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1 – De acordo com Aristóteles e conforme bem percebemos, a simples leitura de uma

peça teatral mostra-nos suficientemente suas verdades. Assim, como você lê, em Rei
Édipo e Hamlet, os papéis trágicos de seus dois protagonistas?

R: Os papéis trágicos dos dois protagonistas são entendidos como heróis trágicos que
descobrem que sua queda é resultado de suas próprias ações e decisões, bem como o seu
castigo, que é consequência de seus próprios atos. Em sua Poética, Aristóteles entende
que a queda do herói desperta terror, piedade e compaixão, levando a uma catarse,
entretanto, segundo a Poética, a queda dos heróis não necessariamente o leva a morte ou
a ruína, e, apesar disso, o herói trágico de William Shakespeare morre no final da peça,
enquanto o personagem de Sófocles perfurou os olhos como castigo por não reconhecer
o presságio anunciado pelo oráculo.

2 – Em Hamlet a palavra é muito celebrada. Leia o trecho abaixo, solene, como você pode
notar, destacado de um diálogo entre Hamlet e Horácio e explique-o no contexto na peça:

“Há muita coisa mais no céu e na terra, Horácio, do que sonha a nossa pobre filosofia”.
(Shakespeare, 19--, p.46-7).

R: O diálogo destacado encontra-se no trecho em que Hamlet e Horácio conversam com


o espectro do pai de Hamlet. O espectro desafia a filosofia de Horácio, que era um
estudante e assim representava a racionalidade. Ao proferir esta fala Hamlet, personagem
mais pacional, mostra que, embora a racionalidade seja indispensável ao ser humano, a
razão não consegue explicar tudo.

3 – Édipo e Hamlet são determinados e obstinados. Qual a grande diferença entre eles?

R: Em Rei Édipo, nota-se que a personagem não tem conhecimento da maldade em seus
atos, a mesma se descuida no que tange suas origens e acaba por ferir o modelo de
consenso, na qual há a transgressão dos costumes, uma vez que Édipo mata o próprio pai
e se casa com a própria mãe. A personagem passa a ter conhecimento após a revelação
do grau de parentesco, ou seja, o perfil da personagem é definido no desenvolvimento da
trama da história e sua humanidade se dá por meio da palavra, uma vez que Édipo busca
os mensageiros para ouvi-los e descobre sua verdadeira identidade, passando a ter
conhecimento de si.

Em contrapartida, Hamlet é uma personagem distante de Édipo, pois tinha


autoconhecimento e consciência de todas as ações que fazia, uma vez que fez da sua vida
uma longa busca de vingança para responder ao assassinato de seu pai. O fantasma de seu
falecido pai aparece e lhe diz que foi assassinado por seu irmão Cláudio, que, ao se casar
com Gertrudes, mãe de Hamlet, acaba assumindo o trono. Hamlet encena uma loucura a
fim de desmascarar o tio, e, ao final da peça, se sente culpado por todas as mortes, visto
que é uma transgressão de conduta, que cometeu, a personagem pede que Horácio
justifique suas ações para que Hamlet não seja julgado como errado.

Isto posto, conclui-se que a grande diferença entre Hamlet e Édipo, consiste no
conhecimento de si mesmo e nos solilóquios presentes em Hamlet, onde a personagem
principal demonstrava o que sentia e o que ela era de fato.

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