Contratos e
Terceirização
Prof.ª Carla Moser
Prof.ª Sonia Adriana Weege
2015
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Prof.ª Carla Moser
Prof.ª Sonia Adriana Weege
340
191 p. : il
ISBN 978-85-7830-868-1
1. Direito
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Apresentação
Olá, acadêmico(a)!
III
Seja autor de sua própria história, seu empenho, esforço e dedicação
na compreensão destes conteúdos possibilitarão que você se torne um gestor
com competências e habilidades para uma administração responsável e de
qualidade. Bons estudos, sucesso nesta caminhada!
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988 . ................................. 1
VII
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37
VIII
2.2.3 Efeitos e consequências dos recursos licitatórios .................................................................. 110
2.2.4 Desistência dos recursos licitatórios interpostos .................................................................. 111
3 REPRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 111
4 PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO .................................................................................................. 112
5 RECURSOS JUDICIAIS NO PROCESSO LICITATÓRIO . ......................................................... 113
6 ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO .......................................................................... 115
LEITURA COMPLEMENTAR . ............................................................................................................. 118
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 125
IX
5.1 CUMPRIMENTO DO CONTRATO .............................................................................................. 168
5.2 TÉRMINO DO PRAZO ................................................................................................................... 168
5.3 IMPOSSIBILIDADE MATERIAL OU JURÍDICA . ...................................................................... 168
6 INVALIDAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO ............................................................ 169
7 RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO . .................................................................... 169
7.1 RESCISÃO AMIGÁVEL ................................................................................................................. 170
7.2 RESCISÃO JUDICIAL ..................................................................................................................... 170
7.3 RESCISÃO ADMINISTRATIVA .................................................................................................... 170
8 DISTINÇÃO ENTRE REAJUSTE E REVISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO ....... 171
9 CRIMES E PENAS ................................................................................................................................ 172
10 PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS ......................................................................................... 172
LEITURA COMPLEMENTAR . ............................................................................................................. 174
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 179
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 180
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 183
X
UNIDADE 1
LICITAÇÕES PÚBLICAS E A
CONSTITUIÇÃO DE 1988
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você estará apto(a) a:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No final de cada um deles,
você encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos
desenvolvidos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Constituição da República Federativa do Brasil, Constituição Federal ou
apenas CF, direciona os caminhos a serem percorridos pelos Entes Públicos em
todas as esferas de governo, bem como em todos os três poderes independentes. Os
princípios constitucionais que regem a Administração Pública (Direta e Indireta)
também baseiam o processo licitatório, que nada mais é do que um procedimento
administrativo.
Você sabe como o poder público deve proceder na venda de seus bens?
Como um prestador de serviços consegue contratar por meio da Administração
Pública? Como se desenvolve e quais são as fases de uma licitação? Essas são
algumas das questões que vamos abordar no transcorrer do nosso trabalho neste
tópico.
3
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
DICAS
Caro(a) acadêmico(a):
A Lei nº 8.666/93 é o nosso objeto de estudos, então, faça a leitura complementar para
compreender melhor o mecanismo das licitações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>.
3 CONCEITO E FINALIDADE
Diferente das sociedades privadas e pessoas naturais, como eu e você,
acadêmico(a), a Administração Pública, quando realiza contratos com particulares,
para fornecimento de bens, serviços, locação de imóveis, entre outros, deve ater-
se à necessidade de vincular-se ao interesse público. É o que explica Carvalho
Filho (2013, p. 234): “A Administração Pública [...] exerce atividade multifária e
complexa, e sempre com os olhos voltados para fim de interesse público”.
4
TÓPICO 1 | A LEI Nº 8.666/93, CONCEITO DE LICITAÇÕES E O DESENVOLVIMENTO
5
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
DICAS
4 OBJETO DA LICITAÇÃO
Na licitação, a Administração Pública tem como finalidade contratar com
terceiros; o objeto da licitação é o que se vai contratar, se a compra de um bem, a
venda de um bem público, a construção de uma obra, entre outros. No processo
licitatório, o Órgão Público deverá adequar seu objeto a uma das modalidades
de licitação, que são: convite, tomada de preço, concorrência, leilão, concurso e
pregão.
6
TÓPICO 1 | A LEI Nº 8.666/93, CONCEITO DE LICITAÇÕES E O DESENVOLVIMENTO
7
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
Art. 7º [...]
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e
disponível para exame dos interessados em participar do processo
licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os seus custos unitários;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição
Federal, quando for o caso.
Art. 7º [...]
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos
financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto
nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime
de concessão, nos termos da legislação específica.
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de
materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e
serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações
8
TÓPICO 1 | A LEI Nº 8.666/93, CONCEITO DE LICITAÇÕES E O DESENVOLVIMENTO
4.2 COMPRAS
As compras dos diversos órgãos públicos devem ser realizadas seguindo as
normatizações, para o seu objeto, contidas na Lei nº 8.666/93, em seu art. 14, como
podemos apreciar: “[...] Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização
de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa”.
9
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
4.3 ALIENAÇÕES
As alienações de bens públicos devem ser submetidas por procedimento
licitatório e seus objetos podem ser bens móveis e bens imóveis. Você pode conferir
no quadro a seguir as normas para alienação e os casos de dispensa:
10
TÓPICO 1 | A LEI Nº 8.666/93, CONCEITO DE LICITAÇÕES E O DESENVOLVIMENTO
11
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
E
IMPORTANT
DICAS
“Lei orçamentária – Lei ânua que estabelece o orçamento público” (CUNHA, 2007,
p. 166).
[...] a fase externa, que se desenvolve através dos seguintes atos, nesta
sequência: audiência pública; edital ou convite de convocação dos
interessados; recebimento da documentação e propostas; habilitação
dos licitantes; julgamento das propostas, adjudicação e homologação.
13
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
[...] toda a vez que o valor estimado para a licitação ou para um conjunto
de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a cem vezes o
quantum previsto para a concorrência de obras e serviços de engenharia
(art. 23, I, ‘c’). O art. 11, IV, da Lei nº 11.445/2007 exige prévia audiência e
consulta públicas sobre edital de licitação, no caso de concessão, e sobre
a minuta do contrato que tenham por objeto a prestação de serviços
públicos de saneamento básico.
