Você está na página 1de 20

FOPASE – 2006

CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS
O QUE SE SABE: MITOS E VERDADES, E O TRABALHO
DO PROFISSIONAL EM ELETRICIDADE

Eng. José de Melo Camargo

AES ELETROPAULO

Telefone: (11) – 2195 2693


jose.camargo@aes.com

Maio/2006
FOPASE – 2006

O uso da eletricidade, como conhecemos, teve início


na segunda metade do século XIX.

Como toda nova tecnologia, a eletricidade também não


poderia deixar de causar reações nem sempre ditadas
pela razão.

O uso da eletricidade para iluminação de forma


alguma é prejudicial à saúde e não afeta a
qualidade do sono
No século XXI, o número de pessoas expostas a
Campos Magnéticos e Elétricos de baixa freqüência (50
ou 60 Hz) cresceu muito rapidamente, até incluir
praticamente toda a população urbana e boa parte da
população rural.
FOPASE – 2006

Aspectos Físicos do Campo Magnético e Campo Elétrico

9 O campo é uma área do espaço onde existem forças (ex. campo


gravitacional);

9 Campo elétrico representa a força de uma carga elétrica exerce


sobre outra carga elétrica;

9 Campo magnético representa a força que uma carga elétrica em


movimento exerce sobre outra carga elétrica;

9 As instalações elétricas, igual a tudo que funciona com energia


elétrica, gera campos magnéticos e elétricos.
FOPASE – 2006

Características do Campo Magnético e Campo Elétrico

9 Intensidade;

9 Forma de onda (senoidal, retangular, dente de serra, etc);

9 Polarização;

9 Perfil no período (contínua, pulsante, etc);

9 Freqüência.

Todas estas características influência na interação dos campos


magnéticos e elétricos com a exposição humana.
FOPASE – 2006

Campo Elétrico
9 É proporcional ao número de Campo Magnético
cargas elétricas;
9 É proporcional a intensidade
9 Um equipamento conectado de corrente elétrica;
na rede elétrica gera campo
elétrico, devido a presença de 9 Um equipamento conectado
cargas; na rede elétrica gera campo
Magnético quando está em
9 Diminuí rapidamente ao funcionamento, devido ao
aumentar-se a distância da movimento da corrente
fonte de geração; elétrica;

9 É fortemente atenuado pela 9 Diminuí rapidamente ao


maioria dos materiais como: aumentar-se a distância da
parede, telhado, árvores, pele fonte de geração;
humana, etc.
9 Não é fortemente atenuado
por nenhum material.
FOPASE – 2006

Unidades de Medida
Campo Elétrico

O campo elétrico é expresso nas unidades: V/m ou kV/m

Campo Magnético

O campo magnético é expresso na unidade: A/m

Densidade de Fluxo Magnético

A densidade de fluxo magnético é expresso na unidade: T (tesla)


ou G (gauss)

B = μ ×H onde μ = 1, 3 10 −6
1 A m = 1, 3 μT; 1μT = 0 , 77 A m e 1T = 10 4 G
FOPASE – 2006

Espectro Eletromagnético

9 A freqüência determina as características físicas e os possíveis


efeitos biológicos;

9 A intensidade da exposição dependerá se produz efeito ou não;

9 Efeito biológico não significa nocivo.


FOPASE – 2006

Fontes de Ondas Eletromagnéticas

Natural
9 O Sol (luz visível, infravermelho, ultravioleta, etc;
9 A Terra (campo estático natural, radioatividade natural, etc);
9 O espaço externo (raios X, raios gama, etc);

Artificial
9 Equipamentos e instalações elétricas (freqüência industrial);
9 Via férrea (freqüência estática ou muito baixa);
9 Telefone móvel, rádio e televisão (rádio freqüência);
9 Aparelhos de ressonância magnética nuclear (estático e RF);
9 Sistemas de anti-roubo, controles remotos, radares, raios X,
etc.
FOPASE – 2006

Alta Freqüência

9 Na alta freqüência as
componentes elétricas e Baixa Freqüência
magnéticas se realimentam
9 Na baixa freqüência as
mutuamente e a onda têm
componentes elétricas e
capacidade para mover-se pelo
magnéticas estão desacopladas,
espaço, é uma “radiação
não se realimentam e não
eletromagnética”.
podem mover-se para o espaço,
desaparecendo a certa distância
da fonte, é um “campo
eletromagnético”.
FOPASE – 2006

Interações do Campo Magnético e Campo Elétrico com


o Corpo Humano
Mecanismo Básico:

9 Indução de campos internos: correntes elétricas e oscilações


dipolo;

Efeito Físico:

9 Baixa freqüência: correntes induzidas dentro do corpo;


9 Alta freqüência: absorção de energia eletromagnética.

Efeito Biológico:

9 Baixa freqüência: estimulação da excitação dos tecidos;


9 Alta freqüência: aquecimento dos tecidos.
FOPASE – 2006

Efeitos de Curto e Longo Prazo

Efeitos de Curto Prazo:

