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Manipulação
 

Capítulo 5 - Manipulação

1 .   Processos de Manipulação

1 . 1 .   Introdução
Por se tratar de tarefa primordial e vital no universo de ati-
vidade da farmácia de manipulação, os processos de manipulação
devem ser efetuados por mão-de-obra especializada e acompanha-
dos de perto pelo farmacêutico responsável.
Além disso, o farmacêutico deverá analisar criticamente a
receita a ser aviada, para isso, é essencial seguir alguns critérios
técnicos, alguns destes relacionaremos a seguir.

1 . 1 . 1 .  Q u e s t õ e s a s e r e m c o n s i d e r a d a s a n t e s d a m a n i p u l a ç ã o
de uma prescrição

A. Racionalidade da prescrição: ingredientes, intenção de uso, dose


e modo de administração
B. Propriedades físico-químicas, medicinais e usos farmacêuticos
das substâncias prescritas
C. Absorção e Via de administração adequadas: preparação do pro-
duto manipulado de acordo com o propósito da prescrição
D. Excipiente adequado: risco de alergia, irritação, toxicidade ou
resposta organoléptica indesejável do paciente.
E. pH ideal para maior estabilidade ou adequação ao uso
F. Ingredientes da formulação: identidade e pureza asseguradas.
G. Preparo da prescrição: treinamento adequado do manipulador
(cálculos matemáticos, controle de qualidade: peso médio, pH, ob-
servação visual)
H. Equipamentos e ingredientes disponíveis e em quantidade sufici-
ente.
I. Referências bibiiográficas: uso, preparação, estabilidade, admi-
nistração e embalagem do produ to
J .   Vaiidade: projeção razoável e racional da validade do produto.
K. Quantidade dispensada equivalente ao prazo de validade do pro-
 

Capítulo 5 - Manipulação

duto.
L.  Processos
2. de M an ipulação
Correto armazenamento do produto por parte do paciente.
- Laboratório de Sólidos
Formas Farmacêuticas Sólidas de Interesse
na
110 Farmácia Magistral: Pós, Granulados e Cápsulas

Introdução
As formas farmacêuticas sólidas representam, de modo ge-
ral,  a maior porção das preparações aviadas na farmácia magistral,
de modo destacado a form a de cápsulas.
A seguir, estão algumas vantagens oferecidas pela forma só-
lida sobre a liquida que explicam o motivo desta preferência:
• As drogas e produ tos químicos são mais estáveis na form a só-
lida.
• As drogas sólidas (e secas) podem ser dispensadas na form a
compactada de comprimidos, cápsulas, pós divididos, dentre
outros, podendo ser embalados, transportados, administra-
dos e armazenados mais facilmente que as formas líquidas.
• Paladares desagradáveis são mais evidenciados quando as
substâncias estão na forma de solução do que na forma   sóli-
da.   Sabores desagradáveis podem ser anulados totalmente
pela inclusão da droga sólida em cápsulas ou em comprimi-
dos revestidos.
• Doses precisas são mais facilm ente obtidas com form as for-
necidas em doses individuais e unitárias, tais como, compri-
midos, cápsulas e pós divididos.
• Modificação da liberaçã o das drogas (liberação le nta , co ntro-
lada,   retardada, etc) podem ser obtidas muito mais   facil-
mente em formas sólidas do que em preparações líquidas.
Todavia, a absorção de uma droga veiculada na forma sólida de-
pende de fatores diversos, tais como: a desintegração da forma só-
lida com a liberação de partículas contendo a droga e excipiente, a
posterior dissolução da droga, sendo esta influenciada por fatores
físicos e químicos diversos e por último, a absorção propriamente
dita ou permeação da droga através da membrana celular. Sabemos
 

Capítulo 5 - Manipulação

que características como o tamanho das partículas sólidas, solubili-


farmacêutica
dade da droga,elegante e uniforme,
propriedades o farmacêutico
do excipiente se influenciam
e adjuvantes depara com
naumvelocidade
desafio farmacotécnico
de dissolução maior na farmacotécnica
das drogas e portanto na desuaformas   sóli-
biodispo-
das,   o de garantir
nibilidade. Além dea absorção
ter como dos fármacos
objetivo veiculados.
a obtenção de uma forma
111
1 .   Pós

1.2. Definição (USP-23)


Pós são misturas intimas e secas de fármacos e ou outras
substâncias finamente divididas que podem ser para uso interno
(Pós Orais) ou para uso exte rno (Pós Tó pico s).
Os pós são constituídos de finas partículas que variam de
0,1 (.i a 1 0.000a, em bora os tamanhos das partículas em preparações
farmacêuticas variem na faixa de 0,1 a 10u.

1.3. Vantagens
• Permite a prescrição precisa, reque rida individu alm en te pelo
paciente em cada dose. Os pós são normalmente mais estáveis que
as preparações líquidas, devido a reações químicas de degradação
entre as drogas associadas e entre as drogas e as condições atmos-
féricas, ocorrem mais lentamente em pós do que em líquidos.
• 0 tam anho reduzido das partículas na form a de pós, pe rm ite
uma dissolução mais rápida nos fluidos orgânicos (meio aquoso gás-
trico e entérico) do que o obtido em formas sólidas compactadas,
como comprimidos, portanto, possuem maior biodisponibilidade.
• Menor incidênc ia de irrita çã o gástrica quando com parada à
formas sólidas compactadas, resultado da sua rápida dissolução.
• M aior fac ilidad e de de glutiçã o, podendo ser ingeridos em
maior quantidade, especialmente quando misturados com alimentos
e bebidas. Pós podem ser administrados em sondas gástricas, em
pacientes hospitalizados.
 

Capitulo 5 - Manipulação

1.4.• Desvantagens
Pós tópicos possuem ef eito secativo por aum ento da superfí-

• Drogas veiculadas nesta form a podem de teriorar quando ex-


postas a condições atmosféricas (partículas finamente divididas,
portanto há grande área de superfície exposta a atmosfera).
112
• Drogas com sabores desagradáveis, no rm alm en te, não têm
suas características convenientem ente mascaradas quando dispen-
sadas na form a de pó.
• Pós divididos demandam mais tem po para o seu prepa ro.

1.5. Características
• Particulas reduzidas facilit am a preparação de um pó mais
homogêneo e aumentam a capacidade adsortiva (ex.: antiácidos,
antidiarréicos e pós tópicos).
• Homogeneidade.
• Tenuidade homogênea das partículas.

1.6. Classificação dos pós


Pós simples: resultam da divisão de uma única droga.
Pós compostos: obtidos da mistura de dois ou mais pós simples.

1.7. Preparação

1 . 7 . 1 .  R e d u ç ã o d o t a m a n h o d a s p a r t í c u l a s ( c o m i n u i ç ã o ) :

Na farmácia com manipulação, normalmente o farmacêutico


reduz o tamanho das partículas das substâncias químicas utilizando
o gral com o pistilo por   trituração.  A tritura çã o maior se obtém com
gral de superfície áspera (gral de porcelana) do que com o de super-
fície lisa (gral de vidro).
 

