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LÍNGUA PORTUGUESA

Ortografia – Hífen I
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ORTOGRAFIA – HÍFEN I

RELEMBRANDO
Nos blocos anteriores foi discutido aquilo que é mais importante dentro do assunto orto-
grafia, que é a acentuação gráfica.

Quando se estuda a ortografia da Língua Portuguesa, esta se divide em três frentes:


acentuação, emprego das letras e uso do hífen. O primeiro a ser estudado foi o emprego
das letras. Na sequência foi estudado o assunto mais importante dentro da ortografia e que
é sempre contemplado em provas, que é a acentuação gráfica, onde foram estudadas as
regras básicas, as regras especiais e foi feita uma bateria de exercícios, porque este assunto,
dentro do tópico ortografia, é o que mais cai em prova. E agora será estudado o emprego do
hífen, pois este também está dentro do assunto ortografia e é importante saber como é feito
o uso do hífen na Língua Portuguesa.

Em provas de concursos públicos, a acentuação é mais cobrada do que o uso do hífen.


Além disso, tudo o que será estudado é à luz do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa.

Obs.: o hífen é diferente do travessão, pois em provas discursivas o candidato pode usar
travessões para isolar um aposto e os faz pequenos, deixando de ser travessões e
virando hifens, e o examinador pode punir o candidato por isso. De maneira seme-
lhante, quando se utiliza o hífen na Língua Portuguesa, ele precisa ter um tamanho
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reduzido, e se for alongado o corretor pode entender como travessão e ser motivo de
penalização. Então o hífen é sempre menor do que o travessão.

Obs.2: esses não são os únicos usos do hífen, pois existem outros que serão vistos pos-
teriormente, mas nenhum deles está dentro do tópico ortografia. Dentro do tópico
ortografia fala-se apenas do hífen com prefixos e do hífen entre palavras.

Prefixo é um afixo que vem antes; o afixo é uma forma presa da língua, que é uma forma
que não possui sentido sozinha.
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USO DO HÍFEN

HÍFEN ENTRE PALA-


HÍFEN COM PREFIXOS
VRAS
Super-homem Sexta-feira
Anti-histamínico Mesa-redonda
Micro-ondas Criado-mudo
Anti-inflamatório Beija-flor
Super-interessante Casca-grossa
Inter-regional Ferro-velho
Sub-raça
Pré-história
Vice-presidente
Ex-namorado

As formas destacadas são afixos, que não possuem sentido sozinhas; apesar de que, em
algumas circunstâncias, as pessoas no trato habitual e cotidiano usam alguns desses prefi-
xos de maneira isolada. Por exemplo: “vi a minha ex ontem”, mas existe um contexto maior
de uma companheira que não é mais companheira, então é a “ex” de “ex-companheira”,
segue-se essa lógica. Então esses prefixos são formas que originalmente são concebidas
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para funcionarem junto com outras palavras, não possuindo sentido sozinhas, apenas pas-
sando a ter sentido quando estão acompanhadas de palavras. Essas palavras que são ante-
cedidas dos prefixos possuem sentido sozinhas.
Também existe a realidade em que há o hífen entre palavras, separando-as. Nessa reali-
dade, não há formas presas, e sim duas formas livres, mas que resolveram se prender para
compor um novo significado. Por exemplo, na palavra “sexta-feira”, as duas palavras pos-
suem sentido sozinhas, e “sexta-feira” é um novo significado. Assim como “mesa” e “redonda”
podem existir sozinhas, mas combinou-se as duas palavras para formar um outro significado.
O mesmo existe com a palavra “criado” e a palavra “mudo”; com o verbo “beija” e o substan-
tivo “flor”; e com o substantivo “casca” e o adjetivo “grossa”, que se juntam e compõem um
novo significado, sendo palavras que poderiam ser aplicadas isoladamente em outros con-
textos sem precisar necessariamente combiná-las, mas que se escolheu combiná-las e é por
isso que há o hífen.
São essas as duas dimensões: o hífen empregado com prefixos, separando o prefixo da
palavra base; ou haverá duas palavras base que são formas livres que resolveram se unir
para compor um novo significado. É importante que se compreenda essas duas dimensões,
porque as regras que serão aplicadas para a relação entre prefixos e palavras base não é a
mesma entre hífen e duas palavras base.

