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Aula 5

Elaborando a metodologia do estudo.

Introdução

Você já estudou os componentes da metodologia do estudo na disciplina Prática de Pesquisa e


agora deverá lembrar algumas orientações técnica ao mesmo tempo em que vai reconhecer as
características específicas dos instrumentos de coleta de dados.

De maneira geral, os instrumentos são variações ou adaptações da observação, entrevista e


questionário.

Organizando os instrumentos de pesquisa

Só pra reforçar sua memória, na metodologia do estudo, você aprendeu que por ser a
elaboração mais completa do trabalho de conclusão de curso, vai constar de hipóteses ou
questões a investigar, a especificação dos participantes do estudo, a caracterização dos
instrumentos de coleta dos dados e a descrição de todo o processo de coleta e tratamento dos
dados apurados.

Antes de elaborar os instrumentos de coleta dos dados faz-se necessário preparar todo o
material que servirá para se dar conta das análises e do trabalho com as informações obtidas.

Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) afirmam que a elaboração ou organização dos
instrumentos de investigação não se traduz em tarefa simples, porque precisa de tempo e se
constitui em uma fase bastante relevante no planejamento da pesquisa.

 Para elas, em geral, há recomendações que tratam de esboços práticos que servem de
orientação na montagem dos formulários, questionários, roteiros de entrevistas, escalas de
opinião ou de atitudes e outros aspectos, além de fornecer indicações sobre o tempo e o mate
rial necessário para a realização de uma pesquisa.

Apontam para dois aspectos que ajudam na organização do material da pesquisa:

 . Organização do material para investigação;

. Organização do material de investigação, como o arquivamento de ideias, reflexões e fatos


que o investigador vem acumulando na sua trajetória de vida.

Segundo essas autoras, depois de iniciados os procedimentos de investigação, faz-se


necessário preparar não só os instrumentos de observação, mas também o dossiê de
documentação relativo à pesquisa, como pastas, cadernos, livretos, principalmente fichários.

 Citam Lebret (1961) para indicar 3 tipos de fichário:

 De pessoas: Que serão visitadas ou entrevistadas ou que se pretenda visitar, com alguns
dados essenciais;
De documentação: Que contém documentos já lidos ou a serem consultados, com as
referências pertinentes;

Dos indivíduos pesquisados: Ou de objetos de pesquisa, considerando em sentido estático


como pessoas, famílias, classes sócias, indústrias, comércios, salários, transportes e outros.

As técnicas e os instrumentos de pesquisa


O material-fonte geral tem utilidade não apenas por fornecer conhecimentos que servem de
experiência ao campo de interesse, assim como podem evitar possíveis duplicações ou
esforços desnecessários, como também podem sugerir problemas e hipóteses e orientar para
outras fontes de coleta.

 Segundo essas autoras, a “documentação indireta” é a fase da pesquisa que se realiza com a
finalidade de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de
dados, considerado fase inicial de qualquer pesquisa científica, é realizado de duas maneiras:

• pesquisa documental (de fontes primárias);

• pesquisa bibliográfica (de fontes secundárias).

 As descrições seguintes se baseiam em Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003).

Pesquisa de campo
É utilizada com a finalidade de obter informações ou conhecimento sobre um problema que se
procura resposta, que se queira comprovar uma hipótese ou desvelar fenômenos e sua relação
entre eles.

Não se trata de mera observação de fatos ou fenômenos como ocorrem espontaneamente.


Exige controles adequados e objetivos formulados. Precisa, então cumprir os seguintes passos:

 . Realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão, para se saber o estágio
em que se encontra atualmente o problema e que trabalhos já foram realizados a respeito e
quais são as opiniões reinantes sobre o assunto;

 . Determinar as técnicas que serão empregadas na coleta dos dados e na determinação da


amostra representativa e suficiente para apoiar as conclusões;

 . Estabelecer as técnicas de registro dos dados assim como as técnicas para sua posterior
análise.

