA, 2010, p. 278)

A partir da cultura digital, novos dilemas e modelos começam a ser implantados na


sociedade. Acostumada com uma comunicação menos participativa e reguladora, a
população que observou o nascimento da televisão e os que nasceram em sua crescente E
centralização, encontram-se, agora, diante de um novo espetáculo midiático.
A tecnocultura implantada nos tempos modernos recombina não apenas a economia,
mas os novos processos de formação da sociedade digital e imagética, bem como a rotina
dos profissionais. Pois, aqui, a imagem possui um forte poder centralizador em torno da
sociedade informatizada, e com a criação de novos espaços e formas de interação com a
imagem na Web 2.0, os espectadores se encontram diante de um novo fenômeno
comunicacional na internet.
É neste espaço de transição e mudanças não apenas tecnológicas, mas, sobretudo,
culturais e sociais que a metamorfose das mídias e a introdução da Web 2.0, caracterizam a
construção de novas formas de sentido. Principalmente, o cenário audiovisual que é
remodelado por essas novas construções de modelos audiovisuais interativos. Assim, como
os novos modelos de serviços e características advindos com a Web 2.0, que “por
potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações”
(PRIMO, 2007, p. 1) estão reorganizando o cenário midiático digital da mediação com os
produtos e conteúdos virtuais e digitais.
Não transformando, apenas, os modos de perceber os fluxos de informação,
participação e interação, a passagem da cultura das mídias para a cultura digital, com suas
tecnologias, modificou os modos de construção do olhar narrativo e audiovisual. Os novos
aspectos advindos com a introdução de uma cultura digital e tecnológica, avançada, não

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apenas está remodelando as grandes incorporações comunicacionais, mas também o


cotidiano das pessoas nos mais simples hábitos operacionais.
Nessa perspectiva, o campo de atuação profissional do jornalismo audiovisual
também passa por processos de mudanças e renovações. O surgimento de uma nova mídia,
a eletrônica, dispõe de uma série de elementos que possibilita o desenvolvimento de novas
narrativas, produtos e conteúdos diferenciados. Mas, coloca o profissional diante um
universo ainda desconhecido e, sob caracteres que perpassam a sua fronteira acadêmica e de
atuação na área de profissional.

O webjornalismo
Está à vista de todos que as transformações estão ocorrendo bem rente aos nossos
olhos, ao tratar do campo comunicacional no século XXI. As mudanças estão ocasionando
na sociedade processos de configuração e readaptação. E as mais diversas áreas estão em
processo de migração para um ambiente ainda muito desconhecido e, que a cada dia se
apresenta com novas possibilidades. Não sendo diferente a realidade do cenário profissional
do jornalismo perpassa essa fronteira frente à digitalização que “é o fundamento técnico da
virtualidade” (LÉVY, 1999, p. 46) e processo na produção da informação digital.
Possibilitando uma série de caminhos ainda não explorados.
Este novo cenário comunicacional, o da internet, tem alterado o relacionamento das
organizações, dos profissionais e do público, e tudo isso, diante uma forma complexa e
entrelaçada entre esses atores tecnológicos. O que corrobora para uma movimentação
multidirecional, descentralizada e onde as interações ocorrem numa troca constante. Pois, o
próprio meio representa as ferramentas e um código para tal propósito.
O fazer jornalístico vem se transformando e se adaptando com o tempo e com a
sociedade. Desde o surgimento do impresso, do rádio e da televisão, o campo do jornalismo
estabelece uma ligação com o presente. Ele se utiliza das novas tecnologias, amparadas nas
anteriores, para que se possa compreender não apenas as novas potencialidades, mas
reajustar, reorganizar e criar novos processos de produção de informação. É uma relação
entre passado e presente, que se une na orientação e busca de novos significados. Além, de
fazer com que o jornalismo possa se reinventar e continuar seu trabalho na
contemporaneidade do mundo tecnologicamente ilimitado.
O webjornalismo é a definição para o fazer jornalístico na era da internet. Sendo um
pouco mais exato, ele surge com a plataforma da web (a WWW). Estando presente nesse

