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VISA ─ CONSULTORES DE GEOLOGIA APLICADA E ENGENHARIA DO AMBIENTE, S.A.

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REFORMULADO
SANTARÉM

Novembro de 2007
RESUMO NÃO TÉCNICO
PÉ DA PEDREIRA - ALCANEDE
“VALE DA RELVINHA”
DO PROJECTO DA PEDREIRA
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DA PEDREIRA
“VALE DA RELVINHA”

1. INTRODUÇÃO
O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Projecto da Pedreira de Calcário Ornamental “Vale da
Relvinha”, em fase de projecto de execução, foi elaborado pela firma Visa - Consultores de Geologia
Aplicada e Engenharia do Ambiente, S.A., sob solicitação da empresa PEDRAMOCA - Sociedade
Extractiva de Pedra, Lda. (adiante designada por PEDRAMOCA).

Esta empresa integra-se num grupo que abrange a extracção de calcários ornamentais, o que é
efectuado pela PEDRAMOCA, e a transformação e comércio de rocha ornamental, a cargo da MOCAPOR -
Comércio e Indústria de Mármores, Lda. Este grupo de empresas actua numa lógica de produção
vertical, complementando-se. Destaca-se, adicionalmente, que a MOCAPOR, detém duas unidades de
transformação, uma em Pé da Pedreira, Alcanede, e outra perto de Vila Viçosa (MOCAPOR SUL).

A tipologia do projecto que se pretende implementar enquadra-se no nº 2 do Anexo II do Decreto-Lei


n.º 69/2000, de 3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro, uma vez que se
trata do licenciamento de uma nova pedreira com 3,6 ha num local onde já existem outras pedreiras num
raio de 1 km. Acresce que a área em estudo se localiza no interior do Parque Natural das Serras de Aire
e Candeeiros (PNSAC) e no Sítio “Serras de Aire e Candeeiros”, proposto para integrar a Rede Natura
2000, o que, segundo a alínea a) do n.º 2 do Anexo II do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, alterado
pelo Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro, configura por si só a necessidade de sujeitar a
procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) o projecto de licenciamento da pedreira “Vale da
Relvinha”.

A autoridade de AIA é a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale


do Tejo (CCDR-LVT), nos termos da alínea b), do ponto 1, do Artigo 7º, do Decreto-Lei n.º 69/2000, de
3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro. A entidade licenciadora do projecto
é a Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Ministério da Economia e Inovação, nos termos
da alínea b), do n.º 2, do artigo 2º do Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro.

No EIA elaborado, do qual este documento constitui o Resumo Não Técnico, são avaliados os impactes
induzidos pela implementação do projecto da pedreira “Vale da Relvinha”.

Os trabalhos de suporte deste EIA decorreram entre Novembro de 2005 e Janeiro de 2007.

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2. ANTECEDENTES E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO


O objectivo do Projecto da Pedreira “Vale da Relvinha” é o licenciamento de uma pedreira de calcário
ornamental cumprindo as áreas para quais foi dada viabilidade em parecer emitido pelo Parque Natural
das Serras de Aire e Candeeiros.

Em Setembro de 2005, o Parque deu um parecer negativo para a implementação desta pedreira na área
classificada como “Conservação da Natureza” reservando a emissão de parecer favorável para a
restante zona, após a elaboração do projecto e respectiva análise em sede de Avaliação de Impacte
Ambiental. Assim, previamente à elaboração do presente EIA foi entregue às entidades competentes
uma Proposta de Definição do Âmbito (PDA) que foi aprovada em Março de 2006.

Face ao parecer elaborado pelo PNSAC, optou-se por desenvolver todo o Plano de Pedreira de forma a
garantir a protecção da área classificada como “Conservação da Natureza”, através da criação de uma
área tampão de cerda de 10 m relativamente ao limite estabelecido no Plano de Ordenamento do Parque
(Figura 1)

No Plano de Pedreira agora apresentado foram, ainda, integradas as condicionantes decorrentes do


facto de o local estar integrado na Rede Nacional de Áreas Protegidas (Parque Natural das Serras de
Aire e Candeeiros) e na Rede Comunitária Natura 2000 (Zona Especial de Conservação das Serras de
Aire e Candeeiros).

A elaboração do Plano de Pedreira, que decorreu em simultâneo com a execução do EIA, tem por
objectivo principal garantir a compatibilidade da exploração de calcário com as necessidades de
protecção ambiental e de conservação das espécies e dos habitats naturais.

