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OBJETIVOS
LEITURA RECOMENDADA
Como no caso das relações de solubilidade, as ramificações da cadeia e a posição do grupo funcional
influenciam o ponto de ebulição. O conhecimento dos pontos de ebulição de algumas substâncias simples
é freqüentemente valioso para excluir alguns tipos de substâncias. As seguintes generalizações
simplificadas têm utilidade:
(1) Uma substância orgânica clorada que ferve abaixo de 132C deve ser alifática. Quando ferve acima
de 132C pode ser alifática ou aromática. Esta regra é conseqüência de o ponto de ebulição do cloreto
de arila mais simples, o clorobenzeno, ser 132C.
(2) Analogamente, uma amostra orgânica com bromo que ferve abaixo de 157C, ou um iodocomposto
que ferve abaixo de 188C, deve ser alifático. Os outros compostos de bromo ou de iodo podem ser
alifáticos ou aromáticos.
Objetivo: Investigar a relação entre a temperatura de ebulição de cada líquido e sua massa molar.
1. (Extraído do site http://www.qmc.ufsc.br) Consultar no Merk Index, CRC Handbook, internete e outros,
sobre os pontos de ebulição, estrutura química e massa molar das substâncias abaixo. Não esqueça
de investigar também informações toxicológicas!!!
(a) o éter apresenta a menor volatilidade por possuir o maior momento dipolar.
(b) o álcool primário é menos volátil do que o secundário por apresentar maior interação entre as cadeias
carbônicas.
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Na determinação do ponto de ebulição por meio de um microtubo, o tubo externo pode ser um
tubo de ensaio acoplado a um termômetro do lado externo. Um tubo capilar para determinação de ponto
de fusão é colocado de forma invertida no interior do tubo de ensaio contendo a amostra do líquido cujo
ponto de ebulição se quer determinar. O sistema é, então, aquecido em banho adequado (béquer com
glicerina e agitação magnética, por exemplo). A temperatura é elevada, gradualmente, até que se observe
uma rápida corrente de bolhas sair do capilar imerso na amostra. Remove-se a fonte de calor e deixa-se
o banho resfriar, agitando-se continuamente. Anota-se a temperatura no instante em que as bolhas
cessam de sair do capilar e o líquido está a pique de entrar tubículo adentro. Esta temperatura é o
ponto de ebulição; esta determinação é, usualmente, mais exata que a obtida por destilação.
Objetivo: Determinar o ponto de ebulição de amostras puras e identificar substâncias desconhecidas por
meio do ponto de ebulição.
Procedimento:
Discussão:
(a) Usando os pontos de ebulição observados em cada caso e comparando com os valores da literatura
(esperados), identifique as amostras desconhecidas fornecidas pelo instrutor, supondo serem elas
ciclohexano, ciclohexanona e ciclohexanol.
(b) Considerando a estrutura química das substâncias investigadas e os pontos de ebulição
observados, existe alguma anomalia de comportamento? Explique.
(c) Sem qualquer outra informação e com base apenas nos pontos de ebulição observados você pode
inferir que as amostras apresentam padrão de pureza aceitável para fins analíticos? E para uso em
trabalhos de rotina de um laboratório de química orgânica?
(d) Os dados obtidos confirmam ser a pressão atmosférica em Brasília menor que a pressão atmosférica
ao nível do mar?
Destilação simples
Quando uma substância pura é destilada à pressão constante, a temperatura do vapor permanece
constante durante toda a destilação. O mesmo comportamento é observado com misturas contendo um
líquido e uma impureza não volátil, uma vez que o material condensado não está contaminado pela
impureza.
No caso de misturas líquidas homogêneas (soluções ideais), a pressão total do vapor, a uma
determinada temperatura, é igual à soma das pressões parciais de todos os componentes. A pressão de
cada componente é dada pela Lei de Raoult, onde PoA é a pressão do componente A puro e XA é a fração
molar de A na mistura.
A composição das leis de Dalton e Raoult revela que, para uma mistura ideal, o componente mais volátil
tem maior fração molar na fase vapor do que na fase líquida em qualquer temperatura.
Para uma solução ideal, o ponto de ebulição da mistura é definido como a temperatura na qual a
soma das pressões parciais dos componentes é igual à pressão atmosférica. Como a pressão de vapor
total da mistura é intermediária entre as pressões de vapor dos componentes puros, o ponto de ebulição
da mistura também será intermediário entre os pontos de ebulição das substâncias puras.
Destilação fracionada
Os fatos acima descritos indicam que a destilação simples só deve ser empregada na purificação
de líquidos em que apenas um dos componentes é volátil. Quando se destila uma mistura líquida
homogênea ideal, as primeiras frações do destilado apresentam composição mais rica no
componente mais volátil do que da mistura original. No decorrer da destilação, o ponto de ebulição da
mistura sofre uma elevação gradual, uma vez que a composição do vapor se torna cada vez mais rica no
componente menos volátil. Para purificar misturas deste tipo, seria necessário separar as primeiras frações
do destilado, ricas no componente mais volátil. Estas frações seriam novamente destiladas e as primeiras
frações novamente separadas. Este procedimento teria de ser repetido várias vezes até que as primeiras
frações do destilado contivessem apenas o componente mais volátil. O processo acima descrito é
denominado destilação fracionada, e pode ser melhor compreendido pelo exame do diagrama de fases
abaixo (Figura 3). Uma mistura de dois líquidos “ideais” que tenha a composição molar c1 ao ser aquecida
gera vapor de composição molar v1 no equilíbrio. O resfriamento do vapor gera um líquido de composição
molar c2 e assim sucessivamente, levando ao enriquecimento da fase vapor com o componente mais
volátil da mistura. Experimentalmente a operação é executada com a utilização de uma coluna de
fracionamento colocada entre o balão e a cabeça de destilação (Figura 4). O efeito desta coluna é
proporcionar em uma única destilação, uma série de micro-destilações simples sucessivas.
