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FACULDADE DE TECNOLOGIA EBRAMEC

ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA


CURSO DE FORMAÇÃO EM ACUPUNTURA
DANIELA ROBERTA FILIPPINI

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE ALZHEIMER:


UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

SÃO PAULO
2017
2

DANIELA ROBERTA FILIPPINI

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE ALZHEIMER:


UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Trabalho de Conclusão de Curso de Formação em


Acupuntura apresentado à Faculdade de Tecnologia
EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina
Chinesa, sob orientação do Prof. Eduardo V. Jofre,
Co-Orientador Dr. Reginaldo de Carvalho Silva
Filho.

SÃO PAULO
2017
3

DANIELA ROBERTA FILIPPINI

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE ALZHEIMER:


UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

BANCA EXAMINADORA

Orientador: Eduardo V. Jofre

Co-Orientador: Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho

Daniela Roberta Filippini

São Paulo, _____ de _______________ de ________


4

Dedico este trabalho à minha família e a todas as pessoas maravilhosas que se encontram com
essa doença tão triste.
5

RESUMO

Este estudo é uma revisão da literatura referente à Acupuntura no tratamento da doença de


Alzheimer. No decorrer do mesmo, mostrou-se a associação constante dos aspectos energético,
funcional e orgânico presentes na contextualização da alteração orgânica em questão. O objetivo é
apresentar revisão bibliográfica sobre a utilização da Acupuntura no tratamento de Alzheimer, com
indicação de acupontos que restaurem a harmonia do corpo e possibilitem aos pacientes uma
qualidade de vida melhor, além de auxiliar no retardamento da doença. O aspecto energético é o
elemento que diferencia o processo de diagnóstico e tratamento da Medicina Chinesa em
comparação com a Medicina Ocidental. Cabe ressaltar que o Alzheimer é uma doença degenerativa
e progressiva que provoca atrofia do cérebro, levando à demência em pacientes idosos. Essa doença
que deve ser analisada e diagnosticada, para que haja efetividade no tratamento com a Acupuntura.
Torna-se relevante o domínio das orientações anatômicas sobre os pontos, para que possam ser
localizados e encontrados no corpo. As funções energéticas de cada ponto são guia para uma
decisão adequada do tratamento de Alzheimer. Com base nos autores, destacam-se os pontos: BA6
(Sanyinjiao), C7 (Shenmen), E36 (Zusanli), F3 (Taichong), IG4 (Hegu), PC5 (Jianshi), PC6
(Neiguan), R3 (Taixi), VB20 (Fengchi), VG20 (Baihui), VG26 (Renzhong) e VG4 (Mingmen). O
resultado da pesquisa bibliográfica permite observar que é válido o uso da Acupuntura no
tratamento de Alzheimer, como mostrado pelos autores, que indicaram pontos adequados, mas para
legitimar o uso eficaz da Acupuntura nestes tratamentos, é preciso aprofundar este estudo, buscando
mais referências sobre o tema.

Palavras-chave: Alzheimer, Acupuntura, Diagnóstico, Tratamento.


6

ABSTRACT

This study is a review of the literature regarding Acupuncture in the treating Alzheimer's
disease. In the course of the same, proved the constant association of energy, organic and functional
aspects present in the contextualization of organic amendment in question. The objective is to
present the bibliographical review about the use of Acupuncture in the Alzheimer's treatment, with
indication of acupoints to restore the harmony of the body and a possibility for the patients a better
quality of life, besides helping delay of the disease. The energy aspect is the element that
Differentiation of the process of diagnosis and treatment of Traditional Chinese Medicine in
comparison with Western Medicine. It is worth noting that Alzheimer's is a degenerative and
progressive disease that causes brain atrophy, leading to dementia in elderly patients. This disease
must be analyzed and diagnosed, in order to be effective in the treatment with Acupuncture. It
becomes relevant to master the anatomical orientations about the points so that they are located and
found in the body. The energy functions of each point are a guide to a proper decision on the
Alzheimer's treatment. Based on the authors cited include the dots: BA6 (Sanyinjiao), C7
(Shenmen), E36 (Zusanli), F3 (Taichong), IG4 (Hegu), PC5 (Jianshi), PC6 (Neiguan), R3 (Taixi),
VB20 (Fengchi), VG20 (Baihui), VG26 (Renzhong) and VG4 (Mingmen). The results of the
literature search show that the use of Acupuncture in the treatment of Alzheimer's disease is valid,
as demonstrated by the authors who indicated adequate points, but to legitimize the effective use of
acupuncture in these treatments, it is necessary to deepen this study, seeking more references on the
theme.

Key words: Alzheimer, Acupuncture, Diagnosis, Treatment.


7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação dos Cinco Movimentos na Natureza ..........................................................15

Tabela 2 – Classificação dos Cinco Movimentos no Corpo Humano ................................................15

Tabela 3 – Meridianos principais (canal de energia Jing Mai) ..........................................................17

Tabela 4 – Pontos utilizados para o tratamento de Alzheimer ...........................................................41


8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Manifestação física do Alzheimer no cérebro ..................................................................19

Figura 2 – Pontos do Canal da Bexiga (Pang Guang) ........................................................................34

Figura 3 – Pontos do Canal do Baço (Pi) ...........................................................................................34

Figura 4 – Pontos do Canal do Coração (Xin) ...................................................................................35

Figura 5 – Pontos do Canal do Estômago (Wei) – E33 (Yinshi) à E45 (Lidui) .................................35

Figura 6 – Pontos do Canal do Fígado (Gan) .....................................................................................36

Figura 7 – Pontos do Canal do Intestino Grosso (Da Chang) ............................................................36

Figura 8 – Pontos do Canal do Pulmão (Fei) .....................................................................................37

Figura 9 – Pontos do Canal do Pericárdio (Xin Bao) .........................................................................37

Figura 10 – Pontos do Canal do Rim (Shen) ......................................................................................38

Figura 11 – Pontos do Canal da Vesícula Biliar (Dan) ......................................................................38

Figura 12 – Pontos do Canal do Vaso Concepção – Ren Mai ...........................................................39

Figura 13 – Pontos do Canal do Vaso Governador – Du Mai............................................................39

Figura 14 – Ponto Extra Sishencong ..................................................................................................40


9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................10

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................10

2.1. Medicina Ocidental .................................................................................................................10

2.2. Medicina Chinesa ....................................................................................................................12

2.3. Acupuntura ..............................................................................................................................14

2.4. Alzheimer na Medicina Ocidental...........................................................................................17

2.4.1. Fatores de Risco para a Doença de Alzheimer ....................................................................19

2.4.2. Sintomas do Alzheimer .......................................................................................................20

2.4.3. Prognóstico da doença de Alzheimer ..................................................................................21

2.4.4. Diagnóstico do Alzheimer ...................................................................................................22

2.4.5. Biomarcadores para a doença de Alzheimer .......................................................................23

2.4.6. Tratamento do Alzheimer ....................................................................................................23

2.5. Alzheimer na Medicina Oriental .............................................................................................24

2.6. Pontos de Acupuntura no Tratamento de Alzheimer ..............................................................30

3. CONCLUSÃO ............................................................................................................................40

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................42


10

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho propõe mostrar como a Acupuntura pode contribuir no tratamento de


Alzheimer, visando uma qualidade de vida melhor aos portadores dessa doença e inibir o avanço do
processo degenerativo que destrói as funções mentais importantes, levando o paciente à demência.

O objetivo é apresentar revisão bibliográfica sobre a utilização da Acupuntura no tratamento


de Alzheimer, com indicação de acupontos que restaurem a harmonia do corpo.

O tema foi desenvolvido devido à preocupação em proporcionar ao paciente com Alzheimer


uma melhor qualidade de vida, proporcionando:

• Sono mais tranquilo;

• Menores manifestações de delírios e alucinações;

• Controle de agressividade;

• Combate a depressão e ansiedade.

A pesquisa se justifica na medida em que o Alzheimer é a causa mais comum de demência,


sendo responsável por mais de 60% dos casos (PINHEIRO, 2016).

Embora existam tratamentos farmacológicos como a Donepezila, Rivastigmina e a


Galantamina que são chamados de drogas inibidoras da colinesterase e funcionam ao aumentar os
níveis de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que ajuda na comunicação entre os neurônios,
infelizmente, nem todos os pacientes apresentam alguma melhora com estes medicamentos.