Capítulo 5 - Manipulação
A  leviqação  é o processo empregado para a redução de partí-
A  pulverizoção
culas, comumente por intervençã
em preparações o  (recristalização)
semi-sólidas e líquidas.é emprega-
A leviga-
da para
ção é umsubstâncias
processo deque não permitem
redução do tamanho a trituração direta,
de partículas comopela
sólidas éo
caso de algumas substâncias que se apresentam em estruturas cris-
talinasquantidade
quena duras que de nãolíquido
podemnoser
qualtrituradas
o sólido facilmente. Este proces-
não é solúvel.
so consiste em dissolver primeiramente o sólido em um mínimo de
solvente volátil adequado (composto interveniente), tais como113o
álcool ou a acetona. Mistura-se então (triturando), o sólido com o
solvente até que este úttimo evapore (ex.: trituração da cânfora por
intermédio do álcool e do peróxido de benzoíla por intermédio da
acetona). 0 solvente pode também ser vaporizado diretamente na
superfície do gral durante o processo.

1.8.Tamisação
A tamisação é uma operação que tem por finalidade obter
pós cujas partículas tenham um determinado tamanho médio (mes-
ma tenuidade). É necessário que o produto que esteja sendo pulve-
rizado, seja tamisado por um tamis cuja abertura de malha corres-
ponda à tenuidade do pó a obter, voltando para o gral as partículas
maiores retidas.

1 .8 .1 .C l a s s i f i c a ç ã o d os T a m i s e s :
0 tamis é o instrumento utilizado para fazer a tamisação. Ele
é constituído por um aro de diâmetro variável, apresentando uma
das extremidades fechada com uma tela aplicada de modo a ficar
bem esticada. Esta tela é a parte fundamental do tamis, pois é ela
que em função da abertura das respectivas malhas, permite a sepa-
ração das partículas submetidas à tamisação em função dos diâme-
tros das partículas. As telas utilizadas na fabricação de tamises são
de natureza variada: ferro galvanizado, latão, aço inoxidável (mais
empregada para fins farmacêuticos), seda ou fibras sintéticas.
A tabela 14 apresenta uma correlação entre aberturas dife-
rentes de malhas de tamises e a granulometria obtida bem com o
seu emprego em diversas formas farmacêuticas relacionadas.
 

Capítulo   5 -  Manipulação

Tabela 14 - Classificação dos tamises e tenuidade obtida dos pós

Tamis N° Abertura Descrição Emprego


(USP) - Mesh (mm)
114 Sais granulados efervescentes e
2 9,52 Muito grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
8 2,38 Muito grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
10 2 Muito grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
20 0,84 Grosso para pós de comprimidos
Sais granulados efervescentes e
30 0,59 Grosso para pós de comprimidos
Moderada- Sais granulados   efervescentes e
40 0,42 mente grosso para pós de comprimidos
Moderada- Pós efervescentes, pós dividi-
50 0,297 mente grosso dos,  pós para encapsulação
Sais granulados efervescentes,
60 0,250 Fino para pós de comprimidos e para
encapsulação
Sais granulados efervescentes,
80 0,177 Muito fino para pós de comprimidos e para
encapsulação
Sais granulados efervescentes,
120 0,125 Muito fino para pós de comprimidos e para
encapsulação
Pós divididos para polvilhar,
200 0,074 Micronizados adsorventes, inalantes,   corti-
cóides, antibióticos.
Pós divididos para polvilhar,
325 0,044 Micronizados adsorventes, inalantes,   corti-
cóides, antibióticos.
Fonte: Dispensing of Med ication, 1984.
Hota: A caracterização da tenuidade de um pó pode ser feita com a ajuda de um ou dois
tamises. Quan do o pó é caracterizado por um tamis, o tamis correspondente deve d eixar
passor pelo menos 97%  deste pó;
Quando  o pó é caracterizado por dois tamises, o núm ero imediatamente maior corresponde
ao tamis que deixa passar pelo menos 95% deste pò e o menor corresponde ao tamis que
deixa passar no m áximo 40%.
 

Capitulo 5 - Manipulação
deixa passar no m áximo 40%.

1.9. Mistura (Homogeneização)


Antes de misturar duas ou mais substâncias é recomendável a
redução isolada do tamanho das partículas de cada pó. 0 trabalho
de mistura e homogeneização de pós é realizado após a pesagem115 ea
redução do tamanho das partículas.
Para quantidades reduzidas, tais como em preparações ma-
gistrais, a mistura é realizada por   espatulação, trituração  e   penei-
ração   (tamisação).
• Espatulação:   é  o método pelo qual pequenas quantidades de
pós são misturadas com a utilizaçáo de uma espátula farma-
cêutíca em uma placa para pomadas.
• Tritura çã o: a tritura çã o é utilizada tanto para a cominuição
(redução do tamanho das partículas) como também para a
mistura dos pós.
• Peneiração (tamisação ): os pós tam bém podem ser m istura-
dos passando-os por um tamis, o que resulta em um produto
leve e "fofo" facilitando a mistura.
Para quantidades maiores a mistura é realizada em   misturadores
de pós,  tal como o misturador em forma de  V .

1 . 9 . 1 .  M i s t u r a s E u t é t i c a s
Mistura eu tétic a é de finida como aquela que resulta da mis-
tura de componentes sólidos cuja proporção Ihe confira o ponto de
fusão inferior ao de qualquer dos componentes isolados, ou seja,
trata-se da mistura de sólidos que se liquefaz ou se torna pastosa
em temperatura ambiente.

Tabela 15: Algumas   substâncias   que quando  misturadas formam


misturas eutéticas

Acetanilida Lidocaína
Ácido acetilsalicílico Mentol
Acido salicilico p-naftol
Antipirina Resorcina
Cânfora Salicilatos
 

Capítulo 5 - Manipulação

• Fenacetina
Medida co rre Salol
tiva: A mistura eu tética pode ser ev itada , in -
Fenolos pós incompatíveis Timol
terpondo entre um pó absorvente.
Cloral hidratado Benzocaina
• Relação de Prilocaína aminopirina
pós abso rventes (substâncias que podem ev ita r a
formaçâo de misturas eutéticas)
116
• Carbonato de magnésio leve*
• Óxido de magnésio leve*
• Caulim
• Fosfato de cá lcio
• Fosfato tricálcico
• Amido
• Talco
• Lactose
• Sílica gel (Aerosil®)
'  Nota: Norma lmente, o absorvente mais eficaz na prevenqâo de misturas eutéticas é aqu ele
que possui elevado ponto de fusão e grande superfície específica, como o óxido de zinco que
apresenta elevado ponto de fusão (2800°C) e o carbonato de maçné sio (deco mpõe -se a
350°C).

