Você está na página 1de 5

Oração a Nossa Senhora do Brasil

Pai de bondade, nesta hora importante,


confiantes fazemos esta prece por nossa Terra.
Aflige-nos a miséria material e espiritual de milhões de irmãos.

Angustia-nos ver suas justas aspirações inatendidas.


Entristece-nos a falta de grandeza ética e religiosidade,
na vida particular e no procedimento público.

Pedimos, pois, Vossa Graça, para que governantes e


governados unam suas forças em busca do bem comum.

Renovai os corações para que surjam mulheres e


homens novos, capazes de construir uma grande sociedade
cristã, enraizada no trabalho, na justiça e na austeridade.

Isso Vos pedimos pelos Sagrados Corações de Jesus e


de Maria, aqui invocados sob o título de Nossa Senhora
do Brasil, Vossa e nossa Mãe querida.

Amém.

Nossa Senhora do Brasil é um dos títulos atribuído a Maria, mãe de Jesus, cujo nome
original foi Nossa Senhora dos Divinos Corações. No Brasil, passou a ser venerada
como padroeira primeiramente em Pernambuco, na Prefeitura Apostólica dos
Missionários Capuchinhos, tendo seu altar na Igreja de Nossa Senhora da Penha, em
Recife, atualmente conhecida como Basílica de Nossa Senhora da Penha, pertencente à
Ordem dos Frades Capuchinhos, a partir daí teve seu culto se disseminado pelo resto do
país.

A padroeira
Poucas são as Nações (11) que têm o privilégio e honra de terem seu nome ligado ao de
Nossa Senhora: Nossa Senhora da Europa, da America, de Luxemburgo, da Hungria, da
Irlanda, do Líbano, da Palestina, da Arabia, da Africa, da China, do Brasil... Pois quis Ela, a
Mãe Celestial conceder à nossa Pátria um acréscimo de bondade, em relação aos
incontáveis favores espargidos sobre o Brasil.
A denominação de Madonna del Brasile surgiu informalmente entre o povo napolitano,
conhecido por sua devoção mariana há 4 séculos, na época em que a imagem entrou na
cidade de Nápoles. Devemos lembrar que a Santa Se que a denominou Nossa Senhora
do Brasil entre 1840 e 1860, quando não havia se estabelecido ainda uma relação mais
estreita entre Brasil e Itália, pois a grande imigração proveniente da região ainda não tinha
começado.
O culto a Nossa Senhora do Brasil ainda não se tornou muito conhecido no território
nacional, pela falta de conhecimento e material devocional. Fato explicado através da
Diocese de Nápoles em esconder a devoção apenas para napolitanos. Mas apesar disso,
Ela é venerada nas cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Americana, São
José do Rio Preto, Cotia e Porto Seguro - Capuchinhos, onde existem Igrejas a ela
dedicadas com replicas.
Nossa Senhora do Brasil
A história da devoção à Nossa Senhora do Brasil vem do início do século 17, com a existência
de uma imagem da Virgem Maria — considerada milagrosa entre uma missão indígena em
Pernambuco.

A escultura de 1,5m, talhada em madeira, era uma peça artística original e, sem dúvida alguma,
feita no Brasil — já que a Virgem possuía traços indígenas e o Menino era mestiço, ambos com
corações feitos em ouro e cercados por raios luminosos, representando o amor. Alguns
historiadores consideram ser do Padre José de Anchieta, um dos fundadores da cidade de São
Paulo, a inspiração para a criação da imagem. Conta uma antiga tradição que foi ele mesmo
quem encomendou a um índio artesão a confecção, durante a sua estada em Pernambuco.

A imagem teria permanecido em uma aldeia até 1630 e desaparecido no período dos ataques dos
holandeses calvinistas no Nordeste. Em 1710, foi redescoberta pelos padres da Ordem dos
Frades Capuchinhos e, em 1725, escolhida padroeira da prefeitura apostólica de Recife, com o
nome de Nossa Senhora dos Divinos Corações, tendo seu altar na igreja de Nossa Senhora da
Penha.

Na época, Frei Joaquim d’Afragola tinha muito carinho pela imagem e, secretamente, enviou-a
com todos os seus adornos para o seu convento de origem em Nápoles, na Itália. A imagem foi
entronizada em 1929 na igreja de Santo Efrém e, desde que chegou ao porto italiano, muitos
milagres foram atribuídos a ela que, por sua origem brasileira, foi saudada pelo povo como a
Madonna del Brasile e Virgem Mãe de Deus Brasileira.

