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AGÊNCIA GOIANA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA, EXTENSÃO RURAL E

PESQUISA AGROPECUÁRIA

CRIAÇÃO DE GALINHA
CAIPIRA MELHORADA

Goiânia, Goiás
2019
EDITORA
Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária

AUTORES:
Esmeralda Arcanjo de A. Araújo
Médica Veterinária – CRMV-GO 1747 – Mossâmedes – GO

COLABORAÇÃO:
AFRANIO MARTINS DA SILVA
Médico Veterinário – CRMV-GO 1125 – Trindade-GO
Email: afrânio@emater.go.gov.br

REVISÃO DE CUSTOS:
Airton Batista de Andrade
Médico Veterinário – MSc em Administração Rural
Fernando de Oliveira Caetano – Estagiário

ARTE GRÁFICA:
Oécia Gomes da Silva

REVISÃO DE ARTE GRÁFICA E FINALIZAÇÃO:

REVISÃO:

IMPRESSÃO:
Gráfica da Emater

CONTATO EMATER:
I – Introdução
Os consumidores vêm dando preferência a produtos naturais e
saudáveis e mostram preocupação com os possíveis efeitos da criação
industrial. Por esse motivo, o frango de fundo de quintal tradicional está
novamente no mercado, com carne de sabor silvestre, com menor teor de
gordura, menos colesterol e mais proteína, atendendo a um mercado
diferenciado, que paga mais por essas características.
A criação de galinha caipira é bastante representativa no Estado de
Goiás, visto que quase a totalidade dos produtores possui pequenas
criações em suas propriedades. Porém, apesar de sua alta rusticidade, o
rendimento é baixo, devido à precariedade do manejo e à baixa qualidade
genética das aves.
Para que a criação seja viável é necessário que se atenda a alguns
cuidados. Deve-se proporcionar alimentação de boa qualidade, instalações
e equipamentos adequados, controle sanitário rigoroso e melhoramento
genético das aves.
Alguns fatores são importantes para iniciar uma criação, como, por
exemplo, a escolha do local:
.deve ser de fácil acesso
.evitar baixadas (umidade)
.rede elétrica próxima
.água potável com disponibilidade
.local arejado e arborizado.
Apresentam-se, nesta apostila, sugestões para melhorar o
desempenho da criação de fundo de quintal, viabilizando economicamente
sua atividade.

II – Estratégias de melhoramento genético


Para a formação do plantel, há vários caminhos a seguir.
Respeitando a intenção do produtor, o tempo que ele quer gastar,
vocação, experiência na atividade e o plantel já existente, pode-se escolher
entre:
• introdução de galos geneticamente superiores;
• introdução de galinhas ou frangas melhoradas;
• aquisição de pintinhos de granjas idôneas;
• aquisição de ovos galados;
• aproveitamento dos mestiços selecionados.
Cabe ao produtor escolher entre essas alternativas ou combiná-las de
acordo com seu interesse e disponibilidade econômica.
Independentemente da opção escolhida, na hora de selecionar as aves é
bom lembrar que não comemos crista, barbela ou penas. Não adianta ser
apenas bonita. Algumas características desejáveis deverão estar presentes,
como: rusticidade, boa conversão alimentar, empenamento precoce, pele
amarela, bom aprumo, sem defeitos físicos, ter dorso reto, coxas grossas e
peito aberto, precocidade, baixa disposição para briga, bom índice de
cobertura e boa postura. Além disso, se a opção do produtor for utilizar
chocadeira, deverá escolher matrizes com baixa incidência de choco.
É muito importante que o produtor entenda que não basta cruzar
animais com as características desejáveis. Os animais resultantes dos
cruzamentos deverão ser selecionados, eliminando os que se encontram
abaixo da média. Isso deverá ser feito por várias gerações sucessivas.
Em criações industriais, são selecionadas
características para corte ou postura. Nos
caipiras, o ideal é que haja uma combinação
das duas finalidades, pois em criações
caipiras aproveitam-se os frangos e vende-
ses o excedente de ovos que não foram para
incubação ou consumo. Além das
características já citadas acima, outras
deverão ser observadas como: bom ganho
de peso, carcaça com boa cobertura de
carne, mas não redonda, pele amarela e
penas coloridas, boa postura, com ovos de
bom tamanho com casca de cor da
característica e gema bem amarela.
É bom lembrar que o consumidor vai dizer
o que é caipira ou não. O produto tem que ter
cara de caipira ou não se consegue colocá-lo no
mercado. Esse foi um erro comum e que
prejudicou muito o desenvolvimento da criação
de caipiras melhorados. Foram colocadas no
mercado aves muito pesadas, com aparência de
frango de granja, o que fez com que a aceitação
fosse ruim, dificultando o escoamento da
produção.
Caso a opção desejada seja a introdução de
matrizes ou reprodutores para fazer cruzamento
com as aves caipiras já existentes, o ideal é que se introduzam o galo caipira
e galinhas de raças melhoradas. O inverso não é recomendável, visto que
a galinha caipira tem choco. Na impossibilidade de se usar chocadeiras,
usar machos de raças especializadas em galinhas caipiras.
Exemplos de cruzamentos:
RHODE ISLAND RED X CAIPIRA GIGANTE

CAIPIRA GIGANTE X PLYMOUTH ROCK BARRADA


Por serem híbridos, o label rouge e o paraíso pedrês não são indicados
para cruzamento com aves caipiras. No entanto, não poderiam deixar de
ser citados, tendo em vista que têm sido muito utilizados na prática e com
resultados satisfatórios.
Diferenças produtivas entre aves caipiras, melhoradas e de granja:
PARÂMETRO CAIPIRA CAIPIRA MELHORADO GRANJA

GANHO DE PESO 1,8 kg 2,0 kg 2,3 kg

IDADE ABATE 200 dias 90 – 100 dias 42 dias

MORTALIDADE 1% 4% 3%

CONVERSÃO ALIMENTAR - 2,40 1,90

Nº DE OVOS 80/ano 260/ano 310/ano

PESO DOS OVOS 50 g 55 g 60 g


Pesos comparativos entre frangos caipiras, cruzados e de granja.
TIPO DE AVE IDADE PESOS (gramas) PERDAS DO PESO VIVO
(dias)
Vivo Abatido e Eviscerado Abatido e Eviscerado
depenado depenado
CAIPIRA 100 1.400 1.200 1.150 10,7% 17,8%

CRUZADO 100 2.400 2.100 1.940 12,5% 19,1%

GRANJA 42 1.970 1.740 1.600 11,7% 18,8%


FONTE: Christian Grandsire

III – Instalações dos Parques e Galpões


As instalações devem ser em local de fácil acesso, plano, seco,
protegido de ventos, com área sombreada e próxima a fonte de água limpa,
preferencialmente de poço.
III.1 – Parques Recreativos:
Os parques permitirão que as aves se exercitem e pastejem. Vários
capins poderão ser utilizados, como: Quiquio, Cost Cross, Estrela Africana,
Tifton, etc. Algumas árvores, de preferência frutíferas, poderão ser
utilizadas para sombrearem os piquetes, desde que em pequena
quantidade para não atrapalharem as gramíneas.
Deverão ter uma área de 5 a 10 metros quadrados por ave,
dependendo da qualidade da pastagem.
As cercas terão altura de 1,80 m e preferencialmente devem ser feitas
com tela de 2 polegadas. Assim como nos galpões, outros materiais
existentes na propriedade poderão ser utilizados.
Podem ser colocadas lâmpadas a 1,60 m de altura para que se atraiam
insetos durante a noite.

III.2 - Galpões:
O galpão deve ser construído no sentido leste–oeste para que não
haja incidência direta dos raios solares em seu interior. Os materiais a
serem utilizados na construção vão variar de acordo com sua
disponibilidade. O ideal é que se aproveitem, ao máximo, materiais
existentes na propriedade, visando a diminuir os custos. As instalações
devem ser funcionais e confortáveis para as aves. Devem permitir bom
manejo e perfeita higienização. Preferencialmente deverão ser de
alvenaria, com piso de cimento e telhas de barro. No entanto, materiais
alternativos poderão ser utilizados.
Sua área deverá ser definida em função do número de aves a serem
criadas. A densidade a ser utilizada é de 8-10 aves/m². A largura mínima é
de 3 metros. A largura máxima recomendada é de 12 metros, levandose
em consideração o tamanho das telhas e o comprimento do galpão. A
altura do pé direito deve ser de 2,7 a 3,0 metros. O galpão mais alto
favorece a circulação de ar diminuindo o calor e a concentração de gases
de amônia liberados pelos excrementos (fezes) das aves.
Além disso, deverá ter uma mureta lateral de 40 a 60 cm de altura,
com borda superior inclinada para evitar empoleiramento, cuja função é
proteger as aves, bem como sustentar as cortinas e telas.
Deve ser provido de calçadas laterais de 50 cm de largura e com
declividade de 3% para fora, um beiral de 1 a 2 m de largura para proteger
as aves do sol e principalmente das chuvas. Sua frente e laterais devem ser
teladas e recobertas com cortinas.

