12/7/22, 17:49 SEI/CADE - 1034038 - Parecer Jurídico

Advocacia Geral da União

Procuradoria Geral Federal
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PARECER Nº 6/2022/CGEP/PFE-CADE-CADE/PGF/AGU

PROCESSO Nº 08012.002222/2011-09

Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Hipolabor Farmacêutica Ltda, Rhamis Distribuidora Farmacêutica Ltda, Sanval
Comércio e Indústria Ltda., Comercial Cirúrgica Rioclarense Ltda, Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda., Dimaci Material
Cirúrgico Ltda, Drogafonte Medicamentos e Material Hospitalar, Laboratório Teuto Brasileiro S/A, Macromed Comércio de Material
Médico e Hospitalar Ltda, Mafra Hospitalar Ltda, Merriam Farma Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda, Netfarma Comércio
Online S.A, NovaFarma Indústria Farmacêutica, Prodiet Farmacêutica Ltda. (atual Profarma Specialty S.A.), Torrent do Brasil Ltda,
Altisberto Martins Ferreira, André Neves de Magalhães, Apolônio Fernandes dos Santos, Armando Pedro Tortelli, Eugênio José
Gusmão da Fonte Filho, Felipe de Melo Campos Chaves, Fernando José de Paula, Gustavo Neves de Magalhães, Júlio Issao Miyaoka,
INTERESSADO: Lúcio Mauro Santos Broseguini, Luiz Eustáquio Silva, Renato Alves da Silva., Joana Temudo Cianfarani, Tatiana Lins Cruz, Fernando
Vernalha Guimarães, Luiz Fernando Casagrande Pereira, André Marques Gilberto, Alvaro Adelino Marques Bayeux, DANIEL GUSTAVO
ROCHA POÇO, Juliana Fidencio Frederick, Lívia Maria Marques Melo, Fabíola Carolina Lisboa Cammarota Abreu, Ricardo Lara
Gaillard, Benedito Ferreira de Campos, Paulo Prata Fígaro, Lauro Celidonio Gomes dos Reis Neto, Michelle Marques Machado,
Eduardo Caminati Anders, Flávia Chiquito dos Santos, Henrique Dias Carneiro, Ricardo Wanderley Mano Sanches, Fabrício Cândido
Gomes de Souza, Maria Eugênia Novis, Beatriz Medeiros Navarro Santos, Celso Cordeiro de Almeida e Silva, Saulo Vinícius de
Alncântara, joao antonio alves lopes, Ricardo Ejzenbaum, Gilberto Gagliardi Neto, Barbara Rosenberg, José Carlos da Matta Berardo,
Madalena Breda, Marcelo Cunha Maciel, Maria Eugênia Novis

ASSUNTO: Análise de processo administrativo sancionador.

EMENTA. PROCESSO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR. PRÁTICA

ANTICONCORRENCIAL. CONDUTA DE CARTEL NO MERCADO DE LICITAÇÕES
PÚBLICAS DESTINADAS À AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS. PRELIMINARES E
PREJUDICIAIS AO MÉRITO REJEITADAS. INDEFERIMENTO DA ALEGAÇÃO DE
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. APLICAÇÃO DO PRAZO DA
LEGISLAÇÃO PENAL. FATO CAPITULADO COMO CRIME. JURISPRUDÊNCIA DO
STF E STJ. PRECEDENTES DO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO DE DEFESA
ECONÔMICA. CELEBRAÇÃO DE TERMOS DE COMPROMISSO DE CESSAÇÃO
DE PRÁTICA. ANÁLISE DAS PROVAS QUANTO À PARTICIPAÇÃO NA
CONDUTA. SUGESTÃO DE CONDENAÇÃO PARCIAL.
I – Processo administrativo sancionador. Conduta de cartel no mercado de
licitações públicas destinadas à aquisição de medicamentos realizadas por
diversos Estados da Federação. Práticas de acordo de preço de venda de
medicamentos entre fabricantes, acordo entre revendedores intermediado
pelo fabricante – arranjo hub-and-spoke e participação coordenada de
  fabricante e revendedor em certames.
II – Preliminares e prejudiciais ao mérito rejeitadas. Prescrição da pretensão
punitiva da Administração Pública afastada. Aplicação do prazo prescricional
da legislação penal quando o fato é capitulado como crime, a despeito de não
haver persecução criminal. Jurisprudência do STF e STJ. Precedente do
Tribunal Administrativo de Defesa Econômica. Parecer da AGU com força
vinculante para toda a Administração Pública Federal determina que se
apliquem os prazos criminais independentemente de persecução penal. 
III – A análise das provas permite concluir pela participação dos
representados na conduta. Continuidade das investigações em relação a um
representado. Exclusão de representado do polo passivo em razão de erro
material. Sugestão de condenação parcial.  
IV – Suspensão do processo administrativo em relação aos compromissários
dos Termos de Compromisso de Cessação, até que se finalize a apuração da
conduta de todos os envolvidos no ilício concorrencial. 

