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Data: _____ /_____ / 2022

ESTUDO DIRIGIDO PARA RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA - 1º TRIMESTRE

EXERCÍCIOS DE LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE LINGUÍSTICA

Texto I
O cemitério
Pelas ruas de túmulos, fomos calados. Eu olhava vagamente aquela multidão de sepulturas, que
trepavam, tocavam-se, lutavam por espaço, na estreiteza da vaga e nas encostas das colinas aos lados.
Algumas pareciam se olhar com afeto, roçando-se amigavelmente; em outras, transparecia a repugnância de
estarem juntas. Havia solicitações incompreensíveis e também repulsões e antipatias; havia túmulos
arrogantes, imponentes, vaidosos e pobres e humildes; e, em todos, ressumava o esforço extraordinário para
escapar ao nivelamento da morte, ao apagamento que ela traz às condições e às fortunas.
Amontoavam-se esculturas de mármore, vasos, cruzes e inscrições; iam além; erguiam pirâmides de
pedra tosca, faziam caramanchéis extravagantes, imaginavam complicações de matos e plantas - coisas
brancas e delirantes, de um mau gosto que irritava. As inscrições exuberavam; longas, cheias de nomes,
sobrenomes e datas, não nos traziam à lembrança nem um nome ilustre sequer; em vão procurei ler nelas
celebridades, notabilidades mortas; não as encontrei. E de tal modo a nossa sociedade nos marca um tão
profundo ponto, que até ali, naquele campo de mortos, mudo laboratório de decomposição, tive uma imagem
dela, feita inconscientemente de um propósito, firmemente desenhada por aquele acesso de túmulos pobres
e ricos, grotescos e nobres, de mármore e pedra, cobrindo vulgaridades iguais umas às outras por força
estranha às suas vontades, a lutar…
Fomos indo. A carreta, empunhada pelas mãos profissionais dos empregados, ia dobrando as
alamedas, tomando ruas, até que chegou à boca do soturno buraco, por onde se via fugir, para sempre do
nosso olhar, a humildade e a tristeza do contínuo da Secretaria dos Cultos.
Antes que lá chegássemos, porém, detive-me um pouco num túmulo de límpidos mármores, ajeitados
em capela gótica, com anjos e cruzes que arrematavam pretensiosamente.
Nos cantos da lápide, vasos com flores de biscuit e, debaixo de um vidro, à nívea altura da base da
capelinha, em meio corpo, o retrato da morta que o túmulo engolira. Como se estivesse na Rua do Ouvidor,
não pude suster um pensamento mau e quase exclamei:
— Bela mulher!
Estive a ver a fotografia e logo em seguida me veio à mente que aqueles olhos, que aquela boca
provocadora de beijos, que aqueles seios túmidos, tentadores de longos contatos carnais, estariam àquela
hora reduzidos a uma pasta fedorenta, debaixo de uma porção de terra embebida de gordura.
Que resultados teve a sua beleza na terra? Que coisas eternas criaram os homens que ela inspirou?
Nada, ou talvez outros homens, para morrer e sofrer. Não passou disso, tudo mais se perdeu; tudo mais não
teve existência, nem mesmo para ela e para os seus amados; foi breve, instantâneo, e fugaz.

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Abalei-me! Eu que dizia a todo o mundo que amava a vida, eu que afirmava a minha admiração pelas
coisas da sociedade - eu meditar como um cientista profeta hebraico! Era estranho! Remanescente de noções
que se me infiltraram e cuja entrada em mim mesmo eu não percebera! Quem pode fugir a elas?
Continuando a andar, adivinhei as mãos da mulher, diáfanas e de dedos longos; compus o seu busto
ereto e cheio, a cintura, os quadris, o pescoço, esguio e modelado, as espáduas brancas, o rosto sereno e
iluminado por um par de olhos indefinidos de tristeza e desejos…
Já não era mais o retrato da mulher do túmulo; era de uma, viva, que me falava.
Com que surpresa, verifiquei isso.
Pois eu, eu que vivia desde os dezesseis anos, despreocupadamente, passando pelos meus olhos, na
Rua do Ouvidor, todos os figurinos dos jornais de modas, eu me impressionar por aquela menina do cemitério!
Era curioso.
E, por mais que procurasse explicar, não pude.

