AULA 1
TEMA 1 – CARBOIDRATOS
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1.1 Monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos
n = 3 (C3H6O3): triose;
n = 4 (C4H8O4): tetrose;
n = 5 (C5H10O5): pentose;
n = 6 (C6H12O6): hexose;
n = 7 (C7H14O7): heptose.
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Figura 1 – Monossacarídeos isômeros: duas hexoses, com destaque para a
função aldeído na aldose (glicose) e para a função cetona na cetose (frutose)
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Figura 2 – Formação da maltose: dois monossacarídeos (D-glicose) em ligação
glicosídica e o inverso quando ocorre a hidrólise
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Fonte: Lehninguer, 2014.
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plantas, usado como alimento por seres humanos e, assim como o glicogênio,
serve como forma de armazenamento de energia.
O glicogênio também é um importante polissacarídeo de reserva, porém
presente em animais e algumas bactérias.
A celulose é um dos carboidratos mais abundantes da Terra e atua como
elemento estrutural em paredes celulares de plantas (caules, troncos e partes
lenhosas dos tecidos vegetais) e da maioria das algas e é insolúvel em água.
A quitina, bem como a celulose, desempenha a função estrutural,
fornecendo suporte extracelular para animais, formando exoesqueletos em
crustáceos e insetos e constituindo a parede celular da maioria dos fungos.
Outro polissacarídeo bastante relevante é a dextrana, que é produzida
como um líquido açucarado por certas bactérias e utilizada como substituta do
plasma sanguíneo. A placa dentária, formada por bactérias que crescem na
superfície dos dentes, é rica em dextranas, as moléculas adesivas que permitem
às bactérias grudarem-se nos dentes e umas às outras.
Apesar de os carboidratos serem as principais fontes de energia, nem
todos podem ser digeridos pelos diversos grupos de seres vivos. Os ruminantes
(bois, vacas, cabras, ovelhas, entre outros) são os únicos vertebrados capazes
de digerir celulose, pois possuem bactérias, em seus sistemas digestórios,
capazes de degradar esse carboidrato pela produção da enzima celulase.
Para digerir o amido, ou seja, quebrar as ligações entre as moléculas de
glicose, muitos animais, incluindo os animais humanos, produzem enzimas com
essa capacidade de quebrar o amido, chamadas de amilases.
As celulases são utilizadas para uma série de fins industriais, devido a sua
propriedade de quebrar moléculas de celulose. Uma das suas utilizações é para
a produção do etanol de segunda geração (etanol celulósico), obtido da
biomassa de bagaço de cana, palha de arroz e de milho. Também na indústria
têxtil a celulase é utilizada para desfibrilação e amaciamento de tecidos como
algodão e linho.
TEMA 2 – LIPÍDEOS
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c. Cerídeos são moléculas de lipídeos muito maiores, que possuem muito
mais carbonos que os triacilgliceróis e os fosfolipídeos (veremos a seguir),
apesar de serem formados por álcool e ácidos graxos. Entre as funções
dos cerídeos, destaca-se o importante desempenho dessas biomoléculas
como impermeabilizantes, impedindo que as folhas percam água para o
ambiente, assim como permitirem que aves aquáticas nadem evitando o
encharcamento de suas penas. Atuam também como reserva de energia
no fitoplâncton e na proteção da pele contra o ressecamento. Além disso,
os cerídeos são utilizados para uma grande diversidade de aplicações na
forma de cera, devido às suas propriedades impermeabilizantes e à sua
consistência firme, na indústria farmacêutica e cosmética.
d. Glicerofosfolipídeos, esfingolipídeos e esteróis compõem a classe dos
lipídeos estruturais de membrana. O primeiro possui suas regiões
hidrofóbicas compostas por dois ácidos graxos ligados ao glicerol; os
esfingolipídeos apresentam seu único ácido graxo ligado a um
aminoálcool, à esfingosina e não contêm glicerol; e os esteróis são
compostos caracterizados por um sistema rígido de quatro anéis
hidrocarbonados fusionados. O mais simples glicerofosfolipídeo é o ácido
fosfatídico, encontrado nas membranas celulares, atuando como
intermediário na síntese de outros lipídeos.
e. Esfingomielinas e glicoesfingolipídeos são exemplos de esfingolipídeos e
desempenham funções de revestimento e isolamento em alguns
neurônios, estando, portanto, presentes na maioria das membranas
plasmáticas das células animais do tecido nervoso. Por conterem fosfato,
os glicerofosfolipídeos e os esfingolipídeos são considerados
fosfolipídeos pois, assim como os glicerídeos, são formados por um
glicerol com dois ácidos graxos e um grupo fosfato ligado a essa molécula,
dando um caráter polar a ela, já que uma parte dos fosfolipídeos interage
com a água. Desse modo, os fosfolipídeos são moléculas anfipáticas, com
uma porção que se liga à água e outra que não se liga, em uma estrutura
denominada de bicamada lipídica, presente nas membranas celulares.
Portanto, os fosfolipídeos estão presentes nas membranas plasmáticas
contribuindo com sua estrutura, fluidez, também envolvidos em reações
de síntese de moléculas e como precursores de reações.