A madrugada de 22 de fevereiro de 1840 tornou a santa ainda mais conhecida, ao sobreviver


ilesa a um violento incêndio na igreja. Tudo ao redor da imagem foi destruído pelo fogo e ela
manteve-se intacta. O prodígio espalhou-se pela Itália, a igreja foi reconstruída e o local tornou-
se ponto de peregrinação. Por causa dos inúmeros milagres que se multiplicavam a cada dia e ao
milagre do incêndio, o Vaticano recomendou à diocese local que coroasse a santa com o título
oficial de Nossa Senhora do Brasil. Em 1867, por conta de uma mudança no convento dos
capuchinhos, a imagem foi transferida a outra igreja de Santo Efrém, na mesma cidade.

Em 1923, Dom Frederico Benício de Souza Costa, bispo brasileiro, conheceu de perto a famosa
imagem originária do Brasil e tentou de todas as formas levá-la de volta ao país de origem, mas
sem sucesso. Anos depois, o então cardeal do Rio de Janeiro, Dom Joaquim Arcoverde, decidiu
erguer uma igreja em homenagem à Nossa Senhora do Brasil no recém-criado bairro da Urca.
Em São Paulo, Dom José da Afonseca e Silva criou, em 1940, uma paróquia também com esse
título.
Fonte consultada: Niha Botelba Megale, 112 invocações da Virgem Maria no Brasil, Editora
Vozes, Petrópolis, 1986.

História de nossa Padroeira


Vários historiadores mencionam a fervorosa veneração a Maria Santíssima, cultuada no Brasil
desde o dia do seu descobrimento.

    As primeiras imagens de Maria Santíssima que aqui chegaram, trazidas pelas caravelas
portuguesas, foram as de Nossa Senhora da Esperança e Nossa Senhora da Piedade. O Brasil
nasceu sob a proteção da Virgem Maria.

    É conhecido, também, o fato de que, no Brasil, tanto os missionários jesuítas quanto os
frades  capuchinhos (barbadinhos), desde o século XVII, eram devotos ao Coração de Maria e
ao Coração de Jesus e procuravam inspirar esta devoção no povo nativo, por cuja catequese
eram responsáveis.

Em 1725, existia na Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, no Recife, pertencente aos
frades capuchinhos, um altar com uma linda imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus nos
braços, conhecida como Nossa Senhora dos Divinos Corações.

    Por volta de 1710, esta imagem já era venerada pelos indígenas nas missões católicas
existentes no Recife. A escultura de 1,5 m, talhada em madeira, era considerada muito original
porque a virgem apresentava traços indígenas e o Menino parecia um mestiço. Ambos exibiam
seus corações, feitos em ouro e cercados por raios luminosos, como símbolo do amor. Para
vários críticos de arte, o estilo da imagem indicava que ela havia sido esculpida no Brasil, por
artistas nativos que criaram um padrão diferente do europeu. Alguns historiadores chegaram a
supor que esta imagem, na qual se notam indícios dos três grupos étnicos formadores do povo
brasileiro, teria sido inspirada, ou encomendada a algum artista nativo, pelo santo missionário
jesuíta, Padre José de Anchieta, que devotava a Maria Santíssima notável veneração filial. A
escultura teria sido venerada nas missões jesuítas do início do século XVII, antes de sua
extinção em 1633, quando foram destruídas pelos holandeses protestantes que se havia
apoderado de Pernambuco. A imagem foi, por certo, descoberta pelos missionários capuchinhos
franceses, em algum lugar remoto e abandonado, por volta de 1641. Isto explica que, em 1725,
fosse encontrada, como dito acima, na igreja da Ordem dos capuchinhos de Nossa Senhora da
Penha de Franca, no Recife, onde foi fervorosamente venerada até 1828 sob a denominação já
conhecida de Nossa Senhora dos Divinos Corações. Os adornos que a enfeitavam, oferta
daqueles que a ela recorriam, eram claros indícios da gratidão dos fiéis pelas graças obtidas
através da invocação a esta milagrosa imagem.