A distância entre galpões deverá ser de 2 vezes a largura dos mesmos:

III.3 - Fábrica de Ração:


Galpão utilizado para armazenar rações prontas ou nutrientes
necessários à fabricação de rações. Caso o produtor opte por fabricar sua
ração, deverá contar com alguns equipamentos indispensáveis para este
fim:
• triturador com ventoinha e ciclone;
• balança;
• misturador.
A capacidade de cada um vai variar conforme a quantidade que se
pretende produzir. Mas aqui também vale nossa lei básica: a instalação e
os equipamentos devem ser funcionais, mas não luxuosos. Não podemos
perder o foco e devemos sempre estabelecer uma relação custo/ benefício.
III.4 – Instalação para chocadeiras e criadeiras de pintos:
Instalar em local arejado, fresco, sem corrente excessiva de ar, ao
abrigo do sol e seguro (para evitar furtos).
III.5 - Reservatório de água:
Sua capacidade deve ser de 0,5l/ave/dia.
IV – Equipamentos:
Os equipamentos a serem utilizados variam de acordo com a
disponibilidade, tipo e fase da criação. Assim como já citado nos outros
itens, o avicultor poderá buscar alternativas mais baratas para sua criação
desde que sejam funcionais.
IV.1 – Comedouros:
– Tipo bandeja:
Usado para pintinhos na proporção de 1 comedouro/80 - 100 pintos.
Serão totalmente substituídos até 12 a 15 dias. A substituição deve ser
gradual (aos poucos) para que os pintinhos possam se acostumar.
– Tipo tubular:
Utilizado para aves acima de 28 dias de idade, na proporção de 1
comedouro /40 - 50 aves. Ir introduzindo gradativamente a partir da 2ª
semana de vida. Sua altura deve ser regulada periodicamente em função
da altura do dorso da ave.
– Calha:
A metragem recomendada é de 10 cm / ave.
IV.2 – Bebedouros:
Copos
• de pressão:
• Usados para pintinhos até 12-15 dias, na proporção de 1
bebedouro /80 - 100 pintos. Possuem geralmente 4 l de capacidade.
• Pendular:
• Utilizados na proporção de 1 bebedouro / 80 - 100 aves, a
partir da 2ª semana de vida até o abate. Regula-se a altura 2 cm acima
do dorso das aves a cada 5 dias.
Estimativa de consumo de água de bebida (litros/1000 aves/ dia) por
frangos de corte a diferentes idades e temperaturas ambientais (21 a
30°C) e em acordo com o consumo de ração recomendado para cada
idade (AgRoss, 2000):
TIPO DE EQUIPAMENTOS (BEBEDOUROS)

“NIPIPIE” SEM COPO “NIPPIE” COM COPO PENDULAR

IDADE A 21°C A 30°C A 21°C A 30°C A 21°C a 30°C


DAS AVES
(DIAS)
7 53 93 56 98 59 103
14 98 173 104 183 110 193
21 152 267 162 285 171 300
28 211 371 224 394 238 418
35 253 445 269 473 284 499
42 290 510 308 542 326 573
49 312 549 332 584 351 617
56 318 559 338 594 358 630
Fonte: ave world/Dez/05.

