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O nascimento da medicina Social

1- Primeiro marco:
a. Áustria, Inglaterra França: primeira contabilidade – não tinha nenhuma ação efetivas sobre essa
contagem só calculavam a força ativa de suas populações preocupando somente cm as tabelas de
natalidade e mortalidade; o motivo era simplesmente para calcular a força ativa de sua população
em uma época com grande histórico de invasões, não teve uma intervenção efetiva e organizada
para elevar o nível de saúde.
b. Capitalismo - uma ciência biopolítica – surgiu no fim do século XVII e século XVIII socializou primeiro
o corpo como força de produção, trabalho, a medicina ela não é romântica de fazer somente o bem
ao próximo, toda ação médica responde também a interesses do estado, a medicina responde a
interesses maiores, macroeconômicos.

2- Segundo Marco: Medicina estatal na Alemanha;


a. Alemanha; Ciência do estado – estudo que possuía como o objeto: Recursos naturais, estado de sua
população (além de contabilizar a população, buscavam entender o motivo de mortes ou doenças) e
o funcionamento geral do aparelho político (assegurou um melhor funcionamento); foram dois
motivos, o primeiro motivo se deu em decorrência da formação estatal tardia da Alemanha, ou seja,
a união de suas pequenas sub-unidades formando uma única, obrigando-a a estudar sobre
formação de um estado unitário, enquanto grandes estados como Inglaterra e França, funcionavam
a um nível relativamente inconsciente. O segundo motivo se deu pelo não desenvolvimento
econômico da Alemanha e os grandes tratados entre França e Áustria.
b. Prússia; Criação do estado moderno- estado moderno nasce onde não possui potência política ou
desenvolvimento econômico e precisamente por essas razões negativas – união entre a burguesia e
o Estado soberano que se deu em decorrência da cumplicidade da Burguesia (oferecendo seus
homens, capacidade e recursos) e o Estado soberano necessitado de forças e investimentos.
c. Mercantilismo; majorar a produção da população – ela contabiliza a quantidade de população ativa
e a sua capacidade de produção; estabelecer fluxos comerciais que possibilitariam a entrada no
estado da maior quantidade possível de moedas, que pagariam os exércitos e tudo que asseguraria a
força real de um Estado com relação aos outros.
d. Polícia médica; desenvolvimento de uma pratica médica - uma pratica efetiva que através de
programas aumentou o nível da saúde da população, que ocorreu entre 1750 e 1770, que consiste
em:
i. 1º) Sistema completo de observação da morbidade, pela contabilidade pedida aos hospitais
e aos médicos em diferentes cidades ou regiões e registro, ao nível de Estado, dos diferentes
fenômenos epidêmicos ou endêmicos observados.
ii. 2°) A normalização da prática e do saber médicos, às universidades e à a corporação dos
médicos adquirem o encargo de decidir em que consistirá a formação médica e como serão
atribuídos os diplomas, tendo o estado portanto, um controle sobre isso. A medicina e o
médico são, o primeiro objeto da normalização, antes de aplicar a noção de normal ao
doente, se começa por aplicá-la ao médico. (França promoveu a normalização primeira os
canhões, depois dos professores)
iii. 3º) Uma organização administrativa para controlar a atividade dos médicos. Tanto na
Prússia quanto nos outros Estados alemães, um departamento especializado é encarregado
de acumular as informações que os médicos transmitem, como se reage ao aparecimento de
uma doença epidêmica e emitir ordens em função dessas informações centralizadas.
Subordinação, portanto, da prática médica a um poder administrativo superior.
iv. 4º) A criação de funcionários médicos nomeados pelo governo com responsabilidade sobre
uma região, seu domínio de poder ou de exercício da autoridade de seu saber, é uma
pirâmide de médicos. Aparece o médico como administrador de saúde, portanto tem-se
uma série de fenômenos inteiramente novos que caracterizam o que pode ser chamada a
medicina de Estado, é uma medicina moderna com alto controle estatal.

