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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA MULHER E DA ACÇÃO SOCIAL

Padrões Mínimos de
Atendimento à Criança

A provado em Julho de 2013


Na tampa:

Foto de crianças em Moçambique.

Crédito da foto: Associação Wona Sanana


Padrões Mínimos de
Atendimento à Criança

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA MULHER E DA ACÇÃO SOCIAL

Aprovado em Julho de 2013


Agradecimentos

O Ministério da Mulher e Acção Social (MMAS) gostaria de expressar o seu


sincero agradecimento a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (USAID) através do seu Projecto Aplicando Ciência para Fortalecer
e Melhorar Sistemas (ASSIST Project) pela assistência técnica e financeira no
desenvolvimento, pilotagem e finalização dos Padrões Mínimos de Atendimento à
Criança.

Gostaria também de reconhecer o esforço e a dedicação das organizações não-


governamentais, organizações comunitárias de base e instituições do governo a
nível provincial e distrital das províncias de Gaza, Zambézia e Cabo Delgado que
participaram da pilotagem dos padrões mínimos de atendimento à criança. Nosso
agradecimento especial também é estendido para os membros dos comités
comunitários de protecção à criança, e as crianças órfãs e vulneráveis pelo seu
papel activo durante a fase piloto deste trabalho.

Agradecimentos especiais vão para os especialistas nas sete áreas de serviço que
deram o seu contributo na definição das acções e actividades bem como para o
Grupo Técnico pelo trabalho abnegado na produção, revisão e finalização deste
documento nomeadamente: Francisca Lucas (MMAS), Anastácia Mula (MMAS),
Inês Bobotela (MMAS), Rute Muchanga (MMAS), Luisa Fumo (URC-CHS), Dionísio
Matos (USAID), Margarida Maurício (USAID), Ana Machaieie (UNICEF), Judas
Massingue (Save The Children), Gina Sitoe (FDC), Ana Rosa Durão (FHI360) e Celso
Mabunda (HACI).

Gostaríamos também de estender nossos agradecimentos as instituições do


Governo e aos parceiros que directa ou indirectamente contribuíram para o
desenvolvimento deste documento importantíssimo para orientar as acções na
área de protecção e assistência à criança.

ii
Lista de abreviaturas

APS Apoio Psicossocial

ARV Anti-retroviral

IEC Informação, Educação e Comunicação

CCPC Comité Comunitário de Protecção à Criança

COV Crianças Órfãs e Vulneráveis

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

PMAC Padrões Mínimos de Atendimento à Criança

SADC Comunidade de Desenvolvimento da África Austral

US Unidade Sanitária

iii
Índice Página

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1

2. JUSTIFICATIVA............................................................................................... 1

3. OBJECTIVOS DOS PADRÕES MÍNIMOS DE


ATENDIMENTO À CRIANÇA......................................................................... 2

4. ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO....................................................... 2

5. PADRÕES MÍNIMOS POR ARÉAS DE SERVIÇO...................................... 3


Dimensões de Qualidade.......................................................................... 3

5.1 SAÚDE......................................................................................................... 4

5.2 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO....................................................................... 6

5.3 EDUCAÇÃO................................................................................................. 9

5.4 PROTECÇÃO E APOIO LEGAL................................................................... 11

5.5 HABITAÇÃO............................................................................................... 14

5.6 APOIO PSICOSSOCIAL.............................................................................. 16

5.7 FORTALECIMENTO ECONÓMICO............................................................. 19

6. Monitoria e Avaliação dos PMAC................................................... 21

ANEXOS.............................................................................................................. 22
INDICADORES POR ÁREAS DE SERVIÇO........................................................ 22

FICHA DO BENEFICIÁRIO................................................................................. 27

MATRIZ DE APOIO À CRIANÇA........................................................................ 28

PLANO DE ACOMPANHAMENTO DA CRIANÇA............................................... 30

Lista de verificação da implementação dos


Padrões Mínimos de Atendimento à Criança....................................... 31

iv
1. INTRODUÇÃO compromisso na implementação dos direitos das crian-
ças, promovendo, desta forma, o seu bem-estar, baseado
no seguinte princípio fundamental: “A Criança em Primeiro

E
stima-se que Moçambique tem cerca de 23.700.715 Lugar”.
habitantes, dos quais aproximadamente 13.200.000
Para fazer face a este compromisso, o governo, nos
são crianças com idades compreendidas entre 0-19
últimos anos, tem promovido várias reflexões a nível
anos,1 representando quase a metade da população total.
multissectorial, tendo em vista assegurar a qualidade
Entretanto, vários estudos desenvolvidos no âmbito do mínima nos serviços prestados em prol das crianças, os
HIV e SIDA têm indicado que a pandemia está a afectar quais recomendam a necessidade de se estabelecerem
significativamente a vida das crianças, existindo milhares Padrões Mínimos de Atendimento à Criança (PMAC), que
delas infectadas pelo vírus ou que já padecem do SIDA, vão permitir a monitoria das acções e, sobretudo, a me-
como resultado da transmissão vertical ou de outras for- lhoria da qualidade das respostas dadas aos problemas
mas de transmissão da doença de mães para filhos. Para das crianças, das famílias e das comunidades.
além destas, os estudos apontam ainda situações de
Os padrões mínimos contemplam as seguintes áreas de
muitas crianças órfãs, cujos pais perderam as vidas víti-
serviços: Saúde, Alimentação e Nutrição, Educação,
mas do SIDA, e em consequência disso, algumas vêem-
Protecção e Apoio Legal, Habitação, Apoio
se na contingência de assumir a responsabilidade dos
Psicossocial e Fortalecimento Económico, e foram
agregados familiares, cuidando dos seus irmãos mais no-
elaborados de forma participativa, envolvendo instituições
vos e/ou de outros familiares doentes, o que é agravado
do Governo com acções concretas na área da criança,
pelo facto de, as comunidades, ao invés de lhes prestar o
ONG’s internacionais e nacionais que actuam nesta área,
devido apoio, discriminarem-nas por estas condições.
incluindo a própria criança.
A Constituição da República de Moçambique,
de forma inequívoca, defende que a protecção
da criança pela família, sociedade e pelo próprio
Estado, tendo em vista o seu desenvolvimento
integral e o acesso aos cuidados necessários para 2. JUSTIFICATIVA
o seu bem-estar, a expressão da sua opinião, a

E
participação nos assuntos que lhes dizem respeito,
m 2009, dos 1,8 milhões de órfãos, 510 mil eram
em função da sua idade e maturidade, é um direito
consequência do HIV e SIDA (UN, 2011). A vul-
que lhe assiste. Para o efeito, o governo moçam-
nerabilidade leva as crianças ao desamparo e a
bicano tem estado a garantir que o acesso à edu-
viverem em instituições de acolhimento, sendo que em
cação básica, à água e saneamento, aos cuidados
2012, cerca de 15,000 crianças viviam em 155 infantários
de saúde materno-infantil, à medicina preventiva,
e centros de acolhimento no país. De igual modo, esta
à protecção e ao lazer, integrem as principais
situação contribui para que as crianças estejam expostas
prioridades do País como forma de assegurar o
à situações que as colocam em conflito com a Lei.
cumprimento dos direitos da criança.
Neste sentido, e devido ao crescente número de crianças
Contudo, apesar dos progressos alcançados, tanto na
afectadas pelo HIV e SIDA, os esforços para prestar servi-
comunidade como na família, ainda prevalecem algu-
ços em prol das crianças órfãs e vulneráveis (COV’S) têm
mas práticas que impedem o pleno gozo dos direitos da
se expandido rapidamente nos últimos anos. Contudo,
criança, dentre elas a violência, o tráfico, os abusos, os
por vezes, verifica-se que os mesmos têm focalizado a
casamentos prematuros, os tabus, dentre outras.
questão da cobertura geográfica das actividades, em
Neste contexto, com o segundo Plano Nacional de detrimento da qualidade dos resultados alcançados, não
Acção para Criança (PNAC II) para o período 2013-2019, sendo evidente, muitas vezes, que os serviços prestados
o Governo de Moçambique pretende reiterar o seu são eficazes, eficientes e equitativos.

