Você está na página 1de 13

1

Índice
2

Introdução

No presente trabalho, iremos falar sobre A Fundamentação dos Direitos Humanos.

Iremos definir direitos humanos, também vamos falar dos tipos de fundamentação dos Direitos
Humanos, sua história de início, Direitos humanos na concepção moderna, a concepção segundo
alguns filósofos da modernidade. Iremos falar sobre a luta pelos direitos humanos na Inglaterra
onde foi escrita a Magna Carta em 1215, este foi o primeiro documento escrito sobre os direitos
do homem.
3

Direitos Humanos

Direitos Humanos são aqueles princípios ou valores que permitem a uma pessoa afirmar a sua
condição humana e participar plenamente da vida.

Direitos Humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres
humanos.

DIREITOS Humanos são ainda aqueles direitos que nos pertencem pelo simples facto de sermos
Humanos.

Todo o ser humano tem direito a vida, a liberdade e a segurança pessoal. Os direitos humanos
aparecem como um instrumento e protecção do sujeito contra todo tipo de violência.

Os direitos humanos servem para assegurar ao homem o exercício de liberdade, a preservação da


dignidade e protecção da sua existência.

Tipos de Direitos‫׃‬

Direitos civis e políticos

Exemplo‫ ׃‬Direito a vida, á propriedade privada, á língua materna, liberdade de pensamento, de


expressão, de crença e igualdade formal.

Direitos económicos, sociais, e culturais


4

Exemplo‫ ׃‬direito ao trabalho, á educação, á saúde, a previdência social, á moradia, á distribuição


de renda.

Direitos difusos e colectivos

Exemplo‫ ׃‬direito á paz, direito ao progresso, autodeterminação dos povos, direito ambiental,
direito dos consumidores, inclusão digital, etc.

Declaração universal dos direitos humanos (DUDH) das Nações Unidas (ONU)

ONU afirma que "todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direito. Dotados
de razão e de concernência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

A declaração dos direitos humanos foi adoptada pela ONU a 10 de Dezembro de 1948. Esboçada
principalmente por John Peters Humphrey, do canada, mas também com ajuda de varias pessoas
do mundo EUA, Franca, China, Líbano entre outros.

Abalados pela barbárie recente ensejo de construir um mundo assente em novos alicerces
ideológicos, os dirigentes das nações que emergiram como potências no período pós-guerra
mundial, liderados pelo URSS e pelo EUA, estabeleceram na conferencia de Yalta, na Rússia,
em 1945, as bases de uma futura " paz", definindo áreas de influencia das potências e criando
uma organização multilateral que promovesse negociações sobre conflitos internacionais, com o
objectivo de evitar guerras, promover a paz e a democracia e fortalecer os direitos humanos.

A declaração dos direitos humanos remete ao contexto pós segunda guerra mundial e todos os
horrores produzidos ao longo da primeira metade do século XX.

Foi diante dos horrores provocados pelas guerras e pelos regimes totalitários que a própria nação
de dignidade da pessoa humana foi colocada em xeque e em inúmeros direitos individuais foram
violados.

Assim a declaração dos direitos humanos surgiu com o objectivo de dar a todos os povos do
mundo direitos iguais e de garantir respeito para liberdade, justiça e paz.

Direitos Humanos na concepção Moderna


5

A ideia de "direitos humanos" tem origem no conceito filosófico de direitos naturais que seriam
atribuídos por Deus.

O que Locke desenvolveu como resultado da sua concepção do contrato social á teoria do Estado
de direito que se baseia no reconhecimento dos direitos humanos, na separação de poderes e nas
eleições livres como os três pilares fundamentais da democracia.

A actual compreensão dos direitos Humanos baseia-se nas concepções de natureza do homem e
da sociedade humana proveniente do Iluminismo.

Segundo a doutrina do direito natural os direitos humanos são inatos‫ ׃‬eles não são uma dadiva de
qualquer organização ou instituição, pois eles existem muito antes do Homem estar ligado aos
conceitos "sociedade", "economia" e "Religião".

