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Índice

01. O que é a Plant based diet?....................................................................03

02. Crescimento de adeptos à plant based.........................................09

03. Impacto na microbiota intestinal .......................................................14

04. Impacto na saúde: obesidade, diabetes, doenças


cardiovasculares .............................................................................................21

05. Plant based diet pode não ser para todos!..................................28

06. Low FODMAP vegetariana...................................................................34

07. Considerações finais...................................................................................40


O que é a
Plant based
diet?
A dieta plant-based consiste
principalmente de plantas, o que
inclui vegetais, grãos, nozes,
sementes, legumes e frutas, com
redução parcial de alimentos de
origem.

A Academy of Nutrition and


Dietetics declara que dietas plant-
based bem planejadas podem
auxiliar na saúde e são
apropriadas para todas as fases da
vida, incluindo gravidez, lactação,
infância e idade adulta, bem como
para atletas.

O termo “plant-based” abrange


amplos padrões dietéticos que
contém quantidades menores de
produtos de origem animal, como
carnes, ovos e laticínios, e maiores
quantidades de produtos vegetais
como frutas, cereais integrais,
legumes, nozes e sementes.

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No entanto, o uso da “dieta à base de plantas” se modificou ao
longo do tempo e passou a ser referida a dietas vegetarianas e que
incluem quantidades limitadas de alimentos de origem animal,
como a dieta do mediterrâneo. Os adeptos à dieta plant-based
podem ser categorizados em 6 grupos. Segundo a Sociedade
Vegetariana Brasileira, “é considerado vegetariano todo aquele que
exclui de sua alimentação todos os tipos de carnes, aves e peixes e
seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos”.

Lacto-ovo-vegetarianos:
ingestão de laticínios e ovos, com exclusão de carne, frango ou
frutos do mar;

Ovo-vegetarianos:

incluem ovos, mas evita todos os outros alimentos de origem


animal, incluindo laticínios;

Lacto-vegetarianos:
ingestão de laticínios e exclusão de ovos, carnes, aves e frutos do
mar;

Veganos:

exclusão de quaisquer produtos de origem animal, incluindo


carnes, ovos, laticínios e mel;

Pescetarianos:

Semi-vegetarianos: ingestão restrita de carne, ovos, aves, frutos


do mar e laticínios.

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As dietas plant-based fornecem benefícios físicos bem
estabelecidos, que derivam, em parte, da restrição de alimentos de
origem animal. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
consumo de uma dieta saudável ao longo da vida ajuda a prevenir a
desnutrição em todas as suas formas, bem como uma série de
Doenças Crônicas Não-transmissíveis (DCNT’S), e deve conter frutas,
vegetais, legumes, sementes e grãos integrais, alimentos que
compõem a base da alimentação plant-based.

As doenças cardiovasculares continuam a ser uma das principais


causas de morte no mundo, e estudos relacionam os padrões
alimentares com a incidência de doenças cardiovasculares, com
evidências que demonstram que indivíduos que consomem
alimentos predominantemente a base de plantas têm menores
taxas de doenças cardíacas, o que pode chegar a 29%.

As dietas plant-based quando planejadas são saudáveis,


nutricionalmente adequadas e fornece benefícios à saúde no que
diz respeito à prevenção e tratamento de doenças, como
hipertensão arterial e diabetes tipo 2, pois são pobres em gordura
saturada e colesterol, ricas em fibras alimentares, magnésio,
potássio, vitaminas, minerais e fitoquímicos. A riqueza desses
nutrientes explica as vantagens para a saúde dos indivíduos
adeptos à prática.

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Os adeptos à dieta plant-based devem conhecer os grupos de
alimentos e combiná-los para melhorar a obtenção de nutrientes e
aumentar a capacidade antioxidante do organismo, fortalecer o
sistema imunológico e melhorar marcadores inflamatórios. No
planejamento dietético, deve haver o consumo de cereais,
leguminosas, oleaginosas, amiláceos, legumes, verduras, frutas,
óleos e alguns alimentos de origem animal. É importante variar e
combinar os alimentos escolhidos dentro de cada grupo alimentar.

Os padrões plant-based se evidenciam favoráveis em todos os


quesitos. Isso é justificado pelo aumento do consumo de alimentos
in natura e redução parcial de alimentos de origem animal, ricos
em gorduras saturadas, o que favorece essa população a ter um
perfil função imunológico e fisiológico melhorado.

E as proteínas?
As proteínas estão disponíveis em diversas variedades de fontes
dietéticas, que podem ser consumidas por meio de alimentos de
origem vegetal e, em menor quantidade, animal, bem como
suplementos esportivos.

É possível atender facilmente às necessidades de proteína em uma


dieta plant-based ao combinar alimentos fonte de proteína vegetal
e animal. Estes incluem lentilha, feijões, grãos de bico, sementes,
nozes, castanhas e suas pastas (por ex., pasta de amendoim) e tofu,
ovos e laticínios, que também são fontes de proteínas para os plant-
based.

Os alimentos de origem vegetal, como os cereais e as leguminosas,


fornecem carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e
fitoquímicos em quantidades que podem suprir todas as
necessidades de um indivíduo.

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Quando combinadas, as proteínas vegetais fornecem todos os
aminoácidos essenciais e são considerados fonte de proteína,
mesmo que não sejam consideradas proteínas de alto valor
biológico, como as proteínas de origem animal.

CEREAIS VERDURAS

Arroz, trigo, centeio, milho, Couve, rúcula,, brócolis,


aveia, quinoa, amaranto, e mostarda, escarola, muitas
produtos feitos com eles, como outras.
pães, macarrão etc.

FRUTAS
LEGUMINOSAS
Caqui, banana, manga, maçã,
Todas as variedades de feijões, pera, figo, uva, melancia etc.
grão-de-bico, lentilhas, ervilhas,
favas e assemelhados, soja e
seus derivados, como tofu, ÓLEOS
missô, tempeh etc.
Azeite de oliva, e óleos de soja,
girassol, linhaça, entre outros.
OLEOGINOSAS

Nozes, amêndoas, castanhas, AMILÁCEOS


pistache, macadãmia e
sementes (girassol, abóbora,
Inhame, batata, cará, mandioca,
gergelin, etc).
batata doce, e outros.

