Você está na página 1de 2

METODOLOGIA

Partindo do pressuposto que na atualidade o ensino de história está pautado em um


modelo de educação eurocêntrico e por consequência em moldes colonizadores, o
ensino já vem em uma forma pronta e nada flexível não possibilitando, dessa forma, a
incorporação dos saberes e maneiras de ensinar e aprender dos quilombos, pois é
imprescindível para que os quilombos perpetuem e continuem firmes uma educação
libertadora e popular dando ênfase na educação escolar quilombola, este projeto de
pesquisa delimitou-se em colher informações sobre como o ensino de história é
colonizado e porque é importante sua decolonização, pensando em fazer uma pesquisa
qualitativa  na EMEF Maria Leopoldina Miranda de Castro, localizada no Quilombo de
Rio Gurupá, Marajó, no município de Cachoeira do Arari. Usando a metodologia de
estudo de caso que consiste em observar as aulas dos alunos do 6° ao 9° ano do
fundamental, para identificar a metodologia e a didática dos professores. Ressaltamos
que a escola possui apenas uma turma referente a cada ano/série, dessa forma
facilitando o acompanhamento das turmas em questão, a estimativa para aplicar o
projeto de pesquisa na escola é de dois bimestres.

Os sujeitos em questão serão os professores de história e os alunos das suas referidas


turmas, como parte da pesquisa a fim de garantir os dados de que precisaremos para
análise, será aplicado um formulário com questões para os alunos como uma maneira de
saber como eles veem a disciplinas de história e sobre o conteúdo que estão aprendendo,
além da observação das aulas pensamos também  em propor aos professores um
questionário em qual tentaremos analisar quais os assuntos eles consideram mais
importantes e quais assuntos eles não consideram tão importantes para serem
ministrados nas aulas. A partir desses dados pretendemos assim estabelecer uma
comparação com o que estes professores acham importantes ou não, a partir da Lei
10.639/2003, a escola torna-se importante aliada contra o racismo colonial.

Para garantir a lei, o currículo das diversas áreas de conhecimentos deve abordar o
estudo de história da África e dos Africanos, bem como a luta dos negros e negras no
Brasil, a cultura brasileira e o negro na formação da identidade nacional,
potencializando e deixando claro a contribuição dos africanos e afrodescendentes nas
áreas sociais, econômicas e políticas do Brasil, tais assuntos devem ser abordados no
conteúdo curricular escolar, principalmente no conhecimento de ensino da história.

O momento Teoria-Prática Ensino-Aprendizagem terá ênfase na instrumentalização


participantes de expressão, central ou periférica, mostradas em uma perspectiva
decolonial, que lhes permitiu concretizar sua poética tópicos, perguntas e suposições
sobre eventos passados. Se queremos que nossos alunos entendam o conhecimento
histórico como conhecimento construído, é preciso dar-lhes a oportunidade de vivenciar
o “fazer da história” para isso propomos promover a seleção, bem como propor
atividades de análise e interpretação de documentos e textos historiográficos produzidos
no contexto do colonialismo, por oposição, por exemplo, aos textos e documentos
produzidos durante as lutas pós-colonização. Com este procedimento, pretendemos que
o aluno entenda que se o conhecimento histórico é provisório e passível de revisão, sua
produção é rigorosa, realizada dentro das regras do método de investigação específico
da disciplinam, um olhar sobre os textos “paradidáticos” que abordam o processo de
descolonização. O projeto se propõe a contribuir para uma numa nova abordagem, um
novo olhar, sobre a História da descolonização em nossos currículos e livros didáticos
marcados pelo eurocentrismo e pelo preconceito, através da elaboração de textos, para
serem trabalhados nas salas de aula e, também, pela abordagem do fator cultural como
um parâmetro para a construção deste processo de descolonização.

A extensão decolonial promove o interconhecimento entre saberes científicos e saberes


populares no fortalecimento de espaços de ciências e de conhecimentos na sociedade
que estejam comprometidos com a garantia dos direitos de justiça social e de justiça
cognitiva. O paradigma de escola popular reafirma a democratização da escola pública.
É de suma importância que o trabalho seja integrado rompendo com a fragmentação dos
saberes. A metodologia aplicada nesse projeto educativo tem como ponto importante a
interdisciplinaridade que auxilia nas transformações paradigmáticas das disciplinas
isoladas e, por conseguinte, proporciona, ao aluno, a ressignificação do conhecimento.
A estruturação interdisciplinar de projetos promove novos conhecimentos, conforme é
proposta:

“A metodologia de projetos pode auxiliar na ampliação da visão inter e


transdisciplinar, pois representa um processo metodológico de aprendizagem que
envolve níveis de integração, interconexão, interrelacionamento de informações,
agregação de informações, conteúdos, conhecimentos e saberes na busca de uma
abordagem mais complexa. (BEHRENS, 2015, p. 102).”

Concomitantemente, para que tenhamos mais embasamento durante a pesquisa acerca


do que estamos falando para não parecer que a descolonização no ensino importante é a
ideia acadêmica, estabeleceremos também diálogo com pessoas da própria comunidade
quilombola que guardam a História daquele lugar. Sendo assim, incluindo um terceiro
sujeito não menos importante na pesquisa, que terá uma participação promissora para a
conclusão da formulação dos dados. De início, pensa-se em dez pessoas da comunidade,
incluindo os anciãos e moradores que são lideranças no quilombo para que possamos
fazer a escuta e anotações.

Aqui optamos pelo termo “decolonizada em vez de “descolonizada”, porque o primeiro está
intimamente relacionado aos estudos do grupo modernidade/colonialidade e à superação dos

Você também pode gostar