Esquema gráfico de uma mistura eutética

P.F. A
Mistura Líquida B RF.
Ponlo de
Ponto d e
deA+B Fusào
Fusâo
2

u Crístais da substãncia
Pura A+ Mislura Llqulda ^ ^ - v ^ ^ E / ^
^   Crisiais da substanoia
Pura B* Mislura Líquida
Temperatura

I Substântía Sóiida
deA+E
Eutética

A B
Compo iição
E u t ó t ca
Composlção (Fração Molar)
 

Capitulo 5 - Manipulação

1.9.2.  M i s t u r a s explosivas

Podem ocorrer quando um agente oxidante forte é triturado


(ex.: trituração em um gral) com um agente redutor forte.
117
Tabela 16: Alguns agentes oxidantes e redutores fortes que po-
dem formar misturas explosivas:

Agentes   oxidantes  fortes Agentes redutores fortes


Ácido clórico Substâncias orgânicas em geral
Acido hipocloroso Bissulfitos
Ácido nítrico Glicerina
Acido nitroso Fósforo
Bromo Taninos
Clorato de potássio Ácido tânico
Cromatos Oleos essenciais
Dicromato de potássio Carvão
Hipocloritos Alcool
lodo Tiossulfatos
Nitrato de potássio Enxofre
Nitrato de prata Açúcares
Nitratos Brometos
Nitritos lodetos
Oxido de prata Sulfuretos
Perboratos Açúcar (sacarose)
Permanganato de potássio Hipofosfitos
Peróxidos Enxofre
Sais de prata Sulfitos
Trinitrofenol Acido sulfuroso

1.9.3.Problemas  especiais, estabilidade e incompatibilidade


de pós ou m istura de pós
 

Capítulo 5 - Manipulação

A.Pós Hisroscópicos
B. Substâncias e pica
higro scó Deliqüescentes:
s: são aqu elasComo
que regra geral,
ab so rve m umsubstâncias
ida de do
químicas
ar. na forma de pós apresentam maior afinidade para água do
que aquelas nãodepulverizadas.
C. Substâncias liqu es ce nte s: são sub stânc ias h igroscó picas  q u e
absorvem a umidade do ar se liquefazendo parcialmente ou  t o t a l -
mente.
118

T a b e l a 1 7 : R e l a ç ã o d e a l g u m a s s u b s t â n c i a s h i g r o s c ó p i c a s e  d e l i -
qüescentes

Acetato de potássio Fosfato de clindamicina


Brometo de amôneo Fenobarbital sódico
Brometo de cálcio Citrato de potássio
Carbômeros (Carbopóis®) Carboximetilcelulose (CMC)
Citrato de ferro amoniacal Cloreto de sódio
Cloral hidratado Sais de colina
Cloreto de alumínio Amoxacilina
Cloreto de amôneo Pilocarpina
Cloreto de benzalcônio Cloreto de benzetônio
Cloreto de cálcio Brometo de sódio
Cromoglicato dissódico Cianocobalamina (vit. B12)
Dexpantenol Cloridrato de dietilpropiona
(cloridrato de anfepramona)
Fenitoína sódica Cloridrato de Pilocarpina
Fosfato sódico de betameta- Subnitrato de bismuto*
sona
Heparina sódica Cloridrato de oxitetraciclina
Hioscinamina HBr N itrato de sódio
lodeto de amôneo Acetato de potássio
Pantotenato de cálcio* Carbachol
Pepsina Cloreto de magnésio
Sulfato de Efedrina lodeto de sódio

Medidas corretivas
• A higroscopia e a delique scê ncia pode m ser atenuada s co m o
controle da umidade relativa do ar, através do uso de desu-
 

Capítulo 5 - Manipulação
m i d i f i c a d o r e s   e  a r c o n d i c i o n a d o . A u m i d a d e r e l a t i v a n a f a ix a
de é30aconselhável
a 45% é a m elh mantê-los
or para mvedados an ipula çãcomo de papel
pós. alumínio ou
• filmeulaçã
A gran plástico
o de durante
pós reduoz processo
a su pe rfíciede demanipulação,
expo sição ao evitando-
ar.
• se assim
Quando se atraexposição
ba lh a comà atm pósosfera
de liqueúm ida.
sce nte s ou higroscópicos
A adição de substâncías absorventes (ex. óxido de magnésio
119 a
leve,  dióxido de silicio coloidal) pode reduzir a tendência
higroscopia de pós.

1 . 1 0 . P ós e f l o r e s c e n t e s

1 . 1 0 . 1 .   Substâncias eflorescentes:
São substâncias cristalinas ou hidratadas que ao serem pulve-
rizadas liberam água de cristalização ou de hidratação. Esta água
pode ser liberada durante a manipulação ou com a exposição a um
ambiente de alta umidade. A água libertada do pó pode torná-lo
pastoso ou chegar a liquefazê-lo. A eflorescência é aumentada tam-
bém com a pulverização, pelo aumento da superfície de evaporação
da água de cristalização.

Representação diagramática da estrutura


cristalina do clo reto de alum inio h exahidratado
 

Capítulo 5 - Manipulação

1.10.2. Medidas corretivas:


A eflorescência pode ser atenuada, substituindo o sal hidra-
tado pelo sal anidro ou na impossibilidade da substituição através da
exsicação.
120
Tabela 18: Relação de algumas substâncias eflorescentes

Acetato de sódio
Acido cítrico
Alúmen
Borato de sódio
Brom idrato de escopolamina
Bromidrato de quinino
Cafeina
Carbonato de sódio (decahidratado)
Ciclofosfamida
Cloridrato de quinino
Codeína
Fosfato de codeina
Fosfato de sódio
Lactato de cálcio
Sulfato de atropina
Sulfato de cobre
Sulfato de codeína
Sulfato de quinino
Sulfato ferroso

1 . 1 1 .   Dicas para manipulação de pós


A mistura de pós com características similares de tamanho
de partículas e densidade aparente, pode ser realizada em um saco
plástico, utilizando uma espátula ou um rolo que irá reduzir a quan-
tidade de pó em suspensão na área de manipulação.
Na área de manipulação de pós os manipuladores devem uti-
 

Capítulo 5 - Manipulação

lizar máscara com filtro para pós.


mento ePós fluxo dosleves
muito pós, epode se utilizar
"fofos" podem oserestearato de magnésio
compactados em
para   faci-
conce
litar antrações
mistura, me nores
com ou iguais
a adição de aum
1 %.pouco de álcool ou óleo mine-
ral. 0 lau ril su lfato de sódio em co nce ntraçõ es d e at é 1% ou o
docusatoParasódico em torno
aumentar de 0,5% podem
a lubrificação e as ser utilizados para
características neutra-
de escoa-
lizar forças eletrostáticas em pós difíceis de manipular.
121
A incorporação de pequenas quantidades de líquidos em um
pó pode ser realizada, triturando-se o líquido com igual quantidade
de pó. 0 pó remanescente pode ser adicionado aos poucos em várias
porções com trituração. Pode se incorporar um absorvente (ex. dió-
xido de silício) para se produzir um pó seco.
Para se incorporar tinturas e extratos fluidos deve-se em
pr im eiro lugar reduzir o vo lum e do liqu ido por evapo ração em ba-
nho-maria até obter uma consistência xaroposa. Em seguida adicio-
na-se o excipiente inerte (ex. lactose) até a obtenção de um pó
s eco (veja parágrafo anterior).