LEGUMES

Abobrinha, chuchu, pimentão,


berinjela, cogumelos etc.

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A Dietary Reference Intake (DRI) sugere que a ingestão total da
dieta referente às necessidades proteicas seja de 10 a 35% do valor
calórico total, para indivíduos de ambos os gêneros. No entanto,
não há um padrão diferenciado de consumo para indivíduos plant-
based.

O cardápio deve incluir alimentos ricos em zinco, ferro, cálcio,


vitamina B12 e gorduras do tipo poli-insaturadas ômega-3, presente
no amendoim, castanhas, amêndoa, feijões, grão de bico, açaí,
folhosos verde-escuro, soja, aveia, linhaça, chia, ovos, leite, iogurte e
carnes.

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Crescimento de
adeptos à plant
based
No início do século 21,
estimava-se que 4 bilhões de
pessoas viviam
principalmente com uma
dieta plant-based, alguns por
escolha e outros por limites
causados pela escassez de
safras, água doce e recursos
energéticos.

Na Europa, o consumo de
substitutos de carne à base
de vegetais representou 40%
do mercado mundial em No Brasil, 14% da população
2019, e está previsto um se declara vegetariana,
crescimento de 60% até 2025, segundo pesquisa do IBOPE
devido a preocupações com a inteligência conduzida em
saúde, segurança alimentar e Abril de 2018. Nas regiões
bem-estar do reino animal. metropolitanas de São Paulo,
Curitiba, Recife e Rio de
Nos EUA, durante o ano de Janeiro este percentual sobe
2019, o varejo de alimentos à para 16%.
base de plantas cresceu 8
vezes mais rápido que o
mercado de alimentos em
geral.

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A estatística representa um crescimento de 75% em relação a 2012,
quando a mesma pesquisa indicou que a proporção da população
brasileira nas regiões metropolitanas que se declararam
vegetarianas era de 8%.

Dois anos depois, no ano de 2020, a Ingredion realizou uma


pesquisa em parceria com a Consultoria Opinaia. Os dados foram
obtidos por meio de entrevista online com 5,7 mil pessoas, maiores
de 18 anos, em toda a América Latina. Os resultados apontaram que
cerca de 90% dos brasileiros buscam uma alimentação mais
saudável e nutritiva nos produtos vegetais. É o maior índice entre
os cinco países pesquisados, cuja lista é formada por Brasil,
Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Em termos percentuais, o
ranking dos três países mais interessados pela alimentação plant-
based é composto por Brasil (90%), Peru (89%) e Argentina (78%).
De maneira geral, o público tem predisposição relevante a
consumir menos carne.

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PLANT BASED DIET 10
Duas em cada três pessoas ouvidas estariam dispostas a consumir
menos carne em busca de hábitos saudáveis, maior consumo de
água, frutas e verduras e redução de açúcar.

O salto no número de pessoas que reduziram alimentos de origem


animal de seu cardápio reflete tendências mundiais consolidadas
de busca por uma alimentação mais saudável, sustentável e ética.

De janeiro de 2016 a janeiro de 2021 o volume de buscas pelo termo


‘vegano’ aumentou mais de 300% no Brasil.

Atualmente no Brasil, existem mais de 3.523 estabelecimentos que


oferecem pelo menos uma opção vegana no cardápio. Nos
supermercados brasileiros também já é possível encontrar muitas
versões veganas de produtos cárneos e lácteos, como “nuggets”,
presuntos, kibes, coxinhas, salsichas, linguiças, sorvetes e
requeijões.

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Mundialmente, cerca de 70% dos consumidores estão mudando de
dieta para prevenir obesidade, diabetes e colesterol. É importante
verificar do que são feitos esses alimentos, nem sempre por ser
vegano é sinônimo de saudável.

Semi- Segundo o estudo “O consumidor


brasileiro e o mercado Plant Based”,
vegetarianos elaborado em 2020 pelo The Good Food
Institute (GFI), 49% dos participantes
afirmam ter reduzido o consumo de carnes nos últimos 12 meses. A
região que lidera este movimento é o Nordeste, onde 53% da
população afirma ter reduzido o consumo de produtos de origem
animal.

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PLANT BASED DIET
Mais
vegetais

A mais recente pesquisa da


consultoria Inteligência em
Pesquisa e Consultoria
(IPEC), antigo Ibope
Inteligência, realizada em
fevereiro deste ano a pedido
da SVB, reforça o avanço dos
semivegetarianos.

As entrevistas foram feitas com um total de 2.002 pessoas em todo


o Brasil e revelou que o público acima dos 35 anos está buscando
dietas mais saudáveis, com mais vegetais e menor consumo de
carnes.

Os dados mostram ainda que 46% dos brasileiros com este perfil
pararam de consumir carne, ao menos uma vez por semana, por
vontade própria.

A transformação no perfil de consumo pode ser associada à


grandiosidade do Programa Segunda Sem Carne (SSC),
considerado o maior do mundo e cujas refeições distribuídas pelos
parceiros superam a marca de 400 milhões, ao longo dos doze anos
de existência do trabalho.

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PLANT BASED DIET 13
Impacto na
microbiota
intestinal
Dieta baseada em
vegetais

As dietas plant-based são seguras,


com ou sem carne. Quando bem
planejadas, como todas devem ser,
as dietas plant based promovem o
crescimento e desenvolvimento
adequados e podem ser adotados
em qualquer ciclo de vida, inclusive
na gestação e na infância. As dietas
plant based trazem resultados
benéficos na prevenção e no
tratamento de diversas doenças
crônicas não transmissíveis.

Dentre as modificações orgânicas encontradas, as alterações


relacionadas à redução da inflamação e defesa antioxidante são
marcantes e fundamentais para a compreensão de diversos
resultados positivos na saúde de indivíduos adeptos a esse estilo de
vida, com a redução em 14% de marcadores lipídicos como LDL-c e

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colesterol, responsáveis por perpetuar processos inflamatórios
endoteliais, e redução em 29% da prevalência de doença
cardiovascular isquêmica.

Padrões dietéticos com consumo elevado de fontes vegetais, como


observado no padrão dietético plant based, são associados a
redução de biomarcadores inflamatórios. As dietas veganas são
caracterizadas pela exclusão não somente de alimentos de origem
animal, mas também de produtos que tenham relação com a
exploração animal, como vestuários e cosméticos, e possui um
padrão de consumo elevado de frutas, verduras, vegetais,
leguminosas, grãos integrais, nozes e sementes.