¹ Projecções do INE- Instituto Nacional de Estatística

1
A nível da SADC, foi elaborado o Pacote Mínimo de
Serviços, com vista a promover a prestação de serviços
4. ESTRATÉGIAS DE
de qualidade às crianças, encorajando a harmonização IMPLEMENTAÇÃO
da entrega de serviços de qualidade para os Órfãos,
e outras Crianças e Jovens Vulneráveis na região. Este

E
instrumento identifica as necessidades básicas das ste documento será utilizado por todos os inter-
crianças e jovens, os serviços que eles necessitam assim venientes que prestam assistência às crianças
como os serviços complementares necessários para a (Gestores e coordenadores de programas, provedo-
disponibilização de serviços básicos, por um lado. Por res de serviços, voluntários, membros da comunidade e
outro lado, identifica os sectores e actores primários e beneficiários) na planificação, monitoria e avaliação, com
secundários envolvidos nas possíveis respostas, bem vista a melhorar a prestação de serviços para as crian-
como os procedimentos a tomar para que tais respostas ças no seio das suas famílias e comunidades de forma
cheguem aos necessitados de maneira coordenada, holística. Todos os actores-chave envolvidos na prestação
colaborativa, holística e abrangente. de serviços e apoios às Crianças devem garantir que os
usuários dos PMAC a todos os níveis (nacional, provincial,
Neste contexto, a definição dos padrões mínimos de distrital até o local) sejam capacitados de modo a garantir-
atendimento à criança constitui um passo importante se que os resultados sejam os almejados.
para a melhoria da programação de actividades visando
o bem-estar das COV’s, assim como para a melho- O empoderamento das comunidades para mobilizar e
ria da qualidade dos serviços, na medida em que são utilizar os recursos localmente existentes ajudará a asse-
reflectidas evidências das boas práticas desenvolvidas gurar que elas tenham o apoio necessário para assumir
localmente. a responsabilidade de atender às necessidades das
Crianças, permitindo a apropriação e sustentabilidade dos
Entende-se que pelo facto de os PMAC resultarem serviços por parte delas.
do consenso entre as partes interessadas e os vários
parceiros de implementação, aliado à definição clara dos A implementação dos PMAC deverá melhorar a articu-
resultados que se pretendem alcançar por cada área de lação e integração dos programas de forma a facilitar as
serviço, serão um mecanismo apropriado para o alcance ligações e referências com outros serviços para fechar as
dos objectivos para quais foram estabelecidos. lacunas que possam ser identificadas, devendo basear-se
nas diferentes estruturas ou mecanismos de coordenação
existentes nesses níveis. É fundamental que haja uma
integração de serviços em sectores fundamentais como a
3.OBJECTIVOS DOS PADRÕES educação, saúde, justiça entre outros, para a complemen-
taridade das acções, assim como a ampliação do alcance
MÍNIMOS DE ATENDIMENTO da prestação de serviços.
À CRIANÇA Uma vez feita a integração, o esforço deve ser no senti-
do de ver os agentes dos sectores acima mencionados
aplicar os padrões, melhorando a qualidade dos serviços
• Melhorar a assistência das crianças em todos os
prestados em benefício das crianças órfãs e vulneráveis.
domínios;
• Assegurar que as intervenções dos vários actores Paralelamente às estratégias acima traçadas, o inves-
no apoio às Crianças Vulneráveis tenham qualidade timento na sensibilização dos principais intervenientes
e permitam uma base de comparabilidade das e dos beneficiários dos PMAC sobre a importância do
mesmas; documento, advocando para a sua integração no de-
senho e planificação de programas para crianças será
• Garantir o bem-estar das crianças nas suas
indispensável.
comunidades; e
• Permitir a Monitoria e Avaliação das acções
desenvolvidas em benefício das crianças.

2
5. PADRÕES MÍNIMOS POR ARÉAS DE SERVIÇO

O
s Padrões Mínimos de Atendimento às Crianças (PMAC) podem ser amplamente definidos como intervenções
que abordam a necessidade de melhorar a saúde, bem-estar e desenvolvimento da criança, abrangendo as
seguintes áreas de serviço:

• Saúde;
• Alimentação e Nutrição;
• Educação;
• Protecção e apoio legal;
• Habitação;
• Apoio psicossocial; e
• Fortalecimento económico.

Dimensões de Qualidade

P
ara que os serviços prestados em benefício das crianças em situação de vulnerabilidade sejam tidos como de
qualidade, os intervenientes devem respeitar e ter em conta as dimensões de qualidade que fornecem orienta-
ções sobre que acções essenciais e em que etapas específicas devem ser levadas a cabo pelos provedores de
serviços, para assegurar a existência duma abordagem sistemática e efectiva de prestação de serviços às crianças,
conforme a descrição abaixo:

Segurança É o grau da minimização do risco mais relacionado com os cuidados para que não haja dano.

A inexistência de barreiras geográficas, económicas, sociais, culturais, organizacionais ou


Acesso
linguísticas aos serviços.

Eficácia É o grau ou nível de alcance dos resultados esperados.

Desempenho É o grau em que as tarefas são levadas a cabo de acordo com os padrões e da prática
técnico profissional recente.

É o ponto em que há maximização do impacto e alcance dos Programas e minimização dos


Eficiência
recursos necessários para que se alcancem os resultados esperados.

É disponibilização necessária de cuidados de forma contínua e consistente, incluindo referências


Continuidade
oportunas e comunicação efectiva entre os provedores de serviços.

Relação O estabelecimento de confiança, respeito, confidência e de responsabilização adquirida pelas


compassiva práticas éticas, comunicação efectiva e interacções sócio emocionais adequadas.

A adaptação dos serviços e cuidados segundo as necessidades ou circunstâncias tomando


Adequabilidade em conta o género, idade, deficiência, contexto da comunidade, cultura ou factores
socioeconómicos.

A participação dos cuidadores, comunidades, e crianças no desenho e implementação dos


Participação
serviços e na tomada de decisões relativas aos seus cuidados.

É o grau em que o serviço é esboçado de forma a manter-se ao nível de comunidade, em


Sustentabilidade
termos direcção e administração, assim como na busca de recursos, num futuro previsível.

3
5.1 Saúde
Definição:
É um estado de completo bem-estar físico, social, emocional e espiritual do indivíduo e não
apenas a ausência de doenças.

Resultado esperado:
Criança com acesso aos cuidados de saúde adequados (preventivos e curativos) sempre que
necessário, de modo que cresça e se mantenha saudável.

Objectivos estratégicos:
• Assegurar que a criança não tenha sinais e sintomas de doenças (saudáveis)
• Garantir que a criança complete todas vacinas de acordo com a faixa etária (imunizadas)
• Promover o acesso atempado da criança aos serviços de saúde primários, incluindo as com
necessidades especiais.

Acções Essenciais Actividades


1. Facilitação do acesso 1. Mapeamento dos serviços de saúde disponíveis na comunidade;
aos serviços de saúde 2. Sensibilização e facilitação do treinamento dos activistas de saúde e
cuidadores para identificarem sinais de doenças nas crianças;
3. Criação de condições que facilitem a ligação família-comunidade e os
agentes de saúde, bem como o encaminhamento das crianças identificadas
às unidades sanitárias;

2. Promoção da educação 1. Sensibilização das famílias e das comunidades para o uso dos serviços de
para prevenção de saúde existentes;
doenças 2. Capacitação dos Líderes Comunitários e Activistas em matérias de
prevenção de doenças mais frequentes (diarreias, malária, desnutrição, etc.);
3. Capacitação de voluntários comunitários e implementadores de programas
sobre as boas práticas de saúde para as crianças (imunização, nutrição,
prevenção da malária, TB, diarreias e reconhecer sinais de infecção pelo
HIV);
4. Capacitação dos Comités de Liderança Comunitária em matérias de Saúde e
Direitos das crianças;
5. Realização de palestras e debates de sensibilização sobre a prevenção do
ITS, HIV e SIDA, saúde sexual e reprodutiva;
6. Educação de pares: Sensibilização e promoção de debates com os
adolescentes (10 a 18 anos) sobre saúde sexual e reprodutiva, ITS, HIV
e SIDA;
7. Criação de mecanismos que incentivem o diálogo entre pais e filhos sobre
aspectos ligados ao sexo e sexualidade;
8. Avaliação e monitoria da saúde das crianças;
9. Identificação das necessidades das crianças;

continua

4
Acções Essenciais Actividades
3. Promoção do saneamento 1. Sensibilização das comunidades para realizarem limpeza nos quintais e
do meio e do acesso controlarem o lixo e charcos de água;
à água potável para a 2. Sensibilização das famílias e das crianças sobre a importância da higiene
higiene pessoal e colectiva pessoal e colectiva;
3. Realização de palestras sobre educação sanitária;
4. Promoção do hábito de construção, uso adequado e conservação de
latrinas;
5. Criação de incentivos e apoios na abertura de poços, furos e outras formas
de abastecimento de água potável nas escolas e comunidades;
6. Capacitação das famílias/comunidades em técnicas de captação, tratamento
e conservação da água para o consumo, incluindo a das chuvas;
7. Distribuição de purificadores de água como filtros, certeza, e transmissão de
outras técnicas de purificação da água;
8. Empoderamento dos comités de gestão local para conservação e
sustentabilidade do mesmo (furos, poços fontenárias etc.)

Características de qualidade para a Saúde

• Os serviços de saúde devem ser prestados em locais apropriados e seguros (unidades


sanitárias);
Segurança
• Afectação de profissionais competentes nas unidades sanitárias com base nas necessidades/
referências;

• Sensibilização das comunidades sobre os factores culturais que impedem o acesso aos
cuidados de saúde;
Acesso • Fortalecimento de serviços comunitários de base;
• Eliminação de barreiras no atendimento aos pacientes, através da sensibilização do pessoal
da saúde sobre o atendimento humanizado;

• Capacitação das crianças e famílias na identificação de sintomas de doenças comuns na


comunidade;
Eficácia
• Promoção de medidas de prevenção de doenças;
• Acompanhamento das referências das unidades sanitárias;

• Criação de mecanismos que assegurem que os agentes comunitários tenham capacitação


adequada e de qualidade sobre a saúde primária;
Desempenho
• Capacitar os activistas das visitas domiciliárias para que saibam identificar as necessidades
técnico
da criança;
• Componente social incorporada na formação das técnicas de saúde;

• Acesso continua aos cuidados de saúde e tratamento;


Eficiência
• Encarregados com capacidade de identificar problemas de saúde atempadamente;

• Pacientes aderem ao tratamento prescrito;


Continuidade
• Mensagens sobre a prevenção de doenças são disseminadas de forma contínua;

continua

5
Relação • Os cuidados de saúde são prestados com dignidade e respeito;
compassiva • Encarregados e provedores de serviços devem criar ambiente de conforto para a criança;

Adequabilidade • Os serviços são relevantes e baseados nas necessidades (na base de um diagnóstico);

• Assegurar a participação das comunidades na busca de alternativas de cuidados de saúde


seguros;
Participação • Envolvimento activo das crianças, famílias e comunidades na educação sanitária;
• Envolvimento de médicos tradicionais e de agentes comunitários de saúde, assim como dos
anciãos na sensibilização para a utilização dos serviços nacionais de saúde;

• Envolvimento activo das comunidades na promoção contínua da educação sanitária;

Sustentabilidade • Maior interacção comunidade – unidades sanitárias;


• Mecanismos de referência estabelecidos, e fortificados e em pleno funcionamento.

