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O equilíbrio químico é um fenômeno que acontece nas 

reações químicas
reversíveis entre reagentes e produtos.

Quando uma reação é direta, está transformando reagentes em produtos. Já


quando ela ocorre de maneira inversa, os produtos estão transformando-se
em reagentes.

2- Introdução sobre equilíbrio químico

Toda reação química possui uma velocidade. No caso das reações


reversíveis, a reação direta tem a sua, enquanto a indireta tem a dela. O
processo só entrará em equilíbrio químico quando as duas velocidades
tornarem-se absolutamente iguais.

Condições para a ocorrência de reações química

Para que a reação de combustão entre o gás propano e o oxigênio do ar se


inicie, é necessário fornecer a energia de ativação

A velocidade com que as reações se processam varia muito, e existem alguns fatores
que interferem não só nessa velocidade, mas até mesmo na ocorrência dessas
reações. Eles são basicamente quatro: contato entre os reagentes, afinidade
química, colisões favoráveis e energia de ativação.

1. Contato entre os reagentes: Para que as moléculas dos reagentes possam


colidir umas com as outras, é necessário que elas entrem em contato.

Por exemplo, o sódio é um elemento metálico que reage com o oxigênio, oxidando-se
em minutos quando em contato com o ar. Reage também violentamente com a água,
como mostra a imagem abaixo:

Reação violenta entre sódio e água quebra recipiente de vidro*

Assim, para não entrar em contato com o oxigênio e com a umidade do ar, o sódio
metálico é guardado em querosene:
1. Afinidade química: Essa propriedade diz respeito à capacidade que uma
substância tem de reagir com a outra, pois mesmo se duas ou mais substâncias
forem colocadas em contato, mas não houver afinidade entre elas, não ocorrerá a
reação.

Não há afinidade química entre o sódio e o querosene, por exemplo, assim como
acontece com um giz deixado exposto no ar, eles nunca irão reagir, porque não há
afinidade química entre eles, o giz permanecerá intacto.

Nesse aspecto ainda há outra questão, o fato de que quanto maior a afinidade


entre as substâncias, maior será a velocidade da reação. Por exemplo, ao
considerarmos as reações de oxidorredução, essa afinidade corresponde à tendência
de ganhar elétrons que um dos reagentes tem e a tendência de perder elétrons do
outro reagente. No caso dos metais, eles têm a tendência de doar elétrons, oxidando-
se. Quanto maior for essa tendência, maior é a reatividade do metal. Abaixo é
mostrada a fila de reatividade dos metais e do hidrogênio:

Observe que o ouro (Au) é o metal menos reativo. Esse é um dos principais motivos
para que ele seja tão valioso. O ouro é bastante resistente à exposição ao oxigênio e
à umidade do ar, bem como ao ataque de ácidos isolados, sendo atacado somente
por água régia, que é uma mistura de três partes de ácido clorídrico com uma parte
de ácido nítrico. É por isso que muitas peças de ouro, como os sarcófagos do Egito

antigo, continuam em ótimas condições até hoje.

1. Teoria das colisões: Para que uma reação química ocorra, as moléculas dos
reagentes que entraram em contato devem colidir de modo efetivo. Abaixo é
mostrado que nem sempre as colisões entre as moléculas são favoráveis, isto é,
resultam na quebra de suas ligações dos reagentes e formação de novas
substâncias (produtos):

Quanto maior o número de colisões favoráveis, maior será a velocidade da


reação química.

Energia de ativação (Eat): Para que as colisões sejam favoráveis e resultem


em reação química, é necessário que os reagentes possuam uma energia
mínima, que é a energia de ativação.

A energia de ativação é necessária para a formação do complexo ativado, isto é,


uma estrutura intermediária entre os reagentes e os produtos, onde as ligações dos
reagentes estão sendo enfraquecidas e as ligações dos produtos estão sendo
formadas:

Sem a energia de ativação, a reação não acontece. Por exemplo, no caso do sódio
com a água, esses reagentes possuem a energia mínima para que a reação entre
eles ocorra, por isso, só por estarem em contato, eles já reagem.