Isso caracteriza um padrão protetor contra muitas doenças


inflamatórias, como as doenças inflamatórias intestinais. Uma série
de mecanismos são responsáveis por estes efeitos observados no
padrão de consumo, o que inclui um sistema imunológico
potencialmente fortalecido.

A relação entre microbiota e saúde humana está cada vez mais


reconhecida. Nos últimos anos, observou-se uma associação entre
disbiose intestinal e doenças não transmissíveis, como doenças
cardiovasculares, obesidade e doenças gastrointestinais como a
Síndrome do Intestino Irritável (SII).

Embora não seja totalmente conhecido se as alterações na


microbiota intestinal são causa ou consequência de determinada
doença, é reconhecida a associação entre microbiota intestinal em
simbiose com a saúde.

Uma vez que nossos hábitos alimentares são o resultado de um


conjunto de macro e micronutrientes entregues continuamente
em nosso ecossistema intestinal, é importante avaliar o impacto de
hábitos alimentares na microbiota.

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PLANT BASED DIET 15
Plant-based e saúde intestinal

A microbiota refere-se a uma comunidade de microrganismos que


colonizam o trato gastrointestinal (TGI), urogenital, pele e trato
respiratório, e inclui bactérias, fungos, vírus e protozoários. O TGI
humano habita mais de 100 bilhões de microrganismos, o que
representa de 10 a 100 vezes o número de células humanas. As
bactérias são classificadas de acordo com os filos, classes, ordens,
famílias, gênero e espécie. Apenas alguns filos estão presentes no
TGI, o que contabiliza mais de 160 espécies.

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PLANT BASED DIET 16
Os filos microbianos presentes no TGI são os Firmicutes, Bacteroi-
detes, no qual representam 90% da microbiota, Actinobacterias,
Proteobacterias, Fusobacteria e Verrucomicrobia.

Diferentes fatores desempenham papel na formação e variação da


microbiota intestinal, como o tipo de parto, presença do aleitamento
materno na primeira infância e a dieta na fase adulta. A dieta, por
sua vez, é um dos principais moduladores da microbiota intestinal,
influencia diretamente a homeostase do hospedeiro e modula vias
metabólicas derivadas da fermentação de nutrientes,
particularmente os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC).

Este mutualismo entre hospedeiro e bactérias comensais pode ser


alterado por meio de hábitos alimentares, o que impacta
potencialmente a barreira intestinal e o sistema imunológico. A
barreira intestinal representa uma unidade funcional responsável
por duas tarefas principais, que são cruciais para a sobrevivência do
indivíduo: permitir a absorção de nutrientes e agir como “barreira
protetora”, que impede a penetração de macromoléculas
indesejáveis e bactérias patogênicas.

Os adeptos à dieta plant-based excluem parcialmente o consumo


de alimentos de origem animal, o que pode modular de diferentes
formas a diversidade de bactérias intestinais e o padrão histológico
da mucosa intestinal. Dietas onívoras e vegetarianas fornecem
nutrientes para a microbiota, o que confere efeitos tanto na
abundância quanto na diversidade da microbiota intestinal.

Todavia, os polifenóis são mais abundantes em dietas plant-based, o


que pode modular positivamente a microbiota intestinal e contribuir
para a diversidade de filos bacterianos no TGI.

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PLANT BASED DIET 17
Ao contrário da dieta plant-based, os onívoros possuem em sua
microbiota microrganismos potencialmente nocivos tolerantes à
bile, uma vez que o padrão alimentar desses indivíduos são
caracterizados pelo consumo excessivo de alimentos de origem
animal com alto teor de gordura saturada e níveis aumentados de
ácidos biliares. Além disso, encontra-se grandes quantidades de
bactérias resistentes no ambiente intestinal se comparado com a
microbiota de vegetarianos e veganos.

Ainda, o consumo elevado de carboidratos não fermentáveis,


observado na população plant-based, levam nutrientes ao intestino
grosso, o que permite fermentação bacteriana que influencia na
diversidade de bactérias intestinais em termos de tipos e número
de espécies bacterianas.

Além das fibras, os polifenóis que também são abundantes nas


dietas plant-based aumentam tanto filos de Bifidobacterium spp. e
Lactobacillus spp., o que proporciona proteção cardiovascular, bem
como efeitos antibacterianos e anti-inflamatórios. A maior parte
desses compostos exibe diversidade estrutural e consiste em
flavonoides, ácidos fenólicos, lignanas e secoiridoides.

Estes passam para o cólon intestinal e são metabolizados por


bactérias colônicas que influenciam sua bioatividade, enquanto
uma pequena proporção é possivelmente absorvida no intestino
delgado. Frutas como uva, mirtilo, doces de frutas, manga e frutas
cítricas, cereais e bebidas, incluindo o café, chá, cacau e vinho tinto
são boas fontes de polifenóis.

São relatadas interações benéficas entre chá ou isoflavonas de soja


com a microbiota intestinal, enquanto mirtilos selvagens, uma boa
fonte de polifenóis, demonstram aumentar as espécies de
Bifidobacterium e Lactobacillus, com diminuição de bactérias
patogênicas, como Clostridium perfringens e Clostridium
histolyticum, provavelmente atribuível ao consumo de frutas,
sementes, chá e polifenóis do vinho.

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PLANT BASED DIET 18
As gorduras são consideradas fonte eficiente de energia e, com
base nos dados atuais, tanto a qualidade quanto a quantidade da
ingestão de gordura provenientes da dieta pode influenciar a
composição da microbiota intestinal.

As dietas plant-based possuem baixo teor de gordura saturada,


com maior foco em gorduras mono e poli-insaturadas, o que altera
a composição microbiana intestinal ao elevar a proporção de
Bacteroidetes para Firmicutes.

As gorduras saturadas provenientes de fontes animais, quando em


excesso, podem elevar os gêneros de Proteobacteria e Firmicutes e
diminuir Bifidobacterium spp., que pode desencadear inflamação
intestinal e desarranjos metabólicos, podendo ser um fator
determinante na patogênese de doenças cardiovasculares por
meio do aumento dos níveis de colesterol sérico total e LDL-c.