5.2 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Definição:
O alimento e a água são condições essenciais para a manutenção da vida. Sem alimento, em quantidade e
qualidades adequadas, elevam-se os riscos de desenvolvimento de doenças no nosso organismo.
Factores como preferências, hábitos alimentares e culturais, custos e disponibilidade dos alimentos afectam
o consumo alimentar do indivíduo.

Alimentação é o conjunto de todos os nutrientes de que nos servimos e que visam promover o crescimento
e produzir energia necessária para as diversas funções do nosso organismo.

Nutrição é o processo pelo qual os alimentos são utilizados pelo nosso corpo.

Os nutrientes são substâncias que, estando presentes nos alimentos, são utilizados pelo organismo para
cumprirem diferentes tarefas, nomeadamente, dar energia, construir e proteger o nosso corpo contra as
doenças, etc. Os nutrientes são: proteínas, carbohidratos, gorduras, vitaminas e minerais.

Resultado esperado:
Criança com acesso regular e disponibilidade permanente de alimentação equilibrada (Nutritiva) e apropriada
para a sua idade e necessidades nutricionais

Objectivos estratégicos:
Segurança alimentar:
Garantir o acesso contínuo e permanente aos alimentos de qualidade e quantidade suficiente para a criança
manter-se activa e saudável.

Nutrição e crescimento:
Assegurar que a criança tenha acesso à nutrição adequada de modo a ter um desenvolvimento integral.

6
Acções Essenciais Actividades
1. Promoção da Educação 1. Sensibilização das famílias/comunidades sobre a prevenção da malnutrição,
Nutricional em particular nas crianças com necessidades específicas (utilização de
papas enriquecidas preparadas com alimentos disponíveis localmente);
2. Sensibilização para o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses e a
continuação do aleitamento MISTO até aos 2 anos de idade;
3. Sensibilização para a introdução da alimentação complementar a partir dos 6
meses;
4. Realização de acções de promoção do uso de alimentos ricos em vitaminas
e proteínas disponíveis localmente, na alimentação das crianças;
5. Capacitação das famílias para a identificação de sinais de malnutrição e
referência aos serviços de saúde para os casos de malnutrição aguda;
6. Capacitação das famílias para interpretação dos cartões de crescimento da
criança menor de 5 anos de idade;

2. Produção e conservação 1. Mobilização das comunidades para a prática de hortas caseiras, machambas
de alimentos familiares, comunitárias e escolares;
2. Capacitação das famílias/comunidades em técnicas de produção agrícola
e processamento de produtos alimentares, com o acompanhamento de um
extensionista sempre que possível (machambas comunitárias);
3. Criação de mecanismos de incentivo para a produção em quantidades
suficientes para consumo, excedente e facilitar a comercialização, preparação
e conservação de alimentos frescos e confeccionados;
4. Facilitação do acesso das famílias aos insumos agrícolas;
5. Capacitação das famílias e comunidade na preparação, utilização de
sistemas de captação de água para a irrigação;
6. Sensibilização para a prática do fomento pecuário para o consumo e
comercialização;

3. Promoção do acesso 1. Criação de mecanismos para apoiar as famílias mais necessitadas em


regular à alimentação alimentação básica, por um tempo limitado , de acordo com os critérios
adequada definidos pelas comunidades;
2. Facilitação de referências de entidades/organizações onde as famílias
possam ter acesso aos alimentos.

4. Criação de condições para 1. Advocacia para que as escolas e comunidades façam abertura de furos de
o acesso à água potável água e tenham outras formas de acesso à água;
2. Capacitação das famílias/comunidades em técnicas de tratamento e
conservação de água para o consumo;
3. Sensibilização das comunidades sobre a importância da conservação da
água e definição de técnicas de tratamento; e
4. Distribuição de purificadores de água como filtros, certeza, e outras técnicas.

7
Características de qualidade para Alimentação e Nutrição

• Actividades agrícolas feitas longe dos animais devastadores e selvagens;


Segurança • Sensibilizar a comunidade para a prática da agricultura de acordo com o seu contexto;
• Existência de água potável para o consumo e preparação dos alimentos;

• Encorajar o aleitamento materno exclusivo pelo menos até aos 6 meses de vida;
Acesso • Promover práticas alimentares complementares (papas enriquecidas);
• Encorajar o uso de alimentos disponíveis localmente;

• Educação nutricional sobre a alimentação equilibrada de modo particular as crianças


Eficácia malnutridas; e
• Desenvolver habilidades para a produção, preparação e conservação de alimentos.

• Mobilizar recursos locais;

Desempenho • Desenvolver as capacidades relativas aos aspectos nutricionais nos provedores de serviços;
técnico • Inovar e aprender das boas práticas; e
• Monitoria contínua do estado nutricional.

• Capacitar as famílias e comunidades em novas tecnologias de produção agrícola;


Eficiência • Famílias sensíveis às necessidades alimentares das crianças; e
• Alimentos distribuídos de acordo com os requisitos pré-definidos e para os mais necessitados.

Continuidade • Referência de casos de malnutrição aguda aos profissionais de saúde

• Capacitar os activistas das visitas domiciliárias para o aconselhamento nutricional às famílias;


Relação e
compassiva
• Prestar serviços com dignidade, respeito e confidencialidade.

Adequabilidade • Prestar assistência de acordo com as necessidades, faixa etária, género.

Participação • Facilitar a participação activa das crianças e famílias nos processos de tomada de decisão.

• Abertura de machambas colectivas e escolares, para o consumo e comercialização;


• Conservação de sementes para as campanhas agrícolas seguintes;
• Desenvolver culturas adequadas para o armazenamento, a fim de serem utilizadas nos
Sustentabilidade períodos de seca, escassez;
• Produção de culturas locais adequadas e resistentes;
• Crianças com alimentação diária equilibrada e diversificada;

8
5.3 EDUCAÇÃO

Definição:
Processo de transmissão de conhecimentos e habilidades com vista ao desenvolvimento da personalidade
da criança para a sua melhor integração social na comunidade, garantido que ela possa participar do seu
desenvolvimento.

Resultado esperado:
Criança com acesso à educação de qualidade (pré-escolar, básica, vocacional, ensino técnico profissional),
habilitando-a a explorar todo o seu potencial e a tornar-se num cidadão auto-suficiente.

Objectivos estratégico:
Promover o acesso e retenção da criança à educação de qualidade, com frequência regular, elevado
aproveitamento e conclusão do nível.

Acções Essenciais Actividades


1. Promoção do acesso da 1. Facilitação do acesso ao atestado de pobreza (para a isenção de taxas de
criança à educação pré- matrícula e propinas para o ensino secundário, técnico profissional e acesso
escolar, básica, vocacional ao internato);
e técnico profissional 2. Mobilização e sensibilização das comunidades para a construção,
reabilitação e apetrechamento de infra-estruturas escolares;
3. Facilitação do acesso ao material e uniforme escolar;
4. Mobilização e sensibilização das comunidades para o desenvolvimento de
acções que permitam o acesso, encaminhamento da rapariga e das crianças
com necessidades especiais;
5. Capacitação das famílias e das comunidades para atender às necessidades
educativas especiais das crianças;
6. Sensibilização das famílias e das comunidades sobre a importância da
educação pré-escolar;
7. Mobilização das comunidades para apoiar na construção, reabilitação,
apetrechamento e sustentabilidade das escolinhas comunitárias; e
8. Capacitação de educadores/Monitores de infância.

2. Promoção de acções 1. Sensibilização das famílias e das comunidades sobre a importância da


tendentes à retenção retenção das crianças na escola, em particular a rapariga e as crianças com
das crianças na escola, necessidades especiais;
em particular a rapariga 2. Mobilização e sensibilização das famílias e das comunidades para a remoção
e as crianças com de barreiras que colocam a manutenção das crianças nas escolas em risco
necessidades especiais (casamentos prematuros, trabalho infantil, etc.);
3. Promoção de iniciativas visando a educação para saúde, Direitos das
crianças nas escolas e na comunidade;
4. Sensibilização e fortalecimento das capacidades das comunidades para
suprirem as necessidades básicas da criança (alimentação e higiene); e
5. Criação de incentivos para a implementação de iniciativas de
desenvolvimento de actividades extracurriculares nas escolas (formativas,
recreativas e desportivas).

continua

9
Acções Essenciais Actividades
3. Promoção do 1. Criação e promoção de escolinhas comunitárias para que as crianças
envolvimento da família e tenham acesso à educação pré-escolar;
da comunidade nos vários 2. Fortalecimento das famílias e da comunidade para o processo de
níveis da Educação acompanhamento escolar das crianças;
3. Mobilização e sensibilização das famílias e das comunidades para
participarem activamente na vida escolar das crianças;

Características de qualidade para a Educação

• Proteger a criança do abuso físico e emocional dos professores, colegas, encarregados e


Segurança outros membros da comunidade; e
• Promover um ambiente são para a criança na escola, na família e na comunidade.

