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Perícia E Avaliação De Impactos Gerados Pela Propagação De Vibrações De Um Bate-Estaca Na

Avenida Jackson Lago

Dezembro/2018

Perícia e Avaliação de Impactos Gerados pela Propagação de Vibrações


de um Bate-Estaca na Avenida Jackson Lago
Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro - paulocase@hotmail.com
Auditoria, Avaliações e Perícias
Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Resumo
O presente estudo de caso visa elucidar os impactos gerados por um bate-estaca na execução das
obras de arte da Av. Jackson Lago, outrora Av. IV Centenário, no trecho próximo à intersecção
com a Av. dos Franceses, onde a cravação de estacas pré-moldadas foi apontada como a causa de
diversos danos em imóveis residenciais circunvizinhos à obra, nas Ruas Pires Sabóia e José Murta,
no bairro da Alemanha, São Luís - MA. Tal fato ensejou a propositura de ação judicial contra o
Estado do Maranhão e a empresa Egesa Engenharia S.A. Desta forma, recorremos à engenharia
geotécnica e à literatura corrente para a análise dos fatos, na tentativa de balizar a afirmativa da
Defesa Civil, do Município de São Luís – MA, de que as vibrações geradas pelo bate-estaca foram
os agentes causadores de tais impactos em imóveis residenciais.

Palavras chaves: Vibrações. Bate-estaca. Rua Pires Sabóia e José Murta. PAC Rio Anil.

1. Introdução
O Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários, do Projeto
Rio Anil, desenvolvido pelo Governo do Estado do Maranhão em conjunto com o Governo Federal,
por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), consiste em um projeto de profunda
repercussão social e anseio da população, que há várias décadas reside nos bairros que margeiam
o Rio Anil, na capital do Estado, cujo objeto da proposta apresenta o seguinte teor:
Intervenção em Favela com Urbanização Integrada e Remanejamento de Habitações
Precárias (principalmente palafitas) dos bairros: Camboa, Liberdade, Vila Sésamo, Fé em
Deus, Irmãos Coragem, Apeadouro, Alemanha, Caratatiua, Vila Palmeira, Radional e
Santa Cruz, com Implantação da Avenida de Contorno a margem esquerda do Rio Anil,
construção de 2.720 unidades habitacionais para relocação de Famílias de Habitações
Precárias (palafitas) e Melhoria de 6.000 unidades habitacionais (SECID, 2007:01).
Dentre os trabalhos desenvolvidos pela Secretaria das Cidades, podemos perceber, na descrição
acima, a implantação da avenida de contorno à margem esquerda do Rio Anil, denominada de Av.
Jackson Lago, outrora Av. IV Centenário - em alusão ao período vivido pela Ilha de São Luís,
quando, na oportunidade, completou 400 anos de existência a partir da sua fundação.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
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Dezembro/2018

Figura 1 - Vista aérea da margem esquerda Rio Anil antes da intervenção (Esquerda) e após intervenção (Direita).
Fonte: SECID, em 2007 e 2013

Na construção da Av. Jackson Lago, foram afetadas diretamente cerca de duas mil famílias que
estavam assentadas de forma precária ao longo de seu curso. Nela, o sistema viário foi concebido
como uma barreira física contra o avanço das ocupações sobre os manguezais e leito do rio e, além
dos trechos sobre aterro, a avenida possui como obras de arte: cinco pontes, sendo uma delas
executada sob a Ponte Bandeira Tribuzi, um elevado de 917,6 m (novecentos e dezessete metros e
sessenta centímetros) de extensão e um viaduto na intersecção com a Av. dos Franceses.
Os blocos de fundações de boa parte das obras de arte especiais coroam estacas raízes com camisas
metálicas perdidas. Todavia, no viaduto localizado na intersecção da Av. Jackson Lago com a Av.
dos Franceses, optou-se por cravação de estacas pré-moldadas, método construtivo que gerou o
questionamento e a consequente ação civil de moradores na justiça, solicitando reparos pelos danos
materiais causados nas cravações e indenizações por danos morais individuais e coletivos, devido
à “morosidade” de resolução do impasse do poder público estadual.
Os danos materiais causados aos moradores foram subsidiados tecnicamente pela Defesa Civil do
Município de São Luís, por meio de um relatório fotográfico e parecer superficial, sem aprofundar-
se no estudo e dispondo de um único agente causador, qual seja, a cravação de estacas pré-
moldadas.
Na perspectiva de esclarecer o ocorrido, apurando a real responsabilidade do Estado, além de
estabelecer parâmetros para avaliação de riscos de um futuro prolongamento do mesmo sistema
viário ou servir como base para uma comparação paramétrica com casos similares, decidimos
realizar o presente estudo de caso.

2 Revisão Bibliográfica
2.1 Oscilações
A vibração é um movimento oscilatório que pode ser descrito usando o deslocamento, velocidade
ou aceleração (DECKNER, 2013). As oscilações podem desenvolver os seguintes tipos de
movimento: harmônico, oscilatório, aleatório e transitório.
As oscilações periódicas ou harmônicas acontecem quando o movimento possui repetições com
intervalos regulares e com amplitude, frequência e ângulo de fase constantes, sendo geradas por
diversos tipos de máquinas, como rolos vibratórios, bombas, compressores e ventiladores.

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Nos casos de cravação de estacas, a condução de impacto gera vibrações periódicas com uma onda
do tipo transiente (HOLMBERG et al., 1984). Estas, atingindo um edifício, geram oscilações
transitórias (DECKNER, 2013).
As oscilações em uma determinada superfície geram ondas de propagação que são caracterizadas
pela transmissão de movimento entre partículas adjacentes viajando por um meio até a completa
dissipação de energia, visto que, apesar de teoricamente trabalharmos com a oscilação tendendo ao
infinito, no solo ou no meio, existem características de amortecimento que impedem o resultado
tender ao infinito (NORDAL, 2009). A atenuação ocorre conforme a distância percorrida e é
provocada por duas fontes, quais sejam, a geometria da propagação da onda e a característica do
material (KRAMER, 1996).
Woods (1997) e Kramer (1996) explicitaram os diversos tipos de ondas que podem acontecer no
meio elástico, que estão agrupados em bodywaves ou surfacewaves.
As bodywaves - ondas de corpo - viajam dentro de um corpo se subdividindo em: ondas primárias
de compressão (longitudinais), com movimento paralelo à direção de propagação (P-wave) e ondas
com oscilação perpendiculares à direção de propagação (S-wave) (figura 2) (DECKNER, 2013).
As surface waves – ondas de superfície – admitem um corpo semi-infinito com uma superfície
planar livre. São provenientes da interação entre as ondas de corpo e as superfícies dos materiais,
sendo os dois tipos mais comuns: as ondas com movimentos de partículas elipsoidais – movimento
combinando entre as P e S waves - (R-wave) - e ondas com movimentos semelhantes a de uma
cobra (L-wave) (KRAMER, 1996).