A dieta plant-based reforça a importância da ingestão de alimentos


de origem vegetal combinados com alimentos de origem animal
não processados. Este ajuste na ingestão de diferentes fontes de
proteínas variadas e combinadas promove aporte nutricional
adequado.

As proteínas animais podem ser importantes ao organismo,


podendo, portanto, estar presente na alimentação em quantidades
adequadas, o que confere fortalecimento da imunidade,
envelhecimento saudável e saúde intestinal.

O impacto das proteínas na microbiota intestinal confirmam que


ambas espécies Bifidobacterium e Lactobacillus, bem como os
níveis intestinais de AGCC’s aumentam após consumo alimentar
baseado em proteínas vegetais, enquanto bactérias patogênicas,
como C. perfringens e Bacteroides fragilis diminuem.

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PLANT BASED DIET 19
Em contraste, a ingestão elevada de alimentos de origem animal
pode ter papel significativo na patogênese de doenças
inflamatórias intestinais, uma vez que podem alterar a composição
microbiana intestinal com aumento de bactérias patogênicas e
diminuição de bactérias benéficas.

É importante ressaltar que dietas onívoras também podem


promover saúde intestinal quando adequadas nutricionalmente,
com aporte suficiente de fibras alimentares, variedade no consumo
de frutas, verduras, legumes e folhosos, consumo regular de
gorduras mono e poli-insaturadas e reduzidas em gorduras
saturadas, o que confere equilíbrio nutricional à dieta.

Pode se afirmar que nem todos podem se beneficiar de um padrão


plant-based, especialmente os que apresentam e sensibilidade às
lectinas e outros antinutrientes. Apesar dos inúmeros benefícios do
padrão alimentar em discussão, a melhor conduta nutricional
sempre será a que melhor se adapta à individualidade biológica.

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PLANT BASED DIET
Impacto
na saúde:
obesidade,
diabetes,
doenças
cardiovas-
culares
As dietas plant-based são
associadas a menor risco de
diabetes tipo 2, doenças
cardiovasculares e outros
fatores de risco
cardiometabólico. As
Diretrizes Dietéticas dos EUA
(2015-2020) recomendam
vários padrões dietéticos para
prevenção de doenças
crônicas, o que inclui o padrão
plant-based. Ao mesmo
tempo, alertam sobre a
ingestão excessiva de grãos
refinados e açúcares.

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PLANT BASED DIET 21
Doenças cardiometabólicas,
ou seja, doença isquêmica
do coração, acidente
vascular encefálico (AVE),
obesidade e diabetes
representam um fardo
substancial para a saúde. As
dietas a base de
plantas são estratégias eficazes para melhorar a ingestão de
nutrientes e, ao mesmo tempo, estão associadas à diminuição de
mortalidade e risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças
coronarianas.

As evidências sugerem que as dietas plant-based podem reduzir o


risco de eventos de doença cardíaca em cerca de 40% e o risco de
eventos de AVE em 29%. Quando bem planejadas, as dietas plant-
based são saudáveis, eficazes no controle de peso, glicemia e
fornecem substâncias potencialmente benéficas ao corpo.

Evidências apoiam a ingestão de componentes de alimentos


específicos, grupos de alimentos ou padrões dietéticos para
influenciar positivamente a dislipidemia e reduzir o risco de
doenças cardiovasculares, obesidade, dislipidemias e diabetes tipo
2. Macro e micronutrientes específicos de uma dieta
predominantemente plant-based são gorduras vegetais, fibras
dietéticas e fitonutrientes, como fitoesteróis.

Doenças cardiovasculares
A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade,
responsável por uma em cada quatro mortes no mundo, o que
representa cerca de 31% de todas as mortes. A causa subjacente de
DCV é a aterosclerose.

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PLANT BASED DIET
Gerenciar fatores de risco associados à aterosclerose torna possível
retardar ou reverter o desenvolvimento da doença e, em última
análise, reduzir o risco de DCV. Fatores de risco subjacentes
incluem pressão arterial elevada, dislipidemia, sobrepeso,
obesidade e diabetes tipo 2, bem como fatores de risco
comportamentais, como tabagismo, dieta desequilibrada, com alto
teor de açúcar e gorduras totais, e sedentarismo.

A dislipidemia é uma anormalidade metabólica que leva a um


aumento nas concentrações circulantes de colesterol no sangue e
triglicerídeos (TG). É caracterizada por elevado colesterol de
lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), também conhecido como
hipercolesterolemia, e muitas vezes combinado com baixas
concentrações de colesterol de lipoproteína de alta densidade
(HDL-C) e TG elevado.

O LDL-C elevado é um fator de risco causal para DCV e reduzir as


concentrações de LDL-C é o alvo principal para o tratamento e
prevenção de DCV. A adoção de uma dieta e estilo de vida
saudáveis ​deve ser sempre a pedra angular quando se busca
reduzir concentrações de LDL-C.

Com base na gravidade da dislipidemia e no risco total de DCV, a


terapia farmacológica adicional pode ser recomendada, no entanto,
com mudanças adequadas na dieta e estilo de vida, cerca de 80%
da mortalidade por DCV pode ser evitada.

A alta prevalência de doenças cardíacas tem sido associada a


fatores de estilo de vida, como tabagismo, dietas ricas em gordura
animal, refinados e sedentarismo. O papel de um padrão alimentar
saudável na prevenção de DCV é bem reconhecido.

As evidências apoiam a ingestão de nutrientes específicos, grupos


de alimentos ou certos padrões dietéticos para influenciar
positivamente a dislipidemia e promover a prevenção de DCV.

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PLANT BASED DIET 23
Padrões alimentares predominantemente baseados em vegetais,
como as dietas plant-based enfatizam uma maior ingestão de
frutas, vegetais, leguminosas, produtos de grãos inteiros, nozes,
sementes e óleos vegetais e ingestão limitada de alimentos de
origem animal, como laticínios com baixo teor ou sem gordura,
carnes magras e peixes.

Os padrões alimentares à base de plantas variam de


semivegetarianos (com baixo consumo de carne) para
pescetarianos ou lacto/ovo-vegetariano para vegano, na qual os
alimentos vegetais representam a maioria ou todos os alimentos da
dieta.