A metodologia adotada na construção do trabalho é baseada em pesquisas bibliográficas


acerca do tema, como revistas, jornais, livros, estudos, sites de Associações e Clínicas e artigos
publicados na internet, utilizando-se como palavras-chave: Alzheimer, Acupuntura, Saúde.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Medicina Ocidental

A Medicina Ocidental (MO) é caracterizada pelo princípio de tratar doenças de modo a curá-
las, embora exista o enfoque preventivo, e o medicamento é a base da prática médica ocidental
(AUTEROCHE, 1992).

A sua base é científica, experimental e a definição de doenças e meios de combate. Assim, se


defende que o Ocidente é reducionista em termos de medicina, sem uma visão holística do homem.
Medicina não combina com a dimensão emocional, afetiva e espiritual.
11

Ampliando a compreensão sobre a MO (FOCKS, 2005), temos que são princípios da mesma:
a) os seres humanos podem controlar a natureza; b) o invasor externo causa a doença; c) deve-se
controlar os sintomas e curar a doença; d) a manifestação da doença, por conseguinte, os sintomas,
são um fenômeno desagradável e precisam ser eliminados ou suprimidos; e) causas singulares para
cada transtorno ou doença; f) a progressão de uma doença particular é conhecida, mas apenas os
transtornos de forma e estrutura (morfologia) são reconhecidos, e não a progressão da
funcionalidade na estrutura; g) desconfia-se da história do paciente e as condições pessoais são
consideradas irrelevantes; h) o homem é como uma máquina e doenças são conflitos, assim, é
preciso consertar; i) descobrir a entidade da doença separada do ser; j) curar a doença pela
supressão dos sintomas, por meio de medicamentos ou cirurgia; k) uso do processo de síntese e
indução; l) ciência analítica e controlada, física newtoniana mecânica; m) manipulação de defeitos
estruturais: trauma e doenças que ameaçam a vida; n) uso de equipamentos laboratoriais.

A crise da MO moderna refere-se à crise de seu paradigma dominante, que se identifica


inteiramente com o positivismo ao não reconhecer o papel da sociedade, da cultura, da comunidade
científica e da própria história na determinação não só do objeto do conhecimento como da maneira
de abordá-lo. (AUTEROCHE, 1992)

Resumindo as informações anteriores, a seguir os princípios que regem a MO:

• Ênfase nos problemas físicos;

• Produtos sintéticos;

• Isolação dos distúrbios emocionais e nutricionais;

• Drogas padronizadas;

• Efeitos colaterais;

• Ataca os agentes patológicos e efeitos;

• Base experimental, fragmentada e especializada;

• Ênfase na bacteriologia, farmacologia, fisiologia e pesquisa clínica;

• Relevância do nome da doença;

• Uso generalizado da cirurgia;

• Drogas potentes;

• Terapia para atuar na lesão;

• Abordagem mecanicista;
12

• Tratamento não específico – diversidade de desordens tratadas igualmente;

• Pouca prevenção de danos orgânicos;

• Enfoca sintoma específico;

• Alopatia;

• Alta tecnologia;

• Altos gastos com pesquisas;

• Explicação laboratorial para doenças.

Não se deve esquecer que na MO a base de tudo é a existência de um invasor de fora, uma
força estranha ou patógeno, caracterizada como entidades distintas, com causas únicas provenientes
do exterior do corpo para cada distúrbio clínico, que é tratado com o uso de fármacos alopáticos que
atacam os sintomas, com base nas diferenças, ou seja, usar uma droga que cause o efeito inverso do
invasor no corpo do paciente (AUTEROCHE, 1992).

2.2. Medicina Chinesa

Na Medicina Chinesa (MC), o foco é a vida saudável, a saúde – que deve ser mantida,
preventivamente. O princípio da MC é o equilíbrio de energia no corpo, em que se busca manter o
fluxo desta energia, sem bloqueio, má distribuição ou de forma incorreta. Neste aspecto, a doença é
resultado da ocorrência de fenômenos diferentes e simultâneos, que provocam desarmonia global,
ou seja, nas relações do homem com a natureza, sua família e seus semelhantes (AUTEROCHE,
1992).

Alguns autores afirmam que a concepção da MC sobre os órgãos é diferente daquela do


Ocidente. Consideram-se três aspectos distintos: o energético, o funcional e o orgânico; os dois
últimos correspondendo à fisiologia, à histologia e à anatomia patológica estudadas no Ocidente; o
enfoque energético é ‘sui generis’ quer na característica Yin/Yang, quer nas funções que essas
Energias exerçam ao nível somático e mental. A MC denomina de Zang Fu o estudo dos Órgãos e
Vísceras sob esses três aspectos (YAMAMURA, 2001) (ROSS, 2003).

O autor Maciocia afirma que a MC considera a função do corpo como resultado da interação
de determinadas Substâncias Vitais, sendo elas: Qi (Energia), Xue (Sangue), Essência (Jing) e
Fluidos Corpóreos (Jin Ye). Vida e Medicina são uma só coisa. A saúde é um estado de bem-estar
em que o corpo é vital, equilibrado e adaptável ao seu ambiente. A doença é a
13

desarmonia/desequilíbrio e perda de adaptabilidade (um defeito da função/energia). (MACIOCIA,


1989)

Os sintomas dos desvios do corpo são manifestações da tentativa deste para curar-se (FOCKS,
2005). Quanto às causas das doenças, relacionam-se com qualquer ação / força que interfere com o
equilíbrio e o movimento de bioenergia: constituição, psique, estilo de vida, trauma, estresse
ambiental (da natureza ou do ser humano). Quanto à responsabilidade do paciente, as mudanças
energéticas principais são funções de uma psique e estilo de vida, e para prevenir doenças graves se
atua basicamente com autocuidado.

Segundo Li Shih Min (MIN, 2009), a Deficiência de Qi é uma desarmonia básica bem
conhecida na MC. Ao longo da história, acumularam-se experiências clínicas empíricas para seu
tratamento. A Acupuntura tem vários pontos para corrigir a Deficiência de Qi, que podem ser
usados de forma combinada e, em determinadas situações, associa-se ao uso de moxabustão
(queima de Artemísia) para obter um resultado melhor.

A MC também se baseia em certos princípios, como descrito sobre a MO e a seguir apresenta-


se estes princípios (AUTEROCHE, 1992):

• Engloba problemas físicos, mentais e emocionais;

• Produtos naturais;

• Não isolação dos distúrbios emocionais e nutricionais;

• Drogas aplicadas individualmente;

• Uso adequado não causa efeitos colaterais;

• Remove a causa e revitaliza o corpo;

• Base subjetiva;

• Ênfase na totalidade dos sintomas subjetivos;

• Relevância dos sintomas;

• Mínimas intervenções cirúrgicas;

• Drogas amenas;

• Terapia para atuar na lesão e nutrir o corpo;

• Abordagem orgânica;

• Uso específico e sintomas altamente diferenciados;


14

• Diagnóstico precoce;

• Verifica o Órgão ponto focal;

• Acupuntura e fórmulas herbáceas (Fitoterapia);

• Recursos tradicionais;

• Manutenção da tradição;

• Empirismo e filosofia.

Em resumo: A MC é filosófica, sintética, holística, interna, empírica, individual, preventiva,


experimental, experiencial, humoral, subjetiva e natural. A MO é científica, analítica, tópica,
cirúrgica, teorética, preventiva, socializada, bacteriológica, experimental, celular, objetiva e química
(PAI & HSING, 2013).

2.3. Acupuntura

Derivada dos radicais latinos ‘acus’ e ‘pungere’, que significam agulha e puncionar,
respectivamente, a Acupuntura visa à terapia e cura das enfermidades pela aplicação de estímulos
através da pele, com a inserção de agulhas em pontos específicos, chamados acupontos (MANN,
2001).

Para Wen (WEN, 2005), “a Acupuntura é o conjunto de conhecimentos teórico-empíricos da


MC que visa à terapia e à cura das doenças através da aplicação de agulhas e de moxas1 , além de
outras técnicas”.

Há mecanismos neurológicos e neuro endocrinológicos e a técnica milenar tem provado ser


eficaz em relação aos sistemas alérgico e imunológico e mesmo sendo uma ciência antiga, continua
sendo um campo aberto à pesquisa e a novos saberes. Assim, ao longo do tempo, houve muitas
inovações quanto a princípios, meridianos e pontos (WEN, 2005).

Ampliando a compreensão sobre Acupuntura, os autores Nakano e Yamamura (NAKANO &


YAMAMURA, 2005) argumentam que os princípios que fundamentam a Acupuntura baseiam-se
nas teorias do Yin/Yang, dos Cinco Movimentos, dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu), dos Oito
Princípios e dos Seis Fatores. A teoria do Yin/Yang relaciona-se com o conceito básico e
fundamental de todas as ciências orientais e que corresponde à condição primordial e essencial para
a origem de todos os fenômenos naturais como, por exemplo, o princípio da energia e da matéria.