Coloca-se quatro evidências como característica do novo conceito dos direitos Humanos‫׃‬

1) Eles são Universais, não dizem respeito a este ou aquele homem, mas sim a todos os
homens, pura e simplesmente.
2) Eles são individuais. O indivíduo, o homem livre, é o seu portador; jamais o grupo,
associações ou corporações de sociedade estratificadas. O indivíduo não chega ao direito
através da integração no seio da sua classe, categoria ou grupo social, mas possui, assim,
como indivíduo, como pessoa singular, os seus direitos.
3) São anteriores aos Estado‫ ׃‬resultam da natureza humana. O Estado só os pode reconhecer
e não outorgá-los; a constituição declara-os apenas, mas não os cria.
4) Em função da sua origem e carácter individual, são um direito de reivindicação perante o
Estado eles exigem do Estado o respeito de uma esfera de liberdade pessoal por ele
reconhecida e declarada.

Deste modo, os direitos humanos não são endereçados ao próximo e nem á sociedade, mas sim, e
no sentido mas restrito, ao Estado‫ ׃‬Direito Humano significa o dever do Estado não usurpar
ilegalmente as liberdades do Homem.
6

A conquista dos Direitos Humanos evidencia-se com o processo lento e progressivo de


reconhecimento e de formulação abdica dos direitos fundamentais do homem. A história dessa
conquista pode ser narrada a partir de três diferentes momentos ou gerações.

As três gerações dos direitos humanos:

1ª Geração- fase de reconhecimento das liberdades individuais

As primeiras declarações de direito (1689-Bill of rights, 1789- Declaration des droits de L`Hom
et du Citoyen) proclamavam sobre tudo os direitos ligados a liberdade do indivíduo: Liberdade
de consciência, liberdade económica, liberdade religiosa e igualdade perante a lei. Derivam das
ideias liberais e individualistas da burguesia dos finais do século XVII e XVIII que se insurge
com o poderio da nobreza e o absolutismo do estado.

Nesta primeira geração, o estado tem como papel fundamental assegurar as liberdades básicas de
todos os cidadãos e garantir que ninguém se encontra acima da lei( estado de direito).

2ª Geração – fase de reconhecimento dos direitos económicos, sociais e culturais.

A declaração do século XIX e princípios do século XX- como a constituição francesa de 1848 e
constituição( alemã ) de Weimar de 1919- contemplam uma serie de novos direitos decorrentes e
reivindicações do proletariado em face das injustiças sentidas no interior das classes operarias.
Esses direitos são: direito a saúde, a educação, a segurança social, a salário justo e a uma vida
decente.

A ideia de liberdade individual da etapa anterior junta-se a ideia de igualdade e solidariedade,


pressupondo um conjunto de direitos sem os quais não seria possível uma liberdade igualitária.

O estado passa a assumir uma posição de defesa e protecção dos indivíduos (estado-providencia
ou estado de direito social).

3ª Geração fase de reconhecimento de novos direitos sociais e culturais, da internacionalização


dos direitos fundamentais e da solidariedade entre os povos. No final da segunda guerra mundial,
7

os excessos cometidos pelos regimes autoritários e as calamidades deixadas pelo nazismo fazem
nascer a preocupação de assegurar a paz para todos os povos. Em 1948, a Organização das
nações unidas (ONU) apresenta a Declaração Universal dos Direitos Humanos, procurando
tornar efectiva a internacionalização dos direitos fundamentais do homem. Nela encontram-se os
direitos proclamados nas duas gerações anteriores - liberdades individuais e direitos económicos,
sociais e culturais.

A pouco e pouco, surgem novas reivindicações associadas a diferentes grupos sociais que
chamam atenção para outros direitos - direito a autodeterminação dos povos em função da
identidade, direito a protecção das minorias étnicas, culturais, etc. – que vem a ser contemplados
em diferentes convénios (como por exemplo, a convenção internacional sobre a eliminação e
repressão do crime de Apartheid, em 1976).

Ao longo dos últimos tempos alguns movimentos sociais (como os pacifistas e os ecologistas)
reclamam a necessidade de criar as condições mínimas propícias a uma vida digna.

Fundamentação jusnaturalista

Jusnaturalismo e o direito natural, ou seja dos princípios, normas e direitos que tem como ideia
universal e imutável de justiça e independente da vontade humana.

De acordo com a teoria do jusnaturalismo o direito e algo natural e anterior ao ser humano,
devendo seguir sempre aquilo que condiz aos valores da humanidade (direito a vida, a liberdade,
a dignidade, etc.) e ao ideal de justiça.

Desta forma, as leis que compõem o jusnaturalismo são tidas como imutáveis, universais,
atemporais e invioláveis, pois estão presentes na natureza do ser humano. Em suma, o direito
natural esta baseado no bom senso, sendo este pautado nos princípios da moral, ética, equidade
entre todos os indivíduos e liberdades.

