Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/320907746
CITATIONS READS
0 2,301
3 authors:
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
All content following this page was uploaded by Mikail Olinda de Oliveira on 07 November 2017.
Francisco Oliveira
Diagramador
Universidade Estadual do Ceará - UECE - Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-CE
CEP: 60.714.903 - Fone/Fax: (85) 3101-9600 / 9601
© 2017 - Governo do Estado do Ceará. Todos os direitos reservados.
Secretaria de Apoio às Tecnologias Educacionais
Fone: (85) 3101-9962
Apresentação
Bons estudos!
Sumário
REFERÊNCIA................................................................................................................ 54
Unidade 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
APICULTURA
Objetivos
Conhecer a importância do agronegócio apícola e seus produtos.
Capítulo 1
IMPORTÂNCIA DA
APICULTURA
SAIBA MAIS
A abelha Apis mellifera é uma espécie de abelha de hábito de vida social, nativa da
Europa e África e conhecida mundialmente, principalmente, pela sua excelente produção
de mel. Essa abelha é a mais conhecida, criada e estudada ao redor do mundo, e, portanto
é sobre ela que concentraremos nossa atenção.
que quando vivendo de maneira silvestre nas matas. Além disso, a apicultura
é uma atividade de fácil trabalho e bastante adaptada às condições climáticas
de todas as regiões do Brasil.
No que se refere à sustentabilidade, a apicultura é uma das poucas
atividades agropecuárias que atende aos seus três requisitos básicos: o eco-
nômico, o social e o ecológico. Atende ao econômico por fornecer renda para
o apicultor; social por exigir mão de obra familiar ou contratada; e ambiental
por contribuir para a conservação e reprodução da flora nativa ou cultivada,
pois sem a flora as abelhas ficam impossibilitadas de extraírem seus recursos
alimentares, componentes essenciais para vida desses insetos.
No Brasil, grande parte da produção de mel e de outros produtos das
abelhas depende principalmente das matas nativas. Assim, muitas plantas da
fazenda que em outras atividades agropecuárias poderiam ser consideradas
sem serventia alguma, para as abelhas podem ter inestimável valor, pois é
nelas que as abelhas obtêm néctar, pólen e resinas. Por este motivo, o apicul-
tor é naturalmente um defensor da natureza e trabalha por sua conservação.
Sem falar que muitos apicultores tem a necessidade de praticar o refloresta-
mento com espécies de plantas nativas e atrativas às abelhas para melhorar a
produtividade de suas colmeias. Além disso, ao coletarem seus alimentos nas
flores, as abelhas contribuem no processo de polinização da flora nativa ou
mesmo da cultivada, transferindo grãos de pólen entre flores da mesma espé-
cie. Dessa forma, elas garantem a reprodução da grande parte das plantas e
produção de sementes e frutos. Estes, por sua vez, servirão de alimento para
vários animais silvestres e para o próprio homem.
SAIBA MAIS
As matas nativas são as principais fornecedoras de néctar e pólen para as abelhas no
Brasil, sendo responsáveis pela matéria prima da maior parte do mel produzido. Criar
abelhas é aproveitar este potencial nato do Brasil e uma maneira de melhorar o aprovei-
tamento do uso da terra, e de gerar trabalho e renda ao homem do campo.
Fonte: Adaptado de Souza, 2007.
