Você está na página 1de 41

ESCOLA TÉCNICA RAIMUNDA NONATA

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM


DISCIPLINA: URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
DOCENTE: PAULO HENRIQUE DIAS DOS SANTOS
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR – APH

• CONCEITO:

• Atendimento pré hospitalar (APH) é o atendimento emergencial em


ambiente extra- hospitalar (fora do hospital).
• É um dos elos da cadeia de atendimento a vítimas sendo também
conhecida como segundo socorro ou resgate.
• O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) consiste em toda e
qualquer assistência realizada direta ou indiretamente, fora
do âmbito hospitalar, visando à manutenção da vida e a
minimização de sequelas.
• O objetivo é manter a vítima com vida e em situação mais
próxima possível da normalidade até sua chegada a unidade
hospitalar. Alguns exemplos são as ações ligadas ao socorro:
controlar hemorragia, manter livres as vias aéreas, imobilizar
fratura, entre outros.
• Além disso, outro elemento ordenador do APH é a regulação médica
das urgências e emergências organizando a relação entre os vários
serviços, qualificando o fluxo dos pacientes no sistema de saúde e
garantindo acesso aos pedidos de socorro.
• Todos os agravos a saúde de causa clínica, traumática, psiquiátrica,
dentre outros, devem ter acesso, por meio do telefone 192, à Central
de Regulação Médica, a qual tem que acolher a pessoa que solicita
por ajuda, assistindo-a em sua necessidade e redirecionando-a para
os locais adequados à continuidade do tratamento.
• Com as Centrais de Regulação do SAMU 192, o Ministério da
Saúde trabalha na organização da estrutura disponível. Quando
uma ambulância do programa é enviada para o atendimento, os
profissionais de saúde já sabem para onde levarão o paciente.

• É o fim da peregrinação à procura de um leito, com a


ambulância buscando onde deixar o paciente.
• O APH ocorre em quatro etapas:

- Recebimento do pedido de socorro a central de


regulação médica no SAMU;
- Atendimento na cena do acidente;
- Transporte rápido e com segurança até o hospital;
- Chegada no hospital.
POR QUEM É REALIZADO O APH?

• É realizado por profissionais especialmente treinados, (socorristas,


auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, técnicos de
segurança do trabalho e médicos), no Brasil estes serviços de APH são
na maioria realizados pelos Corpos de Bombeiros Militares dos
estados, SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e
Bombeiros Civis, equipes altamente treinadas prontas a darem o
suporte básico de vida aos traumatizados.
• Estes são subdivididos em Equipe de Salvamento, Equipe de Suporte
Básico à Vida (SBV) e Equipe de Suporte Avançado à Vida (SAV).
AS UNIDADES MÓVEIS PARA ATENDIMENTO DE URGÊNCIAS DEVEM SER
COMPOSTAS POR:

 Unidade de Suporte Básico de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 2 (dois) profissionais,
sendo um condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem;
 Unidade de Suporte Avançado de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 3 profissionais,
sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico;
 Equipe de Aeromédico: composta por no mínimo um médico e um enfermeiro;
 Equipe de Embarcação: composta por 2 (dois) ou 3 (três) profissionais, de acordo com o tipo
de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um
auxiliar/técnico de enfermagem, em casos de suporte básico de vida, e um médico e um
enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida;
 Motolância: conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem
com treinamento para condução de motolância;
 Veículo de Intervenção Rápida (VIR): tripulado por um condutor de veículo de urgência, um
médico e um enfermeiro.
PRIMEIRO SOCORROS BÁSICO
• São os cuidados imediatos prestados a uma
pessoa cujo estado físico coloca em perigo a sua
vida ou a sua saúde, com o fim de manter as
suas funções vitais e evitar o agravamento de
suas condições, até que receba assistência
médica especializada.
SOCORRISTA
•Socorrista: Atividade regulamentada pelo
Ministério da Saúde, segundo a portaria n°
824 de 24 de junho de 1999. O socorrista
possui um treinamento mais amplo e
detalhado que uma pessoa prestadora de
socorro. Pessoa qualificada para tal fim.
EMERGÊNCIA x URGÊNCIA
• Emergência: Estado que necessita de
encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto
entre o momento em que a vítima é encontrada e o
seu encaminhamento deve ser o mais curto possível.
• Urgência: Estado grave, que necessita atendimento
médico embora não seja necessariamente iminente.
OBS: Hora de Ouro
ACIDENTE X INCIDENTE
•Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas
e/ou mortas que necessitam de atendimento.