Tipos de jusnaturalismo
8

 Jusnaturalismo teológico: direitos estabelecidos e revelados por Deus. Surgiu durante a


idade média e tinha como principio a ideia de uma divindade onipotente, oniciente e
onipresente;
 Jusnaturalismo cosmológico: seguindo as leis que são consideradas naturais em todo o
universo. Esta corrente foi vigente durante a antiguidade clássica;
 Jusnaturalismo racionalista: leis naturais da vida que são estabelecidas pelos humanos
com base na razão e bom senso.

A fundamentação ética dos direitos humanos

Falar do ético nos direitos humanos é falar em valores como direito a vida, a paz, a dignidade
humana, a justiça social o desenvolvimento, a democracia, e direito a felicidade.

Fundamentação dos direitos humanos na filosofia

A filosofia do renascimento distingue-se pelo facto de ter servido de um novo e amplo acesso a
filosofia clássica. Conhecimentos inovativos ganharam um lugar de destaque na teoria do estado.

Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Maquiavel chamou a atenção para o facto de que a acção do soberano nem sempre pode estar em
conformidade com os bens morais, pois o homem que quiser o bem no meio onde os homens não
são bons provoca o seu próprio fim. O soberano, se quiser afirmar-se, deve ser apto a não agir
apenas em conformidade com as leis morais, mas a servir-se delas de acordo com as
necessidades.

As concepções politicas de Maquiavel são consequências da sua concepção antropológica,


segundo a qual “ o homem e, por natureza, mau”. A partir dai, Maquiavel recomenda que o
soberano aja com métodos extremamente cruéis sem qualquer preocupação pelas máximas
morais, o que pressupõe a exclusão de todos os direitos do cidadão.

Thomas Hobbes (1588-1679)


9

No século XVII deu-se um desenvolvimento crítico da filosofia. Na filosofia do direito, essa


tendência teve como resultado uma nova formulação da doutrina do direito natural.

Teóricos iluministas do direito natural colocam a questão de como e que são possíveis as regras
sobre as quais os homens vivem em comum e fazem da relação entre o direito natural e o direito
positivo um modelo de pensamento sobre o contrato social.

Já que no estado natural, impera o direito natural, todos os homens são livres da dominação e são
iguais entre eles. Mas porque o direito natural não conhece obrigações e sensações, os homens
fundam, através do contrato social, o estado. Este pacto transforma o estado natural em Estado
civil; do homem surge o cidadão e do direito natural, o direito civil. A ideia do contrato social
visa mostrar que o estado surge com vista a um firme e permanece ligado a ele.Contudo, o
contrato social é interpretado de forma heterogénea.

Os iluministas conservadores, como Thomas Hobbes, partem do principio de que o contrato social tem
sobretudo a função de conceder segurança ao homem, que só e possível com a instituição de poder
absoluto de dominação. Do contrato social nasce, como Hobbes, um contrato de sujeição.

Para Hobbes, o estado natural equivale a um estado de “guerra de todos contra todos”. O homem
só pode sair desta situação submetendo-se a um poder político supremo e absoluto, através do
contrato social.

O contrato social, portanto tem a função de criar autoridade social sobre a qual, a forca
obrigatória de direito se baseia e não sobre a racionalidade do seu conteúdo. Porque o soberano
tentem interrogavelmente todos os direitos, ele esta acima da justiça: o direito passa a ser tudo
aquilo que o soberano quer, o que quer dizer que o homem não possui direitos face ao poder.
Hobbes retira, assim, no seu positivismo jurídico radical todo carácter moral do direito e do
estado.

John Locke (1632-1704) e Montesquieu (1689-1755)

Um outro grupo de filósofos parte do princípio de que contrato social tem por finalidade
assegurar os direitos naturais do homem, a sua vida, liberdade, igualdade e a sua propriedade.
Esta teoria foi desenvolvida primeiro por Locke e aperfeiçoada por Montesquieu.
10

Locke, cuja antropologia e optimista insiste na natureza social do homem e, consequentemente,


na sua capacidade de construir uma sociedade racionalmente melhor, com bases em acordos
sensatos.

Locke parte de um estado natural do qual todos os homens nascem livres, racionais e com
igualdade de direitos: O direito a vida, a liberdade, a propriedade.

Mas porque existe uma lei natural, na qual todos os homens têm de reconhecer os direitos dos
outros unem-se através de um contrato social.

