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1º Relatório de Práticas de Circuitos

Polifásicos e Magnéticos

Pratica 1 – Modelos de transfomador3es


monofásicos em regime permanente senoidal

1º Semestre/2022

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Objetivos:
O objetivo da pratica é estudar os transformadores monofásicos para operação
em regime permanente senoidal em baixas frequências. Serão executadas as
seguintes tarefas:

Determinação dos modelos de circuito dos transformadores de potência,


seguida de aferição destes modelos.

Introdução:
Neste experimento serão utilizados dois modelos de circuitos equivalentes de
transformadores monofásicos. A figura 1 mostra o circuito equivalente de um
transformador monofásico real para operação em regime permanente senoidal
em baixas frequência, denominado, a partir de agora, de Modelo 1, onde os
enrolamentos 1 e 2 serão considerados respectivamente enrolamentos de alta e
baixa tensão.

Neste modelo sabemos que:


R1 e R2 são as resistências nos enrolamentos 1 e 2.
X1 e X2 são as reatâncias de dispersão dos enrolamentos 1 e 2.
Ra é a resistência que retrata as perdas no ferro (histerese de Foucalt)
Xm é a reatância de magnetização (retrata a corrente de magnetização a
vazio)
N é a relação de transformação nominal do trafo
Z1 é a impedância de curto do enrolamento 1 referida ao lado de alta.
Z2 é a impedância de curto do enrolamento 2 referida ao lado de alta.
Z3 é a impedância de excitação do trafo referida ao lado de alta.
A figura 2a, a segui apresenta outro circuito equivalente do trafo real, a qual
denominamos de Modelo 2. A figura 2b apresenta o mesmo circuito anterior
com os parâmetros agrupados em duas impedâncias. Por se tratarem de
modelos diferentes, parâmetros de designação nos dois modelos possuem
valores diferentes.

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Ambos os modelos são muito úteis quando se deseja analisar o
comportamento de um trafo monofásico em regime permanente senoidal de
frequência industrial, frente a condições normais de carga ou de curtos-
circuitos no sistema elétrico. A diferença entre eles reside no fato de que o
primeiro é um circuito equivalente mais relacionado aos fenômenos físicos
que atuam no equipamento como explicado acima. No modelo 2, os
parâmetros Rt e Xt do circuito serie não representam as reais resistências de
enrolamento do transformador: são parâmetros matemáticos inseridos no
modelo para representar analiticamente, de forma adequada, o
funcionamento do transformador do ponto de vista de seus terminais. Por
possuir um parâmetro a menos que o modelo 1, porém, o modelo 2 é o mais
utilizado para representar um transformador em estudo de operação ou curto-
circuito.
Independentemente do modelo a ser utilizado, é importante saber como
determinar seus parâmetros. Se os dados completos do projeto do
transformador estão disponíveis, estes parâmetros podem ser calculados
através de suas dimensões físicas e das propriedades dos materiais
utilizadas na sua constrição. No entanto, normalmente, quando se adquire
um transformador, não se tem acesso ao seu projeto, mas tão somente ao
equipamento e aos valores fornecidos pelo fabricante, tais como tensão e
potências nominais e a relação de transformação. Desta forma é necessário
executarmos uma serie de teste que nos levam a determinar
experimentalmente tais parâmetros. Os testes a vazio tem como objetivo a
determinação a dos parâmetros do circuito paralelo (Ra e Xm). Já os testes
de curto-circuito têm como objetivo a determinação dos circuitos série R1,
X1, R2 e X2 do Modelo 1 ou Rt e Xt do Modelo 2.

Teste a vazio:
Este teste consiste na aplicação da tensão nominal ao enrolamento de baixa
tensão do transformador, com o enrolamento de alta abeto e a medição das
grandezas de circuito associadas, conforme mostra a figura 3 abaixo:

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Para este teste, as leituras dos aparelhos na baixa tensão são:
V = V02(B) = V2nom
A = I02(B)
W = P02(B)
O subscrito ‘02’ nas equações anteriores se referem a valores a vazio, com frente
aplicada no lado de baixa (lado 2). O sobrescrito ‘(B)’ indica grandezas referidas
ao lado de baixa, lado em que foi realizado o teste.
Para a determinação do modelo 1, necessita-se também da execução de mais
um teste a vazio, desta vez pelo lado de alta, conforme é mostrado na figura 4,
a seguir:

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Para este Teste, as leituras dos aparelhos de medição na alta são tais que:
• V = V01(A) = V2nom
• A = I01(A)
• W = P01(A)

O sobrescrito ‘01’ se refere a valores a vazio, com fonte aplicada no lado de alta
(lado 1). Já os subscritos ‘(A) indica grandezas referidas ao lado de alta, onde é
realizado os testes.