(FREITAS, Fernanda & AMARO, Vagner (orgs.). Lima Barreto por Jovens Leitores. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2014, p. 53-54.)

1. Nos dois primeiros parágrafos do texto, o narrador descreve o cemitério e, a partir do modo como o
faz, percebe-se um juízo de valor dele sobre esse espaço. Que tipo de diferença ele percebe como
notável? Justifique sua resposta selecionando vocábulos, dos dois primeiros parágrafos, que
explicitem a diferenciação percebida pelo narrador.
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2. No segundo parágrafo, o narrador, ao descrever as construções do cemitério, expressa um juízo de


valor que revela
(A) medo.
(B) crítica.
(C) fascínio.
(D) preconceito.
(E) exuberância.

Releia o último parágrafo do conto:


“E, por mais que procurasse explicar, não pude.”
3. A justificativa do narrador para não conseguir explicar seus sentimentos pode ser identificada no
trecho

(A) “Estive a ver a fotografia e logo em seguida me veio à mente que aqueles olhos” (7º parágrafo)
(B) “Nada, ou talvez outros homens, para morrer e sofrer.” (8º parágrafo)
(C) “Não passou disso, tudo mais se perdeu” (8º parágrafo)
(D) “Eu que dizia a todo o mundo que amava a vida” (9º parágrafo)
(E) “Continuando a andar, adivinhei as mãos da mulher, diáfanas e de dedos longos” (10º parágrafo)

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4. Os pronomes são importantes recursos coesivos tanto em textos argumentativos quanto em textos
narrativos. No trecho “em vão procurei ler nelas” (2º parágrafo), o termo sublinhado substitui a palavra
(A) notabilidades.
(B) celebridades.
(C) inscrições.
(D) datas.
(E) cruzes.

5. Considere o contexto do conto e acrescente um aposto ao período: “Amontoavam-se esculturas de


mármore, vasos, cruzes e inscrições” (2o parágrafo)

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6. As orações subordinadas substantivas, além de contribuírem para que a construção do texto se torne
mais coesa, exercem funções sintáticas, como se pode observar no trecho sublinhado “Eu que dizia a todo
o mundo que amava a vida” (9º parágrafo). A oração sublinhada classifica-se como oração subordinada
substantiva
(A) completiva nominal.
(B) objetiva direta.
(C) predicativa.
(D) subjetiva.
(E) Apositiva

Leia a poesia abaixo, de Augusto dos Anjos, e responda ao que se pede abaixo:

Texto II
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco, Já o verme – este operário das ruínas –
Monstro de escuridão e rutilância, Que o sangue podre das carnificinas
Sofro, desde a epigênese da infância, Come, e à vida em geral declara guerra,
A influência má dos signos do zodíaco.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
Profundissimamente hipocondríaco, E há de deixar-me apenas os cabelos,
Este ambiente me causa repugnância… Na frialdade inorgânica da terra!
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco. (ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
)

7. (Adaptada - ENEM 2014) A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição
designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto,
identificam-se marcas dessa literatura de transição, como
(A) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas, o vocabulário requintado, além do
formalismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.

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(B) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de
escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos do zodíaco”.
(C) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”, “epigênesis da
infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem.
(D) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo,
dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto existencial.
(E) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que
incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.

Texto III

8. Os conectivos são importantes recursos coesivos, pois auxiliam na construção de sentidos específicos a
determinados contextos. No segundo quadrinho, o conectivo “então”, sem prejuízo de sentido, pode ser
substituído por:
(A) Mas.
(B) Assim.
(C) Porque.
(D) Além disso.
(E) No entanto.

9. O conectivo “então”, abordado na questão anterior, apresenta, no contexto do quadrinho, valor


semântico de:
(A) Causa
(B) Adição
(C) Finalidade
(D) Conclusão
(E) Consequência

EXERCÍCIOS DE ANÁLISE LINGUÍSTICA

1- Nas frases a seguir, sublinhe o sujeito e indique a voz verbal, considerando a legenda: voz ativa (VA);
voz passiva (VP) e voz reflexiva (VR):
a) O século XXI foi recebido com festa por muitos povos da Terra. ( )
b) Com um gol no finalzinho do jogo, a seleção brasileira salvou-se de um vexame no Maracanã. ( )
c) Ainda de madrugada, desciam pela rua escura, rumo ao trabalho, os primeiros operários da fábrica de
tecido. ( )
d) Nos bares, nas ruas, nas praças, discutiam-se acaloradamente os últimos acontecimentos políticos. ( )
e) Segundo informações da Secretaria de Cultura, o novo teatro será inaugurado no início de setembro. ( )