• Garantir que as crianças, incluindo as com necessidades educativas especiais, tenham


acesso à escola;
• Garantir o acesso da rapariga à escola;
• Incentivar a retenção da rapariga na escola;
Acesso • Incentivar o ensino bilingue;
• Providenciar material e uniforme escolar, bem como o pagamento de propinas;
• Garantir que as crianças com necessidades especiais não sejam estigmatizadas e/ou
discriminadas por parte da instituição, dos professores e dos colegas;
• Criar facilidades sanitárias que respeitem a questão do género;

• Empoderar as comunidades para que apoiem e acompanhem as crianças, de forma a


assegurar o seu bom aproveitamento pedagógico;
Eficácia
• Promover supervisões efectivas através do envolvimento dos encarregados nas questões
relativas à educação;

• Capacitar os professores em técnicas de ensino adequadas a cada faixa etária e com base
Desempenho nas características e necessidades específicas de cada criança;
técnico • Mobilizar recursos locais para melhorar a qualidade de ensino e aprendizagem;
• Incentivar a ligação escola-comunidade;

• Melhorar a qualidade de ensino;


Eficiência • Aumentar o número de crianças matriculadas nas escolas;
• Reduzir o número de reprovações e de desistências nas escolas;

• Fazer o acompanhamento das crianças ao longo do seu processo educacional;


Continuidade • Sensibilizar os professores sobre a necessidade de reportar o desempenho e permanência
das crianças na escola à comunidade;

continua

10
• Respeitar a individualidade de cada criança, baseando-se nas suas especificidades e
potencialidades;
• Identificar pessoas, na comunidade, que possam explicar as matérias escolares às crianças e
Relação ajudá-las na realização dos deveres de casa;
compassiva
• Promover iniciativas de abordagens metodológicas que incentivem a interacção entre o
professor e o aluno e vice-versa;
• Incentivar a autonomia e auto confiança nas crianças;

• Prover serviços de acordo com as necessidades inerentes à faixa etária e ao género;


Adequabilidade
• Providenciar infra-estruturas adequadas à idade, ao género e à condição física das crianças;

• Envolver a comunidade na construção e melhoramento das infra-estruturas escolares;


• Facilitar a participação activa dos beneficiários e das famílias no processo de tomada de
Participação
decisões;
• Fortalecer a ligação escola-comunidade;

• Famílias e todos os intervenientes interagindo em prol do desenvolvimento pleno da criança;


• Famílias e todos os intervenientes dotados de ferramentas para ajudar e contribuir na
Sustentabilidade resolução dos problemas da criança; e
• Estabelecer parcerias entre Governo, ONG’s, OCBs e comunidade com vista a garantir que a
vida da escola e da criança sejam zeladas.

5.4 PROTECÇÃO E APOIO LEGAL

Definição:
Protecção – é um conjunto de acções que visam assegurar o equilíbrio físico, psíquico e emocional da
criança.

Apoio Legal – Todo e qualquer serviço que visa garantir a cidadania da criança, com vista a facilitar-lhe
o acesso aos serviços básicos.

Resultado esperado:
Criança livre de todas as formas de violência, com acesso aos serviços básicos e participando
efectivamente na vida cultural, social, económica e política da sua comunidade.

Objectivos estratégicos:
Assegurar que as crianças e famílias tenham conhecimento sobre a protecção da Criança e dos
procedimentos a tomar em caso de violação dos seus direitos;

Promover o acesso aos serviços de protecção para a criança e famílias necessitadas e em risco.

11
Acções Essenciais Actividades
1. Facilitação do acesso à 1. Sensibilização das famílias e das comunidades para o registo de nascimento
identificação civil e outros e a aquisição de outros documentos relevantes;
documentos 2. Desenvolvimento de acções articuladas com as entidades competentes para
permitir que as crianças tenham acesso aos documentos de identificação;
3. Facilitação do acesso ao apoio legal para a escritura do Testamento;

2. Divulgação das leis, 1. Capacitação de todos os intervenientes na divulgação das Leis, Políticas e
políticas e serviços de serviços para que desempenhem fielmente o seu papel;
assistência legal 2. Disseminação de Leis, Políticas e outros instrumentos de protecção à
criança;
3. Divulgação dos serviços e mecanismos de assistência legal às famílias e
comunidades;

3. Implementação de 1. Provisão de conhecimentos, recursos, orientação e acompanhamento das


iniciativas que visem o famílias e comunidades para identificar as necessidades das crianças e
fortalecimento das famílias prestar-lhes assistência adequada;
e das comunidades na 2. Facilitação da integração das crianças em cuidados alternativos (tutela,
protecção da criança, adopção e família de acolhimento) e seu devido acompanhamento em
incluindo cuidados coordenação com as entidades competentes;
alternativos
3. Promoção do diálogo entre crianças e seus encarregados/tutores; e
4. Capacitação das crianças em habilidades para a vida.

4. Identificação e 1. Capacitação das crianças, famílias e comunidades em matérias de


encaminhamento de identificação/reconhecimento de situações de tráfico, abuso e violência
casos de negligência, contra a criança;
exploração, tráfico, abuso 2. Estabelecimento de mecanismos de monitoria comunitária de casos de
e violação das crianças às tráfico, abuso e violação da criança;
entidades competentes
3. Reforço da ligação entre os serviços de protecção e a comunidade;
4. Identificação de mecanismos que incentivem as crianças, famílias e
comunidades a denunciar casos de tráfico, abuso e violação sexual da
criança; casamentos prematuros e outras práticas prejudiciais ao seu
desenvolvimento integral; e
5. Criação de mecanismos de prestação de contas entre os provedores de
serviços, as crianças e as comunidades.

12
Característica de qualidade para Protecção e Apoio Legal

• Manutenção e integração das crianças nas famílias e na comunidade;


• Divulgação e aplicação dos instrumentos da protecção e leis, políticas e convenções;
Segurança
• Existência de mecanismos de protecção que procedem de acordo com a legislação
estabelecida para o efeito;

• Divulgação dos instrumentos de protecção a todos os níveis e em línguas locais;


• Maximização do uso dos órgãos de comunicação social locais;
Acesso
• Existência de mecanismos comunitários de protecção à criança;
• Criação de mecanismos que facilitem a concessão de atestado de pobreza;

• As crianças e famílias têm acesso atempado à assistência legal;


• Mapeamento dos provedores de serviços de protecção à criança;
Eficácia
• Crianças e famílias com capacidade de identificar as necessidades de assistência legal;
• Crianças e famílias com conhecimento sobre os procedimentos para a obtenção dos serviços;

• Os provedores de serviços são sensíveis às necessidades e aos direitos da criança;


Desempenho
• Os serviços de protecção devem ser apropriados às necessidades da criança e das famílias;
técnico
• A assistência legal deve continuar até ao desfecho dos casos;

• Informação acessível e disponível para as crianças e famílias;


• As crianças e encarregados conhecem os locais onde obter a informação e os trâmites
Eficiência
(passos) a seguir; e
• Acompanhamento dos problemas e celeridade na sua resolução;

• As crianças, famílias e comunidades recebem capacitação contínua sobre as Leis, Políticas e


Continuidade
mecanismos de denúncia dos casos que violem os direitos da criança.

Relação • As crianças devem ser tratadas com respeito e dignidade.


compassiva • As crianças devem ser amparadas.

• A informação e os serviços devem ser apropriados à faixa etária, aspectos culturais e, de


Adequabilidade
modo particular, para as crianças com necessidades especiais.

• Envolvimento das famílias e das comunidades nos processos de tomada de decisão;


• Famílias com capacidade de identificar os seus problemas e encontrar alternativas de solução
Participação localmente; e
• Existência de fóruns ou comités de protecção da criança, onde a criança participe na tomada
de decisões.

• Fortalecimento e capacitação contínua dos comités comunitários de protecção da criança;


• Estabelecimento de redes de referência comunitária; e
Sustentabilidade
• Envolvimento das comunidades no desenho, planificação, implementação, monitoria e
avaliação das actividades.

13
5.5 HABITAÇÃO

Definição:
Local adequado, duradoiro, seguro e arejado para viver com a família.

Resultado esperado:
Todas as crianças com uma habitação condigna, condições sanitárias e seus direitos assegurados.

Objectivos estratégicos:
Promover o acesso da criança à uma habitação adequada, protegida e com os seus direitos assegurados; e

Promover o acesso a condições sanitárias para higiene pessoal, evitando a exposição às várias doenças.