Figura 2 -Representação das características de deslocamento dos tipos de onda: a) P-waves, b) S-wave, c) R-wave e
d) L-wave
Fonte: Imagem construída com base nas informações de Kramer (1996)

O amortecimento geométrico reduz a amplitude das vibrações conforme a distância, devido à


propagação da energia gerada em um volume crescente de material – Equação 01. Já o
amortecimento de materiais consiste na perda de energia devido à dissipação de energia interna das
partículas, sendo transformada em calor da fricção – Equação 02 (tabela 1) (ATTEWELL;
FARMER, 1973; KRAMER, 1996).
r1
Equação 01: Xm2 = Xm1 ( )n (m)
r2
−α(r2−r1)
Equação 02: Xm2 = Xm1 e (m)

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2πDf
Equação 03: α = (m−1 )
c
𝑋𝑚 = 𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑒 𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑟 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 (𝑚)
𝛼 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟çã𝑜
𝐷 = 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 (𝐻𝑧 𝑠)−1
𝑓 = 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑏𝑟𝑎çã𝑜 (𝐻𝑧)
𝑐 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑎𝑔𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑜𝑛𝑑𝑎 (𝑚/𝑠)
𝑛 = 0,5 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑅 − 𝑤𝑎𝑣𝑒𝑠, 1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑜𝑑𝑦 𝑤𝑎𝑣𝑒𝑠 𝑒 2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑜𝑑𝑦 𝑤𝑎𝑣𝑒𝑠 𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒

Coeficiente de absorção ∝ (𝑚−1 )


Classe Descrição do Material
5 Hz 40 Hz 50 Hz
I 0,01 - 0,033 0,08 - 0,26 0,1 - 0,3 Solo fraco ou mole
II 0,0033 - 0,01 0,026 - 0,08 0,03 - 0,1 Solo qualificado
III 0,00033 - 0,0033 0,0026 - 0,026 0,003 - 0,03 Solo duro
IV < 0,00033 < 0,0026 < 0,003 Rocha dura
Tabela 1 - Coeficiente de absorção de acordo com a classificação do solo.
Fonte: Woods (1997)

Outro fator de suma importância no processo de cravação de estaca é a impedância da estaca e do


solo. A impedância pode ser considerada uma relação entre força e velocidade, que no caso da
estaca, significa a limitação de propagação pelo material. A exemplo, a perda de energia da força
aplicada na “cabeça” de uma estaca até a sua “ponta” (DECKNER, 2013).
A impedância da estaca está diretamente ligada à área de seção transversal, densidade e velocidade
de propagação no material. No solo, a impedância já leva em consideração a área de contato na
ponta e a área de contrato na lateral da estaca. (DECKNER, 2013).

2.3 Transmissão de energia de um bate-estaca


Durante o impacto de cravação, o martelo, ao bater na estaca, origina uma onda de compressão
que, em parte, é refletida ao interior da estaca e parte transferida ao solo (ATTEWELL; FARMER,
1973). Logo, a energia induzida na cabeça da estaca é principalmente dividida em energia utilizada
para penetração da estaca, energia refletida de volta até à estaca e energia transmitida ao solo
(SELBY,1991), que devem superar a impedância do mesmo.
O bate-estaca com martelo comum (3 tf a 4 tf) – equipamento utilizado nesse estudo de caso - gera
vibrações que são dissipadas antes do próximo golpe, e de acordo com Ziyazov et al. (1976), as
vibrações por golpe não excede 1,5 - 3 períodos, não sendo suficientes para atingir a ressonância
de edifícios e estruturas. Sendo classificadas como vibrações intermitentes, pois dá origem a
vibrações transitórias com tempo suficiente entre cada golpe para amplitude decair para um nível
insignificante (DECKNER, 2013).
2Lp
Equação 04: t = (s)
Cb
Equação 05: P = σAp = ρ Cb vp Ap = Zp vp (kN)
𝐿𝑝 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 (𝑚), 𝐶𝑏 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑜𝑛𝑑𝑎 (𝑚/𝑠),

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𝑣𝑝 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎 (𝑚/𝑠),


𝐴𝑝 = 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 (𝑚),
𝜌 = 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 (𝑘𝑔/𝑚³)

A propagação de energia no solo e sua vibração resultante até o completo amortecimento, seja em
bate-estaca ou terremotos, são quantificados para fins de engenharia, pelo pico de velocidade da
partícula (PVP).

2.4 Modelo de Attewell & Farmer


No modelo proposto por Attewell e Farmer (1973), foi possível observar que o deslocamento do
solo pela estaca gera ondas de compressão P-waves e de cisalhamento S-waves que se propagam
de uma forma esférica e que parte da energia destas ondas refletidas na superfície, geram ondas R-
waves. Neste sentido, apresentaram a fórmula 06, onde sugerem a determinação do pico de
velocidade de partícula:
√W0
Equação 06: v = k( )x (mm/s)
r
Equação 07: 𝑊0 = 9807𝑚ℎ (J)
2
𝑘 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑚 /𝑠√𝐽)
𝑊0 = 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙𝑜 (𝐽)
𝑟 = 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 𝑒 𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑚𝑜𝑛𝑖𝑡𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑚)
𝑥 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜,
𝑚 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙𝑜 (𝑡𝑜𝑛𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎𝑠),
ℎ = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑡𝑒𝑙𝑜 (𝑚)

Attewell e Farmer (1973) concluem que as perdas de energia por amortecimento do material são
desprezíveis em comparação com o amortecimento geométrico. E que a seguinte equação
simplificada, atribuindo k=1, e x =1, se relacionaram muito bem com os resultados obtidos em
campo:
√W0
Equação 08: v= (mm/s)
r

A tabela 2 exemplifica os vários estudos se sucederam na tentativa de determinar os valores


adequados para os parâmetros “k” e “x”.

Parâmetros
Estudo
X K
Attewell e Farmer (1973) 1 1,5
0,25 (solo mole ou fofo)
Whyley e Sarsby (1992) 1 0,75 (solo compacto e meio rígido)
1,5 (solo rígido)
Attewell, Selby e O’Donnell
0,87 0,76
(1992)
Hiller e Crabb (1998 apud
3 (solo compacto e meio rígido)
DECKNER, 2013)

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1 1,5 (para r> 0,5 m)


Head e Jardine (1992)
1,54* 0,2*
BSI (1992a apud
1 0,75
DECKNER, 2013)
0,5 (solo-mole)
CEN (1998 apud
1 0,75 (solo rígido)
DECKNER, 2013)
1,0 (solo muito rígido)
0,5 (solo mole, solo granular fofo, solo orgânico)
ArcelorMittal (2008) 1 0,75 (solo rígido, solo granular mediamente compactado)
1,0 (solo muito rígido, solo granular compactado, rocha)
Tabela 2 - Resumo dos valores de parâmetros utilizados em diferentes modelos de previsão,
modificado após Hope e Hiller (2000). *Na base da fundação.
Fonte: Deckner (2013)

Já Attewell, Selby e O’Donnell (1992) ajustam os valores de k para 0,76 e x para 0,87 e constata
que uma curva de regressão quadrática foi o melhor ajuste para o campo de dados, propondo a
seguinte fórmula:
√W0 √W0
Equação 09: log v = x1 + x2 log ( ) + x3 log² ( ) (mm/s)
r r
𝑥1, 𝑥2 𝑒 𝑥3 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

As constantes de proporcionalidade, atribuídas neste momento, levariam em conta as condições do


solo, local e critérios de segurança. Attewell, Selby e O’Donnell (1992) relatam que nos casos de
melhor ajuste, os riscos de exceder os valores estimados são de 50%, nos casos intermediários, os
riscos são de 31% e, considerando o desvio padrão, o risco cai para 16% (tabela 3).

