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Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da

informação: uso de instrumentos tecnológicos no


procedimento arbitral

ARBITRAGEM E ACESSO À JUSTIÇA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO:


USO DE INSTRUMENTOS TECNOLÓGICOS NO PROCEDIMENTO ARBITRAL
Arbitration and access to justice in the information society: use of technological
instruments the arbitral procedure
Revista de Processo | vol. 291/2019 | p. 411 - 426 | Maio / 2019
DTR\2019\27884

Gabriel Oliveira Brito


Mestrando em Direito da Sociedade da Informação pelo Centro Universitário das
Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU. Pós-Graduando em Direito Civil pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Advogado. gabriel@oliveirabritoadv.com.br

Gustavo Filipe Barbosa Garcia


Livre-Docente pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Pós-Doutor em
Direito pela Universidade de Sevilla. Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo. Especialista em Direito pela Universidade de Sevilla.
Professor Titular do Centro Universitário do Distrito Federal. Professor da Faculdade de
Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor do programa de mestrado em
Direito e do curso de graduação do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas
Unidas. Membro Pesquisador do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior –
IBDSCJ. Membro da Academia Brasileira de Direito do Trabalho. Advogado.
gustavofbg@yahoo.com.br

Área do Direito: Constitucional; Arbitragem


Resumo: O presente artigo tem como objetivo analisar a arbitragem no contexto da
sociedade da informação, como instrumento de acesso à justiça. A ampliação do acesso
à justiça por meio da arbitragem será estudada à luz da utilização de novas tecnologias
no procedimento arbitral, o que proporciona a diminuição de barreiras geográficas entre
as partes e o árbitro. A presente análise será feita por meio de estudo do acesso à
justiça e como os meios alternativos de solução de conflitos podem favorecer a sua
ampliação. Posteriormente, será analisada a arbitragem como forma alternativa de
resolução de conflitos e como os meios tecnológicos disponíveis para o procedimento
arbitral podem aperfeiçoar o procedimento para ser mais célere e efetivo.

Palavras-chave: Arbitragem – Acesso à justiça – Sociedade da informação – Efetividade


do procedimento arbitral – Pacificação de conflitos
Abstract: This article aims to analyze the arbitration in the context of information
society, as an instrument of access to justice. The expansion of the access to justice by
the arbitration will be analyzed by the explanation of how the use of the new
technologies in the arbitration procedure provides the reduction of geographic barriers
between the parties and the arbitrator. The present analysis will be done through the
study of access to justice and how the alternative forms of dispute resolution can
promote its expansion. Thereafter the arbitration will be analyzed as an alternative
dispute resolution form and how the technological means available for the arbitration
procedure can improve the procedure to be faster and ensure the effectiveness.

Keywords: Arbitration – Access to justice – Information society – Effectiveness of the


arbitration procedure – Pacification of conflicts
Sumário:

1.Introdução - 2.Acesso à justiça e meios alternativos de solução de conflitos -


3.Arbitragem como instrumento de acesso à justiça - 4.Procedimento arbitral na
sociedade da informação e novas tecnologias - 5.Conclusão - 6.Referências

1.Introdução

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Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

Busca-se, por meio deste artigo, analisar a arbitragem como instrumento de acesso à
justiça na sociedade da informação, com a análise do uso das novas tecnologias no
procedimento arbitral como meio de ampliação da efetividade e celeridade. Para isso,
inicialmente serão analisados os conceitos de acesso à justiça e de meios alternativos de
solução de conflitos. Posteriormente, será analisada a arbitragem como meio efetivo de
acesso à ordem jurídica justa. Por fim, serão analisadas as tecnologias disponíveis para
dar celeridade e efetividade ao procedimento arbitral.

As inovações tecnológicas na sociedade atual surgem como instrumentos capazes de


romper barreiras geográficas e aumentar a celeridade do fluxo de informações. Dessa
forma, a relevância do presente estudo consiste em demonstrar como a utilização da
tecnologia no procedimento arbitral pode ser um instrumento ampliador do acesso à
justiça na sociedade da informação.

Propõe-se, assim, analisar a realização da arbitragem no âmbito das novas tecnologias


surgidas na atual sociedade, como meio de ampliação do acesso à justiça e da
efetividade do procedimento arbitral. Para este estudo foi adotado o método dedutivo e
técnicas de pesquisa científica com base em referências bibliográficas.

2.Acesso à justiça e meios alternativos de solução de conflitos

Ao se versar sobre o tema do acesso à justiça, deve-se analisar o princípio fundamental


da inafastabilidade da jurisdição, previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição
Federal de 1988, ao prever que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
nenhuma lesão ou ameaça a direito.