SAIBA MAIS
Vantagens da apicultura com relação a outras atividades pecuárias:
a) favorece-se da imensa quantidade e diversidade de flora apícola naturalmente exis-
tente no país fornecem a alimentação das abelhas sem custos, e, consequentemente, a
produção de mel e dos demais produtos das abelhas (mel, própolis, pólen, cera, geleia
real e apitoxina);
b) promove a fixação do homem ao campo por ser uma atividade de baixo custo de im-
plantação e manutenção, rápido retorno financeiro, boa renda anual complementar e por
ser uma atividade que congrega as comunidades em associações e cooperativas, favore-
cendo a socialização da atividade;
c) fornece grande diversidade de produtos das abelhas (mel, própolis, pólen, cera, geleia
real e apitoxina), atividades remuneradas (coleta de pólen, criação de rainhas, produção
de enxames e aluguel de colônias para polinização de diversas culturas agrícolas) e ser-
viços ambientais à natureza, como a conservação do meio ambiente por meio da poli-
nização da flora nativa, além da própria conservação e reflorestamento da mata nativa
promovida pelo apicultor;
d) utiliza pequenas áreas para sua implantação, não dependendo de instalações sofistica-
das, nem de despesas com vacinas e medicamentos;
e) possui mercado interno e externo em plena expansão, além de preços atrativos dos
seus produtos para a comercialização;
f) favorece-se da expansão do mercado orgânico, que encontra grande potencial na flora
nativa da região Nordeste para sua produção, junto com a vasta extensão territorial deten-
tora de potencial para apicultura e ainda não explorada nessa região.
Fonte: Adaptado de Paula Neto & Almeida Neto, 2006.
EXERCENDO A PROFISSÃO
: para que a atividade possa ser desempenhada com eficiência, o apicultor deve ter
conhecimentos mínimos em diversas frentes, por exemplo: a biologia do inseto envolvi-
do, apetrechos utilizados, escolha de áreas para instalação de apiários etc. Além disso, a
apicultura é uma atividade que demanda diversas habilidades tais como: concentração,
poder de observação, delicadeza nos movimentos e força física para atividades gerais den-
tro do apiário.
Fonte: Adaptado de Paula Neto & Almeida Neto, 2006.
Capítulo 2
PRODUTOS DA
APICULTURA
2.1. Mel
2.1.1. Definição e utilidade
O mel é o principal produto da colmeia, em termos comerciais no Brasil.
Entende-se por mel, o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas,
a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das
plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias
específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia.
Para as abelhas, o mel é um alimento que funciona como fonte de ener-
gia e por isso é armazenado na colmeia. As abelhas normalmente produzem
bastante mel nos períodos com muitas flores para que possam ter alimento
nas épocas em que a quantidade de flores na área não seja suficiente para a
sobrevivência da colônia.
Para a humanidade, o mel é utilizado como adoçante desde a antigui-
dade e é considerado um alimento de fácil digestão e que é muito importante
para o equilíbrio do processo biológico do corpo humano.
14
pronatec
SAIBA MAIS
A perda da qualidade do mel não pode ser recuperada durante o seu processamento
no entreposto de mel. Por isso devemos ser sempre cuidadosos ao longo do processo
produtivo.
2.4. Própolis
2.4.1. Definição, composição e utilidade
A própolis é uma substância resinosa, gomosa e balsâmica, elaborada
pelas abelhas a partir da coleta em brotos, botões florais, gemas e exsudados
de plantas em cortes da casca dos vegetais, que depois de coletada e trans-
portada às colmeias, as abelhas acrescentam cera e enzimas. Esse produto
não é utilizado como alimento pelas abelhas. Depois de coletado e trabalhado,
a própolis é utilizada dentro do ninho como material para construção, imper-
meabilização, fechamento de frestas, união de partes e na mumificação de
invasores mortos incapazes de serem retirados, evitando seu apodrecimento
dentro da colmeia. É utilizada também na limpeza e desinfecção dos alvéolos,
purificação do ar dentro do ninho, regulação da temperatura interna da col-
meia entre outros proveitos.
23
APICULTURA
2.7. Polinização
É comum a introdução de colmeias com abelhas melíferas durante a
fase de florescimento de várias culturas agrícolas. A finalidade é de garantir a
polinização e maximizar a produção comercial de frutos e/ou sementes, prin-
cipalmente em grandes áreas de monocultivo, cujos serviços de polinização
oferecidos pelos ecossistemas nem sempre são capazes de atender a grande
demanda por polinização das culturas-alvo.