Uso do hífen
• Definição: Marcar a união de vocábulos (palavras compostas ou palavras formadas
por prefixo + radical); a ênclise e a mesóclise (colocações pronominais); a separação
de sílabas.
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Ênclise – por exemplo, quando se usa a forma “amo-te”, usando o pronome oblíquo átono
em posição enclítica, para marcar essa ênclise usa-se o hífen.
Mesóclise – por exemplo, a forma “amar-te-ei” é um outro uso que há para o hífen nas
colocações pronominais.
Separação de sílabas – lembre-se do estudo de acentuação gráfica, onde foi visto que
era necessário fazer a separação das sílabas, e o hífen também serve para isso. Inclusive,
essa separação silábica que acontece por meio do hífen se transfere para os processos de
translineação, que é quando uma redação discursiva está sendo redigida, e se percebe que
uma palavra não cabe inteira em uma determinada linha. Neste caso, quebra-se aquela pala-
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vra para colocar parte dela no final da linha superior e parte dela na linha inferior, e para isso
usa-se o hífen, porque é um processo de separação de sílabas. Pode-se praticar em uma
redação discursiva a translineação, e isso pode ser feito quantas vezes forem necessárias,
até porque é uma necessidade ao longo do texto feito à mão. E mais que isso, o processo
de translineação precisa respeitar os princípios de separação silábica, então se uma quebra
da translineação é feita sem observar esse detalhe, automaticamente um erro gramatical
será gerado.

Obs.: o hífen não terá apenas dois usos, mas quatro: palavras compostas, prefixos + radi-
cais, ênclise e mesóclise na colocação pronominal, e separação silábica. Mas quan-
do se fala especialmente do tópico ortografia, é a união de vocábulos, seja por meio
de palavras compostas (duas palavras de significado sozinhas), seja pelo processo
de junção de um prefixo + radical.

HÍFEN COM PREFIXOS

Obs.: entre acentuação gráfica e o emprego do hífen, o que é mais cobrado é a acentua-
ção gráfica, mas o que é mais cobrado no estudo do hífen é a relação entre hífen e
prefixos, porque foi mais modificada pelo novo acordo da Língua Portuguesa.

Para estudar a relação entre hífen e prefixos é necessário nortear-se acerca de


quatro aspectos:
1. Prefixo somado com uma palavra que inicia com a letra H;
2. Prefixo terminado em vogal + palavra base;
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3. Prefixo terminado em consoante seguido de palavra base;
4. Prefixos que sempre exigem o hífen (ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice;
independentemente do que vier na palavra base).

A lógica usada pelo novo acordo ortográfico ao organizar esses empregos foi de primei-
ramente tentar unir o prefixo e a palavra base sem a necessidade do hífen, mas isso nem
sempre funcionará da forma mais adequada. Por exemplo, imagine o prefixo contra + atacar,
que se for juntado sem o hífen resultará em “contraatacar”. Como a palavra ficou esdrúxula, o
hífen foi adicionado, ficando “contra-atacar”. Seguindo a mesma lógica de raciocínio, deseja-
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-se agora unir o prefixo sub + bibliotecário, resultando em “subbibliotecário”, que é uma forma
totalmente esdrúxula, então usa-se o hífen. A ideia é sempre a de que se forem unidas e não
produzirem uma palavra ou um som estranho, é permitido; mas se forem unidas e formarem
uma palavra estranha, como nos exemplos dados acima, então devem ser separadas. Por-
tanto, se o prefixo termina com uma vogal e a palavra seguinte começa com a mesma vogal,
devem ser sempre separados; e se o prefixo termina em consoante e a palavra seguinte
começa com a consoante, também devem ser separados.
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Regra 1
Super-homem → unidas as duas palavras, se torna “superhomem”, o que não existe, pois
existe o H no meio da palavra sem ser antecedido por L ou por N, formando os dígrafos LH
ou NH. A letra H nessa palavra é muda, sem sonoridade, ou seja, se há um prefixo e logo na
sequência uma palavra iniciada por H, deve-se sempre usar o hífen.
Anti-histamínico → mesma regra.