•Incidente: Fato ou evento desastroso do qual


não resultam pessoas mortas ou feridas, mas
que pode oferecer risco futuro.
OMISSÃO DE SOCORRO
• Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste
em "Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública." Pena - detenção de 1
(um) a 6 (seis) meses, ou multa.
• Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em
morte. Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos
casos em que a pessoa não possui um treinamento específico ou não
se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de
omissão de socorro.
Atribuições e Responsabilidades
• Saber lhe dar com o público: Pessoas feridas não estão
normais e podem ser agressivas;
• Honesto e Autêntico: Não dizer que a pessoa está bem se ela
não tiver; Não dizer para não se preocupar, se a situação for
séria;
• No local da ocorrência deve ser altamente disciplinado: Não
fumar; Não fazer comentários sobre o paciente e sua
condição de saúde. Concentre-se no trabalho.
Atribuições e Responsabilidades
•Criar um vínculo de confiança com o
paciente: Está sempre adquirindo mais
conhecimento; Não mentir para o paciente;
•Cuidado com as informações repassadas
para o paciente: O paciente pode não
superar a informação que seu ente querido
está morto.
Atribuições do emergencista
•Os principais atributos de um emergencista são:
• Ter conhecimento técnico e capacidade para
oferecer o atendimento necessário; • Aprender
a controlar suas emoções, ser paciente com
ações anormais ou exageradas daqueles que
estão sob situação de stress; • Ter capacidade de
liderança para dar segurança e conforto ao
paciente.
Responsabilidades dos emergencistas
1.Responsabilidades dos emergencistas • Identificar os problemas
utilizando-se das informações obtidas no local e pela avaliação do
paciente;
2.As principais responsabilidades de um emergencista são: • Utilizar os
EPI´S; • Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo,
sua equipe, o paciente e prevenir outros acidentes; • Obter acesso
seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários a situação;
3. • Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de
acordo com o seu treinamento;
Responsabilidades dos Emergencistas

• Decidir quando a situação exige a


mobilização ou mudança da posição ou local
do paciente. Sempre minimizando os riscos
de lesões adicionais; • Solicitar, se
necessário, ajuda de terceiros presentes no
local da emergência; • Coordenar as
atividades.
Transgressões do emergencistas
•IMPERÍCIA: Ignorância, inabilidade e
inexperiência; A falta de prática ou ausência de
conhecimento necessários para o desempenho
da profissão. EXEMPLO: Utilizar o reanimador
manual, sem executar corretamente, por
ausência de prática, as técnicas de aberturas de
vias aéreas na reanimação.
Transgressões do emergencista
• IMPRUDÊNCIA: Falta de atenção, imprevidência e
descuido; (Omissão Faltosa) Resulta da imprevisão do
agente ou da pessoa, em relação das consequências
dos seus atos ou ação, quando devia e podia prevê-
las.
• EXEMPLO: É imprudente o motorista que dirige um
veículo de emergência excedendo o limite de
velocidade da via.
Transgressões do emergencista
• NEGLIGÊNCIA: Desprezar, desatender, não cuidar;
Evidencia-se pela falta decorrente de não se
acompanhar o ato com a atenção que se deveria.
(Omissão do dever).
• EXEMPLO: Deixar de utilizar EPI´S em um atendimento
onde seu uso seja necessário.
AVALIAÇÃO DO PACIENTE NO AMBIENTE PRÉ-
HOSPITALAR (APH)
• A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem
a vida do paciente e, simultaneamente, estabelecer condutas
para a estabilização das condições vitais e tratamento destas
anormalidades.
• A avaliação de cada item implica em diagnosticar alterações
e tomar decisões concomitante antes de se proceder o passo
seguinte
• O protocolo ABCDE do trauma surgiu nos EUA, após um cirurgião ortopédico, chamado Jim
Styner sofrer um acidente com sua família e perceber o quão frágeis, eram os cuidados em
primeiros socorros, prestados às vítimas de traumas.
• Após sua experiência, o médico desenvolveu o protocolo, o qual foi divulgado e empregado em
várias regiões do mundo a partir de 1978, quando foi ministrado o primeiro curso sobre o tema.
• Em 2018 o protocolo passou por alteração, na 9ª edição do PHTLS – Pré-Hospital Trauma Life
Support, no capítulo 6, sendo acrescentada a letra X ao mnemônico. Com a alteração, passou a
ser chamado de XABCDE do trauma.
• O principal objetivo do protocolo é reduzir os índices de mortalidade e morbidade em vítimas
de qualquer tipo de trauma, através da identificação de lesões, potencialmente fatais ao
indivíduo, sendo aplicado a todas as vítimas em estado crítico, independentemente da idade.