Risco de Exceder os
Ajuste da Curva x1 x2 x3
Valores Estimados
Melhor Ajuste -0,519 1,38 -0,234 50%
Metade do desvio padrão -0,296 1,38 -0,234 31%
Desvio Padrão -0,073 1,38 -0,234 16%
Tabela 3 - Valores das constantes de proporcionalidade x1, x2 e x3 para cravação de estacas
Fonte: Attewell, Selby e O’Donnell (1992)

2.5 Gráfico de Whyley & Sarby


Whyley e Sarby (1992), conforme a fórmula de Attewell & Farm, concordaram com o coeficiente
de x =1. Contudo, apresentaram ajustes nos valores do coeficiente de proporcionalidade (k),
enquadrando-o conforme as características do solo. Tal estudo fez com que os mesmos
estabelecessem um gráfico padrão (figura 3) que, através da sua utilização associada, era possível
determinar o pico de velocidade da partícula.

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Figura 3 - Plotagem do Gráfico de Whyley e Sarsby (1992)


Fonte: Deckner (2013)

As linhas 1, 2 e 3, representam de forma decrescente a resistência do solo, sendo a linha igual a 1,


o k=1,5 e a linha 3 representando o k=0,25. As descrições das zonas já indicam ao avaliador a
confiabilidade do trabalho que está sendo desenvolvido, sendo: “a”, igual a conformidade, “b”,
indicando uma melhor investigação do problema e “c”, indicando uma reavaliação do trabalho
como um todo.

2.6 Efeitos das vibrações em estrutura


Além da incomodidade ao ser humano, as vibrações causadas por diversas fontes no meio urbano
podem prejudicar desde equipamentos sensíveis – como hospitalares – até causar danos estruturais
às edificações (BRITO, 2014).
Geralmente, os danos em edifícios podem ser caracterizados como danos superficiais, com fissuras
menores que 1 milímetro de espessura no reboco, danos de pequena monta com o aparecimento de
trincas e quedas de revestimentos e danos de grande monta, com trincas em elementos estruturais,
como vigas, lajes e pilares.
Segundo Brito (2014), a vibração induzida nas edificações é inversamente proporcional à
velocidade de propagação da energia vibratória no solo. Logo, em solos mais rígidos, a velocidade
de propagação da energia vibratória é maior, reduzindo a transmissão para as fundações e estruturas
da edificação.
Além da característica do solo, a resposta da estrutura frente à vibração está ligada ao tipo de
fundação, à qualidade e idade da edificação, ao estado de conservação do imóvel e suas frequências
naturais e de amortecimento (British, 2009).
Segundo o estudo de Karantoni e Bouckovalas (1997), em casas de alvenaria, os danos gerados
pela vibração são mais sistemáticos que em edifícios de concreto, complementando que os números
de pavimentos também influenciam no processo.

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Head e Jardine (1992) indicam que as vibrações que geram danos estruturais, geralmente estão
entre uma velocidade de 50 a 100 mm/s. E que, raramente, velocidades menores que 2 mm/s
causam algum dano à edificação (figura 4) (DECKNER, 2013).

Figura 4 - Gráfico da relação do pico de velocidade da particula (PPV), frequência e possíveis danos.
Fonte: Baseado no estudo de Moller et al. (2000).

Svinkin (2005) complementa que, além da frequência da onda, a duração da vibração também se
torna muito importante, uma vez que danos mais severos podem ocorrer quando a vibração atingir
a frequência natural do edifício, ocasionando a ressonância, que em edifícios de vários andares é
de aproximadamente f = 10/n Hz, sendo “n” o número de andares. Já casas residências apresentam
uma frequência natural entre 4 – 10 Hz.
Contudo, mesmo para casas com frequência natural de 10 Hz, a ressonância, para ser provocada
por um bate-estaca, que possui um curto período de vibração (0,2 a 0,3 segundos), só seria possível
se o trabalho de cravação de estacas superasse a frequência de 50 Hz, ou seja, 5 vezes superior ao
valor da frequência natural para os 0,3 segundos de duração (WISS, 1967).

2.7 Normas e legislações


2.7.1 Norma DIN 4150
A norma DIN 4150, norma alemã de 1999, visa buscar formas de monitoramento e mensuração
das vibrações geradas pela cravação de estaca, sendo, segundo Bacci et al. (2003), a norma mais
completa e utilizada na Europa. Nela, especificam-se métodos de medição por instrumentação e
avaliação dos efeitos das vibrações em estruturas, lajes e tubos.
Assim, na DIN 4150-3/99 são oferecidos valores de referência que, quando cumpridos, não
resultarão em danos que terão um efeito adverso à serventia da estrutura (DEUTSCHES INSTITUT
FUR NORMUNG, 1999). Em alguns casos, valores de referências também são oferecidos em
avaliações simplificadas.
A norma define parâmetros de medição de vibração através de instrumentação e caracteriza
vibrações de curto período, insuficientes para causar fadigas em estruturas ou provocar ressonância,

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e de longa período. Também ressalta que, muitas vezes, as vibrações não podem ser classificadas
como curto período ou longo período, assim os procedimentos descritos para ambos os casos
devem ser adotados.
Conforme cita a norma, a tabela 4 oferece valores de referência para velocidade v1, em vibrações
de curto período, na fundação e no andar mais alto da estrutura variando conforme o tipo de
edificação. Citando que “Valores superiores a tabela (04) não conduzirão necessariamente ao dano,
eles podem apresentar-se significantemente superiores, entretanto, posteriores investigações serão
necessárias” (DEUTSCHES INSTITUT FUR NORMUNG, 1999).

Valores de Referência para velocidade v1 (mm/s)


Vibração na fundação com a Vibração no plano
Linha Tipo de Estrutura frequência de horizontal do andar
1 Hz a 10 10 Hz a 50 50 Hz a 100 mais alto em todas
Hz Hz Hz* as frequências
Prédios usados para propósitos comerciais, prédios
1 20 20 a 40 40 a 50 40
industriais e prédios com designer similar
Moradias e construções com designer similar e/ou
2 5 5 a 15 15 a 20 15
ocupação
Estruturas que por conta da sua sensibilidade para
3 vibração não podem ser classificadas como a linha 3 3a8 8 a 10 8
1 e 2 (Ex. Hospitais)
* Para frequências acima de 100 Hz, os valores aferidos nessa coluna deverão ser considerados os mínimos valores
Tabela 4 - Valores de referência para vibrações de curto período em estruturas
Fonte: Deutsches Institut fur Normung (1999).

A tabela 5 já oferece valores de referência para vibrações de longo período, com valor máximo dos
dois componentes horizontais medidos no topo do andar para os diferentes tipos de construção.

