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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DISCIPLINA: TEMAS CONTEMPORÂNEOS


ANO: 2022 PERÍODO: 4º

ALUNO(A): SIMONE RAFYZA PINHEIRO MACIEL

RELATÓRIO DE LEITURA

TEXTO:

“O que é o contemporâneo? E outros ensaios”


Giorgio Agamben
Chapecó, 2009

O texto propõe uma reflexão acerca do conceito de contemporaneidade, e a partir


disso, esmiuça a temática de forma que transcende a simples questão do ser
contemporâneo. Isso pode ser observado nas primeiras linhas quando o autor inicia com a
questão “Contemporâneo de quem? do que?”. Partindo disto, nos é mostrado um quadro
geral onde observamos a coexistência e seu anacronismo. Como tema principal, Giorgio
trata do contemporâneo como aquilo que está em luta contra o seu tempo, não algo que
aceita e o vive passivamente. Ser contemporâneo é mais não aceitar seu tempo e sim
coexistir com ele.

Agamben apela às "“Considerações Intempestivas”, de Nietzsche para aplicar


condições anti-anacrônicas "imprevisíveis e repentinas" ao contemporâneo. Portanto, o
contemporâneo será aquele que olha para o céu de sua época, pode ver a escuridão além da
luz e sabe que a luz presente nunca poderá realmente nos alcançar. É também por isso que
só o contemporâneo pode questionar a origem, o passado, porque consegue neutralizar a luz
de tudo hoje e ver claramente a sua escuridão. Além disso, Agamben forjou uma relação
entre o poeta e seu tempo. Ao citar o poema "O Século", de Osip Mandelstam, nota-se que
essas estrofes apresentam a maneira astuta do poeta de capturar as comparações visuais que
ele encontrou em seu próprio tempo. O poeta contemporâneo deve permanecer imaginativo
em seu tempo. E, como o autor explica mais adiante, o sujeito contemporâneo é aquele que
não se deixa perder na luz do século e consegue enxergar na obscuridade. Para isso, são
utilizadas as teorias da neurociência, em que a escuridão não se limita à ausência de luz.
Contemporâneos são raros porque é uma questão de coragem, não apenas olhar para a
escuridão de seu tempo.

Podemos perceber que a intenção do autor fez questão de esclarecer que para
compreender a contemporaneidade, deve-se ir além das mensagens explícitas. O
conhecimento da astrofísica também é utilizado para compreender a questão, apontando
que a escuridão dos corpos celestes existe apenas devido ao movimento das galáxias, pois a
escuridão observada no céu pode ser analisada em função da distância das galáxias a uma
velocidade rápida e intensa que a luz não consegue nos alcançar.

Dessa forma, é possível entender que o homem contemporâneo busca promover a


justiça e a reparação, para que assim, não confunda as aspirações do indivíduo com a
história coletiva. A insatisfação que se revela é a ânsia de transformar, de tirar de um estado
de dormência e aceitação, de colocar o passado em prática. Como impressão pessoal, a
narrativa do Angabem ajuda a entender o termo para além de seu conceito, as metáforas
usadas no texto foram de grande ajuda para meu processo de entendimento, a alusão aos
corpos celestes, por exemplo, esclareceu as dúvidas que surgiam ao decorrer da leitura,
minando-as e tornando, consequentemente, o texto facilmente compreensível. A proposta
deste tema para primeira aula de Temas Contemporâneos foi de suma importância para nos
introduzir, de fato, na disciplina.

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