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2- Considere a oração A denúncia foi divulgada pela imprensa para responder às questões que seguem.

a) Indique a voz verbal. _______________________________


b) Reescreva a oração de modo que o termo “imprensa” funcione como sujeito.
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3- Leia o título de uma reportagem de jornal: Seca e fome acirram distúrbios mentais.

a) Indique a função sintática dos termos “seca e fome” e “distúrbios mentais”.


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b) Transponha a oração para a voz passiva e indique as novas funções sintáticas dos termos referidos em
“a”.
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c) A frase do jornal deve ter servido, mais provavelmente, como título de uma reportagem sobre
fenômenos climáticos e suas consequências ou de uma reportagem acerca de problemas mentais?
Justifique pela estrutura sintática usada na manchete.
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Reportagem na íntegra: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc31059821.htm

4- Suponha que o texto a seguir faça parte de uma notícia a respeito da descoberta de um fóssil de
dinossauro:
As agências de notícias foram informadas de que o fóssil havia sido descoberto na Argentina por um auxiliar
do famoso paleontólogo.

a) Esse período é composto de duas orações. Identifique seus respectivos sujeitos.


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b) Essas orações estão na voz ativa ou passiva?


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c) Qual a função sintática do termo “por um auxiliar do famoso paleontólogo”?


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d) Por que, tal como está escrito, o período não foi bem formulado sob a perspectiva da estrutura
sintática?
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e) Reescreva o período de forma a transmitir a mensagem de forma nítida.


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EXERCÍCIOS DE ESTUDOS LITERÁRIOS

5- (PUCCamp-SP)
“E fui... e fui... ergui-me no infinito,
Lá onde o vôo d'águia não se eleva...
Abaixo - via a terra - abismo em treva!
Acima - o firmamento - abismo em luz!”

Os versos anteriores pertencem aos poemas "O vôo do gênio", do livro Espumas Flutuantes. Esses versos
ilustram a seguinte característica da poética de Castro Alves:

(A) ênfase emocional, apoiada nos recursos retóricos das antíteses, das hipérboles e do paralelismo rítmico-
sintático.
(B) intimismo lírico, marcado pela hesitação das reticências e pelo temor do enfrentamento das adversidades.
(C) sacrifício do tom pessoal em nome de ideais históricos, representados por símbolos épicos herdados do
Classicismo.
(D) emprego de paradoxos, com a intenção de satirizar a ambição de genialidade cultivada no
ultrarromantismo.
(E) contraste entre as fortes marcas retóricas do discurso e o sentimento da melancolia, que atenua o tom
declamatório.

6 - (UFRJ) As estrofes apresentadas a seguir foram retiradas do poema "Vozes d'África", de Castro Alves.
"Vozes d'África" é um dos textos em que o poeta expressa sua indignação diante da escravidão. Leia, com
atenção, o fragmento selecionado e identifique os elementos que representam, figuradamente, o abandono
e o desespero advindos da escravidão.

Vozes d'África

Deus! ó Deus, onde estás que não respondes!?


Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes,
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde, desde então, corre o infinito ...
Onde estás, Senhor Deus? ...
(...)
Mas eu, Senhor! ... Eu triste, abandonada,
Em meio dos desertos esgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro ... bebe o pranto a areia ardente!
Talvez ... pra que meu pranto, ó Deus clemente,
Não descubras no chão! ...