1
A moxa ou mogusa – termo de origem japonesa – é confeccionada com as folhas secas da planta Artemisia Sinensis,
usada na moxabustão, ou seja, queima de pequenas porções desse vegetal associada ao tratamento com as agulhas.
15

O Yang equivale à energia – calor, movimento, força, expansão, entre outros – enquanto o
Yin representa o oposto – frio, repouso, escuridão, etc..... Por meio da Teoria dos Cinco
Movimentos – Água, Madeira, Fogo, Terra, Metal – procura-se explicar os processos evolutivos da
natureza, do universo, da saúde e da doença.

Ainda segundo Nakano e Yamamura (NAKANO & YAMAMURA, 2005), na fisiologia


energética humana, os cinco órgãos essenciais (Coração, Pulmão, Fígado, Baço e Rins),
representantes dos Cinco Movimentos, comandam estruturas e promovem o dinamismo das
atividades físicas e psíquicas e são estruturas essenciais do organismo, responsáveis pela formação,
crescimento, desenvolvimento e manutenção do corpo físico e da mente.

O autor Wen (WEN, 2005) complementando as explicações de Nakano e Yamamura


(NAKANO & YAMAMURA, 2005), apresenta a relação da natureza com os Cinco Movimentos:
Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água, apresentados na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1 – Classificação dos Cinco Movimentos na Natureza

Cinco
Cor Direção Estação Fator Climático Sabor
Movimentos
Madeira Verde Leste Primavera Vento Azedo
Fogo Vermelho Sul Verão Calor Amargo
Terra Amarelo Centro Transição Umidade Adocicado
Metal Branco Oeste Outono Secura Picante
Água Preto Norte Inverno Frio Salgado
Fonte: EBRAMEC

A Tabela 2 apresenta a relação dos Cinco Movimentos no corpo humano, para entender
melhor as informações de Silva Junior (SILVA JÚNIOR, 2005).

Tabela 2 – Classificação dos Cinco Movimentos no Corpo Humano

Cinco
Ação Emoção Sentido Órgão Víscera
Movimentos
Raiva, Irritação,
Madeira Gritar Visão Fígado Vesícula Biliar
Nervosismo, Fúria
Alegria, Euforia, Coração / Intestino Delgado /
Fogo Rir Tato
Ansiedade Pericárdio Triplo Aquecedor
Preocupação, Reflexão,
Terra Cantar Paladar Baço Estômago
Pensamento
Suspirar; Tristeza, Angústia,
Metal Olfato Pulmão Intestino Grosso
Chorar Aflição
Fonte: EBRAMEC
16

O autor Silva Júnior (SILVA JÚNIOR, 2005), ao abordar a fisiologia energética humana,
trata dos Sistemas de Órgãos e Vísceras da MC, afirmando que o Rim (Shen) armazena a Essência
ou a Energia Ancestral, de modo que controla o nascimento, crescimento, desenvolvimento e
reprodução; controla os ossos, a água, a recepção de energia, abrindo-se nas orelhas e
manifestando-se nos cabelos. O Baço (Pi) regula a transformação e o transporte, a parte carnosa dos
músculos e os membros, governa o sangue, mantém os órgãos fixos, abre-se na boca e manifesta-se
nos lábios. Quanto ao Fígado (Gan), é o órgão que harmoniza o fluxo livre de energia, armazena o
sangue, harmoniza os tendões – músculos – e abre-se nos olhos e manifesta-se nas unhas.

Pode parecer, a princípio, considerando os Cinco Movimentos e seus desdobramentos, que a


Acupuntura é muito complexa, contudo, ela é uma prática que se tornou popular desde a China
antiga e ainda hoje se conserva por ser relativamente simples na sua fundamentação teórica,
aplicação e aprendizagem (WEN, 2005).

Em outros termos, a base da Acupuntura está na estimulação de determinados pontos do


corpo com agulha ou com fogo, a fim de restaurar e manter a saúde (NAKANO & YAMAMURA,
2005).

A estimulação de determinados pontos se relaciona aos aspectos energéticos dos Órgãos e


das Vísceras, conhecidos como Zang Fu, que são responsáveis pela integridade do corpo, de modo
que quando há harmonia energética, as funções psíquicas, bem como as dos Órgãos e Vísceras e das
demais estruturas, apresentarão bom desempenho funcional (SILVA JÚNIOR, 2005).

Wen (WEN, 2005), ao tratar dos pontos de aplicação da Acupuntura, denomina-os Hsue,
que em chinês significa "buraco". Trata-se de pontos de depressão ou vias, por onde a agulha,
principalmente ao ser aplicada, encontra baixa resistência, e geralmente se localizam entre tecidos
mais rígidos, como ossos e tendões, ou ainda no meio de tecidos moles. Os pontos correntemente
usados em Acupuntura são quase dois mil. Dentre estes, 670 são denominados pontos de
meridianos; os demais são constituídos pelos pontos extra meridianos, pontos da orelha, pontos da
cabeça, pontos do nariz, pontos das mãos, pontos dos pés, etc.

A Acupuntura não somente aborda os aspectos funcionais dos seus pontos, mas também as
diferentes funções dos meridianos Jing Luo, que representam o importante sistema de consolidação
e de comunicação dos Zang Fu com a parte somática, condicionando, na sua trajetória, a forma
física do ser humano. O uso das ervas medicinais, ao lado das agulhas, tem a finalidade de
fortalecer a matéria e a energia, repondo as mesmas quando houver falta (WEN, 2005).
17

Ao tratar da parte somática, abordada por Wen (WEN, 2005), ressalta-se que: “Reconhecer
as alterações produzidas na forma física pelos canais de energia é saber reconhecer o estado
energético dos órgãos e das vísceras, e, por conseguinte, o meio mais adequado para o tratamento”.

Para ampliar a compreensão sobre Órgãos e Vísceras, a Tabela 3 a seguir apresenta os


Meridianos Principais.

Tabela 3 – Meridianos principais (canal de energia Jing Mai)

Meridianos Abreviatura Canal Unitário


Pulmão (Fei) P Shou Tai Yin (da mão)
Baço (Pi) BA Zu Tai Yin (do pé)
Intestino Grosso (Da Chang) IG Shou Yang Ming (da mão)
Estômago (Wei) E Zu Yang Ming (do pé)
Coração (Xin) C Shou Shao Yin (da mão)
Rim (Shen) R Zu Shao Yin (do pé)
Intestino Delgado (Xiao Chang) ID Shou Tai Yang (da mão)
Bexiga (Pang Guang) B Zu Tai Yang (do pé)
Pericárdio (Xin Bao) PC Shou Jue Yin (da mão)
Fígado (Gan) F Zu Jue Yin (do pé)
Triplo Aquecedor (San Jiao) TA Shou Shao Yang (da mão)
Vesícula Biliar (Dan) VB Zu Shao Yang (do pé)
Fonte: EBRAMEC

Considerando os pontos da Acupuntura, é possível dividir esses pontos em três categorias: a)


Efeitos Sistêmicos – por exemplo, IG4 (Hegu) e R7 (Fuliu), pois sua aplicação pode controlar a
sudorese ou ainda B11 (Dashu) e IG11 (Quchi), para controlar a febre; b) Efeitos Locais – pontos
locais para tratamento da dor ou ainda a aplicação de pontos regionais para alívio de sintomas
apresentados por algum órgão que se localiza em determinada região; c) Efeitos à Distância – por
exemplo, fazer uma aplicação no E36 (Zusanli), localizado na perna, para tratar doenças do
aparelho digestivo ou então, VB39 (Xuangzhong), na perna, para o tratamento de dores de cabeça,
na zona temporal (WEN, 2005).

2.4. Alzheimer na Medicina Ocidental

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas
pode e deve ser tratada. Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas. Talvez, por isso, a doença
tenha ficado erroneamente conhecida como “esclerose” ou “caduquice”. (IAB, História da Doença
de Alzheimer, s.d.)
18

A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação,


atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é
possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade
de vida ao paciente e à família.

Conforme o Instituto Alzheimer Brasil (IAB, s.d.), seu nome oficial refere-se ao médico Alois
Alzheimer, o primeiro a descrever a doença, em 1906. Ele estudou e publicou o caso da sua
paciente Auguste Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos, desenvolveu um quadro de perda
progressiva de memória, desorientação, distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender
e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o
Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como
características da doença.