Entretanto, é necessário salientar que o acesso à justiça não consiste somente na mera
possibilidade de ingresso em juízo para apreciação de um pedido por meio da atividade
jurisdicional.

O acesso à justiça deve ser tratado como requisito fundamental de um sistema jurídico
moderno que busque garantir os direitos de forma igualitária, e não apenas proclamar os
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direitos de todos . Vale dizer, portanto, que o acesso à justiça não trata apenas de se
possibilitar o acesso ao Poder Judiciário estatal, mas trata de tornar viável o acesso à
2
ordem jurídica justa .

Nas palavras de Kazuo Watanabe, o acesso à ordem jurídica justa pode ser caracterizado
“no sentido de que cabe a todos que tenham qualquer problema jurídico, não
necessariamente um conflito de interesses, uma atenção por parte do Poder Público, em
3
especial do Poder Judiciário” . Para efeito deste estudo, vale destacar um dos dados
elementares do conceito de acesso à ordem jurídica justa, apresentado por Kazuo
Watanabe, o qual consiste no direito à remoção de todos os obstáculos que se
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anteponham ao efetivo acesso à justiça .

Segundo José Afonso da Silva, o direito de acesso à justiça “não pode e nem deve
significar apenas o direito formal de invocar a jurisdição, mas o direito a uma decisão
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justa” .

Nesse sentido, conforme leciona Maria Tereza Aina Sadek, “o direito de acesso à justiça
não significa apenas recurso ao Poder Judiciário sempre que um direito seja ameaçado.
6
Esse direito envolve uma série de instituições estatais e não estatais” .

Logo, verifica-se que a jurisdição estatal não deve ser a única opção para a resolução de
conflitos, tendo em vista que a democracia pressupõe que os cidadãos possam escolher
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outros mecanismos que sejam úteis aos anseios da sociedade .

Dessa forma, partindo do acesso à justiça como um conceito mais amplo do que o mero
acesso ao Poder Judiciário para a tutela de um direito material ameaçado ou violado,
podem ser analisados os meios alternativos de solução de conflitos como integrantes
daquele. Segundo Ivan Martins Tristão e Zulmar Fachin, “o acesso à Justiça deve conter
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Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

diversos meios de pacificação de conflitos, assim como a ordem jurídica deve oferecer
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instrumentos hábeis à consecução, rápida, segura e justa de uma pretensão” .

Em se tratando do acesso à justiça por intermédio das formas alternativas de solução de


conflitos, é imperioso destacar os meios previstos no ordenamento jurídico brasileiro a
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respeito, os quais são: a conciliação, a mediação, a negociação e a arbitragem .

Partindo da análise da conciliação, o artigo 165, § 2º, do Código de Processo Civil


(LGL\2015\1656) (Lei 13.105/2015) define a tarefa do conciliador, de modo que aquela
deve ser preferencialmente realizada nos casos em que não houver vínculo anterior
entre as partes, sendo possível que o conciliador apresente sugestões às partes para a
devida solução do conflito. Por outro lado, o § 3º do referido artigo apresenta a
preferência pela realização da mediação nos casos em que exista vínculo anterior entre
as partes, situação em que o mediador auxiliará os interessados na compreensão dos
interesses e conflitos, com o objetivo de que as partes identifiquem por si próprias as
soluções consensuais que lhe sejam benéficas, por meio do reestabelecimento da
comunicação.

A respeito do tema, segundo Cintra, Grinover e Dinamarco:

"A mediação assemelha-se à conciliação: os interessados utilizam a intermediação de um


terceiro, particular, para chegarem à pacificação de seu conflito. Distingue-se dela
somente porque a conciliação busca sobretudo o acordo entre as partes, enquanto a
mediação objetiva trabalha o conflito, surgindo o acordo como mera consequência.
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Trata-se mais de uma diferença de método, mas o resultado acaba sendo o mesmo ."

Na verdade, observa-se que a mediação e a conciliação são muito semelhantes, pois


ambas são formas de autocomposição, nas quais há um terceiro para auxiliar as partes
na resolução do conflito. A principal diferença entre as duas figuras consiste em que a
conciliação objetiva a realização do acordo entre as partes, enquanto a mediação é
voltada para que estas compreendam o conflito e possam, por meio do diálogo, chegar
ao acordo como consequência do método. Outra forma de autocomposição a merecer
destaque é a negociação, a qual, diferentemente da mediação e da conciliação, não
apresenta a figura de um terceiro alheio ao conflito atuando em auxílio às partes. A
negociação é realizada entre os próprios interessados, por meio da utilização de técnicas
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negociais, para remediar a situação de crise em busca da melhor solução para o caso .