Acções Essenciais Actividades


1. Promoção de acções para 1. Mobilização da comunidade para apoiar as famílias na construção de
o acesso à habitação habitação durável, segura e arejada, respeitando a privacidade e o género;
de qualidade, segundo 2. Mobilização de recursos para apoiar as comunidades na construção e
os padrões localmente reabilitação de habitações;
aceitáveis
3. Facilitação do envolvimento da comunidade nos processos de identificação
de locais e materiais adequados para a construção de habitações; e
4. Capacitação dos cuidadores e das crianças adolescentes para que tenham
competências para fazer pequenas reparações, manutenções e que saibam
conservar as habitações.

2. Protecção do direito da 1. Facilitação do acesso à assistência legal para a obtenção de títulos de


criança à herança propriedades das habitações para as famílias, em particular as chefiadas
por crianças;
2. Mobilização e sensibilização das famílias, comunidades sobre a cultura de
escritura de Testamento; e
3. Facilitação do acesso ao apoio legal para a escritura do Testamento.

3. Promoção do saneamento 1. Mobilização das famílias, comunidades para desenvolverem actividades


do meio de saneamento do meio (construção de latrinas, aterros, etc.), com água
acessível para assegurar a higiene pessoal e colectiva, bem como a
prevenção de doenças;
2. Promoção do diálogo constante entre Líderes Comunitários, agentes sociais,
famílias para assegurar acções permanentes de saneamento do meio; e
3. Promoção da higiene pessoal, colectiva e educação ambiental para
assegurar a implementação de boas práticas e garantir melhores condições
de saúde.

14
Características de qualidade para Habitação

• Estrutura sólida e protegida das intempéries;


Segurança
• Casa legalmente registada.

• Providenciar uma habitação condigna, observando a realidade onde a criança se encontra


Acesso inserida;
• Facilitar a aquisição de terrenos para edificação da habitação;

• Desenvolver habilidades para a construção de casas melhoradas, usando o material local; e


Eficácia
• Assegurar a conservação e manutenção das casas.

• Mobilização do material local para a construção de casas;


Desempenho
• Capacitar as famílias e advogar os Direitos da criança para uma habitação condigna; e
técnico
• Construção de habitações que respeitem os padrões localmente aceitáveis.

• Promover a construção de habitação para os mais necessitados; e


Eficiência
• Assegurar a ligação comunidade e provedores de serviços.

• Assegurar que a criança não perca a herança, especialmente a casa; e


Continuidade
• Garantir a monitoria do estado da habitação.

• Definir claramente os critérios de selecção das crianças necessitadas;


Relação
• Envolver a comunidade na identificação das famílias necessitadas; e
compassiva
• Providenciar habitação de acordo com as normas da comunidade.

• Garantir que o espaço seja adequado para cada criança, tendo em conta a sua idade e o
Adequabilidade
género;

• Envolver todos os actores sociais relevantes (líderes comunitários, cuidadores, famílias, etc.),
Participação
incluindo a própria criança no desenho, construção e manutenção das casas.

• Criar capacidades para garantir que, a todos os níveis, haja habitação sólida, regularizada e
Sustentabilidade
com manutenção e conservação adequadas.

15
5.6 APOIO PSICOSSOCIAL

Definição:
O termo psicossocial enfatiza o relacionamento dinâmico entre os efeitos (aspectos) psicológicos, que são
as emoções, sentimentos e pensamentos de um indivíduo, com os aspectos sociais do mesmo, neste caso,
comportamento e interacção com os outros.

Nestes termos, pode deduzir-se, a partir do conceito acima, que uma mudança social, por exemplo, a morte de um
cuidador ou estigma, discriminação ou isolamento, pode provocar uma mudança nos sentimentos, pensamentos dessa
pessoa, afectando o seu comportamento e as suas relações com os outros e vice-versa.

Cuidados e Apoio Psicossocial


É o conjunto de intervenções que visam garantir o suporte no fortalecimento da estrutura individual, familiar e
comunitária da criança. Trata-se de apoios continuas ou actividades, ou ainda intervenções direccionadas à promoção
do bem-estar social, emocional, psicológico e espiritual de uma pessoa, com o objectivo de influenciar o indivíduo e o
ambiente onde vive, fortificando a capacidade de lidar ou superar acontecimentos difíceis, tais como perdas ou outras
crises, e pode ser de regime preventivo ou curativo (conceito adaptado do Quadro Conceptual Para a Compreensão do
Cuidado e Apoio Psicossocial e do Manual de Introdução ao APS da REPSSI).

Resultado esperado:
Criança resiliente e feliz que mostra um desenvolvimento integral: que interage e participa cooperativamente no ambiente
familiar e comunitário, manifestando a sua individualidade, crítica e criatividade.

Objectivos estratégicos:
• Garantir que a criança interaja/socializa-se com os familiares, amigos e comunidade de forma positiva/saudável;

• Assegurar que a criança confie noutros membros da comunidade;

• Garantir que a criança tenha capacidades de lidar com os desafios inevitáveis da vida;

• Promover o desenvolvimento da auto-estima por parte da criança;

• Promover criatividade e o espírito de optimismo nas acrianças;

• Garantir a reintegração da criança no seio familiar; e

• Assegurar que as crianças se comportem de forma aceitável na sociedade.

Acções Essenciais Actividades


1. Prestação de apoio 1. Realização de visitas domiciliárias para o acompanhamento do
emocional e social à desenvolvimento emocional e social assim como o melhoramento do
criança, de acordo com a ambiente familiar onde a criança vive;
sua idade e necessidades 2. Estabelecimento duma relação empática com a criança de forma a auscultar
a sua condição emocional e social e prover o suporte necessário;
3. Fortalecimento das capacidades das famílias e das comunidades no
provimento do suporte emocional, social e espiritual para o desenvolvimento
da criança;
4. Desenvolvimento de actividades lúdicas e recreativas com a intenção de
proporcionar habilidades orientadas para resolução dos problemas das
crianças;
5. Facilitação do acesso das crianças aos diferentes especialistas de acordo
com os seus problemas;

continua

16
Acções Essenciais Actividades
2. Fortalecimento 1. Sensibilização e capacitação dos membros dos CCPC e comunidades,
das famílias e das incluindo grupos de pares, para providenciarem cuidados e apoio
comunidades para psicossocial às crianças
proverem o suporte 2. Orientação e treinamento das famílias/cuidadores para identificarem e
emocional para o trabalharem nos seguintes aspectos inerentes à criança:
desenvolvimento da
Perda/resiliência, estágios de desenvolvimento, sinais de depressão,
criança
trauma, habilidades de comunicação (escuta activa, empatia, tomada de
decisão);
3. Criação de clubes infantis direccionados à edificação da resiliência e
competências sociais ou processos de aconselhamento individual ou em
grupo acerca dos problemas emocionais, sociais, psicológicos e espirituais
encarados pelas crianças. Exemplo: abuso físico, sexual, emocional, estigma
e discriminação (dar importância ao colectivismo).
4. Estabelecimento e fortalecimento de mecanismos comunitários de apoio à
criança com necessidades especiais; e
5. Identificação de crianças com necessidades e estabelecimento de sistemas
de referência para receberem a assistência necessária.

Características de qualidade para Apoio Psicossocial

• Não criar nenhum dano psicológico;


Segurança
• Considerar a segurança da família e do ambiente;

• Todas as crianças têm acesso à informação relevante consoante as suas necessidades


específicas (aspectos sobre deficiência, língua, género, etc.).
Acesso
• O apoio psicossocial deve ser prestado à todas as crianças em função das suas
necessidades;

• Programas e serviços que promovam a auto-estima e que facilitem a integração harmoniosa


da criança na comunidade;
Eficácia • Os adultos têm capacidade de lidar com os traumas e capazes de prestar apoio espiritual e
emocional; e
• Encarregados/famílias capazes de identificar as necessidades específicas das crianças.

• A criança tem um adulto competente com quem partilhar as suas preocupações e


aconselhar-se;
• Monitoria constante do bem-estar da criança;
Desempenho
• As comunidades com mecanismos de referência e contra-referência definidos e a serem
técnico
implementados efectivamente;
• A confidencialidade é respeitada nas comunidades e nas famílias; e
• Os materiais de IEC devem conter informação apropriada e respeitando as faixas etárias.

continua

17
• Os voluntários prestam serviços suficientes e de acordo com as necessidades de cada
criança/família;
Eficiência
• Utilização de mecanismos de referência para aconselhamento pelos profissionais; e
• Crianças integradas na família e respectiva comunidade (a criança não deve sentir-se isolada).

• Sistemas de referência de oportunidades locais existentes; e


Continuidade
• Capacidade de acompanhamento contínuo das intervenções nas famílias e comunidades.

• Todas as crianças, sem discriminação da sua condição social, beneficiam-se dos serviços, de
forma a evitar o estigma e discriminação;
Relação
• O aconselhamento deve ser realizado com respeito e confidencialidade, dignidade e
compassiva
tolerância; e
• Todas as crianças expressam seus sentimentos sem receio de repreensão.

• Os serviços são apropriados à idade e aos hábitos culturais;


• Os materiais são adequados ao contexto cultural e religioso;
Adequabilidade • Os serviços respeitam e observam as questões de género; e
• Os serviços são relevantes e personalizados com base na situação e necessidades de cada
criança.

• Cuidadores e membros das comunidades participam no desenho do programa,


implementação monitoria e avaliação;
Participação
• Criados mecanismos /fóruns para a participação da criança nas questões que a dizem
respeito.