Teste de curto-circuito:
Este teste consiste na aplicação de uma pequena tensão ao enrolamento de
baixa curto-circuitado, de tal forma que a corrente no enrolamento de alta seja
igual à corrente nominal, conforme é mostrado na figura a seguir:

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Para este teste, as leituras dos aparelhos são tais que:
• V = VCC(A)
• A = ICC(A) = I1nom
• W = PCC(A)
O subscrito ‘cc’ na equação 3 se refere a valores de curto-circuito, com fonte
aplicada no lado de alta (lado 1). O subscrito (A) indica grandezas referidas ao
lado de alta. Os testes acima servem para determinar os parâmetros dos
transformadores 1 e 2. Os cálculos a serem feitos são descritos a seguir:

Parâmetros dos transformadores:


Modelo 1: Para se calcular os parâmetros do modelo 1, utilizamos as seguintes
equações:

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Modelo 2:
Ra(B) =Vo2/Po, em que Vo e Po são os valores obtidos no teste a vazio pelo lado de
baixa.

I também é obtido no teste a vazio pelo lado de baixa. Como os parâmetros do


0

modelo são referidos ao lado de alta:

Xm(A) = N2Xm(B )

Ra(A) = N2Ra(B)
Pelo teste de curto-circuito, definimos os seguintes parâmetros:
RT = PCC/ICC
Essa equação relaciona a tensão a plena carga (FL) com a tensão a vazio (NL)
e a tensão nominal. Outro aspecto importante da regulação é ser função do fato
de potência: quando se coloca cargas indutivas geralmente a regulação é
positiva e quando a regulação é negativa, na maioria das vezes, a carga é
capacitiva.

Materiais e Equipamentos Utilizados:


• Trafo monofásico de 1kVa, 220V/127V
• 2 Wattímetros monofásicos digitais
• 1 Varivolt monofásico
• Cargas resistivas e capacitivas

Procedimentos:

1.Dois teste, a vazio e a curto-circuito, foram realizados utilizando-se 2


Wattímetros ligados ao transformador 1KVA, 220V/127V.
O teste ainda foi repetido com fonte aplicada ao lado de alta.
No teste de curto-circuito, a mesma montagem da figura 6 foi utilizada, põem
com os pontos A e B ligados num nó comum.
Ambos os testes possibilitaram o levantamento dos parâmetros do transformador
para ambos os modelos representativos.

As medidas obtidas através dos testes (procedimento 1) encontram-se na tabela


abaixo:

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Teste
A vazio (pela A vazio (pela De curto (pela De curto (pela
Grandeza
baixa) alta) alta) baixa)
Alta Baixa Alta Baixa Alta Baixa Alta Baixa
V(V) 218 122 217 126,2 4 0 0 4,6
I(A) 0 0,38 0,21 0 2,23 3,99 4,69 2,59
P(W) 0 25 25 0 10 0 0 11

Com os valores medidos, os parâmetros para os modelos 1 e 2 do transformador


monofásico puderam ser calculados e a tabela 2, montada. Os cálculos bem
como a tabela seguem:

Resultados (Cálculos e Análise):

Modelo 1:

Teste de Baixa(vazio):

Z02(B) = V02/ I02 = 122/0,38 = 321,05Ω


Ө02 = cos-1(P02/ V02.I02) = cos-1(25/ 122 x 0,38) =57,37o
Z02(B) = 321,05 ∠ 57,37o Ω
Z02(A) = N2. Z02(B) = 321,05 ∠ 57,37o Ω

Teste de Alta(vazio):

Z01(A) = V01/ I01 = 217/0,21 = 1033,33Ω


Ө01 = cos (P01/ V01.I01) = cos-1(25/ 217 x 0,21) = 56,73o
-1

Z01(A) = 1033,33 ∠ 56,73o Ω

Teste de curto-circuito:
ZCC(A) = V / I = 4,69/2,59 = 1,77Ω
CC CC

ӨCC = cos-1(P / V .I ) = cos-1(11/ 4,6 x 2,59) = 22,59o


CC CC CC

ZCC(A) = 1,77 ∠ 22,59o Ω

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Ye(A) = 1,74.10-3 ∠ -57,07o Siemens

Ra(A) =3 x Vo2/Po = 2016,13 Ω


𝑉𝑉0 127
Xm(A) = 𝐼𝐼
= = 276,69 Ω
𝑉𝑉0 0,4 127
0− −
� (𝑉𝑉0 )2 � (127) 2
𝑃𝑃0 24

Com esses valores podemos desenhar o circuito equivalente do modelo 1:

Tabela com os valores ohmicos e em pu para os modelos 1 e 2 do trafo:

Modelo 1 Modelo 2
R1 X1 R2 X2 Ra Xm Rt Xt Ra Xm
Ω 2507,32 3758,14 -139,71 -272,76 2016,13 276,69
pu

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