Agora considere outro caso: o gás propano, presente no gás de cozinha, possui
afinidade química com o oxigênio do ar para entrar em combustão. No entanto, tais
reagentes não possuem a energia de ativação e é por isso que quando abrimos a
válvula do fogareiro, deixando o gás escapar, não acontece reação nenhuma. É
preciso fornecer energia para a reação de combustão ocorrer e é isso que é feito
quando aproximamos o palito de fósforos. Visto que essa reação de combustão é
exotérmica, liberando energia, a reação continua ocorrendo até que pelo menos um
dos reagentes seja totalmente consumido.
Portanto, quanto menor for a energia de ativação, mais rápida será a velocidade
com que a reação se desenvolverá. Sobre isso, leia o texto Energia de Ativação e
Complexo Ativado.

4- Gráfico de equilíbrio químico

Uma reação reversível é aquela que se processa tanto no sentido direto, de


formação dos produtos, quanto no sentido inverso, de formação dos
reagentes. Assim, as reações reversíveis processam-se simultaneamente
nos dois sentidos.

Quando a taxa de desenvolvimento ou a velocidade das reações direta e


inversa são iguais, dizemos que a reação está em equilíbrio químico.

Geralmente, o estudo do equilíbrio químico é feito utilizando-se gráficos que


relacionam a velocidade com que os reagentes e/ou os produtos foram
consumidos ao passar do tempo, ou seja, relacionam a sua concentração
com o tempo.

Em toda reação reversível, a concentração inicial de reagentes é máxima e


sua velocidade de consumo também. Conforme vai passando o tempo e os
reagentes vão sendo consumidos, a sua concentração diminui e a velocidade
da reação direta também diminui. Isso acontece até que a reação atinja o
equilíbrio e a concentração dos reagentes permaneça constante:

No caso dos produtos, a sua concentração inicial era zero e a velocidade da


reação inversa também. À medida que a reação direta vai ocorrendo,
aumenta-se a concentração dos produtos gradativamente. Visto que agora há
produtos, a reação inversa também começa a ocorrer, e quanto maior a
concentração deles, maior será a velocidade da reação que os consome
(inversa). Em determinado momento, então, atinge-se o equilíbrio, em que a
concentração dos produtos e a velocidade da reação inversa mantêm-se
constantes.
No entanto, apesar de as velocidades das reações direta e inversa serem
iguais, a concentração dos reagentes e dos produtos não será a mesma na
maioria dos casos. Assim, existem três tipos de gráficos que podem ser
usados para representar o equilíbrio químico de acordo com a concentração
das espécies envolvidas, que são (1) quando as concentrações dos
reagentes e dos produtos são iguais, (2) quando a concentração dos
reagentes é inferior à dos produtos e (3) quando a concentração dos
reagentes é superior à dos produtos:

(1)  Quando as concentrações dos reagentes e dos produtos são iguais:

Nesse caso, o equilíbrio não está deslocado para nenhum lado, a intensidade
de ambas as reações é a mesma:

(2)  Quando a concentração dos reagentes é inferior à dos produtos:

Nesse caso, já que a concentração dos produtos está maior, isto quer dizer
que a reação está deslocada para a direita, porque a reação direta (com
formação dos produtos) ocorre com maior intensidade.
(3) Quando a concentração dos reagentes é superior à dos produtos:

Agora ocorre o inverso do caso anterior, o sentido do equilíbrio químico está


deslocado para a esquerda, sendo que a reação inversa, com formação dos
reagentes, ocorre com maior intensidade e, em virtude disso, a concentração
dos reagentes é maior.

Vamos considerar como exemplo a reação de decomposição do tetróxido de


diazoto (N2O4) em dióxido de azoto (NO2):

N2O4(g) ↔ NO2
  incolor         castanho

Quando observamos os dois frascos na imagem do início do texto, vemos


que na primeira situação a reaçaõ está deslocada para a direita, pois o gás
dentro do frasco está mais castanho, significando que a concentração do
produto [NO2] é maior que a do reagente [N2O4]. Portanto, a representação
gráfica do equilíbrio químico nessas condições é feita da seguinte forma:

Já no caso do segundo frasco, temos que a concentração do reagente está


igual à do produto, pois a coloração castanha está menos intensa:

Se a coloração castanha fosse bem mais fraca, isso significaria que a


concentração do produto [NO2] seria menor que a do reagente [N2O4].