Por fim, cabe analisar o meio alternativo de solução de conflito com natureza de
heterocomposição, ou seja, a arbitragem, a qual pode ser entendida como “mecanismo
privado de solução de litígios, por meio do qual um terceiro, escolhido pelos litigantes,
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impõe sua decisão, que deverá ser cumprida pelas partes” .

Segundo Carmona, a arbitragem, a conciliação e a mediação não se confundem, pois “o


objetivo da primeira é a obtenção de uma solução imposta por um terceiro imparcial,
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enquanto as duas últimas visam a celebração de um acordo” .

É certo que, ao se examinar apenas a questão jurídica, os meios alternativos de solução


de conflitos são diferentes da jurisdição estatal, pois esta tem entre os principais
objetivos conferir efetividade ao direito material. A equivalência entre os meios
alternativos de solução de conflitos e da jurisdição consiste na busca pela pacificação da
sociedade por meio da solução de conflitos, que é o elemento legitimador e responsável
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por propulsionar a atividade jurisdicional .

Desse modo, “a crescente valorização e emprego dos meios não-judiciais de pacificação


e condução à ordem jurídica justa, ditos meios alternativos, reforça a ideia da
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equivalência entre eles e a atividade estatal chamada jurisdição” .

Portanto, é possível dizer que o acesso à justiça engloba tanto a garantia constitucional
de acesso ao Poder Judiciário, como as formas alternativas de solução de conflitos, pois
aquele deve ser entendido além das garantias constitucionais do processo civil em
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Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

sentido estrito. Vale destacar, ainda, que os meios alternativos de solução de conflitos
também são meios de conduzir os litigantes à satisfação do litígio com efetividade, o que
condiz com o acesso à ordem jurídica justa.

Se analisarmos os ensinamentos de Cândido Rangel Dinamarco em relação ao escopo


social do processo, em específico no que diz respeito à pacificação, é possível verificar
que “o escopo de pacificar pessoas mediante a eliminação de conflitos com justiça, é em
última análise, a razão mais profunda pela qual o processo existe e se legitima na
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sociedade” .

É certo que os ensinamentos de Dinamarco tratam do escopo social de pacificação em


relação à função do processo, tratando, especificamente, da tutela jurisdicional.
Entretanto, se analisarmos os meios alternativos de solução de conflitos, é notório que
estes são dotados do mesmo elemento de pacificação, tendo como objetivo principal
eliminar a insatisfação das pessoas.

Sendo assim, verifica-se a equivalência funcional entre os meios alternativos de solução


de conflitos e a jurisdição estatal, na busca pela pacificação dos conflitos.

Essa equivalência também decorre do artigo 3º do Código de Processo Civil de 2015, que
repete o princípio da inafastabilidade da jurisdição, mas em seguida traz a expressa
possibilidade da realização da arbitragem na forma da lei, bem como o estímulo à
promoção da solução consensual dos conflitos pelo Estado, bem como pelos juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público.

Diante disso, é imperioso destacar que a utilização dos meios alternativos de solução de
conflitos “é uma via legítima, por ser democrática, para ampliar e dar maior efetividade
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ao acesso à Justiça, na sua concepção de acesso à ordem jurídica justa” .

Observados esses aspectos, torna-se possível o estudo da arbitragem, objeto principal


do presente artigo, como modalidade alternativa de acesso à justiça.

3.Arbitragem como instrumento de acesso à justiça

No tópico anterior foi possível concluir que os meios alternativos de solução de conflitos
também são instrumentos de ampliação do acesso à justiça, em busca da pacificação
social.

A arbitragem, por se tratar de uma das formas alternativas de resolução de conflitos,


também surge, portanto, como figura importante para a efetivação do acesso à ordem
jurídica justa.

Conforme demonstrado, a busca pelo acesso à justiça não deve, necessariamente, estar
ligada à atividade jurisdicional estatal tradicional. Nesse sentido, a “tutela jurisdicional
tradicional não é o único meio de conduzir as pessoas à ordem jurídica justa, eliminando
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conflitos e satisfazendo pretensões justas” .

A arbitragem é modalidade extrajudicial de resolução de conflitos, não existindo, em


regra, a intervenção do Poder Judiciário, que somente será invocado se for necessária a
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coerção estatal em relação às partes ou terceiros .