Esta imagem de Nossa Senhora dos Divinos Corações, proclamada pelos frades missionários
Protetora das Missões, era queridíssima tanto pelo povo do local e pelos peregrinos, como pelos
frades capuchinhos que dirigiam a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, no Recife.
Entre os missionários deste grupo de capuchinhos havia um frade napolitano, Frei Joaquim d
´Afragola, que dedicava especial devoção a esta Nossa Senhora dos Divinos corações. Em 1828,
ele e seus companheiros foram ameaçados de repatriação por grupos de nacionalistas brasileiros
que, depois da Independência do Brasil em 1822, não queriam estrangeiros no país. Também em
1828, rompeu em Recife “um movimento quase revolucionário em que os sediciosos, furiosos,
atacaram as pessoas e cousas da Igreja, nada poupando, por santo e venerável que “ (Armas,
1932). Temendo, assim, a ação dos iconoclastas, Frei Joaquim d´Afragola e seu grupo de frades
capuchinho decidiram proteger a imagem por eles venerada e a enviaram, em sigilo, com todos
os seus adornos, para Nápoles, mármore e de madeiras douradas, bem como de outros
esplendores que abrilhantavam o culto á Virgem Mãe de Deus Brasileira.
 A DEVOÇÃO

     Como a Itália não estava ainda unificada, a cidade de Nápoles, nesta época, fazia parte do
Reino das Duas Sicilias, sob o poder da dinastia francesa dos Bourbon. Neste Reino, “as
manifestações sobrenaturais da prodigiosa imagem exilada ( de Nossa Senhora dos Divinos
Corações) tiveram seu início logo após sua entrada no porto de Nápoles” (Armas, 1932). O
atendimento ás preces diárias dos napolitanos que frequentavam a Igreja de Santo Efrém levou-
os a dirigir orações, render ação de graças e dedicar, cada vez mais, especial devoção á Santa
originária do Brasil. Os títulos Maria do Brasil, Madonna del Brasile e Virgem Mãe de Deus
Brasileira ( Armas, 1932) afirmaram-se em Nápoles, com reconhecimento aos muitos milagres
atribuídos á Santa que procedia do Brasil. Os fiéis expressavam seus agradecimentos com
generosidade, de forma que, em pouco tempo, foi possível aos frades capuchinhos construir
uma suntuosa capela na sua igreja, com altar e nichos ornados demármore e de madeiras
douradas, bem como de outros esplendores que abrilhantavam o culto á Virgem Mãe de Deus
Brasileira. 

O INCÊNDIO 

    Na noite de 21 para 22 de fevereiro de 1840, um violento incêndio na Igreja de Santo Efrém,
o Novo, destruiu a maior parte da igreja, inclusive o riquíssimo altar onde estava a imagem da
Madonna del Brasile. “As chamas devoradoras, encontrando por toda parte madeira seca e
frágeis abóbadas, atingiu todo o teto, o qual, incandescente, ruiu precisamente sobre o altar e o
nicho da Santíssima Virgem do Brasil […]” (Moraes, 1984) O Padre Provincial não autorizou
que os bombeiros a retirassem de lá, dizendo.“[…] ela pode nos salvar a todos […] e salvar-se
também” (Armas, 1932). E a Madonna del Brasile, com seu leve vestido branco de seda e seu
manto azul todo bordado em relevo, escapou ilesa do violento fogo que deixou apenas algumas
marcas chamuscadas na imagem do Santo Menino enquanto destroçava tudo á sua volta. A
notícia do prodígio espalhou-se pela cidade e tanto o povo como altas personalidades foram
pessoalmente verificar, em romaria que durou várias semanas, o milagre sua esposa, Dona
Maria Teresa Isabel da Áustria, foram também venerar a sagrada imagem. O Monarca, que era
um dirigente dinâmico e progressista, impressionado com a evidência do milagre, ordenou a
imediata reconstrução da igreja. Durante todo o período da reconstrução, a imagem continuou a
ser  visitada por milhares de peregrinos. Estes devotos em muito contribuíram para a notável
rapidez da reconstrução da igreja, que estava totalmente destruída pelo incêndio, e em dezesseis
messes a Madonna del Brasile novamente reinava em um belo altar, sendo a igreja reaberta ao
público com solene consagração.

A COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA DO BRASIL 

    Devido ao prodigioso salvamento do terrível incêndio e também como resultado da


divulgação de vários outros milagres da Madonna del  Brasile, que resultaram em contínua
veneração das multidões de peregrinos e de pessoas da nobreza, ocorreu em Nápoles uma
grande festa para realizar a Coroação de Nossa  Senhora do Brasil, em 11 de novembro de 1871.
Por especial recomendação do Cabido do Vaticano, que nomeou o Arcebispo de Nápoles como
seu delegado, a celebração na capital do Reino das Deus Sicilias foi gloriosa e solene, com
procissão  pelas ruas populosas, e grandes festividades com música especial, ladainhas e
bênçãos em louvor da Madonana. A imagem brasileira, querida dos frades capuchinhos, passou
oficialmente a ser conhecida na Europa com o título de Nossa Senhora do Brasil depois de
receber a coroa de ouro instituída pelo Vaticano.

    O fervor da devoção foi sempre crescendo e Nossa Senhora do Brasil continuou realizando
notáveis milagres. Evitou o alastramento

de uma epidemia de cólera na cidade de Nápoles e comprovadamente curou muitos doentes,


tanto pessoas famosas como gente humilde. Em 1867, devido á transformação em cárcere do
convento onde ficava a Igreja de Santo Efrém, o Novo, a imagem foi conduzida para a Igreja de
Santo Efrém, o Velho, também em Nápoles, onde permanece devotamente cultuada pelos
napolitanos.

 A NOTÍCIA CHEGA AO BRASIL

      Foi por acaso que o Bispo brasileiro, Dom Frederico Benício de Souza Costa, descobriu em
1923 a existência de Nossa Senhora do Brasil no Convento de Santo Efrém, em Nápoles. A
narração deste encontro foi publicada em 1924 pela Revista Mensal de Assuntos Marianos em
Belém do Pará. Conta o Senhor Bispo que, ao visitar o convento, ouviu dos frades capuchinhos
que eles lá veneravamNossa Senhora do Brasil. A surpresa para o Senhor Bispo foi grande, pois
pensou ele: “Com? Nossa Senhora do Brasil é venerada em Nápoles e desconhecida em nossa
terra?” (Armas, 1932). Em Roma fora publicado também, na Revista Roma e a Terra Santa, um
texto do Padre José de Castro contando que um certo Frei Arsênio estava empenhado em
conseguir a transladação para o Brasil da imagem da milagrosa Santa eu aqui fora esculpida e
aqui fora muito reverenciada pelo povo, embora sob outra denominação. Frei Arsênio era o
novo nome do Senhor Bispo Frederico Costa, que havia renunciado ao alto cargo eclesiástico e
se tornara frade carmelita.

    No Brasil, a notícia sobre a descoberta da Nossa Senhora do Brasil venerada em Nápoles
causou entusiasmo e resultou em uma campanha para que se obtivesse o translado da imagem
para o país de sua origem. Nada foi conseguido neste sentido, mas o conhecimento da existência
da imagem, a força e variedade de seus milagres e o prestígio de sua Coroação, com o
reconhecimento do Vaticano, propiciaram a ideia de que fosse construída uma igreja Matriz em
sua honra no Rio de Janeiro.

    Foi decidido pelo Cardeal Dom Joaquim Arcoverde que esta igreja ficaria no novo bairro da
Urca. No dia 1º de janeiro de 1930, no terreno recebido pela Igreja Católica como doação, foi
colocada a pedra fundamental da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Brasil, a primeira no país a
reverenciar a Virgem Mãe de Deus Brasileira. A sua construção foi concluída em 17 de
dezembro de 1933 e em 8 de setembro de 1934 foi criada a Paróquia de Nossa Senhora do
Brasil.

    No anos de 1953 e 1954, houve o recrudescimento de uma forte campanha da Ação Católica
para trazer de volta ao Brasil a imagem original de Nossa Senhora do Brasil, com o argumento
de que já dispunha o país de uma igreja a ela devotada.

    O segundo Pároco desta Matriz, Padre Emmanuel Dornellas Barbosa, na condição de
Assistente-Geral da Confederação Católica Arquidiocesana, e com o apoio do Cardeal Dom
Jaime de Barros Câmara, desenvolveu negociações com os frades capuchinhos para adevolução
da bela imagem ao seu país de origem. Longa correspondência, muitas publicações em jornais
brasileiros, e o envolvimento de altas personalidades do clero não lograram obter os resultados
pretendidos.

    As duas imagens de Nossa Senhora do Brasil encontradas na Matriz do Rio de Janeiro, bem
como as outras imagens existentes em outras igrejas posteriormente a ela dedicadas neste país,
são cópias inspiradas naquela que permanece na Igreja de santo Efrém, o Velho, em Nápoles.

Você também pode gostar