Obs.: A ingestão de água bebida aumenta em 6 - 7% para cada grau


centígrado de temperatura ambiental acima de 21°C.
Água – adicionar hidratante ou
IV.3 – Campânula a gás:
Utilizada nos primeiros dias de
vida para controle da temperatura.
Sua capacidade vai
depender da
recomendação do fabricante.
Geralmente se usa a para 500
pintinhos. Deve ser colocada inicialmente a 80 cm do solo, regulando-se
posteriormente de acordo com o comportamento das aves. É importante
lembrar que o botijão de gás deverá ficar do lado de fora do círculo de
proteção.
Também encontram-se no mercado campânulas elétricas e a lenha.
IV.4 – Chocadeiras:
Existem no mercado diversos modelos disponíveis. Na hora de
adquirir, verificar se têm ventilação forçada, controle de abastecimento de
água, a capacidade ideal para o que se pretende e, principalmente, se a
firma é idônea.
IV.5 – Cortina:
É utilizada para proteção contra ventos, chuvas e controle de
temperatura do galpão. Deve ser instalada do lado de fora do galpão,
afixada na mureta e roldana, de forma que para fechar a cortina devese
levantá-la. Geralmente se usa as de lona encerada. Pode-se improvisar com
sacos de farelo, costurados. O problema é a durabilidade, que é baixa, mas,
em compensação, o custo é mínimo.
IV.6 – Poleiros:
Roliços em forma de escada a 30-40 cm do chão e a 40 cm um dos
outros. Cada galinha ocupa cerca de 30 cm de poleiro.
IV.7 – Ninhos:
A dimensão recomendada é de 30 x 30 x 30 cm ou 40x40x40 cm para
aves muito pesadas, com uma ripa de 10-12 cm na entrada, para segurar a
cama. Devem ser colocados a 45 cm do chão, localizados na parte mais
escura do galpão, para evitar que a ave permaneça no seu interior quando
não esteja botando;
.Campânulas já pré-aquecidas.
– Manejo das aves
Todos os cuidados adotados na criação das galinhas estão dentro do
que chamamos manejo. Existem três tipos básicos de manejo: intensivo
(utilizado para as chamadas aves de granja), extensivo (aves de fundo de
quintal, ou seja, as aves são criadas soltas) e o semi–intensivo (sistema
caipira melhorado, em que as aves dormem fechadas em galpões e são
soltas em piquetes no final da manhã). A recomendação é que se use para
aves caipiras o sistema semi-intensivo, ou pelo menos um que se aproxime
deste. As grandes vantagens estão na diminuição das perdas tanto de ovos
quanto de aves e na diminuição da idade de abate.
O sistema consiste em soltar as aves com idade acima de 28 dias para
o piquete às 10 horas da manhã e prendê-las aproximadamente às 18
horas. Colocar a ração nos galpões para estimular as aves a dormirem
fechadas.
As aves devem ser criadas separadas por idade. Preferencialmente
um box por lote. Se não for possível, juntar duas idades com diferença de
no máximo uma semana. As matrizes e os galos devem ser criados
separados dos pintos e frangos. V.1-Cria:
O manejo na fase de cria, que vai do nascimento até os 28 dias de
idade, vai variar de acordo com o sistema escolhido. Pode ser feito no piso
ou em gaiolas chamadas baterias.
a. Piso
O manejo no piso inicia-se antes da chegada dos pintinhos, seja de
outra granja ou da eclosão de ovos de postura própria. O galpão deve ser
preparado para o recebimento dos pintinhos. A densidade a ser utilizada
será de acordo com a capacidade da campânula. As providências a serem
tomadas são:
- Limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos (ver item
VIII.1). O galpão será limpo e desinfetado antes de se começar a criação e
após cada saída de lote. Deverá permanecer vazio no mínimo 10 dias.
- Preparar a cama, geralmente uma camada de maravalha com 5-6
cm de espessura e o círculo de proteção. Este pode ser de madeiríte,
duratex, papelão ou folha de zinco, com altura de mais ou menos 60-70 cm,
e 3,5m de diâmetro. Para isso, pode-se usar 4 folhas de eucatex com 2,75m
de comprimento.
- Manejo do círculo de proteção: amplia-se no 4º e no 8º dia
aproveitando as paredes do galpão.
- Colocar comedouros tipo bandeja e bebedouros copo de pressão
alternados na zona livre de calor. Lembrar de montar os comedouros tipo
tubular e bebedouros pendulares, que ficarão suspensos até a sua
utilização.
- Montar e testar campânula a gás, a 80 cm do chão. Ligar 2 h antes
da chegada dos pintos.
- Cobrir a cama com jornal amassado durante os 3 primeiros dias.
Fechar as cortinas.
- Se for adquirir os pintinhos de fora, transportar nas horas mais
frescas do dia. Ao chegar, abrir a caixa e deixar em repouso por 5 minutos.
Só depois retirar da caixa, contar e refugar os indesejáveis, de acordo com
os seguintes critérios: peso, cicatrização do umbigo, vivacidade,
hidratação, plumagem sem cascas aderidas, má formação. Fornecer água
com açúcar na proporção de 1 colher das de sopa para cada litro de água.
Trocar 2 vezes por dia.
- Depois de 2 horas da chegada à granja, fornecer a ração inicial. Para
os pintos nascidos na propriedade não precisa dar água com açúcar, e a
ração pode ser dada 6-10 horas após o nascimento.
- Observar comportamento dos pintos para regular a campânula. A
regulagem será feita de acordo com o movimento e comportamento dos
pintos:
Se estiverem amontoados debaixo da campânula, estão com frio.
Deve-se abaixar a campânula e/ou fechar um pouco as cortinas.
Se estiverem amontoados junto ao cercado, estão com calor. Deve-se
levantar a campânula e/ou abrir as cortinas.
Se estiverem amontoados junto ao cercado de um lado só, estão
fugindo de uma corrente de ar.
As cortinas deverão estar fechadas no momento da chegada dos
pintinhos, e, a partir daí, o manejo será conforme a temperatura ambiente,
umidade, ventos, chuvas, presença de gases, idade e comportamento das
aves.
- Bateria
Quando a opção for pela utilização de baterias, a densidade será
estabelecida pela capacidade recomendada pelo fabricante. Geralmente
usamos uma com capacidade de 60 pintos/andar. A grande vantagem da
criação em baterias é a economia de espaço físico. A grande desvantagem
é o risco de aparecimento de doenças quando a higiene é mal feita ou na
ocasião de soltar para o piso na fase de crescimento. Recomenda-se que
quando for soltar para o chão, fazer premunição contra coccidiose, dentro
do seguinte esquema: Dar coccidiostático durante 3 dias em doses
preventivas antes de soltar o pinto. Depois de 3 dias de solto, dar
coccidiostático mais 2 dias só que em doses curativas.
Alguns cuidados com os pintinhos devem ser tomados
independentemente do sistema adotado:
- Higiene:
É importante manter o local de criação dos pintos bastante limpo e
seco. A falta de higiene causa doenças, mortalidade e atraso no
crescimento.
Lavar os bebedouros todos os dias, fornecendo água limpa e fresca.
Desinfetar as instalações a cada entrada de lote. Os equipamentos podem
ser desinfetados semanalmente com creolina, lisofórmio ou água sanitária.
A renovação da cama só será feita com a saída do lote, ou se estiver
muito emplastada. Caso esteja molhada de forma localizada, basta retirar
a área umedecida e completar a cama.
- Calor:
Não pode faltar ou exceder. O desequilíbrio no aquecimento provoca
estresse, diarréia, doenças respiratórias, atraso no crescimento, etc.
- Alimentação:
Nunca deixar faltar água limpa e fresca.
Não pode deixar faltar ração. Evitar mudanças bruscas na formulação
da mesma. De 6 a 10 horas após o nascimento, já pode entrar com ração
inicial.
CÍRCULO DE PROTEÇÃO
Tem como função básica proteger os pintinhos de correntes de ar,
frio, predadores e ainda delimitar a área mais próxima possível da fonte de
aquecimento, comedouros e bebedouros. Pode ser de eucatex, duratex,
chapas galvanizadas ou folhas de papelão. A altura é variável, indo de 30
até 70 cm. Deve ter uma circunferência de 5 a 7 m2, para alojar 500
pintinhos. No inverno recomenda-se juntar 2 círculos (1000 pintinhos).
V.2- Recria e engorda
A fase de recria e engorda vai dos 28 dias aos 100 dias de idade.
Nessa fase deve ser usado o sistema semi-confinado, em que as aves
passarão parte do dia presas no galpão e parte soltas no piquete.
Dormirão no galpão, onde há comedouros, bebedouros e poleiros, e serão
soltas pela manhã.
Permanecerão num mesmo galpão até a pega para o abate. A pega e
carregamento são serviços que devem ser feitos com muito cuidado para
evitar batidas, machucados e amontoamento.
A cama só é retirada quando sair o lote, se não emplastar.
V.3 – Manejo da Reprodução
O lote de reprodutores deve ser criado separando-se os machos das
fêmeas para controle da reprodução. Serão acasalados antes da
maturidade sexual, aproximadamente por volta dos cinco meses de idade,
na proporção de 1 galo para 8 a 12 galinhas. Nesta fase, a densidade
recomendada é de 8 galinhas por metro quadrado. Não conta o galo. A
idade reprodutiva geralmente vai dos 6 aos 24 meses de idade, tanto para
os galos quanto para as galinhas. Após este período, deve-se descartar as
aves, devido à muda das penas e queda na produção. Não é recomendável
esperar as galinhas mudarem as penas, porque encarece o custo de
produção e os ovos do segundo ciclo de produção não servem para serem
colocados para chocar.
A ração será fornecida somente à tarde e numa quantidade média de
130g./ave. Não conta o macho. Deve-se fazer o controle do consumo,
evitando perdas de ração e engorda das aves. Galinhas e galos gordos são
piores reprodutores.
Construir um ninho para cada 4 galinhas, com a dimensão
recomendada, a 50 cm do chão, com uma ripa de 10-12 cm para proteção
da cama.
A cama deverá ser de
material seco, limpo e
confortável.
Preferencialmente, cepilho de
madeira (maravalha) ou
caroço de algodão. Manter a
cama do ninho limpa com
uma espessura de 7 a 10 cm,
trocando-a periodicamente
(15 dias). Se for necessário
utilize
um inseticida (K-othrine, bolfo, butox pó) para controle dos ectoparasitas
(parasitas externos) e um desinfetante (creolina).
Os ninhos devem possuir algum dispositivo para permitir seu
fechamento durante a noite, evitando que aves durmam no mesmo.
Devese abri-los pela manhã.
Os ovos serão apanhados 4-5 vezes ao dia, fazendo-se a desinfecção
a cada colheita e armazenando em local fresco e arejado com a câmara de
ar para cima. Os ovos botados no chão devem ser colhidos em separado.
Uma forma simples de se fazer a desinfecção dos ovos é a seguinte:
Colocar em uma bandeja meio litro de formol e meio litro de água.
Colocá-la na frente de um ventilador soprando sobre os ovos dentro de
uma caixa por meia hora. Feita diariamente a cada coleta.
O período de incubação é sempre de 21 dias, independentemente do
método de incubação escolhido natural ou artificial. Na natural, as
próprias aves chocam seus ovos e na artificial, utiliza-se chocadeiras.
Preferencialmente trabalharemos com a artificial, devido a melhor
utilização das galinhas e a dificuldade de sincronização do choco das
mesmas, que dificulta a obtenção de lotes homogêneos.
Na incubação natural deveremos colocar em média 12 ovos/ galinha.
Esse número varia de acordo com o tamanho das aves entre 1014 ovos. É
importante selecionar as aves que chocam melhor. Observar sempre o
estado dos ninhos e dos ovos. Deixar água e alimentos disponíveis em local
próximo.
Na incubação artificial, o importante é seguir o que determina o
manual de sua chocadeira. No entanto, vale lembrar alguns cuidados
essenciais como: manter a chocadeira sempre limpa e desinfetada,
certificar do abastecimento de água no reservatório, fazer a viragem dos
ovos, transferir os ovos para a bandeja de nascimento ou eclosão no 19º
dia.
- Desinfecção da chocadeira:
Deve ser feita com uma solução contendo uma parte de formol para
nove partes de água. Colocar em uma bandeja plástica no fundo da
chocadeira, fechar a porta e deixar por 20 minutos, com as aberturas de
ventilação fechadas. Abrir a ventilação e deixar por mais 4 horas.
As condições ideais para incubação são as mesmas,
independentemente de ser natural ou artificial, são elas: temperatura,
umidade, ventilação e viragem dos ovos. Na natural, a galinha se
responsabiliza pelo trabalho, bastando deixar água por perto.
PARÂMETRO INCUBAÇÃO ECLOSÃO

TEMPERATURA 37 a 38º C 37ºC

UMIDADE 65 a 68% 68 a 74%

VENTILAÇÃO Contínua Contínua

VIRAGEM DOS OVOS No mínimo 5 vezes ao dia Não virar


TABELA – TEMPERATURA DE CONFORTO:
Idade...............................................................................Temperatura
1 a 7 dias..................................................................................32 ºC
8 a 14 dias................................................................................29 ºC
15 a 21 dias..............................................................................26 ºC
22 a 30 dias.............................................................................23 ºC.

Selecionar ovos antes de colocar para chocar, escolhendo os limpos,


de casca íntegra, lisa e sem deformações, de tamanho médio e uniforme.
Só começar a juntar ovos para incubação, após 10 dias de iniciada a criação
ou de introduzido galo. Os ovos para incubação deverão ser armazenados
em local fresco e ventilado, de preferência embandejados, realizar a
viragem dos ovos três vezes ao dia. Não devem ser incubados ovos com
mais de 7 dias de armazenamento.
Nos ovos selecionados deve-se fazer ovoscopia para verificar trincas
não vistas a olho nu, ovo com câmara de ar fora do seu lugar ou cheia de
bolhas e para verificar se a gema está rodando.

Fatores que interferem no percentual de eclodibilidade e de pintos


refugos:
- manejo da chocadeira: ao comprar uma chocadeira deve-se
estudar seu manual para entender bem seu funcionamento antes de
colocar os ovos para incubar. Essa atitude evita grandes perdas de
ovos e que se estrague a chocadeira. O controle da ventilação,
viragem, temperatura e umidade não pode falhar.
- idade das aves: as aves velhas ou novas demais não são boas
reprodutoras.
- higiene: a falta de higiene propicia contaminação por
agentes infecciosos que podem matar o embrião.
- armazenamento dos ovos: o armazenamento inadequado
em local quente, abafado, com a câmara de ar para baixo e sem
viragem diminui as chances de eclosão dos pintinhos e aumenta o
aparecimento de defeitos.
- ambiência: a relação do animal com o ambiente em que vive
pode afetar a reprodução positiva ou negativamente dependendo se
é ou não adequado à criação.
- proporção entre machos e fêmeas: a proporção entre
machos e fêmeas deve ser mantida em torno de um galo para oito
galinhas. Muitos machos aumentam a competição entre eles e isso
atrapalha a cobertura das galinhas. Pelo contrário, poucos machos
acabam fazendo com que algumas galinhas não sejam cobertas. Em
ambos os casos, o número de ovos não galados aumenta.
Uma avaliação rotineira das galinhas será feita visando saber se a ave
está ou não em postura, através de um teste chamado Culling. Lembrem-
se! Este informa se a ave está em postura ou não. Não determina a
freqüência, nem a quantidade.
Os critérios avaliados são:

AVE EM POSTURA AVE FORA DE POSTURA

Crista e barbela bem desenvolvida, Crista e barbela pequena,


vermelha, lisa. esbranquiçada e rugosa

Bico e canela despigmentados, Bico e canela pigmentados.


esbranquiçados.