Não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são conhecidas algumas lesões
cerebrais características dessa doença. As duas principais alterações que se apresentam são as placas
senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida, e os
emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau. Outra alteração observada
é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com
redução progressiva do volume cerebral. (IAB, s.d.)

Segundo o IBGE (2012), há aproximadamente uma pessoa de 60 anos ou mais de idade para
cada duas pessoas de menos de 15 anos de idade. Estudos recentes demonstram que essas alterações
cerebrais já estariam instaladas antes do aparecimento de sintomas demenciais. Por isso, quando
aparecem as manifestações clínicas que permitem o estabelecimento do diagnóstico, diz-se que teve
início a fase demencial da doença.

As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea. As áreas comumente mais


atingidas são as de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e pelas funções
executivas que envolvem planejamento e execução de funções complexas. Outras áreas tendem a
ser atingidas, posteriormente, ampliando as perdas. (IAB, s.d.)

Estima-se haver cerca de 46,8 milhões de pessoas com demência no mundo. Este número
praticamente irá dobrar a cada 20 anos, chegando a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em
2050 segundo dados fornecidos pelo Relatório de 2015 da Associação Internacional de Alzheimer
(IAB, Entendendo a Doença de Alzheimer (DA) através de estudos realizados com populações
(Epidemiologia), s.d.).

Abaixo temos a figura de um cérebro saudável e outro com a doença de Alzheimer.


19

Figura 1 – Manifestação física do Alzheimer no cérebro

Fonte: MD Saúde

2.4.1. Fatores de Risco para a Doença de Alzheimer

O maior fator de risco para o Alzheimer é a idade avançada (FORLENZA, 2000). Após os
65 anos, a chance de se desenvolver Alzheimer dobra a cada cinco anos, fazendo com que 40% das
pessoas acima de 85 anos tenham a doença. Raramente, o mal de Alzheimer surge antes dos 60 anos
de idade.

Conforme o Dr. Pedro Pinheiro (PINHEIRO, s.d.), além da idade, outro fator de risco
importante é o aspecto genético. Pessoas com familiares de primeiro grau com Alzheimer
apresentam maior risco de também tê-lo, evidenciando um papel importante da carga genética.

O Alzheimer é duas vezes mais comum em negros do que em brancos; também é mais
comum em mulheres do que em homens.

Alguns outros fatores também parecem aumentar os riscos de desenvolvimento do


Alzheimer, entre eles:

• Sedentarismo;

• Tabagismo;

• Hipertensão arterial;

• Colesterol elevado;

• Diabetes mellitus;

• Depressão após os 50 anos de idade.


20

De forma oposta, alguns fatores relacionados à estimulação do cérebro parecem reduzir o


risco do desenvolvimento do Alzheimer, tais como:

• Grau de escolaridade elevado;

• Trabalhos que são intelectualmente estimulantes;

• Leitura frequente;

• Tocar instrumentos musicais;

• Interação social frequente.

2.4.2. Sintomas do Alzheimer

O Dr. Pedro Pinheiro (PINHEIRO, s.d.) esclarece que a demência é uma síndrome, ou seja,
um conjunto de sinais e sintomas relacionados à deterioração das capacidades intelectuais do
paciente. Além da doença de Alzheimer, é também comum a ocorrência de demência em pacientes
com múltiplos AVC, doença de Parkinson, alcoolismo crônico, traumas cranianos, deficiência de
vitaminas, hipotireoidismo grave, tumor cerebral e algumas outras doenças neurológicas.

A síndrome demencial apresenta três características básicas:

• Alterações da memória;

• Alterações da capacidade intelectual, incluindo dificuldades com raciocínio


lógico, linguagem, escrita, organização do pensamento, interpretações dos
estímulos visuais, planejar e realizar tarefas complexas, etc.;

• Alterações de comportamento, como perda da inibição, agitação e alucinações,


etc.

A demência é uma síndrome de instalação lenta e progressiva, que muitas vezes passa
despercebida em estágios iniciais. É comum o paciente idoso com demência em fases precoces ter
suas alterações tratadas como “coisas normais da idade”.

É importante salientar que pequenos esquecimentos são comuns e ocorrem com todas as
pessoas, principalmente em períodos de maior estresse ou cansaço. Todavia, quando os lapsos de
memória começam a ocorrer com frequência e são importantes, como esquecer o próprio endereço,
sair de casa e perder-se, esquecer nomes de pessoas familiares, etc., devemos acender um sinal de
alerta. Se junto com a perda frequente e progressiva de memória para fatos recentes, o idoso
também apresentar alterações do comportamento social, como apatia e tendência a isolar-se, além
21

de períodos de confusão, como guardar sal na geladeira ou as chaves de casa no armário dos
alimentos, a demência deve ser uma hipótese a ser considerada (PINHEIRO, s.d.).

O esquecimento da demência é diferente do esquecimento comum do dia a dia. Uma pessoa


pode esquecer de uma reunião agendada, mas quando alguém a avisa, ela lembra-se de tê-la
marcado. O paciente com Alzheimer esquece a reunião e nem sequer lembra-se de tê-la alguma vez
marcada, mesmo que a veja escrita com sua letra em uma agenda.

Nas fases iniciais da doença de Alzheimer, o próprio paciente não consegue reconhecer estes
déficits neurológicos, arranjando sempre uma desculpa para justificar estas falhas. Como o paciente
não se dá conta da doença, muitas vezes os familiares também demoram a valorizar as alterações.
Conforme a demência avança, a família começa a notar que os sinais e sintomas começam a ficar
muito evidentes e já não mais se encaixam no que as pessoas consideram natural para idade.

Os pacientes com doença de Alzheimer em fases mais avançadas podem apresentar apatia,
depressão ou agressividade, lê coisas e não consegue interpretá-las, é incapaz de fazer cálculos, não
consegue nomear objetos e não reconhece pessoas familiares. Com o tempo, passa a ser incapaz de
realizar tarefas básicas, como se vestir e tomar banho. O paciente torna-se desorientado no tempo e
no espaço, não sabendo indicar a data atual nem identificar geograficamente onde se encontra
(PINHEIRO, s.d.).

Perda das inibições é outro sintoma comum do Alzheimer. O paciente pode mostrar sua
genitália em público, acusar pessoas de roubarem seus objetos, falar palavrões ou obscenidades
indiscriminadamente, ou insultar os outros sem motivo aparente.

Incontinência fecal e urinária também podem surgir em fases avançadas.

2.4.3. Prognóstico da doença de Alzheimer

O Alzheimer é uma doença que inexoravelmente progride. Existem casos de Alzheimer por
mais de duas décadas e casos de pacientes com rápida evolução em apenas dois ou três anos. Muitas
vezes é difícil estabelecer retrospectivamente uma data para o início dos sintomas, o que atrapalha
na hora de se avaliar o tempo de progressão da doença. Sabe-se, entretanto, que uma vez
estabelecido o diagnóstico do mal de Alzheimer, a expectativa de vida do paciente costuma ser ao
redor de três a oito anos (IAB, s.d.).

O que leva o paciente ao óbito não é a doença em si, mas sim suas complicações, como
acidentes e quedas com traumatismos cranianos, dificuldade em engolir, que o ocasiona bronco
aspiração e desnutrição, e restrição ao leito, que favorece o surgimento de infecções e escaras. A
22

pneumonia e a infecção urinária costumam ser os principais tipos de infecção do paciente com
Alzheimer.

Quanto maior forem os cuidados fornecidos pela família, muitas vezes com auxílio de
enfermagem e fisioterapia, maior costuma ser a qualidade e o tempo de sobrevida destes pacientes.

2.4.4. Diagnóstico do Alzheimer

O diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer é feito com biópsia do tecido cerebral, o


que, por razões óbvias, é raramente realizado na prática clínica. Em mais de 90% dos casos, o
diagnóstico é baseado em dados clínicos; análises de sangue e exames de imagens ajudam a
descartar outras causas de demência, mas não estabelecem o diagnóstico de doença de Alzheimer.
Da mesma forma, exames de imagem, como a ressonância magnética ou a tomografia
computadorizada do crânio também não ajudam a fechar o diagnóstico (IAB, s.d.).

Existem testes simples para documentar e acompanhar alterações da capacidade mental dos
pacientes. O mais famoso e usado é o mini mental, que é um questionário de 30 questões agrupadas
em 10 seções, na qual as seguintes características são avaliadas:

• Orientação espaço-temporal (capacidade de reconhecer onde está e em que


data estamos);

• Capacidade de atenção, concentração e memória;

• Capacidade de abstração e realização de cálculos simples;

• Linguagem e percepção visual-espacial;

• Capacidade de seguir instruções básicas.