Tipos de pesquisa de campo


Quantitativo-descritivos: tratando-se de pesquisas empíricas que têm por propósito
delinear ou analisar as características de fatos ou fenômenos, avaliação de programas ou o
isolamento de variáveis principais. Subdividem-se em:

. estudos de verificação de hipótese; . estudos de avaliação de programa; . estudos de


descrição de população; . estudos de relações de variáveis.
Exploratórios: pesquisas empíricas que têm por objetivo a formulação de questões ou um
problema, com tripla finalidade – desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do
pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para posterior realização de pesquisa mais
precisa ou modificar e clarificar conceitos. Podem ser do tipo:

. estudos exploratórios-descritivos; . estudos utilizando procedimentos específicos para coleta


dos dados; . estudos de manipulação experimental.

Experimentais: pesquisas empíricas cuja finalidade principal é o teste de hipótese a respeito


das relações de causa e efeito, utilizando grupos de controle, seleção da amostra por técnica
probabilística e manipulação das variáveis independentes visando o controle, ao máximo, dos
fatores pertinentes.

 Tem-se que a pesquisa de campo está voltada para o estudo de indivíduos, grupos,
comunidades, instituições e outros campos, a fim de compreender aspectos da sociedade.

São suas vantagens:

 . Acúmulo de informações sobre certo fenômeno, que abrem a possibilidade de serem


analisadas por outros pesquisadores com objetivos diferentes;

. Facilidade na seleção de amostragens de indivíduos, sobre certa população ou classe de


fenômenos.

 E suas desvantagens são:

 . Pequeno grau de controle sobre a coleta de dados e a possibilidade de que fatores


desconhecidos possam interferir nos resultados;

. O comportamento verbal se relativamente de pouca confiança por conta dos indivíduos


falsearem suas respostas.

 Muita coisa pode ser feita para aumentar as vantagens e diminuir as desvantagens, como
realizar pré-testes e utilizar instrumental mais completo.

Pesquisa de laboratório
Procedimento mais difícil e mais exato. Descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações
controladas, com instrumental específico, preciso e ambiente adequado e fechado.

Levam-se em conta quatro aspectos na pesquisa: objeto, objetivo, instrumental e técnicas.

Observação
É uma técnica de coleta de dados para conseguir informações pelo uso dos sentidos.
Não consiste em apenas ver e ouvir, mas examinar fatos ou fenômenos que se deseja
estudar. É um elemento básico de investigação científica, usado na pesquisa de campo.
 Tem como vantagens:

. Possibilitar meios diretos e satisfatórios para estudar uma abrangente variedade de


fenômenos;

. Exigir menos do observador do que outras técnicas;

. Permitir a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas;

. Depender menos da introspecção ou da reflexão;

. Permitir a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de


questionários;

E suas limitações são:

. O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;

. A ocorrência espontânea não pode ser prevista, impedindo, assim, o observador de


presenciar o fato;

. Fatores imprevistos podem intervir na tarefa do pesquisador;

. A duração dos acontecimentos é variável;

. Vários aspectos da vida cotidiana podem não ser acessíveis ao pesquisador;

Observação assistemática

Tipo de observação espontânea, informal, ordinária, simples, livre, ocasional e


acidental que consiste em obter e registrar fatos da realidade sem que o pesquisador
utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas.

Bem empregada em estudos exploratórios e não tem planejamento e controle


previamente elaborados.

Para captar dados que lhe interessa, o pesquisador precisa estar atento aos
fenômenos, ser perspicaz, ter discernimento, preparo e treino, e atitude de prontidão,
para registrar os dados pela manifestação casual do fenômeno a ser pesquisado. De
modo geral o pesquisador sempre sabe o que observar.

Observação sistemática

Pode ser estruturada, planejada, controlada. Realiza-se em condições controladas com


propósitos preestabelecidos, porque é planejada com cuidado e sistematizada.

Pode utilizar planilhas ou escalas para a checagem das informações pretendidas


quando se estabelecem.
Observação não participante

O pesquisador tem contato com o grupo que vai observar sem integrar-se a ele:
permanece de fora.