Estima-se que 874 milhões de adultos em todo o mundo têm uma


pressão arterial sistólica de 140 mmHg ou superior. Uma redução
de 5 mmHg na pressão arterial sistólica pode levar a redução de 7%
de mortalidade por todas as causas, redução de 9% no risco de
doenças cardíacas e redução de 14 por cento no risco ataque
cardíaco.

A alta ingestão de proteínas, especialmente de carne, aumenta a


pressão arterial, e, por outro lado, estudos observacionais
demonstram que dietas plant-based podem reduzir a pressão
arterial sistólica e diastólica em 4,8 e 2,2 mmHg, respectivamente.

Em vista dos macronutrientes, para uma dieta à base de plantas é


necessária a ingestão de carboidratos complexos e proteínas de
origem vegetal, concomitante a uma menor ingestão de gorduras
totais, especialmente as saturadas e trans., com enfoque nos ácidos
graxos insaturados.

As plant-based também são mais ricas em fibras dietéticas, contêm


quantidade modesta de fitoesteróis ao lado de outros derivados
bioativos de plantas, frequentemente chamados de fitonutrientes,
que estão associados a efeitos positivos para a saúde e na redução
de doenças cardiovasculares.

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PLANT BASED DIET 24
Os padrões da dieta baseada em plantas e, especialmente vegana,
melhoram a glicemia em jejum pós-prandial e colesterol sérico em
comparação com planejamentos nutricionais convencionais.

Se combinado com exercício físico moderado, cessação do


tabagismo, álcool e gestão do estresse, a redução de colesterol
sérico pode ser ainda maior.

Obesidade
A prevalência de sobrepeso e obesidade está aumentando em todo
o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais
de 1,3 bilhão de adultos em todo o mundo estão acima do peso, e
outros 600 milhões estão obesos. O sobrepeso e a obesidade estão
associados a uma maior mortalidade por todas as causas. Observa-
se que valores de Índice de Massa Corporal (IMC) tendem a
aumentar com o aumento da frequência do consumo de produtos
de origem animal, especialmente os ricos em gorduras saturadas,
como as carnes. Por outro lado, observa-se que adeptos à dieta
plant-based apresentam valores de IMC mais baixos.

As dietas plant-based podem ser uma abordagem dietética eficaz


para o controle de doenças crônicas e/ou perda de peso. As dietas
vegetarianas parecem aumentar o gasto energético de repouso,
que pode ser parcialmente responsável pelos valores mais baixos
de IMC. Ainda, as dietas a base de vegetais podem reduzir o risco de
desenvolvimento de síndrome metabólica e reduzir a concentração
de triglicerídeos, colesterol sérico, glicemia e pressão arterial.
Mesmo sem exercícios físicos regulares, evidências demonstram
que as dietas vegetarianas são quase duas vezes mais eficazes na
redução do peso corporal, melhor controle glicêmico e controle do
colesterol sérico, em comparação com dietas mais convencionais
no tratamento de diabetes tipo 2.

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A gestão do controle glicêmico é um dos pilares mais importantes
do tratamento da diabetes tipo 2. O controle glicêmico otimizado
reduz o risco de complicações microvasculares. Grande parte dos
estudos observacionais demonstram associação positiva entre
níveis reduzidos de glicose e o menor risco de doença
cardiovascular.

Pacientes com concentrações de hemoglobina glicada (HbA1c)


entre 6,0 - 6,9% tiveram risco relativo 20% menor de doença
coronariana fatal/não fatal que pacientes com concentrações de
HbA1c de 7,0 – 7,9%.

Um dos mecanismos responsável pela melhoria do controle


glicêmico é o aumento da sensibilidade à insulina em resposta a
dietas à base de plantas.

Por outro lado, outro mecanismo potencialmente responsável pela


melhoria do controle glicêmico é a otimização de respostas
hormonais gastrointestinais.

Os hormônios gastrointestinais, especialmente as incretinas,


desempenham papel importante no aumento da insulina
plasmática pós-prandial. Em pacientes com diabetes tipo 2, o efeito
das incretinas é reduzido, e parece ser influenciado pela
composição da dieta.

O consumo elevado de carnes processadas, por exemplo, leva à


liberação prejudicada dos hormônios gastrointestinais, incluindo as
incretinas em jejum e após refeições, em comparação com
refeições vegetarianas/veganas.

Estes resultados demonstram que dietas à base de plantas podem


ser benéficas para a melhoria da liberação de hormônios em
pacientes com diabetes tipo 2.

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Vários mecanismos explicam os efeitos benéficos
cardiometabólicos da dieta a base de plantas, como menor
ingestão calórica, aumento da ingestão de fibras, redução da
ingestão de gordura saturada e colesterol, maior ingestão de ácidos
graxos poli-insaturados e monoinsaturados, aumento da ingestão
de antioxidantes e micronutrientes, maior ingestão de proteína
vegetal e maior ingestão de esteróis vegetais. A redução na
ingestão de energia devido à menor densidade energética dos
alimentos vegetais pode produzir benefícios cardiometabólicos
antes mesmo de ocorrer qualquer alteração no peso corporal. A
fibra contribui para o volume da dieta sem adicionar calorias
digeríveis, o que leva à saciedade e perda de peso. Além disso, a
fibra solúvel se liga aos ácidos biliares no intestino delgado e
aumenta a excreção fecal de sais biliares, o que contribui para a
redução de colesterol e glicose sérica.

Observa-se, portanto, que as dietas a base de plantas exercem


benefícios cardiometabólicos por meio de vários mecanismos. Ao
comer todos os alimentos vegetais, o efeito sinérgico pode ser
maior do que um efeito adicional da ingestão de nutrientes
isolados.

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PLANT BASED DIET
Plant based diet pode
não ser para todos
Os riscos e benefícios que envolvem a dieta plant-based geram
debates e estão longe de alcançar um consenso. Nas últimas
décadas, novas metodologias abalaram certezas, reformaram
conceitos e evoluíram para importantes mudanças de paradigma.

Vários estudos questionaram o conceito de “dieta adequada” e


propuseram a necessidade de encontrar uma “dieta ótima” que,
além de ser adequada, também diminuísse o risco de desenvolver
doenças crônicas. Embora a prescrição de uma “dieta adequada”
seja simples e bem aceita, a composição de uma “dieta ótima”
envolve enorme controvérsia. No cerne dessa controvérsia está a
definição do consumo ideal de alimentos de origem vegetal e
animal.