Mesmo sem ingressar em discussões doutrinárias sobre a natureza jurídica da


arbitragem como de jurisdição privada, é certo dizer que ela, bem como os outros meios
alternativos de solução de conflitos, “têm o escopo pacificador, que é o verdadeiro fator
20
de legitimidade da jurisdição mesma no Estado moderno” .

Vale dizer, “o meio alternativo de solução de conflito que possui maior destaque, como
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via legítima de ampliação do acesso à Justiça, é a arbitragem” . Ademais, “a sobrecarga
dos tribunais e as despesas excessivamente altas com os litígios podem tornar
particularmente benéficas para as partes as soluções rápidas e mediadas, como o juízo
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Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

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arbitral” .

Apesar de existirem opiniões divergentes em relação ao entendimento da arbitragem


como instrumento ampliador do acesso à justiça, por conta do custo para quem opta
pelo juízo arbitral, é certo dizer que ela consiste em meio alternativo de solução de
conflitos, não em instrumento único com esse objetivo. Trata-se de procedimento menos
formal que o processo civil e com maior celeridade para o deslinde das demandas. Cabe
destacar que o uso de novas tecnologias na arbitragem surge justamente como forma de
diminuir os custos da via arbitral.

Portanto, uma modalidade de pacificação de conflitos que foi por vezes considerada
inacessível para diversos setores da sociedade passa por uma modernização do
procedimento, com o uso de novas tecnologias, as quais diminuem o custo e a sua
duração. Assim, pode-se concluir que a arbitragem se torna cada vez mais um dos
instrumentos de acesso à ordem jurídica justa, pois consiste em um dos meios
disponíveis para a resolução dos conflitos sociais.

Nesse sentido, nota-se que “o Poder Judiciário não possui o monopólio da efetivação dos
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direitos e da resolução de conflitos. Não é a única porta de acesso à justiça” , e,
portanto, a arbitragem também cumpre esse papel.

Segundo Ricardo Soares Stersi, a arbitragem “não é uma resposta única ou, ainda,
24
mágica para as dificuldades de acesso à justiça” , mas é um dos instrumentos para que
isso seja alcançado, o que pode ser confirmado com as lições de Dinamarco sobre a
preocupação do processualista moderno, que “é o aclaramento e agilização dos meios de
acesso à ordem jurídica justa, mediante um sistema em que figure como estrela de
25
primeira grandeza a preocupação pelos resultados” .

Logo, a arbitragem, em sua essência de meio alternativo de solução de conflitos, é um


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dos instrumentos de acesso à ordem jurídica justa , pois tem como escopo solucionar
os litígios com efetividade, objetivando a pacificação em busca de eliminar a insatisfação
das pessoas.

Diante disso, o procedimento arbitral, regido pela autonomia da vontade das partes,
pode ser conduzido com menor formalidade e, ao mesmo tempo, acentuar a celeridade e
a efetividade. Isso pode ser ampliado com o uso de novas tecnologias aptas a eliminar
barreiras geográficas, temporais e econômicas, conforme se analisará no próximo tópico.

4.Procedimento arbitral na sociedade da informação e novas tecnologias

A sociedade passou por uma enorme transformação após a Segunda Guerra Mundial, por
conta das evoluções tecnológicas que nos levaram à atual sociedade, na qual a
informação passou a ser dotada de valor econômico e “flui a velocidades e em
quantidades há apenas poucos anos inimagináveis, assumindo valores sociais e
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econômicos fundamentais” .

As novas tecnologias possibilitaram a comunicação em larga escala, em nível nacional e


internacional, rompendo barreiras geográficas com a troca de informações em menos
tempo. Dessa forma, o uso dessas tecnologias digitais no procedimento arbitral pode
propiciar um procedimento mais célere e com maior economia, tendo em vista a
possiblidade de realização da arbitragem em meios eletrônicos.

A realização da arbitragem em meios eletrônicos é possível, sabendo-se que não há


intensa formalidade previamente estipulada em lei para a sua realização, com o que as
partes podem determinar as regras procedimentais que serão utilizadas para dirimir o
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conflito, por meio do compromisso arbitral ou da cláusula compromissória .

Dessa forma, é totalmente possível que as partes celebrem uma convenção de


arbitragem na qual o meio eletrônico será utilizado para aperfeiçoar a celeridade do
procedimento, por meio de realização audiências via teleconferência, por exemplo, o que
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informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

traria maior efetividade e agilidade dos meios de acesso à justiça, com redução dos
custos do juízo arbitral.

Segundo Thomas Schultz: “Cost and time reductions can also be obtained through a
form of automation and standardization of certain aspects of an arbitral procedure,
29
achieved through information technologies” .

