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Demonstrações
Financeiras
Material Teórico
Demonstração dos Resultados Abrangentes (DRA)
e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Demonstração dos Resultados
Abrangentes (DRA) e Demonstração
dos Fluxos de Caixa (DFC)
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar o conceito e a estrutura de mais duas Demonstrações
Contábeis: Demonstração dos Resultados Abrangentes (DRA) e De-
monstração dos Fluxos de Caixa (DFC).
· Apresenta-se, também, a importância dessas Demonstrações Con-
tábeis para os tomadores de decisões que as utilizam, em especial,
as informações fornecidas pela DFC, vez que o caixa (dinheiro) da
Empresa é um dos valores apurados pela Contabilidade amplamente
considerado pelos investidores no processo decisório.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Demonstração dos Resultados Abrangentes (DRA)
e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
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da Empresa, em uma Conta Contábil chamada “Reserva de Reavaliação”
(esse ganho não deveria ser reconhecido como receita até a efetiva venda
do ativo a um terceiro) e tal valor seria divulgado na DRA. No entanto, a
Legislação Societária brasileira vetou a reavaliação a partir de 2008, por
meio da Lei nº 11.638/07;
2. Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão: plano de pensão é um
tipo de benefício concedido pela Empresa a seus empregados. Muitas vezes,
não se têm um valor líquido e certo até que o benefício seja efetivamente
concedido. Por esse motivo, o Registro Contábil é efetuado seguindo-se
uma estimativa, impactando uma despesa no Resultado da Empresa ao
transcorrer o período do Plano de Pensão. Por ser uma estimativa, o valor
está sujeito a mudanças: por exemplo, a saída do beneficiário da Empresa
antes do tempo previsto para fazer jus ao benefício diminui o seu valor
estimado. Qualquer desvio entre o valor projetado e o novo valor apurado
pelas mudanças de estimativa devem ser contabilizados não como despesa,
mas como “outros Resultados Abrangentes” e evidenciados na DRA;
3. Ganhos e perdas derivados de conversão das Demonstrações Contá-
beis: muitas vezes, a Empresa precisa converter as Demonstrações de uma
Empresa sediada em um país e que, portanto, registra suas transações na
moeda daquele país, para uma moeda local. Essa prática é muito comum
em Empresas cuja matriz está situada em um país e suas filiais espalhadas
ao redor do mundo. A conversão das demonstrações de uma moeda para
outra gera uma “diferença” cambial que deve ser computada como “outros
Resultados Abrangentes” e evidenciada na DRA;
4. Ajuste de avaliação patrimonial de ativos financeiros disponíveis para
venda: a Empresa deve efetuar algumas classificações de seus ativos finan-
ceiros; entre as quais como “disponível para venda”. Toda vez que for feita
essa classificação, qualquer variação no valor do ativo financeiro deverá ser
registrada como “outros Resultados Abrangentes” e evidenciada na DRA;
5. Ajustes de avaliação patrimonial de hedge de Fluxo de Caixa: similar
ao item d), toda vez que a Empresa fizer um Contrato de hedge para se
proteger de variação da moeda e esse Contrato de hedge sofrer alteração de
valor, os desvios devem ser computados como “outros Resultados Abran-
gentes” e evidenciados na DRA.
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Balanço patrimonial individual da Cia “A”
Exercício findo em 31.12.2016 - em milhões de reais (R$)
ATIVO PASSIVO 8.250
Circulante 13.200 Circulante 8.250
Caixa e equivalentes 13.200 Fornecedores 8.250
Não circulante 19.800
Imobilizado 19.800 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 22.500
Capital social 8.550
Reserva de lucro 13.950
Como se pode observar, o Ativo Total não “fecha” com o Passivo + PL, exata-
mente em decorrência da utilização de uma taxa para converter o Ativo (R$ 3,30)
e de taxas diferentes para converter o PL (R$ 2,85 e R$ 3,10).
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Estrutura da DRA
A DRA parte do Resultado Contábil (lucro ou prejuízo), exatamente o valor
apurado na DRE. A seguir, listam-se cada um dos valores enquadrados nos itens a)
a e) e a diferença entre o Resultado do período (lucro ou prejuízo) e cada um dos
outros Resultados Abrangentes do período resulta no Resultado Abrangente Total
do período.
Esquematicamente:
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Considerando essa informação e as informações apuradas nos exemplos, a
DRA da Empresa seria:
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Por isso, a demonstração dos fluxos de Caixa, a DFC, costuma vir apre-
sentada com três grandes subdivisões: fluxo de caixa das atividades opera-
cionais, das atividades de investimento e das atividades de financiamento.
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A estrutura da DFC pelo método direto é a seguinte:
A somatória dos Fluxos de Caixa gerados (ou consumidos) pelas três ativida-
des corresponde exatamente à variação de Caixa e equivalentes de um período
para outro.
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e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
Assim como na DFC pelo método direto, a somatória dos Fluxos de Caixa
gerados (ou consumidos) pelas três atividades corresponde exatamente à variação
de Caixa e equivalentes de um período para outro.