Cloaca larga, úmida e Cloaca estreita, seca e


esbranquiçada. rosada.

Distância da ponta da quilha a Distância entre a quilha e a cloaca


cloaca de 4 dedos. pequena, por volta de dois dedos.

Ílio e ísquio com espaçamento de 4 dedos. Ílio e ísquio com espaçamento de


aproximadamente 2 dedos.
VI - Alimentação
Para obtenção de uma melhor produtividade daremos a nossa ave
caipira uma ração balanceada associada ao pastejo.
A ração representa em torno de 60-70% do custo de produção,
dependendo do preço dos nutrientes. Por isso, sua correta utilização evita
perdas e desperdícios. Devemos dar a ave somente o que ela necessita,
sem excessos, mantendo os comedouros sempre regulados para evitar o
desperdício de ração e estocá-la em local apropriado.
Em aves caipiras, usaremos 3 tipos de rações:
- Inicial;
- crescimento e engorda; - postura.
A partir do 28º dia, podemos dar uma alimentação alternativa: rami,
hortaliças, frutas, capim.
A ração é composta dos seguintes nutrientes:
- Proteínas: as fontes são geralmente farelo de soja e algodão;
- Energia: principais fontes são milho, sorgo, farelo de arroz,
farelo de trigo;
- Vitaminas e aminoácidos: DL metionina, premix;
- Minerais: calcário de calcítico, fosfato bicálcico, sal;
- Aditivos: antibióticos, palatabilizantes, estabilizantes, etc.
Hoje temos três opções no mercado a disposição do produtor:
- formulação pronta para uso;
- milho mais núcleo;
- ração balanceada na propriedade com uso de premix.
O importante é que a ração esteja bem balanceada e atenda as
necessidades das aves. Os ingredientes poderão variar de acordo com a
disponibilidade e preço dos mesmos. Na escolha da ração o fator
determinante será o custo/benefício.
Estima-se que o consumo total de ração por frango caipira melhorado
até o abate seja de 6,5 Kg. O consumo de ração por matriz é 130 g/gal/dia
no máximo. Dependendo das condições de mercado e desenvolvimento da
ave, pode ser necessário fazer restrição de ração para os frangos.
A água é outro fator de extrema importância a ser considerado.
Constitui 60-70% do peso corporal de 1 frango. Uma ave bebe de 2 a 3 l de
água/Kg de ração consumida ou 4%do seu peso vivo por dia. Deve ser de
boa qualidade e estar sempre a disposição das aves. De preferência, deve
ser tratada utilizando produtos a base de cloro. Usualmente podemos
utilizar 25 ml de água sanitária a 2% em 500 litros de água.
VI - Proposta de formulação de ração:
CUSTOS DOS INGREDIENTES POR KG DO PRODUTO
INGREDIENTES EMBALAGEM R$/SACO R$/KG
(PESO)
FARELO DE SOJA 50kg 76,00 1,52

FARELO DE TRIGO 1t 330,00 0,33

DL-MET* 1kg 13,50 13,50

CALCÁRIO CALCÍTICO 50kg 10,00 0,20

FOSFATO BICÁLCICO 50kg 98,70 1,97

MILHO 50kg 24,00 0,48

SAL 25kg 9,25 0,37

PREMIX 1kg 49,50 49,50


*Produto importado da China no valor de US$3 a 10/kg, dependendo da quantidade mínima.

PROPOSTA DE FORMULAÇÃO PARA RAÇÃO INICIAL Composição


Alimentar /Custo
INGREDIENTES R$/KG QUANTIDADE CUSTO TOTAL
(KG)
FARELO DE SOJA 1,52 25,801 39,21

FARELO DE TRIGO 0,33 5,852 1,93

DL MET 13,50 0,090 1,21


CALCÁRIO CALCÍTICO 0,20 1,156 0,23

FOSFATO BICÁLCICO 1,97 1,776 3,50

MILHO 0,48 64,536 30,98

SAL 0,37 0,288 0,11

PREMIX 49,50 0,500 24,75

TOTAL _ 100,0 101,92

R$ / Kg de ração R$ 1,02 x 40kg(1 saco) R$ 40,80


PROPOSTA DE FORMULAÇÃO DE CRESCIMENTO E ENGORDA
Composição Alimentar /Custo
INGREDIENTES R$/KG QUANTIDADE (KG) CUSTO TOTAL

FARELO DE SOJA 1,52 7,440 11,31

FARELO DE TRIGO 0,33 25,061 8,27

DL MET 13,50 0,066 0,89

CALCÁRIO CALCÍTICO 0,20 1,112 0,22

FOSFATO BICÁLCICO 1,97 1,493 2,94

MILHO 0,48 64,123 30,78

SAL 0,37 0,301 0,11

PREMIX 49,50 0,400 19,08

TOTAL 100,00 73,60

R$ / Kg de ração R$ 0,736 x 40 Kg (= 1 saco) R$ 29,44


PROPOSTA DE FORMULAÇÃO DE RAÇÃO PARA POSTURA
INGREDIENTES R$/KG QUANTIDADE (KG) CUSTO TOTAL

FARELO DE SOJA 1,52 15,738 23,92

FARELO DE TRIGO 0,33 13,964 4,61

DL MET 13,50 0,019 0,26

CALCÁRIO CALCÍTICO 0,20 5,771 0,23


FOSFATO BICÁLCICO 1,97 0,949 1,87

MILHO 0,48 62,841 30,16

SAL 0,37 0,219 0,08

PREMIX 49,50 0,500 24,75

TOTAL _ 100,00 85,87

R$ / Kg de ração R$ 0,86 x 40 Kg (= 1 saco) R$ 34,40


II - Pega e carregamento dos frangos para abate
Deixar as aves em jejum 12 horas antes do abate, diminuindo as
chances de contaminação das carcaças na hora da evisceração. Colocar
água à vontade.
Cuidados:
- Conduzir as aves com calma;
- fazer cercado pequeno;
- colocar uma ave por vez dentro das caixas, sem jogar;- não encher
demais as caixas; - cuidado no carregamento.

VIII –Sanidade

Dentro de sanidade, abordaremos higiene, prevenção e principais


doenças.

VIII.1- Higiene:
Devemos limpar os bebedouros todo dia, colocar água fresca e limpa.
Evitar umidade ao seu redor.
Os comedouros também devem estar limpos. Não deixar alimento
velho e mofado no seu interior.

VAZIO SANITÁRIO:
. retirar toda a cama antiga
. varrer o galpão
. passar lança chama em todo o chão e ao redor do galpão
. lavar o galpão com água e sabão
. pulverizar desinfetante (glutaraldeido e amonia quaternária)
. fazer caiação (8 sacos cal/200 litros d’agua)
. espalhar a cama nova
. desinfetar todo o equipamento
. recolher entulhos ao redor do galpão
. lavar caixa dágua e encanamentos
. manter equipamentos em perfeito estado.
Em cada entrada de lote para galpões de cria/engorda ou um ou dois
meses para os galpões das matrizes, podem-se pulverizar as instalações
com um desinfetante (creolina, água sanitária, outros). Cal também pode
ser usada (em pó para o chão ou água de cal para paredes). Os
desinfetantes mais usados são:
Calda de cal extinta:
- água: 25 litros
- cal: 20 Kg
- creolina: 200 ml
Modo de usar: caiação das instalações

Cal virgem:
Modo de usar: usado nos pedilúvios.

Solução de creolina a 10%:


- creolina: 1 litro
- água: 9 litros
Modo de usar: pulverização das instalações e/ou lavagem de piso,
paredes muretas e cortinas.