Uma polinização bem conduzida pelas abelhas pode: levar ao aumento
no número de sementes, vagens ou frutos vingados; pode melhorar a quali-
dade dos frutos; diminuir o percentual de frutos deformados; aumentar o teor
de óleos e outras substâncias extraídas das sementes; além de encurtar o
ciclo de certas culturas agrícolas e uniformizar o amadurecimento dos frutos
diminuindo as perdas na colheita.
Além desses produtos, a polinização, apresenta uma enorme potencial
em nosso Estado, principalmente devido à demanda gerada pela chegada,
na última década, de grandes empresas produtoras e exportadoras de melão
(Cucumis melo) e melancia (Citrullus lanatus). Outras culturas de grande im-
portância econômica plantadas no Estado do Ceará também se beneficiam
com a polinização dessas abelhas, como é o caso do caju (Anacardium occi-
dentale).
Um dos maiores empecilhos para o desenvolvimento do mercado de
polinização, por incrível que possa parecer, tem sido os próprios resultados
obtidos com o uso de abelhas como polinizadoras. Como a grande maioria
dos apicultores não se preocupa em acompanhar a eficiência polinizadora de
suas colmeias, mas apenas em produzir a maior quantidade de mel possível,
os resultados de polinização normalmente são aquém do que seria esperado.
Os resultados insignificantes fazem com que os agricultores não incorporem
os serviços de polinização como fatores de produção de suas atividades agrí-
colas, nem atraiam outros agricultores para utilizarem agentes polinizadores
em suas lavouras. A preocupação por parte dos apicultores em adotarem pro-
27
APICULTURA
Na prática
1- O que é apicultura?
Objetivos
Fornecer informações sobre os acontecimentos históricos que marca-
ram a evolução da apicultura no mundo, no Brasil e no Ceará.
Capítulo 3
HISTÓRIA DA APICULTURA NO
MUNDO, NO BRASIL E NO CEARÁ
lhas e consumido era uma mistura de mel, pólen, crias e cera, pois o homem
ainda não sabia como separar cada um desses produtos dos favos. Dessa
maneira, as colônias, muitas vezes, morriam ou fugiam, obrigando o homem a
procurar novos ninhos cada vez que necessitasse retirar o mel para consumo.
Figura 3.1. Abelhas são mais antigas do que o homem das cavernas, que já consu-
mia o produto como uma mistura de mel, pólen e cera.
Figura 3.2. Registros históricos da exploração das abelhas polo homem. a. Cena de
uma coleta de mel registrada há aproximadamente 6000 d.C. em uma pintura em
rocha na Espanha. b. Colheita de mel de ninhos de barro registradas em pintura em
parede há aproximadamente 1450 d.C. no Egito.
Figura 3.3. Ilustração de uma das primeiras colmeias arquitetadas pelos gregos.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/39899146669494686/
34
pronatec
fazendo com que todas as abelhas fossem para o fundo, inclusive a rainha,
e depois retirava somente os favos da frente, deixando uma reserva para as
abelhas.
Alguns anos depois, surgiu a ideia de se trabalhar com recipientes so-
brepostos, em que o apicultor removeria a parte superior, deixando reserva
para as abelhas na caixa inferior. Embora resolvesse a questão da colheita do
mel, o produtor não tinha acesso à área de cria sem destruí-la, o que impos-
sibilitava um manejo mais racional dos enxames. Para resolver essa questão,
os produtores começaram a colocar barras horizontais no topo dos recipien-
tes, separadas por uma distância igual à distância dos favos construídos em
ninhos naturais. Assim, as abelhas construíam os favos nessas barras, o que
facilitava a inspeção por parte do apicultor. Entretanto, as laterais dos favos
ainda ficavam presas às paredes da colmeia, o que impossibilitava que o api-
cultor retirasse esses favos para uma inspeção mais detalhada e para realiza-
ção de manejos como fortalecimento de colônias com a troca de crias entre
colmeias.