1.12.Formas farmacêuticas em Pó de Uso Oral de Inte-


resse Magistral
1 . 1 2 . 1 .   Pós a gra ne l  ( Bulk  powders )  de uso in te rn o
São aqueles dispensados em frascos ou potes de "boca larga"
e destinados a serem administrados por colheres de medição.

A. Desvantagem
Devido a inexatidão do processo de medida, somente devem
ser dispensadas nesta forma, fármacos não-potentes (de fraca   a t i v i -
dade farmacológica).

B. Vantagens
Podem ser diluídos em uma quantidade de água ou outro lí-
quido, facilitando a deglutição.

C. Fármacos de uso interno normalmente veiculados


Antiácidos
 

Capítulo 5 - Manipulação

Laxantes
D. Procedimento de prepa ro
Em pós a granel de uso interno a substância ativa é dispen-
sada em concentração   peso do ativo I volume a ser in$erido ou ad-
ministrado  (ex. x mg do ativ o/ co lhe r de chá).
Passso 1: preparar o produto conforme a prescrição
122
meça o volume do pó a ser tomado com o utensílio de medida apro-
priado que será utilizado na administração do pó (ex.colher de chá)
Passso 2: pese o volume do pó medido
Passso 3: calcule o peso do(s) ingrediente(s) ativo(s) no volume a ser
administrado, a partir da concentração ou percentual do(s) ingredi-
ente(s) ativo(s) no peso total do pó e do peso do volume a ser admi-
nistrado
Passso 4 : siga o método ge ral de scrito anter ior m ente para m istura
de pós
Passso 5: embale e rotule

Exemplos de fo rm ulaç õ es

A. Pó para rehidratação oral (quantidade para ser diluída em 1 L de


água)
Dextrose an idra 25 g
Cloreto de sódio 2,5 g
Citrato de potássio .... 4,5 g

B. Pó laxa tivo
Sulfato de sódio an idro 20 g
Fosfato de sódio an idro 40 g
Bicarbonato de sódio 60 g

C. Pó an tiácid o
Carbonato de cá lcio 32 g
Carbonato de m ag né sio. .. . 32 g
Carbonato de sódio 26 g
Caulim (leve) 10 g
 

Capítulo 5 -  Manipulação

1 . 1 2 . 2 . Pós d i v i d i d o s (p a p é i s m e d i c a m e n t o s o s , s ac h ês e f l a -
conetes)
São formas farmacêuticas em pó que se destinam a adminis-
tração em doses individuais para se ad m inistrar de uma só vez.

Permite o acondicionamento de volumes de pós ativos, de-


masiados grandes, para serem veiculados na forma de cápsulas ou
comprimidos.
Os papéis medicamentosos permitem a administração de pe-
quenos volumes de pó susceptíveis de se administrarem em cápsulas
ou em comprimidos, especialmente, em pediatria, dada a dificulda-
de da criança deglutir aquelas formas farmacêuticas sólidas e duras.

B. Desvantagens
A aparência dos papéis é vulgar e desvaloriza o produto. De-
ve-se escolher preferencialmente envelopes impermeabilizados
(plastificados e aluminizados) ou flaconetes plásticos.
Substâncias higroscópicas ou deliquescentes estão mais ex-
postas à umidade, devendo-se optar pelo uso de papéis encerados
ou envelopes impermeabilizados.

C. Procedimento de preparo
Para se preparar doses individuais de pós na forma de pa-
péis,   envelopes ou sachês deve-se colocar uma quantidade específi-
ca de pó em cada embalagem individualmente.
0 método mais preciso para o preparo desta forma farma-
cêutica é a pesagem individual da quantidade de pó a ser acondi-
cionada em cada dose unitária. É recomendável que se prepare uma
quantidade excedente de pó (em torno de 5%) para compensar pos-
síveis perdas durante o processo de preparação. Se a prescrição
contiver substância sujeita a controle especial, a perda durante o
processo de preparação deve ser mínima para não haver necessida-
de de compensação.
Passo 1: Calcular a quantidade a ser pesada de cada componente da
formulação, levando-se em conta a perda durante o processo de
 

Capitulo 5 - Manipulação
preparação.
para 2,5g,
Passo 2: 5§, 10gprecisamente
Pesar ou mais co nfo os a prescrição   da
rm ecomponentes (vejasusestoesabaixo).
formulação con-
Passo 4o: número
forme Preparardeospapéis,
pós con form e o ou
envelopes pro flaconetes
ce dim en to solicitados
gera l de pós,
pela
diluindo geometricamente os ativos no excipiente.
prescrição.
Passo 3:
Passo 5: Completar
Pesar a quantidade
com qs de unitária a ser flavorizado
excipiente acondicionada em cada
e edulcorado
papel,   envelope ou sachê, um a um, até completar o número de
124
unidades solicitadas.
Passo 6: Acondicione os envelopes em uma caixa.
Passo 7: Rotule.

Sugestões de   exc ipientes para pós divididos

A. Excipiente edulcorado e flavorizado com lactose


Aspartame 0,5%
Acesulfame de K 0,5%
Aroma pó (hid ros so lúve l).. .. 0,3%
Lactose* qsp 2,5 - 5 - 10g
'Para  pacientes com intoleráncia à lactose ou em caso de incompatibilidade quimica com o
ativo, a lactose pode ser subs tituida pelo leite de soja sem  açúcar.

B. Excipiente e dulcorado e flavo rizad o com agente suspensor


Ativo(s) Xg
Celulose microcristalina e CMC - Na* .. 1,5 g (Avicel RC 591)
Ácido cítrico 0,5 g
Aspartame 0,1 g
Aroma pó 0,3 g
Lactose** qsp 10 g
'Utilize preferenc ialmente a celulose microc hstalina de dissoluqão instantône a, com erciali-
zada  com o nom e de Avicel  RC  591®.
A lactose pode ser substituida por outro excipiente (ex. leite de soja sem açúcar) em caso
de incompatibilidade quimica com o ativo, pacientes diabéticos ou com intolerância ó lacto-
se.