CONDUTAS DE SEGURANÇA NA FASE PRÉ-
HOSPITALAR:
• Condutas de segurança devem ser adotadas antes de iniciar a abordagem às
vítimas de traumas, a fim de salvaguardar a vida da equipe.
• Um exemplo disso é a sinalização da cena em que irão atuar, avaliação da
segurança dessa cena, uso de EPI’s, entre outros.
• A verificação das condições de segurança: Segurança pessoal; Segurança do
paciente; Segurança de terceiros (familiares, acompanhantes, testemunhas e
curiosos); A adoção de medidas de proteção pessoal (precauções universais); A
observação dos mecanismos de trauma ou a natureza da doença; A verificação do
número total de vítimas; e a determinação da necessidade de recursos adicionais.
E (Exsanguinação): Controle de hemorragias

• A hemorragia externa grave deve ser contida mesmo antes do


manejo das vias aéreas, pois, apesar de epidemiologicamente,
a obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em
um curto período de tempo, são as hemorragias graves, as
maiores causas de mortes, em casos de traumas.
A (AIRWAY): Vias aéreas e Controle Cervical

• Devemos iniciar o exame primário pela avaliação da


permeabilidade das vias aéreas. A causa mais comum de
obstrução de vias aéreas em pacientes inconscientes é o
relaxamento da musculatura da língua, que se projeta para o
fundo da garganta ou orofaringe impedindo a passagem de ar nas
vias aéreas superiores e inferiores.
• Observa-se se algo impede a correta respiração do paciente
dentro das vias aéreas e para vizualizar pode-se utilizar a
técnica de elevação do queixo ou anteriorização da
mandíbula.
• Porém primeiro se faz a proteção da coluna vertebral com o
uso do colar cervical e a equipe socorrista, diante de uma
vítima em estado consciente, deve aproxima-se da mesma,
sempre pele frente, evitando assim, que ela realize
movimentos com a cabeça para os lados, a coluna deve ser
imobilizada, utilizando uma prancha rígida.
B: RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO
• A permeabilidade das vias aéreas não garante uma ventilação
satisfatória do paciente, para isso é fundamental um
adequado funcionamento do tórax, pulmões e diafragma.
• É preciso observar as incursões toráxicas procurando movimentos
simétricos de inspiração e expiração; Frequência respiratória;
Oxímetro de pulso pode ser um bom aliado
C: CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DE HEMORRAGIA

• A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a principal causa


de morte em paciente traumatizados. Alguns parâmetros são fundamental
importância na avaliação inicial e determinação da hipovolemia: Pulso, cor
da pele, enchimento capilar, Pressão Arterial, Pressão de Pulso e Sudorese.
• Também se faz importante verificar pontos de hemorragia (estas podem
ser externas e internas) e conter o sangramento a ponto de evitar lesões na
vítima ou até o óbito.
ENTENDA AS DIFERENCA NO X E NO C!
• A diferença entre o “X” e o “C”:
• O “X” se refere as hemorragias externas, e a grandes
hemorragias.
• O “C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar
perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais
pontos de hemorragia interna no trauma (pelve, abdome e
membros inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia
como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e
pegajosa comprometimento do nível e qualidade de consciência.
D: EXAME NEUROLÓGICO

• Determina o nível de consciência e a reatividade pupilar do


traumatizado. O rebaixamento do nível de consciência é
indicativo de diminuição da oxigenação, lesão direta do encéfalo
ou uso de drogas ou álcool.

O exame neurológico mais detalhado, deve ser realizado e
classificado de acordo com a
• ESCALA DE COMA DE GLASGOW.
ESCALA DE
COMA DE
GLASGOW.
E: EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA COM CONTROLE DE
HIPOTERMIA

• O paciente traumatizado deve ser completamente despido de suas vestes


para facilitar o exame completo e a determinação de lesões que podem
representar risco de morte.

• A Proteção do paciente contra hipotermia é de suma importância, pois


cerca de 43% dos pacientes desenvolvem este tipo de alteração durante a
fase de atendimento inicial, com redução de 1ºC a 3ºC,comprometendo o
tratamento por aumentar a perda de calor.

Você também pode gostar