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Neste contexto complexo, pesa também a própria definição de
vegetarianismo encontrada na dieta plant-based, que varia do
consumo exclusivo de vegetais até dietas mais flexíveis, com
consumo preferencial de vegetais mas com tolerância para alguns
alimentos de origem animal, como o leite e seus derivados, os ovos,
o mel, peixes e frutos do mar.

As evidências dos benefícios da dieta vegetariana estão


relacionadas à redução do risco das doenças cardiovasculares e à
mortalidade por doença coronariana. Estudos demonstram
redução da incidência de doenças cardiovasculares, o que equivale
a cerca de 24% menos risco em vegetarianos quando comparados
a dietas com excesso de consumo de alimentos de origem animal,
além de menores níveis de colesterol total e de colesterol do tipo
LDL, menor peso corporal e menor incidência de hipertensão e
diabetes.

Entre as possíveis explicações para esses benefícios estão o


consumo reduzido de alimentos de origem animal com alto teor de
gorduras saturadas e a maior ingestão de fibras alimentares, grãos
integrais, legumes, nozes e outros. Embora nutrientes isolados
possam proporcionar benefícios para o risco cardiovascular, a
combinação de alimentos da dieta plant-based pode conferir efeito
maior, talvez, sinérgico.

A American Dietetic Association and Dietetians of Canada


reconhece os benefícios associados à dieta plant-based equilibrada
para todos os indivíduos e durante todas as fases da vida. O papel
das fibras alimentares provenientes da dieta plant-based para a
saúde tem sido amplamente estudado, e está associado a
prevenção de doenças crônicas, como doença arterial coronariana,
acidente vascular encefálico (AVE), hipertensão arterial e diabetes
tipo 2, por melhorar os níveis de colesterol sérico, glicemia, redução
de peso corporal e estímulo para o sistema imune por meio da
microbiota intestinal.

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Contudo, para alguns, a dieta plant based pode não ser uma boa
estratégia, visto que podem não tolerar grandes quantidades de
fibras alimentares ou quando há fermentação bacteriana excessiva,
o que predispõe desconfortos intestinais com presença de gases,
flatulência, distensão abdominal e prejuízo na absorção de alguns
nutrientes.

Recomenda-se o consumo diário de 20 a 35g por dia de fibras


alimentares para adultos saudáveis, visando equilíbrio e
manutenção da saúde, e os efeitos negativos do seu excesso pode
ocorrer quando há ingestão de mais de 70 g de fibras, o que não é
incomum, principalmente em dietas vegetarianas. Os desconfortos
intestinais podem ser observados com mais frequência, também,
em indivíduos sedentários e quando o consumo de água está
inadequado, com menos de 2,0L por dia.

Proteínas
Embora os vegetais proporcionem menor oferta proteica em
relação aos alimentos de origem animal, as dietas plant-based são
adequadas e, geralmente, excedem as necessidades de proteínas,
especialmente quando proteínas animais e vegetais são
combinadas.

A constatação da ausência de alguns aminoácidos essenciais em


determinadas proteínas de origem vegetal também não constitui
limitação à adequação de dietas plant-based, visto que as possíveis
deficiências são facilmente compensadas pela combinação de
alimentos vegetais e animais, como verduras, legumes, grãos
integrais, nozes, sementes e laticínios, cortes magros de carnes
vermelhas e/ou peixes consumidos ao longo do dia.

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Vitamina B12 (cianocobalamina)
Os vegetarianos e, em especial os veganos, apresentam,
geralmente, redução do nível sérico de vitamina B12, que pode se
agravar com a duração da dieta ou conduta nutricional
inadequada. Adeptos da dieta plant-based podem desenvolver
sintomas de deficiência devido à redução da ingestão de alimentos
de origem animal.

Evidências revelam deficiência de vitamina B12 em 52% dos


veganos, 7% dos vegetarianos e em 1% dos onívoros, o que reforça a
importância das proteínas animais na plant-based. Embora a
vitamina B12 não esteja limitada a alimentos de origem animal,
outros alimentos como fungos, algas marinhas e vegetais
fermentados não são considerados seguros, confiáveis e suficientes
para suprir as necessidades e evitar estados carenciais.

Essas fontes alimentares alternativas de vitamina B12 também


foram responsabilizadas pela disponibilização de formas inativas,
que interferem na absorção e no metabolismo das formas ativas.
Por isso, recomenda-se o consumo regular de fontes ativas de
vitamina B12, por meio de alimentos de origem animal, fortificados
ou de suplemento alimentar.

Ferro
O ferro não heme encontrado em vegetais como legumes, grãos
integrais, frutas secas e folhas verde-escuras apresenta absorção
menor do que o ferro heme encontrado na carne. Adicionalmente,
substâncias presentes nos alimentos como vitamina C, polifenóis e
fitatos podem facilitar ou dificultar a absorção intestinal do ferro.

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Em geral, dietas vegetarianas são ricas em ferro não heme e a
ocorrência de deficiência de ferro não difere da encontrada em
indivíduos onívoros.

Apesar das limitações na biodisponibilidade do ferro de origem


vegetal, o estoque no organismo constitui fator determinante na
regulação fisiológica da absorção e da excreção de ferro, o que
adapta o indivíduo a grandes variações tanto na necessidade
quanto na ingestão. Essa regulação fisiológica pode ser mais
importante do que o tipo de ferro ingerido.

Por outro lado, estoques menores de ferro podem gerar benefícios,


com a diminuição da produção de espécies reativas de oxigênio e
redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas.

Cálcio
A ingestão de cálcio em lacto-ovo-vegetarianos não difere da
ingestão de onívoros. Da mesma forma, a densidade mineral óssea
não difere. Com a redução de laticínios e outros alimentos de
origem animal sem acompanhamento nutricional, pode acarretar
em deficiência de cálcio e comprometimento ósseo.