Assim, vale dizer que a redução de custos e o rompimento das barreiras geográficas e
temporais, pelo uso de tecnologias no procedimento arbitral, surgem como instrumentos
ampliadores do acesso à justiça, em total benefício das partes.

Além do procedimento arbitral, a convenção de arbitragem também pode ser celebrada


em meios digitais, evitando-se, assim, eventuais deslocamentos para assinatura de
documentos impressos.

É certo que o artigo 4º da Lei 9.307/1996 (LGL\1996\72), em seu § 1º, prevê que “a
cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no
próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira”. Sobre os motivos para
essa exigência legal, assim leciona Gabriel Herscovici: “a imperatividade de a convenção
arbitral estar por escrito, conseguintemente, está ligada à necessidade de conseguir
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acessar o conteúdo da mesma. Ou seja, é uma questão de garantir a integridade” .

Partindo dessa premissa, é possível dizer que, no caso de celebração da convenção de


arbitragem pela via eletrônica, não há desrespeito à forma escrita prevista em lei, tendo
em vista que o documento eletrônico é elaborado de forma escrita e assinado
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eletronicamente por meio de certificação digital . Ou seja, a garantia da integridade da
convenção arbitral pode ser resguardada em âmbito eletrônico se ela estiver
devidamente assinada eletronicamente pelas partes, com a devida autenticação por
meio de certificado digital.

A celebração da convenção de arbitragem em meio eletrônico favorece a celeridade da


arbitragem desde a sua celebração. Imagine-se que uma pessoa resida em certo Estado
e deseje celebrar uma convenção de arbitragem com outra pessoa que resida em outra
localidade, mas sem a necessidade de deslocamento. A assinatura da convenção em
meio eletrônico eliminaria a barreira geográfica de uma eventual necessidade de
encontro das partes para assinatura e também reduziria o tempo para isso,
comparando-se com o envio de instrumentos pela via postal para que cada um os
assine.

Logo, no que diz respeito à celebração da convenção de arbitragem em meio eletrônico,


verifica-se a possibilidade de sua realização com mais rapidez, redução de custos e
barreiras, o que aumenta a efetividade do processo arbitral desde o início.

Além da celebração do compromisso arbitral ou da cláusula compromissória em meio


eletrônico, é possível tratar da sede da arbitragem com o uso de novas tecnologias. A
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sede da arbitragem transmite a ideia do local ou domicílio da arbitragem e, nas
palavras de Gabriel Herscovici, “no caso brasileiro, a importância da sede provém, quase
exclusivamente, da necessidade de precisar qual jurisdição deve ter suas normas
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imperativas observadas” .

Para fixação da sede da arbitragem, a Lei 9.307/1996 (LGL\1996\72), em seu artigo 11,
inciso I, adotou o critério de vontade das partes, de modo que deve constar do
compromisso arbitral “o local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem”.

Desse modo, é plenamente possível que as partes exprimam sua vontade na celebração
do compromisso arbitral, para a determinação da sede mesmo na arbitragem realizada
em meios eletrônicos.

Verificada a possibilidade de celebração da convenção de arbitragem em meio eletrônico


e da fixação da própria sede na qual será realizado o procedimento em questão, cabe
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Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

analisar os recursos tecnológicos disponíveis para a utilização em seu curso.

É certo que, na sociedade atual, existem diversos tipos de tecnologias prontas para
aplicação em qualquer procedimento, o que não é diferente na arbitragem. Os
programas de computadores e páginas na internet elaboradas para a realização dela na
forma virtual se enquadram no âmbito dessas novas tecnologias, disponíveis para que o
procedimento seja mais célere e efetivo. Segundo Gabriel Herscovici, “uma das
importantes funções destes softwares, aliás, reside na capacidade de monitorar e
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gerenciar casos, facilitando o acompanhamento dos mesmos” .

Atualmente, existem programas de computadores hábeis para o armazenamento de


demandas e gestão de processos judiciais e arbitrais, que permitem maior celeridade no
tratamento diário de feitos em grande quantidade. Nesse sentido, em consonância com
Gabrielle Kauffman-Kohler e Thomas Schultz:

"Information technology can also be used to improve the management of cases, for
instance by using progress tracking software, which for instance shows at which stage a
given case is, what the next expected actions are, and when the deadline is. It may also
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graphically show the relationships between the various actors of the case ."

Além disso, a evolução da tecnologia permitiu a criação de câmaras de arbitragem online


, como, por exemplo, a “Arbitranet”, que permite aos interessados em realizar a
arbitragem na forma virtual a possibilidade de acessar a página na internet da câmara
arbitral, submeter o conflito com o devido compromisso arbitral, de modo que o
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procedimento irá tramitar de forma totalmente eletrônica .