Em 1851, o americano, reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou
que as abelhas depositavam própolis em qualquer espaço inferior a 4,7 mm e
construíam favos em espaços superiores a 9,5 mm. A medida entre esses dois
espaços Langstroth chamou de “espaço abelha”, que é o menor espaço livre
existente no interior da colmeia e por onde podem passar duas abelhas ao
mesmo tempo (valor médio de 6,0mm). Essa descoberta simples foi uma das
chaves para o desenvolvimento da apicultura racional. Inspirado no modelo
de colmeia usado por Francis Huber, que prendia cada favo em quadros pre-
sos pelas laterais e os movimentava como as páginas de um livro, Langstroth
resolveu estender as barras superiores já usadas e fechar o quadro nas late-
rais e abaixo, mantendo sempre o espaço abelha entre cada peça da caixa.
Dessa forma, foram criados os quadros móveis que poderiam ser retirados
das colmeias pelo topo e movidos lateralmente dentro da mesma colmeia ou
mesmo introduzidos em outras. Foi também Langstroth quem revolucionou
a apicultura com a primeira colmeia com suas partes móveis, chamada de
colmeia Langstroth ou colmeia americana, ou ainda colmeia universal. A partir
daí, iniciou-se, então, a era da colmeia mobilista. Assim, foram esses tipos
de descobertas que favoreceram o avanço tecnológico da atividade apícola
como a conhecemos hoje. Outras importantes invenções também colabora-
ram para a melhoria da atividade apícola, porém estas serão tratadas nos
próximos livros.
36
pronatec
continuar, diz a história oficial, que uma pessoa desavisada retirou as telas
excluidoras que guardavam a entrada (alvado) das colmeias permitindo que
26 colônias enxameassem para a mata. Tendo encontrado nas matas brasilei-
ras condições climáticas propícias, abundância de alimento sem competição
de outras colônias e sem seus inimigos naturais que ficaram na África, as
26 colônias africanas teriam se multiplicado rapidamente e seus descenden-
tes colonizado novas área do país e miscigenado com as abelhas de origem
europeia existentes no Brasil. Esse processo foi que deu origem a um poli-
-híbrido entre raças europeias e africanas, que se convencionou chamar de
abelha africanizada.
Atualmente alguns cientistas duvidam dessa versão e acreditam que
além do acidente que liberou os 26 enxames, também houve uma distribuição
de rainhas descendentes das colônias remanescentes devido a uma empol-
gação pela boa produtividade obtida nos experimentos iniciais. Seja qual for a
versão correta, o fato é que as abelhas africanizadas apresentaram uma ca-
pacidade e velocidade de colonização de novas regiões assustadora (avan-
çavam de 300 a 500 km/ano). Assim, essas abelhas em apenas 10 anos já
haviam avançado para o oeste até a fronteira do Brasil com a Bolívia, alcan-
çado o norte da Argentina, Paraguai e Rio Grande do Sul em direção ao sul
do continente e o Ceará em direção ao norte. O avanço continuou acelerado
nos anos seguintes com as abelhas africanizadas tendo chegado aos Estados
Unidos em 1990.
Atualmente, as abelhas africanizadas já ocuparam grande parte ou a
totalidade dos estados do Texas, Califórnia, Arizona, Novo México, e Nevada
no Sul dos EUA, e parte da Flórida. Seu limite ao norte, embora em uma ve-
locidade muito menor do que a registrada nas regiões de clima tropical (300
a 500 km/ano), ela continua em expansão. As únicas regiões do continente
americano que não são povoadas por essas abelhas são o sul da Argentina,
devido ao clima muito frio, as áreas a oeste da cordilheira dos Andes que os
enxames não conseguem ultrapassar e os estados e regiões americanas ao
norte do Texas, Arizona e Califórnia, e o Canadá. Assim, o certo é que o clima
frio dos estados americanos, situados mais ao norte, freou o avanço das afri-
canizadas da mesma forma que aconteceu na parte sul da Argentina.