• Envolvimento das estruturas existentes a nível local, incluindo as lideranças comunitárias;

Sustentabilidade • Referências formais estabelecidas entre as comunidades e os provedores de serviços;


• Capacitação dos vários intervenientes para a prestação de apoio psicossocial.

18
5.7 FORTALECIMENTO ECONÓMICO

Definição:
É uma estratégia que visa criar disponibilidade de recursos para assegurar a sustentabilidade das famílias
de modo a facilitar o acesso das crianças aos serviços básicos.

Resultado esperado:
Famílias com recursos permanentes para assegurarem a satisfação das necessidades básicas das suas
crianças.

Objectivos estratégicos:
Assegurar que as famílias tenham capacidade de responder às necessidades básicas das crianças e de
toda a família.

Garantir que as crianças tenham alimentação adequada, vestuário, habitação e capacidade financeira para
o pagamento de serviços básicos tais como Educação e Saúde.

Acções Essenciais Actividades


1. Mapeamento dos 1. Mapeamento das potenciais actividades de fortalecimento económico
potenciais recursos e (desenvolvimento da força de trabalho e pequenos negócios) direccionados
oportunidades localmente ao mercado envolvendo as comunidades;
disponíveis 2. Mapeamento dos serviços financeiros (tradicionais e não tradicionais)
disponíveis na comunidade;
3. Mapeamento dos programas de desenvolvimento de microempresas,
incluindo cadeia de valor para desenvolvimento de parcerias;

2. Potenciação das Famílias 1. Definição de critérios de identificação das famílias elegíveis para participarem
para a implementação de nas actividades de fortalecimento económico, de acordo com as suas
acções de fortalecimento necessidades;
económico 2. Capacitação das famílias, lideranças e comités comunitários em análise de
mercados, planificação e gestão de pequenos negócios;
3. Capacitação das famílias na identificação de actividades que a elas se
adaptam, tomando em consideração a sua experiência, talento, interesses
objectivos e as necessidades do mercado;
4. Capacitação de famílias sobre gestão da economia doméstica; e
5. Facilitação da obtenção de licenças e todos os procedimentos para a
legalização das actividades produtivas;

3. Facilitação do acesso aos 1. Facilitação da ligação entre as famílias e os micro-bancos para acederem aos
serviços financeiros por diversos serviços financeiros disponíveis, de acordo com as necessidades;
parte das famílias 2. Promoção do treinamento profissionalizante para as crianças; e
3. Capacitação e facilitação da ligação dos grupos comunitários com o governo
para acederem aos fundos de desenvolvimento distrital.

continua

19
Acções Essenciais Actividades
4. Implementação 1. Criação de parcerias com o Sector Privado para a identificação de potenciais
de actividades de áreas para o desenvolvimento da força de trabalho para suprir a demanda;
desenvolvimento da 2. Criação de parcerias com instituições vocacionadas à formação
força de trabalho nas profissionalizante; e
comunidades
3. Promoção do treinamento profissionalizante para as crianças maiores de
15 anos e cuidadores, de acordo com as necessidades do mercado de
emprego.

5. Monitoria e avaliação dos 1. Monitoria e acompanhamento das actividades de fortalecimento económico


projectos para verificar o dentro das famílias;
seu impacto 2. Realização de estudos para avaliar o impacto da ligação entre o
fortalecimento económico e o bem-estar das crianças.

Características de qualidade para o Fortalecimento Económico

• Não há riscos dos beneficiários incorrerem a nenhuma dívida; e


Segurança
• Procedimentos de segurança são seguidos no local de trabalho.

• Serviços de micro crédito e poupança comunitária estão disponíveis para todos, com ênfase
para as famílias mais vulneráveis;
Acesso • Empréstimos/créditos são oferecidos com uma taxa de juros moderada ou baixa;
• Habilidades vocacionais e instrumentos para iniciar as actividades são providos às crianças
maiores de 15 anos e seus cuidadores.

• Os beneficiários treinados são capazes de tutelar os seus colegas sem treinamento;


Eficácia • Habilidades são desenvolvidas para agregar valor às actividades de fortalecimento económico
existentes, incluindo a formação em gestão de negócios.

• Criada capacidade de tutelar aos colegas;

Desempenho • Inclusão de habilidades de marketing;


técnico • Realização de estudo de viabilidade económica; e
• Formadores capacitados com certificados.

• Registo da renda gerada;


• Mais de 50% dos beneficiários arranjam emprego ou gerem renda própria a partir das
Eficiência habilidades adquiridas; e
• Os beneficiários obtêm instrumentos/pacotes iniciais para começarem os seus próprios
negócios.

• Há disponibilidade de apoio técnico para que os beneficiários sejam capazes de continuar


Continuidade
com suas actividades.

Relação • Estágios de aprendizagem prévia são usados e reconhecidos.


compassiva
continua

20
• Habilidades e tipos de iniciativas de geração de renda devem ser determinados pelos
beneficiários, com o apoio de técnico local;
Adequabilidade
• Actividades estão alinhadas às tecnologias de trabalho existentes;
• Sensibilidade para com os valores e crenças tradicionais da comunidade;

• Os beneficiários decidem sobre o tipo de actividade de geração de renda que necessitam;


• O treinamento é prático e os participantes avaliam a sua utilidade;
Participação
• As famílias/comunidades encorajadas a contribuir para a taxa; e
• Os beneficiários desenvolvem e concordam com um código de conduta comum.

• Os beneficiários são capacitados para gerir pequenas iniciativas de geração de renda;


• Criadas capacidades a nível das comunidades para a identificação de problemas, gestão dos
programas;
Sustentabilidade • Criação de oportunidades para que as comunidades assumam e se apropriem dos projectos;
e
• Os beneficiários têm conhecimento prévio sobre actividades/projectos desenvolvidos e fazem
escolhas voluntárias para o seu envolvimento.

6. Monitoria e Avaliação dos PMAC

A
monitoria regular da qualidade é uma forma A monitoria de qualidade deve ser feita nos diferentes
eficaz de assegurar que os diferentes intervenien- níveis, destacando-se o papel das comunidades, uma vez
tes estão alcançando os objectivos de prestar que estão mais próximas dos beneficiários; os imple-
serviços de qualidade para as crianças. Será necessário mentadores de programas e gestores, como facilitadores
recolher informação numa base regular para garantir que de muitos dos serviços, também devem ter um papel a
os padrões sejam implementados correctamente e para desempenhar em termos de qualidade de monitória.
fornecer uma base de conhecimento para a avaliação
No entanto, como a melhoria da qualidade é um processo
periódica do programa.
interactivo, a monitoria deve ser realizada regularmente,
O uso de listas de verificação dos padrões (em anexo) de modo a modificar o processo de implementação, caso
por todos os intervenientes envolvidos na monitoria da seja necessário.
qualidade do serviço vai garantir que todos os indica-
Para o efeito, deve ser estabelecida uma agenda con-
dores sejam cobertos, e vai ajudar na documentação
junta para a monitoria das actividades pelos diferentes
compreensiva dos dados sobre a prestação de serviços
intervenientes a vários níveis, com vista a minimização da
a longo prazo. Estas listas ajudarão na realização de uma
sobrecarga dos provedores de serviços.
monitoria organizada, por forma a desenvolver acções
correctivas e que concorram para o alcance dos resulta-
dos desejados.

21
ANEXOS

INDICADORES POR ÁREAS DE SERVIÇO

A. SAÚDE
Acções Essenciais Actividades
Facilitação do acesso aos • Número de serviços de saúde disponíveis na comunidade;
serviços de saúde • Número de activistas de saúde e cuidadores treinados na identificação de
doenças; e
• Número de crianças encaminhadas e assistidas satisfatoriamente.

Promoção da educação para • Número de crianças com acesso aos serviços de saúde;
prevenção de doenças • Número de líderes comunitários e activistas capacitados na prevenção de
doenças;
• Número de crianças referidas e com o devido acompanhamento; e
• Número de palestras realizadas.

Promoção do saneamento • Número de palestras sobre o saneamento do meio e higiene pessoal e


do meio e acesso à água colectiva realizada;
potável da higiene pessoal e • Número de crianças e famílias com acesso à água potável;
colectiva.
• Número de crianças e famílias que demostram conhecimento básico sobre o
saneamento do meio; e
• Número de comités comunitários para a gestão de furos de água criados.

B. ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
Acções Essenciais Actividades
Promoção da Educação • Número de palestras sobre educação nutricional;
Nutricional • Número sessões sobre demonstração culinária e de papas enriquecidas;
• Número de crianças com desnutrição identificadas e referidas às unidades
sanitárias.

Produção e Conservação de • Número de famílias com hortas caseiras, machambas familiares,


Alimentos comunitárias e escolares;
• Número de famílias que usam técnicas de produção e processamento de
produtos alimentares; e
• Número de famílias com acesso aos insumos agrícolas.

Promoção do acesso regular • Número de crianças e famílias que recebem apoio directo.
à alimentação adequada

Criação de condições para o • Número de famílias com acesso à água potável.


acesso à água potável

22
C. EDUCAÇÃO
Acções Essenciais Actividades
Promoção do acesso da criança • Número de crianças com atestado de pobreza;
à educação pré-escolar, básica, • Número de crianças matriculadas
vocacional e técnico profissional
• Número de crianças que transitam de classe;
• Número de escolas construídas com a participação comunitária;
• Número de escolas reabilitadas com a participação comunitária; e
• Número de escolas apetrechadas com a participação comunitária.