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novo campo midiático, o webjornalismo é redimensionado devido ao uso de uma das suas
principais e potenciais características como, por exemplo, o hipertexto. Deste modo, “como
forma de jornalismo mais recente, o Webjornalismo é a modalidade na qual as novas
tecnologias jaó não são consideradas como ferramentas, mas, sim, como constitutivas dessa
prática jornalística” (BARBOSA, 2005, p. 2).
Assim como o uso do termo webjornalismo, outras denominações são encontradas
nos estudos que envolvem o jornalismo e a internet: Jornalismo na Internet, Jornalismo
Eletrônico, Jornalismo Online, Jornalismo Digital, Ciberjornalismo e, por fim, o
Webjornalismo. São nomenclaturas que abarcam um construto de identidade e, que
possibilita identificar certas características e aspectos tecnológicos específicos. Porém,
como não se torna alvo deste trabalho – a explanação sobre suas proximidades e diferenças
- não adentraremos diante tais especificações. Assim, centrando nossa discussão sobre o
webjornalismo, para que mais a frente a compreensão sobre a produção audiovisual possa
ser estabelecida no seu diálogo com esse formato jornalístico.
O uso das novas tecnologias se torna a base para o webjornalismo. E essa base é
estendida tanto para os produtores (emissor), quanto para os usuários (receptor), porém,
pensando na lógica da cultura digital – introduzida na contemporaneidade da produção
informativa e nos demais seguimentos da sociedade - que vem se estabelecendo na atual
sociedade, verificamos que essa relação emissor/receptor está sendo reconstruída sob uma
direção de cima para baixo e vice-versa (JENKINS, 2009).

A questão da interatividade
Uma das principais características que se atribui aos diversos conteúdos
disponibilizados e produzidos na rede é que ele se demonstra ser interativo. Dentre o
webjornalismo é um dos itens que mais podemos considerar intrigante e, permeado de
discussões sobre a sua existência e funcionalidade prática para os usuários-espectadores.
Mas, antes de apresentar as opiniões que se dividem e se enfrentam, se torna necessário a
sua definição.
Ao se referir ao uso das tecnologias no papel de informar, Wolton (2011) acredita
que o frequenta uso e aumento de suas potencialidades leva a sociedade a uma „solidão
interativa‟. Uma solidão que nos leva ao movimento de menos liberdade do que
dependência. Assim, podemos introduzir o que o autor entende por interatividade como “a

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sensação de liberdade, em perceber a dependência resultante...” (WOLTON, 2011, p. 23).


Um conceito que funciona como uma palavra mágica e onde tudo se torna individualizado.
Alex Primo (2007) traz à tona a discussão sobre o que é considerado como
interatividade. O termo, segundo a sua visão, é utilizado como um caráter de simbolismo
para a venda de certos produtos e conteúdos. O autor, ainda discorre sobre o termo
“interatividade” não dizer nada sobre a mediação da comunicação com as novas
tecnologias. Porém, em contrapartida Pereira (2011) explica que o computador torna-se
definitivamente uma ferramenta de interação quando podemos ver as várias mídias, como
imagens, sons, vídeos e filmes interagindo dinamicamente.
Enquanto isso, para outros autores como Becker e Montez (2004), a interatividade é
compreendida como um processo mútuo e simultâneo entre dois participantes, que visam
um mesmo objetivo. Para Maria Prazeres (2011) o simples ato de um telespectador sentar-
se para ver TV e receber o conteúdo é um ato de interação. Essa relação entre interação e
interatividade se estreita e se confunde, mas na atual Era Digital em que estamos vivendo, é
um conceito fundamental e indispensável para entendermos como se dá a relação entre os
meios de comunicação e as novas tecnologias.
Rost (2014) trata o conceito da interatividade como uma das características do
webjornalismo atual, e explica que ele é utilizado na internet como um dos principais
pilares de sustentação da produção de informação. Sendo assim, o que se percebe, ainda, é
uma generalidade de compreensões por parte dos pesquisadores. O que torna complexo
chegar-se a uma ideia ou argumento mais claro do que estamos tratando ao se referir a
interatividade.
A interatividade no jornalismo contemporâneo, praticado na internet, nos abre
muitas portas para a discutirmos o que afinal é a interatividade apropriada pelo
webjornalismo? Como dá-se a relação entre o produtor do conteúdo noticioso e a vontade
do leitor/usuário interferir e participar mais desse processo? A partir dessa relação entre
produtores e consumidores é que poderemos compreender tal conceito, explorado aqui
como uma das características desse novo jornalismo.
A interatividade é o espaço de relação entre ambas as partes e analisa as diferentes
instâncias de seleção, intervenção e participação nos conteúdos do meio online. Rost traz
uma definição que aproxima de nosso pensamento:
A interatividade é a capacidade gradual que um meio de comunicação tem
para dar maior poder aos seus utilizadores tanto na seleção de conteúdos
(interatividade seletiva) como em possibilidades de expressão e
comunicação (interatividade comunicativa) (ROST, 2014, p. 55)