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Leia os fragmentos a seguir para responder à questão a seguir:

Fragmento I
Havia doze dias que Jorge tinha partido e, apesar do calor e da poeira, Luísa vestia-se para ir a casa de
Leopoldina. Se Jorge soubesse não havia de gostar não. Mas estava tão farta de estar só! Aborrecia-se tanto!
De manhã ainda tinha os arranjos a costura, a toalete, algum romance... mas de tarde!
A hora em que Jorge costumava voltar do ministério, a solidão parecia alargar-se em torno dela. Fazia-
lhe tanta falta o seu toque de campainha, os seus passos no corredor!...
Ao crepúsculo, ao ver cair o dia, entristecia-se sem razão, caía numa vaga sentimentalidade; sentava-
se ao piano, e os fados tristes, as cavatinas apaixonadas gemiam instintivamente no teclado, sob os seus dedos
preguiçosos, no movimento abandonado dos seus braços moles. O que pensava em tolices então! E à noite,
só, na larga cama francesa, sem poder dormir com o calor, vinham-lhe de repente terrores, palpites de viuvez.
(Eça de Queirós. O Primo Basílio. São Paulo, Ática, 1993)
Fragmento II
[Juliana] Servia, havia vinte anos. Como ela dizia, mudava de anos mas não mudava de sorte. Vinte
anos a dormir em cacifros, a levantar-se de madrugada, a comer os restos , a vestir trapos velhos, a sofrer os
repelões das crianças e as más palavras das senhoras, a fazer os desejos, a ir para o hospital quando vinha a
doença, a esfalfar-se quando voltava a saúde!... Era demais! Tinha agora dias em que só de ver balde das
águas sujas e o ferro de engomar se lhe embrulhava o estômago. Nunca se acostumara a servir. Desde
rapariga a sua ambição fora ter um negociozinho, uma tabacaria, uma loja de capelista ou de quinquilharias,
dispor, governar, ser patroa; mas de economias mesquinhas e de cálculos sôfregos, o mais que conseguira
juntar foram sete moedas ao fim de anos: tinha então adoecido: com o horror do hospital fora tratar-se para
casa de uma parenta; e o dinheiro, ai! derretera-se. No dia em que se trocou a última libra, chorou horas com
a cabeça debaixo da roupa. (...)
As antipatias que a cercavam faziam-na assanhada, como um círculo de espingardas enraivece um
lobo. Fez-se má; beliscava crianças até lhes enodoar a pele; e se lhe ralhavam, a sua cólera rompia em rajadas.
Começou a ser despedida. Num só ano esteve em três casas. Saía com escândalo, aos gritos, atirando as
portas, deixando as amas todas pálidas, todas nervosas (...).
A necessidade de se constranger trouxe-lhe o hábito de odiar; odiou sobretudo as patroas, com um
ódio irracional e pueril.
(Eça de Queirós. O Primo Basílio. São Paulo, Ática, 1993)

7 - Para responder às questões a, b, c e d, considere o seguinte comentário de Eça de Queirós acerca do


Realismo, em comparação com a Escola Romântica:

“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é
a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar
o que houver de mau na sociedade.”

a) No fragmento I, o narrador caracteriza Luísa como uma personagem romântica ou realista? Indique os
traços da personagem ou pequenos trechos que sustentam a sua afirmativa.
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b) No fragmento II, como a personagem [Juliana] é caracterizada? Essa representação é romântica ou realista?
Indique os traços da personagem ou pequenos trechos que sustentam a sua afirmativa.
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c) Levando em consideração as características comportamentais e o perfil socioeconômico das personagens
femininas dos fragmentos I e II, a que conclusão se pode chegar?
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d) Levando em consideração o comentário de Eça de Queirós, qual crítica pode ser feita a partir da leitura dos
fragmentos I e II?
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8 - Indique na lista abaixo quais são os recursos utilizados no discurso realista. Em seguida, justifique como
esses recursos contribuem para a consolidação do projeto literário do Realismo:

1- Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;


2- Imaginação criadora;
3- Personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;
4- Linguagem natural, sem rebuscamentos;
5- Preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;
6- Senso de mistério;
7- Retorno ao passado;
8- Determinismo biológico ou social.

9. (FMTM) Assinale a alternativa em que se encontram características da prosa do Realismo:

(A) Objetivismo; subordinação dos sentimentos a interesses sociais; críticas às instituições decadentes da
sociedade burguesa.
(B) Idealização do herói; amor visto como redenção; oposição aos valores sociais.
(C) Casamento visto como arranjo de conveniência; descrição objetiva; idealização da mulher.
(D) Linguagem metafórica; protagonista tratado como anti-herói; sentimentalismo.
(E) Espírito de aventura; narrativa lenta; impasse amoroso solucionado pelo final feliz.