A PEDRAMOCA centra a sua actividade na exploração e comercialização de calcário ornamental,


abastecendo a indústria de construção civil a nível nacional e mesmo internacional, sendo de destacar
que, para o tipo de pedra que se pretende explorar nesta pedreira (moca creme de grão fino), o principal
mercado é a China.

Tendo presente a necessidade de assegurar reservas que permitam a continuidade da empresa, a


PEDRAMOCA, investiu na aquisição dos terrenos onde se pretende implantar a pedreira “Vale da
Relvinha”, nos quais existem calcários com elevada aptidão ornamental. O licenciamento desta pedreira
justifica-se pelas seguintes razões:

•existem reservas com algumas limitações nas actuais pedreiras pertencentes à PEDRAMOCA, o que
pode trazer problemas de estabilidade financeira à empresa a médio prazo;
•nesta zona ocorrem reservas significativas de um tipo muito específico de calcário ornamental, o
moca creme de grão fino, com grande apetência para uso na construção civil e crescentes
solicitações dos mercados internacionais;

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ÁREA INTERVENCIONADA NO PASSADO (por outra empresa)

ÁREA A EXPLORAR

ESCOMBREIRA TEMPORÁRIA

ZONA DE PARGAS

FUTURA ÁREA DE DEPÓSITO DE BLOCOS

FUTURA ÁREA DAS INSTALAÇÕES DE APOIO

ZONA DE DEFESA

OUTROS USOS

ÁREA DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

Escala Gráfica
0 250 500 m

Figura 1– Zonamento da área da pedreira

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•a crescente escassez de reservas de calcários ornamentais em condições exploráveis, devido à


dependência de terceiros ou às inúmeras condicionantes de ordenamento;
• o calcário ornamental é um produto de exportação, com potencial de crescimento elevado, pelo que
a sua exploração racional e enquadrada nos requisitos legais existentes, poderá contribuir de alguma
forma para o desenvolvimento da economia do país.

3. LOCALIZAÇÃO
O local onde se pretende implantar a pedreira “Vale da Relvinha”, localiza-se em Vale da Relvinha, Pé da
Pedreira, freguesia de Alcanede, concelho de Santarém (Figura 2). Fica localizada a cerca de 2 200 m,
para Norte, da povoação de Pé da Pedreira e a cerca de 2 100 m, para Este da povoação de Valverde.

4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA


A área de intervenção do projecto é constituída por uma morfologia de pendores pouco acentuados, não
intersectando linhas de água relevantes.

A área do projecto encontra-se ocupada, predominantemente, por espécies arbustivas e pequenas


manchas arbóreas, constituídas por azinheiras, pinheiros bravos, carvalhos cerquinhos e eucaliptos.
Uma pequena zona, no topo norte da área em estudo, já foi explorada para a extracção de pedra
ornamental, sendo patente que o seu abandono já se deu há bastante tempo uma vez que a rocha se
encontra muito oxidada.

A área da propriedade confronta com várias explorações de rocha ornamental, todas elas com lavra
activa.

Segundo a Carta de Ordenamento do Plano Director Municipal (PDM) de Santarém, ratificado pela
Resolução do Conselho de Ministros n.º 111/95, de 24 Outubro, alterada pela Resolução do Conselho de
Ministros nº123/97, de 26 de Julho, e pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2004 de 04 de
Março, a área de intervenção do Projecto encontra-se integrada em “Espaço para Indústria Extractiva”.
Segundo a Carta de Condicionantes a área encontra-se classificada como Reserva Ecológica Nacional
(REN).

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Figura 2 - Localização da área a licenciar para a pedreira “Vale da Relvinha”

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A área de intervenção do projecto encontra-se inserida no Sistema Nacional de Áreas Protegidas, no


Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e no Sítio “Serras de Aire e Candeeiros”, proposto pelo
Estado Português para integração na Rede Natura 2000 (Figura 3).

O Parque Natural Serra de Aire e Candeeiros (PNSAC), criado através do Decreto-Lei nº 18/79, de 4 de
Maio, tem como objectivos primordiais a protecção dos valores naturais existentes na área e a defesa do
património arquitectónico e cultural ali presente. De acordo o Plano de Ordenamento do PNSAC,
aprovado pela Portaria nº 21/88, de 12 de Janeiro, a área de intervenção do projecto localiza-se num
espaço definido como “Zona de Silvicultura e Silvo-pastorícia”.