Velocidade v1 (mm/s) Vibração


Linha Tipo de Estrutura no plano horizontal do andar
mais alto em todas as frequências
Prédios usados para propósitos comerciais, prédios industriais e
1 10
prédios com designer similar
2 Moradias e construções com designer similar e/ou ocupação 5
Estruturas que por conta da sua sensibilidade para vibração não
3 2,5
podem ser classificadas como a linha 1 e 2 (Ex. Hospitais)
Tabela 5 - Valores de Referência para vibrações de longo período em estruturas
Fonte: Deutsches Institut fur Normung (1999)

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A norma destaca que, se a construção é submetida à uma vibração harmônica, os valores máximos
podem também acontecer nos maiores andares, como também na cobertura e fundação
(DEUTSCHES INSTITUT FUR NORMUNG, 1999).

2.7.2 Norma NP 2074


A norma portuguesa NP 2074, intitulada “Avaliação da influência em construções de vibrações
provocadas por explosões ou solicitações similares”, indica os limites de influência das vibrações
em edificações, conforme a tipologia construtiva (NORMA PORTUGUESA, 1983).
A diferença desta norma com as demais está na inserção das características do terreno e o número
de eventos diários. Assim, a mesma estabelece de modo conservador (BERNARDO; GAMA,
2003), o valor limite do pico de velocidade da partícula – PVP – (vl), como um produto de três
fatores, tipo de terreno (α), de construção (β) e a periodicidade das solicitações (γ) (tabela 6).

Equação 10: vl =∝∗ β ∗ γ ∗ 10−2 (mm/s)

Características do terreno (que afetam os valores da constante α)


Solos inconsistentes; areias Solos inconsistentes muito duros,
Tipos de
e misturas areia-seixo bem duros e de consistência média;
construção Rocha e solos
graduadas; areias uniformes; solos incoerentes compactos;
(que afetam coerentes rijos
solos areias e misturas areia-seixo
os valores da
coerentes moles e muito moles graduadas; areias uniformes
constante β)
cp ≤ 1.000 m/s 1.000 m/s <cp< 2.000 m/s cp ≥ 2.000 m/s
γ = 1,0 γ = 0,7 γ = 1,0 γ = 0,7 γ = 1,0 γ = 0,7
Construções
2,50 1,75 5,00 3,50 10,00 7,00
Sensíveis
Construções
5,00 3,50 10,00 7,00 20,00 14,00
Correntes
Construções
15,00 10,50 30,00 21,00 60,00 42,00
Reforçadas
Legenda: cp - Velocidade de propagação das ondas sísmicas longitudinais no terreno (rocha ou solo)
Nota: Em cada situação, a constante γ é aplicada no sentido de reduzir em 30% (γ=0,7) os valores da velocidade,
caso se efetuem mais de três detonações diárias, ou seja, se for aplicada uma fonte vibratória permanente ou quase
Tabela 6 - Limites estabelecidos na NP 2074, para a velocidade da vibração de pico (mm.s-1)
Fonte: Norma Portuguesa (1983)

Logo, conforme observado por Bernardo e Gama (2003), o máximo valor admissível que na norma
NP 2074 alcança, corresponde a 60 mm/s, incorporando um fator de segurança alto, que só se
justificaria para prevenção de danos superficiais nas estruturas.
Segundo Bernardo e Gama (2003, p. 4), “ademais, a ausência da frequência ondulatória nessa
norma, constitui uma limitação significativa, dada a extrema importância desse parâmetro”.

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2.7.3 Norma ISO 4866


A norma ISO 4866/2010 estabelece os princípios para a realização de medição de vibração e
processamento de dados, no que diz respeito à avaliação dos efeitos de vibrações em estruturas
(INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION, 2010).
Assim, a norma inicia a classificação dos sinais emitidos por fontes estacionárias (geradores), não-
estacionário (trens) e transientes com impulsos separados (explosões) ou repetidas (bate-estaca).
Orientando basicamente a locação de transdutores e formas de instrumentação para medições de
frequência e pico de velocidade da partícula, a norma classifica os danos e fornece uma estimativa
da velocidade induzida por várias atividades em função da distância (tabelas 7).

Alcance de Alcance da Velocidade da Aceleração da


Característica
Fonte de Vibração Frequência Amplitude Partícula Partícula
de Tempo
(Hz) (μm) (mm/s) (m/s²)
Tráfego (vias, linhas de Continuo /
trem) 1 a 100 1 a 200 0,2 a 50 0,02 a 1 Transitório
Vibração de Explosão 1 a 300 100 a 2500 0,2 a 100 0,02 a 50 Transitório
Ar sobre pressão 1 a 40 1 a 30 0,2 a 3 0,02 a 0,5 Transitório
Cravação de Estacas 1 a 100 10 a 50 0,2 a 100 0,02 a 2 Transitório
Maquinários (Ambientes Continuo /
Externos) 1 a 100 10 a 1000 0,2 a 100 0,02 a 1 Transitório
Maquinários (Ambientes Continuo /
Internos) 1 a 300 1 a 100 0,2 a 30 0,02 a 1 Transitório
Atividades Humanas
(Ambientes Internos) 0,1 a 30 5 a 100 0,2 a 20 0,02 a 0,2 Transitório
Terremotos 0,1 a 30 10 a 10 E5 0,2 a 400 0,02 a 20 Transitório
Vento 0,1 a 10 10 a 10 E5 - - Transitório
Acústica (Ambientes Continuo /
internos) 5to 500 - - - Transitório
Nota 1: Os intervalos indicados são extremos, mas correspondem a valores que podem ser experimentados e medidos
(ver também a Nota 2). Intervalos extremos de amplitudes e frequências de deslocamento não têm sido usados para
derivar partículas velocidades e acelerações.
Velocidades inferiores a 0,2 mm/s também podem ser considerados, que apesar serem insignificantes para segurança
da construção e incômodo humano, os mesmos podem ser importantes para equipamentos sensíveis
Nota 2: Valores de vibração dentro dos intervalos dados podem causar preocupação. Não existem normas que cobrem
todos os tipos de estruturas, condições e duração de exposição, mas muitos códigos nacionais associam tais valores ao
início de efeitos visíveis (ou não visíveis) com velocidades das partículas de pico na fundação de uma estrutura de
mais de alguns milímetros por segundo. Um dano significativo está ligado ao pico velocidades das partículas de várias
centenas de milímetros por segundo. Os níveis de vibração abaixo do limiar da percepção humana podem ser de
preocupação em processos industriais e delicados.
Tabela 7 – Tabela A.1 do Anexo A – ISO 4866
Fonte: International Organization Standardization (2010)

2.7.4 Norma ISO 2631

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A norma ISO 2631 aborda as vibrações transmitidas ao ser humano e suas limitações. Assim, na
avaliação prática de qualquer vibração, a norma estabelece três critérios básicos de preservação: da
eficiência do trabalho (fadiga), da segurança ou saúde (limite de exposição) e do conforto (nível de
conforto reduzido).
O grau de interferência em uma tarefa (fadiga) depende de muitos fatores, contudo, os limites
recomendados na tabela 8, mostram níveis onde tal interferência se inicia, baseados em estudos de
piloto de aviação e motoristas. Logo, os níveis máximos de exposição para origem de incomodo
(desconforto) são duplicados, mantendo as demais características (frequência e aceleração).