Regra 2
Se as vogais são iguais, devem ser separadas com o hífen de acordo com a regra 2.
Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório.

Obs.: se for usado o prefixo auto + escola, não haverá nenhum problema ortográfico, então
“autoescola” pode ser usado junto sem hífen. Portanto, a ideia é que se é prefixo
terminado em vogal seguido de palavra, observa-se se são vogais iguais, neste caso
usa-se o hífen, mas se as vogais são diferentes, não se usa o hífen.

Vogais iguais = usa-se o hífen.


Vogais diferentes = não se usa o hífen.
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Regra 3
Super-interessante → pode-se juntar o R (última letra do prefixo) com o I (primeira letra
da palavra seguinte) e não forma uma palavra estranha, sendo a melhor opção a de eliminar
o hífen, ficando “superinteressante”.
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Inter-regional → quando o prefixo termina com uma consoante, e a palavra seguinte


começa com uma consoante igual, separa-se o prefixo da palavra base e emprega-se o hífen.

Obs.: é diferente quando a intenção é unir super + mercado, porque o prefixo termina com
uma consoante e a palavra seguinte começa com consoante diferente, então pode-
-se unir, resultando em “supermercado”.

Obs.2: cuidado! Não confunda “inter-regional” com “anti-rábica”, porque no primeiro caso é
um prefixo terminado em consoante com uma palavra base iniciada por uma conso-
ante idêntica; enquanto que no segundo caso é um prefixo terminado em vogal e a
palavra base iniciada com consoante, então o prefixo tem uma realidade diferente.
O resultado da primeira é então “inter-regional”; mas se for juntar anti + rábica fica
“antirábica”, e sabe-se que uma letra R sozinha dentro de uma palavra e entre duas
vogais tem som diferente. A solução do novo acordo ortográfico para essa realidade
foi dobrar o R, tornando-se “antirrábica”. De maneira semelhante, quando há um pre-
fixo terminado em vogal e uma palavra base iniciada com S, como em “minissaia”,
em que o S foi dobrado, porque além de observar se a palavra ficará estranha no
ponto de vista visual, é também necessário observar a sonoridade, por isso que o R
e o S foram dobrados nesses casos.
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Sub-raça → quando se junta “subraça”, apesar de haver consoantes diferentes, elas não
podem ser unidas, porque o B com o R formam uma nova sonoridade, o que prejudicaria a
escrita da palavra, então neste caso usa-se o hífen.

(1) Sub-humano (ou subumano) → aplica-se a regra 1, onde há um prefixo seguido de


uma palavra iniciada por H, e o hífen será empregado. Mas o novo acordo trouxe como pos-
sibilidade o uso da forma “subumano” em que se exclui o H e unem-se as duas palavras. As
duas formas são válidas, a pronúncia é a mesma, pois esse acordo não é fonético, e sim orto-
gráfico, ou seja, muda apenas a forma de escrita e não de fala, deve-se ler as duas formas
da mesma maneira.
A mesma regra de “sub-raça” vale para os princípios terminados em som nasal, toda vez
que houver um prefixo terminado em som nasal, usa-se o hífen, terminado em som de M ou
som de N, seguido de vogal ou de consoante, sempre usa-se o hífen.
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Exemplos: pan-americano, circum-meridiano.

Regra 4
Prefixos que sempre exigem hífen (ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice;
independentemente do que vier na palavra base):
Exemplos: pré-história, vice-presidente, ex-namorado.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Elias Santana.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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