Você está na página 1de 2

O QUE É SOCIOLOGIA - CARLOS BENEDITO MARTINS

Allan Mikayo R. Alves (20102748)

Sociologia é o nome dado ao estudo científico das organizações e funcionamento


da sociedade humana. Dentre diversos pensadores que desenvolveram pesquisas
e contribuições para a sociedade, três deles tem um grande destaque: Max
Weber, Émile Durkheim e Karl Marx, conhecidos também como os pensadores
clássicos da sociologia. Nessa dissertação darei enfoque nas contribuições de
Marx, fazendo uma narrativa paralela a sua biografia.
Karl Marx nasceu em 1818 na cidade de Tréveris, no território que hoje
conhecemos como a Alemanha. Desde cedo a figura paterna de Karl buscou
gerar grande influência para que o filho estudasse direito, mas ao se transferir
para Universidade de Berlim Marx se viu cada vez mais perto da área filosófica,
tendo aulas, inclusive, com Friedrich Hegel. É notório que esse último
acontecimento influenciou o desenvolvimento de Marx, uma vez que ele pode ver
e entender de maneira crítica algumas ideologias esquerdistas e políticas. Para
ele é evidente que só seria possível entender a sociedade se ele entendesse todo
o contexto social, por isso tem uma grande preocupação para entender diversos
temas políticos, econômicos e sociais.
Em 1842, Marx teve a oportunidade de trabalhar no jornal “Gazeta Renana”,
e foi onde ele conheceu outro grande pensador, o Friedrich Engels. Nesse período
que estiveram juntos puderam editar e escrever alguns livros. Entretanto, depois
de algum tempo o jornal fechou. Foi nessa época que Marx encontrou seu amor,
Jenny, e juntos foram para Paris, onde ele pode encontrar uma realocação
profissional em um jornal que lutava em prol da democracia.
Em meio ao desenvolvimento industrial que vinha acontecendo desde o
século passado, se iniciando na Inglaterra, a população estava sofrendo ainda
mais. A industrialização ganhava cada vez mais espaço na sociedade, enquanto o
êxodo rural se tornava uma realidade, fazendo com que as fábricas pudessem ter
mão de obra para sua operação. Por um lado, cresciam nações cada vez com
maior potencial de produção e desenvolvimento, por outro, crianças e mulheres
tendo como rotina jornadas exaustivas e abusivas. Essa jornada excessiva somada
à busca por lucros no sistema capitalista seria mais tarde chamada de mais valia
por Marx.
Segundo as ideias marxistas, quem trabalha com a produção da nação é o
proletariado, enquanto a burguesia não produz, apenas faz a administração dessa
produção. Na prática o que acontecia é que a burguesia se apropria do lucro
proporcionado pela classe operária, e a tendência é que essa fosse uma situação
estática, uma vez que esses utilizam do Estado e de aparelhos repressivos para
impor suas vontades acima do proletariado.
Tendo em vista esse cenário é evidente que vários fatores colaboraram para
o surgimento de conflitos, bem como a criação das primeiras organizações
trabalhistas. Juntamente a Engels, Marx se vê indignado com a realidade social
naquele momento, e isso se torna um dos motivos para a publicação do
Manifesto Comunista, em 1848, principalmente como uma crítica ao capitalismo.
Na obra, Marx retrata a história do movimento operário e convida os operários a
uma união por mudança.
Antes da criação do socialismo científico de Marx e Engels existiram outras
propostas de modelos sociais mais igualitários. Saint Simon, Owen e Fourier
foram alguns pensadores a proporem e construírem a ideia do socialismo
utópico, contando com uma visão positivista. Segundo a obra de Carlos Martins,
“O que é sociologia”, fica evidente que Marx realmente considerava como geniais
alguns dos ideais e das críticas de seus antecessores. Entretanto, mesmo
contando com duras críticas à burguesia, esses pensadores não trouxeram planos
práticos que pudessem ocasionar transformações radicais sociais.
Segundo a obra de Martins, o socialismo de Marx foi construído a partir de
três pilares: o socialismo, a dialética e a economia política, abordarei de maneira
mais profunda o materialismo dialético. Para Marx e Engels a dialética é um
instrumento fundamental para compreender a história, pautando principalmente
a história como um movimento natural que não pode se fixar de maneira
estática. Tal ideia se contrapõe à dialética de Hegel, que propunha a ideia de
imobilidade das classes sociais. O materialismo basicamente busca romper
qualquer tradição idealista, tendo como principal característica a ideia da
mudança social, ou seja, buscar um modo em que o proletariado possa ter acesso
ao poder e estabelecer um sistema horizontal, com uniformidade.
O autor acredita que o sucesso do proletariado seria construir uma
sociedade sem classes, e isso só seria possível através da união do povo, se
organizando juntamente a partidos revolucionários.
As teorias desenvolvidas por Karl Marx tiveram grande influência em vários
eventos ao redor do mundo, como a Revolução Russa de 1917, além de teóricos e
políticos, entre eles Lênin, Stalin, Trotski, Rosa Luxemburgo, Che Guevara, Mao
Tsé-Tung, etc.
De fato é inegável que Karl Marx foi um grandioso pensador, e várias de
suas propostas eram de fato relevantes. A idealização do socialismo científico e do
comunismo é muito bonita, imaginar uma sociedade igualitária e eficiente
realmente remete aos desejos de grandes nações. Entretanto é inegável que na
prática de fato é muito difícil que esses sistemas funcionem, como pudemos ver
na União das Repúblicas Soviéticas e hoje podemos observar a situação social e
política da Venezuela. Em ambos os casos é notório o quanto essas populações
sofrem. A ideia do comum, do comunismo, é linda, porém não é aplicável
facilmente, principalmente se contrapondo ao grande sistema capitalista que
reina hoje no mundo. Mas o povo ainda pode se unir, e só dessa forma traremos
mudanças simbólicas, como já propunha Marx.
No Brasil, a ameaça comunista é um mito encarado como realidade para
muitas pessoas, e se torna um objeto de manipulação política. Assim,
representantes partidários do que seria chamado de “direita extremista”
utilizam-se do termo visando o detrimento da imagem dos partidos de esquerda
no país. Enquanto o governo atual, de Jair Messias Bolsonaro, seguir defendendo
os interesses das classes dominantes, de fato estaremos cada vez mais afastados
do comum, de uma vida igualitária dentro desta nação.

Você também pode gostar