São critérios para o diagnóstico clínico do mal de Alzheimer:

• Demência atestada pelo exame clínico e por testes padronizados, como o mini
mental;

• Déficit em duas ou mais áreas cognitivas (memória, linguagem, raciocínio,


concentração, juízo, pensamento, etc.);

• Piora progressiva dos déficits cognitivos;

• Início após 40 anos e antes dos 90 anos;

• Ausência de outra doença neurológico ou sistêmica que cause déficits


cognitivos.
23

Os critérios acima conseguem identificar corretamente a doença de Alzheimer em até 90%


dos casos (ACUPUNTURISTA.NET, 2011).

2.4.5. Biomarcadores para a doença de Alzheimer

Recentemente foram descobertos alguns biomarcadores que indicam o acúmulo de proteína


beta-amiloide e da proteína tau no sistema nervoso dos pacientes com Alzheimer. Esses marcadores
podem ser identificados através do exame do líquido cefalorraquidiano ou por um exame de
imagem chamado PET (Tomografia por Emissão de Positrões). (PINHEIRO, s.d.)

Os biomarcadores ainda estão em fase em estudo e sozinhos não servem para estabelecer o
diagnóstico. A sua presença em pacientes com quadro clínico sugestivo de Alzheimer, porém, é
mais um fator que fala a favor do diagnóstico.

2.4.6. Tratamento do Alzheimer

a) Cuidados Básicos

Uma questão importante para familiares ou cuidadores de pacientes com Alzheimer é


mantê-lo afastado de atos e situações inseguras. Como muitas pessoas com demência não percebem
que o seu funcionamento mental está afetado, eles tentam manter suas rotinas diárias. Situações
triviais para a maioria de nós podem ser muito perigosas para pacientes com mal de Alzheimer,
como, por exemplo, dirigir automóveis, cozinhar, andar sozinho pela rua ou ir à praia sozinho.

As quedas são muito comuns, por isso a casa deve ser preparada de forma a não criar
“armadilhas” para o paciente, como fios pelo chão, irregularidades no piso, piso escorregadio,
excesso de móveis pelo caminho, etc.

Cigarro e álcool devem ser evitados. Atividades físicas supervisionadas devem ser
encorajadas. (PINHEIRO, s.d.)

b) Remédios para o mal de Alzheimer

Embora o conhecimento sobre a doença de Alzheimer esteja evoluindo rapidamente, não há


atualmente nenhuma cura para o mal. Há, todavia, algumas medicações que podem ajudar a
amenizar alguns dos sintomas da doença de Alzheimer.

Medicamentos como a Donepezila, Rivastigmina e a Galantamina são chamados drogas


inibidoras da colinesterase e funcionam ao aumentar os níveis de um neurotransmissor chamado
24

acetilcolina, que ajuda na comunicação entre os neurônios. Infelizmente, nem todos os pacientes
apresentam alguma melhora com estes medicamentos.

A memantina é um medicamento diferente dos inibidores da colinesterase. Esta droga e mais


eficaz e pode proteger o cérebro dos danos causados pelo Alzheimer, retardando a progressão dos
sintomas da doença. É, por vezes, usada em combinação com um inibidor da colinesterase para
otimizar os seus efeitos.

É importante ter expectativas realistas sobre os potenciais benefícios destes medicamentos.


Nenhum desses remédios cura a doença de Alzheimer ou impede definitivamente o seu avanço.
Quando os medicamentos funcionam, o seu grande mérito é conseguir atrasar o curso da doença,
prolongando a qualidade de vida e as capacidades cognitivas do paciente. Porém, cedo ou tarde, a
doença irá causar demência grave ao paciente. (PINHEIRO, s.d.)

2.5. Alzheimer na Medicina Oriental

Segundo Maciocia (MACIOCIA, 1996), apenas através do entendimento do conceito mente


e espírito na cultura Chinesa, compreenderemos como tratar problemas psicológicos e emocionais,
através da Acupuntura.

Maciocia (MACIOCIA, 2010) ainda descreve sobre os principais sintomas e sinais


geriátricos que aparecem em idosos com uma explicação de sua patologia sob ponto de vista da
Medicina Chinesa.

• Otosclerose: Fleuma / Estase de sangue;

• Catarata: Fleuma;

• Degeneração macular (vascular, falta de nutrição sanguínea): Estase de


sangue;

• Olhos secos: Pode ser devido a estase do sangue;

• Alzheimer: Fleuma;

• Parkinson: Vento;

• Pouca memória: Pode ser devido a fleuma;

• Tonturas: Fleuma;

• Membrana epirretiniana: Fleuma;

• Máculas: Estase de sangue;


25

• Pele seca: Em idosos pode ser devido a estase de sangue;

• Coceira: Fleuma / Vento;

• Entorpecimento / Dormência: Fleuma / Vento;

• Perda de cabelo: Pode ser devido a estase de sangue.

Muitos dos sintomas dos idosos são devido a Fleuma:

• Coração: confusão mental, sensação de opressão no peito;

• Vesícula biliar: pedras, náuseas, incapacidade de digerir gorduras;

• Articulações: deformidades ósseas, dor, rigidez;

• Pulmões: tosse com expectoração, sensação de opressão do peito, asma, falta


de ar;

• Estômago: falta de apetite, problemas digestivos, hérnia hiatal, refluxo ácido;

• Pele: pele oleosa, sudorese, moles amarelas.

Doenças neurodegenerativas são caracterizadas por uma deterioração progressiva. Suas


manifestações clínicas são determinadas pela localização e pela gravidade de cada caso. Sua origem
pode ser identificada na Deficiência da Essência do Rim, pelo Bloqueio do Canal do Cérebro ou
ambos.

Segundo a Medicina Chinesa, a causa de doenças neurodegenerativas está no Rim, órgão


responsável pelo controle dos Ossos e Medula. De acordo com esse ponto de vista, a Estagnação do
Sangue e a Acumulação de Catarro (Mucosidade/Fleuma) nos Rins são consideradas causas e não
sintomas. Assim, o tratamento desse tipo de doença consiste em Tonificar o Rim para eliminar o
catarro (Mucosidade/Fleuma) e remover a Estagnação do Sangue (ACUPUNTURISTA.NET, 2011).

De acordo com a tradição da Medicina Oriental, o Espírito (Shen) habita o Coração (Xin) e
o Cérebro (Nao), e é afetado pelo estado de saúde mental e físico de uma pessoa. Quando o Espírito
é afetado, ocorre a deterioração das funções mentais que podem resultar em delírio e demência,
acompanhado de sintomas físicos semelhantes às complicações do AVC.

O Alzheimer para a Medicina Chinesa tem sua classificação relacionada às seguintes


categorias:

• Daí Bing (mente débil);

• Wen Chi (demência senil);


26

• Shan Wang (memória fraca);

• Yu Zheng (síndrome depressiva);

• Dian Zheng (loucura).

A patologia nas pessoas de meia idade e idade avançada tem em sua etiologia à Deficiência
de Qi e Sangue (Xue) ou insuficiência de Essência (Jing), os quais levam ao desenvolvimento de
Energia Perversa (Xie Qi) como Vento Patogênico, Fogo, Mucosidade e Estase de Sangue.
(ACUPUNTURISTA.NET, 2011)

Uma vez instalado, a Energia Perversa (Xie Qi) ascenderá à cabeça, obstruindo vasos,
impedindo assim que o Yang puro, o Líquidos Orgânicos (Jin Ye) e demais nutrientes possam ser
levados ao Mar da Medula, ocorrendo a obstrução dos seus orifícios. A inteligência e a memória são
atividades cerebrais e não do coração, sua perda deve-se à exaustão gradual da medula do cérebro
causada por uma Deficiência da Energia do Rim (Shen Qi) e da Energia pré-natal (Yuan Qi).

O Alzheimer é uma doença de etiologia de vazio com sinais de plenitude na superfície, ou


seja, na raiz há Deficiência e na superfície há Excesso. Por essa razão, é fundamental determinar
com rigor qual a dimensão do vazio e da plenitude em cada paciente. Assim, será possível
prescrever a terapêutica mais apropriada, de acordo com a diferenciação, usando-se os princípios de
tonificação da insuficiência da essência vital e dispersão do Excesso, removendo os fatores
perversos.