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Uma dieta plant-based
equilibrada e variada, além
de proporcionar oferta
nutricional adequada,
também promove saúde e
previne inúmeras doenças
crônicas responsáveis por
perda de qualidade de vida e
diminuição da expectativa
de vida. Evidências
comprovam os benefícios
das dietas baseadas em
vegetais com redução do
consumo excessivo de
energia e substâncias
associadas ao

desenvolvimento de doenças crônicas, como a gordura saturada, e


disponibilidade de diversas substâncias ativas, como os fitoquímicos
e as fibras alimentares, que proporcionam benefícios para a saúde.

Por outro lado, alguns podem não tolerar grandes quantidades de


lectinas, proteína de origem não-imunológica que está presente em
alimentos de origem vegetal como grãos, leguminosas, nozes,
sementes e outros, que são fermentados por bactérias intestinais e
causam distensão, dores e flatulência abdominal. O consumo de
lectinas para indivíduos que apresentam certo grau de sensibilidade
ou doença autoimune pode provocar efeitos indesejados, como
quadros de disbiose intestinal e prejuízo na absorção de nutrientes.
Especialmente para adeptos da dieta plant-based que apresentam
alguma sensibilidade, evitar alimentos que contém lectinas não é
uma tarefa fácil, pois as principais fontes de lectinas caracteriza a
base da dieta plant-based, como feijões, soja, amendoim, trigo, aveia,
centeio e cevada.
Dessa forma, ajustar e diminuir, se necessário, o consumo de fibras
alimentares e alimentos fonte de lectinas, especialmente os grãos,
pode atenuar os efeitos negativos do consumo.

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Low FODMAP
vegetariana
As intolerâncias não alérgicas naturalmente presente em uma
ampla variedade de alimentos são os carboidratos fermentáveis
denominados “FodMaps”, que denotam oligo-di-mono-sacarídeos
fermentáveis e polióis. Esse grupo de carboidratos é conhecido por
desencadear sintomas em pacientes que apresentam sintomas
gastrointestinais funcionais, como na SII. Alguns alimentos são
considerados precipitantes dos sintomas gastrointestinais
presentes em doenças inflamatórias intestinais, como a Síndrome
do Intestino Irritável (SII).

Em aproximadamente 60% dos casos, pacientes afetados com


doenças inflamatórias intestinais apresentam aumento de
sintomas intestinais indesejáveis com determinados alimentos, o
que impacta diretamente a qualidade de vida.

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PLANT BASED DIET
Em 1959, a hipolactasia foi o primeiro distúrbio relatado causado
pela absorção prejudicada de sacarídeos. Desde então, muitos
outros sacarídeos foram documentados como causadores de
sintomas gastrointestinais. Os FodMaps podem ser encontrados
em uma variedade de alimentos, como frutas, vegetais, legumes e
cereais, mel, laticínios e adoçantes. A abordagem de baixos
FodMaps não é apenas uma “dieta de evasão”, é também uma
ferramenta de diagnóstico para testar a tolerância do paciente a
alimentos, o que permite eliminá-los ou reduzi-los da dieta e
promover mudanças significativas em seu estilo de vida.

Uma Low FodMaps envolve restrição global da ingestão de


FodMaps por 4 a 8 semanas, seguido por sua reintrodução gradual,
de acordo com a tolerância individual do paciente. Isso permite a
personalização da dieta e sua implementação a longo prazo. A Low
FodMaps não é apenas uma dieta sem lactose, como ocorre em
pacientes Lacto-vegetarianos, mas uma restrição que tem um
efeito maior e mais consistente do que uma dieta limitada.
Portanto, por exemplo, uma única pêra pode não causar um surto
intestinal, mas consumir algumas fatias de pão, uma pêra e um
copo de leite durante a mesma refeição pode causar o
aparecimento de sintomas.

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Dois principais mecanismos de ação foram propostos para o efeito
dos FodMaps na indução dos sintomas gastrointestinais. Os
carboidratos de cadeia curta mal absorvidos presentes no lúmen
intestinal apresentam efeito osmótico, o que aumenta a
distribuição de água para o lúmen. A entrega acelerada de
carboidratos fermentáveis para o cólon leva à fermentação por
bactérias do cólon, o que resulta na produção de gases. Os efeitos
combinados do aumento do fornecimento de água e a produção
de gases pela fermentação bacteriana causam distensão, dor e
desconforto abdominal em pacientes com hipersensibilidade.

A dieta baixa em FodMaps reduz a ingestão de subgrupos de


carboidratos fermentáveis e o excesso de frutose presente em
alimentos como mel, maçã e manga, a lactose presente no leite e
derivados, polióis presente em abacate e peras e frutanos,
presentes no trigo, cebola e alho. Ainda, os legumes e nozes são
reduzidos pela presença de galacto-oligossacarídeos. Embora uma
grande variedade de alimentos seja classificada com alto teor de
FodMaps, nenhum grupo alimentar é excluído da dieta. Portanto,
quando a dieta é planejada adequadamente com alternativas
incluídas, a adequação nutricional é mantida.

Avaliação dietética para


direcionamento do FodMaps
A dieta baixa em FodMaps pode diferir com base no comprimento
da cadeia de carboidratos, ao qual cada paciente reagirá com
variações e tipos, e gravidade dos sintomas intestinais.

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Oligossacarídeos, frutanos e
galacto-oligossacarídeos
Possuem maior comprimento de cadeia e são encontrados
naturalmente em alimentos como trigo e centeio, legumes, nozes,
cebola e alho. Não há enzimas capazes de digerir os frutanos e
oligossacarídeos, e como resultado, podem ser mal absorvidos e,
por serem considerados altamente fermentáveis, produzem gases
resultantes da digestão bacteriana e contribuem para distensão e
dor abdominal e flatos excessivos, observados na SII.

Dissacarídeos
É a lactose e o açúcar encontrados em produtos lácteos que
requerem a enzima lactase para absorção. A atividade da lactase
pode ser reduzida em certas origens étnicas, como a asiática, com o
aumento da idade e durante períodos de inflamação intestinal,
como da Doença de Crohn (DC) ativa. Muitos possuem produção
adequada de lactase para digestão de lactose e, como tal, não há
necessidade de restrições como parte de uma dieta baixa em
FodMaps.

Monossacarídeos
Considera-se monossacarídeo o açúcar, encontrado em frutas e
alguns vegetais, incluindo melancia, manga, maçãs, pêra e mel.
A frutose também pode ser usada para adoçar produtos
industrializados, na forma de xarope de milho.

