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Ventilação mecânica

Um paciente que necessita de ventilação mecânica é por que a ventilação mecânica


própria está prejudicada e quem controla o centro da respiração é o bulbo e o sistema
nervoso central, então uma vez que um paciente está com rebaixamento de nível de
consciência o sistema respiratório para de funcionar pois temos diafragma e músculos
intercostais que funcionam por meio de um “mandado”, então, a partir do momento
que se para aquele estimulo ou aquele comando, ele para de funcionar, da mesma
forma o paciente que é submetido a uma sedação e essa sedação “deprime” o SNC
consequentemente deprime o Sistema respiratório.
Manifestações clínicas que exigem VM:

 Apneia/bradipneia
 Dificuldade respiratória ou confusão mental
 Aumento do trabalho respiratório não aliviado por outras intervenções
 Confusão mental com necessidades de proteção das vias aéreas
 Choque circulatório
Parâmetros de referência – configurações de acordo com a necessidade do paciente,
se for uma substituição da função pulmonar (em casos de cirurgia e teve uma
anestesia geral) tem uma configuração exata para esse paciente, depende também do
aparelho utilizado.

 Frequência respiratória: 8-15rpm (além de ventilar o paciente, pode fazer


controle para corrigir gasometria)
 Volume corrente: colocar quantidade de acordo com o tamanho anatômico
pois se a pessoa é gorda ou magra o pulmão não aumenta e não diminui de
tamanho, então tem que tomar cuidado com essa informação: 1-15ml/kg
(quantidade de volume corrente que precisa por para o paciente, só que se o
paciente tem obesidade ou é magro demais, o pulmão não diminui/ aumentou,
então precisa de um “bom senso” na hora de fazer o cálculo) em uma situação
de emergência coloca-se 500 ml depois pode-se fazer uma correção para
melhorar o atendimento ao paciente.
 Tempo de inspiração/expiração: 1:2 segundos – pode ser marcado o tempo de
inspiração expiração e precisa colocar no ventilador mecânico o tempo de
inspiração e expiração
 Pressão positiva expiratória final – PEEP – o nosso alvéolo não pode
colabar/fechar, ele tem o seu tamanho normal e quando se inspira, ele
aumenta e quando expira, ele volta, para ele não colabar, existe uma pressão
positiva em cada alvéolo e essa pressão positiva, fisiologicamente para o adulto
é em torno de 5mmHg (adulto) e 3 mmHg (em crianças). Como temos essa
pressão, então tem que programar o ventilador mecânico para um pouco “a
mais” do que é considerado normal pois o paciente tem uma necessidade
devido uma insuficiência respiratória, então tem que deixar esse alvéolo um
pouco mais aberto, então pode-se configurar um ventilador mecânico para um
adulto com 8mmHg (estamos ventilando o paciente assim), quanto mais
próximo do normal, melhor estar o paciente e quanto mais alto essa PEEP, mais
grave está o seu paciente.
 Fração inspirada de O2 – o ar ambiente tem 21% de O2, então na FiO2 pode-se
colocar até 100% e isso depende de como esse ventilador funciona
Modos ventilatórios – como você quer que esse ventilador funcione?
VMC- ventilação mandatória-controlada – ELA MANDA! E controla! > ela oferece
controle de volume (o volume corrente que você colocou) e pressão (que garante a
chegada de oxigênio dentro do alvéolo) – tudo controlado, controla o volume que vai e
a pressão que vai e a configuração que vc deixou no ventilador. É indicada para
pacientes com comandos respiratório central limítrofe ou abolido e/ou fadiga
respiratória importante de qualquer causa.
VA – ventilação assistida: o paciente recebe suporte ventilatório parcial, sendo
necessário o ajuste da FR mínima e a definição do volume (VCMV) ou da pressão
(PVCV) com qual será mantida a insuflação, ela é indicada para pacientes com
comando respiratório central preservado
VAC – ventilação assistido-controlada: presente nos ventiladores microprocessados,
em que o paciente pode receber suporte ventilatório total ou parcial, sendo
obrigatório o ajuste da FR mínima e da sensibilidade, e a definição do volume ou
pressão com qual será mantida a fase inspiratória. Caso o pcnt não apresente esforços
inspiratórios, o ventilador ofecerecerá ciclos controlados (VMC) de acordo com a FR
mínima ajustada. É indicada como forma inicial de VM, indicada para os pacientes com
comandos respiratório central presente ou abolido e/ou fadiga respiratória de
qualquer causa.
SIMV – ventilação mandatória intermitente controlada – ela é muito utilizada para
desmame, ou seja, aquele paciente que foi induzido para uma anestesia geral, vai
começar a diminuir a sedação e ele começa a acordar, só que ele ainda tem algo
invasivo fazendo pressão positiva, então o paciente começa a assistir e ao mesmo
tempo controlar, pois como ainda tem efeito anestésico, precisa dele controlar. É
considerada uma forma parcial de suporte ventilatório. Sua finalidade principal é
possibilitar ciclos controlados, assistidos e espontâneos. É indicada para suporte
ventilatório parcial (FR=10/12 rpm), em pacientes que necessitem garantir volume-
minuto mínimo no início da PSV, os exemplos são pacientes neuropatas ou pacientes
no despertar inicial de anestesia geral
PSV – ventilação com pressão de suporte – respiração espontânea com adaptação
automática – assiste o paciente e manda pressão, o paciente está espontâneo, mas
quem manda a pressão é o ventilador pois ele ainda não está conseguindo mandar
uma pressão de oxigênio para o alvéolo do paciente, então por isso tem-se o suporte
do ventilador mecânico. Deve ser iniciada tão logo o paciente apresente drive
respiratório e tenha condições hemodinâmicas relativamente estáveis. Atualmente, é
considerada a modalidade preferencial de ventilação, desde que seja bem tolerada
CPAP – pressão positiva continua nas vias aéreas – ventilação espontânea com pressão
positiva, ventilador não entra em momento nenhum, não administra ciclo mecânico,
só ajuda o paciente, ocorre somente ciclos espontâneos com pressão positiva, tanto na
inspiração quanto na expiração. É indicada para pacientes com drive respiratório
preservado que estejam evoluindo com hipoxemia/fadiga, com tosse ineficaz e
retenção de secreções, DPOC, asma aguda, edema agudo de pulmão dentre outros.
Definição:
A Ventilação mecânica (VM) ou, como seria mais adequado chamarmos, o suporte
ventilatório, consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com
insuficiência respiratória aguda ou crônica. A finalidade da VM é promover ventilação e
oxigenação adequada as necessidades teciduais orgânicas. A VM é empregada para
melhorar a troca gasosa pulmonar (correção da hipoxemia e/ou hipercapnia) e evitar
outras complicações decorrentes da falência respiratória, ou seja, a VM alivia o
trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta demanda
metabólica, está elevado. Rever ou evitar a fadiga da musculatura respiratória,
diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório e
permitir a aplicação de terapêuticas especificas.
Classificação/ formas de aplicação da VM