Diurno Noturno
Tipo de Edificação
PVP (mm/s) PVP (mm/s)
Hospitais 0,1 0,1
Residências 0,4 0,14
Escritórios 0,4 0,4
Oficinas 0,8 0,8
Tabela 8 - Limites do pico de velocidade da partícula (mm/s) da norma ISO 2631-2 /1997 para o desconforto
Fonte: International Organization for Standardization (2003)

2.7.5 Norma BS 5228


A norma britânica, BS 5228, estabelece parâmetros de referência para os efeitos provocados pelo
pico de velocidade da partícula, assim inicia expondo os efeitos das vibrações no homem e
posteriormente na estrutura (tabelas 9 e 10).

Nível de
Vibração Efeitos
(mm/s)
Vibração pode ser apenas perceptível nas situações mais sensíveis
0,14 para a maioria das frequências. Em baixas frequências, torna-se
imperceptível ao ser humano.
0,3 Vibração pode ser apenas perceptível em ambientes residenciais.
É provável que este nível de vibração em ambientes residenciais
1 causará queixas, mas pode ser tolerada se com avisos e explicações
anteriores ao início do procedimento.
10 Vibração intolerável caso não seja de breve exposição.
Tabela 9 - Valores de referência para os níveis de vibração
Fonte: Britsh Standard (2009)

Tipo de Construção Pico de velocidade da partícula na faixa de frequência predominante.

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Linha
(Fig. 9) 4 Hz a 15 Hz 15 Hz e acima
Reforçada
1 Edifícios Comerciais 50 mm/s com 4Hz ou acima
Pesados e Industrias
Sem reforço 15 mm/s com 4 Hz ou
20 mm/s com 15 Hz ou aumentando
2 Edifícios Comerciais aumentando para 20 mm/s com
para 50 mm/s com 40 Hz e acima
Leves e Residências 15 Hz
Tabela 10 - Valores de referência para danos cosméticos em estruturas
Fonte: Britsh Standard (2009)

Outro ponto importante abordado na norma são as descrições de fórmulas para obtenção do pico
de velocidade da partícula (PVP) conforme a fonte de vibração, a exemplo do caso de cravação de
estacas, onde utiliza-se a equação 11 (tabela 11).

√𝑊
Equação 11: 𝑣 ≤ 𝐾𝑝 [ 1.3] (mm/s)
𝑟
𝑣 = 𝑃𝑉𝑃 𝑛𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜, 𝑟 = 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 𝑎𝑡é 𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑑𝑖çã𝑜 (𝑚)
𝑘𝑝 = 5 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑎 𝑒 1 ≤ 𝑘𝑝 ≤ 3 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çõ𝑒𝑠 (𝑉𝑒𝑟 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 12)
𝑃𝑎𝑟â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠: 1 ≤ 𝐿 ≤ 27 𝑚, 1 ≤ 𝑥 ≤ 111𝑚 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟 2 = 𝐿2 + 𝑥 2 ), 1,5 ≤ 𝑊 ≤ 85 𝑘𝐽.
𝐿 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 (𝑚), 𝑥 = 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑖𝑐𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑒 𝑊 = 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎

Condições do Solo Valor de Kp


Ponto de nega 5
Estacas conduzidas em meio:
- Solos coesivos muito duros
3
- Solos granulares densos
- Grandes obstruções em relação a seção da estaca
Estacas não conduzidas em meio:
- Solos coesivos duros
1,5
- Solos mediamente granulares e densos
- Solos compactados
Estacas conduzidas em meio:
- Solos coesivos moles
- Solos granulares fofos 1
- Solo com partículas finas
- Solo orgânico
Tabela 11 - Valores de Kp para previsão da vibração na cravação de estacas
Fonte: Britsh Standard (2009)

A norma BS 5228-2 indica valores limites de 10 mm/s para paredes de alvenaria na base e 40 mm/s
no topo, já em paredes ancoradas na estrutura, de concreto armado ou de grande massa, o pico de
velocidade da partícula pode ser 50 a 100% maior (BRITSH STANDARD, 2009).
Vale destacar que a norma também apresenta soluções para atenuação dos níveis de ruídos
conforme a sua fonte. No caso do bate-estaca de queda livre, a norma recomenda a utilização de

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almofada elástica (dolly) entre a estaca e a cabeça do martelo sempre a substituindo quando houver
a perda de elasticidade. Também recomenda, que o martelo seja um bloco totalmente fechado e
coeso tendo a abertura apenas na parte superior para acesso do guindaste.

2.7.6 Norma NBR 9653


A norma brasileira existente mais próxima ao assunto do trabalho é a NBR 9653, onde avalia os
efeitos provocados pelo uso de explosivos nas minerações em áreas urbanas (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005).
Neste sentido, vibrações promovidas por outros meios - trens, bate-estaca, dentre outros - acabam
carecendo de uma normatização especifica ou mais próxima à realidade.

2.7.7 Decisão nº 215/2007/E CETESB


Decisão nº 215/2007/E, 7 de novembro de 2007, da Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental de São Paulo (CETESB), fornece uma definição do PVP e relaciona os valores de 0,3
mm/s a percepção humana, 1 mm/s a sensação de desconforto e 10 mm/s a danos estruturais
(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2008).
Assim, a CETESB decide:
I - os limites de velocidade de vibração de partículas (pico), considerando os tipos de áreas
e período do dia, estão descritos na tabela [12] [...] (COMPANHIA DE TECNOLOGIA
DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2008, p. 38).

Limites de Velocidades de Vibração de Partícula - Pico


Diurno (7:00 às Noturno (20:00
Tipos de Áreas
20:00) às 7:00)
Áreas de hospitais, casas de saúde, creche e escolas 0,3 0,3
Área predominantemente residencial 0,3 0,3
Área mista, com vocação comercial e administrativa 0,4 0,3
Área predominantemente industrial 0,5 0,5
Nota:1. Estes valores não se aplicam às avaliações de vibração de partícula gerada pela atividade de rocha mediante
utilização de explosivos (fogo primário);2. Os limites são valores de referência para avaliação do incômodo. Caso os
valores medidos, após a adoção de medidas de controle forem superiores a estes, mas o incômodo cessar, não há
necessidade da continuidade das ações de controle.
Tabela 12 - Limites de Velocidade estabelecido pela Decisão nº215/2007/E, 07 de novembro de 2007
Fonte: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (2008, p. 38)

3 Estudo de Caso
3.1 Descrição da obra
A Av. Jackson Lago, obra viária de aproximadamente 3,8 km de extensão, inicia-se no Bairro
Camboa e se estende até a intersecção com Av. dos Franceses, no Bairro da Alemanha. Além de
boa parte de sua extensão executada sobre aterro, a mesma conta com cinco pontes, um elevado e
um viaduto na intersecção com a Av. dos Franceses (figura 05).