Não se deixa envolver pelas situações. Exerce o papel de espectador.

Observação participante

Participação real do pesquisador com o grupo observado. Ele se incorpora ao grupo,


confunde-se com ele. Pode ser dos tipos:

. Natural, quando o pesquisador já pertence ao grupo que vai observar;

. Artificial, quando se integra ao grupo para obter informações.

Observação individual

É realizada por um pesquisador. Faz anotações sobre o que observa.

Em certas situações a observação só pode ser feita individualmente.

Observação em equipe

 O grupo pode observar a ocorrência do fato por vários ângulos. Dessa forma pode ser
conduzida por diversas maneiras:

 . Todos observam o mesmo fato, procurando corrigir as distorções que podem surgir
de cada pesquisador em particular;

. Cada um observa um aspecto diferente;

. A equipe recorre à observação e outros empregam procedimentos diversos;

. Uma rede de observadores realizando observação em massa ou observação maciça.

Observação na vida real

São realizadas no ambiente real, registrando-se os dados à medida que vão ocorrendo,
espontaneamente, sem a devida preparação.

Observação em laboratório

Para descobrir a ação e a conduta que teve lugar em condições cuidadosamente


dispostas e controladas.

Muitas nuances importantes da vida humana não são observadas sob as condições
idealizadas em laboratório.
Entrevista
Uma conversação de natureza profissional entre duas pessoas para que uma delas
obtenha informações desejadas. Utilizada na investigação social para a coleta de dados
visando diagnóstico ou tratamento de um problema social.

Entrevista padronizada ou estruturada

O entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido de assuntos que vão


sendo explorados durante o encontro.

As respostas diferentes serão analisadas a posteriori para se trabalhar justamente as


diferenças.

Entrevista despadronizada ou não estruturada

O entrevistador tem liberdade para realizar cada situação em qualquer direção que
considere adequada, para explorar mais amplamente um item. Apresenta três
modalidades:

 . Entrevista objetivada: diante de um roteiro de tópicos relativos ao problema que vai


estudar, o entrevistador vai desenvolvendo a entrevista com liberdade de fazer as
perguntas que quiser.

 . Entrevista clínica: estuda os motivos, os sentimentos, a conduta das pessoas, por


meio de uma série de perguntas específicas organizadas.

 . Entrevista não dirigida: há liberdade total do entrevistado para expressar suas ideias
e sentimentos. O entrevistador estimula sem forçar as respostas.

Questionário
Constituído por uma série ordenada de perguntas que serão respondidas por escrito e
sem a presença do pesquisador. Normalmente são enviados, respondidos e
devolvidos.

Encaminha-se uma carta explicativa junto ao questionário para informar a natureza da


pesquisa, e, com isso, despertar o interesse do respondente em colaborar com a
devolução de acordo com um prazo razoável.

O questionário depois de redigido é submetido a uma pequena população escolhida


para, em respondendo-o, pode-se apurar imperfeições quanto à interpretação das
perguntas, ambiguidades, linguagem inacessível, dentre outras.
A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações pelo uso
dos sentidos. Não consiste em apenas ver e ouvir, mas examinar fatos ou fenômenos
que se deseja estudar. É um elemento básico de investigação científica, usado na
pesquisa de campo. Cite as vantagens e limitações dessa técnica.

Tem como vantagens: 

. Possibilitar meios diretos e satisfatórios para estudar uma abrangente variedade de


fenômenos;

. Exigir menos do observador do que outras técnicas;

. Permitir a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas;

. Depender menos da introspecção ou da reflexão;

. Permitir a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de


questionários;

E suas limitações são:

. O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;

. A ocorrência espontânea não pode ser prevista, impedindo, assim, o observador de


presenciar o fato;

. Fatores imprevistos podem intervir na tarefa do pesquisador;

. A duração dos acontecimentos é variável;

. Vários aspectos da vida cotidiana podem não ser acessíveis ao pesquisador;


 

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