Exemplo   de form ulação

Pó dividido com escopolamina


Escopolamina HBr 5 mg
Lactose 2,495 mg
 

Capítulo 5 - Manipulação
Lactose 2,495 mg
Mande papéis. Efervescentes
2 .   Grânulos
Os sais efervescentes são usualmente misturas eflorescidas
de ácido cítrico / ou ácido tartárico (ácidos) com bifosfato sódico e
ou bicarbonato de sódio (bases) e outros ingredientes medicinais.125
Estes sais também podem ser preparados a partir de sais não-
eflorescidos de ácido cítrico e ácido tartárico. Em presença de á-
gua,   o ácido reage com a base e libera dióxido de carbono, produ-
zindo efervescência. Os sais e gânulos efervescentes podem ser pre-
parados na forma de misturas de pós a granel ou pós divididos.

2.1.Vantagens
2.1.1.Correção do paladar:
A solução carbonatada e a liberação de C0 2   mascaram sabo-
res salinos e amargos. Os grânulos apresentam vantagem sobre os
pós,  pelo controle da velocidade da efervescência. 0 pó dissolve
mais rápido (maior superfície) do que os grânulos que se hidratam e
dissolvem lentamente.

2 . 2 .   Desvantagens
Baixa estabilidade, devido a alta reatividade (efervescência).
Dificuldade na manipulação (dificuldade de manter os ingre-
dientes secos durante o preparo e o armazenamento).

2.3. Procedimento de preparo de grânulos efervescen-


tes
Passo 1 : Calcule a quantidade de cada ingre die nte .
Passo 2: Pese precisamente cada componente.
Passo 3: Misture bem os pós.
Passo 4: Aqueça a m istura em uma estufa a 75° a 105°C, até a for-
 

Capitulo 5 - Manipulação
Passo 4: Aqueça a m istura em uma estufa a 75° a 105°C, até a for-
Passo
mação 6: Quebre
de uma os grânulos,
pasta embaledae ro
(a liberação tu lede
água . cristalização ou hidra-
Nota:
tação,  efervescentes
forma
 os pós po dem ser
uma massa preparados através da trituraçôo e mistura simples dos
úmida).
pós em um grat ou passando o granulado preparado por um tamis m alha 50 ou 60.
Passo 5: Passe a massa por um tamis n°10 e seque em um desseca-
dor.
2126
.4. Exemplos de formulações

2.4.1.  E n v e l o p e s c o m a s c o r b a t o d e c á l c i o e f e r v e s c e n t e
(10 envelopes)
Ascorbato de cá lcio 97,4 g
(1 g de cálcio em cada 9,74 g de ascorbato de cálcio)
Ácido cítrico anidro fino 1 9,2 g
Bicarbonato de sódio 1 8,8 g
Flavorizante pó qs

Passo 1 : Triturar todos os pós junto s até a obtenç ão de pó un iform e.


Passo 2: Pese cada dose separadamente (1 décimo do peso total) e
embalar cada dose em um envelope. Cada envelope terá o equiva-
lente a 1g de cálcio ele m en tar .
Passo 3: Sele bem o envelope, não permitindo o acúmulo de ar no
seu in terior.
Passo 4: Armazene em local seco.
Estabilidade aproximada: 2 meses

2.4.2. Citrocarbonato
(10 enve lopes)
Lactato de cá lcio 7,95 g
Cloreto de sódio, USP 4,2 g
Sulfato de magnésio anidro 3,72 g

Ácido cítrico m onohidratado 64,4 g


Bicarbonato de sódio 56,6 g

Procedimento:
Passo 1 : Pese e m isture un iform em en te os seis pós.
 

Capitulo 5 - Manipulação

Passo 2: Distribua
irá perder a água oe pó em bandeja
formar tipo refratária.
uma massa. Agite e revire o pó para a-
Passo 3: Inicie o aquecimento em um forn o de microondas por 1 a
quecimento.
1,5 minutos.
Passo 5: Continue o aquecimento até observar um vapor fumegante
Passo 4: Na
e formar umatemperatura de aproximadamente 75°C, o ácido cítrico
massa contínua.
Passo 6: Transferir para um papel alumínio e reduzir em pequenos 127
grânulos.
Passo 7:   Assim que os srânulos esfriarem, embalar.
Estabilidade aproximada: 3 meses.

2 . 4 . 3 . Pó a n a lg é s ic o e f e r v e s c e n t e
Salicilato de sódio 15 g
Ácido cítrico m ono hidratado 34 g
Bicarbonato de sódio 30 g
Lactato de cálcio 10 g
Sulfato de magnésio anidro 10 g

Procedimento de preparo :idem ao da fórmula anterior.


Estabilidade aproximada: 3 meses.
 

Capitulo 5 - Manipulação

3. Cápsulas
3 Definição -  USP-  23; Ph Eur-3rd
128 Cápsulas são formas farmacêuticas sólidas, com invólucro du-
ro ou mole, de diversos formatos e tamanhos, normalmente conten-
do uma dose unitária de ingrediente ativo. Os invólucros são nor-
malmente formados de gelatina; entretanto, eles também podem
ser constituídos de amido (hóstias) ou outras substâncias adequadas
(Exemplo: A cápsula vegetal é constituída por um derivado da   celu-
lose, a HPMC*). As cápsulas são destinadas à adm inistra ção   oral.
'  HPMC:  hidroxipropilmetilcelulose

3.2. Vantagens da form a far m ac êu tica cápsula


• Fácil de glutição .
• Fácil de ser ide ntific áve l (cor ou impressão serigrafada ).
• Farma cêuticam ente elegan te.
• Mascaram de form a eficaz as cara cterísticas organolépticas
desagradáveis (sabores e ou odores desagradáveis) de fárma-
cos veiculados, uma vez que o invó lucro da cápsula im ped e o
contato sensorial direto com o(s) ativo(s) veiculado(s).
• Fácil form ulaçã o.
• Fabricação a seco.
• Número de adjuvan tes reduzidos.
• Risco reduzido de con tam inação cruzada.
• Para crianças, podem ser abe rtas e o con teúd o dispersado
facilm ente na alim entação.
• Limitado poten cial de incom patibilidad es.
• Menos equipam entos para a fabrica ção .
• Configurações únicas de cor e form a que realçam a id e n tif i-
cação do produto.
• Menos exigências de va lidação .
• Menos etapas de prod ução.
• Boa es tab ilida de .
 