 Ventilação mecânica invasiva: requer a instituição de via área artificial. Em


geral, a intubação orotraqueal é a via de acesso mais rápida
Na ventilação mecânica invasiva o enfermeiro deve observar os sinais de desconforto
respiratório, a monitorização da oximetria, a capnografia (se presente), a avaliação do
nível de consciência ou sedação e as alterações hemodinâmicas, ademais, o
enfermeiro deve acompanhar ativamente a etapa do desmame ventilatório e
extubação

 Ventilação mecânica não invasiva: requer mascara facial (interface


ventilador/paciente). A máscara oronasal é a mais utilizada, possibilitando a
conexão ao ventilador.
Indicação para VM

 Reanimação devido à parada cardiorrespiratória


 Hipoventilação e apneia: pacientes com lesões do centro respiratório,
intoxicação por drogas, embolia pulmonar e obesidade mórbida. Além disso, a
elevação da PaCO2 (com acidose respiratória), indica que está ocorrendo
hipoventilacao alveolar, ou seja de forma aguda, como em pacientes com
lesões no centro respiratório, intoxicação ou abuso de drogas e na embolia
pulmonar, ou crônica nos pacientes portadores de doenças com limitação
crônica ao fluxo aéreo em fase de agudização e na obesidade mórbida.
 Insuficiência respiratória/hipoxemia: doença pulmonar previa, síndrome do
desconforto respiratório agudo.
 Falência mecânica do aparelho respiratório: fraqueza muscular/ doença
neuromuscular/ paralisia, comando respiratório instável (trauma craniano, AVE,
intoxicação exógena)
 Prevenção de complicações respiratórias: pós-operatório de cirurgia de
abdome superior, torácica de grande porte, deformidades torácicas, obesidade
mórbida
 Redução do trabalho da musculatura respiratória e fadiga muscular: situações
que elevam a frequência respiratória (FR) e diminuem o volume corrente
(aumento do volume-minuto) com consequente fadiga muscular.
 Instabilidade cardiovascular severa: estados de choque
 COVID-19
 Insuficiência de múltiplos órgãos e coma
 DPOC
 Politraumatismo
 Choque
Cuidados de enfermagem na VM