14
TÓPICO 1 | A LEI Nº 8.666/93, CONCEITO DE LICITAÇÕES E O DESENVOLVIMENTO
15
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
Meirelles, Aleixo e Burle Filho (2013, p. 320, grifo dos autores) explicam os
procedimentos que devem ser atendidos e as consequências da fase que envolve o
julgamento das propostas:
DICAS
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Acadêmico(a), até o momento, vimos em nossos estudos:
17
AUTOATIVIDADE
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O processo licitatório é regido pela Constituição Federal, pela Lei de
Licitações e, também, por outras legislações pertinentes à Administração Pública.
Essas leis regulam os procedimentos, que devem ser seguidos pelos órgãos
públicos quando do interesse em contratar obras, serviços, compras e alienações.
2 LEGALIDADE
Toda a atividade administrativa nos órgãos públicos deve seguir ao
princípio constitucional da legalidade. A licitação, que é um procedimento
administrativo e realizado por funcionários públicos, também deve ater-se a este
princípio. “Nos procedimentos de licitação, esse princípio vincula os licitantes e a
Administração Pública às regras estabelecidas nas normas e princípios em vigor”
(TCU, 2005, p. 16).
19
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
3 IMPESSOALIDADE
Todo o procedimento licitatório envolve a participação de pessoas, tanto na
fase interna como na fase externa. As decisões que são tomadas durante o processo
devem considerar os critérios exigidos na licitação e jamais associá-las ao sujeito
que compete no certame licitatório.
20
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
E
IMPORTANT
Acadêmico(a), observe:
21
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
5 PROBIDADE ADMINISTRATIVA
Quem trabalha em órgãos públicos e quem contrata com o Estado não pode
querer que seus interesses prevaleçam aos da Administração Pública. “A conduta
dos licitantes e dos agentes públicos tem de ser, além de lícita, compatível com a
moral, a ética, os bons costumes e as regras da boa administração” (TCU, 2005, p.
16).
22
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
7 JULGAMENTO OBJETIVO
O julgamento objetivo é o oposto do julgamento subjetivo; o primeiro
considera critérios elencados no edital, e o segundo leva em consideração o
entendimento particular de quem julga.
23
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
DICAS
“Há, também, dificuldade para que o julgamento seja estritamente objetivo nas
licitações envolvendo publicidade governamental. Não é simples julgar objetivamente fatores
como ‘criatividade, que estão em jogo em licitações desta natureza” (GARCIA, 2010, p. 7).
8 DEVER DE LICITAR
O princípio do dever de licitar nos é apresentado pela Constituição Federal,
no art. 37, inciso XXI, e concretizado com a Lei nº 8.666/93. Di Pietro (2011, p. 369)
orienta que:
9 PROCEDIMENTO FORMAL
O procedimento formal é um princípio que, segundo alguns autores, está
vinculado ao princípio da legalidade. Já para outros estudiosos merece destaque
separadamente, conforme está previsto na Lei nº 8.666/93, no art. 4º, parágrafo
único:
24
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
25
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
26
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
27
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
DICAS
“[...] 1. Ato ou efeito de adjudicar, que é atribuir algo a alguém. 2. Modo de aquisição de um
direito, mediante atribuição pelo juiz (CC1.501). 3. Atribuição do objeto da licitação ao seu
vencedor (LL 43-VI)” (CUNHA, 2007, p. 13).
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, caro(a) acadêmico(a), você estudou os seguintes conteúdos:
• O procedimento de licitação deve respeitar princípios para que não seja anulado
ou impugnado.
o Legalidade;
o Impessoalidade;
o Igualdade entre os licitantes;
o Probidade administrativa;
o Vinculação ao edital ou convite;
o Julgamento objetivo;
o Dever de licitar;
o Procedimento formal;
o Publicidade dos atos;
o Adjudicação compulsória ao vencedor.
29
AUTOATIVIDADE
( ) Falso.
( ) Verdadeiro.
30
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Todo o procedimento administrativo deve seguir etapas e princípios
determinados por regras contidas nas legislações. Não podemos ignorar que
muitas vezes o processo se torna mais caro para a Administração Pública, ferindo
o objetivo da economicidade ou até não correspondendo às especificações técnicas
necessárias.
2 DISPENSA DE LICITAÇÃO
A Lei nº 8.666/93 apresenta situações em que a Administração Pública
pode ou deve deixar de realizar licitação, nestes casos a licitação é dispensada ou
dispensável, consoante ensinamentos de Meirelles, Aleixo e Burle Filho (2013).
31
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
32
TÓPICO 3 | EXCEÇÕES AO DEVER DE LICITAR
DICAS
Caro(a) acadêmico(a):
“O princípio da obrigatoriedade da licitação impõe que todos os destinatários do Estatuto façam
realizar o procedimento antes de contratarem obras e serviços. Mas a lei não poderia deixar de
ressalvar algumas hipóteses que, pela sua particularidade, não se compatibilizam com o rito e
a demora do processo licitatório” (CARVALHO FILHO, 2013, p. 250).
33
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
3 INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Os órgãos públicos podem, também, contratar diretamente sem a
competição da licitação quando a Lei nº 8.666/93 determina a inexigibilidade.
Salienta Medauar (2005, p. 233) que: “A inexigibilidade diz respeito às hipóteses em
que é inviável a competição”.
34
TÓPICO 3 | EXCEÇÕES AO DEVER DE LICITAR
E
IMPORTANT
“Podem existir outras hipóteses de inexigibilidade não previstas na Lei. Vale mencionar, como
por exemplo, duas situações que ocorrem comumente: convênios e credenciamentos”
(GARCIA, 2010, p. 51).
35
RESUMO DO TÓPICO 3
Acadêmico(a), veja o resumo do conteúdo apresentado:
• A Lei nº 8.666/93 apresenta casos que são exceções ao dever de licitar: a dispensa
e a inexigibilidade.
36
AUTOATIVIDADE
( ) É a inexigibilidade de licitação.
( ) É a dispensa de licitação.
( ) É a licitação dispensável.
( ) É a inexistência de licitação.