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EXERCÍCIOS DE CLASSIFICAÇÃO

1 - Classifique as orações destacadas de acordo com a legenda a seguir:


(1) Objetiva indireta
(2) Completiva nominal
(3) Apositiva
(4) Principal

a. Insistimos em que permanecesse por mais alguns dias.


b. ( ) A verdade é que não sou quem você pensa.
c. ( ) Havia dúvidas de que aquela história fosse verídica.
d. ( ) Todos tinham certeza de que ela morreria.
e. ( ) Aguardavam ansiosos apenas uma coisa: que respondessem positivamente.
f. ( ) Lembrei-me de que precisava muito daqueles documentos.
g. ( ) Tive o pressentimento de que ele iria chegar.
h. ( ) Ele tem receio de que as dívidas se acumulem.
i. ( ) Tenho certeza de que ele vai viajar.

2 - Em “O garoto quis que eu comprasse biscoitos”, a oração destacada classifica-se como subordinada:
(A) substantiva objetiva direta.
(B) substantiva completiva nominal.
(C) substantiva predicativa.
(D) substantiva subjetiva.
(E) substantiva apositiva.

(FUVEST-SP-adaptada)
[...] Concordei que assim era, mas aleguei que a velhice de d. Plácida estava agora ao abrigo da
mendicidade: era uma compensação. Se não fossem os meus amores, provavelmente d. Plácida acabaria
como tantas outras criaturas humanas; donde se poderia deduzir que o vício é muitas vezes o estrume
da virtude. O que não impede que a virtude seja uma flor cheirosa e sã. A consciência concordou, e eu
fui abrir a porta à Virgília.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

3 - Destaque do primeiro período do trecho uma oração subordinada substantiva e classifique-a.


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4 - Complete os períodos a seguir com a oração subordinada substantiva indicada entre parênteses:
a) O fato é _______________________________________________________________________
(predicativa)
b) Não podemos duvidar ___________________________________________________________________
(objetiva indireta)

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c) É bom _________________________________________________________________________
(subjetiva)
d) Tinha certeza __________________________________________________________________________
(completiva nominal)
e) Lamento _____________________________________________________________________________
(objetiva direta)
f) Só espero uma coisa: ____________________________________________________________________
(apositiva)

5 - Classifique sintaticamente as orações destacadas:


a) “Queria vê-lo mais uma vez, só uma vez. Deus não ia ser tão mau que não lhe permitisse essa alegria.
Ela já nem ousava pedir o impossível: que a guerra terminasse e Rodrigo voltasse para casa. Isso era
demais”.
(Érico Veríssimo, Um certo capitão Rodrigo)
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b) “– Coitado do Joaquim... Tinha bom gênio. Não fazia nada por mal. Gostava dessa vida, é o destino de
cada um. Desde menino era assim. (...) Um dia ele arribou. Me disse que queria ser livre como um
passarinho. A verdade é que ele tinha graça.
(Jorge Amado, A morte e a morte de Quincas Berro D’Água)
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c) “O soldado encolhia-se, escondia-se por detrás da árvore. E Fabiano cravava as unhas nas palmas
calosas. Desejava ficar cego outra vez. Impossível readquirir aquele instante de inconsciência. Repetia
que a arma era desnecessária, mas tinha a certeza de que não conseguiria utilizá-la - e apenas queria
enganar-se”.
(Graciliano Ramos, Vidas secas)
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6 - Leia a tirinha que segue e classifique sintaticamente as orações destacadas:

a) “Mamãe diz” (1º quadrinho):


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b) “que nós não entendemos realmente isto” (2º quadrinho):
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c) “que faz sentido” (3º quadrinho):


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EXERCÍCIOS DE PRODUÇÃO DE TEXTO COM FOCO EM COESÃO

Leia o texto que segue:

A solidão amiga

A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a
televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a
tristeza da solidão... O que mais você deseja é não estar em solidão... Mas deixa que eu lhe diga: sua
tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem que
amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música... Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite
de solidão feliz. Mas bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado,
amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele,
sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se
lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair,
encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa... Mas na festa
ele percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma
impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A noite estava perdida.
(Rubem Alves A solidão amiga. Crônica completa disponível em:
<http://www.rubemalves.com.br/asolidaoamiga.htm>)

1) Na expressão “encontrar-se com a turma”, se turma fosse substituída por amigos, a palavra com
sofreria alguma alteração? Por quê?
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2) Associe as preposições em destaque com as ideias por elas expressas.

a) “...voltar para casa.” ( ) finalidade


b) “Ninguém para abrir a porta...” ( ) lugar
c) “...amigos em festas felizes...” ( ) origem, procedência
d) “Vem das fantasias...” ( ) companhia
e) “...encontrar-se com a turma...”