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A referência que o autor faz a uma capacidade gradual está relacionada com a ideia
de que ainda existe um controle por parte dos meios de comunicação (os produtores) e no
acesso a essa interatividade. Porém, a busca por uma maior interação e participação do
receptor está crescendo, para que ele possa escolher, participar e selecionar o conteúdo.
Talvez, esse seja o principal fator que vem alterando a mente dos usuários: a possibilidade
de contribuir diretamente na construção do conteúdo.
Mas, como fica a interatividade com o usuário-espectador? Em determinados
contextos o que se pode analisar é uma parcela de conteúdos que no máximo exploram
certas percepções de exploração como, um clique, uma navegação não-linear, uma narrativa
podendo ser construída a partir da descontinuação. Porém, já previamente estabelecidas
pelos produtores de conteúdo, fazendo com que o “poder” dos usuários-espectadores se
mantenha em um segundo plano.

A multimídia como característica da contemporaneidade


A última característica a ser observado na construção desse novo audiovisual
jornalístico para a Web é o conceito de multimídia na perspectiva da narrativa
webjornalística. Dentre as três características, talvez, essa seja uma das que mais
modificaram a produção dos conteúdos audiovisuais na internet – e principalmente no
campo jornalístico.
A multimidialidade possui um grau maior de complexidade em sua estruturação,
ainda que ela já pudesse ser observada antes com a hibridação entre os meios. Agregando-
se a uma série de fatores que a tornam como uma espécie de trama e prendem o espectador
pelas mais variadas formas, sejam com os vídeos, fotos, áudios e etc.
Se referir ao conceito de multimídia, apenas como a uma combinação de sons, textos
e imagens é não compreender a complexidade do que significa a multimidialidade. “O
conceito de multimédia pressupõe – como começamos a constatar – mais significados do
que aqueles contidos numa definição simplista” (SALAVERRÌA, 2014, p. 26). As palavras
do pesquisador Ramón Salaverría nos colocam numa posição de questionamento sobre o
que é o conceito de multimídia, uma vez que essa complexidade carrega consigo uma
parcela das transformações com o desenvolver da sociedade.
Partindo de um conceito etimológico o termo multimídia vem da junção de duas
palavras: “multi” que significa vários, diversos, muitos, e da palavra “mídia”, que vem do

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latim “media”, e significa meios, formas, maneiras, o que nos leva a várias formas, diversos
meios ou ainda múltiplos meios. São esses múltiplos meios possibilidades e tramas que
podemos caracterizar como um sistema multimídia, e que visualizamos no conteúdo
audiovisual jornalístico contemporâneo.
Marcos José Pereira (2011) entende o conceito de multimídia pela possibilidade de
manipulação dessas mídias no ambiente digital, propiciado pelo computador. Para o autor
não só a justaposição de vídeos, sons e fotos representam o sistema multimídia, mas o seu
uso “nos meios de comunicação corresponde a algo com o uso de múltiplos meios de
expressão, desde obras de teatro, vídeo, música, dança, e, etc., que se mesclam a fim de
criar um espetáculo ou apenas para comunicar algo” (PEREIRA, 2011, p 59).
Os questionamentos sobre a forma como esses três elementos (hipertextualidade,
interatividade e multimídia) são visualizados e elaborados na construção da narrativa.
Representam um avanço para a interação entre obra e espectador a partir da análise das
webséries documentais que este trabalho visa analisar e que são elaborados para a
plataforma digital e para diferentes suportes.

La hoja sagrada: um estudo de caso sobre o webdocumentário do El País


Este estudo compõe a realização de uma pesquisa explorada, a partir de um estudo
de caso específico. De natureza qualitativa, este tipo de pesquisa possibilita ao pesquisador
identificar os elementos por ele previamente descritos, sobre o objeto de estudo, uma vez
que ainda possui uma baixa bibliografia e poucos estudos na área científica. A observação
foi realizada no período de duas semanas, entre os dias 1 a 15 de maio. Atentamo-nos para
as características webjornalísticas que se encontram presente nesse audiovisual documental,
que se expande para a tela do computador e do território da internet.
De acordo com Gil (1999), o estudo exploratório consiste no modelo de pesquisa
que tem por objetivo a familiarização com o tema, buscando o aprimoramento de ideias ou
novas descobertas. Mattar (1999), explica que a pesquisa exploratória fornece ao
pesquisador um maior conhecimento sobre a temática ou problema de pesquisa, o que
concerne ao estado da arte dos webdocs.
Para tal efeito tem-se como estudo a produção webdocumentário La hoja sagrada,
do jornal online espanhol El País (2011). Este webdoc conta a história sobre a coca (uma
erva da região) e como ela é cultivada por uma determinada população. A produção
audiovisual buscou retratar as potencialidades boas e os usos que essa planta tem e, que é

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desconhecida pela maior parte da população. Assim, propondo a discussão sobre outros
olhares ante o desconhecido.

