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A filosofia, em sua essência, é pautada pela busca da verdade.

Isso parece
algo simples e imutável ao transcorrer do tempo, um aspecto claro e que pode ser
alcançado por todos, em todos os momentos, mas isso cai por terra ao se observar a
diferença gigantesca da filosofia "antiga" para a atual. Platão e Aristóteles
afirmam que a filosofia não é uma disciplina que qualquer pessoa possa praticar,
nem em qualquer tempo ou circunstância, mas se deve exigir algumas condições muito
específicas. A maior delas é o respeito às leis da investigação da verdade, que de
modo simplista seria: quem disse que estou buscando a verdade ou simplesmente uma
auto justificativa? Ou seja, primeiramente é necessário compreender a si mesmo em
plenitude antes de buscar as soluções de suas questões. Isso foi alcançado em
máximo nível pela primeira vez por Santo Agostinho, sendo esse o fator de sua tão
grande representatividade no ocidente. O seu método tão eficiente e o alcance de
sua plenitude filosófica foi devido ao "descobrimento" do método da confissão - eu
digo a minha verdade para mim mesmo para, apenas depois, eu saber o que é a verdade
das coisas que estou analisando. Portanto, Agostinho torna explícito algo que já
estava, de certa forma, embutido na filosofia de Platão e Aristóteles, mas que não
alcançaram tal plenitude porque a confissão católica não estava palpável a eles.
Enquanto, ao se analisar a filosofia desenvolvida pré modernidade (e até a
moderna, mas por meios filosóficos clássicos), lidávamos com Platão, Aristóteles,
Santo Agostinho etc., era visto uma moral por trás da investigação, além de os
aspectos que fundamentam essa filosofia serem desenvolvidos ao decorrer de séculos,
trazendo uma estrutura muito clara para fundamentar a investigação de questões,
assim como a explicação de questões já existentes e "resolvidas". Ao passar do
tempo, novas abstrações e situações sociais foram surgindo, fazendo com que
simultaneamente uma nova área da filosofia surgisse, com Bacon, Descartes, Comte,
entre outros. Essa área era completamente experimental, sem fundamentações e
diferente do que vinha sendo discutido pelo método clássico. Com essa falta de
experiência, tentou-se explicar fatores antigos por essa metodologia, assim como as
novas questões que vinham surgindo com o desenvolvimento da sociedade. O problema é
que uma filosofia completamente nova surgiu, tentando explicar fatos complexos
pautados em sua completa inexperiência. O resultado não poderia ser outro senão o
completo desastre que foi 1. Justamente por esse fator novo e experimental, a
sociedade moderna pautada nessa filosofia abriu espaço para a queda da civilização
ocidental, em seu desenvolvimento, valores e intelectualidade, possibilitando o
surgimento de ideologias perversas, como o Nazismo, Fascismo e Comunismo 2. Todas
essas ideologias revolucionárias, que nada propõe mas querem destruir tudo, pautado
no negativismo Hegeliano 3, teve seus princípios no Iluminismo, passando pela
Revolução Francesa, tendo sua base política moderna sendo fundamentada no
positivismo de Comte, alcançando amplamente o mundo por meio das ideologias
Nazista, Fascista e Socialista de Stalin e alcançando seu auge supremo por meio da
organização cultural supranacional do comunismo, sendo sua versão mais destrutiva
encontrada nos estudos desenvolvidos pela Escola de Frankfurt.
1. Em seu sentido filosófico, já que ao se tratar de política jamais na história da
humanidade houveram tamanha hegemonia supranacional.
2. Esse último faço uma ressalva, já que a minha visão de comunismo não é referente
a uma ideologia, mas uma cultura supranacional, que muda sua ideologia ao decorrer
das circunstâncias, como muito vemos acontecer no transcorrer da história. Como
exemplo, vemos a URSS, que abominava o direito das mulheres e homossexuais, mas
hoje em dia vemos movimentos ligados diretamente as causas comunistas que lutam
pela conquista dos mesmos.
3. Bem verdade que esse método é muito positivo em alguns fatores, como mesmo
utilizado por muitos filósofos conservadores, incluindo a própria vertente de
Hegel. A diferença é que esses filósofos não propõem isso como meta final, mas
apenas como meio de se chegar à verdade. Hegel é uma espécie de exemplo e exceção
nessa questão, algo complexo demais para ser analisado em um post.

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