Diferentes focos de tratamento foram defendidos por renomados médicos chineses como
veremos a seguir.

Deng Zhenming defendeu o tratamento da demência causada por Vazio do Yin do Rim
(Shen) e do Fígado (Gan). Para tal, prescreveu a fórmula Bushen Yinao Tang (Suplemento
Tonificante do Rim e Cérebro). A sua composição inclui He Shou Wu (Radix Polygoni Multiflori),
Shan Zhu Yu (Fructus Corni), Shan Yao (Rhizoma Dioscoreae), Gou Qi Zi (Fructus Lycii) e Tu Si
Zi (Semen Cuscutae). (FRANÇA, 2010)

Nos casos em que Vento Patogênico esteve presente, acrescentou Long Gu e Mu Li;
existindo relatos de eficácia de 95% dos casos tratados. Com essa prescrição foi possível verificar
melhorias no EEG e nos níveis de lipemia, ocorrendo também alterações nos níveis do
complemento C3b e no seu receptor, o que favorece a diminuição da fagocitose eritrocitária,
melhorando o aporte de oxigênio ao cérebro.

Zhang Farong entendia que a demência senil tem origem na insuficiência do Mar da Medula
e no bloqueio do orifício do Cérebro através da Deficiência do Shen Qi e do Jing, levando assim a
27

uma posterior astenia do Baço (Pi) e Deficiência do Yin do Fígado (Gan). Para tal prescreveu com
Huan Shao Dan de forma a nutrir o Fígado (Gan) e o Rim (Shen), suplementando a essência para a
nutrição do Mar da Medula. (FRANÇA, 2010)

Han Xu considerava que a insuficiência do Coração (Xin) e do Rim (Shen) causaria


demência de tipo depressivo. O princípio terapêutico é restabelecer a comunicação e nutrir o
Coração (Xin) e Rim (Shen), a fim de tranquilizar o Shen (Espírito, Consciência, Mente) e
fortalecer o cérebro. Para isso prescreveu que o uso de Ziyang Xinshen Fang (fórmula para
enriquecer e alimentar o Coração (Xin) e o Rim (Shen)), tendo na sua composição Shu Di (Radix
Rehmanniae preparata), He Shou Wu (Radix Polygoni Multiflori), Gou Qi Zi (Fructus Lycii),
Huang Jing (Rhizoma Polygonati), Shan Zhu Yu (Fructus Corni), Sang Ji Sheng (Herba Taxilli),
Suan Zao Ren (Semen Ziziphi Spinosae), Bai Zi Ren (Semen Platycladi) e Wu Wei Zi (Fructus
Schisandrae).

Sun Xiang sustentava que o Pulmão (Fei) governa o Qi do corpo, o qual gera a Essência
para controle do estado mental.

Quando o Qi do Pulmão (Fei) está consumido e deficiente, devido à idade avançada, ele se
torna incapaz de controlar a atividade mental originando uma série de sinais e sintomas. A geração
do Rim (Shen) também se torna incapaz, e a comunicação entre alto e baixo não é estabelecida
ocorrendo fôlego curto, opressão torácica, discurso incoerente, distúrbios da compreensão e pulso
filiforme. (FRANÇA, 2010)

Conforme o autor Auteroche (AUTEROCHE, 1992), fatores como a ansiedade extrema,


dieta alimentar incorreta, abuso de exposição a ambientes frios, administração prolongada de
fitoterapia de natureza fria, causam a Deficiência do Baço (Pi) e obstrução interna dos orifícios
pelas mucosidades turvas, originando um quadro de debilidade mental do tipo misto vazio-plenitude.

Segundo a Medicina Chinesa, os seguintes padrões se apresentam:

• Deficiência do Qi do Baço (Pi) com fleuma e estagnação de Sangue (Xue)


obstruindo os orifícios da mente;

• Estagnação do Qi do Fígado (Gan) com acumulo de fleuma (mucosidade) e


estagnação de Sangue;

• Fleuma-Calor obstruindo os orifícios;

• Deficiência do Yang do Baço (Pi) e do Rim (Shen), gerando fleuma


(mucosidade) e estagnação de Sangue (Xue), obstruindo os orifícios da mente;
28

• Deficiência do Yin do Fígado (Gan), Yin do Rim (Shen) e Yang do Baço (Pi)
com acumulo de fleuma (mucosidade), levando a estagnação Sangue (Xue),
obstrução dos os orifícios da mente e geração de Vento interno.

O tratamento dessas doenças consiste em despertar o Espírito (Shen), abrindo os orifícios


sensoriais e estimulando o cérebro.

A riqueza das experiências acumuladas na prática da Medicina Chinesa (MC), ao longo dos
seus 5.000 anos de desenvolvimento, tem comprovado a grande variedade de doenças que podem
ser tratadas efetivamente com este método de tratamento (XIA, 2010).

Em reconhecimento ao crescente interesse mundial pelo assunto, a Organização Mundial da


Saúde (OMS) realizou um simpósio sobre Acupuntura em junho de 1979, em Pequim, na China.
Praticantes da Acupuntura de diferentes países foram convidados a identificar os desequilíbrios
fisiológicos, os quais poderiam ser beneficiados com esta terapia. Desde então muitas pesquisas têm
sido realizadas com o objetivo de investigar os mecanismos neurofisiológicos da Acupuntura,
procurando responder principalmente como a Acupuntura funciona e também fornecer evidências
para comprovar a sua eficácia (XIA, 2010).

De acordo com os registros da Associação Brasileira de Acupuntura, a Acupuntura


associada a estímulos motores tem conseguido que a evolução da doença seja retardada e, ainda, a
interrupção de seu processo degenerativo.

Nesse sentido, como mostra Márcio de Luna, presidente da Associação Brasileira de


Acupuntura do Rio de Janeiro, as novas abordagens terapêuticas para a doença são importantes. E é
dessa forma que a Acupuntura pode trazer elementos inovadores tanto para tratar como para
prevenir o Alzheimer.

Podemos observar em vários trabalhos que têm sido publicados que a Acupuntura é
altamente recomendável no tratamento e na prevenção da Doença de Alzheimer. De acordo com o
presidente da Associação Brasileira de Acupuntura, Evaldo Martins Leite, agregar os “estímulos
motores com a Acupuntura propicia, em quase a totalidade dos casos, avanços no processo de
resistência à debilidade que se apresenta quando iniciada em pacientes que já têm a doença”.

A Acupuntura auxilia no combate às diversas possíveis causas da doença, dado que “atua
como reguladora do nível molecular, neurobioquímico, dos fatores neurotróficos, dos
neurotransmissores e neuropeptídeos, e do sistema nervoso central, periférico e autônomo”, como
aponta Márcio de Luna no artigo Acupuntura no combate à doença de Alzheimer. E apesar de haver
um número pequeno de pesquisas aprofundadas acerca do tema e muitas destas serem no idioma
29

chinês, “as evidências acumuladas empírica e clinicamente até o momento” mostram a importância
da Acupuntura “no programa de reabilitação cognitiva do doente de Alzheimer” (LUNA, 2015).

Ainda segundo a Medicina Chinesa, as doenças degenerativas são causadas pela perda de
Jing (Essência) (PFARMA, s.d.).

Com isso podemos compreender que, apesar dessas perdas serem naturais nos processos de
envelhecimento, elas podem ser aprofundadas por fenômenos de envelhecimento precoce, motivos
ou predisposições genéticas e também pelo consumo de álcool e drogas. “A perda crônica desta
energia inicia um processo de desnutrição, o que, em conjunto com processos de aumento anormal
da Energia do Fígado (Gan), pode levar à degeneração e à morte gradual dos neurônios e destruição
da conexão entre células nervosas. Uma das consequências frequentes é o desaparecimento
progressivo da fenda cerebral, local onde a memória, a longo prazo, se sedimenta. ” (PFARMA, s.d.)

De acordo com observações clínicas de alguns médicos chineses, presentes no Journal of


Traditional Chinese Medicine, quando “fatores patogênicos ascendem à cabeça podem obstruir os
vasos, impedindo o cérebro de receber o Yang lúcido, os líquidos orgânicos e os nutrientes,
resultando na oclusão dos orifícios e na diminuição ou perda de memória” (WEIMIM, s.d.).

De acordo com informações do Portal da Acupuntura, as doenças neurodegenerativas, para a


Medicina Chinesa, são caracterizadas por uma deterioração progressiva e a sua origem pode estar
na Deficiência da Essência do Rim (Shen), bloqueio do Canal do Cérebro (Nao) ou ambos.