Além dessa inovação tecnológica, deve-se salientar que as reuniões, os depoimentos e


as oitivas de testemunhas podem ser realizados por meio de videoconferências,
permitindo-se a comunicação à distância por duas partes que estejam em diferentes
municípios, estados e mesmo países. Isso torna o procedimento arbitral muito mais
simplificado, célere e menos custoso para as partes.

Outro recurso tecnológico disponível para a realização do procedimento arbitral é a


digitalização de arquivos, que permite a transferência de documentos e a realização da
comunicação entre as partes e o árbitro de forma totalmente eletrônica, tendo em vista
que os documentos existentes em sua forma física podem ser digitalizados e, assim,
encaminhados.

Com tanta diversidade de recursos tecnológicos aptos a serem utilizados no


procedimento arbitral e em outras formas de solução de conflitos, é certo dizer que a
correta aplicação da tecnologia da informação garante efetividade, por meio da
simplificação na transmissão de dados, tornando o procedimento mais acessível e célere.

Nesse sentido, segundo Gabrielle Kauffman-Kohler e Thomas Schultz: “IT, if used


correctly, improves the effectiveness of dispute resolution processes by simplifying
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information transmission and generally accelerating the proceedings” .

Vale destacar que a análise realizada neste estudo, sobre a utilização de tecnologia no
procedimento arbitral, configura uma das modalidades de ODR (Online Dispute
Resolution), significando os próprios meios alternativos de solução de conflitos realizados
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em meio eletrônico .

É certo que o presente estudo está voltado para a efetividade da arbitragem pelo uso de
tecnologias e, por esse motivo, analisa-se o fenômeno da sociedade da informação
apenas sob a ótica da arbitragem. Entretanto, conforme mencionado anteriormente, as
tecnologias trouxeram benefícios em todas as modalidades alternativas de resolução de
conflitos, o que levou à criação de diversos tipos de ODR (Online Dispute Resolution).

Logo, pode-se dizer que todos os meios alternativos de solução de conflitos podem ter os
seus custos reduzidos pelo uso da tecnologia da informação e, no caso do presente
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Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

estudo, a arbitragem, antes considerada inacessível por conta de elevados valores,


passa a se tornar acessível a maior número de pessoas, por conta do uso da tecnologia
da informação. Nesse sentido, conforme ensinamentos de Gabrielle Kaufhmann-Kohler e
Thomas Schultz: “IT also improves efficiency, i.e. it reduces the costs of dispute
39
resolution processes” .

Diante da existência de tantos recursos tecnológicos disponíveis, podendo ser aplicados


ao procedimento arbitral, diversas são as tecnologias aptas a serem nele aproveitadas,
com o objetivo de propiciar a redução de barreiras, custos e de tempo para a satisfação
dos litígios com maior efetividade.

5.Conclusão

O presente estudo demonstrou como as tecnologias podem ser aliadas das partes e do
árbitro para que a solução do conflito seja realizada de forma mais célere e efetiva.

A compreensão do conceito de acesso à justiça como o direito de acesso à ordem


jurídica justa, e não a simples admissão do processo ao Poder Judiciário, permitiu a
conclusão de que os meios alternativos de solução de conflitos são considerados
instrumentos de pacificação social com justiça.

Partindo desse pressuposto, observou-se que a arbitragem é um dos meios de efetivação


do acesso à justiça, por se tratar de uma das formas alternativas de resolução de
controvérsias prevista no ordenamento jurídico. A arbitragem consiste em modalidade
de heterocomposição, objetivando um procedimento mais célere e menos formal do que
a jurisdição estatal. Diante dessa análise, demonstrou-se como o desenvolvimento da
sociedade da informação, com a criação de diversas modalidades tecnológicas, permitiu
uma redução de barreiras geográficas, temporais e econômicas na celebração e no curso
da arbitragem.

Dessa forma, objetivou-se demonstrar a possibilidade de maior efetividade da


arbitragem com a utilização das tecnologias disponíveis atualmente. A utilização desses
recursos no procedimento arbitral o torna menos custoso para as partes, mais célere e
com a diminuição ou a eliminação de distâncias entre partes que estão em locais
distantes entre si.

Além disso, a realização da arbitragem em ambiente virtual constitui uma das


modalidades de ODRs (Online Dispute Resolution), cuja definição consiste na realização
das formas alternativas de solução de conflitos em meio eletrônico.