Figura 1: documentário La hoja sagrada do jornal online El País

Tal produção audiovisual é considerada multimídia. Ela se destaca devido ao uso


dos mais variados modos de construção informativa para compor a narrativa (texto, fotos,
áudios, infográficos e vídeos). O que possibilita ao usuário-espectador perspectivas
diferentes de uma mesma informação. Ainda que não tenhamos tratado da característica da
hipertextualidade, podemos considerá-la como o fio condutor da narrativa dessas produções
audiovisuais multimidiáticas. Os conteúdos são organizados e disponibilizados de forma a
propor ao usuário-espectador não apenas uma narrativa não linear, mas uma navegação
individualizada, personalizada, interativa e dinâmica. Onde cada pessoa poderá “criar e
estabelecer” seu próprio conteúdo.
Essa dinamicidade da produção audiovisual multimídia contemporânea demonstra
como a narrativa ainda possui muitas possibilidades. Com a integração, através da
plataforma digital, dos elementos antes vistos separadamente propõe uma complexidade,
que desafia o jornalista e os demais profissionais envolvidos neste processo, a repensar a
disponibilização e a produção de novos conteúdos.
Nota-se uma valorização da narrativa. O produtor de conteúdo e os conglomerados
buscam participar desse cenário audiovisual contemporâneo, em que a convergência entre
as mídias se perpetua. Ao invés de explorar uma ou outra potencialidade, a narrativa do
documentário na internet costura e intercala-as. Desenvolve, assim, uma história que se
transforma em várias outras, pois com a possibilidade de interatividade, ainda que

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questionada, cada usuário-espectador navega a partir de pontos diferenciados. E, isso,


independe se essa interatividade é plena ou não.
As características do webjornalismo são utilizadas de forma a compor o surgimento
de um novo produto jornalístico em meio digital. São agregados de forma a tornar o
conteúdo mais interessante e participativo. Pois, o meio digital requer que o usuário tenha a
possibilidade de participar de forma mais precisa e direta, através de canais específicos
como, por exemplo, nos chats, nos comentários, em fóruns e demais modos de participação.
Participação, aliás, não apenas entre ele e o conteúdo, mas entre os próprios espectadores.
O uso dos infográficos é um dos novos elementos que mais se tem percebido. É uma
forma de demonstrar, de forma mais direta, dados, informações úteis e complementares ao
usuário-espectador. É um recurso visual que agregado a narrativa audiovisual auxilia na
composição da produção jornalística, mais elaborada, tratada e refinada da
contemporaneidade da informação na web.

Considerações finais
Não apenas pelas tecnologias estarem em expansão e, por variados modelos de
produtividade estarem em processos de convergência, reconfiguração e adaptação, tornou-
se necessidade explorar as novas esferas comunicacionais na internet. Mas, sobretudo, de
compreender, num primeiro momento e, posteriormente, explicar as razões de tal interesse
e, de certo modo, uma nova teorização. Pois, explicar o que se estuda nem sempre é uma
tarefa fácil, ainda mais quando se dialoga com novas questões, objetos e metodologias
pouco exploradas.
A visualização de novos produtos e conteúdos jornalísticos na internet demonstra
que esse campo de atuação está em ascendência. E, que ainda possui terrenos a explorar e
permear suas características. A difusão da internet, enquanto uma nova mídia é um motor
propulsor de grande importância na contemporaneidade do audiovisual. Ela constrói o seu
campo próprio, sob o uso da referência nas outras mídias e, coloca o usuário-espectador,
visto como passivo pela comunicação massiva, como um ator indispensável nesse processo
de comunicação.
O webjornalismo, neste sentido, cria condições e possibilidade de desenvolvimento
mais complexo e dinâmico ao audiovisual. Suas características se transformam em pontos
estratégicos na composição audiovisual da narrativa documentária na internet. Além, de
provocar discussões sobre a sua funcionalidade e utilização na relação interativa,

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possivelmente um tópico difícil de obter uma conclusão, ainda que parcialmente. Pois,
todas as conclusões são temporárias e de acordo com os acontecimentos de uma
determinada época, olhar e vivência.
Assim, a produção documentária contemporânea na internet nos permite
compreender, parcialmente, as movimentações e torno do trabalho jornalístico atual. Para
relacionar, a partir das velhas práticas e das demais mídias, como o campo audiovisual se
revela e se demonstra sob o uso das tecnologias e dos novos horizontes.

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