37
38
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Uma das tarefas do Poder Legislativo é adequar a legislação com as
mudanças que ocorrem na sociedade. Estamos na era da informática, ou melhor, da
tecnologia da informação e surge a necessidade de adaptar vários procedimentos
da Administração Pública para usufruirmos das benesses desta tecnologia. A Lei
nº 10.520/2002 é um exemplo, tanto na forma presencial como na eletrônica, de
modernidade dos processos licitatórios.
39
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
Para o autor Santana (2009, p. 35, grifo do autor), o termo pregão apresenta
o seguinte significado:
40
TÓPICO 4 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO DA LEI Nº 10.520/2002
41
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
NOTA
“As modalidades licitatórias previstas na Lei nº 8.666/1993, em muitos casos, não conseguiram
dar a celeridade desejável à atividade administrativa destinada ao processo de escolha de
futuros contratantes. As grandes reclamações oriundas de órgãos administrativos não tinham
como alvo os contratos de grande vulto e de maior complexidade. Ao contrário, centravam-se
nos contratos menores ou de mais rápida conclusão, prejudicados pela excessiva burocracia
do processo regular de licitação” (CARVALHO FILHO, 2013, p. 304).
3 PREGÃO PRESENCIAL
A modalidade de licitação pregão, instituída pela Lei nº 10.520/2002, pode
ser de duas formas: pregão presencial ou pregão eletrônico. Sobre a diferença do
pregão presencial e do pregão eletrônico, explica Garcia (2010, p. 25): “[...] o pregão
comum ocorre em um ambiente real, com a presença física da pessoa que conduz
o feito e dos representantes dos licitantes, o pregão eletrônico tem todos os seus
atos praticados em um ambiente virtual viabilizado por meio do uso da Internet e
de tecnologia da informação”.
42
TÓPICO 4 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO DA LEI Nº 10.520/2002
NOTA
Segundo o autor Santana (2009), o instrumental humano que atua no pregão podem ser
apelidados de “atores” porque cada qual possui um papel a desempenhar no interior do
procedimento licitatório. Estes atores são: o pregoeiro (autoridade superior do certame), a
equipe de apoio e os licitantes.
4 PREGÃO ELETRÔNICO
O pregão eletrônico é uma inovação quando nos referimos à legislação,
para aquisição de bens e serviços ou modalidades de licitações efetuadas pela
administração pública brasileira. Historicamente, essas negociações eram
realizadas de forma presencial com a exceção das publicações ou publicidade.
Orienta Palavéri (2005, p. 127, grifo do autor):
43
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
Meirelles, Aleixo e Burle Filho (2013, p. 369, grifo dos autores) definem o
pregão eletrônico e indicam a sua normatização:
NOTA
44
TÓPICO 4 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO DA LEI Nº 10.520/2002
45
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
46
TÓPICO 4 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO DA LEI Nº 10.520/2002
47
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
DICAS
48
TÓPICO 4 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO DA LEI Nº 10.520/2002
E
IMPORTANT
Sobre a invalidação dos atos após o recurso, alerta Carvalho Filho (2013,
p. 315) que: “O provimento do recurso implica a invalidação somente dos atos
insuscetíveis de aproveitamento. Os demais não precisarão ser afetados [...]”.
49
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
5.3.2 Advertências
A aplicação de sanções deve ser realizada com muito cuidado, para evitar
que infrações menos prejudiciais possam retirar do certame os participantes com
potencial de interesse público, vejam a explicação de Palavéri (2005, p. 125):
Destaca Justen Filho (2010, p. 891) que a advertência não deixa de ser uma
sanção, porém deve ser aplicada em infrações menos importantes: “A advertência
corresponde a uma sanção de menor gravidade. Supõe-se sua aplicação para
condutas de inexecução parcial de deveres de diminuta monta [...]”.
50
TÓPICO 4 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO DA LEI Nº 10.520/2002
DICAS
Caro(a) acadêmico(a):
Aplicam-se subsidiariamente ao pregão as disposições constantes da Lei nº 8.666/1993
(ALEXADRINO; PAULO, 2011).
51
RESUMO DO TÓPICO 4
Acadêmico(a), você acabou de estudar os seguintes conteúdos:
52
AUTOATIVIDADE
( ) Recursos.
( ) Advertência.
( ) Sanções temporárias.
( ) Declaração de inidoneidade.
53
54
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Evoluções legislativas, a exemplo da criação do pregão, são necessárias
para solucionar dilemas que surgem com a modernidade. Alguns problemas que
a Administração Pública vem enfrentando são a falta de recursos e a crescente
demanda por infraestrutura e serviços públicos.
Aos estudos!
2 PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Uma nova modalidade de concessão de serviços públicos é a Parceria
Público-Privada (PPP). Os autores Branco, Lo Fiego e Alves (2008, p. 9) orientam
que as associações de órgãos públicos com instituições das áreas privadas são
formas de concessão especiais e uma opção eficiente para a Administração Pública:
55
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
DICAS
56
TÓPICO 5 | PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
57
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
E
IMPORTANT
Caro(a) acadêmico(a):
58
TÓPICO 5 | PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
4 FORMAS DE PPPs
O artigo 2º da Lei que criou a contratação de PPP, Lei nº 11.079/2004,
traduz quais as modalidades que o contrato de concessão pode apresentar: “Art. 2o
Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa”.
E
IMPORTANT
Caro(a) acadêmico(a):
59
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
LEITURA COMPLEMENTAR
E
IMPORTANT
Caro(a) acadêmico(a):
Para aprimorar seus estudos, selecionamos um texto que resume a visão internacional e
nacional do instituto da Parceria Público-Privada – PPP.
Complemente seus estudos fazendo esta leitura atentamente, e perceba novidades sobre o
tema apresentado no Tópico 5.
60
TÓPICO 5 | PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
indica que o parceiro privado não vai simplesmente construir uma estrada,
uma ferrovia, um hospital ou um aeroporto e entregá-lo para ser administrado
pelo governo ou empresa estatal. Ele vai construir e operar uma parte ou todos
os serviços oferecidos por aquela infraestrutura. Ou então ele vai simplesmente
operar (sem construir ou apenas reformar) os serviços de uma infraestrutura
já existente, de propriedade do governo. Ou seja, para caracterizar uma PPP
é importante que o parceiro privado atue na provisão do serviço público
associado à infraestrutura que lhe foi confiada.