A área de intervenção do Projecto encontra-se também inserida no Sítio “Serras de Aires e Candeeiros”,
proposto pelo Estado Português para integrar a Rede Natura 2000, Neste âmbito o licenciamento de
qualquer projecto encontra-se condicionado às regras definidas pela União Europeia, através das
Directivas “Habitats” (Directiva 92/42/CEE do Conselho, de 21 de Maio de 1992) e “Aves” (Directiva
79/409/CEE do Conselho, de 20 de Abril de 1979). A Rede Natura 2000 constitui a base mais importante
das políticas da União Europeia em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade.

Quando se encontrar completamente aprovada pela União Europeia, a Rede Natura 2000 constituirá uma
rede europeia de áreas de conservação da natureza estabelecida sob a alçada das Directivas “Aves “ e
“Habitats”, sendo que o seu objectivo é assegurar a sobrevivência, a longo prazo, das espécies e
habitats mais valiosos da Europa. A transposição para a legislação portuguesa destas duas Directivas foi
efectuada através do Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei nº 49/2005, de 24
de Fevereiro, uma vez que se considerou que “a regulamentação num único diploma das disposições
emergentes das Directivas Aves e Habitats permitirá alcançar os objectivos enunciados, de um modo
simples, eficaz e administrativamente racional.”

No caso concreto da área em estudo, o Sítio “Serras de Aires e Candeeiros” (PTCON0015) foi aprovado
pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 76/2000, de 5 de Julho (2ª Fase), e abrange uma área total
de 44 226 ha. Este sítio foi criado para proteger as comunidades representativas da vegetação presente
em áreas de calcário, do qual se destacam as comunidades de orquídeas e os carvalhos.

Quanto aos seus valores em termos de espécies animais, destaca-se a grande importância que
apresenta pelo facto de abranger algumas grutas onde ocorre grande parte das populações de morcego
de ferradura mediterrânico, de morcego-de-peluche e de morcego lanudo, espécies ameaçadas.
Salienta-se, também, a ocorrência de uma população importante e muito característica de gralha de bico
vermelho, que apresenta a particularidade de possuir hábitos de nidificação cavernícola.

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Figura 3- Inserção da pedreira “Vale da Relvinha” relativamente ao PNSAC e ao Sítio “Serras de Aire e
Candeeiros”

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5. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
O projecto (ou Plano de Pedreira) da pedreira “Vale da Relvinha” foi elaborado de acordo com o Decreto-
Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, pelo que integra vários documentos, entre os quais se destacam o
Plano de Lavra e o Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística.

O projecto que se pretende desenvolver consiste, especificamente, na implantação de uma exploração


de calcário ornamental. A exploração do maciço na área intervenção será precedida por um conjunto de
operações preparatórias da lavra com vista a serem garantidos os parâmetros de segurança, de
economia, de bom aproveitamento do recurso e de protecção ambiental.

A primeira dessas operações é a desmatagem sendo a sequência temporal da retirada do coberto


vegetal articulada com o avanço da lavra e com a subsequente recuperação paisagística.

De seguida procede-se à decapagem (remoção da terra vegetal), efectuada com recurso a uma pá
carregadora, funcionando com o balde (pá) em posição rasante ao solo. O solo resultante da decapagem
será guardado num depósito denominado parga, e estas terras serão, posteriormente reutilizadas na
recuperação paisagística da pedreira.

O desmonte do recurso mineral será realizado do seguinte modo (Figura 4): primeiramente procede-se à
perfuração vertical e horizontal, nos limites do bloco a extrair, de forma a passar o fio diamantado que
procederá ao corte das faces laterais (verticais). No corte horizontal da base do bloco (corte de levante)
e da face de tardoz (vertical), será utilizada uma roçadora de cadeia diamantada. O corte das faces
laterais realiza-se através de uma máquina de fio diamantado.

As operações principais da actividade desta pedreira são o corte do calcário, o derrube das talhadas
individualizadas, o esquartejamento da talhada desmontada em blocos transportáveis, a remoção dos
blocos vendáveis para o parque de blocos e dos estéreis para a escombreira. Relativamente aos blocos
irregulares, será efectuada a operação de esquadriamento, no fundo da pedreira (com recurso a martelos
pneumáticos ou máquinas de fio diamantado) ou à superfície (com recurso a monolâminas ou monofio).

O total de reservas exploráveis existentes na pedreira “Vale da Relvinha” rondam os 151 200 m3 o que
irá originar cerca de 378 000 m3 de material vendável e 226 800 m3 de estéreis. Com base no total de
reservas úteis existentes e atendendo à produção anual prevista (6 000 m3), é possível estimar o tempo
de vida útil da pedreira em cerca de 25 anos.