Promoção de acções tendentes à • Número de raparigas reintegradas no sistema nacional de educação;


retenção das crianças na escola, em • Número de crianças que completam o I e II ciclos escolares;
particular a rapariga e as crianças
• Número de crianças com necessidades especiais reintegradas e
com necessidades especiais
mantidas no sistema nacional de educação.

Promoção do envolvimento da família • Número de escolinhas criadas; e


e da comunidade na Educação nos • Número de famílias que participam activamente na vida escolar da
vários níveis criança.

D. PROTECÇÃO
Acções Essenciais Actividades
Facilitação do acesso à identificação • Número de crianças com registo de nascimento e outros documentos
civil e outros documentos civis;
• Número de comunicações feitas pelos membros da comunidade
sobre situações de crianças sem documentos de identificação; e
• Número de agregados familiares cuidando de crianças com escrituras
de testamento.

Divulgação das leis, políticas e • Número de provedores de serviços/intervenientes capacitados para a


serviços de assistência legal divulgação das leis, políticas e serviços.

Implementação de iniciativas que • Número de crianças integradas em famílias substitutas; e


visem fortalecer as famílias e comu- • Número de crianças capacitadas em habilidades para a vida.
nidades na protecção da criança,
incluindo cuidados alternativos

Identificação e encaminhamento de • Número de cuidadores de crianças capacitados para identificar e


casos de negligência, exploração, denunciar situações de abuso, tráfico, exploração, negligência e
tráfico, abuso e violação das violação da criança;
crianças às entidades competentes • Número de mecanismos de monitoria de casos de tráfico, abuso e
violação da criança estabelecidos e funcionais;
• Número de comunicações/encontros realizados entre provedores de
serviços e crianças/comunidades;
• Número de casos de tráfico, abuso, exploração, negligência e violação
da criança denunciados; e
• Número de mecanismos de prestação de contas às crianças e
comunidades estabelecidos e funcionais;

23
E. HABITAÇÃO
Acções Essenciais Actividades
Promoção de acções para • Número de agregados familiares cuidando de crianças que receberam apoio
o acesso à habitação em habitação;
de qualidade, segundo • Número de agregados familiares cuidando de crianças que tiveram acesso a
os padrões localmente DUAT;
aceitáveis
• Número de encontros comunitários realizados nos processos de identificação
de locais e materiais adequados para a construção de habitações; e
• Número cuidadores de crianças capacitados para fazer pequenas reparações
para manutenção e conservação da habitação.

Protecção do direito da • Número de agregados familiares cuidando de crianças com título de


criança à herança propriedade da habitação; e
• Número de agregados familiares cuidando de crianças aconselhadas a fazer
escritura de testamento.

Promoção do saneamento • Número de agregados familiares cuidando de crianças abrangidas pelas


do meio actividades de mobilização para o saneamento do meio;
• Número de agregados familiares cuidando de crianças abrangidas pelas
actividades de mobilização para a construção de pequenos sistemas de
captação de água; e
• Número de agregados familiares cuidando de crianças abrangidas pelas
actividades de sensibilização para realização de limpeza.

24
F. APOIO PSICOSSOCIAL
Acções Essenciais Actividades
Prestação do apoio a • Número de visitas com tempo suficiente para auscultar e atender às
emocional e social à criança, preocupações que afectam o bem-estar psicológico, emocional, espiritual e
de acordo com a sua idade e social das crianças realizadas;
necessidades • Número de relacionamentos consistentes e afectivos entre crianças e seus
pares; crianças e membros adultos da família e/ou comunidade;
• Número de crianças que acedem à actividades lúdicas e de
desenvolvimento das suas habilidades;
• Número de actividades que fortifiquem a ligação/ interacção entre a criança
e sua família realizadas; e
• Número de crianças com problemas de ordem psicológica, emocional e
sociais assistidas, referenciadas e atendidas por especialistas.

Fortalecimento das famílias • Número de sessões/formações sobre matérias de APS realizadas para
e das comunidades para famílias e cuidadores;
proverem o suporte emocional • Número de membros familiares e cuidadores comunitários capacitados em
para o desenvolvimento da matéria de APS;
criança
• Número de profissionais capacitados em matéria de APS;
• Número de profissionais que prestam cuidados e apoio psicossocial às
crianças após a sua capacitação;
• Número de grupos de suporte e terapêuticos formados;
• Número de crianças e membros familiares que frequentam grupos de
suporte, terapia e reabilitação; e
• Número de crianças com necessidades de apoio emocional, social e
espirituais identificadas, referenciadas e atendidas satisfatoriamente.

25
G. FORTALECIMENTO ECONÓMICO
Acções Essenciais Actividades
Mapeamento dos potenciais • Número de serviços/instituições/programas financeiros de apoio ao
recursos e oportunidades fortalecimento económico disponíveis na comunidade.
localmente disponíveis

Potenciação das Famílias para • Número de famílias elegíveis para implementar programas de
a implementação de acções de fortalecimento económico;
fortalecimento económico • Número de famílias/lideranças/comités capacitados em matéria de
fortalecimento económico; e
• Número de famílias que implementam actividades de fortalecimento
económico.

Facilitação do acesso das famílias • Número de famílias que acederam aos serviços financeiros disponíveis
aos serviços financeiros localmente; e
• Número de grupos comunitários que acederam aos fundos de
desenvolvimento local.

Implementação de actividades • Número de instituições do sector privado envolvidas no apoio de


de desenvolvimento da força de programas de fortalecimento económico; e
trabalho nas comunidades • Número de crianças maiores de 15 anos que beneficiaram de
treinamento profissionalizante.

Monitorar e avaliar os projectos • Número de visitas de monitoria e avaliação realizadas; e


para verificar o seu impacto • Número de estudos de avaliação de impacto realizados.

26
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA MULHER E DA ACÇÃO SOCIAL

FICHA DO BENEFICIÁRIO

1. Nome:

2. Data de Nascimento: / / Sexo:

3. Naturalidade:

4.
Província: , Distrito: , Posto Administrativo:
Localidade: , Bairro: , Quarteirão:

5. Estudante: Sim ou Não ! Se Sim, em que classe:

6. Agregado familiar

Nome Sexo Idade Grau de parentesco Ocupação

7. História social da família

Preenchido por: Função:

Nome da organização: Nome do programa:

Contacto: Data: / /

27
28
29
30
PLANO DE ACOMPANHAMENTO DA CRIANÇA
MUDANÇAS VERIFICADAS
Primeiros 3meses Depois de 6meses Depois de 9meses Depois de 12meses
Quais são os principais Quais são as necessidades Referência/
Serviço problemas da criança? prioritárias da criança? Apoio Prestado Encaminhamento ..../..../.... a ..../..../.... ..../..../.... a ..../..../.... ..../..../.... a ..../..../.... ..../..../.... a ..../..../....
Saúde

Alimentação e
Nutrição

Educação

Protecção e
Apoio Legal

Habitação

Apoio
Psicossocial

Fortalecimento
Economico
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA MULHER E DA ACÇÃO SOCIAL

Lista de verificação da implementação dos


Padrões Mínimos de Atendimento à Criança

Província: , Distrito:

Nome e cargo do supervisor

Comunidade
Nome do
Programa/Organização/Associação/CCPC
Período em análise

Data da visita

Objectivo da visita
Comentários gerais/adições dos relatórios (anexar documentos se necessário)
antes da visita

Quais são as áreas de serviços oferecidos pelo Programa?


Sim Não Comentários
1. Saúde
2. Alimentação e Nutrição
3. Educação
4. Protecção e Apoio Legal
5. Habitação
6. Apoio Psicossocial
7. Fortalecimento Económico

Beneficiários
Feminino Masculino Total
Número de beneficiários

Nota: Por favor avaliar somente os serviços oferecidos pelo parceiro ou programa.

Rever as actas e relatórios de encontros para complementar as respostas em cada uma das áreas de serviço e entrar
em contacto com os beneficiários e os diferentes intervenientes na comunidade.

31
Saúde Sim Não Evidências/Comentários

1. O Programa faz mapeamento para identificar os


serviços de saúde disponíveis na comunidade
(incluindo o tratamento)?

2. O Programa partilha os resultados com a


comunidade?

3. O Programa faz referência aos serviços de saúde a


diferentes níveis?

4. O Programa facilita o acesso gratuito aos serviços


de saúde para às crianças e cuidadores?

5. O Programa realiza visitas domiciliárias regulares


(uma vez por mês) para avaliar o estado de saúde
da criança?

6. O Programa treina cuidadores para monitorar o


estado de saúde e encaminhar as crianças para os
serviços de saúde quando necessário?

7. O Programa treina os cuidadores sobre a


importância da imunização, prevenção da malária,
higiene e saneamento, nutrição (por exemplo:
aleitamento materno exclusivo, a introdução da
alimentação complementar após os 6 meses,
a alimentação de recuperação após doença,
preparação e armazenamento de alimentos,
reconhecimento de sinais de perigo e necessidades
de aderir ao TARV)?

8. O programa tem ligações com outros serviços


(por exemplo, alimentação e nutrição, educação,
protecção e apoio legal, habitação, apoio
psicossocial e fortalecimento económico)?