Outra vantagem das PPP é que elas trazem capital privado para
investimentos em que antes só havia dinheiro público. Como os orçamentos
públicos estão cada vez mais restritos frente à necessidade de manter o equilíbrio
fiscal, a entrada de capital privado é um reforço bem-vindo ao financiamento
das obras de infraestrutura.
Até hoje o governo federal não concretizou uma única PPP. A que está
mais avançada refere-se à construção de um datacenter pelo Banco do Brasil e
Caixa Econômica, no qual um parceiro privado irá construir, equipar e gerir o
banco de dados. Há, ainda, um projeto de irrigação e Petrolina-PE, a instalação
de um sistema nacional de TV digital pública e a construção, lançamento e
operação de um satélite geoestacionário. Todas as iniciativas, com exceção do
datacenter, ainda estão nos passos iniciais.
65
UNIDADE 1 | LICITAÇÕES PÚBLICAS E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
FONTE: MENDES, Marcos. O que são Parcerias Público-Privadas (PPP). Disponível em:
<http://www.brasil-economia-governo.org.br/2012/04/09/o-que-sao-parcerias-
publico-privadas-ppp/> Acesso em: 26 jan. 2015.
66
RESUMO DO TÓPICO 5
Acadêmico(a), você acabou de estudar os seguintes conteúdos:
67
AUTOATIVIDADE
( ) Respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes
privados incumbidos da sua execução.
( ) Responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias.
( ) Transparência dos procedimentos e das decisões.
( ) Repartição objetiva de riscos entre as partes.
( ) Concessões simples.
( ) Concessões especiais.
( ) Concessões patrocinadas.
( ) Concessões administrativas.
68
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos desenvol-
vidos.
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O Estado, para consecução de suas atividades, necessita contratar obras e
serviços, assim como necessita adquirir materiais e/ou equipamentos. A base desta
regulamentação está descrita na Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), na qual a
licitação pública está descrita em linhas gerais.
71
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
72
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
NOTA
73
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
A) CONCORRÊNCIA:
Reafirma Marinela (2010) que esta modalidade licitatória pode ser exigida
em razão de dois critérios: valor e natureza do objeto. Vejamos:
1) Quando falamos do valor, a concorrência serve para contratos com valores altos,
previstos no art. 23, da Lei nº 8.666/93 (BRASIL, 1993), que prevê a concorrência
para contratos de obras e serviços de engenharia com valores superiores a R$
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); para outros bens e serviços que
não os de engenharia, a concorrência deve ser utilizada nos valores superiores a
R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais).
NOTA
74
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Carvalho Filho (2010, p. 297) leciona que duas são as características mais
marcantes da concorrência. A primeira delas é o formalismo mais acentuado,
razão pela qual é sempre exigível uma fase inicial de habilitação preliminar, na
qual são aferidas as condições de cada participante.
75
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
B) TOMADA DE PREÇOS:
NOTA
76
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
NOTA
C) CONVITE:
O artigo 22, § 3º, da Lei nº 8.666/93 (BRASIL, 1993), define convite como
a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade
que manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das
propostas.
77
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
NOTA
E
IMPORTANT
78
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
a) valor;
b) quem pode participar;
c) prazo de publicação do instrumento convocatório;
d) forma de publicar.
Acima de Acima de
CONCORRÊNCIA Quaisquer interessados
R$ 1.500.000,00 R$ 650.000,00
• Cadastrados
TOMADA DE Até Até • Interessados (cadastro 3
PREÇOS R$ 1.500.000,00 R$ 650.000,00 dias antes da abertura das
propostas)
• Convidados (cadastrados ou
não - mínimo de três)
Até Até • Interessados cadastrados (24
CONVITE
R$ 150.000,00 R$ 80.000,00 horas antes da abertura das
propostas devem manifestar
interesse).
FONTE: O autor (2014)
D) CONCURSO:
[...]
Conforme previsto no art. 45, § 1º, da Lei nº 8.666/93, não há aplicação dos
tipos de licitação, pois os vencedores recebem um prêmio (BRASIL, 1993).
NOTA
O concurso da lei de licitações não pode ser confundido com o concurso público.
No concurso público, o objetivo do administrador é a seleção de profissionais capacitados,
tendo como contrapartida o provimento de cargos públicos.
80
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
E) LEILÃO:
81
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
E
IMPORTANT
82
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Tais conceitos são encontrados na referida lei nos artigos 54, 55, 56, 57 e 58,
que seguem abaixo dispostos:
83
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
pela Agência, que terão validade por dois anos, devendo o cadastro
estar sempre aberto à inscrição dos interessados.
84
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
É importante registrar que esta lei não criou nenhuma modalidade nova de
licitação, pois as formas de contratação estabelecidas respeitarão as modalidades
de licitação contidas no artigo 22, da Lei nº 8.666/93, devendo obrigatoriamente ser
adotados os tipos “melhor técnica” ou “técnica e preço”.
85
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
86
TÓPICO 1 | MODALIDADES DE LICITAÇÃO
DICAS
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Após os estudos desta unidade, você poderá:
88
AUTOATIVIDADE
( ) Concorrência.
( ) Leilão.
( ) Tomada de preços.
( ) Convite.
( ) Concurso.
a) Obras internacionais.
b) Compras de suprimentos com o valor máximo de R$ 150.000,00 (Cento e
cinquenta mil reais).
c) Interessados em desenvolver trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.
d) Compras e serviços de engenharia com valor inferior a R$ 650.000,00
(Seiscentos e cinquenta mil reais).
89
90
UNIDADE 2 TÓPICO 2
TIPOS DE LICITAÇÃO E COMISSÃO DE
LICITAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico(a), estaremos estudando neste tópico os tipos de licitação
reconhecidos pela Lei nº 8.666/93, da mesma forma que traremos a concepção da
Comissão de Licitação, indicando seu objetivo, composição e responsabilidade de
seus membros.
Este instrumento tem como base uma competição a ser travada de forma
igualitária, entre aqueles que preencham os requisitos necessários ao bom
cumprimento das obrigações a que se propõe assumir.