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2 Legenda:
1- Perfuração (perfuradora)
2- Corte (fio diamantado ou roçadora)
3- Derrube (almofadas hidráulicas e outros)
4- Esquadrejamento (fio diamantado e martelos)
5- Esquadriamento (monolâmina ou monofio)

Figura 4 - Ilustração das operações que compõem o método de desmonte da rocha.

Nesta pedreira, não é possível estabelecer um faseamento preciso para a definição da configuração final
em cada zona, correspondente à sua libertação para recuperação paisagística. Apesar disso, e é
possível delinear um faseamento orientativo assente em duas fases:

Fase 1 - Exploração do calcário na zona Sul da área a licenciar (área de corta Sul) com
aprofundamento até à cota 365 m e finalização da lavra nesta zona;

Fase 2 – Exploração do calcário na zona Norte da área a licenciar (área de corta Norte) com
aprofundamento até à cota 375 m e finalização da Lavra;

A exploração da pedreira será desenvolvida de forma a compatibilizar-se a lavra com a recuperação


paisagística permitindo que estas possam evoluir paralelamente, minimizando, em cada momento, a área
a afectar à lavra.

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A estratégia de base para uma correcta recuperação paisagística é a de possuir uma zona de exploração
atrás da qual existe uma zona a ser aterrada e outra em que o aterro possui a configuração próxima da
final.

Na Figura 5 mostra-se como a exploração e a recuperação paisagística poderão avançar em simultâneo


e de forma articulada.

ZONA A ZONA EM ZONA EM ZONA


EXPLORAR EXPLORAÇÃO RECUPERAÇÃO RECUPERADA

Figura 5 – Metodologia preconizada para a lavra/recuperação.

As intervenções de recuperação paisagística terão início após a desactivação da correspondente fase da


lavra. As operações associadas à recuperação passarão pela modelação final do terreno, espalhamento
da terra viva, sementeira e plantação das espécies adaptadas à região. A última fas, corresponde à
recuperação final de toda a área intervencionada, incluindo as zonas ocupadas com as instalações de
apoio à pedreira, após o seu desmantelamento.

O objectivo final da recuperação paisagística é a integração da área intervencionada pela pedreira na


envolvente. Dentro dos principais objectivos a atingir com o Plano Ambiental e de Recuperação
Paisagística destaca-se:

• Garantir que não existe qualquer tipo de afectação da área classificada como “Conservação da
Natureza” pelo Plano de Ordenamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
(PO-PNSAC);

• Integrar a área intervencionada pela pedreira nos planos de ordenamento com vigência sobre o
local, que vocacionam a área para uso silvo-pastoril;

• Atenuar a emissão de poeiras e ruídos para a envolvência;

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• Minimizar a curto / médio prazo o impacte visual e paisagístico relacionado com a exploração da
pedreira e respectivas infra-estruturas associadas;

• Assegurar a total reposição do coberto vegetal nas áreas intervencionadas;

• Assegurar o baixo custo de manutenção da vegetação estabelecida, garantindo, desta forma, a


permanência de uma paisagem equilibrada;

• Garantir acondução, em tempo útil, do sistema resultante da recuperação a um novo equilíbrio.

Atendendo à produção anual, aos trabalhos de exploração e de recuperação paisagística estima-se que,
após os 25 anos de exploração da pedreira, será necessário deixar passar mais dois para assegurar que
toda a área intervencionada foi efectivamente recuperada. Assim, todos os trabalhos associados à
pedreira estarão finalizados em 27 anos.

A implementação da pedreira “Vale da Relvinha” irá criar cerca 5 postos de trabalho directos, recebendo
os trabalhadores formação específica para as actividades que irão desenvolver. O horário de laboração
terá a duração de 40 horas semanais, restritas aos dias úteis e ao período diurno, estendendo-se a sua
actividade por todo o ano.

6. PREVISÃO DE IMPACTES E MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO


O objectivo deste EIA consistiu na identificação, previsão e avaliação dos impactes associados ao
projecto da pedreira “Vale da Relvinha”, face à situação de referência, considerada como a que
actualmente existe no local de implantação do projecto.

Neste EIA são analisadas apenas duas alternativas:

ƒ A implementação deste Projecto – Para este cenário, fez-se a previsão e a avaliação dos impactes
que serão gerados com a eventual aprovação e implementação do projecto, face à situação de
referência previamente caracterizada. Assim, considerando a tipologia de projecto em análise e as
características da localização proposta, admite-se que os impactes negativos gerados pela laboração da
pedreira irão incidir sobre algumas vertentes do ambiente biofísico, concentrando-se os impactes
positivos sobre aspectos de natureza sócio-económica.