Pode-se concluir, assim, que os meios tecnológicos disponíveis para a realização da


arbitragem constituem instrumentos ampliadores do acesso à justiça, pois trazem
benefícios para a realização de um procedimento mais célere e efetivo.

6.Referências

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WATANABE, Kazuo. Política pública do poder judiciário nacional para tratamento


adequado dos conflitos de interesses. Revista de Processo, São Paulo, v. 195, p.
381-389, maio 2011.

1 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Trad. Ellen Gracie Northfleet.
Porto Alegre: Fabris, 1988. p. 12.

2 WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna. In: GRINOVER, Ada


Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel; WATANABE, Kazuo (Coord.). Participação e
processo. São Paulo: Ed. RT, 1988. p. 128.

3 WATANABE, Kazuo. Política pública do poder judiciário nacional para tratamento


adequado dos conflitos de interesses. Revista de Processo, São Paulo, v. 195, p.
381-389, maio 2011.

4 WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna. In: GRINOVER, Ada


Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel; WATANABE, Kazuo (Coord.). Participação e
processo. São Paulo: Ed. RT, 1988. p. 135.
Página 9
Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

5 SILVA, José Afonso. Acesso à justiça e cidadania. Revista de Direito Administrativo, Rio
de Janeiro, v. 216, p. 09-23, abr.-jun. 1999.

6 SADEK, Maria Tereza Aina. Acesso à justiça: um direito e seus obstáculos. Revista USP
, São Paulo, n. 101, p. 55-66, mar.-abr.-maio 2014.

7 TRISTÃO, Ivan Martins; FACHIN, Zulmar. O acesso à justiça como direito fundamental
e a construção da democracia pelos meios alternativos de solução de conflitos. Scientia
Iuris, Londrina, v. 13, nov. 2009. p. 48.

8 TRISTÃO, Ivan Martins; FACHIN, Zulmar. O acesso à justiça como direito fundamental
e a construção da democracia pelos meios alternativos de solução de conflitos. Scientia
Iuris, Londrina, v. 13, nov. 2009. p. 54.

9 CAHALI, Francisco José. Curso de arbitragem. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2015. p. 44.

10 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido


Rangel. Teoria geral do processo. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 34.

11 GUILHERME, Luiz Fernando do Vale de Almeida. Manual de arbitragem e mediação:


conciliação e negociação. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 49.

12 CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei nº 9.307/96.


3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 31.

13 CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei nº 9.307/96.


3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 31.

14 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 7. ed. São


Paulo: Malheiros, 2013. v. 1. p. 126. “Do ponto-de-vista puramente jurídico as
diferenças são notáveis e eliminariam a ideia de que se equivalham, porque somente a
jurisdição tem entre seus objetivos o de dar efetividade ao ordenamento jurídico
substancial, o que obviamente está fora de cogitação nos chamados meios alternativos.
Mas o que há de substancialmente relevante no exercício da jurisdição, pelo aspecto
social do proveito útil que é capaz de trazer aos membros da sociedade, está presente
também nessas outras atividades: é a busca de pacificação das pessoas e grupos
mediante a eliminação de conflitos que os envolvam”.

15 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 7. ed. São


Paulo: Malheiros, 2013. v. 1. p. 125.

16 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 7. ed. São


Paulo: Malheiros, 2013. v. 1. p. 132.

17 TRISTÃO, Ivan Martins; FACHIN, Zulmar. O acesso à justiça como direito


fundamental e a construção da democracia pelos meios alternativos de solução de
conflitos. Scientia Iuris, Londrina, v. 13, nov. 2009. p. 56.

18 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 7. ed. São


Paulo: Malheiros, 2013. v. 1. p. 122.

19 CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei nº 9.307/96.


3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 33.

20 DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do processo civil moderno. 6. ed. São


Paulo: Malheiros, 2010. t. 1. p. 392.

Página 10
Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

21 TRISTÃO, Ivan Martins; FACHIN, Zulmar. O acesso à justiça como direito


fundamental e a construção da democracia pelos meios alternativos de solução de
conflitos. Scientia Iuris, Londrina, v. 13, nov. 2009. p. 56.

22 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Trad. Ellen Gracie Northfleet.
Porto Alegre: Fabris, 1988. p. 83.

23 SADEK, Maria Tereza Aina. Acesso à justiça: um direito e seus obstáculos. Revista
USP, São Paulo, n. 101, p. 55-66, mar.-abr.-maio 2014.

24 SANTOS, Ricardo Soares Stersi dos. Arbitragem e acesso à justiça. Revista Sequência
, Santa Catarina, n. 53, p. 253-268, dez. 2006.