Capitulo 5 - Manipulação
• Ve rsatilidade para o prepa ro de fórm ulas e doses ind ividu ali-
• zadas
Pe rm(fórmulas
ite, mais fac ilm en te que outras formas farm acê uticas, a
magistrais).
elaboração boas
• Apresentam de sistemas de liberação
carac terísticas modificada
de biodispo nibilida(liberação
de (ge-
prolongada
ralmente e revestimento
o invólucro gastroresistente).
se dissolve rapidamente no estômago,
• emProtegem
torn o de o10fárma
a 20com inutos,
de agentes externos
liberando seu (pós, ar, luz,
con teúdo ). etc ).
Esta proteção não existe em relação à umidade. 129
• Boa resistência física que pode ser aum entada com o uso de
blister.
• Boa aceitação pelos pacientes.
Embora os com primidos represen tem cerca de 75% das for-
mas farmacêuticas sólidas comercializadas, somente 38% dos con-
sumidores os pre fere m em relação às cápsulas. Em con traposição,
as cápsulas moles que representam som ente 2% do m erca do, são
preferidas por   44%  dos consum idores. As cápsulas duras representam
cerca de 23% do mercado de forma s sólidas e 19% dos consum idores
as tem como opção de escolha. (King, 1984).
Entre 1970 e 1975 as cápsulas apresentaram taxas de cresci-
mento de vendas que variaram de 8 a   21%   nos quatro maiores mer-
cados europeus. Esta é uma tendência que permanece. As cápsulas
duras de gelatina, cada vez mais têm sido escolhidas para novos
medicamentos na forma de dosagem oral sólida. Em 1982, somente
17,5%   dos produtos recém licenciados eram apresentados como
cápsulas duras de gelatina; em 1996, este número já havia chegado

3.3. Desvantagens da forma farmacêutica cápsula


• Maior custo de produção.
• Não é fracioná vel (não pode ser pa rtida ).
• Dificuldade de se conseguir un iform idad e de peso em cápsu-
las duras.
• Se aderem mais fac ilm en te à parede do esôfago, podendo
levar a irritação deste, principalmente se o ativo for irritan-
te .   Devem ser ingeridas com bastante água e com o paciente
sentado.
• Necessidade de garan tir condições determ inadas de tem pe -
ratura e umidade, para manipulação e conservação, devido à
 

Capítulo 5 - Manipulação
sensibilidade a estes fatores.
•• Incom
Limitações
patíveisde couso: dificu lda de de
m substâncias serempicas,
higroscó utilizadas por
de lique scede-
n-
t eterminados pacientes
s ,  eflorescentes que com
formem dificuldades
m isturas de deglutição
eutéticas, (crian-
exceto se
ças e substâncias
estas idosos). forem previamente diluídas em excipientes
adequados ou então forem revestidas.
130• Não são adeq uada s para drogas qu e são m u ito solúv eis, com o
sais (Exemplo: cloreto de potássio, brometo de potássio, clo-
reto de amôneo). Nestas situações, os fluidos digestivos pe-
netram rapidamente na cápsula, dissolvendo o sal e criando
uma solução altamente concentrada que pode causar náusea
e vômi to quando entra r em contato com a mucosa gástrica.

3.4. Composição do invólucro da cápsula


Gelatina ou outras substâncias* (ex.: am ido, hidroxipropilme-
tilcelulose);
• Agentes surfac tantes
• O pac ificante s (ex. : dióx ido de titâ nio )
• Conservantes
• Antioxi dantes
• Edulcorantes
• Corantes e flavo rizan tes ce rtifica do s
0 invólucro da cápsula pode trazer impresso a marca do fa-
bricante.
As cápsulas con stituídas a pa rtir de m at ér ia- pr im a de origem
vegetal satisfazem hábitos vegetarianos e peculiaridades.

3.5. Conteúdo das cápsulas


Pode ser: Sólido, líquido (não-aquoso) ou pastoso.
• Ingre dien te(s) ativo(s)
• Solventes
• Diluentes
• Lubrificantes
• Agentes desinteg rantes
 

Capitulo 5 - Manipulação
0 conteúdo não deve causar a deterioração do invólucro da
3.6. Classificação
cápsula (categorias
(ex.: água). Todavia, de cápsulas)
o invólucro ao ser atacado pelos   f l u i -
dos digestivos deve liberar o conteúdo encapsulado.
• Cápsulas duras
• Cápsulas moles   ( softgel )
• Cápsulas gastroresistentes (de liberação en térica) 131
• Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada)

3 . 6 . 1 .  C á p s u l a s d u r a s ( p ú l v u l a s ) :
As cápsulas duras têm forma cilíndrica, arredondada nos ex-
tremos e são formadas por duas partes abertas numa extremidade,
com diâmetros ligeiramente diferentes, devendo os seus extremos
abertos encaixarem um ao outro.
A cápsula gelatinosa dura consiste em duas partes:
a. Corpo: porção longa e estreita (contém o ativo e o excipiente).
b. Tampa: porção curta e mais larga.

Esquema de
sistema de
fechamento de cápsulas

Fonte: Pharm aceutical Practke,1998.


Fechada

Esquema de cápsula (Tampa, corpo) Tampa


As cápsulas duras são comercializadas em diversos
tamanhos, designados arbitrariamente por alga-
rismos. Quanto maior o algarismo designativo,
menor a capacidade da cápsula.
 

Capítulo 5 - Manipulação

Corpo
Tabela   18: Tam anhos de cápsulas d ispon íveis p ara uso hu m ano
Fonte: Pharmaceutical Practice, 1998.
Número Capacidade em volume (mL) Pós X
5
132 0,12a0,13
4 0,20 a 0,21
3 0,27 a 0,30
2 0,37
1 0,48 a 0,50
0 0,67 a 0,68
W~ 0,85
00 0,92 a 0,95
000 1,36 a 1,37

A. Especificações d e qu alida de para cápsulas gelatinosa s duras


Conteúdo de umidade (dessecação a 105 o ): 10 a 16%
Dimensões: devem estar de acordo com   a  sua forma e tamanho.
Soiubilidade: devem se manter no mínimo 15 minutos sem se dissol-
ver na água a 25°C. Devem se dissolver em 15 minutos quando em
contato com uma solução de ácido clorídrico 0,5%p/v, a 36-38°C.
Resistência à fratura: as cápsulas não devem quebrar ou rachar fa-
cilmente
Odor: não devem apresentar odor estranho quando armazenado em
um frasco hermeticamente fechado durante 24h a 30-40°C.
Defeitos do invólucro: deve se observar a forma, a superfície, a es-
pessura da parede, a cor e a impressão (quando aplicável).
B.Critérios para armazenamento, conservação e manipulação de
cápsulas duras: A gelatina pode absorver até 10 vezes seu peso em
água. Portanto, as cápsulas gelatinosas duras quando armazenadas
em ambientes de alta umidade, absorvem a umidade amolecendo e
se deformand o. Em am bien te m uito seco, as cápsulas ficam que bra-
diças.

Umidade relativa do ar*: entre 30 a 45% (máx. 50%)


Temperatura: entre 20 a 25°C.
 

Capitulo 5 - Manipulação
Temperatura: entre 20 a 25°C.
3 . 6man
'Para . 2 ipulação
. Cáp sdeu las m o l eshigroscópicas
substâncias ( " s o f t g eel "detiquescentes
): è importante que a um idade
retativa amb ientat não seja maior que 40%.
A cápsula mole é constituída de uma única parte, estando o
conteúdo hermeticamente selado em seu interior. Estão disponiveis
em diversos formatos e tamanhos. Assim como as cápsulas duras são
constituídas normalmente por gelatina e a sua maior flexibilidade
está relacionada à presença de glicerina e ou sorbitol, que atuam 133
como plastificantes. 0 invólucro das cápsulas gelatinosas moles é
mais espesso do que o das cápsulas gelatinosas duras.
As cápsulas moles se destinam preferencialmente a acondi-
cionar líquidos, podem apresentar variadas formas e tamanhos e
conter substâncias medicamentosas em quantidades variáveis, des-
de 0,2 até 5g.