ƒ A não implementação deste Projecto – Neste contexto podem-se perspectivar duas opções, em
função da estratégia a definir pela PEDRAMOCA.

- a implementação de um outro projecto de pedreira na envolvente próxima da pedreira “Vale da


Relvinha”, onde ocorra o recurso mineral;

- o encerramento da actividade extractiva. Esta opção terá graves consequências a nível local, pela
consequente perda de postos de trabalho e de um importante pólo de dinamização económica
regional, dada a importância crucial que esta indústria apresenta como fonte de rendimento e

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trabalho no concelho associado ao facto de esta ser uma importante fornecedora de matéria prima
para a construção civil.

A área de intervenção do projecto foi caracterizada através do estudo de todas as componentes


ambientais potencialmente afectadas, abrangendo aspectos biofísicos, sócio-económicos, patrimoniais,
de planeamento e qualidade do ambiente. As componentes estudadas foram: o clima, a geologia e
geomorfologia, os recursos hídricos superficiais, os recursos hídricos subterrâneos, a qualidade das
águas superficiais e subterrâneas, os solos e a ocupação actual dos solos, a ecologia (dividida em flora e
vegetação e fauna e biótopos), a qualidade do ar, o ambiente sonoro, a paisagem, a sócio-economia, o
ordenamento do território e o património arqueológico e arquitectónico.

Em função dos impactes negativos previstos, para cada uma das componentes ambientais estudadas, o
EIA considerou medidas de minimização específicas.

Relativamente ao clima, não se prevê que as actividades da pedreira venham a ter impactes. No entanto
verificou-se que algumas características climáticas, por exemplo os ventos e a chuva, poderão influenciar
a dispersão de poeiras.

Relativamente à geologia, não existem quaisquer aspectos de interesse particular que importem
preservar, pelo que não existem quaisquer impactes gerados pelo projecto.

Em relação à geomorfologia, o impacte directo e negativo que resulta da modificação do relevo, é


permanente e irreversível, uma vez que os estéreis não são suficientes para repor a topografia inicial. As
operações de recuperação paisagística serão simultâneas à exploração, pelo que existirão apenas
depósitos temporários de estéreis e de terra vegetal. Nestas condições, conclui-se que os impactes,
sendo negativos, serão pouco importantes e temporários.

Relativamente aos recursos hídricos subterrâneos não se prevê a ocorrência de impactes resultantes
da escavação do maciço calcário, uma vez que o projecto não irá interceptar qualquer lençol freático
existente na região.

Ao nível dos recursos hídricos superficiais, não se prevê que haja qualquer impacte; dada a
permeabilidade das formações calcárias, verifica-se que não existem linhas de água com água na área
de intervenção da pedreira ou sua envolvente próxima, mesmo em épocas chuvosas. Na fase de
desactivação, e na impossibilidade da reposição das cotas originais do terreno, o projecto prevê a
instalação de sistemas de drenagem que encaminham as águas para as linhas de escorrência natural e a
implantação de vegetação, pelo que cessará qualquer tipo de afectação que eventualmente se possa
verificar.

Relativamente à qualidade das águas subterrâneas, os principais impactes negativos poderão ser
devidos a alguma descarga acidental de esgotos das instalações sociais, ou no caso de se verterem
acidentalmente óleos ou combustíveis, que poderiam afectar as águas subterrâneas. Perante uma
eventual situação de acidente, o impacte na qualidade das águas será negativo e muito importante, se
não forem tomadas medidas imediatas de controlo.

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A qualidade das águas superficiais poderá ser afectada pelas actividades extractivas devido ao
arrastamento ou deposição de partículas de poeiras ou por descarga acidental de óleos e lubrificantes
utilizados nas máquinas e veículos utilizados na exploração e transporte dos calcários. O impacte
resultante, ao nível da qualidade da água, por partículas de poeiras é considerado pouco importante,
uma vez que não existem linhas de água de carácter permanente que as transportem. A descarga de
óleos e lubrificantes na água ou no solo poderá resultar de uma situação acidental, num curto espaço de
tempo e de âmbito muito localizado, pelo que o impacte resultante, embora negativo, é considerado
pouco importante.