6.000 toneladas por ano antes da africanização, quando o país nem figurava
no ranking dos maiores produtores de mel do mundo, para mais de 37,82 mil
toneladas anuais em 2015, segundo o IBGE, levando o país a oitava posição
mundial.
De fato, os avanços em técnicas de manejo e equipamentos apícolas
dos últimos 40 anos certamente teriam aumentado a produtividade da apicul-
tura independentemente da africanização, porém nunca a níveis tão elevados.
Hoje em dia já não se discute mais no Brasil sobre se as abelhas africanizadas
deveriam ficar ou não.
É importante ressaltar que a “africanização” não ocorreu uniformemente
em todos os locais colonizados pelas abelhas africanizadas. Na verdade, es-
tudos de DNA tem demonstrado que o nível de miscigenação entre as abelhas
de origem europeia e africana varia enormemente de região para região, tanto
em função da densidade de colônias de abelhas europeias existentes na área
quanto às condições climáticas. Assim, o clima frio do sul da Argentina impede
a penetração das abelhas com material genético africano, fazendo com que
apenas abelhas europeias sejam encontradas. Na parte central da Argenti-
na, com temperaturas mais amenas já predomina a miscigenação europeia-
-africana, enquanto que no Nordeste do Brasil geneticamente as abelhas são
africanas.
Realmente a população de abelhas no Nordeste brasileiro era muito
pequena e pouco deve ter influenciado no material genético das africanas. No
entanto, para distinguir as abelhas da África com as que hoje são criadas no
Brasil, convencionou-se a chamar essas abelhas de “africanizadas”.
SAIBA MAIS
Na prática:
1- Quais os primeiros povos a criar as abelhas evitando destruir seu ninho?
2- O que é o espaço-abelha?
3- O que foi a africanização?
4- Qual os pontos positivos da africanização para a apicultura nacional?
5- Quando e qual município do Ceará se tornou pela primeira vez o maior
produtor de mel no país?
Unidade 3
MERCADO DO MEL E CADEIA
PRODUTIVA DA APICULTURA
Objetivos
Entender a cadeia produtiva apícola, seus segmentos da produção, in-
dustrialização e comercialização no Brasil, no Nordeste e no Ceará, e analisar
os principais entraves ao desenvolvimento da cadeira produtiva apícola no
Ceará.
45
APICULTURA
Capítulo 4
MERCADO DO MEL
produziu 4,96 mil toneladas e foi seguido de perto por Bahia (4,60 mil tone-
ladas) e Minas Gerais (4,37 mil toneladas). Santa Catarina, que ocupava a
terceira posição em 2014, registrou queda de 40,0% na produção e passou
ao sétimo lugar do ranking nacional.
O valor da produção total de mel foi de R$ 358,85 milhões, indicando
aumento de 13,9% em relação a 2014. O preço médio nacional foi de R$ 9,49
o quilo do produto. A média de preço mais alta foi registrada no Norte (R$
15,64), enquanto a menor, no Nordeste (R$ 8,34). A produção de mel no ano
de 2015 ocorreu em 3.993 municípios, sendo Arapoti (PR), Ortigueira (PR) e
Campo Alegre de Lourdes (BA) os que mais sobressaíram.
Figura 4.1. Características da produção de mel de alguns dos principais países pro-
dutores comparados ao Brasil
5.4. Oportunidades
Mesmo com tantos entraves a apicultura nordestina apresenta várias
oportunidades. Algumas delas são listadas abaixo:
a) Além do mel, que geralmente é o principal produto da atividade, a apicultura
pode proporcionar a geração de renda por meio da produção de cera, pólen,
própolis, geleia real e apitoxina;
b) Produção de mel orgânico e/ou certificado. Obtenção de indicação geográ-
fica para aproveitar o reconhecimento da qualidade (mel produzido no Semi-
árido, flora nativa, livre de contaminantes) que o mel nordestino já possui no
mercado externo;
c) Estabelecimento de parcerias dos apicultores com pecuaristas, pois são
eles que possuem maior extensão de terras no Semiárido nordestino;
d) Grande área potencial para expansão da atividade;
e) Preferência dos consumidores por produtos naturais sem contaminantes;
f) Produção de indumentárias de qualidade que proporcionem maior conforto
ao apicultor.