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3) Nas frases a seguir, destaque as locuções prepositivas:
a. “O Rio São Francisco atravessa 3161 quilômetros do Brasil. Nasce no interior de Minas Gerais e
avança por outros quatro Estados antes de romper no Oceano Atlântico”. (Os caminhos da
Terra, ed. 97, maio 2000, p.64)
b. Apesar de João ter saído cedo, de acordo com as instruções de seu pai, não chegou a tempo.
c. Em vez de Márcia ficar perto de mim, ela preferiu ficar junto a ti.

4) Indique o valor da preposição de nas seguintes frases:


a. Morreu de pneumonia. ___________________________________________________
b. Falava de política. _______________________________________________________
c. Morava numa casa de madeira. ____________________________________________
d. Veio de ônibus. _________________________________________________________
e. Ele chegou de Lisboa. ____________________________________________________

5) Leia o anúncio a seguir e responder às questões que seguem:

Não existe nada melhor que aproveitar o sol. Afinal, ele também é vital para sua saúde. Agora, tomar sol, só
com protetor solar, até às 10 h e depois das 16 h. Essa é a melhor maneira de prevenir e combater o câncer
de pele. Mesmo assim, a cada ano aumentam as vítimas do “câncer de vaidade”, câncer de desinformação,
câncer de negligência. Procure um médico e faça os exames preventivos. Quanto antes você tomar essa
atitude, melhor. (Folha de S. Paulo, 29/12/2000.)

No anúncio, vemos em destaque a expressão “câncer de vaidade”. Qual é o valor semântico da preposição
“de” nessa expressão? ______________________________________________________________________

6) Indique a relação semântica estabelecida pelas preposições expressas nas orações abaixo:
a. Voltaremos à tarde do passeio. __________________________________________________
b. Ela só sai com os amigos. _______________________________________________________
c. Em determinadas situações devemos agir com calma. ________________________________
d. Viajamos para Maceió. _________________________________________________________
e. Profissionalize-se para obter sucesso na sua carreira. _________________________________
f. Por não ter se esforçado, não obteve um bom resultado. ______________________________
g. Falamos muito do acontecido durante a reunião. ____________________________________
h. Com as fortes chuvas ocorridas, as estradas estão em péssimas condições de tráfego.
____________________________________________________________________________
i. A criança morreu de fome. ______________________________________________________
j. O avião sobrevoou sobre a cidade por um bom tempo. _______________________________

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k. O portão foi todo pintado a pincel. _______________________________________________
l. Ele foi conduzido a socos para prestar depoimento. __________________________________

7) (FUVEST) Na frase: “Estamos a bordo”, a preposição indica uma relação de lugar. Escreva duas frases
em que o emprego dessa mesma preposição indique:
a. relação de tempo habitual. ______________________________________________________
b. relação de instrumento. _________________________________________________________

8) (UNIRIO) Em “E sem na vida ter sentido nunca (...) / Meus olhos turvos se fechar de gozo”, a
preposição destacada expressa uma relação idêntica à assinalada no seguinte enunciado:
(A) Viver de biscates.
(B) Cair de bruços.
(C) Morrer de sede.
(D) Pousar de herói.
(E) Pisar de leve.

9) (CESGRANRIO) Assinale a opção em que a preposição com traduz uma relação de instrumento:

(A) Teria sorte nos outros lugares, com gente estranha.


(B) Com o meu avô cada vez mais perto do fim, o Santa Rosa seria um inferno.
(C) Não fumava, e nenhum livro com força de me prender.
(D) Trancava-me no quarto fugindo do aperreio, matando-as com jornais.
(E) Andavam por cima do papel estendido com outras já pregadas no breu.

10) (UFF) Em “Ela despedaçou o lacre e deu a ler a Seixas o papel”, a preposição assinalada introduz uma
ideia de:

(A) Consequência
(B) Causa
(C) Condição
(D) Fim
(E) Modo

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