Os solos presentes na área de intervenção da pedreira são, essencialmente, solos calcários e


apresentam bastantes limitações para a utilização agrícola. A área de intervenção encontra-se
actualmente ocupada por matos e árvores dispersas, sendo notório que a utilização agrícola desta área
foi abandonada há muito tempo. O Plano de Pedreira prevê a retirada das terras de cobertura, mais
férteis, o seu armazenamento, tratamento e posterior colocação nas zonas a recuperar. Deste modo,
independentemente da capacidade produtiva que os solos em causa apresentam, considera-se que os
impactes associados ao projecto serão pouco importantes, uma vez que os solos aqui presentes serão
preservados.

Quanto à qualidade do ar, destaca-se que este tipo de actividade implica, acima de tudo, a produção de
poeiras. No entanto, não existem, na envolvente da pedreira, casas ou áreas industriais que possam vir a
ser afectados por estas poeiras. O controlo das poeiras por aspersão de água, especialmente nos
acessos não asfaltados, contribuirá para uma importante redução da quantidade de poeiras no ar.
Realizando-se a aspersão de água, não são de esperar situações em que a quantidade de poeiras no ar
atinjam níveis superiores ao legislado, pelo que os impactes gerados embora negativos são pouco
importantes.

As principais fontes de ruído associadas à pedreira “Vale da Relvinha” devem-se, essencialmente, ao


funcionamento dos equipamentos associados à extracção do calcário ornamental. O tráfego de viaturas
pesadas, que transportam o calcário para fora da pedreira, constiturá também uma importante fonte de
ruído. Considera-se, por isso, que o projecto poderá conduzir a alterações no ambiente acústico da
envolvente. No entanto, esta alteração será pouco importante, resultando do aumento no volume de
tráfego de viaturas induzido pela exploração. Os receptores sensíveis situam-se a bsatante longe da
pedreira pelo que será pouco provável a ocorrência de situações de incomodidade devidas à sua
laboração.

No que respeita à flora e à vegetação, destaca-se que esta zona esteja incluída no Parque Natural das
Serras de Aire e Candeeiros e no Sítio “Serras de Aire e Candeeiros”, a integrar na Rede Natura 2000,
tendo-se detectado a presença de espécies de orquídeas e habitats com alguma importância na área de
intervenção da pedreira mas cuja presença não coloca em coloca em causa a viabilidade do projecto.
Assim, como principais impactes sobre a flora e vegetação, tem-se a destruição da vegetação, devido,
sobretudo, às desmatações que antecedem a escavação, à abertura de caminhos, à melhoria de
acessos e às movimentações de terras, bem como a degradação da vegetação, pelo aumento das
poeiras na envolvente à pedreira. Nos dois casos, os impactes são considerados negativos mas
minimizáveis pela implementação faseada do PARP e das medidas de minimização na exploração.

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Relativamente à fauna, a área em estudo apresenta um valor moderado, no que respeita à presença de
fauna selvagem. Dado que o valor desta área para as espécies animais é relativamente reduzido, e
considerando que existem diversas pedreiras em exploração na envolvente, não se prevê a existência de
impactes muito importantes. A implementação da pedreira implicará uma série de acções que terão
consequências directas e indirectas sobre os animais, mas que terão pouca importância dado que não se
prevê a afectação de espécies ameaçadas. Estas acções dizem respeito, por um lado, à retirada
completa do coberto vegetal na área de escavação, à compactação de solos e às movimentações de
terra e, por outro lado, ao aumento da perturbação (ruído, perturbação visual resultante da presença
pessoal e funcionamento de maquinaria e a utilização de explosivos).

Com vista à avaliação da afectação da paisagem, avaliaram-se os impactes visuais resultantes da


exploração da pedreira. Assim, face às características do relevo e da ocupação do território na
envolvente à área da pedreira, não se prevê que exista uma afectação significativa das povoações ou
vias de comunicação aqui presentes. Com a implementação do PARP, a visibilidade da pedreira será
mais atenuada, pelo que se concluiu que os impactes sobre a paisagem são globalmente negativos,
embora pouco importantes, temporários e reversíveis porque o projecto inclui a recuperação paisagística
faseada das áreas exploradas, isto é, à medida que as cotas finais da exploração vão sendo atingidas é
reposto um coberto vegetal com características semelhantes ao da envolvência.

A avaliação dos impactes de um projecto associado à indústria extractiva, sobre o descritor da sócio-
economia, é a que apresenta maior complexidade. De facto, a determinação da sua importância não se
pode aferir simplesmente pelos empregos directos que cria ou pelo seu volume de facturação, dada a
importância que assume para a viabilidade de toda uma fileira industrial que abastece, em especial para
o sector da Construção Civil e Obras Públicas. É sobre a sócio-economia que irão incidir os impactes
positivos mais importantes, quer localmente quer a um nível mais abrangente.