3- Terceiro Marco: medicina Urbana na França


a. Medicina Urbana – uma medicina que não possui como suporte o Estado – apresenta como
suporte uma medicina voltada a urbanização, seu surgimento decorre pelo desenvolvimento das
estruturas urbanas.
b. Contexto histórico – inicio do século XVIII – cidades grandes apresenta regiões com muitos
representantes diferentes no poder; final do século XVIII – grandes cidades sentiram necessidade de
unificar o poder, varias razões, as principais:
i. Primeira razão – econômica – a cidade torna-se lugar de mercado, indústria. A industria
nascente faz com que se recorra a mecanismos de regulação homogêneos e coerentes;
ii. Segunda razão – política – surge a população operaria pobre que no século XIX aumenta a
tensão política no interior da cidade. A relação entre diferentes grupos pequenos que antes
se opunham uns aos outros acabavam neutralizando, só que agora começa a simplificar em
espécie de afrontamento entre classes rica e pobre, que manifestam-se através de agitações
urbanas cada vez mais numerosas. Por isso teve a necessidade de um poder político capaz
de esquadrinhar a essa população urbana.
c. Medo urbano – caracterizado por vários elementos - medo das oficinas, fabricas, casas altas,
amontoamento e aumento da população, epidemias, cemitérios cada vez mais numerosos que de
pouco em pouco invade a cidade, esgoto e caves sobre as quais são construído casas com perigo de
desmoronar. Cemitério dos inocentes – pessoas jogadas uns sobre as outras por não serem ricas o
suficiente para merecer/ pagar tumulo individual o que gerou grande numero de doenças.
d. Modelo médico político da quarentena – plano de urgência – consistia em:
i. Pessoas deveriam ficar em casa para serem localizadas em um único local, se possível cada
pessoa em um cômodo;
ii. Cidade deveria ser dividida em bairros que ficava na responsabilidade de uma autoridade
que deveria durante o dia percorrer as ruas para assegurar que as pessoas ficassem em casa.
Um sistema de vigilância registrada.
iii. As autoridades/vigias deveriam fazer relatórios que seriam passados aos prefeitos, portanto
um sistema também de registro centralizado.
iv. Inspetores deveriam todos os dias fazer revistas aos habitantes, pedindo para chegarem na
janela para averiguar o estado de saúde. Se alguém não aparecia ou apresentasse sintomas,
caso apresenta-se a peste, esse individuo era buscado e colocado para fora da cidade em
enfermarias especiais.
v. Desinfecção cm perfumes queimados.
e. Modelo lepra – mecanismo de exclusão – o doente era expulso do espaço comum e levado para o
local junto dos demais doentes. A medicina era uma medicina de exclusão, um agrupamento no
exterior da cidade..
f. Modelo peste – não era um mecanismo de exclusão – doente era colocado uns ao lado dos outros,
isolando, vigiando. A poder político da medicina realizou um esquadrinahmento, dividindo,
inspecionando com um olhar permanente e controlado por registro, o mais completo possível com
os devidos fenômenos, portanto aqui era o internamento do doente com uma analise minuciosa.
g. Portanto a medicina urbana tinha três grandes objetivos:
i. Analisar os lugares de amontoamento no espaço urbano que pode provocar, formar e
propagar fenômenos epidêmicos ou endêmicos.
ii. A medicina urbana busca o controle da circulação dos indivíduos, coisas ou elementos
essenciais como água e o ar.
iii. Organização, distribuição e sequencias dos elementos necessários a vida comum, a
organização de saúde da cidade deveria ser realizada.
h. A medicalização das cidades – ocorreu no século XVIII, sendo importante por:
i. A medicina social urbana colocou a pratica médica em cotato com ciências entra-medicas,
principalmente com a química, em decorrência da analise dos fenômenos de amontoamento
que levou a proliferação de doenças. A inserção da medicina no funcionamento geral e doo
discurso do saber cientifico se fez através da socialização da medicina devido ao seu
estabelecimento coletivo, social e urbano.
ii. A medicina urbana não é uma medicina do homem, corpo e organismo mas uma medicina
das coisas: ar, água, decomposição, fermentos; uma medicina da condição de vida e do
meio de existência.
iii. A medicalização das cidades ocorreu pouco antes da revolução francesa, e trouxe uma
noção sobre a salubridade que desenvolverá a medicina social.
4- Quarto Marco: medicina da força de trabalho na Inglaterra
a. Medicina da força de trabalho – também conhecida como a medicina dos pobres – apresenta
preocupação com os pobres, força de trabalho, o operário foi o ultimo alvo da medicina social.
b. Contexto histórico – o pobre não era considerado fonte de perigo médico no século XVIII - o
motivo era que o pobre que fazia a existência urbana existir, pois eram eles que realizavam
incumbências, levavam cartas, retiravam todo o tipo lixo das cidades e levavam para fora da cidade,
redistribuía ou vendia. Portanto eles faziam arte da instrumentalização da vida urbana. Os pobres
foram vistos como perigo no segundo terço do século XIX, por varais razões, sendo as principais:
i. Razão política – as grandes agitações sociais do começo do século XIX, a população pobre
tornou-se uma força política capaz de revoltar e participar de revoltas.
ii. Revoltas- durante o século XIX o estado encontrou meio de dispensar alguns serviços
prestados por parte da população pobre, por exemplo a implantação de um sistema postal e
de carregadores, o que gerou uma série de revoltas que retiravam dessa população o meio
de sobrevivência.
iii. Cólera de 1832 – criou em torno da população proletariado uma série de medos políticos e
sanitários, o que gerou a divisão do espaço urbano em pobres e ricos. Foi considerado um
perigo sanitário e político para a cidade os pobres e ricos viverem no mesmo espaço,
levando a organização de bairros pobres e ricos. O poder político começou então a atingir o
direito da propriedade e da habitação privada.
c. Lei dos pobres – a Inglaterra foi o país que teve o desenvolvimento industrial mais rápido, como
consequência o do proletariado também - foi na Inglaterra que surgiu uma medicina social através
da lei dos pobres. Aqui que surgiu a ideia de uma assistência controlada de uma intervenção medica
que ajuda os pobres a satisfazer suas necessidades de saúde o que acaba assegurando a proteção
das classes ricas. Os pobres serão tratados gratuitamente e os ricos garantem não serem vitimas de
fenômenos epidêmicos originados pela classe pobre.
d. Health service, de Health Officers – sistema iniciado na Inglaterra – Esse sistema tinha por função:
i. Controle de vacinação – obrigando os diferentes elementos da população a se vacinarem.
ii. Organização dos registros - declaração obrigatória de doenças perigosas o que gerou
registro das epidemias e doenças capazes de se tornarem epidêmicas.
iii. Localização de lugares insalubres e eventual distribuição desses focos de insalubridades.
e. O sistema Inglês possibilitou três coisas: Assistência médica aos pobres, controle de saúde da força
de trabalho e esquadrinhamento geral da saúde publica.

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