Solução de formalina a 2%:


- água: 19 litros
- solução de formalina(40%): 1 litro
Modo de usar: pulverização das instalações. Não utilizar nas cortinas,
porque o formol as resseca diminuindo sua vida útil.
No mercado existe uma diversidade de produtos indicados para esse
fim. Citam-se estes por serem encontrados com maior facilidade e por
terem baixo custo.
As aves que morrerem deverão ser enterradas fundo, queimadas ou
jogadas em fossa séptica, longe do galinheiro, independente da causa da
morte..
VIII.2- Prevenção de doenças:
Na prevenção de doenças alguns cuidados deverão ser tomados para
evitar o aparecimento de enfermidades. Vale aqui aquele velho ditado
popular: ”antes prevenir do que remediar”.
Os primeiros cuidados a serem estabelecidos são dar boa
alimentação e manejo adequado as aves, manter higiene, desinfetar
instalações e os equipamentos, controlar o aparecimento de ratos, moscas
e ectoparasitas.
É de extrema importância estabelecer um calendário de vacinação do
plantel e estar sempre atento ao comportamento das aves e ao
aparecimento de doenças em sua região. O avicultor tem que estar sempre
atento ao aparecimento de sinais indicativos de doença. Citaremos alguns
exemplos, mas existem muitos outros:
- presença de corrimento nasal e ronqueira;
- diarréia(fezes de cor e aspecto diferente do normal);
- crescimento desuniforme e baixo desenvolvimento do lote;
- aumento do consumo de água e diminuição do consumo de
ração;
- pele e as mucosas de cor pálida ou esbranquiçada;
- febre;
- aumento da mortalidade.
Não sepode esquecer de tomar cuidado para não introduzir aves
doentes ou ovos contaminados na propriedade e sempre que acontecer
deve-se isolar os animais e chamar um médico veterinário. Outra medida
preventiva é manter isolamento de outros animais e evitar contato com
outras criações.
Se em uma eventualidade ocorrer alguma doença em sua
propriedade, algumas medidas de controle deverão ser tomadas
principalmente visando que esta se espalhe por todo o plantel. São elas:
- isolamento dos animais doentes dos outros animais do
plantel;
- desinfecção das instalações e queima das carcaças dos
animais que morreram;
- manejo adequado visando alterações bruscas de
temperatura ou qualquer outra mudança que possa estressar as aves,
diminuindo sua resistência a doenças;
- vacinação de todo o plantel, caso não estejam vacinados.
A vacinação é o método mais seguro e barato de se evitar doenças.
Porém para que se obtenha bons resultados, alguns cuidados devem ser
tomados na vacinação:
- a dose deve ser aplicada de acordo com a via de aplicação escolhida
e conforme a recomendação da bula;
- geralmente as vacinas devem ser mantidas à temperatura de 2 ºC a
8ºC e não podem receber incidência direta de raios solares;
- o transporte das vacinas deve ser feito em caixas de isopor com gelo.
Retirá-las apenas na hora do uso.
- evitar vacinar aves doentes, pois estas não apresentaram boa
resposta à vacina;
- não usar água clorada em vacinas orais.
Esquema completo de vacinação sob sistema caipira:
DOENÇAS IIDADE (DIAS) ViIA DE APLICAÇÃO
MAREK 1 ( no incubatório) Subcutânea
BOUBA 1 ( no incubatório) Subcutânea
BRONQUITE 4 Oral
INFECCIOSA
NEWCASTLE 10 Ocular/Nasal/Oral
BOUBA 20 Punctura Da Asa
GUMBORO 21 Oral
NEWCASTLE 28 Ocular/Nasal/Oral
BRONQUITE 28 Oral
INFECCIOSA
CORIZA 40 Intramuscular
CÓERA E TIFO 60 Intramuscular
BOUBA 80 Punctura Da Asa
NEWCASTLE 100 Ocular/Nasal/Oral
BRONQUITE 100 Oral
INFECCIOSA
CÓLERA E TIFO 100 Intramuscular
NEWCASTLE 160 Ocular/Nasal/Oral
BRONQUITE 160 Oral
INFECCIOSA
Esquema simplificado de vacinação sob sistema caipira:
DOENÇA IDADE VIA DE APLICAÇÃO LOCAL DE DOSAGEM
(DIAS) APLICAÇÃO
BOUBA Alta Amostra suave: Pescoço 0,2 ml
incidência: subcutânea asa ou
1, 10, Amostra forte: tópica coxa
28

Baixa Amostra forte: tópica asa ou coxa


incidência:
20
NEWCASTLE 10,28 Ocular ou nasal Olho ou nariz 1 gota
120 Intramuscular Músculo do 0,5 ml
(oleosa) peito

CÓLERA E 80,100 Intramuscular Músculo do 0,5 a 2,0 ml


TIFO peito
VACINAÇÃO
1º dia...............................................Marek/Bouba
7/10º dia..........................................Newcastle/Gumboro
21/25º dia........................................Newcastle/Gumboro
32/38º dia........................................Bouba forte
Galinha de Postura..........................Bronquite/Coriza Infecciosa.

VIII.3- Principais doenças infecciosas:

Bouba aviária
É uma doença infecciosa causada por um vírus e que ataca mais as
aves jovens. Isso não significa que não possa atacar também as adultas. É
caracterizada por produzir nódulos(caroços) nas áreas sem penas da pele
como crista, barbela, canela, pés e ao redor do bico e dos olhos, podendo
também produzir placas amarelas na garganta, canto do bico, embaixo da
língua, esôfago e traquéia.
O vírus geralmente é transmitido pelo contato de uma ave
contaminada com outra. A transmissão é acelerada pela presença de
mosquitos e moscas.
Algumas aves podem se tornar portadoras e a doença pode ser
reativada pelo estresse, como por exemplo, a muda de pena.
O controle é feito pela manutenção da higiene das instalações e
controle da presença de insetos, isolamento da criação e das aves doentes.
Mas o principal é a vacinação das aves conforme calendário já apresentado.
Sempre lembrar de examinar as aves vacinadas mais ou menos uma
semana depois da vacinação, para verificar se a vacina “pegou”. Se não
tiver inchado e formado uma “feridinha” no local da vacinação, deve-se
revacinar a ave, de preferência com outro lote da vacina.
O tratamento é feito com base na desinfecção das feridas e aplicação
de antibióticos, visando a evitar complicações secundárias e no
fornecimento de polivitamínicos para melhorar a resistência e resposta das
aves à infecção.

Bronquite infecciosa
A bronquite infecciosa é uma doença de origem viral, altamente
contagiosa que acomete aves de diferentes idades. A disseminação da
doença se dá por contato direto e indireto entre as aves.
Dificilmente ocorrerá sozinha, estando, na maioria dos casos,
associada a outras doenças de origem bacteriana, que vão agravar o
quadro.
As aves doentes apresentam corrimento nasal e dificuldade
respiratória. Podem apresentar diarréia, desidratação, e lesões renais.
O controle da bronquite infecciosa está relacionado à prevenção
através de vacinações, controle do fluxo de pessoas e acesso de veículo na
criação. Evitar a introdução de aves doentes no plantel.
Não tem tratamento específico. Em alguns casos há a necessidade de
se utilizar antibióticos para controlar as infecções secundárias.

Influenza aviária
É uma doença infecciosa das aves, causada por um vírus. Tem
severidade variável, podendo ir de uma infecção leve ou assintomática do
trato respiratório e intestinal a infecções sistêmicas fatais e com altas taxas
de mortalidade.
As aves acometidas apresentavam rinite, conjuntivite e nos casos mais
graves pneumonia mortal, considerada altamente patogênica para o
homem.
O surto em galinhas e perus pode causar grandes perdas de produção
e limitar seriamente o acesso industrial aos mercados internacionais.
O surto em galinhas e perus pode causar grandes perdas de produção
e limitar seriamente o acesso industrial aos mercados internacionais.
As possíveis fontes de infecção primária são: aves selvagens, aves
domésticas e mamíferos. Os únicos mamíferos reconhecidos como
possíveis fontes de infecção para as aves são os suínos e os humanos.
É uma doença de comunicação obrigatória. Todo produtor ou técnico
que souber da ocorrência da doença é obrigado a comunicar ao órgão de
defesa. Entre as medidas de controle estabelecidas pela Defesa Sanitária
Animal estão as seguintes:
- notificação da suspeita do foco;
- assistência ao foco;
- medidas de desinfecção;
- sacrifício sanitário;
- vazio sanitário de 21 dias.

Doença de Newcastle
É uma doença causada por um vírus, que acomete aves de todas as
idades. Apresenta grande importância econômica, pelos prejuízos que
podem causar à avicultura nacional. Um surto de Newcastle fecha as portas
para o comercio internacional. Por outro lado, tem grande importância
para o criador de aves caipiras devido à queda na produção e mortalidade
das aves.
A Newcastle pode se apresentar de três formas que podem aparecer
isoladas ou associadas: respiratória, digestiva e nervosa.
A forma respiratória é mais comum nas aves jovens e se manifesta
com dificuldade respiratória, espirros e tosse.
Na forma digestiva ocorre perda de apetite, papo distendido por um
conteúdo verde escuro, diarréia verde azulada.
A forma nervosa apresenta tremores, paralisia das asas, patas ou
pescoço, levando a um quadro de torcicolo.
A mortalidade em animais jovens pode chegar a 80%. A morte se
estabelece em aproximadamente uma semana.
Não há tratamento para a doença. Por se tratar de uma enfermidade
de notificação obrigatória, a qualquer suspeita deve-se comunicar a
Agencia Goiana de Defesa Agropecuária-AGRODEFESA, para que sejam
tomadas as medidas cabíveis, entre elas:
- notificação da suspeita do foco;
- assistência ao foco;
- medidas de desinfecção;
- sacrifício sanitário;
- vazio sanitário de 21 dias;
- vacinação dos plantéis;
- introdução de aves sentinelas, etc.
No âmbito da propriedade, o que o avicultor pode fazer para evitar o
aparecimento da doença é manter a higiene dos equipamentos e
instalações, isolamento da criação e vacinação.