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f. Esteróis são outra classe de lipídeos constituída por cadeias carbônicas
formando quatro anéis (vários isoprenos). Apresentam função regulatória,
ação hormonal (colesterol) e estão também presentes nas membranas
plasmáticas de plantas (estigmaesterol) e de animais, nos sais biliares,
atuando na emulsificação das gorduras. Na maioria dos fungos, o esterol
presente na membrana plasmática é o ergosterol, o qual desempenha
importantes funções de manutenção da permeabilidade da membrana e
de mecanismo de absorção de nutrientes.
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Figura 3 – Fórmula estrutural geral de um aminoácido; o carbono alfa é mostrado
no centro
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Desses 20 aminoácidos mais comuns, todas as milhares de proteínas são
formadas; além da função estrutural na formação dessas biomoléculas, os
aminoácidos realizam funções como precursores de importantes substâncias
como enzimas, hormônios, pigmentos, conforme será abordado posteriormente
na temática metabolismo dos aminoácidos.
Os aminoácidos possuem como característica distintiva o grupo R. É pela
polaridade desse mesmo grupo e pela sua tendência de interagir com a água em
pH biológico que são classificados os aminoácidos, agrupando-se em cinco
grupos, como veremos a seguir.
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As moléculas de proteínas contêm, além do carbono, oxigênio e
hidrogênio, átomos de nitrogênio e de enxofre. Algumas proteínas contêm
elementos adicionais, como fósforo, ferro, zinco e cobre.
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Proteínas também podem ser classificadas, quanto à forma, como
fibrosas, arranjadas em longos filamentos ou folhas, desempenhando função de
estrutura (colágeno do tecido conjuntivo, queratina dos cabelos, miosina dos
músculos etc.) ou proteínas globulares; estas apresentam uma estrutura
espacial mais complexa, com cadeias polipeptídicas dobradas em forma esférica
ou globular.
4.2 Solubilidade
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2. Estrutura secundária: esse termo refere-se à estrutura que apresenta
pontes de hidrogênio mantendo a forma estrutural de um composto
proteico, ou seja, em que ligações peptídicas interagem formando pontes
de hidrogênio modificando a estrutura de uma proteína. Esse tipo de
configuração estrutural apresenta duas formas:
a. hélice α: apresenta forma de uma espiral mantida por pontes de
hidrogênio entre resíduos de aminoácidos de uma mesma cadeia
polipeptídica; esse tipo de configuração está presente no cabelo (α-
queratina) e na pele, no osso, no tendão (colágeno);
b. folha β laminar: cadeias polipeptídicas se ligam por pontes de hidrogênio,
em forma de zigue-zague em vez de estrutura helicoidal; um exemplo de
proteína com essa conformidade é a proteína que forma a teia de aranha,
em que mesmo as pontes de hidrogênio sendo ligações fracas, a estrutura
torna-se extremamente forte, pois se faz muitas ligações para isso.
3. Estrutura terciária: nesse tipo de configuração estrutural de proteínas, o
dobramento não é repetitivo e adquire estrutura tridimensional. Ocorre
quando cadeias laterais polipeptídicas secundárias se dobram sobre elas
mesmas, ligando-se por vários grupos de aminoácidos, envolvendo
diversas interações, além das interações por ponte de hidrogênio
(interações hidrofóbicas/de van der Waals, ligações iônicas, pontes de
dissulfeto).
4. Estrutura quaternária: nesses tipos de configurações estruturais ocorre a
união de duas ou mais cadeias polipeptídicas (subunidades); a união
dessa estrutura quaternária é mantida por meio de forças iônicas e pontes
de hidrogênio. São as proteínas fibrosas e globulares, essas últimas
representadas pela hemoglobina, formada por quatro subunidades
polipeptídicas unidas, com átomos de ferro que interagem com o oxigênio
para transportá-lo pelo sangue.
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Figura 5 – Ilustração das estruturas primária, secundária, terciária e quaternária
das proteínas
Crédito: Mypokcik/Shutterstock.
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Em geral, os nomes das enzimas terminam em ase e são definidas em
seis classes como apresentado no Quadro 1.
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começa a decrescer, o que pode ser explicado pelo início da inativação das
enzimas pela temperatura.
Outro fator que afeta a atividade das enzimas, porém sem provocar a
desnaturação, é a concentração de substrato. À medida que a concentração do
substrato aumenta, a atividade enzimática também se eleva até as enzimas
ficarem saturadas, pois ocupadas pelo excesso de substrato disponível.
Certas substâncias podem inibir a atividade enzimática, levando as
células até a pararem de funcionar e morrer. Essas substâncias são chamadas
de inibidores. Muitas novas drogas (antidepressivos e reguladores de apetite)
são formuladas com base nesse fator inibitório enzimático.
5.3 Vitaminas
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hidrossolúveis: apresentam moléculas polares e função de coenzima;
vitaminas do complexo B (tiamina-B1, riboflavina-B2, ácido panteônico-
B5, piridoxina-B6, cobalamina-B12), ácido ascórbico (C) e biotina (H) são
exemplos.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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Figura 6 – Infográfico: biomoléculas estudadas
MACROMOLÉCULAS
Lipídeos
Proteínas
ENZIMAS
Carboidratos S
VITAMINAS
S
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