Através dele os homens renunciam apenas ao direito de defenderem os seus direitos cada um por
conta própria, delegando essa tarefa ao estado. Eles esforçam-se por uma teoria de estado e de
sociedade racional, justa e livre, segundo a qual, a vontade do estado se funda na vontade do
indivíduo. Delega ao estado a tarefa de proteger os direitos e propriedade dos indivíduos. Nessa
base deve separa-los os poderes legislativos e executivo. Os limites do estado são estabelecidos
pelos próprios defeitos do homem, pelos quais e para cuja defesa ele surgiu.

O principio da separação de poderes foi desenvolvido por Montesquieu, ao procurar dar resposta
a questão de como e que se poderia assegurar a melhor maneira de liberdade do homem. Os
poderes legislativos, executivo e judicial devem ser independente um do outro, de modo a haver
um equilíbrio mútuo entre eles.

A liberdade politica de cada cidadão e todos o sossego que resulta da convicção de que cada um
tem a segurança garantida pelo estado.

O empenho Ocidental pelos direitos humanos

A luta pelos direitos humanos na Inglaterra

Pode-se afirmar que o inicio da ideia moderna dos direitos humanos modernos encontra-se o seu
lugar na Magna Carta Libertatum de 1215, na Inglaterra, quando os barões impuseram ao rei a
sua exigência a um julgamento legal depois de uma detenção. O rei viu-se obrigado a não
permitir a detenção ou a punição ilegal de qualquer homem livre.
11

A Petition of Rights de 1628, a Habbeas corpus Amendment Act de 1679 e a Bill of Rights de
1689 deram continuidade a tradição da protecção do homem da usurpação ilegal dos seus direitos
pelo estado.

 A Petition of Rights, exigiram-se e instituíram-se:


 A abolição dos impostos arbitrários;
 A abolição das detenções arbitrárias; e
 A abolição de tribunais militares excepcionais.

A Habbeas Corpus Act concedeu a protecção da leis perante a subtracção da liberdade do


homem e continha uma serie de prescrições sobre procedimentos legais. O rei tinha de
reconhecer os seguintes direitos:

 Liberdade de opinião do parlamento (o parlamentar gozava ainda de imunidade);


 Eleições livres dos membros do parlamento;
 Julgamento justo e publico das pessoas acusadas de crime por um corpo de jurados;
 Remetimento das petições ao rei, abolição dos castigos bárbaros e redução das multas
excessivamente altas.

Com a Settlement Act de 1700, foi concedida a independência judiciária, com a qual se
executava um largo passo em direcção ao estado de direito.

A luta pelos direitos humanos na América

As teorias de John Locke e o exemplo da carta inglesa dosa direitos influenciaram o mundo
ocidental. Os ingleses que haviam imigrado para a América criaram a sua própria democracia,
baseada nas ideias desenvolvidas na Inglaterra.

Esses colonos inglese recorreram especialmente a filosofia de John Locke quando tiveram que s
e defender da tutela do parlamento de Londres. Eles consolidaram essas ideias na Bill of Rights
do estado de Virgínia.

A Bill of Rights de Virgínia, continha aspectos como os direitos inatos a vida a liberdade e a
propriedade e determinação sobre a separação de poderes, eleições democráticas e garantias de
protecção legal dos cidadãos perante a privação da liberdade. No mesmo documento, foram
12

igualmente garantidas a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa e o direito do povo a


reforma da constituição.

Na história das constituições, a ideia de que os direitos humanos resultam, da natureza humana
foi pela primeira vez exprimida na Bill of Rights de Virgínia, com os seguintes ideais: “ todos os
homens são por natureza igualmente livres e independentes, e detectores de determinados
direitos inerentes, dos quais, ao ingressarem na sociedade, não podem por nenhum pacto
despojar ou excluir a sua posterioridade, ou seja, o gozo da vida e da liberdade, com os meios de
aquisição e posse da propriedade, na busca e obtenção da felicidade”.

Conclusão

No presente trabalho concluiu-se que a fundamentação dos direitos humanos foi um processo de
várias lutas, para a substituição do direito natural pelo direito social ou civil, que ocorreu em três
gerações acima referidas para que o homem engrenasse ao direito civil. Para que houvesse uma
lei escrita a qual não se pode destorcer, deste modo o Homem passa a respeitar a lei escrita e
deixa de viver segundo a lei inscrita.
13

Bibliografia

Você também pode gostar