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Figura 05 - Vista área de toda extensão da Av. Jackson Lago


Fonte: SECID, em 2013
As fundações da maior parte dessas obras de arte foram executadas em estaca raiz de 310 mm de
diâmetro, com camisa metálica perdida. Contudo, as obras do Viaduto – área em questão nesse
estudo -, ponte 02 e os encontros da ponte 01, foram executados em estacas pré-moldadas de
concreto com seção retangular de 35 cm.

Figura 06 - Vista do viaduto em fase de construção na intersecção da Av. Jackson Lago com Av. dos Franceses
Fonte: SECID, em 2013

3.2 Ensaios de sondagem


Os laudos de sondagem da Av. Jackson Lago foram realizados pela empresa Geofort Fundações
Ltda, abrangendo todo o perfil da avenida e baseado no método do Standart Penetration Test
(SPT). Além do perfil da avenida, a Geofort foi responsável por sondagens Jet-Probe na baía de
São Marcos, na finalidade de identificar as jazidas de areia que foram dragadas para o aterro
hidráulico.
As sondagens na área em estudo, próximo ao Viaduto na intersecção da Av. Jackson Lago com a
Av. dos Franceses, foram realizadas no ano de 2008 e o perfil próximo aos blocos de fundação
(SPT 4308SP – 28E – 1 FL) nos mostra um solo com camadas de característica (figuras 07 e 08):
areia siltosa compreendendo uma área aterrada de aproximadamente 3,55 metros de profundidade,
uma camada com substrato dos manguezais – solo mole - indo até a profundidade de 5,60 metros
e argila silto arenosa prologando-se no restante do perfil da sondagem - 11,30 metros -, onde
apresenta um solo com melhor capacidade de suporte. O nível do lençol freático é encontrado a
aproximadamente 1,20 metros da superfície.

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Figura 07 - Sobreposição dos pontos de sondagem realizados próximos ao Viaduto com imagem via satélite da área.
Fonte: Google Earth

Figura 08 -Corte esquemático reproduzido com base no laudo de sondagem 4380SP-28-1FL (Esquerda), 4308SP–20
E–1F1M (Centro) e 4308SP – 11AE–1F1M (Direita) da Geofort.
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

Próximo aos quintais da Rua Pires Sabóia, podemos demonstrar dois laudos de sondagem –
4380SP-20E-1F1M e 4380SP-11AE-1F1M -, onde apresentam as seguintes características: lâmina
d’água variando de 0,50 a 2,72 metros – dependendo das condições de maré e cota do terreno-,
argila silto arenosa com laterita variando com substrato de manguezais - baixa capacidade de

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suporte – até os 14,50 metros de profundidade e argila silto arenosa com boa capacidade de suporte
a partir dos 15,50 metros de profundidade.

3.3 Tipo de fundação


Nas especificações anexas à licitação, o órgão contratante descreve que as estacas pré-moldadas de
concreto, utilizadas nos blocos de fundação do viaduto, tem seção transversal de 35 x 35 cm e
devem suportar uma resistência nominal à compressão de 90 toneladas força.
Complementa que as estacas precisam ser retilíneas – com raio de curvatura menor que 1,5 cm –,
estar isentas de fissuras e danos, e que, no processo de cravação as estacas não apresentem
deslocamentos de posição de seu eixo em relação à locação do próprio estaqueamento superior a
60 mm, em qualquer que seja a direção.
A cravação deveria ser realizada por meio de bate estacas com martelos de queda livre ou martelos
a diesel Demalq D-22, K -25 ou similares. Para os bate estacas de martelo de queda livre, somente
seriam permitidos os de martelo com peso na faixa de 3,0 tf a 4,0 tf. A nega estabelecida nas
especificações foi de 30 mm para 10 golpes.
As cotas de arrasamento das estacas, ficaram definidas em função das cotas de elevação do fundo
dos blocos de fundações. As estacas penetram no bloco de fundação 15 cm acima da superfície
inferior dos mesmos, sendo esta elevação igual para todas as estacas de fundações definias na Cota
3,95 RN – oficial da obra.
Tendo em vista a descrição das especificações, destacamos que, na cravação de estacas, foi
utilizado um bate estacas com martelo de queda livre de 4,0 tf e as estacas tiveram seção transversal
padrão de 35 x 35 cm, não fugindo às especificações da licitação.

3.4 Projeto
O viaduto consiste em um desenvolvimento de 190 metros, sendo 27,20 metros em aterro confinado
com terra armada e 162,81 metros sobre superestrutura, que contêm 9 blocos de fundação com as
seguintes características:
a) Eixos 01 e 09 – Blocos com 12 estacas pré-moldadas;
b) Eixos 05 e 06 – Blocos com 18 estacas pré-moldadas;
c) Eixos 02, 03, 04, 07 e 08 – Blocos com 14 estacas pré-moldadas;
Ligando a Av. Jackson Lago e Av. dos Franceses, o viaduto perfaz um trajeto de 92,54º, tendo
entre os eixos 4 a 7, todo o desenvolvimento da curva (figura 09).
Realizado em estrutura mista, o elevado possui blocos de fundação e pilares em concreto armado
e vigas metálicas em aço especial.

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Figura 09 - Traçado do Viaduto desenvolvido pela G Marques Consultoria e Projetos Ltda (Esqueda) e imagem de
Satélite (Direita)
Fonte: SECID (2011) e Google Earth (2014)

3.5 Identificação do perímetro


Grande parte do trajeto da Av. Jackson Lago foi implantado em áreas densas, seja por submoradias,
seja por residências já consolidadas. As soluções adotadas para remoção de interferências iam
desde a indenizações das benfeitorias, para as residências, até a desocupação mediante aluguel
social, nos casos das submoradias. Contudo, a área correspondente ao viaduto já se encontrava livre
e de posse do Estado.
Podemos identificar três setores próximos ao trecho do viaduto (figura 09): Setor 01- Rua Pires Sabóia
-, setor 03 - Irmãos Coragem - e o setor 04 – Hospital da Criança. Os setores 02 e 05 que já
compreendem a Rua José Murta na Alemanha e as Ruas Ribamar Pereira e Fulgêncio Pinto no João
Paulo, localizam-se um pouco mais distantes dos blocos de fundação.
Os setores 01 e 02 são os responsáveis pela ação civil pública contra o Estado, exigindo
indenizações por danos morais e materiais via Defensoria Pública da União. Alegam, municiados
por laudos da Defesa Civil do Município de São Luís, que a cravação de estacas gerou danos
estruturais nas casas circunvizinhas ao viaduto.
Nesse sentido, com base na sobreposição do projeto – realizado pela empresa Gustavo Marques
Consultoria e Projetos Ltda. - e as imagens via Satélite – Google Earth -, criamos a figura 10, que
representa zonas de influência a 50, 100 e 200 metros dos pontos de cravações de estacas.
Destacamos que na Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, segundo
departamento técnico do PAC Rio Anil, são recorrentes os pedidos de vistoria em casas rachadas
ou com danos estruturais muitas vezes distantes da margem do Rio Anil, sem nenhuma

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caracterização com impacto de obra e com características de vícios construtivos somados a


ausência de conservação do imóvel.
No bairro da Alemanha, os pedidos de vistoria concentram-se nas Rua Pires Sabóia e Rua José
Murta. Logo, a semelhança construtiva das residências e a distância do ponto e cravação, com os
setores 03, 04 e 05, nos fazem questionar porque as outras zonas não apresentaram danos e
demandas por vistorias similares (figura 10).