Micoplasmose ou doença crônica respiratória


É uma doença respiratória, causada por uma bactéria que ataca
principalmente aves jovens ou em pico de postura. Depois que afeta o
plantel é de difícil eliminação. Tem tratamento longo e caro, o que o torna
inviável. Geralmente ocorre associada a outras doenças.
As aves acometidas apresentam espirros, dificuldade respiratória,
ronqueira, baixa eficiência produtiva do lote, aumento de volume das
articulações, manqueira, caquexia e morte.
As formas de controle são a higiene, isolamento, comprar pintos de
granjas livres e evitar corrente de ar e estresse. A vacinação não é
recomendada em galinhas caipiras.
Pulorose
É uma doença causada por uma bactéria, que acomete qualquer
espécie de ave, e que apresenta forma distinta nas aves jovens e adultas.
Os pintos desenvolvem uma diarréia branca, cujas fezes ficam aderidas às
penas da cloaca. Estes casos têm mortalidade elevada. Nas aves adultas
ocorre uma queda na postura.
A transmissão se dá através do ovo, pelo contato entre as aves e com
objetos contaminados.
A vacinação não é indicada. O controle deve ser feito através da
higiene das instalações e equipamentos, isolamento da criação, eliminação
das aves doentes.
As aves quando se curam tornam-se portadoras e continuam
eliminando a bactéria contaminando todo o plantel. Por este motivo,
quando acontecer a doença o ideal é eliminar todo o plantel, desinfetar
todas as instalações e equipamentos, dar um vazio sanitário e depois
reiniciar a criação com aves livres da doença.
Os ovos contaminados, quando consumidos podem provocar um
quadro de intoxicação no homem.

Tifo aviário
É uma doença que ataca principalmente aves adultas. Seu agente
etiológico é uma bactéria, adquirida pela ingestão de alimento ou água
contaminados.
As aves doentes apresentam cristas e barbelas pálidas, febre e
diarréia esverdeada. À necropsia podemos observar que o músculo do
peito fica com aparência de cozido. A morte ocorre em 1 a 2 dias após o
aparecimento dos primeiros sintomas.
O controle se faz através da higiene, isolamento e vacinação.
O tratamento pode ser feito utilizando antibióticos e polivitamínicos.
Cólera aviária
Doença altamente contagiosa, com grande mortalidade, conhecida
como a peste das aves. Seu agente causador é uma bactéria.
A infecção se dá por via respiratória ou digestiva.Uma vez penetrando
no organismo, a bactéria lesa principalmente o fígado, os pulmões, o
coração, os vasos e serosas, levando à morte por pneumonia, por
hemorragias ou por enterite grave. Após os primeiros sinais da doença, a
morte pode vir em poucos minutos, algumas horas e às vezes, até 1 a 2
dias. As aves apresentam diarréia verde-amarelada, pus nas articulações,
barbela, cavidade peritonial e cianose da crista devido à septicemia. O
fígado se apresenta à necropsia com pontos necróticos e aparência de
cozido.
Quando a doença se instala o melhor é não tratar, sacrificar todas as
aves e iniciar nova criação, após desinfecção e vazio sanitário.

Coccidiose
É uma doença grave e comum, provocada por um protozoário do
gênero Eimeria, com alta mortalidade devido às lesões intestinais. Pode
afetar aves de qualquer idade, mas as jovens são as mais afetadas.
Os animais doentes apresentam diarréia preta ou com sangue,
fraqueza progressiva, anemia e desidratação.
O controle da doença é feito através, principalmente, da higiene e
isolamento. Temporariamente pode-se usar, na ração, produtos
conhecidos por coccidiostáticos, quando não for possível manter o
controle da doença de outras formas ou em condições de estresse intenso
e higiene deficitária.

Coriza
Também conhecida como pevide, é uma doença bacteriana,
altamente contagiosa, afeta principalmente galinhas. O agente da doença
pode ser transmitido por aerosóis, moscas, contato direto entre as aves,
água contaminada, etc.
A ave doente apresenta corrimento nasal e ocular, conjuntivite,
inchaço da cabeça e barbela.
Botulismo
Caracterizada por um quadro de intoxicação provocada por uma
neurotoxina, em que o animal apresenta debilidade, prostração, paralisia
e morte.
O principal meio de produção de toxinas botulínicas são os alimentos
deteriorados, como forragem, carcaças, camas úmidas, larvas, etc. A toxina
é produzida nos tecidos de animais mortos, como conseqüência do
crescimento do Clostridium botulinum. As aves que consumirem essas
carcaças contaminadas pela toxina adoecerão.
Não existe tratamento. A prevenção é feita através da higiene das
instalações e equipamentos, evitar contato das aves com carcaças e
principalmente, alimentação de boa qualidade.

Gumboro
É uma doença viral de galinhas jovens, altamente contagiosa, que
ataca o sistema imunológico das aves, fazendo com que elas fiquem mais
sensíveis às doenças e não respondam bem às vacinações.
As galinhas doentes apresentam prostração intensa, incoordenação,
diarréia aquosa com penas cloacais sujas, canibalismo e inflamação da
cloaca.
Não tem tratamento. O controle é feito com higiene, isolamento,
vacinação.

Marek
Doença viral que atinge as aves antes que elas alcancem a maturidade
sexual. Transmite-se facilmente de uma ave para a outra. Uma vez
infectadas, as galinhas tornam-se portadoras do vírus por longos períodos
e atuam como fonte de infecção.
As aves doentes podem apresentar paralisia, andar inseguro, posição
de apoio do peito contra o solo, com uma perna estirada para frente e
outra para trás, tumores na pele, músculos, fígado, baço, rins, coração,
pulmão, proventrículo, ovários e testículos. Não tem tratamento. O
controle se baseia na higiene, isolamento, vacinação no primeiro dia de
vida e criação de aves geneticamente resistentes à doença.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOENÇAS INFECCIOSAS
DOENÇA AGENTE PRINCIPAIS SINTOMAS CONTROLE TRATAMENTO

Bouba aviária vírus verrugas, placas amarelas na controle sulfas,


garganta de moscas, antibióticos,
vacinação polivitamínicos
Bronquite vírus dificuldade respiratória vacinação não existe
Infecciosa

Cólera bactéria diarréia verde-amarela, vacinação sulfas,


fígado com aparência de antibióticos,
cozido c/ pontos escuros, polivitamínicos
pus nas
articulações, barbela,
cavidade abdominal
Coccidiose protozoário diarréia de sangue ou coccidiostático sulfas e
escura, fraqueza, polivitamínicos
desidratação
Coriza bactéria corrimento nasal e ocular, proteger aves antibiótico e
inflamação de olhos e do frio polivitamínico
barbela
Gumboro vírus aparecimento repentino, vacinação não existe
hemorragias nos músculos e
tecidos subcutâneos
Mareck vírus paralisia dos membros, vacinação no não existe
lesões tumorais, peito incubatório
apoiado no chão, perna p/
frente e outra p/ trás
Micoplasmose bactéria dificuldade. respiratória, comprar pintos antibiótico e
(DCR) aumento das articulações, de granjas polivitamínico,
baixa eficiência produtiva, livres, vacinação difícil e
caquexia, morte em granjas de prolongado
reprodutores
positivos
New Castle vírus dificuldade respiratória, vacinação não existe
paralisia, torcicolo, diarréia
verde escura
tifo bactéria diarréia verde amarela, vacinação sulfas,
músculo do peito c/ antibióticos,
aparência de cozido, alta polivitamínicos
mortalidade
Pulorose bactéria diarréia branca eliminar sulfas,
portadores, antibióticos,
vacinação polivitamínicos
planteis postura
e reprodução
outras bactéria diarréia amarela esverdeada eliminar sulfas,
Salmoneloses portadores antibióticos,
crista caída e azulada
polivitamínicos

VIII.4- Principais doenças parasitárias


- Parasitas externos (ectoparasitas):
- Ácaros
- Carrapatos
- Percevejos
- Piolhos

- Parasitas internos (endoparasitas):


- Ascaris
- Capilária
- Heterakis
- Tênias

Parasitos externos:
Os prejuízos provocados pelos ectoparasitas são:
- Propagação de doenças; - Contaminação dos alimentos; - Ataque
direto aos animais.

1- Ácaros:
Estes parasitas causam a sarna, que se caracteriza por lesões na pele
e nas penas. As aves ficam irritadas, comem mal, ficam debilitadas e podem
até morrer, dependendo do grau de infestação. O combate é feito o uso de
acaricidas nas aves e instalações. A higiene das instalações e equipamentos
é de suma importância para evitar seu aparecimento.

2- Carrapatos:
São parasitas que sugam o sangue das aves, levando a um quadro de
anemia. Pintos e frangos atacados apresentam asas caídas, cristas e
barbelas pálidas.
A prevenção é a mesma da sarna, e o combate é feito através de
pulverizações com carrapaticida nas aves e nas instalações.
3- Percevejos:
Causam danos semelhantes aos carrapatos e são combatidos da
mesma forma. São de difícil percepção, porque atacam a ave à noite e se
escondem nas instalações durante o dia.

4- Piolhos:
Os piolhos provocam irritação intensa, podendo causar a morte de
pintos. Parasitam as penas e a pele das aves.
A prevenção baseia-se na higiene e o combate é feito com
pulverização ou polvilhamento de produtos inseticidas nas aves e
instalações. Pode-se adotar o sistema de colocar o inseticida em uma
caixinha com areia dentro do galpão, deixando que as próprias aves façam
a pulverização.