VERSÃO PÚBLICA

Senhor Procurador-Chefe Interino,

 
1.      RELATÓRIO

           

1. Trata-se de processo administrativo instaurado em 01/04/2015, por meio da Nota Técnica nº 30/2015 (SEI 0043079), aprovada pelo Despacho
SG nº 13 (SEI 0043140), para apurar suposto cartel no mercado de licitações públicas destinadas à aquisição de medicamentos realizadas por diversos
Estados da Federação, conduta passível de enquadramento no artigo 20, incisos I, II, III e IV, c/c artigo 21, incisos I, II, III e VIII, ambos da Lei nº 8.884/1994,
correspondentes ao artigo 36, caput, incisos I a IV, e § 3º, inciso I, alíneas “a”, “c” e “d”, da Lei nº 12.529/2011. Houve sua reinstauração em 22/12/2017,

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para incluir outras pessoas físicas e jurídica, nos termos da Nota Técnica nº 103/2017 (SEI 0424259) e Despacho SG nº 27/2017 (SEI 0424249). A conduta sob
investigação teria sido implementada, pelo menos, desde 2007 até abril de 2011, quando foi realizada diligência de busca de apreensão na sede de alguns
representados.
2. Integra o presente parecer jurídico o seu Anexo SEI 1034040.
 
3. CONCLUSÃO

3. Diante de todo o exposto, sugere o indeferimento das preliminares e das prejudiciais ao mérito suscitadas pelos representados, por ausência
de amparo legal. Quanto ao mérito, opina:
- pela condenação dos representados Comercial Cirúrgica Rioclarense Ltda.; Dimaci Material Cirúrgico Ltda.; Drogafonte Medicamentos e Material Hospitalar
Ltda.; Dupatri Hospitalar, Comercial Importação e Exportação Ltda.; Hipolabor Farmacêutica Ltda.; Sanval Comércio e Indústria Ltda.; Rhamis Distribuidora
Farmacêutico Ltda.; Apolônio Fernandes dos Santos; Douglas Peres de Araújo; Fernando Luís Prochnow; Paulo César Prochnow; Akauan de Lucas Virtuoso;
Douglas Peres de Araújo; André Neves de Magalhães; Gustavo Neves De Magalhães; Renato Alves da Silva; Altisberto Martins Ferreira; Carlos Eduardo
Ramirez; Lígia Balestra de Pina; e Felipe de Melo Campos Chaves, por entender que suas condutas configuram infração à ordem econômica, nos termos do
artigo 20, incisos I, II, III e IV, c/c artigo 21, incisos I, II, III e VIII, ambos da Lei nº 8.884/1994, correspondentes ao artigo 36, caput, incisos I a IV, e § 3º, inciso I,
alíneas “a”, “c” e “d”, da Lei nº 12.529/2011;
- pelo arquivamento do processo administrativo em relação a CM Hospitalar Ltda. (Mafra Hospitalar); Cristália  Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.;
Laboratório Teuto Brasileiro S. A.; Macromed Comércio de Material Médico e Hospitalar Ltda.; Merriam Farma Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda.;
Torrent do Brasil Ltda; Leonardo Teixeira Alves de Oliveira; Eugênio José Gusmão Da Fonte Filho; Júlio Issao Miyaoka; Lúcio Mauro Santos Broseguini; Luiz
Eustáquio Silva; Armando Pedro Tortelli, por entender que não há nos autos provas suficientes de participação nas condutas investigadas;
- pela continuidade das investigações em relação à representada Prodiet Farmacêutica Ltda. (atual Profarma), como exposto nas páginas 62/63 do anexo
deste parecer;
- pela suspensão do processo administrativo em relação aos compromissários Novafarma Indústria Farmacêutica Ltda. e Dilma Mendes Luz, até que se
finalize a apuração da conduta de todos os envolvidos no ilício concorrencial, em consideração aos novos processos administrativos instaurados pela SG e à
continuidade das investigações; e
- pela exclusão da Netfarma Comercial Ltda – ME do polo passivo do presente processo administrativo em razão de erro material.

            À consideração superior.

Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão

Coordenador Substituto
Coordenação de Estudos e Pareceres
(assinado eletronicamente)

Aprovo o Parecer nº 6/2022/CEP/PFE/AGU/CADE, da lavra do Procurador Federal Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão, e adoto-o nos autos do presente
processo.

Rodrigo Abreu Belon Fernandes

Procurador-Chefe Interino
(assinado eletronicamente)

Documento assinado eletronicamente por Rodrigo Abreu Belon Fernandes, Procurador-Chefe interino, em 14/03/2022, às 15:21, conforme horário oficial
de Brasília e Resolução Cade nº 11, de 02 de dezembro de 2014.

Documento assinado eletronicamente por Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão, Coordenador-Geral, em 14/03/2022, às 15:28, conforme horário oficial de
Brasília e Resolução Cade nº 11, de 02 de dezembro de 2014.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site sei.cade.gov.br/autentica, informando o código verificador 1034038 e o código CRC F543E204.

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Referência: Processo nº 08012.002222/2011-09 SEI nº 1034038

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