Geografia – Bacharelado Climatologia Geral 1ºP Aluna: Maria Eduarda de S. G. Quintela Professor: Paulo Henrique de Souza
Resumo: Anomalias climáticas e mudanças na atmosfera
Como já visto anteriormente, existe diferença entre variações do tempo
atmosférico e variações climáticas, visto que, as mudanças climáticas podem ser que ocorra em períodos curtos, seculares, históricos ou período geológico. Os indicadores de climas passados podem ser biológicos – através de fósseis, pólens e anéis de árvores; lito genéticos – através dos varvitos (nº de anos), evaporítos (condições quentes e secas), lateritos (sazonalidade úmida) e morfológicos – através das formas residuais de relevos. A causa da mudança climática ocorre internamente na Terra e externamente (no Sol), envolvendo a biosfera, litosfera, criosfera, a circulação geral da atmosfera e os aspectos da hidrosfera. Assim, o estado climático do momento dependerá da quantidade de energia vinda do Sol, do processo de distribuição e absorção dessa energia e da interação do processo com os componentes do sistema climático. Devido a isso, o método de análise rítmica, desenvolvido pelo geógrafo brasileiro Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, consiste em analisar diariamente as variáveis meteorológicas. Através da obtenção e filtragem dos dados coletados, ocorre uma comparação entre os diferentes períodos, sendo possível identificar as anomalias climáticas, definindo qual situação pode ser considerada habitual para determinada área estudada. As anomalias climáticas, são observadas através do estabelecimento de anos padrões; os anos padrões são estabelecidos através de registros climatológicos durante um período mínimo de 30 anos, assim, os índices obtidos são somados a cada mês e depois divididos por trinta, assim como os valores anuais. A média obtida será o padrão de referência, definindo a carência e a saturação da variável através do valor observado. Por isso, quando os índices ficam distantes da média, expressivamente ou por um período prolongado, as bases de uma anomalia climática são definidas, sendo um padrão desconectado da habitualidade. A influência dos fenômenos climáticos, estão ligados na interação da superfície oceânica a atmosfera, sendo que os processos de troca de energia e umidade entre eles, determina o comportamento do clima no mundo, tendo o El Niño e La Niña os fenômenos climáticos mais conhecidos; quando atuantes, são responsáveis por gerar consequências no tempo e clima ao redor de todo o planeta. O El niño consiste no enfraquecimento dos ventos alísios, aquecendo de forma anormal as águas superficiais do oceano Pacífico Equatorial, liberando evapotranspiração, formando nuvens intensas de chuva. Essa mudança no local da realização destas nuvens, gera modificações no padrão de circulação do ar e da umidade na atmosfera, alterando o clima no mundo todo. Esse fenômeno tem duração de 12 a 18 meses em média. Nos episódios de El Niño a temperatura na superfície do mar chega a ficar 4,5ºC acima da média. Já no fenômeno La Niña, os ventos alísios ficam mais intensos e as águas do Pacífico Equatorial ficam mais frias e a evapotranspiração e a formação de chuvas fortes fica concentrada na porção central e leste do oceano Pacífico. Assim como o El Niño, essa mudança na formação das nuvens gera alterações no padrão de circulação de ar e da umidade na atmosfera. A La Niña, tem duração de aproximadamente 9 a 12 meses e os valores de temperatura da superfície do mar em anos de La Niña possui desvios menores que em períodos de El Niño, assim, as maiores anomalias não chegam a 4ºC abaixo da média. O clima afeta o homem e suas atividade econômicas, assim como o homem e suas atividades afetam o clima. Exemplo disso é a agropecuária. Na pecuária, a quantidade de forragem e água depende do clima e a difusão de insetos e doenças também; além disso, a distribuição natural dos grupos de animais depende do clima. Na agricultura, o clima determina o padrão de temperatura e umidade e quantidade da radiação solar recebida participa desse contexto, além do tipo de planta que pode ser cultivado e a difusão de pragas. A agropecuária depende das variáveis climáticas, sendo: - Radiação Solar: Energia que aciona o sistema, determinando as características térmicas do ambiente. Controla a fotossíntese e o fotoperiodismo; a luz é útil para a fotossíntese, sendo os raios ultravioletas importante para a germinação, energia e qualidade das sementes, em quanto o acasalamento dos animais fica por conta do fotoperíodo. - Temperatura: A temperatura do solo e do ar influenciam no crescimento das plantas, impondo limites mínimos e máximos. Geralmente, indicies abaixo de 6ºC podem matar maior parte das plantas, enquanto apenas temperaturas entre 50ºC e 60ºC chegam a ser letais para maior parte. Nas regiões temperadas a temperatura determina o período de crescimento das plantas, já na região tropical, a precipitação possui essa função. - Umidade: A água é o principal constituinte do tecido fisiológico das plantas e é o principal agente da fotossíntese e meio pelo qual os nutrientes são conduzidos através das plantas. - Vento: Influencia de maneira positiva e às vezes negativa. Seu efeito positivo consiste na dispersão de plantas, aumento no consumo de dióxido de carbono e na taxa de transpiração das plantas e na amenização do calor nos seres vivos. Já os efeitos negativos ocorrem quando causa danos físicos devido a intensidade ou quando aumenta a demanda de água por um período de estiagem, além disso, podem dispersar pragas, doenças e plantas indesejáveis. Além das variáveis climáticas, há os azares climáticos que também afetam a agropecuária, sendo eles: geadas, secas, granizos, inundações e ventos de alta velocidade. A ação do homem sobre o clima pode ser de maneira deliberada ou inadvertida e a busca constante pelo controle climático pode ocorrer através da redução das perdas econômicas de eventos como os furacões, geadas, neblina, incêndio, inundações e etc.; estabelecendo eventos artificiais diminuindo a evapotranspiração com o uso do álcool acetil e etc. Já as ações inadvertidas consistem na urbanização, industrialização, desmatamento, agricultura, drenagem, represamento, etc. A urbanização está ligada a alteração na composição química da atmosfera, interferência nas propriedades térmicas e hidrológicas, modificação nos parâmetros aerodinâmicos, substituição da paisagem, dessa forma, interferindo na quantidade de ondas longas e curtas, elevando a temperatura, diminuindo a umidade, desacelerando os ventos fortes e acelerando ventos fracos. Além disso, as ilhas de calor é um fenômeno presente na área urbana e suas causas estão relacionadas a produção de calor pelos processos de combustão, aquecimento do espaço, produção de calor pelas propriedades térmicas das cidades, mudança da composição química da atmosfera e pela alteração dos fluxos de vento. Essas causas estão diretamente relacionadas aos problemas da radiação armazenada de dia ser liberada à noite, acréscimo de calor, diminuição dos fluxos de ventos, efeito estufa e etc.