No “Journal of Traditional Chinese Medicine”, Yang Jimin, com base em sua experiência
clínica, sintetiza as causas patogênicas da demência no seguinte:

• Má nutrição do Cérebro (Nao), devido à reduzida formação de medula pela


Essência, porque o rim se encontra em insuficiência;

• Má nutrição da Medula (Sui) do Cérebro, devido à disfunção dos Órgãos e


Vísceras (Zang Fu) e Deficiência de Energia (Qi) e Sangue (Xue);

• Oclusão dos orifícios devido à estagnação e obstrução por mucosidades e


estase.

Em “Corrections on the Errors” (QIN-REN, 1830), Wang Qin-Ren, da dinastia Qing,


afirmou que “inteligência e memória são atividades cerebrais e não do Coração (Xin). E a perda da
memória numa pessoa senil deve-se à exaustão gradual da Medula do Cérebro”.

Em seu livro Records on Diagnosis, Chen Shiduo pontuou que “a inteligência não é um
produto do coração ou do rim, mas das suas interações e, assim que a interação deixar de funcionar,
a inteligência se perderá”. Além disso, declarou que “a debilidade mental se encontra relacionada
30

com a Deficiência do Baço (Pi) e Estômago (Wei), e a disfunção do Fígado (Gan) em promover o
fluxo livre do Qi. Quando o Baço (Pi) e Estômago (Wei) estão em insuficiência, o Cérebro perde os
seus nutrientes por insuficiente formação de Qi e Xue. Simultaneamente, as funções de
transformação e transporte, encontrando-se deficientes, levam à formação de Mucosidades que, ao
subirem à extremidade encefálica, vão obstruir os orifícios, originando debilidade mental. Após a
meia-idade, as preocupações constantes da vida podem afetar a função do fígado. Se o Qi do Fígado
(Gan) ficar bloqueado por muito tempo, transforma-se em Fogo, lesionando o Yin e impedindo o
cérebro de ser convenientemente nutrido” (WEIMIM, s.d.).

Em seu artigo Acupuntura no tratamento de Alzheimer, o farmacêutico acupunturista Chen


Shiduo escreve: “O tratamento consiste em despertar o Shen (Mente), abrindo os orifícios sensoriais
e estimulando o cérebro, por meio da manipulação dos pontos (principalmente) dos canais Yin. Este
método trata os sinais e sintomas da doença, possibilitando, assim, uma atenuação deles,
proporcionando uma melhora na qualidade de vida do paciente e, consequentemente, mais
tranquilidade e conforto aos familiares. ” (CARVALHO, s.d.)

Um outro trabalho, apresentado por Roberto Almeida a partir da pesquisa Acupuncture Ups
Memory anda Protects Brain Cells, mostra que a Acupuntura impede a perda de células cerebrais
nas áreas relativas à memória.

“Os achados laboratoriais mostram também que a Acupuntura melhora a cognição e previne
e perda de neurônios no hipocampo. Ela trata os sinais e sintomas da doença, como alterações
cognitivas, esquecimento de fatos recentes e antigos, dificuldade motora, variações de humor,
fadigas, entre outros, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente e mais conforto aos
familiares. Esta estimula o hipocampo, que está relacionado à memória (de longa duração), e
também alguns neurotransmissores, como a acetilcolina. Isso contribui para uma vida com menos
esquecimentos. Estudos revelaram que o tratamento duas vezes por semana, durante três meses,
reduziu significativamente a depressão e a ansiedade. Houve também melhora significativa na
cognição habilidades verbais, coordenação motora e na severidade global dos sintomas de
Alzheimer. ” (ALMEIDA, 2012)

2.6. Pontos de Acupuntura no Tratamento de Alzheimer

A Acupuntura, técnica milenar da Medicina Chinesa, tem despertado interesse no tratamento


de Alzheimer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o uso da Acupuntura para vários
tipos de patologias. Além disso, vários estudos têm demonstrado que a Acupuntura apresenta uma
grande influência sobre os problemas emocionais e mentais, sendo recomendável o uso dessa
31

técnica em combinação com outras técnicas psicoterápicas (VECTORE, 2005). Dois estudos
relatados na Conferência Mundial de Alzheimer no ano de 2.000 apuraram que a Acupuntura
decresceu a ansiedade e a depressão em pacientes com doença de Alzheimer (LOMBARDO, 2000)
e proporcionou significativa melhora clínica geral (KAO, 2000).

Entretanto, devido ao pequeno número de amostras, as conclusões destes estudos não são
suficientes para a afirmação dos reais benefícios da Acupuntura nos portadores de Alzheimer.
Apesar disso, estes resultados suportam a hipótese de que a Acupuntura é uma terapêutica viável
para o paciente de Alzheimer.

Tang Xiangtan apresentou um relatório que reportava a estratégia de tratamento da


demência, através do princípio de restauração da consciência e abertura dos orifícios da mente,
obtendo 92.3% de taxa de eficácia em 26 casos (PONTOZEN, 2014).

Os pontos prescritos foram:

• VG26 – Shuigou • PC6 – Neiguan, com puntura em


direção ao TA5 – Waiguan
• VG20 – Baihui
• R3 – Taixi
• VG14 – Dazhui
• VB39 – Xuanzhong
• VB20 – Fengchi
Aplicou-se estimulação forte em VG26 (Shuigou), picou-se PC6 (Neiguan) em direção a
TA5 (Waiguan) – com técnica de picotamento – levantando e pressionando a agulha sobre a pele,
tonificação em R3 (Taixi), rotação em VB39 (Xuanzhong) e VG14 (Dazhui), regularização em
VB20 (Fengchi) e VG20 (Baihui). As agulhas ficaram implantadas 20 minutos e foi feito moxa em
VG14 (Dazhui). Uma sessão por dia em ciclo terapêutico de 10 sessões.

O autor Gustavo França (FRANÇA, 2010), em sua experiência clínica, nos mostra os pontos
a serem utilizados em adição a prescrição e de acordo com o padrão e estágio em que o Alzheimer
se apresenta, sendo eles:

• B13 – Feishu • BA3 – Taibai • F8 – Ququan

• B17 – Geshu • C5 – Tongli • IG11 – Quchi

• B18 – Ganshu • C7 – Shenmen • IG4 – Hegu

• B20 – Pishu • E36 – Zusanli • P7 – Lieque

• B21 – Weishu • E40 – Fenglong • PC5 – Jianshi

• B23 – Shenshu • F3 – Taichong • R4 – Dazhong


32

• R7 – Fuliu • VG1 – Changqiang

• VC4 – Guanyuan • VG4 – Mingmen

Também ressalta que devemos ter a consciência do estágio onde a doença se encontra,
protegendo-se e reforçando os subníveis, a fim de retardar o seu aprofundamento.

A alimentação deverá seguir a mesma prescrição, de acordo com o padrão apresentado, para
utilizá-la como parte fundamental da medicina interna.

O autor Shen Weidong tratou 40 casos de demência utilizando os pontos:

• VG24 – Shenting • E36 – Zusanli

• IG4 – Hegu • BA6 – Sanyinjiao

• C7 – Shenmen • F3 – Taichong

• PC5 – Jianshi

Como resultado, 10 casos (25%) obtiveram marcada melhoria, 24 casos (50%) melhoraram,
e 6 casos (6%) não melhoraram. A análise estatística indicou que a Acupuntura / Moxabustão podia
melhorar, significativamente, a memória, inteligência e outros sintomas e sinais clínicos da
demência senil.

O autor Lu Jiaxiang tratou 30 casos de demência senil (16 casos apresentavam marcada
atrofia cerebral) com Acupuntura, utilizando os pontos:

• VB20 – Fengchi • VG26 – Renzhong

• VG20 – Baihui • VG4 – Mingmen

A este tratamento associou-se fitoterapia, Tongmai Jiaonang (cápsulas para desobstruir os


vasos), cuja composição incluía Hei Mu Er (Fructificatio Auriculariae Auriculae), Shui Zhi (Hirudo)
e San Qi (Radix Notoginseng). A taxa de eficácia total foi de 82.7%.

No estudo do Dr. Kao (KAO, 2000), 08 pacientes diagnosticados com Alzheimer foram
tratados com Acupuntura na Universidade de Hong Kong. O tratamento consistia em agulhar oito
pontos (abaixo) e cada sessão tinha duração de 30 minutos.

• Sishencong (quatro pontos no escalpo)

• C7 – Shenmen (bilateral)

• R3 – Taixi (bilateral)
33

Os pacientes com Alzheimer receberam um tratamento composto de 7 dias seguidos de


Acupuntura e com intervalo de 3 dias, num total de 30 dias.

