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Escola Secundaria de Pacos de Ferreira

Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde

Disciplina de Português

Ano letivo 2020/2021

Memorial do Convento
Módulo 9

Trabalho Realizado
12ºCPTAS
Cristina Coelho nº9

Inês Maia nº12


Índice
Introdução ................................................................................... 2
A Inquisição, o Santo Ofício e o Auto de Fé ................................ 2
Par Rei/Rainha ............................................................................ 2
Par Baltasar/Blimunda ............................................................... 2
O povo enquanto herói e construtor do Convento ..................... 2
A Epopeia da Pedra ..................................................................... 2
O Padre Bartolomeu Lourenço e Passarola ................................ 2
A importância dos saberes na construção da Passarola ............ 2
A importância do sonho em cada uma das personagens ........... 2
O espaço e o tempo em Memorial do Convento ........................ 2
O espaço e o tempo em Memorial do Convento ........................ 2
Conclusão .................................................................................... 2
Webgrafia ................................................................................... 2
Introdução
Memorial do Convento é um romance de José Saramago, conhecido

internacionalmente, publicado pela primeira vez em outubro de 1982. A ação

decorre no início do século XVIII, durante o reinado de D. João V e da

Inquisição. Este rei absolutista, graças à grande quantidade de ouro e de

diamantes vindos do Brasil Colónia, mandou construir o magnânimo Palácio

Nacional de Mafra, mais conhecido por convento, em resultado de uma

promessa que fez para garantir a sucessão do trono.

Neste trabalho iremos abordar o tema Memorial do Convento do módulo 9.


A Inquisição, o Santo Ofício e o Auto de Fé
A Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício, surgiu na Idade Média, criada pelo

papa Gregório IX, no século XIII, como "instituição permanente e universal,

confiada a religiosos na dependência direta da Santa Sé". Destinava-se a

combater várias heresias que punham em causa a legitimidade tanto do

poder eclesiástico como do poder civil. Este tribunal instalou-se em Espanha,

Alemanha, França, confiado aos dominicanos ou aos franciscanos.

Os suspeitos eram interrogados para se obter a prova de culpa, ou através

de testemunhas, cuja identidade era mantida secreta, ou por meio de confissão

dos próprios, que podia ser obtida através de torturas. A sentença era dada

em sessão solene pública, a que se deu o nome de auto de fé. As

sentenças podiam ser morte ou prisão, penitências e apreensão de bens.


Par Rei/Rainha
Esta relação conjugal tem um único objetivo: o de dar um herdeiro à Coroa,

pois não existe amor entre eles. O Rei cumpre o seu dever de marido duas

vezes por semana, para tentar que a Rainha engravide. Este encontro

periódico reveste-se de cerimónias anti eróticas, o que mostra a ausência de

amor entre eles. Todo o ambiente de preparação do ato é artificial, pelo

excesso de roupas, pela presença das camareiras e dos camaristas, tornando

forçado e ridículo algo que devia ser espontâneo e natural. Esta relação

contratual, em que não há amor, torna-se insatisfatória para ambos e origina

as infidelidades do Rei e os sonhos eróticos da Rainha com o infante D.

Francisco. Os monarcas são, aqui, descritos de forma irónica e caricatural,

numa linguagem jocosa que tenta destituí-los do seu estatuto real e aproximá-

los das pessoas vulgares e mortais.


Par Baltasar/Blimunda
É legitimo dizer-se que Blimunda e Baltasar representam plenitude da união

amorosa. A história de amor destas duas personagens é o contraste perfeito

a todos os defeitos apontados ironicamente por Saramago a outros sentimentos

nutridos por algumas personagens da sua obra, como a do rei e da rainha.

O amor de Baltasar e Blimunda perdura ao longo de toda vida e mesmo

para além desta, ampliando-se como algo ingente e intemporal. Em suma,

nesta obra, esta distinção do amor revela que nem sempre os poderosos

são os verdadeiros, porque o amor verdadeiro, aquele que "arde sem se

ver" está presente é no amor de um ser pobre, que foi mutilado na guerra

e não do Rei. Baltasar e Blimunda vivem uma história de amor que quebra

todas as barreiras do visível.


O povo enquanto herói e construtor do Convento
Saramago resgata do anonimato o povo humilde que é assumido como o

verdadeiro herói construtor do Convento de Mafra. O povo fez grandes feitos,

com grande esforço, trabalho, capacidade de sobrevivência e sofrimento apenas

para satisfazer as vontades do seu Rei. Lutando contra o calor o frio e a

lama. Como heróis individuais temos Blimunda e Baltasar, um é maneta e o

outro tem capacidades sobrenaturais. Estes seguem as suas motivações sendo

estas sempre moralmente justas ou eticamente aprováveis, mesmo que ilícitas,

como a foi construção da passarola que era vista como um crime para a

inquisição e a sentença podia ser a morte na fogueira. O amor que une

estas personagens é o suficiente para superar qualquer problema, ate fazer

com que a passarola voe, Baltazar construiu-a e Blimunda angariou as nuvens

negras necessárias para que esta voasse. Juntos conseguiram o impossível.

Baltasar na obra é comparado a Deus, assim como os heróis das epopeias.


A Epopeia da Pedra
Epopeia:

É geralmente um poema extenso em que são narradas ações heroicas e

grandiosas, façanhas de heróis ou factos memoráveis do coletivo/povo.

Importância deste capítulo deve-se ao seguinte:

O narrador faz realçar o povo e elege os seus heróis, construtores da História,

que ficam normalmente anónimos.

Herói:

É o Povo, humilhado, sacrificado e miserável, eleva-se, superando as duas

outras classes.