Destaca-se que o calcário extraído nesta zona, uma variedade ornamental de Mocacreme e Relvinha, é
alvo de grandes solicitações do mercado nacional e mesmo internacional, sendo alvo de exportações
significativas para a China. Em resumo, os impactes do projecto são, na sua generalidade positivos,
sendo muito importantes à escala regional e local, pois garantirão a manutenção de emprego directo e,
igualmente, muito relevantes ao nível da manutenção e criação de emprego indirecto, contribuindo de
forma importante para a diversificação do tecido económico local, regional e mesmo nacional.

Relativamente ao património arqueológico e construído, no decurso dos trabalhos de campo


efectuados não se detectaram sítios com interesse arqueológico. Assim, não foram identificados
impactes negativos decorrentes da implementação do projecto. No entanto, e como medida de
minimização geral, recomenda-se a execução de acompanhamento arqueológico para todas as
operações que envolvam o revolvimento da camada superior do solo.

No que respeita ao ordenamento do território, área em estudo localiza-se no Sítio “Serras de Aires e
Candeeiros”, proposto para integrar a Rede Natura 2000 e no Parque Natural das Serras de Aires e
Candeeiros (PNSAC). De acordo com o Plano de Ordenamento do PNSAC a área de intervenção
localiza-se num espaço definido como zona de “Zona de Silvicultura e Silvo-pastorícia”. Sendo e destacar
que, no interior desta classe de espaço e na envolvente próxima pedreira “Vale da Relvinha”, existem
várias pedreiras licenciadas.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DA PEDREIRA
“VALE DA RELVINHA”

Segundo o regulamento do Plano Director Municipal (PDM) de Santarém, ratificado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 111/95, de 24 Outubro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros
nº123/97, de 26 de Julho, e pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2004, de 04 de Março, a
área em estudo insere-se me “Espaço para Indústria Extractiva. Assim, considera-se que o impacte
associado à implementação desta pedreira será positivo porque consubstancia aproveitamento de um
local onde a actividade extractiva está consolidada e regulamentada, cumprindo todas as regras
previstas na legislação em vigor.

No que concerne às condicionantes existentes sobre a área a ser intervencionada pelo Projecto, estas
prendem-se com o facto de esta zona se integrar na Reserva Ecológica Nacional (REN). Esta
classificação deve-se ao facto de esta zona ser uma Área de Máxima Infiltração, dadas as características
do substrato geológico subjacente (calcários). Na concepção do projecto, assegurou-se a
compatibilização da actividade extractiva com o facto desta zona se encontrar em REN, através da
inclusão de cuidados acrescidos no que respeita à gestão e manuseamento de substancias
potencialmente perigosas (combustíveis, óleos e lubrificantes usados) de forma a garantir que não
existirá qualquer perigo de contaminação dos recursos hídricos subterrâneos.

Foram ainda avaliados os impactes cumulativos, considerados como aqueles que resultam do
somatório das afectações resultantes de acções humanas passadas, presentes ou previstas para
determinada área, independentemente do facto de a entidade responsável pela acção ser pública ou
privada.

No que refere às acções na envolvente da área de implementação da pedreira “Vale da Relvinha”,


verifica-se que a ocupação do solo consiste, essencialmente, em espaços silvo-pastoris intercalados por
pedreiras. Identificaram-se cerca de 100 pedreiras activas na envolvente e, pela sua proximidade, a
EN 362 é outra infra-estrutura a considerar na avaliação de impactes cumulativos. No decurso dos
trabalhos efectuados não se identificaram, contudo, quaisquer projectos, infra-estruturas ou acções
previstas para a área de influência do projecto.

Quanto aos possíveis ecossistemas e populações previsivelmente afectados, considera-se o facto do


projecto se localizar no Parque Natural Serras de Aire e Candeeiros e no Sítio proposto para integrar a
Rede Natura 2000, denominado “Serras de Aire e Candeeiros”. É ainda de mencionar que o Projecto se
localiza a 2 200 m da povoação de Pé da Pedreira e a 2 100 m de Valverde.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DA PEDREIRA
“VALE DA RELVINHA”

Considerando os projectos, infra-estruturas e acções, existentes e previstas, para a área de influência do


projecto, e sua actuação em conjunto, avaliou-se quais destes efeitos poderiam ser importantes para os
recursos, os ecossistemas e a população potencialmente afectada. Foram assim analisados os impactes
cumulativos relativos aos descritores Qualidade do Ar, Ambiente Sonoro, Ecologia, Paisagem e Sócio-
Economia e tendo-se verificado que:

• Na Qualidade do Ar, não deverão ocorrer níveis de poeiras superiores aos limites legais, uma vez que
o projecto considera a rega dos caminhos na época mais seca.