Vamos a eles!
2 TIPOS DE LICITAÇÃO
O tipo de licitação não deve ser confundido com modalidade de licitação.
Justen Filho (2009, p. 342) ensina que o “tipo de licitação se vincula ao critério de
julgamento, enquanto a modalidade se relaciona com a estrutura procedimental
da licitação”.
91
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
b) a de melhor técnica;
c) a de técnica e preço;
Consideram Alexandrino e Paulo (2011) que o tipo menor preço deve ser
regra geral nas licitações para contratação de obras, serviços, compras, locações e
fornecimento.
NOTA
Na licitação do tipo “menor preço”, não tem importância o fato de que um produto
ou serviço ter qualidade superior aos demais, o preenchimento dos requisitos mínimos de
qualidade técnica é o suficiente para que a proposta atenda ao interesse público, objetivo
maior da Administração Pública, sendo a licitação um dos meios de concretizá-las.
Encontramos esta situação quando o Poder Público adquire produtos comuns, como papel,
caneta, clips, entre outros, que não exigem especificidades em sua composição, ou ainda
serviços que não necessitam de características diferenciadas. Quando a Administração Pública
se utiliza do tipo de licitação “menor preço”, não está preocupada com a máxima da qualidade
do produto, mas em atender as exigências mínimas para atender à necessidade estatal.
92
TÓPICO 2 | TIPOS DE LICITAÇÃO E COMISSÃO DE LICITAÇÃO
DICAS
Melhor preço não é tipo de licitação. É terminologia usada para definir menor
preço conjugado com qualidade, durabilidade, funcionalidade, desempenho etc.
FONTE: Disponível em: <http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/
licitacoes_contratos/13%20Tipos%20de%20Licita%C3%A7%C3%A3o.pdf>.
1. Menor preço
2. Melhor técnica
3. Técnica e preço
4. Maior lance ou oferta
Concorrência 1, 2, 3, 4
Tomada de preços 1, 2, 3
Convite 1, 2, 3
Concurso Não se aplica
Leilão 4
FONTE: O autor (2014)
93
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
3 COMISSÃO DE LICITAÇÃO
A Comissão de Licitação é composta por agentes públicos, designados para
este fim, por autoridade que detém competência para tal ato, seja este decreto, portaria,
resolução, e estes obviamente estão caracterizados como responsáveis pelo regular
andamento do processo licitatório.
94
TÓPICO 2 | TIPOS DE LICITAÇÃO E COMISSÃO DE LICITAÇÃO
[...]
NOTA
95
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
E
IMPORTANT
96
TÓPICO 2 | TIPOS DE LICITAÇÃO E COMISSÃO DE LICITAÇÃO
E
IMPORTANT
Seu município possui Comissão de Licitações nomeada? Busque sabem que são
seus membros, fiscalize seus atos, acompanhe sua atuação.
97
RESUMO DO TÓPICO 2
Após o estudo deste tópico, será possível ao(à) acadêmico(a):
98
AUTOATIVIDADE
1 Melhor técnica ou técnica e preço são tipos de licitação que não podem ser
utilizados para serviços de natureza intelectual; na elaboração de projetos,
cálculos, estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos; e na
fiscalização, supervisão e gerenciamento de engenharia consultiva, em geral.
Esta afirmação está correta ou errada?
99
100
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A licitação, como já estudamos, é um processo administrativo, e este tem
uma série de atos sucessivos, obviamente obedecendo à legislação aplicável. Este
processo administrativo tem como objetivo respaldar a decisão administrativa
que ordena a licitação, qual seja garantir que a Administração Pública supra a
necessidade da coletividade, adquirindo produtos ou serviços com a melhor
proposta.
101
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
NOTA
A aplicação de lei subsidiária à lei principal é possível quando aquela possui lacunas
que podem ser supridas por esta.
No caso em concreto, se a Lei de Licitações (principal) for omissa em alguma situação, a
Lei nº 9.784/99 (subsidiária) pode ser utilizada para suprir esta lacuna, mas somente nestas
circunstâncias.
[...]
102
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
Bruno (2005) alerta que mesmo não integrando o rol de recursos estabelecidos
para o procedimento licitatório, é importante que se anote a impugnação ao edital,
pois apresenta características semelhantes aos recursos administrativos.
NOTA
Mesmo que o edital não traga clara a possibilidade de recursos, nula será a
proibição destes. A previsão dos recursos está descrita em uma norma pública, que é a Lei de
Licitações, além de sua proibição ferir o princípio constitucional da ampla defesa, descrito no
artigo 5º, LV, da Constituição de 1988. Portanto, não pode ser recusado o direito de recorrer.
Súmula 473. [...] a administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
103
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
Deve-se ter a ideia de que a análise de um edital não pode ser efetuada
às pressas. Pelo contrário, a leitura dever ser feita com calma e temos que prestar
atenção a tudo que ali for solicitado ao licitante.
104
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
a) Verificar a regra do artigo 3º, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93 – que veda
preferências ou distinções em razão de naturalidade, da sede de domicílio etc.
b) Verificar o artigo 7º, inciso I, § 5º, da Lei nº 8.666/93 – que veda a realização de
licitação com objetos sem similares.
c) Verificar a regra do artigo 15, § 7º, inciso I, da Lei nº 8.666/93 – que veda a
indicação de marca do objeto.
Quanto ao item “a“, que é verificar a regra do artigo 3º, § 1º, inciso I,
podemos fazer a seguinte análise: tendo a Administração discricionariedade para
estabelecer exigências em razão da sua necessidade concreta, pode ela inserir
regras dispensáveis no edital?
Quanto ao item “c”, que veda a indicação da marca do objeto (artigo 15,
parágrafo 7º, inciso I), o bem a ser adquirido deve ser o mais minuciosamente
especificado possível, contudo, sem fornecer a marca do produto. Aqui, quem
deve sempre estar atento é quem tem interesse no certame, pois ainda são comuns
os excessos nos editais. E ninguém melhor que o interessado em fornecer para
saber como funciona seu ramo de atividade, mesmo que a marca esteja sendo
referenciada implicitamente.