54
pronatec
Na prática
1- Quais atores estão envolvidos na cadeia do agronegócio apícola?
2- Quais são os elos ou segmentos que interagem na cadeia de produção
apícola?
3- Quais os dois acontecimentos históricos que afetaram a exportação do mel
nacional nos últimos 17 anos?
4- Aponte cinco fatores que atrapalham o crescimento da apicultura nordes-
tina.
5- Cite três oportunidades de crescimento para a apicultura nordestina.
Referência
ADECE - Apicultura e Meloponicultura no Ceará. Agência de Desenvolvimento do
Ceará, 2010. Disponível em: http://www.adece.ce.gov.br/downloads/folders/AdeceFol-
derMel.pdf
BANCO DO BRASIL. Apicultura. Desenvolvimento Regional Sustentável. Série
Cadernos de Propostas para atuação em cadeias produtivas. Vol 5. Brasília, novem-
bro de 2010.
BARBOSA, A. de L. B.; PEREIRA, F. de M.; VIEIRA NETO, J. M.; REGO, J. G. de
S.; LOPES, M. T. do R.; CAMARGO, R. C. R. de. Criação de abelhas (apicultu-
ra). Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; Teresina: Embrapa Meio Norte,
2007. 113 p. il. (ABC da agricultura familiar, 18).
COUTO, R. H. N.; COUTO, L. A. Apicultura: manejo e produtos. Jaboticabal: FU-
NEP, 2006.
FREITAS, B. M. A Vida das Abelhas. Fortaleza: Craveiro & Craveiro, v.01. Livro em
CD-Rom com 453 ilustrações, 1999.
KHAN, A. S.; MATOS, V. D. de; SALES LIMA, P. V. P. Desempenho da apicultura no
estado do Ceará: competitividade, nível tecnológico e fatores condicionantes. Revista
de Economia e Sociologia Rural, v. 47, n. 3. Brasília, 2009.
KHAN, A. S.; VIDAL, M. F.; LIMA, P. V. P. S.; BRAINER, M. S. C. P. Perfil da apicul-
tura no Nordeste brasileiro Fortaleza. Banco do Nordeste do Brasil, 2014. 246 p.: il.
(Série Documentos do ETENE n° 33).
PAULA NETO, F. L. de; ALMEIDA NETO, R. M. de. Apicultura nordestina: prin-
cipais mercados, riscos e oportunidades. Fortaleza: BNB, 2006. 77 p. il. (BNB-
-ETENE. Documentos, 12).
SOUZA, D. C. Apicultura: Manual do agente de desenvolvimento rural. Brasília:
Sebrae, 2004.
WIESE, H. Apicultura Novos Tempos. Guaíba: Ed. Agrolivros, 2005.
WINSTON, L. M. The biology of the honey bee. Cambridge: Press, 1987. 281p.
55
APICULTURA
Autores
Isac Gabriel Abrahão Bomfim
O autor possui graduação (2005), mestrado (2008) e doutorado (2013)
em Zootecnia pela Universidade Federal do Ceará. Tem experiência em Zoo-
tecnia com ênfase em: polinização de culturas agrícolas (requerimentos de
polinização, eficiência de polinizadores, criação e manejo de polinizadores em
cultivo protegido e em campo aberto); apicultura; produção de mel; criação
racional de abelhas africanizadas, abelhas sem ferrão e abelhas solitárias.
Atualmente atua como pesquisador pós-doc no Setor de Abelhas do Departa-
mento de Zootecnia da
Universidade Federal do Ceará e é professor do curso de medicina ve-
terinária da Faculdade Cisne de Quixadá.