A frutose é o menor carboidrato FodMaps, e esse é o motivo que


leva ao seu efeito osmótico e a atração de água para o lúmen
intestinal.

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A distensão abdominal resulta em dor e inchaço, e, se a frutose for
consumida em grandes quantidades, pode contribuir para diarreia
e motilidade alterada. Inicialmente, havia foco na má absorção de
frutose e sua contribuição para os sintomas presentes na SII, no
entanto, evidências recentes identificaram que a quantidade de
frutose mal absorvida é geralmente pequena, e que sua presença
pode levar a sintomas intestinais independente da sua má
absorção. A frutose é pouco absorvida em todo o intestino, e sua
absorção lenta e progressiva cria efeito osmótico, tendo sido
completamente absorvido ou não.

Polióis
São identificados em alimentos como manitol e Sorbitol,
encontrado em maçãs, pêra, frutas de caroço, couve-flor, cogumelo
e ervilha. Estes polióis, coo xilytol e isomalte são utilizados como
adoçantes artificiais em gomas de mascar e balas sem açúcar.
Polióis como a frutose são lentamente absorvidos ao longo do
intestino e são susceptíveis ao efeito osmótico. Sintomas intestinais
causados pelos polióis também são independentes de sua
proporção de absorção. Eles também devem, portanto, sempre
serem considerados contribuintes potenciais para os sintomas
intestinais.

A fase de restrição da dieta Low FodMaps melhora os sintomas


intestinais em até 75% dos pacientes em cerca de 6 semanas. O
objetivo a longo prazo da educação dietética com Low FodMaps é
reintroduzir alimentos com alto FodMaps à tolerância pessoal.
Portanto, é vital que os pacientes sejam acompanhados
mensalmente, para discutir resultados da mudança dietética. Vale
ressaltar que os FodMaps são prebióticos, importantes para a saúde
gastrointestinal. Destaca-se o potencial negativo inicial de uma Low
FodMaps na microbiota intestinal. Por isso, a fase restritiva deve ser
implementada até que os sintomas intestinais cessem, o que leva
em torno de 4 semanas. Após isso, a tolerância individual deve ser
promovida, através de testes alimentares com alimentos altos em
FodMaps.

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Pacientes vegetarianos
As leguminosas são importantes fontes de proteínas, fibras e
nutrientes essenciais, como folato, ferro, zinco, cálcio e magnésio.
Tanto os galacto-oligossacarídeos quanto os frutanos presentes nas
leguminosas são prebióticos, que podem aumentar o crescimento
de bactérias comensais que conferem benefícios à saúde. A
importância de identificar as variedades de leguminosas e a
tolerância individual do paciente pode auxiliar na adequação
nutricional.

Algumas técnicas de processamento de alimentos oferece


oportunidade para redução de FodMaps em leguminosas, o que é
importante para pacientes vegetarianos com risco relativo de
deficiência de nutrientes como ferro, zinco e cálcio, que são obtidos
por meio de legumes, grãos integrais, nozes e leguminosas. Os
processos têm como objetivo reduzir o conteúdo de galacto-
oligossacarídeos de leguminosas, por meio de imersão, cozimento
e germinação. Os oligossacarídeos são solúveis em água e,
portanto, se dissipam quando submetidos à imersão em água.
Essas estratégias podem reduzir as restrições alimentares em
pacientes vegetarianos a fim de melhorar a tolerância, adesão e
adequação nutricional.

Expandir a escolha de alimentos com baixo FodMaps, como lentilha


vermelha sem casca, edamame, quinoa, tofu e feijão mungo e
seguir estratégias de cozimento de leguminosas aumentará a
ingestão de proteínas e nutrientes essenciais, e podem auxiliar na
tolerância individual dos pacientes. Essas estratégias, na prática,
permitem que os pacientes maximizem o alívio dos sintomas e
adequação nutricional ao mesmo tempo que minimizam restrições
alimentares.

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Considerações finais.
As dietas veganas têm ganhado popularidade nos últimos anos,
uma vez que vários distúrbios clínicos e doenças causadas pelo
consumo de produtos de origem animal ainda ocorrem com
frequência em países desenvolvidos. As dietas veganas são seguras
como qualquer dieta, com ou sem carne. Quando bem planejadas,
como todas devem ser, as dietas veganas promovem o crescimento
e desenvolvimento adequados e podem ser adotados em qualquer
ciclo de vida, inclusive na gestação e na infância.

O que comemos influencia muito em nossa saúde. A dieta


ocidental desequilibrada está fortemente ligada à obesidade,
diabetes, doenças cardiovasculares, níveis prejudiciais de colesterol,
hipertensão, doença de Alzheimer e certos tipos de câncer. A
associação oposta ocorre nas dietas à base de plantas. O
reconhecimento dos benefícios da alimentação a base de plantas é
cada vez maior. No entanto, o aumento da produção de alimentos
processados, a rápida urbanização e a mudança no estilo de vida
levaram a mudanças nos padrões alimentares. Agora consome-se
mais alimentos calóricos, ricos em gorduras, açúcares e sódio. O
efeito das dietas à base de plantas na saúde humana é atribuído
à atividade dos principais componentes nutricionais em conferir
benefícios à saúde. Esses componentes incluem fibra dietética,
gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, proteínas, polifenóis
e micronutrientes.

As dietas plant-based estão associadas a vantagens para a saúde,


incluindo níveis mais baixos de colesterol sérico, menor risco de
doenças cardiovasculares, como hipertensão, e menor risco de
diabetes tipo 2. As dietas vegetarianas são pobres em gordura
saturada e colesterol, ricas em fibras alimentares, magnésio,
potássio, vitaminas, minerais e fitoquímicos. A riqueza desses
nutrientes na alimentação vegetariana explica as vantagens para a
saúde dos indivíduos adeptos à prática.

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Nós, humanos, somos, em última análise, responsáveis ​por saúde
social, social e planetária. Ao diminuir a dependência em produtos
cárneos, individualmente e globalmente, nós podemos nos mover
em direção a uma visão de mundo mais saudável e certamente
mais sustentável. Essa jornada começa com o primeiro passo. A
redução global do consumo de alimentos de origem animal
representa, assim, uma das soluções mais promissoras para a
preservação do ambiente e a garantia da segurança alimentar para
as futuras gerações .

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