105
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
a) Cidadão comum – até cinco dias úteis antes da abertura das propostas (art. 41,
parágrafo 1º, Lei nº 8.666/93) (BRASIL, 1993);
b) Licitante – até dois dias úteis antes da abertura das propostas (art. 41, parágrafo
2º, Lei nº 8.666/93) (BRASIL, 1993).
106
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
NOTA
E
IMPORTANT
107
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
a) Habilitação ou inabilitação;
b) Anulação ou revogação da licitação;
c) Julgamento das propostas;
d) Alteração ou cancelamento de inscrição em registro cadastral;
e) Rescisão contratual;
f) Aplicação de penalidades de advertência, suspensão temporária ou
multa.
2.2.1 Requisitos
Ainda que a Lei nº 8.666/93 não apresente uma forma de apresentação dos
recursos, se faz necessário observar alguns requisitos básicos para que se assegure
o regular processamento do recurso, já que se trata de um procedimento formal.
Seriam os requisitos básicos os sequencialmente enunciados:
2.2.2 Processamento
Para que o recurso licitatório seja recebido, além dos requisitos básicos
já descritos, o recurso deverá ser endereçado à autoridade superior, a qual fará
o denominado “juízo de admissibilidade”. O juízo de admissibilidade parte do
princípio da análise da “validade do recurso”, da observação de que este contenha
as condições para que seja processado o recurso.
108
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
109
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
NOTA
110
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
3 REPRESENTAÇÃO
Esta espécie de recurso licitatório está prevista no artigo 109, II, da Lei nº
8.666/93.
A representação pode ser utilizada apenas nas situações em que não couber
recurso administrativo e referir-se à decisão relacionada com o objeto ou o contrato
da licitação.
111
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
4 PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
O cabimento do pedido de reconsideração é restrito, é cabível apenas contra
ato de Ministro e Secretários Estaduais e municipais, quando aplicada a penalidade
de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
(artigo 109, III, Lei nº 8.666/93).
NOTA
112
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
113
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
A Ação Popular tem como requisito que o autor seja cidadão brasileiro,
devidamente inscrito na justiça eleitoral. Deve-se apurar se o ato praticado é
realmente ilegal, lesivo ou se ele está fundamentado em relevante ameaça ao
direito, devendo igualmente estar caracterizado que o ato praticado vem trazendo
lesão material ou imaterial.
DICAS
DICAS
A Ação Civil Pública tem como legitimado mais atuante o Ministério Público.
Acesse o site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm>, e busque saber outros
pressupostos deste instrumento de acesso ao judiciário.
114
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
Temos previsão legal nos artigos 89 a 99 da Lei nº 8.666/93 das ações penais
que buscam proteger o patrimônio público dos crimes praticados nas licitações.
Os crimes previstos nesta lei são tipificados como de ação penal pública
incondicionada, ou seja, quem deve propor estas ações junto ao poder judiciário é
o Ministério Público. Entretanto, qualquer pessoa pode levar ao conhecimento do
Ministério Público circunstâncias que possam ser enquadradas em eventual ação
criminal nos processos licitatórios.
115
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
Meirelles (2013) afirma que, diferente do que ocorre com a anulação, que
pode ter o critério de parcial ou total, a revogação de um ato do procedimento
licitatório não é possível. Havendo um motivo de interesse público que desaconselhe
a contratação do objeto de licitação, todo procedimento deve ser revogado.
116
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
Ressalte-se que a Lei de Licitações não enumera nem esclarece quais são
os interesses públicos que autorizam a unilateral declaração de revogação de uma
licitação.
DICAS
A anulação da licitação pode ser realizada mesmo após a assinatura do contrato, a nulidade da
licitação implica a nulidade do contrato dela decorrente.
DICAS
117
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
Bons estudos!
LEITURA COMPLEMENTAR
(...)
O papel do comprador público no processo de aquisição de materiais
Dias e Costa (2000, p. 5) concluem que “não se pode, portanto, hoje, imaginar
um comprador preocupado unicamente com a conclusão de uma compra, sem
avaliar o impacto dessa operação em relação aos demais processos integrados à
cadeia produtiva ou operativa das organizações”.
Com isso, evidencia-se o papel estratégico das compras, que passa pela
sua função estratégica na organização, podendo transformar-se em vantagem
competitiva, desde que adequadamente desenvolvida e desempenhada na
instituição.
118
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
119
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
120
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
antigas. O código de ética pode servir como prova legal da intenção da empresa, ou
seja, ele tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização
empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. A existência do código
de ética evita que julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a
aplicação dos princípios.
Antes que outros o façam, cabe ao próprio comprador observar seus hábitos
de conduta ao realizar uma compra, procurando nunca se deixar envolver com
situações alheias ao próprio negócio, não ficando, assim, em situação de submissão
durante uma negociação comercial.
121
UNIDADE 2 | NORMAS GERAIS DA LICITAÇÃO COM BASE NA LEI Nº 8.666/93
ações e conduta são criticamente julgadas e que esse julgamento, favorável ou não,
é rapidamente disseminado entre a ampla classe de vendas (fornecedores).
Dias e Costa (2000, p. 220) ainda lembram que a ética, no âmbito da gestão
de suprimentos, é ainda mais abrangente do que simplesmente pautar a relação
comercial entre compradores e vencedores, pois se deve:
122
TÓPICO 3 | RECURSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAIS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS LICITATÓRIOS – LEI Nº 8.666/93
de seus deveres;
▼ cooperar com todas as organizações e indivíduos engajados nas atividades
destinadas a melhorar o desenvolvimento e a reputação da área de compras.
123
RESUMO DO TÓPICO 3
Acadêmico(a), ao final dos estudos do Tópico 3, você teve a oportunidade
de estudar os seguintes conteúdos:
124
AUTOATIVIDADE
125
126
UNIDADE 3
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos desenvol-
vidos.
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Sempre que o poder público, por meio de sua administração, firmar acordo
de vontades, compromissos ou obrigações com terceiros, estará formalizando um
contrato. A Administração Pública é regida pelo direito público, entretanto, alguns
contratos celebrados pela Administração Pública são regidos pelo direito privado.