9 São bem estabelecidos e compreendidos;


9 Acontece sobre limiares identificados;
9 Pode ser prevenido fixando valores limites de exposição;

Efeitos de Longo Prazo:

9 Não existe evidências científicas para estabelecer restrição a


exposição.
FOPASE – 2006

Penetração no Corpo Humano


FOPASE – 2006

Densidade de Corrente Induzida no Corpo Humano

9 Os campos magnéticos e elétricos induzem correntes elétricas


nos organismos expostos;
9 A densidade de corrente endógena normalmente é 10 mA/m2,
embora algumas funções é muito superior;
9 A corrente elétrica induzida têm alguns efeitos biológicos
agudos, a curto prazo, bem conhecidos:
• <10 mA/m2: efeitos biológicos menores, sem importância;
• 10 a 100 mA/m2: efeitos visuais e contrações leves;
• 100 a 1000 mA/m2: excitação de nervos e músculos,
contrações, arritmias;
• >1000 mA/m2: possível disfunções cardíacas e fribilação
ventricular.
FOPASE – 2006

ICNIRP – “Guidelines for limiting exposure to time-


varying electric, magnetic and electromagnetic fields
(up to 300 GHz)”
9 Baseados nos efeitos conhecidos e comprovados de curto
prazo;
9 Estabelece como “Restrição Básica” que não deve-se superar
uma densidade de corrente induzida nos tecidos do sistema
nervoso central na cabeça e no tronco de 100 mA/m2 a partir das
correlações das grandezas físicas e dos efeitos biológicos
conhecidos;
9 Estabelece como “Nível de Referência” que não deve superar
uma densidade de corrente induzida de:
• 10 mA/m2 para os trabalhadores;
• 2 mA/m2 para o público em geral.
9 Não têm cálculo de tempo de exposição.
FOPASE – 2006

As normas de exposição são mais restritivas para o público em


geral do que para os trabalhadores.

Trabalhadores Público em Geral


9 São adultos saudáveis; 9 Incluem indivíduos de todas
9 Estão em exposição as idades e condição física,
controlada; grupos especialmente sensíveis;
9 Dispõem de informação, 9 Sua exposição não é
conhecedor dos possíveis controlada;
riscos e das medidas de 9 Não dispõem de informações,
precaução; não conhece os possíveis riscos
9 Sua jornada limita-se a e das medidas de precaução;
jornada de trabalho. 9 Podem estar expostos as 24
horas do dia, durante toda sua
vida.
FOPASE – 2006

Limites de Exposição
Valores definidos pela ICNIRP e recomendados pela Organização
Mundial da Saúde (WHO) para o público em geral:
Freqüência (Hz)
Campo
50 60
Elétrico (kV/m) 5 4,17
Magnético (µT) 100 83,3
Para o público ocupacional, a NR 9 e NR 15 do Ministério do
Trabalho e Emprego aplica os seguintes valores limites:
Campo Elétrico (kV/m) 25
Campo Magnético (µT) 1000
9 Projeto de Norma ABNT: 03:077.01-002 – Métodos de medição e níveis
de referência para a exposição a campos elétricos e magnéticos na
freqüência de 50 Hz e 60 Hz;
9 Revisão da Norma ABNT: 5422 – Projetos de linhas aéreas de linhas de
transmissão.
FOPASE – 2006

Medições de Campo Magnético e Elétrico

Critérios:
9 Avaliação da planta da instalação para mapeamento dos
campos magnéticos e elétricos a serem avaliados;
9 Outras fontes emissoras de campos eletromagnéticos;
9 Árvores e massas metálicas que interferem no campo elétrico;
9 Topologia do terreno;
9 Medição da corrente e tensão;
9 Curva de carga;
9 Geometria da linha ou do circuito;
9 Umidade relativa;
FOPASE – 2006

Aparelho de Medição
FOPASE – 2006

Medições no Sistema Elétrico da Eletropaulo – Público


Geral

LIMITE CAMPO
E (kV/m) T (µT) MAGNÉTICO (B)
ICNIRP
10 100
83,3 LIMITE CAMPO
ELÉTRICO (E)
8 80 ICNIRP

6 Valores Medidos de E (kV/m)


60
LDA
4,17 LTA
4 40 SE

2,033 22,3
2 15,9 Valores Medidos de B (mG)
20 LDA
0,687 4,13
0,053 LTA
0 0 SE
LDA LTA SE LDA SE LTA
FOPASE – 2006

Bibliografia

9 Projeto de P&D Gerenciamento de Campos Elétricos e Magnéticos, ciclo


2001/2002;
9 Artigos e palestras da Dra. Leeka Kheifets;
9 Palestras de Carlos Lianos Leccumberj da Red Electrica de Espanã;
9 Palestra de Paolo Vecchia, National Institute of Health, Rome, Italy.
Chairman of ICNIRP;
9 Palestra de Michael H. Repacholi, coordenador projeto EMF – WHO;
9 Guia ICNIRP;
9 Estabelecendo um diálogo sobre riscos de campos eletromagnéticos,
Organização Mundial da Saúde.

Você também pode gostar