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LÍNGUA PORTUGUESA

Ortografia – Hífen II
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ORTOGRAFIA – HÍFEN II

Dando continuidade ao estudo do hífen, no bloco anterior foi estudado sobre o uso do
hífen entre prefixo e palavra base. Agora será trabalhada a ideia do uso do hífen na formação
de palavras compostas, se houver duas palavras livres que resolvem se unir para formar um
terceiro significado.

USO DO HÍFEN

Hífen entre palavras

Sexta-feira → “sexta” é um numeral que indica a sexta posição e “feira” é um substantivo.


A palavra “sexta” pode ser usada separadamente, como na frase “ela correu bastante, mas
foi apenas a sexta colocada na competição”, ou seja, fez-se uso de um numeral que indica
ordem; assim como a palavra “feira” pode ser usada em “fui à feira e comprei batatas”. Mas
existe a opção de juntar essas duas palavras, e ao fazê-lo perde-se tanto a ideia do numeral
quanto a ideia da feira, e passa a haver um sentido novo, o sentido de dia da semana.

Mesa-redonda → “mesa” é um substantivo, e a palavra “redonda” é um adjetivo. Na frase


“a mesa está posta”, imagina-se uma mesa com alimentos sobre ela; na frase “a bola está
pouco redonda”, imagina-se a forma da bola. Mas em “mesa-redonda” com hífen é composto
um novo significado, que não é nem o significado de mesa nem o de algo arredondado, pois
mesa-redonda significa um debate. Tanto é que se emprega, em circunstâncias diferentes,
com hífen ou sem hífen.
Por exemplo:
• Eu comprei uma mesa redonda.
• Eu participei de uma mesa-redonda.
No primeiro caso usa-se o sentido literal, o objeto mesa e tem o formato redondo. No
segundo caso, o significado não foi a participação em um objeto com formato arredondado,
e sim de um debate. Observe que é composto um outro significado por duas palavras que
se juntam.
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Criado-mudo → “criado” é um substantivo da Língua Portuguesa e “mudo” é uma carac-


terística do criado, mas quando se coloca o hífen se tem uma nova significação, que é um
móvel que fica próximo à cama.

Beija-flor → “beija” é um verbo e “flor” é um objeto, mas quando se juntam há o sentido


de um passarinho.

Casca-grossa → “casca” é aquilo que reveste, por exemplo, uma árvore e “grossa” é a
característica dessa casca; mas quando se juntam significa alguém durão e resistente.

Ferro-velho → quando se fala em “ferro” imagina-se um material, e “velho” é uma caracte-


rística, mas “ferro-velho” já significa um estabelecimento comercial em que se vendem coisas
já bastante usadas.
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Obs.: É daí que surge a ideia de se usar o hífen entre palavras, quando se junta palavras
para criar um outro significado, um terceiro significado, formando um substantivo
composto.

Palavras compostas em que os integrantes da composição possuam:


a. sílaba tônica própria (repare nas palavras acima como “sexta”, “feira”, “mesa” e
“redonda”, em que cada uma tem sua sílaba tônica própria);
b. unidade de significado (as duas palavras juntas formam um terceiro significado); e
c. ausência de conectivo (preposição).

Obs.: Então, se houver essas três características, usa-se o hífen.

Ex.: sexta-feira, mesa-redonda, criado-mudo, beija-flor, casca-grossa, ferro-velho (o que


vale aqui não é a regra estudada nos prefixos, o que se observa nesse tipo de contexto é
justamente as alternativas a, b e c anteriores).
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Acréscimos do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa:


A.O.! Não se usa mais o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição:
girassol, mandachuva (chefe/líder), pontapé (início), paraquedas (mochila que se coloca ao
pular de determinada altura).

Obs.: Não só é uma inovação do novo acordo ortográfico, como também é algo subjetivo,
porque essa noção de composição varia a depender da pessoa e do período em que
essa nasceu. Por exemplo, a palavra “girassol”, que já era sem hífen antes do novo
acordo ortográfico, já te faz pensar na flor, e não algo que gira em torno do sol (pois a
flor acompanha o sol desde o nascer até o se pôr), então perde-se a noção de com-
posição, ou seja, a palavra “girassol” já existe como sinônimo da flor. Isso vale para
algumas outras palavras que o novo acordo ortográfico retirou o hífen.

A.O.! Não se usa hífen em palavras dotadas de elemento de ligação (preposição): azeite
de dendê, água de coco, dia a dia, calcanhar de Aquiles, pão de ló, fim de semana, corpo a
corpo, mão de obra (justamente por isso não se usa mais o hífen quando há um substantivo
composto dotado de preposição).
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Exceção (apesar da presença da preposição, essas palavras foram mantidas com o
hífen): água-de-colônia, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, gotad’água, além de
nomes de espécies botânicas (nomes de plantas) ou zoológicas (nomes de animal): gato-do-
-mato, andorinha-de-rabo-branco, cravo-da-índia, dente-de-leão.
Será falado agora sobre alguns outros casos de uso do hífen que são mais particulares,
também seguindo a relação de duas palavras de sentido completo e que já possuem uma
significação prévia, mas que irão seguir algumas regras especiais.

Uso do hífen – MAL/BEM


MAL: emprega-se o hífen quando a palavra a seguir (do mal e do bem) for iniciada por
vogal, H ou L.
Ex.: mal-estar; mal-humorado; mal-limpo; malcriação; malcheiroso (nesses dois casos
pode-se unir).

Obs.: Porque se for vogal, ao unir haverá “malestar”, então para evitar essa leitura empre-
ga-se o hífen. No caso do H, a letra L e o H geram um dígrafo, que teria o som de
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“lh”; e quando houver o L ficam 2 Ls, semelhante ao comportamento que havia nos
prefixos. Mas se não for vogal, H ou L, pode-se unir.

BEM: emprega-se (sempre) o hífen quando a palavra a seguir for iniciada por A, E, I, O,
U, B, C, D, F, H, M, N, P, Q, S, T, V (todas as vogais e todas as consoantes).
Ex.: bem-aventurado, bem-estar, bem-vindo, bem-casado, bem-nascido.
CUIDADO: benfazer, benquerer e bendizer (exceções, pois são exemplos em que estão
empregados verbos no infinitivo).

Obs.: Existe “benfazer” com hífen e com M, “benquerer” com hífen e com M, e “bendizer”
com hífen e com M, mas essas formas são alternativas, sendo facultativo.
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Uso do hífen – NÃO/QUASE


Sempre dispensam o hífen.
Ex.: quase crime, quase nada, não cumprimento, não engajado.
Foi-lhe mostrado tudo o que você precisava saber sobre o uso do hífen, desde a parte dos
prefixos até a parte dos substantivos compostos. A parte dos prefixos é bem mais cobrada
em provas do que a parte dos substantivos compostos, e o ideal é que você estude todo esse
assunto. Mas o tópico da ortografia bem mais importante é o da acentuação. É preciso ficar
atento(a) ao seu edital para ver se este deixa explícito o uso ou não do hífen.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada ministrada pelo professor Elias Santana.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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