129
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
130
TÓPICO 1 | ESPECIFICIDADES DOS CONTRATOS
GENÉRICAS
ESPECÍFICAS DO CONTRATO
PARTICULARES
ADMINISTRATIVO
E ADMINISTRATIVOS
• Administração Público
• Consensualidade
• Finalidade: interesse público
• Formalidade
• Licitação como regra
• Onerosidade
• Presença de cláusulas exorbitantes
• Comutatividade
• Intuitu personae
• De adesão
FONTE: A autora
Você pode observar, acadêmico(a), que temos uma exceção à regra, ou seja,
as “pequenas compras” podem ser realizadas por contrato verbal.
131
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
132
TÓPICO 1 | ESPECIFICIDADES DOS CONTRATOS
FONTE: A autora
133
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
134
TÓPICO 1 | ESPECIFICIDADES DOS CONTRATOS
135
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
FONTE: A autora
136
TÓPICO 1 | ESPECIFICIDADES DOS CONTRATOS
137
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
ALTERAÇÃO UNILATERAL
FONTE: A autora
138
TÓPICO 1 | ESPECIFICIDADES DOS CONTRATOS
139
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Não existe previsão legal para que o contratado possa efetuar a rescisão
unilateral. A possibilidade para o contratado se achar necessário ou desejável é
solicitá-la amigavelmente ou judicialmente.
140
TÓPICO 1 | ESPECIFICIDADES DOS CONTRATOS
FONTE: A autora
141
RESUMO DO TÓPICO 1
142
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e II.
d) ( ) I e III.
( ) Certo.
( ) Errado.
143
d) ( ) A possibilidade de prorrogação do contrato até 60 (sessenta) meses e,
excepcionalmente, por mais 12 (doze) meses, mediante justificativa da
autoridade competente.
e) ( ) A extensão da duração do contrato por até 48 meses, desde que previsto
no Plano Plurianual, e por mais 12 (doze) meses em caráter excepcional.
144
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
• Regidos pelo Direito Civil. • As regras são de direito público, possuindo como uma
das bases a Lei nº 8.666/93.
• As partes (contratante/
contratado) farão a negociação e • Não existe uma negociação prévia entre as partes.
irão buscar um consenso para os Aqueles que participarem, por exemplo, de uma licitação
direitos e obrigações. devem se adequar às disposições de lei imposta ao e pelo
Poder Público/Administração Pública, não havendo a
• As partes (contratante/ possibilidade do consenso entre as partes.
contratado) estarão em um
mesmo patamar de igualdade. • Neste contrato as partes (contratante/contratado) não
se encontram na condição de iguais (igualdade). A
• O contrato é lei entre as partes Administração Pública atua respaldada pelo princípio
(contratante/contratado) e, da supremacia do interesse público, encontrando-se em
portanto, a alteração em regra posição privilegiada.
não poderá acontecer.
• O contrato administrativo não será lei entre as partes
(contratante/contratado). A Administração Pública a
qualquer tempo pode alterar o contrato administrativo,
até mesmo unilateralmente (obviamente observados os
dispositivos legais), caso haja modificação no interesse
público.
FONTE: A autora
145
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Este tópico terá como objeto de estudo algumas das espécies de contratos
administrativos. Convido você a saber um pouco mais sobre eles.
146
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
c) Empreitada Integral:
Vamos trazer a descrição contida na Lei nº 8.666/93, artigo 6º, VIII, alínea e:
d) Tarefa:
147
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
1) Projeto básico: definição prévia da obra a ser contratada. Antes das ações para
contratação a Administração Pública deve delinear o projeto da obra, indicando
os motivos de sua realização, a extensão, o tempo de sua duração, previsão de
gastos além de outros elementos que possam defini-la. Este projeto básico deve
estar devidamente aprovado pela autoridade competente (Art. 7º, § 2º, Lei nº
8.666/93).
3 CONTRATOS DE SERVIÇOS
Buscando novamente os conceitos contidos na Lei nº 8.666/93, temos em
seu artigo 6º, II, a definição de serviço como:
148
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
4 CONTRATOS DE FORNECIMENTO
Carvalho Filho (2011, p.172) conceitua contratos de fornecimento “aqueles
que se destinam à aquisição de bens móveis necessários à consecução dos serviços
administrativos”. Para que a Administração Pública possa atingir os fins a que
se destina, precisa rotineiramente adquirir bens de muitas espécies, pois suas
atividades ou seus serviços prestados são de diversas espécies. Exemplificando,
prestando serviços de saúde precisará adquirir material cirúrgico, medicamentos,
equipamentos médicos hospitalares, dentre outros; prestando serviços de educação
precisará adquirir carteiras, material escolar, livros, quadros etc.
150
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
5 CONTRATOS DE CONCESSÃO
Nesta espécie de contrato administrativo a Administração Pública concede,
ou seja, confere ao particular os seguintes objetos:
De acordo com a Lei nº 8.987/95, em seu artigo 2º, inciso II, considera-se
concessão de serviço público:
Regularidade.
Continuidade.
Eficiência.
Segurança.
Atualidade.
Generalidade.
Cortesia na prestação.
Modicidade das tarifas.
Segurança: está é a condição em que se exige que nos serviços públicos não
ofereça risco ao usuário ou a terceiros. Isto implica automaticamente a necessidade
de vistoria e manutenção de equipamentos e instalações que ofereçam alguma
forma de riscos.
Ainda temos no texto legal, que trata das concessões de serviço público,
um artigo que trata dos direitos e deveres dos usuários do serviço público (art. 7º,
Lei nº 8.987/95), que de forma simplificada trazemos para vocês:
Receber serviço adequado, qual seja, conforme exposto: aquele que satisfaz
as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na prestação e modicidade das tarifas.
152
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
DICAS
153
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
6 CONTRATO DE GESTÃO
Esta modalidade de contrato administrativo é assim denominada porque é
utilizada como forma de ajuste da Administração Pública Direta com as entidades
da Administração Indireta ou entidades privadas que se enquadram na condição
de parestatais.
154
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
7 CONVÊNIOS
Quando falamos de convênios, entendemos que se tratam de acordos
firmados entre entidades públicas de qualquer espécie, ou entre entidades públicas
de qualquer espécie e entidades, buscando facilitar e possibilitar a lógica de
colaboração mútua entre as partes, tendo como objetivo atender interesse comum
a elas.