 Manter a cabeceira elevada entre 30° a 45°


 Fazer higiene oral e descontaminação orofaríngea com clorexidina:
biofilme/PAV
 Verificar diariamente a fixação e o posicionamento adequado do tubo
 Verificar a pressão do balonete no tubo endotraqueal
 Trocar os circuitos ventilatórios
 Substituir o sistema de umidificação, nos casos de visível contaminação e/ou
úmidos, ou quando ocorrer mau funcionamento (a ANVISA, recomenda a troca
a partir de 48h e no máximo em 7 dias)
 Fazer aspiração traqueal, quando necessário
 Monitorar os parâmetros do equipamento
OBS: a pressão do balonete deve ser entre 15 a 20mmHg para evitar a excessiva
pressão na mucosa traqueal, que causaria lesões isquêmicas, ou pouca pressão que
dificulta a ventilação com pressão positiva (ocorrendo escape de ar) e passagem de
secreção subglótica para a traqueia
Complicações da ventilação mecânica

 Relacionadas a presença do tubo endotraqueal: lesoes traumáticas em razão do


procedimento (lesoes na boca, perda dentária), intubação seletiva, extubação
acidental, lesões na traqueia em razão do excesso de pressão do cuff, infecção
(PAV)
 Relacionadas a pressão positiva: ruptura alveolar = barotrauma (excesso de
pressão - trauma associado a pressão do ar que entra pra abrir os alvéolos. Pode
entrar elevada e causar o trauma), diminuição do retorno venoso e do DC
 Gerais: distencao gástrica, toxicidade pelo oxigênio, aumento da pressão
intracraniana, desequilíbrio acidobásico, ansiedade e estresse
 Sepse
 Alteração da função cardíaca
 Pneumotórax
BRUNNER:
A avaliação da função respiratória é essencial para o bem-estar do cliente que está
com uma doença aguda ou grave. Muitas vezes, esse cliente está entubado e em
ventilação mecânica. Além de ter experiência na realização do exame físico, a
enfermeira deve ser hábil em técnicas de monitoramento, assim como ser competente
na prevenção da lesão pulmonar induzida pelo ventilador. A enfermeira revisa a
história de saúde do cliente e realiza uma avaliação detalhada, como descrito
anteriormente. A enfermeira analisa esses achados considerando os resultados de
exames laboratoriais e diagnósticos. Depois de verificar os ajustes do ventilador para
se certificar de que estão definidos conforme prescrito e que os alarmes estão sempre
na posição “ligada”, a enfermeira deve avaliar a sincronia cliente–ventilador e avaliar
se há agitação, inquietação e outros sinais de desconforto respiratório (batimento de
asa de nariz, uso excessivo de músculos intercostais e acessórios, movimentos
descoordenados do tórax e abdome, e relato do cliente de falta de ar). A enfermeira
deve observar se há alterações nos sinais vitais do cliente e sinais de instabilidade
hemodinâmica e relatá-los ao médico, pois isso pode indicar que a ventilação mecânica
é ineficaz ou que a condição do cliente se deteriorou. Deve-se avaliar a posição do
cliente para assegurar que a cabeceira do leito está elevada para impedir aspiração,
especialmente se o doente estiver recebendo alimentação enteral. Além disso, o
estado mental do cliente deve ser avaliado e comparado ao estado anterior. A letargia
e a sonolência podem ser sinais de aumento nos níveis de dióxido de carbono e não
devem ser consideradas insignificantes, mesmo que o cliente esteja recebendo
sedação ou analgésicos.

Cuidados com o cliente com um tubo endotraqueal:

Imediatamente depois da intubação:

1. Verifique a simetria da expansibilidade torácica


2. Ausculte os sons respiratórios das partes anteriores e laterais do tórax bilateralmente
3. Obtenha uma solicitação de radiografia de tórax a fim de verificar o posicionamento
adequado do tubo
4. Verifique a pressão do balonete (cuff) a cada 6 a 8h
5. Monitore se há sinais e sintomas de aspiração
6. Garanta umidade alta, uma nevoa visível deve aparecer no tubo T ou tubo respirador
7. Administre a concentração do oxigênio prescrito pelo médico

Extubação:

1. Expliquei procedimento ao cliente


2. Tenha um reanimador manual (ambu) pronto para uso no caso de necessidade de
assistência ventilatória imediata
3. Aspire a arvore brônquica e a orofaringe, remova a fita e, em seguida, esvazie o
balonete (cuff)
4. Administre oxigênio a 100% por algumas respirações

Cuidados depois da extubação:

1. Administre umidade aquecida e oxigênio por mascara facial e mantenha o cliente em


posição sentada ou de Fowler alto
2. Monitore a FR e a qualidade das excursões torácicas, observe se há estritor, mudanças
de coloração e comportamento mental
3. Monitore o nível de oxigênio do cliente pelo oxímetro de pulso
4. Mantenha o cliente em jejum ou dê apenas pedaços de elo nas próximas horas
5. Preste cuidados bucais
6. Oriente o cliente como realizar tosse cinética e os exercícios de respiração profunda

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