5- Moscas:
Sua importância deve-se ao fato de contaminarem a ração com
vermes e outros agentes causadores de doenças, devido ao fato de
pousarem nas fezes e depois no alimento. Deve-se controlar sua infestação
utilizando inseticidas aplicados na cama e instalações. É importante tomar
cuidado em sua utilização para não aplicar na ração, na água e nem nas
aves, devido ao risco de intoxicação.
Parasitas internos
Os parasitas internos concorrem pelos nutrientes com as aves, lesam
a parede dos órgãos afetados, dificultam a absorção dos nutrientes devido
às lesões provocadas na parede do intestino. Provocam debilidade,
anemia, diminuem a resistência das aves às doenças e dependendo da
severidade, podem levar a morte.
Apresentam formas semelhantes de controle. Um bom manejo,
evitando principalmente superpopulações, aliado à higiene das instalações
e equipamentos, garante um controle da infestação. A utilização periódica
de vermífugos também se apresenta como boa alternativa. Recomendase
a utilização de vermífugos a base de mebendazol ou oxibendazol, na
dosagem recomendada pelo fabricante. Geralmente, utilizam-se 60 g
mebendazol/100 Kg de ração, durante 5 dias, a partir dos 45 dias de idade.
Em criações novas pode-se fazer a vermifugação anualmente; em criações
já estabelecidas, o ideal é fazer uma a cada 4 meses.
Vermífugos naturais, como sementes de abóbora e de mamão,
também podem ser utilizados.
Os vermes mais importantes para a avicultura caipira são:
Ascaris:
A espécie Ascaridia galli é a mais comum. É um verme redondo de
até 10 cm e que ataca o intestino delgado da ave, podendo levar a
obstrução intestinal.

Syngamus traquealis (singamose ou gogo):


Ataca a traquéia de aves geralmente entre 6 a 8 semanas de vida.
Provoca inquietação, tosse e dificuldade respiratória.

Capilaria:
Este gênero engloba várias espécies de vermes redondos e finos.
Podem infestar o esôfago, papo, proventrículo, duodeno, ceco.

Heterakis:
Verme redondo, branco, pequeno(1 cm) que ataca o ceco das aves.
Controla-se com higiene das instalações. O tratamento é feito com
vermífugos à base de fenotiazina ( 2 a 3g/Kg de ração).

Tenia:
Conhecidas como solitárias, são vermes achatados, em forma de fitas
segmentadas e que se hospedam no intestino delgado. Os animais
infestados apresentam cansaço, comem pouco e perdem peso.

IX – Avaliação econômica da criação


Temos que considerar nossa criação de galinhas caipira como uma
atividade econômica. Como tal, ela tem que ser viável, ou seja, tem que
nos dar lucro. Para sabermos se estamos tendo lucro ou prejuízo,
precisamos saber quanto nos custa cada frango ou cada dúzia de ovos. Para
isso apresentaremos exemplos de custos de produção que deverão servir
de modelo. Mas lembrem-se, cada um deverá adaptar os custos à sua
realidade.
Para estabelecer os custos é preciso entender primeiro o que são
índices zootécnicos. Grosso modo, eles podem ser definidos como índices
produtivos. Em seguida serão apresentados alguns índices que interferirão
nos custos de produção:
ÍNDICE UNIDADE QUANT

POSTURA % 70-80 (75)

APROVEITAMENTO PARA INCUBAÇÃO % 85-95 (90)

ECLODIBILIDADE % 70-90 (80)

PINTOS REFUGOS % 2-8

SOBREVIVÊNCIA ATÉ 28 DIAS % 95

SOBREVIVÊNCIA ATÉ ABATE % 92

CONSUMO MÉDIO RAÇÃO POR FRANGO ABATIDO Kg 6,50

CONSUMO RAÇÃO POR MATRIZ/DIA Kg 0,13

PESO AO ABATE Kg 2,20


Geralmente, quanto melhor a eficiência produtiva, melhor a
lucratividade. Mas nem sempre os melhores índices representaram
melhores resultados econômicos. Nessa hora, entra outra expressão muito
usada, que é a relação custo/benefício, ou seja, quanto se gastou
comparado com o quanto isso aumentou em termos de produção. Algumas
vezes o incremento em termos de produção não paga o investimento feito.
Aí então é necessário que se avalie o manejo utilizado, buscando “furos”
por onde o dinheiro empregado está vazando. Por isso, sempre é preciso
buscar um equilíbrio e tentar reduzir o custo de produção. Como é o
mercado que vai ditar o preço do frango ou do ovo, para aumentar os
lucros é preciso diminuir os custos, mas sem afetar a saúde das aves, é
claro.
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS EFICIÊNCIA( % )

BAIXA ÓTIMA MÉDIA

ECLODIBILIDADE 70 90 80
APROVEITAMENTO PINTOS 92 98 95
SOBREVIVÊNCIA ATÉ 28 DIAS 95 98 97
CUSTO DO OVO R$ 0,17 R$ 0,15 R$ 0,15
CUSTO DO PINTO R$ 0,43 R$ 0,31 R$ 0,35
CUSTO DO FRANGO R$ 4,64 R$ 4,60 R$ 4,65
PREÇO DE VENDA DO FRANGO R$ 7,00 R$ 7,00 R$ 7,00
PRODUÇÃO DE FRANGOS MÊS 220 311 265
LUCRATIVIDADE /MÓDULO / MÊS 519,20 746,40 R$ 622,75

Além dos índices produtivos e do manejo adotado na criação, a


comercialização é outro fator que vai interferir nos custos, e talvez seja o
que o produtor tenha maior dificuldade de resolver. Saber comprar e
vender é uma ciência que o produtor deverá aprender. Não adianta fazer
tudo direito e depois vender mal seu produto ou comprar mal os insumos
e materiais necessários ao desenvolvimento de qualquer atividade.
Temos que valorizar nosso produto e buscar formas de se comprar
mais barato, seja pela venda e compra conjunta com outros produtores,
seja por uma pesquisa de mercado minuciosa de preços, aliados à época
certa, como acontece com os grãos, que tem preço bem mais acessível
durante o período de safra.
Para exemplificar os cálculos, será tomado como base um módulo
mínimo de 30 galinhas e 3 galos, com utilização de uma chocadeira para
360 ovos. Os custos vão variar de acordo com a eficiência do sistema de
criação.

X – Noções de abate:

Serão abordadas, neste item, noções de abate, para que o produtor


possa entender melhor como a ave é processada após abatida e também
para que possa adotar alguns cuidados necessários em seu abate para
consumo próprio, visando a obtenção de um produto melhor.
O abate comercial, com o objetivo de vender os frangos já
processados, só é permitido em abatedouros registrados no serviço de
defesa oficial. O abate clandestino é crime.
Para que se possa compreender melhor, o abate pode ser dividido em
12 fases, que se iniciam antes mesmo da morte do animal. As etapas são:
01 – Dieta Hídrica

Consiste em 12 horas antes do abate deixar as aves sem ração,


dandolhes apenas água, visando ao esvaziamento do trato digestivo e
diminuir o risco de contaminação das carcaças.

02 – Recepção e sangria

A recepção deve ser feita em área ventilada e sombreada, deixando


as aves em repouso por algum tempo.
A sangria aumenta a durabilidade do produto. Deve-se deixar sangrar
de cabeça para baixo por 3 minutos, de preferência em funis de sangria.
No meio rural, muitas pessoas gostam de matar torcendo o pescoço.
Porém essa forma só pode ser utilizada para consumo próprio e imediato.

03 – Escaldagem
A escaldagem tem a função de facilitar a remoção das penas,
impurezas e sangue. Deve ser feita com temperatura em torno de 70°C.
Não deixar a água ferver. Na prática, quando começar a subir as primeiras
bolinhas. A água muito quente cozinha a carne e danifica a pele.

04 – Depenagem

Consiste na remoção das penas. Pode ser feita manualmente ou com


utilização de depenadeiras.

05 – Evisceração

Remoção das vísceras.


06 – Pré-resfriamento

Tem o objetivo de lavar e resfriar as carcaças.

07 – Gotejamento

Deixar escorrer a água nas carcaças por 3 a 5 minutos.

08 – Embalagem

Em abatedouros comerciais o frango abatido deve ser embalado


respeitando estas exigências:
- embalagem de polietileno de baixa densidade, pigmentada, com
fundo arredondado.
- Miúdos e sangue devem ser embalados separados em sacos de
polietileno liso e colocados dentro do frango.

09 – Resfriamento, armazenamento e expedição.

XI - FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO DE AVES:


Para comercializar a produção deve-se tomar conhecimento de
algumas exigências sanitárias que o Estado adota, visando ao controle do
trânsito de animais. Esse controle é necessário para que se consiga evitar
a disseminação de doenças.
Para o transporte de ovos férteis, pintos de um dia, aves de corte e
postura, deve-se procurar a Agência Goiana de Defesa Agropecuária –
AGRODEFESA – onde será emitida uma guia de trânsito animal, também
conhecida por GTA.
É importante que se saiba que para se emitir uma GTA para trânsito
de animais destinados a reprodução será exigida comprovação de
vacinação contra doença de Newcastle.
Frango abatido só pode ser transportado se o abate ocorreu em
abatedouros credenciados junto ao órgão oficial de fiscalização.
Perguntas mais frequentes sobre incubação de aves:

1.Quanto tempo os ovos podem ser armazenados até serem


colocados na chocadeira?