Figura 10 - Zonas de influência e Casas levantadas - sobreposição do projeto e imagem via Satélite
Fonte: G Marques e Google Earth

4 Análise do Perímetro
No objetivo de verificar os danos causados às residências do Setor 01 e 02, fomos às casas para
análise do problema. Assim, na Rua José Murta vistoriamos as casas nº 51 e nº 64, da Sergilúcia
Sousa Freire e da Regina de Fátima Correa Lindoso e na Rua Pires Sabóia, escolhemos as casas
nº11, 51, 97 e 123, tendo como proprietários, respectivamente, Conceição de Maria da Costa
Damascena, Fabiana Matos Madeira, Valdir de Araújo Costa e Evilton Amorim Ferreira.
Neste sentido, em todas essas residências foram observadas fissuras ou maiores danos que podem
ser decorrentes de operações do bate-estaca relatados pelo Laudo Técnico da Defesa Civil do
Município de São Luís e identificados como um dos motivadores para ação civil pública nº56084-
77.2014.8.10.0001, ajuizada pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão e Defensoria Pública
da União contra o Estado do Maranhão e empresa Egesa Engenharia SA.

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Figura 11 – Levantamento na Casa n°51, Sra. Sergi Lúcia. Fissuras e Rachaduras em Paredes, além do recalque do
piso no quintal
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

Figura 12 – Levantamento na Casa n°65, Sra. Regina de Fátima. Fissuras e Rachaduras em Paredes.
Fonte: Paulo Casé A. Fernandes Ribeiro (2015)

Figura 13 – Levantamento na Casa n°11, Sra. Conceição Damascena. Fissuras e Rachaduras em Paredes, além do
recalque no piso.
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

Figura 14 – Levantamento na Casa n°51, Sra. Fabiana Matos. Fissuras e Rachaduras em Paredes e Piso.
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

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Figura 15 – Levantamento na Casa n°97, Sr. Valdir de Araújo. Fissuras e Rachaduras em Paredes e Piso.
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

Figura 16 – Levantamento na Casa n°123, Sr. Evilton Amorim. Rachaduras em Paredes e Piso.
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

4.1 Fatores de influência no cálculo


Conforme a tabela de Woods (tabela 1) e equação elaborada por Attewell e Farmer (1973) –
Equação 01 -, podemos afirmar que a presença de camadas de solo mole na área em estudo favorece
a diminuição do raio de propagação das vibrações geradas pela cravação de estaca.
Contudo, a presença de tensões residuais originadas pelo estágio de acomodação do solo, qualidade
construtiva do imóvel e estado de conservação do mesmo, nos indicam que o pico de velocidade
da partícula limite deve ser inferior a uma residência padrão adotada em muitas normas.
Fora as características do solo e construtivas, podemos destacar que a presença no memorial
descritivo da obra, da especificação do bate-estaca e da massa do martelo a serem utilizados nos
ajudarão a termos uma maior precisão no cálculo.

4.2 Probabilidade de danos a estrutura


Conforme fórmula de Attewell e Farmer e Gráfico de Whyley e Sarsby, a característica que será
variável para todos os casos relacionados é a distância. Assim, concluímos a seguinte (tabela 13):

Raio de
Distância da Estaca
Rua Nº Proprietário Influência
mais Próxima (m)
(m)
Pires Sabóia 11 Conceição de Maria da Costa Damascena 27,25 50
Pires Sabóia 51 Fabiana Matos Madeira 56,67 100
Pires Sabóia 97 Valdir de Araújo Costa 107,64 200
Pires Sabóia 123 Evilton Amorim Ferreira 167,39 200
José Murta 51 Sergilucia Sousa Freire 274,06 > 200

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José Murta 64 Regina de Fátima Correa Lindoso 313,38 > 200


Tabela 13 - Residências levantadas e distâncias do lote até à estaca mais próxima
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

4.2.1 Calculando a Energia do Martelo


No cálculo de energia do martelo, adotamos o martelo que chegue a reproduzir 4 tf, ou seja, de
massa aproximadamente igual a 407,88 kg e uma altura de queda de aproximadamente 75 cm.
Logo, obtemos o seguinte resultado:
Equação 07: W0 = 9807mh (J)
W0 = 9807 ∗ 0,40788 ∗ 0,75 → W0 = 3000,06 J

4.2.2 Calculando o Pico de Velocidade da Partícula (PVP)


4.2.2.1 Fórmula de Attewell & Farmer
No cálculo do pico de velocidade da partícula adotando a fórmula de Attewell e Farmer (1973),
adotamos os valores para “k” e “x”, conforme os estudos apresentados na tabela 14 para os valores
especificados nos estudos de Attewell (1992), Whyley e Sarsby (1992) e ArcelorMittal (2008).

√W0 x
Equação 06: v = k( ) (mm/s)
r

Distância da Raio de Pico de Velocidade da Partícula (mm/s)


Rua Nº Estaca mais Influência Attewell (1992) Whyley e Sarsby ArcellorMittal (2008)
Próxima (m) (m) x = 0,87 e k=0,76 (1992) x=1 e k=0,25 x=1 e k=0,5
Pires Sabóia 11 27,25 50 1,395 0,503 1,005
Pires Sabóia 51 56,67 100 0,738 0,242 0,483
Pires Sabóia 97 107,64 200 0,422 0,127 0,254
Pires Sabóia 123 167,39 200 0,288 0,082 0,164
José Murta 51 274,06 > 200 0,187 0,050 0,100
José Murta 64 313,38 > 200 0,167 0,044 0,087
Tabela 14 - Pico de Velocidade da Partícula (PVP) obtido das residências levantadas
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

No caso de utilizarmos a equação logarítmica (09) de Attewell, Selby e O’Donnel (1992) que
consideram a curva de regressão quadrática e considera o desvio padrão, com x1 = -0,0703, x2= -
1,38 e x3=-0,234, obtemos as seguintes respostas da tabela 15.

√W0 √W0
Equação 09: log v = x1 + x2 log ( ) + x3 log² ( ) (mm/s)
r r

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Raio de Pico de Velocidade da Partícula


Distância da Estaca
Rua Nº Influência (mm/s)
mais Próxima (m)
(m) x1=-0,073, x2=1,38 e x3=-0,234
Pires Sabóia 11 27,25 50 2,108
Pires Sabóia 51 56,67 100 0,806
Pires Sabóia 97 107,64 200 0,317
Pires Sabóia 123 167,39 200 0,159
José Murta 51 274,06 > 200 0,070
José Murta 64 313,38 > 200 0,056
Tabela 15 - Resultados obtidos a partir da equação logarítmica (21) de Attewell, Selby e O’Donnel (1992) com
desvio padrão
Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

A partir dos resultados, podemos observar que incorporando o desvio padrão nos coeficientes de
proporcionalidade (tabela 3), a equação logarítmica 09, em comparação com a equação 06, majora
os valores mais próximos do ponto de cravação e mitiga os mais distantes.