A. Vantagens em relação às cápsulas duras


• Fácil deglu tição .
• Maior pre ferência pelos pacientes.
• Maior biodisponibilidade (princ ípio ativo líquido ou solubili-
zado em veículo líquido).
• Ideal para incorporação de fármacos suceptíveis à hidrólise
ou oxidação. 0 sistema selado proporciona proteção frente ao ar e
outros agentes externos.
• Possibilita a incorporação de fármacos empregados em altas
doses e com baixa capacidade de compressão.
• Precisão no encapsulam ento (±1 a 3%).

B. Desyantagens
• Preparação com plexa (não podem ser produzidas na farm ácia
magitral).
• Inadequada para incorp ora r substâncias líquidas com te or de
água maior que 5%, substâncias hidrossolúveis de baixo peso
molecular e compostos orgânicos voláteis.
 

Capítulo 5 - Manipulação

3.6.3. Cápsulas Gastro-resistentes BP-99:


São cápsulas de liberação modificada destinadas a resistir ao
fluido gástrico e liberar seus ingredientes ativos no fluido intestinal.
Elas são preparadas, provendo cápsulas duras ou moles com um in-
134
vólucro gastro-resistente (cápsulas entéricas) ou pelo preenchimen-
to das cápsulas com grânulos ou partículas cobertas com um reves-
timento gastro-resistente.

3.6.4.Cápsulas de Liberação Modificada BP-99:


São cápsulas duras ou cápsulas moles nas quais o conteúdo, o
invólucro ou ambos, contêm excipientes especiais ou são preparados
por processo especial, destinado a modificar a velocidade ou o local
no qual o(s) ingred iente(s) ativo(s) são libera do s.

3.7. Revestimento Entérico de Cápsulas Duras


3 . 7 . 1 .  I n t r o d u ç ã o
As cápsulas gastroresistentes são obtidas revestindo as cáp-
sulas duras com um filme gastroresistente ou preenchendo as cápsu-
las com granulados ou partículas já recobertas de um revestimento
gastroresistente. Estas cápsulas devem resistir, sem alteração, à
ação do suco gástrico. Entretanto, devem desagregar-se rapidamen-
te no suco intestinal, e por isso se diz que são  gastroresistentes ou
enterossolúveis.
Para formação do filme gastroresistente são empregados po-
límeros gastroresistentes que apresentam grupos funcionais com
natureza aniônica que em pH ácido do estômago os tornam insolú-
veis (ex.: acetoftalato de celulose, copolímero do ácido metacríli-
co/metacrilato de metila). Com a mudança do pH para valores su-
periores a 5,5 estes grupos ficam ionizados e tornam-se solúveis no
meio,  promovendo a liberação imediata dos fármacos. Para melhor
compreensão do comportamento da solubilidade do revestimento
nas diferentes regiões do aparelho digestivo, a tabela 19 apresenta
 

Capítulo 5 - Manipulação

os diferentes pHs encontrados no trato gastro-intestinal.


Tabela 19: Variação pH no aparelho digestivo
Local PH
Estômago 1,0 a 3,5
Duodeno 5,0 a 6,0
Jejuno 135
6,3 a 7,3
lleo +/-8,0
Cólon 8,3 a 8,4
Reto 6,8 a 7,2

3.7.2. Situações em que se deve utilizar o revestimento


gastroresistente:
Para proteger fármacos instáveis em meio ácido da ação dos
fluidos gástricos (exemplo: alguns antibióticos como a eritromicina
base,   enzimas, pantoprazol e etc).
Quando o fármaco é irritante para a mucosa gástrica (exem-
plo:   antiinflamatórios como naproxeno, fenilbutazona, oxifenilbuta-
zona,  cloreto de potássio, indometacina, diclofenaco, etc).
Quando o fármaco produz náuseas ou vômitos se liberado no
estômago (exemplo: ácido nicotínico).
Quando for importante que o princípio ativo não sofra   dilui-
ções antes de atingir o intestino (exemplo: mesalazina, sulfassalazi-
na).
Quando o fármaco só deverá produzir o seu efeito máximo no
duodeno ou jejuno (exemplo: pancreatina).
Quando se deseja fazer com que as substâncias ativas este-
jam disponíveis após um período de tempo (Liberação retardada,
ex.: fluoreto de sódio, quinidina, efedrina, etc).
 

Capitulo   5 - Manipulação

3.7.3. Procedimento de revestimento entérico de cápsulas


gelatinosas duras utilizando a máquina de revestimento en-
térico

136
A. O bjetivo:
Revestimento externo
de cápsulas
gelatinosas duras,  com
filme gastroresistente
em formulações
contendo fármacos
específicos, cuja
estabilidade, bio-
disponibilidade e
eficácia dependem da
liberação exclusiva em
meio entérico.

Foto: Máq uina de Revestimento Entérico

B. Materiais:
Máquina de revestimento entérico.
Frasco spray com propelente.
Secador com fluxo de ar quente para secagem do revesti-
mento.
Solução de revestimento entérico com acetoftalato de   celu-
lose (recém-preparada) ou a solução de revestimento com Eudragit
L-100.
Cápsulas gelatinosas duras contendo o(s) fármaco(s) +  exci-
piente(s).
Óculos de segurança para o manipulador.
Máscara com filtro para proteção do manipulador.
Luvas.

C. Precauções:
A inalação constante da solução de revestimento é potenci-
 

Capítulo 5 - Manipulação

A inalação constante da solução de revestimento é potenci-


D. Procedimento:
almente perigosa à saúde do manipulador, portanto, é de suma  im -
portância   a  utilização de máscara protetora com filtro e que o pro-
Cálculo daseja
cedimento quantidade da em
realizado solução
localdeventilado
revestimento a ser utüizada:
ou preferencialmente
em capelaA quantidade
com exaustão de para
revestimento
gases. a ser utilizada deve ser calcu-
lada em relação ao peso do lote de cápsulas vazias utilizadas no
encapsulamento da fórmula que se deseja realizar o revestimento 137
entérico, todavia é necessário deixar claro que o revestimento será
realizado nas cápsulas "ch eia s" . A quan tidade de reve stime nto   utili-
zado no processo deve ser em torn o de 15% do peso das cápsulas
vazias, correspondente a quantidade e ao tamanho das cápsulas
utilizadas na encapsulação da formulação. Com objetivo de esclare-
cer melhor a efetuação deste cálculo, exemplificaremos a seguir:
Utilizand o cápsulas n°1 brancas, cu jo peso médio é de
76,2mg/cápsula, qual a quantidade em massa da solução de reves-
timento deverá ser utilizada para revestir 500 cápsulas, contendo
um fármaco e seu excipiente cujo peso médio é de 380 mg? Como
poderá ser evidenciado no processo a quantidade da solução de re-
vestimento a ser empregada nas cápsulas "cheias"?