155
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
DICAS
156
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
:
:
FONTE: A Autora
8 CONSÓRCIOS PÚBLICOS
A Lei nº 11.107/2005 norteou o art. 241 da Constituição Federal, possibilitando
as definições das normas gerais de contratação de consórcios públicos.
157
UNIDADE 3 | CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Firmado o protocolo, este deverá ser objeto de ratificação por lei (art. 5º). Esta
situação será dispensada se no momento do protocolo a entidade pública já tiver
disciplinado em lei sua participação no consórcio.
158
RESUMO DO TÓPICO 2
159
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Leilão.
b) ( ) Concurso.
c) ( ) Concorrência.
d) ( ) Convite.
e) ( ) Tomada de preços.
( ) Certo.
( ) Errado.
( ) Certo.
( ) Errado.
a) ( ) Contrato de fornecimento.
b) ( ) Contrato de serviços.
c) ( ) Contrato de obras públicas.
d) ( ) Contrato de compra e venda.
e) ( ) Contrato de concessão.
160
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A Administração Pública, buscando atender às necessidades da
coletividade e fornecer serviços públicos, tem nos contratos, convênios e consórcios
instrumentos legais que viabilizam a consecução de sua finalidade enquanto ente
público.
Vamos a elas!
2 INEXECUÇÃO DO CONTRATO
Depois que as partes descreveram nos contratos administrativos as vontades,
elas podem deixar de cumprir as cláusulas contidas neste pacto contratado.
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Imprevisível.
Extracontratual.
Extraordinário, provocando grande alteração na equação econômico-financeira
do contrato.
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Imprevisibilidade.
Inevitabilidade.
Impossibilidade total do cumprimento das obrigações contraídas no contrato.
Advertência.
Multa, na forma prevista no edital ou no contrato.
Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a dois anos.
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FONTE: A autora
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A regra geral para o valor da garantia é de que esta não deve exceder
a 5% do valor do contrato. O limite da garantia pode chegar até 10% do valor
do contrato em obras, serviços e fornecimento de grande vulto envolvendo alta
complexidade técnica e consideráveis riscos financeiros, demonstrados por meio
de parecer aprovado pela autoridade competente.
Assim como ocorre com os créditos, pode ser que a Administração utilize
as garantias para desconto de prejuízos e multas.
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FONTE: A autora
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REAJUSTE REVISÃO
9 CRIMES E PENAS
Temos descrito na Lei de Licitações crimes normalmente vinculados ao
processo licitatório, entretanto encontramos alguns vinculados aos contratos
administrativos, sendo eles:
A Lei das Licitações prevê, em seu artigo 57, § 1º, as hipóteses em que o
contrato administrativo pode ser prorrogado:
Art. 57 (..)
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e
assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro,
desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados
em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de
execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos
limites permitidos por esta Lei;
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TÓPICO 3 | REGRAS DIVERSAS APLICÁVEIS AOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
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LEITURA COMPLEMENTAR
Marcelo de Freitas
José Manuel Santos de Varge Maldonado
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TÓPICO 3 | REGRAS DIVERSAS APLICÁVEIS AOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Este dispositivo tem sido alvo de enorme controvérsia nos meios jurídicos,
tendo em vista uma alegada incompatibilidade com o disposto no art. 71 da Lei nº
8.666/1993, particularmente com seu § 1º, que diz taxativamente que à Administração
Pública não pode ser transferida a responsabilidade pelo inadimplemento
de obrigações trabalhistas por parte de seus contratados, havendo, apenas, a
responsabilidade solidária da Administração pelos encargos previdenciários.
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recursos financeiros envolvidos. Como bem destacado por Barros (2002), a legislação
brasileira é bastante rígida quando se trata do uso de dinheiro público.
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RESUMO DO TÓPICO 3
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AUTOATIVIDADE
2 A pessoa jurídica ZAPZAP Ltda. foi vencedora de uma licitação para fornecer
alimentos para escolas municipais. Durante a execução do contrato, vários
produtos fornecidos tiveram altos reajustes de preços em razão da suspensão
de isenção de tributos federais, tornando o contrato excessivamente oneroso
para o fornecedor. Nessa situação, portanto, a empresa ZAPZAP:
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4 Considere uma empresa fornecedora que tenha participado de uma
determinada licitação e tenha sido convocada dentro do prazo de validade
da sua proposta. Comportou-se de modo inidôneo, tendo sido comprovada
uma fraude fiscal produzida por ela. Essa empresa ficará impedida de licitar
e contratar com a União, estados, Distrito Federal ou municípios e será
descredenciada no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores,
pelo prazo de:
( ) 2 anos, no máximo.
( ) 3 anos, no máximo.
( ) 4 anos, no máximo.
( ) Até 10 anos.
( ) Até 5 anos.
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REFERÊNCIAS
ALKMIM, Marcelo. Curso de direito constitucional: em consonância com a atual
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Florianópolis: Conceito Editorial,
2009.
183
______. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para
aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm>. Acesso em: 5 jan.
2015.
184
BRUNO, Reinaldo Moreira. Recursos do Processo Licitatório. Belo Horizonte:
Del Rey, 2005.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 26. ed.
São Paulo: Atlas, 2013.
CUNHA, Sérgio Sérvulo da. Dicionário compacto do direito. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24. ed. São Paulo:
Atlas, 2011.
185
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39. ed. São Paulo:
Malheiros, 2013.
MELO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito administrativo. 19. ed. São
Paulo: Malheiros, 2005.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
NOHARA, Irene Patricia. Direito Administrativo. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2013.
SANTANA, Jair Eduardo. Pregão: presencial e eletrônico. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2011.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34. ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2009.
186
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Licitações & contratos. 3. ed. Brasília:
Tribunal de Contas da União, 2005. Disponível em: <http://portal2.tcu.
gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/licitacoes_contratos/2%20
Licita%C3%A7%C3%B5es-Conceitos%20e%20Princ%C3%ADpios.pdf>. Acesso
em: 5 jan. 2015.
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ANOTAÇÕES
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