7- Constante de equilíbrio químico em termos de pressão

A constante de equilíbrio em termos de pressão parcial é representada pela


sigla Kp e é determinada quando pelo menos um dos componentes do
equilíbrio, seja ele reagente ou produto, está no estado gasoso.

Equação de reação com componente gasoso.

Para expressar a constante Kp desse equilíbrio, seguimos o mesmo princípio


da determinação do Kc, ou seja, produtos no numerador e reagentes no
denominador.
Expressão do Kp do equilíbrio gasoso.

O cálculo da expressão do equilíbrio Kp segue como realizado anteriormente


com o Kc. A única diferença é que utilizamos as pressões parciais dos
participantes em vez de usarmos a concentração em mol/L.

Grau de equilíbrio

Representado pela sigla α, o grau de equilíbrio indica a quantidade, em


porcentagem (%), de matéria do reagente que reagiu durante a reação. Para
calculá-lo, devemos utilizar a seguinte expressão:

O resultado do grau de equilíbrio deve ser sempre multiplicado por 100 para
que seja transformado em porcentagem.

Constante de ionização

A constante de ionização (representada pelas siglas Ki, Ka, Kb, Kd) é a


relação estabelecida entre eletrólito (ácido ou base) dissolvido em água e os
íons liberados.

Quando um ácido (HX) é dissolvido em água, sofre ionização, produzindo o


cátion hidrônio (H+) e um ânion (X-) qualquer:

Equação representando a ionização de um ácido.

A expressão do Ki para esse ácido é:

Expressão do Ki para o ácido.

Obs.: quanto maior for o valor da constante, mais forte ele é.


Constante do produto de solubilidade

Produto de solubilidade, ou constante do produto de solubilidade, (Kps)


é a multiplicação (produto) entre as concentrações molares dos íons (cátions
e ânions), produzidos ou liberados por um eletrólito qualquer (por
exemplo, base e sal), de baixa solubilidade, quando é adicionado à água.

Base pouco solúvel: formada por elementos da família IIA ou metais


alcalinoterrosos;

Base praticamente insolúvel: formada por qualquer metal que não pertença à
família IA ou metais alcalinos;

Quando um eletrólito é adicionado à água, independentemente se a


solubilidade é alta ou baixa, ocorre a sua dissociação (liberação de íons) ou
ionização (produção de íons). Porém, ao mesmo tempo, esses íons voltam a
formar o eletrólito, ocorrendo um equilíbrio químico de dissolução.

Equilíbrio químico de dissolução de um eletrólito qualquer

Quando o sulfato de bário é adicionado à água, por exemplo, como é um sal


de pouca solubilidade, poucos íons são liberados.

Representação da dissolução do BaSO4 em água

Entretanto, como há liberação de íons, logo ocorre o equilíbrio de dissolução.


Equilíbrio de dissolução do sulfato de bário

Como a adição de um eletrólito à água é obrigatória para que haja o equilíbrio


de dissolução, eletrólito e água são, portanto, substâncias constantes, pois
elas jamais entram na expressão da constante desse equilíbrio.

A expressão matemática para calcular a constante do produto de


solubilidade sempre usa a concentração molar de cada íon, elevada às suas
respectivas quantidades molares:

Kps = [Y+]b.[X-]a

A expressão da constante do produto de solubilidade para o sulfato de bário,


de acordo com o exposto anteriormente, seria:

Kps = [Ba+2]1.[SO4-2]1

Obs.: A partir da análise da constante do produto de solubilidade, é


possível determinar a classificação de uma solução em saturada, insaturada
ou saturada com corpo de fundo. Essa análise sempre relaciona o produto da
solubilidade com o Kps.

- Se o produto de solubilidade for menor ao valor do Kps, a solução será


insaturada.

- Se o produto de solubilidade for igual ao valor do Kps, a solução será


saturada.

- Se o produto de solubilidade for maior ao valor do Kps, a solução será


saturada com corpo de fundo.

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