Os pacientes com Alzheimer foram pontuados usando o “checklist de sintomas para


Alzheimer” utilizado na Medicina Chinesa e o mini exame de estado mental para medir seu nível de
orientação; memória, atenção e habilidade para nomear objetos, atender comandos escritos e verbais
e escrever frases espontaneamente.

Após o tratamento com Acupuntura, a equipe do Dr. Kao constatou que os pacientes
apresentaram “melhora significativa” em termos de orientação verbal e coordenação motora e
também tiveram maior pontuação no mini exame de estado mental para função cognitiva. A equipe
também notou que os pacientes “mostraram uma melhora clínica geral” no “checklist” da Medicina
Chinesa, levando os pesquisadores a concluir que o tratamento de Acupuntura resultou em efeitos
terapêuticos significativos na redução dos sintomas da doença de Alzheimer.

Segundo o Dr. Hua Long Zhang (ACUPUNTURISTA.NET, s.d.), diretor de Bai Lou
Hospital de Tianjing, na China, os pontos de Acupuntura dos canais Yin devem ser selecionados.

Seleção dos Pontos Principais:

• PC6 – Neiguan: tem a função de nutrir o coração, acalmar o espírito e promover a


circulação do Qi e do sangue;

• VG26 – Renzhong: abre orifícios sensoriais, estimula o cérebro e desperta o espírito.


A combinação de Neiguan (PC6) e Renzhong (VG26) é usada para aumentar a força
contrátil do coração e do débito cardíaco da circulação sanguínea para o cérebro;

• BA6 – Sanyinjiao: é o ponto de encontro dos três canais Yin do pé. Ele nutre o rim e
tonifica a medula para melhorar a função do cérebro.

Alguns pontos locais:

- Abrem os canais e melhoram a circulação do Qi e do sangue:

• C1 – Jiquan

• P5 – Chize

• B40 – Weizhong

• IG4 – Hegu

Onde C1 (Jiquan), P5 (Chize) e IG4 (Hegu) são usados para tratar paralisia e tremores de
braços e mãos, e B40 (Weizhong) é usado para a paralisia das pernas.
34

- Pontos que ajudam os pacientes com problemas de articulação da fala ou aspiração


frequente de partículas de alimentos, levando a infecções respiratórias:

• VB20 – Fengchi • VB12 – Wangu

• TA17 – Yifeng • B10 – Tianzhu

Figura 2 – Pontos do Canal da Bexiga (Pang Guang)

Fonte: Pinterest

Figura 3 – Pontos do Canal do Baço (Pi)

Fonte: Pinterest
35

Figura 4 – Pontos do Canal do Coração (Xin)

Fonte: Pinterest

Figura 5 – Pontos do Canal do Estômago (Wei) – E33 (Yinshi) à E45 (Lidui)

Fonte: Pinterest
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Figura 6 – Pontos do Canal do Fígado (Gan)

Fonte: Pinterest

Figura 7 – Pontos do Canal do Intestino Grosso (Da Chang)

Fonte: Pinterest
37

Figura 8 – Pontos do Canal do Pulmão (Fei)

Fonte: Pinterest

Figura 9 – Pontos do Canal do Pericárdio (Xin Bao)

Fonte: Pinterest
38

Figura 10 – Pontos do Canal do Rim (Shen)

Fonte: Pinterest

Figura 11 – Pontos do Canal da Vesícula Biliar (Dan)

Fonte: Pinterest
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Figura 12 – Pontos do Canal do Vaso Concepção – Ren Mai

Fonte: Pinterest

Figura 13 – Pontos do Canal do Vaso Governador – Du Mai

Fonte: Pinterest
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Figura 14 – Ponto Extra Sishencong

Fonte: Pinterest

3. CONCLUSÃO

A partir da leitura e observação de diversos trabalhos e casos estudados, podemos concluir


que “a demência é uma afecção do cérebro que apresenta uma estreita relação com o estado das
funções energéticas do Coração, Rim, Baço e Fígado, mas, sobretudo, com a função do Coração e
do Rim” (WEIMIN, s.d.).

Conforme Weimin e Haiyan (WEIMIN, s.d.), os “fatores patogênicos mais comuns são
Vazios de Qi, presença de Mucosidade e Estase de Sangue. O tipo Vazio é caracterizado,
principalmente, pela debilidade do Yin do Fígado (Gan) e do Rim (Shen), insuficiência do Qi do
Coração (Xin) e do Baço (Pi) e Vazio do Yang em geral. O tipo plenitude caracteriza-se pela
obstrução dos orifícios devido a Mucosidades e Estase de Sangue, acompanhado por Fogo
patogênico”.

Apesar de Acupuntura produzir efeitos reais no tratamento de várias doenças, e de seus


processos terem sido esclarecidos pelas pesquisas atuais, ela possui características próprias que
diferem em muitos aspectos da medicina moderna. Os tratamentos baseados na Medicina Ocidental,
apesar de progredirem muito nos últimos anos, ainda não foram capazes de impedir o avanço e os
sintomas da doença de Alzheimer. Mas, os benefícios terapêuticos da Acupuntura no Alzheimer são
constatados em vários estudos indicando uma melhora dos sinais motores, no sono, da diminuição
na dose medicamentosa e nos efeitos colaterais. A Medicina Chinesa através de estudos citados
demostra que a Acupuntura promove a liberação de neuropeptídios, endorfinas e cortisol que são
41

responsáveis pela sua ação analgésica, anti-inflamatória e sedativa. O tratamento pela Acupuntura
visa estabelecer o fluxo da energia vital pelo organismo e envolve a estimulação de locais
anatômicos específicos, através de várias técnicas, sendo o uso de agulhas a principal delas.

Verificou-se que a Acupuntura pode contribuir para aliviar os sintomas, melhorar a


capacidade funcional e com isso proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente com
doença de Alzheimer, pois o estímulo dos diferentes receptores pela inserção de agulhas pela
Acupuntura pode explicar os múltiplos efeitos observados, pelo fato do sistema nervoso ser
específico.

Finalmente, como destaca o presidente da Associação Brasileira de Acupuntura, Evaldo


Martins Leite (LEITE, 2015), é importante perceber que a prevenção do Alzheimer é mais relevante
do que tentar curá-lo. Esse processo de prevenção pode ser feito por meio de boa hidratação e
adoção de uma vida mais natural, menos estressante e na utilização da Acupuntura como forma de
evitar a instalação de doenças. “Dessa forma, descendentes de pessoas com essa patologia devem,
desde já, buscar um tratamento para evitar a doença ou, pelo menos, amenizá-la, caso ocorra. Ao
estabelecer o equilíbrio genético, a Acupuntura tradicional propicia a manutenção da saúde, fazendo
com que seu beneficiário não adoeça ou, caso venha a adoecer, esta venha de maneira mais tênue, o
que favorecerá o tratamento e dará mais qualidade de vida ao doente e a todos que o cercam. ”

Em resumo, para o tratamento da Doença de Alzheimer identificamos um total de 32 pontos,


sendo que 12 pontos são citados por diversos autores (em cinza).

Tabela 4 – Pontos utilizados para o tratamento de Alzheimer

PONTO NOME
BA6 Sanyinjiao
C7 Shenmen
E36 Zusanli
F3 Taichong
IG4 Hegu
PC5 Jianshi
PC6 Neiguan
R3 Taixi
VB20 Fengchi
VG20 Baihui
VG26 Renzhong
VG4 Mingmen
B13 Feishu
B17 Geshu
B18 Ganshu
B20 Pishu
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PONTO NOME
B21 Weishu
B23 Shenshu
BA3 Taibai
C5 Tongli
E40 Fenglong
F8 Ququan
IG11 Quchi
P7 Lieque
R4 Dazhong
R7 Fuliu
Sishencong Quatro pontos no escalpo
VB39 Xuanzhong
VC4 Guanyuan
VG1 Changqiang
VG14 Dazhui
VG24 Shenting

O resultado da pesquisa bibliográfica permite observar que é valido o uso da Acupuntura


para o tratamento da Doença de Alzheimer, conforme mostrado pelos autores que indicaram pontos
adequados, mas vale ressaltar que ainda faltam dados conclusivos sobre a efetividade da
Acupuntura no Alzheimer, sobretudo em relação aos possíveis mecanismos fisiológicos associados
aos seus efeitos terapêuticos. Muitos estudos envolveram amostras muito pequenas ou apresentaram
outros tipos de limitações metodológicas.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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