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TºB
zona vapor
(B puro)
v1
zona de equlíbrio
v2
vapor-líquido
v3
v4
zona líquido
TºA
(A puro)
c5 c4 c3 c2 c1
100%A Fração molar 0%A
0%B 100%B
Figura 3. Diagrama de fase na destilação fracionada
tipo Hempel é formada por um tubo de vidro empacotado com pequenas bolas ou anéis de vidro, entre
outros.
A eficiência de uma coluna de fracionamento é expressa pelo número de vezes que uma solução
é vaporizada e recondensada durante a destilação ou número de pratos teóricos, medido em termos de
altura. Quanto menor for a altura equivalente a um prato teórico (AEPT) tanto maior será o número de
pratos teóricos da coluna e, portanto, mais eficiente ela será.
A escolha de uma coluna depende da diferença dos pontos de ebulição dos componentes da
mistura. Quanto menor a diferença de ponto de ebulição, maior será o número de pratos teóricos
necessários para uma separação eficiente.
Como se trata de operação que apresenta riscos, é imprescindível observar o uso de óculos de
proteção e certificar-se do bom estado e solidez da aparelhagem (vidraria com juntas). O aquecimento só
deve ter início quando o vácuo desejado for atingido, utilizando-se uma trompa d’água ou bomba de óleo.
Inversamente a entrada de ar após o término da operação só deve ser realizada com o sistema já à
temperatura ambiente.
Outro aspecto importante no processo de destilação à pressão reduzida é a estimativa do ponto
de ebulição do destilado a diferentes pressões. O ponto de ebulição de uma substância a diferentes
pressões pode ser determinado com o auxílio do nomograma apresentado na Figura 6. Este nomograma
relaciona o ponto de ebulição normal (760 mmHg ou 1 atm) de uma substância (Escala B) ao ponto de
ebulição correspondente (Escala A) a uma determinada pressão (Escala C). Por exemplo, se o ponto de
ebulição normal da substância e a pressão aplicada ao sistema forem conhecidos, traça-se uma reta
conectando-se esses dois pontos marcados nas escalas B e C, e prolonga-se a reta até a escala A; no
ponto de intersecção da reta traçada e a escala A tem-se o valor estimado para o ponto de ebulição à
pressão reduzida. Este nomograma é usado para substâncias que não possuem interações fortes entre
as moléculas. Para substâncias capazes de formar ligações de hidrogênio intermoleculares, como é o caso
da água, álcoois e ácidos carboxílicos, a variação do ponto de ebulição com a pressão é de 10 a 20%
menor.
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Independentemente do método a ser utilizado, alguns aspectos deverão ser considerados quando
da adoção da técnica de destilação no processo de purificação de substâncias químicas: o balão de
destilação nunca deve ser aquecido até a secura; tampouco deve estar muito cheio no início da operação;
pedras de ebulição (ou agitação magnética) ou rotação (rotaevaporador) devem ser usadas para garantir
uma ebulição tranquila; a água do condensador deve fluir contra-corrente ao percurso dos vapores; o
aquecimento deve ser controlado de modo que o líquido destile a uma velocidade constante (cerca de uma
gota por segundo).
Procedimento:
Purificar uma amostra de ciclohexano por meio de destilação simples, de acordo com o descrito na Parte
B do roteiro e seguindo as instruções do professor.
Cada grupo deverá usar de 20 a 50 mL de ciclohexano, conforme capacidade do balão de fundo
redondo disponível (registrar o volume realmente usado).
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EXPERIMENTOS DEMONSTRATIVOS
Experimento demonstrativo 1: Destilar uma mistura de ciclohexano e hexano (1:1) por meio da técnica
de destilação fracionada. Registrar a temperatura de destilação.
Experimento demonstrativo 3: Fazer uma destilação azeotrópica de uma mistura de ciclohexano e água
(8:2) empregando-se o aparelho de Dean-Stark.
Discussão:
(a) Suponha que usando a trompa de água para redução da pressão, o benzaldeído destilou como um
líquido claro a uma temperatura de aproximadamente 90 oC. Calcule a pressão do sistema utilizado.
Dica: use o nomograma mostrado na figura 6.
(b) Se tivéssemos uma bomba de vácuo operando a uma pressão de 2.0 mmHg, seria conveniente a
sua utilização na purificação de ciclohexanona? Que cuidados especiais deveriam ser tomados
nessas circunstâncias? Justifique sua resposta.
Reservar os sólidos obtidos após a purificação para utilização como insumos em práticas.