• Quanto ao Ruído conclui-se que poderá ocorrer um aumento nos níveis de ruído sem que sejam
excedidos os limites legais em vigor.

• No que respeita à Ecologia, e dada a existência de um grande número de pedreiras envolvente, os


impactes cumulativos esperados sobre a flora e vegetação são importantes mas com pouca
expressão pois trata-se de uma pequena área que pouco acrescenta à destruição de habitats
verificada actualmente nas Serras de Aire e Candeeiros.

• Os impactes sobre Paisagem estão associados à fase de exploração das diversas pedreiras
existentes na envolvente, considerando-se, por isso, que estes serão importantes mas, na sua quase
totalidade temporários, uma vez que se assume que, de acordo com a legislação em vigor, em todas
elas se procederá à implementação de um Plano Ambiental e de Recuperação e Paisagística.

• No âmbito Socio-económico, esperam-se impactes relacionados com a interferência com a rede


viária, nomeadamente através do seu eventual congestionamento e da degradação do pavimento, a
que está associado um potencial aumento da perigosidade rodoviária. É de considerar ainda
libertação de poeiras e ruído, quer resultantes da laboração das pedreiras quer associado ao
transporte do calcário ornamental para o seu destino final. No entanto, considera-se que os impactes
cumulativos esperados são, de uma forma geral, pouco importantes.

Como medida compensatória da afectação da Reserva Ecológica Nacional (REN) e do Sítio “Serras de
Aire e Candeeiros”, proposta para integrar a Rede Natura 2000, a PEDRAMOCA irá proceder à
recuperação de uma pedreira abandonada na região. Esta medida será tomada após a selecção,
aprovação do local a recuperar e aceitação do Plano de Recuperação Paisagística a elaborar, por parte
das autoridades competentes, designadamente o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
(PNSAC).

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO DA PEDREIRA
“VALE DA RELVINHA”

7. PLANO DE MONITORIZAÇÃO
Este EIA inclui um plano de monitorização onde se definem os procedimentos para o controlo da
evolução das vertentes ambientais consideradas mais sensíveis na sequência da previsão de impactes, e
que inclui os seguintes descritores: Geologia e Geomorfologia, a Flora e Vegetação, os Solos, a
Qualidade do Ar, o Ambiente Sonoro, a Paisagem e o Património Arqueológico.

A implementação do plano de monitorização traduz-se na avaliação contínua da qualidade ambiental da


área de implementação do projecto, baseada na recolha sistemática de informação primária e na sua
interpretação permitindo, através da análise expedita de indicadores relevantes, estabelecer o quadro
evolutivo da situação de referência e efectuar o contraste relativamente aos objectivos pré-definidos.
Desta forma será também possível estabelecer relações entre os padrões observados e as acções
específicas do projecto, assim como encontrar as medidas de gestão ambiental mais adequadas face a
eventuais desvios que venham a ser detectados.

Prevê-se o envio periódico de relatórios de monitorização à autoridade de AIA, onde serão apresentadas
as acções desenvolvidas, os resultados obtidos e a sua interpretação e confrontação com as previsões
efectuadas no EIA.

8. CONCLUSÕES
Em síntese, podem salientar-se os seguintes aspectos:

1. De acordo com a avaliação técnica efectuada neste EIA, não é previsível que o projecto de pedreira
de calcário ornamental “Vale da Relvinha” venha a induzir impactes ambientais negativos que o
possam inviabilizar;

2. Os impactes positivos mais importantes induzidos pelo projecto ocorrem ao nível da sócio-economia
e têm expressão local, regional e mesmo nacional, uma vez que o calcário a extrair constitui um
produto de exportação.

3. A implementação das medidas de minimização preconizadas permitem reduzir os impactes


negativos, no local e ao longo do tempo de exploração, e possibilita a revitalização do espaço
afectado pela implementação faseada do Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística.

A existência desta pedreira é viável, tanto em termos técnicos como económicos. As características
únicas do calcário ornamental, a existência de um mercado com significativas potencialidades e a
vontade de prosseguir uma estratégia de melhoramento contínuo, a que se contrapõe o facto de se estar
a atingir o limite da área licenciada, justificam a implementação deste projecto no local.

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