25 DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do processo civil moderno. 6. ed. São


Paulo: Malheiros, 2010. t. 1. p. 392.

26 WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna. In: GRINOVER, Ada


Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel; WATANABE, Kazuo (Coord.). Participação e
processo. São Paulo: Ed. RT, 1988. p. 128.

27 SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Manual de arbitragem: mediação e conciliação. 5.


ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 251.

28 SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Manual de arbitragem: mediação e conciliação. 5.


ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 253: “compete às partes na convenção de
arbitragem disciplinar o procedimento que preferem ver aplicado à arbitragem e, na
ausência de disciplina procedimental pelos envolvidos, caberá ao árbitro ou à entidade
arbitral discipliná-lo. Assim, nada obsta que sejam adotados os meios digitais para o
desenvolvimento mais célere da arbitragem, sem as amarras do processo judicial
eletrônico”.

29 SCHULTZ, Thomas. Information technology and arbitration: a practitioner’s guide.


Alphen aan den Rijn: Kluwer, 2006. p. 14. Tradução livre: “Redução de tempo e custos
pode ser obtida por uma forma de automação e uniformização de alguns aspectos do
procedimento arbitral, alcançada por meio de tecnologias da informação”.

30 JUNQUEIRA, Gabriel Herscovici. Arbitragem brasileira na era da informática: um


estudo das principais questões processuais. São Paulo: Atlas, 2015. p. 28.

31 SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Manual de arbitragem: mediação e conciliação. 5.


ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 269.

32 JUNQUEIRA, Gabriel Herscovici. Arbitragem brasileira na era da informática: um


estudo das principais questões processuais. São Paulo: Atlas, 2015. p. 62

33 JUNQUEIRA, Gabriel Herscovici. Arbitragem brasileira na era da informática: um


estudo das principais questões processuais. São Paulo: Atlas, 2015. p. 87.

34 JUNQUEIRA, Gabriel Herscovici. Arbitragem brasileira na era da informática: um


estudo das principais questões processuais. São Paulo: Atlas, 2015. p. 95.

35 KAUFMANN-KOHLER, Gabrielle; SCHULTZ, Thomas. The use of information


technology in arbitration. Jusletter 5, dez. 2005. p. 09. Disponível em:
[http://lk-k.com/wp-content/uploads/The-Use-of-Information-Technology-in-Arbitration.pdf].
Acesso em: 14.11. 2018. Tradução livre: “A tecnologia da informação pode ser usada
também para melhorar o gerenciamento de casos, por meio do uso de programas de
acompanhamento do progresso, que demonstra, por exemplo, qual estágio que o
processo se encontra, quais são as próximas ações a serem tomadas e quando é o prazo
Página 11
Arbitragem e acesso à justiça na sociedade da
informação: uso de instrumentos tecnológicos no
procedimento arbitral

final. A tecnologia da informação também pode apresentar gráficos com as relações


entre as partes dos casos”.

36 Artigo 2º do Regulamento da Arbitranet: “os procedimentos arbitrais submetidos à


ARBITRANET tramitam através de seu website na internet”. Disponível em:
[https://arbitranet.com.br/regulamento/]. Acesso em: 14.11. 2018.

37 KAUFMANN-KOHLER, Gabrielle; SCHULTZ, Thomas. The use of information


technology in arbitration. Jusletter 5, dez. 2005. p. 07. Disponível em:
[http://lk-k.com/wp-content/uploads/The-Use-of-Information-Technology-in-Arbitration.pdf].
Acesso em: 14.11.2018. Tradução livre: “A Tecnologia da Informação, se utilizada
corretamente, aumenta a efetividade dos processos de resolução de conflitos, pela
simplificação na transmissão da informação, e aceleração dos procedimentos em geral”.

38 ANDRADE, Henrique dos Santos; MARCACINI, Augusto. Os novos meios alternativos


ao judiciário para a solução de conflito, apoiados pelas tecnologias da informação e
comunicação. Revista de Processo, São Paulo, v. 268, p. 587-612, jun. 2017.

39 KAUFMANN-KOHLER, Gabrielle; SCHULTZ, Thomas. The use of information


technology in arbitration. Jusletter 5, dez. 2005. p. 07. Disponível em:
[http://lk-k.com/wp-content/uploads/The-Use-of-Information-Technology-in-Arbitration.pdf].
Acesso em: 14.11.2018. Tradução livre: “A Tecnologia da Informação também
aperfeiçoa a eficiência, isto é, ela reduz o custo do processo de solução da disputa”.

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