4.2.2.2 Norma BS 5228


A norma britânica BS 5228 nos estabelece uma fórmula para cálculo do pico de velocidade da
partícula, que adotando kp=5 para quando a estaca atingir a nega e kp=1,5 para os demais
momentos, podemos obter o seguinte resultado da tabela 16.
Vale ressaltar que adotamos kp=1,5 por acreditar que a camada superficial de aterro presente, no
laudo de sondagem 4380 SP-28 1FL, gerará ruídos suficientes para comparação com os demais
itens.
√𝑊
Equação 11: 𝑣 ≤ 𝐾𝑝 [ ] (mm/s)
𝑟 1.3

Distância da Raio de PVP conforme


L
Rua Nº Proprietário Estaca mais Influência Kp r (m) Norma BS 5228
(m)
Próxima (m) (m) (mm/s)
Conceição de Maria da 1,5 6 27,90 1,085
Pires Sabóia 11 27,25 50
Costa Damascena 5 12 29,77 3,323
Fabiana Matos 1,5 6 56,99 0,429
Pires Sabóia 51 56,67 100
Madeira 5 12 57,93 1,399
Valdir de Araújo 1,5 6 107,80 0,187
Pires Sabóia 97 107,64 200
Costa 5 12 108,30 0,620
Evilton Amorim 1,5 6 167,49 0,106
Pires Sabóia 123 167,39 200
Ferreira 5 12 167,82 0,351
Sergilucia Sousa 1,5 6 274,12 0,056
José Murta 51 274,06 > 200
Freire 5 12 274,32 0,185
Regina de Fátima 1,5 6 313,43 0,047
José Murta 64 313,38 > 200
Correa Lindoso 5 12 313,61 0,156
Tabela 16 - Valores obtidos conforme norma britânica BS 5228

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Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

4.2.3 Análise dos resultados


Conforme os resultados obtidos, podemos caracterizar que a Norma Britânica estabelece uma
maior majoração de cálculo em todas as casas da Pires Sabóia, sendo que nas Rua José Murta, a
fórmula de Attewell e Farmer (1973) consegue valores superiores. Assim, admitiremos os
seguintes picos de velocidade de partícula (PVP) para cada residência (tabela 17):

Distância da Raio de Maiores


Rua Nº Proprietário Estaca mais Influênc Resultados
Próxima (m) ia (m) PVP (mm/s)
Conceição de Maria da Costa
Pires Sabóia 11 27,25 50 3,323
Damascena

Pires Sabóia 51 Fabiana Matos Madeira 56,67 100 1,399

Pires Sabóia 97 Valdir de Araújo Costa 107,64 200 0,620

Pires Sabóia 123 Evilton Amorim Ferreira 167,39 200 0,351

José Murta 51 Sergilucia Sousa Freire 274,06 > 200 0,187

José Murta 64 Regina de Fátima Correa Lindoso 313,38 > 200 0,167

Tabela 17 - Pico de Velocidade de Partícula (PVP) adotados


Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

A partir dos resultados obtidos e caracterizando os imóveis com a característica mais adversa
possível, devido suas tensões residuais, obtemos o seguinte quadro comparativo com as Normas
pesquisadas (tabela 18).

NP ISO
DIN 4150 BS 5228 CETESB
2074 2631
Maiores
Distância Raio de Estrutura Sensível
Resultados Edifícios
Rua Nº da Influência Vib. de Vib. de
PVP sem Hospitais
Estaca (m) Curto Longo
(mm/s) (mm/s) Reforços (mm/s)
Período Período
(mm/s)
mm/s mm/s

Pires S. 11 27,25 50 3,323


3,000 2,500 2,5 15 0,1 0,3
Pires S. 51 56,67 100 1,399

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Pires S. 97 107,64 200 0,620

Pires S. 123 167,39 200 0,351

José M. 51 274,06 > 200 0,187

José M. 64 313,38 > 200 0,167

Tabela 18 - Resultado obtido e comparativo com as normas mencionadas


Fonte: Paulo Casé Andrade Fernandes Ribeiro

Podemos então afirmar que, conforme a ISO 2631 e o decreto nº215/2007/E da CETESB, a
cravação de estacas gerou um certo desconforto aos proprietários de imóveis. Contudo, em
consonância com a norma alemã DIN 4150 e portuguesa NP 2074, dos imóveis levantados,
poderiam ser geradas apenas danos cosméticos (superficiais) em apenas uma residência – Rua Pires
Sabóia, Casa nº 11 - das seis casas levantadas. Todas as demais estariam isentas de avarias
originadas pelo bate-estaca.

4.3 Cálculo de uma distância segura


No intuito de garantir uma faixa de segurança para cravação de estacas em características
semelhantes ao estudo de caso, podemos utilizar a norma NP 2074 e, assim, garantir que a 35,06
metros de distância do ponto de cravação, seria a distância ideal para não ocorrer nem danos
superficiais ao imóvel.
√𝑊
Equação 11: 𝑣 ≤ 𝐾𝑝 [ ] (mm/s)
𝑟 1.3
√𝟑𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟔
𝟐, 𝟓 = 𝟓 [ ] → 𝒓 = 𝟑𝟕, 𝟎𝟔 𝒎
𝒓𝟏.𝟑
𝒓 𝟐 = 𝑳𝟐 + 𝒙 𝟐 → 𝒙𝟐 = 𝟑𝟕, 𝟎𝟔𝟐 − 𝟏𝟐𝟐 → 𝒙 = 𝟑𝟓, 𝟎𝟔 𝒎

5.0 Conclusão
Dessa forma, acreditamos que o presente trabalho venha fazer um contraponto técnico aos laudos
da Defesa Civil do Município os quais atestam que os danos foram gerados pela ação do bate-
estacas.
As características das fissuras e dos danos encontrados e declamados pelos moradores no Laudo
da Defesa Civil e no momento do levantamento in loco, apresentam três possíveis agentes: o
recalque secundário, agressividade do local e falhas de projeto e execução.
O recalque por adensamento em solos argilosos – característica do solo da área em estudo – pode
ser lento e perdurável por muitos anos, até sua completa estabilização. Tal característica pode ser

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acelerada com o aumento de tráfego na região, contudo, é necessária a utilização de transdutores e


demais aparelhos de instrumentação para o monitoramento e validação da presente afirmação.
A variação de marés nos quintais dos imóveis, outro possível agente, pode corroborar para os danos
percebidos, uma vez que gera um ambiente agressivo, onde, além de carrear o material do aterro,
a elevação do nível do lençol freático diminui a capacidade de suporte do solo e a presença da
maresia agride diretamente as armações presentes em vigas, pilares e cintamento – este, quando
existente – , causando sua expansão por oxidação e desprendimento do cobrimento e reboco, o que
piora com a falta de manutenção.
Outro fator, talvez o mais importante, deve-se ao baixo rigor técnico no projeto e na execução dos
imóveis, que pode evidenciar a ausência de um cobrimento adequado do aço, a inexistência de
cintamento ou, até mesmo, o desacerto na escolha do modelo estrutural e de fundação, o qual é de
extrema importância, tendo em vista as características do solo da região.

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