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A DFC preparada pela Empresa para os exercícios de 2016 e 2015 é apresen-
tada a seguir:
Atividades de investimento
Aquisição de propriedades para investimento (37.500) (30.000)
Venda de imobilizado 1.625 1.300
Aquisição de imobilizado (7.735) (5.900)
Aquisição de intangível (2.250) (1.800)
CAIXA CONSUMIDO PELAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO (45.500) (36.400)
Atividades de financiamento
Pagamento de principal de empréstimos (2.250) (1.800)
Pagamento de juros de empréstimos (1.500) (1.200)
Empréstimos tomados 6.000 4.800
Aumento de capital social 340 272
CAIXA GERADO PELAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 2.590 2.072
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Análise análoga é válida para 2015, ano em que o comportamento dos Fluxos
de Caixa foi igual ao observado em 2016, apenas em menor volume financeiro.
Atividades de investimento
Aquisição de propriedades para investimento (37.500) (30.000)
Venda de imobilizado 1.625 1.300
Aquisição de imobilizado (7.375) (5.900)
Aquisição de intangível (2.250) (1.800)
CAIXA CONSUMIDO PELAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO (45.500) (36.400)
Atividades de financiamento
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2016 2015
Pagamento de principal de empréstimos (2.250) (1.800)
Pagamento de juros de empréstimos (1.500) (1.200)
Empréstimos tomados 6.000 4.800
Aumento de capital social 340 272
CAIXA GERADO PELAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 2.590 2.072
Em seguida, esse lucro é ajustado pelos valores de receitas e despesas que não
afetaram o Caixa e na sequência vêm as variações de saldos dos Ativos e Passivos
Operacionais (diferença entre os Saldos Contábeis de 2016 e os Saldos Contábeis
de 2015, cujas informações são obtidas no Balanço Patrimonial da Empresa).
A seguir, está transcrito um exemplo real de uma DRA e de uma DFC relativas
a 2016, com base comparativa 2015, divulgados pela Gerdau S/A, uma indústria
de siderurgia e metalurgia brasileira listada na BM&FBOVESPA:
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Controladora Consolidado
Provisão para risco de crédito 5 2.400 393 68.781 127.701
Provisão de passivos tributários, cíveis e trabalhistas 17 29.393 38.494 347.882 323.314
Receita de juros de aplicações financeiras (177) (56.554) (107.980) (153.631)
Despesa de juros sobre dívidas financeiras 30 146.386 78.356 1.540.797 1.471.526
Juros sobre mútuos com empresas ligadas 18 358.664 386.100 2.457 (2.712)
(Reversão) Provisão de ajuste ao valor líquido realizável
6 - (3.191) (31.492) 17.536
de estoque, líquido
73.528 223.789 4.184.095 5.072.814
Variação de ativos e passivos:
Redução (Aumento) de contas a receber 87.467 (76.733) 64.805 1.219.605
(Aumento) Redução de estoques (72.922) 76.227 794.591 1.977.361
Aumento (Redução) de contas a pagar 27.459 (34.108) 110.466 (768.627)
Redução (Aumento) de outros ativos 72.536 (142.645) (275.938) (270.391)
Aumento (Redução) de outros passivos 84.728 195.722 (287.487) (509.227)
Recebimento de dividendos/juros sobre o capital próprio 474.879 476.629 124.495 52.769
Aplicações financeiras de títulos para negociação (3.424) (1.111.103) (880.436) (1.958.522)
Resgate de aplicações financeiras de títulos para
- 2.215.058 1.089.972 3.929.971
negociação
Caixa gerado pelas atividades operacionais 744.278 1.822.899 4.924 8.745.753
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e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Contabilidade Introdutória
IUDÍCIBUS, S. et al. Contabilidade introdutória: livro-texto. 11.ed. São Paulo,
Atlas: 2011. Capítulo 9, que trata da demonstração dos Fluxos de Caixa;
Vídeos
Relatórios Contábeis
MARION, J. C. Relatórios contábeis. 7min. 21seg. São Paulo: GEN/Atlas: 2012.
https://youtu.be/Wj31_vs5_8k
Leitura
Manual de Contabilidade Básica
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade básica. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2017.
Parte 2, que trata do estudo específico dos grupos e Contas do Balanço Patrimonial e
Parte 3 – Especificamente os itens 20.4 e 20.7, que tratam de DFC e DRA.
https://goo.gl/uGroA1
Demonstração dos Fluxos de Caixa e sua Contribuição para uma Tomada de Decisão mais Informada
ALVES, M. T. V. D.; BORGES, M. S. D.; NUNES, S. C. D. A demonstração dos
Fluxos de Caixa e sua contribuição para uma tomada de decisão mais informada.
Revista Universo Contábil, Blumenau, v. 8, n. 1, p. 141-158, jan./mar. 2012.
https://goo.gl/S4VH1o
Demonstração do Fluxo de Caixa
PORTAL de Auditoria. Demonstração do Fluxo de Caixa. mar. 2017.
https://goo.gl/x982st
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Referências
COMITÊ de Pronunciamentos Contábeis (CPC). CPC 03 (R2): Demonstração dos
Fluxos de Caixa. Brasília, dez. 2010. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/
Arquivos/Documentos/530_CPC_48.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2017.
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