Destacam-se neste Cap. o suor, o sacrifício, a morte dos homens que trabalham

sem descanso para cumprir a promessa do rei.


O Padre Bartolomeu Lourenço e Passarola
No “Memorial do Convento”, José Saramago ficciona personagens históricas,

como o padre brasileiro, nascido por volta de 1685, que perseguia o sonho de

voar. Foi ele quem inventou o aeróstato. Porém, este balão que levantou voo

não lhe aplacou a vontade de criar uma máquina “para se andar pelo ar”.

Bartolomeu Lourenço de Gusmão leva o plano da Passarola ao rei D. João V,

que o apadrinha. Neste romance, o padre visionário descobre que as máquinas

voam se forem bem imaginadas e construídas.

E que aqui, para cruzar os céus de Lisboa, de Mafra e da serra de Montejunto,

precisa da força de Baltasar e dos poderes de Blimunda para recolher as

vontades humanas, que hão de transformar-se em éter e ficar acima da Terra.

O excerto do documentário revela um pouco mais deste homem que ficou

conhecido na história como o “padre voador”.

vvvvvvvvvv
A importância dos saberes na construção da Passarola
Um sonho a concretizar:

. “…o homem, primeiro tropeça, depois anda, depois corre, um dia voará.” (pág.

64)

. “…faremos como as aves, que tanto estão no céu como na terra…” (pág. 65)

. “…e quando tudo estiver armado e concordante entre si, voarei.” (pág.68)

Simbologia na Obra:

. Elo de ligação entre o céu e a terra;

. Pelo seu movimento ascensional, representa metaforicamente a alma que

ascende aos céus;

. Representa a libertação do espírito e a passagem para um outro estado de

existência.

Materiais principais:

. Bolas âmbar (que serão atraídas pelo sol); . Éter (atraído pelo âmbar);

. Íman (atraído pelo éter).


A importância do sonho em cada uma das personagens
O sonho de:

D.João V — ter descendentes; construir o convento de forma megalómana;

D.Maria Ana — cumprir a missão de dar descendentes;

Frades franciscanos — ter um convento;

Povo — sobreviver, ganhando algum dinheiro na construção do convento; viver

felizes com as mulheres e filhos.

Três anos passaram desde que a Passarola desceu em Montejunto. Durante

esse tempo, Baltasar regressou ao local para tentar remedir os estragos mais

evidentes.

Baltasar e Blimunda vão os dois ver a passarola. Pelo facto de apenas estas

personagens acreditarem no sonho, o narrador descreve o longo caminho entre

Mafra e Montejunto como "sonho", tranquilo. Quando chegaram deparam-se com

nítidos sinais de abandono, então regressam a Mafra.


O espaço e o tempo em Memorial do Convento
Espaço físico em Lisboa:

Terreiro do Paço- Local onde Baltasar trabalha num açougue, após a sua

chegada a Lisboa. Aí decorre a procissão do Corpo de Deus. “Desce o povo

ao Terreiro do Paço, a ver os preparos da festa.” cap. XIII, p. 152)

Rossio- Este espaço aparece no início da obra como o local onde decorrem

os autos-de-fé e a procissão da penitência na Quaresma.

Espaço Físico em Mafra:

Mafra é o segundo macroespaço. Até à construção do convento, a vida de

Mafra decorria na vila velha e no antigo castelo, próximo da igreja de Sto.

André.

A Alto da Vela foi o local escolhido para a construção do convento, que deu

lugar à vila nova, à volta do edifício. Nas imediações da obra, surge a "Ilha

da Madeira", onde começaram por se alojar dez mil trabalhadores, ascendendo,

mais tarde, a 52 mil (sendo 7 mil guardas).

Além de Mafra, são ainda referidos espaços como Pêro Pinheiro, a serra do

Barregudo, Montejunto (onde aterrou a “Passarola Voadora) e a casa da família

Sete-Sóis.
O espaço e o tempo em Memorial do Convento
Tempo:

Trata-se do tempo em que decorre a ação. O tempo da história é constituído

por algumas datas fundamentais. A ação inicia-se em 1711. D. João V ainda

não fizera vinte e dois anos e D. Maria Ana Josefa chegara há mais de dois

anos da Áustria. Termina em 1739, quando Blimunda encontra Baltasar a ser

queimado num auto de fé, no Rossio. O fluir do tempo, mais do que através

da recorrência a marcos cronológicos específicos, é sugerido pelas transformações

sofridas pelas personagens e por alguns espaços e objetos ao longo da obra.


Conclusão
Com este trabalho foi possível constatar os acontecimentos importantes da obra

de José Saramago, Memorial do Convento.

Abordamos vários temas, sendo que o que nos mais chamou à atenção foi o

tema do par Rei/Rainha e Baltasar/Blimunda pelo facto da relação destes ser

muito diferente. O rei e a rainha uniram-se por contrato estabelecido entre

casas régias, enquanto que Blimunda e Baltazar uniram-se de livre vontade.


Webgrafia
• https://pt.slideshare.net/mocax1998/memorial-do-convento-narrador-espao-e-

tempo-72789771;

• https://ensina.rtp.pt/artigo/bartolomeu-de-gusmao-o-inventor-da-passarola/;

• https://sentirportugus.blogspot.com/2013/06/a-epopeia-da-pedra-cap.html;

• https://taniacharruaportefolio.webnode.pt/memorial-do-convento/memorial-do-

convento-enquanto-contra-epopeia/;

• https://pt.slideshare.net/mocax1998/memorial-do-convento-narrador-espao-e-

tempo-72789771

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