32
Alimentação e Nutrição Sim Não Evidências/Comentários

1. O Programa treina os cuidadores em nutrição,


incluindo novas práticas de alimentação infantil
(aleitamento materno exclusivo, a introdução
adequada de alimentos complementares após
6 meses, alimentação de recuperação após a
doença)?

2. O Programa treina os cuidadores sobre as boas


práticas para preparação e conservação segura de
alimentos?

3. O Programa faz mapeamento na comunidade para


identificar outros serviços de nutrição (organizações
que distribuem alimentos, programas de segurança
alimentar)?

4. O Programa partilha os resultados do mapeamento


com a comunidade, os cuidadores e voluntários
para que eles sejam informados sobre outros
serviços de nutrição disponíveis na comunidade?

5. O Programa tem ligações com outros serviços


(por exemplo, a saúde: vacinação, desparasitação,
acesso à água potável)?

6. O Programa treina os cuidadores para fazer uma


avaliação individualizada de modo a identificar as
necessidades de serviços de alimentação nutrição
para as crianças?

7. O Programa treina os cuidadores para fazer o


reconhecimento de sinais de desnutrição?

8. O Programa tem ligações com os serviços de saúde


e outras intervenções nutricionais, tais como Gestão
Comunitária de Casos de Desnutrição Aguda?

9. O Programa tem um mecanismo de


acompanhamento para garantir que as crianças
identificadas como necessitando de ajuda alimentar
recebam e consumam suplementos alimentares de
forma adequada?

10. O Programa usa estratégias comunitárias para


aumentar o acesso de alimentos para as crianças e
seus cuidadores (hortas escolares e comunitárias,
distribuição de sementes, cozinhas comunitárias)

33
Educação Sim Não Evidências/Comentários

1. O Programa tem identificado e promovido


oportunidades educacionais para à criança?

2. O Programa treina os conselhos de escola,


professores e outros membros da comunidade
sobre as necessidades das crianças órfãs e
vulneráveis e encaminha para outros serviços
(alimentação, saúde, apoio psicossocial, habitação,
protecção e apoio legal)?

3. O Programa envolve as comunidades na


identificação de crianças em situação de
vulnerabilidade que necessitam de apoio
educacional?

4. O Programa partilha os resultados do mapeamento


de serviços comunitários baseado na comunidade
com pessoas que estão em contacto com as
crianças (voluntários, cuidadores, provedores de
serviços, líderes religiosos)?

5. O Programa realiza análise situacional para


identificar as barreiras à educação para as crianças
em situação de vulnerabilidade?

6. O Programa facilita o acesso a atestados de


pobreza (para permitir que a criança tenha acesso a
educação gratuita)?

7. O Programa faz a monitoria da frequência das


crianças matriculadas na escola?

8. O Programa faz a monitoria do desempenho escolar


das crianças?

9. O Programa treina os cuidadores/voluntários para


identificar e encaminhar as crianças em situação
de vulnerabilidade que não estão matriculadas na
Escola?

10. O Programa promove actividades de habilidades


para vida nas escolas, grupos comunitários (clubes
de jovens)?

11. O Programa tem estratégias de base escolar para


aumentar a capacidade da escola para apoiar
crianças em situação de vulnerabilidade (por
exemplo, actividades de geração de renda)?

34
Protecção e Apoio Legal Sim Não Evidências/Comentários

1. O Programa faz o mapeamento comunitário


para identificar as estruturas legais existentes de
protecção às crianças?

2. O Programa partilha os resultados do mapeamento


comunitário com os cuidadores e líderes
comunitários? Para ajudar a fortalecer os vínculos
com os serviços de apoio jurídico adequado,
quando necessário?

3. O Programa liga as crianças e cuidadores aos


serviços de apoio jurídico (identificados no
mapeamento) e faz o acompanhamento de casos
identificados?

4. O Programa tem um sistema de monitoria para


acompanhar as crianças identificadas com
necessidades de apoio legal e referências?

5. O Programa tem ligação com os serviços de registo


e notariado para o registo de nascimento?

6. O Programa sensibiliza/informa as comunidades


sobre os direitos das crianças?

7. O Programa apoia as reivindicações de herança e


actividades que salvaguardem os interesses das
crianças depois da morte dos pais?

8. O Programa tem ligação com as estruturas


competentes de protecção à criança para a apoio
legal (por exemplo gabinetes de atendimento a
criança)?

9. O Programa tem mecanismos para promover a


reunificação da criança na família?

10. O Programa envolve as comunidades na


identificação de potenciais famílias de acolhimento?

11. O Programa apoia as famílias através de visitas


domiciliárias?

12. O Programa tem ligação ou faz o


encaminhamento das crianças para outros
serviços (alimentação, saúde, educação,
habitação, apoio psicossocial, e fortalecimento
económico)?

35
Habitação Sim Não Evidências/Comentários

1. O Programa colabora com a comunidade para


avaliar e identificar regularmente as necessidades
de habitação das crianças em situação de
vulnerabilidade?

2. O Programa colabora com a comunidade para


melhorar habitação de acordo com as normas,
incluindo o acesso a instalações sanitárias (água
potável e latrinas)?

3. O Programa mobiliza recursos comunitários


(incluindo mão de obra, materiais) para melhorar a
habitação da criança na comunidade?

4. O Programa facilita a ligação das crianças para


procurar alternativas temporárias de habitação?

5. O Programa tem ligação com as estruturas


comunitárias locais, tais como Administração,
Conselho de Líderes Comunitários, CCPC, etc. para
garantir serviços de habitação para as crianças em
situação de vulnerabilidade?

6. A componente legal de protecção inclui a protecção


dos direitos das crianças à herança (habitação e
outros)?

7. O programa tem ligação ou faz o encaminhamento


das crianças para outros serviços (alimentação e
nutrição, saúde, educação, protecção e apoio legal,
apoio psicossocial, e fortalecimento económico)?

36
Apoio Psicossocial Sim Não Evidências/Comentários

1. A Organização está a implementar programas


para sensibilizar os membros da comunidade,
incluindo cuidadores sobre necessidades de apoio
psicossocial para as crianças e suas famílias?

2. A Organização está a implementar programas para


desenvolver grupos de apoio psicossocial para dar
apoio à criança e aos cuidadores (clubes de jovens,
grupos de orientação)?

3. A Organização está a implementar programas que


fortalecem as ligações entre as crianças e as redes
sociais tradicionais (líderes religiosos)?

4. A Organização realiza treinamentos regulares


incluindo habilidades de aconselhamento em apoio
psicossocial para as crianças e seus "cuidadores",
pessoas que têm contacto directo com a criança?

5. A Organização está a implementar programas para


mobilizar os recursos da comunidade, incluindo
escolas, centros de saúde, igrejas, etc. para
atender às necessidades de apoio psicossocial das
crianças?

6. A Organização está a implementar programas


que promovem habilidades para a vida nas
escolas, centros de saúde e outras estruturas da
comunidade, tais como clubes de jovens?

7. A Organização está a implementar programas


que fornecem aconselhamento para crianças e
cuidadores em relação ao seu estado de HIV?

8. A Organização providencia serviços de reabilitação


para as crianças que consomem álcool e drogas?

9. O Programa tem ligação ou faz o encaminhamento


das crianças para outros serviços (alimentação e
nutrição, saúde, educação, protecção e apoio legal,
habitação e fortalecimento económico)?

37
Fortalecimento Económico Sim Não Evidências/Comentários

1. O Programa identifica crianças maiores de 15anos


em situação de vulnerabilidade e cuidadores que
têm necessidade de actividades de fortalecimento
económico?

2. O Programa envolve as comunidades na


definição de critérios para identificar as crianças
que necessitam de serviços de fortalecimento
económico?

3. O Programa faz o mapeamento dos recursos


da comunidade para promover actividades de
fortalecimento económico para as crianças e
cuidadores?

4. O Programa realiza e divulga a análise de mercado


para identificar oportunidades de actividades de
fortalecimento económico?

5. O Programa facilita a ligação dos cuidadores às


actividades de geração de renda apropriadas com
base na demanda do mercado, o interesse e o nível
de habilidade do cuidador?

6. O Programa treina as crianças e cuidadores em


actividades de fortalecimento económico para
ajudá-los a aumentar seu sustento?

7. O Programa facilita a ligação das crianças a


oportunidades de formação vocacional?

8. O Programa facilita a ligação dos cuidadores a


pequenos empréstimos/crédito?

9. O Programa tem ligação com o sector privado


para promover oportunidades de formação pré-
profissionalizante/vocacional para as crianças em
situação de vulnerabilidade e cuidadores?

10. O Programa tem ligação ou faz o encaminhamento


das crianças para outros serviços (alimentação e
nutrição, saúde, educação, protecção e apoio legal,
habitação e apoio psicossocial)?

38
Comentários:

O que constatou na implementação do/s serviço/s?

Quais são os desafios que enfrentam na prestação de serviços?

Que tipo de ajuda precisaria para prestar um melhor apoio as crianças na sua comunidade?

Quais são as melhores práticas que têm observado?

Outros comentários que você gostaria de partilhar:

Comentários de supervisor:

Você acha que as acções essenciais mínimas são implementadas?

Se não, quais são as lacunas?

Recomendações:

39
Este trabalho só foi possível com o apoio
da PEPFAR e USAID

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