Depende da temperatura ambiente. Os ovos podem ficar 1 a 2 dias


(em 34°C), 4 dias (em 30°C) e até 7 dias ou mais (em 28°C) antes de serem
chocados na chocadeira.

2. Como guardar os ovos?

Retire-os todos os dias dos ninhos (os ovos não devem ter contato
com o chão), de preferência guarde-os em cartelas próprias, sempre com
o bico para baixo. Evite colocá-los em geladeira, pois podem perder
umidade, ou em lugares muito quentes (acima de 34°C).

3- A temperatura do ambiente prejudica os ovos?


Sim, em lugares muito frios (abaixo de 4ºC) os embriões podem
morrer e em lugares muito quentes, acima de 34°C, o embrião começará a
se desenvolver.

4- Devo botar na chocadeira ovos trincados ou rachados?

Não. Pois a temperatura dentro da chocadeira fará com que os ovos


estourem, sujando e infectando os outros ovos.

5- Depois de ligada a chocadeira e ajustada a temperatura,


como colocar os ovos?

Depois de estabilizada a temperatura da chocadeira, vá colocando os


ovos deitados em fileira na grelha, deixando espaço para que possam ser
movidos.
6- Com quantos dias depois posso começar a mexer os ovos?
Depois de postos na chocadeira mexer cuidadosamente após 3 dias
(ou 72 horas), sempre devagar e no mínimo 3 vezes ao dia.

7- Tem horário rígido para o meximento?


Não, porém lembre-se de que deve ser feito pelo menos 3 vezes ao
dia, preferencialmente uma vez pela manhã, uma vez a tarde e outra à
noite.

8- Como deve ser o meximento ?


Nunca puxe a ponta da grelha que fica na gaveta em movimentos vai
e vem. Você deve apenas puxá-la na primeira mexida, empurrá-la na
Segunda e puxá-la novamente na próxima e assim por diante até faltar um
dia para a data prevista do nascimento.

9- Posso abrir a(s) gaveta(s) para verificar os ovos?


Não é recomendável fazê-lo, pois, dependendo das condições
ambientais externas (que variam de cidade para cidade), podem haver
perdas durante o nascimento. Entretanto aqueles que desejarem arriscar,
devem fazê-lo à noite, com a chocadeira desligada, após 1/3 do tempo de
eclosão da ave (p.ex. galinha » 21x1/3 » 7dias) e com a maior brevidade
possível. Os que não estiverem fecundados poderão ainda ser aproveitados
em bolos, tortas etc.

10- Como saber se estão fecundados?

Os ovos devem ser examinados com o bico para baixo e sob um feixe
lateral de luz. Os ovoscópios de luz monocromática (p. ex. a raios laser) são
os melhores para visualizar detalhes do embrião, entretanto qualquer bom
ovoscópio pode revelar o contraste que caracteriza a fecundação.

11- Retirados os ovos não fecundados posso colocar outros


ovos no espaço daqueles retirados?

Não é recomendável, pois geralmente altera as condições de


temperatura, umidade e oxigenação naquele momento.
12- Perto do dia do nascimento o que devo fazer?

Na véspera do dia da eclosão evite mexer os ovos, pois os pintos já


buscam a posição adequada para eles nascerem. Após o nascimento, deixe-
os no mínimo duas horas dentro da chocadeira e no máximo 6 horas (eles
podem atrapalhar o nascimento dos demais pintos, apesar de terem
reserva nutritiva para até 48 horas sem comida). Aqueles que possuirem
uma nascedeira, devem utilizá-la para evitar a infecção da chocadeira com
as fezes dos pintinhos.

13- Quanto tempo devo tirar os ovos da chocadeira?

Espere até dois dias após o período de eclosão estabelecido para a


ave para então realizar a limpeza na chocadeira.
14- Após a retirada dos ovos que não nasceram, posso colocar
imediatamente novos ovos na chocadeira?

Não recomendamos. A chocadeira deve ser limpa com solução


antiséptica e em seguida permanecer de 8 a 12 horas sob ventilação (com
as gavetas retiradas e a porta inferior aberta).

15- Depois de tirados da chocadeira, quais os cuidados que se


deve ter com os recém nascidos?

Se você não tem o pinteiro (ou criadeira) poderá improvisar um


utilizando uma caixa de papelão ou madeira com piso abrasivo (para evitar
o aleijamento das aves). Uma fonte de calor (lâmpada de 40W) e um ou
mais bebedouro de passarinho são essenciais para evitar altos índices de
mortalidade, bem como ração de crescimento de boa qualidade (rica em
proteínas). A água do bebedouro tem que ser trocada diariamente pois a
higiene nos primeiros dias é muito importante.

16- A alimentação das aves-mães influi na taxa de nascimento


em chocadeiras?

Sim. Aves-mães devem ter tratamento diferenciado em termos de


ração (rica em proteínas e sais minerais) e suplementos alimentares
(vitaminas e aminoácidos).
17- Como a cosanguinidade pode afetar as aves
recémnascidas?

Depende da ave. Em codornas o incesto causa nascimento precoce


(14 dias) e os pintos não se desenvolvem como seus pais (raquitismo). Em
gansos os ovos podem nem sequer nascer. Em galinhas caipiras a
cosanguinidade é bem tolerada e seus efeitos podem levar anos para
serem percebidos.

18- Quanto tempo pode faltar energia elétrica sem prejudicar


a chocada?
Durante as primeiras 48 horas no máximo 15 minutos, após esse
tempo, é tolerada até quatro horas a partir de então começam as perdas
(que depende da ave).

19- Podemos anotar nos ovos a data que eles estão indo para a
chocadeira?

Sim, mas somente com carvão vegetal ou lápis grafite. Nunca com
tinta ou esmaltes, pois o ovo respira pela casca.

20- Existe uma proporção macho-fêmea ideal para otimizar a


fecundação?

Depende da ave. Em codornas é de um macho para quatro fêmeas


(1»4), em galinhas de raça aprox. 1» 5, em gansos é de aprox. 1»3 etc.

21- Posso chocar aves de diferentes espécies ao mesmo tempo


na mesma chocadeira?

Sim. Desde que haja faixas de temperatura em comum. Por exemplo,


em 37,5ºC (99,5ºF) pode-se chocar galinha, angola, codorna e pata. A taxa
de nascimento não será máxima para todas as aves porque a temperatura
não é a ótima para todas elas e também o período de eclosão por ser
diferente altera as condições dentro da chocadeira.
Dicas

•A estocagem dos ovos não deve ser superior a sete (7) dias.

•A temperatura para estocagem é de 12,7o C, e a umidade de 75%.

•Os ovos estocados devem ser girados no minimo duas vezes por dia.

•Os ovos devem ser estocados com a ponta para baixo.


•O transporte dos ovos deve ser feito com bastante cuidado, evitando que
não haja impactos, abafamento ou exposição sol.

•A coleta dos ovos deve ser feita pelo menos duas vezes por dia para evitar
que as aves antecipem a incubação.

•O controle sanitário, a idade e a alimentação das matrizes, devem ser


rigorosos. Vermifugar o plantel anualmente, usar água limpa e fresca e
ração balanceada, são também imprescindíveis.

•As regulagens de temperatura e umidade são muito importantes.

•Para chocadeiras que trabalham com cargas múltiplas, recomendamos o


uso do nascedouro (eclodidor), para que não haja contaminação dos ovos
durante o nascimento.

•Em chocadeiras que não dispõe do giro automático, os ovos deverão ser
virados, no mínimo, três vezes ao dia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Apostila do Curso de Produção de Frangos e Ovos Caipiras – Christian


Grandsire – 1998

Sistema Caipira de Criação de Frango de Corte - Daniela Beatriz de C.


Gomes (et. Al) Brasília: MA/SDR/PNFG, EMATER- DF, 1998

Manual sobre Criação de Galinha Caipira na Agricultura Familiar: Noções


Básicas – Natália Inagaki e Albuquerque, Cristóvão Morelli K.A Freitas,
Henrique Sawaki, Darcísio Quanz – EMBRAPA – Documentos n° 114, 1998

Manual para Criação de Galinhas – Ícaro Fiechter – EMATER-PR, 1983

Sistema de Produção para Avicultura de Corte – Boletim n° 335 –


EMBRATER/ EMBRAPA – 1981
Apostila Principais Enfermidades de Aves – AGENCIARURAL – 2003

Legislação de Defesa Sanitária animal/Programa Estadual de Sanidade


Avícola.

EQUIPE LOCAL DE TRINDADE

Afranio Martins da Silva - Médico Veterinário


Helena Maria Silva Porto -Auxiliar Administrativa
João Machado Neto - Técnico em Agropecuária
Maria Luiza Silva Pereira -Supervisora Local
Contato : Unidade Local de Trindade
062-35052289

AGÊNCIA GOIANA DE ASSISTÊNCIA


TÉCNICA, EXTENSÃO RURAL E PESQUISA AGROPECUÁRIA

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