Cálcuios:
Peso total das cápsulas vazias=> 76,2mg (peso médio da cáp-
sula vazia) x 500 (qua ntidad e de cápsulas a serem revestidas) =
38.100 mg ou 38,1g.
Quantidade em peso de revestime nto a ser em pregado: 15%
do peso das cápsulas vazias, portanto no exemplo: 15% de 38,1 g =>
5,715 g (quantidade de revestimento necessário para o processo de
revestimento). Para sabermos o peso do revestimento nas cápsulas
cheias, devemos realizar os seguintes cálculos:

Peso To ta l das cápsulas ch eias


380 mg (peso médio da cápsula cheia) X 500  (n° de cápsulas)
= 190000 mgou 190g

O peso final das cápsulas cheias, com a quantidade correta


de revestimento após o processo de spray e secagem é dada pela
soma da quantidade necessária de revestimento calculado e o peso
 

Capítulo 5 - Manipulação

Passodas
total 1: Acondicione as cápsulas
cápsulas cheias, a serem
portanto: 5,715 revestidas
(quantidadeno de
tambor ou
revesti-
no copocalculado
mento da m áquina de r ev es
necessário aotimprocesso)
en to, ligue a máquina
+ 190 g (peso e total
faça das
os
ajustes necessários
cápsulas para prevenir
cheias) = 195,715 g (pesoquefinal
as tecnicamente
cápsulas se esvaiam do
correto das
tambor ducom
cápsulas ran teo revestimento).
o processo ou com a secagem pe lo flu xo de ar
quente do secador. 0 aju ste do ângulo ide al do tam bo r para o pro-
138
cesso, pode ser realizado através das "borboletas" rosqueadas em
parafusos situados nas laterais da máquina. No processo de giro, as
cápsulas contidas no tambor não devem escapar do mesmo. Portan-
to,  teste a direção do fluxo de ar do secador no interior do tambor
com a máquina ligada. 0 fluxo de ar quente pode ser inclinado para
as laterais do tam bo r se a co rre nte de ar for m uito fo rt e e as cápsu-
las estiverem "vo a nd o " para fora do tam bo r. Para cápsulas de ta -
manho maior, o processo deve ser realizado com um menor número
de cápsulas de cada vez.

Passo 2: Encha o rese rva tório do frasco de spray, utilizando a   solu-


ção de reve stime nto recém -prepa rada (é aconselhável a adição nes-
ta solução de revestimento de uma solução contendo um corante,
como por exemplo, o azul de metileno, na proporção de 1 a 3 gotas
da solução com corante para cada 100 ml da solução de revestimen-
to,  este procedimento permitirá a evidenciação da aderência da
solução de re ve stim en to nas cápsulas).

Passo 3: Ligue a máquina e jateie a solução de revestimento dire-


tamente no copo contendo as cápsulas por 10 segundos. Imediata-
mente em seguida, também por 10 segundos, direcione para o inte-
rior do copo o fluxo de ar morno (não quente) com o uso do secador
em baixa velocida de .
"Nunca ja te ie as cápsulas com a solução de rev estim en to se o
tambor da máquina não estiver girando, pois esta conduta fará com
que as cápsulas colem-se uma as outras, não formando um filme
íntegro capaz de ga ran tir o rev es time nto en tér ico ". Ca o oco rra
aderência entre as cápsulas, elas devem ser separadas rapidamente,
antes que a solução de revestimento seque, deixando-as no copo e
continuando o processo. Se no final do processo algumas cápsulas
permanecerem aderidas uma às outras, estas cápsulas deverão ser
descartadas. Uma eventual perda deve ser levada em consideração
 

Capitulo 5 - Manipulação
descartadas. Uma eventual perda deve ser levada em consideração
Passo
no 4: Uma portanto
processo, vez rea lizado o passo
deve-se 3 por
revestir umavárias vezes, rem
quantidade ova de
maior as
cápsulas do
cápsulas e as
quedeixe sobre um
a solicitada na papel toalhacom
prescrição, estendido
o intuitosobre uma
de com-
bancada,
pensar estapara secagem
perda. ao ar
Sugerimos  5% por 5 a 10 minutos. Antes de jatear a
 a mais.
solução de revestimento novamente (passo 4), pese, anotando o
valor e certificando a quantidade de revestimento da cápsula com o
valor calculado. 0 jateamento deve ser realizado até a proximidade 139
do peso calculado das cápsulas cheias com o revestimento.

Solução para Revestimento Entérico com aceto ftalato de celulose


(p /   100mL)  para utilização na máquina de revestimento

A ce tofta lato de celulose (CAP) 7,5 g


Hidróxido de am ônio NF 27% 2,63 mL
Prop ilenoglicol 3,0 mL
Álcool etílico 70 95,5 ml

Procedimento de preparo:
Passo 1: No agitador, adicione o CAP ao álcool seguido pelo hidróxi-
do de am ônio. (A dissolução do CAP depende do pH básico).
Passo 2: Deixe agitar por   1  hora ou até dissolver.
Passo 3: Então, acrescente o propilenoglicol

Validade desta solução: 1 ano, conservada em frasco de vidro âmbar


e hermeticamente fechado.

Solução para Revestimento Entérico


para utilização na máquina de revestimento

Eudragit®L-100 7g
P olietileno glico l 400 4,0 mL
Solução Acetona/álcool absoluto (1:1) qsp 100 mL

Procedimento de preparo:
Passo 1: Dissolva o Eudragit L-100 em cerca de 90 mL da solução de
 

Capitulo 5 - Manipulação

Álcool/Ace tona (1 :1 ) em um béquer de vidro cobe rto.


3 . 7 . 4 . 2:PAdicione
Passo r o c e d i m eonPEG
t o d e400p ree pcomplete
a r o d e og rvolume
a n u l a d opara
g a 100
s t r o mL
r e s icom
s-
atente
solução  c omcom d r a g i t L -   1 0 (1
o Eáulcool/acetona 0 ®:1 ).
Uma alternativa farmacotécnica mais moderna e consistente
é revestir
frasco de vido fármaco
ro. incluso em um granulado, com substâncias es-
táveis em meio ácido que se dissolvem no meio neutro ou ligeira-
140
mente alcalino, encontrado no duodeno e nos intestinos. A granula-
ção do fármaco com o copolímero do ácido m eta crílic o/m eta crila to
de metila (Eudragit L 1 00®) m ostra-se e fic ie nte e seguro para o re-
vestimento gastroresistente. 0 revestimento é insolúvel em ácidos
diluidos e fluídos gástricos e solúvel em tampões e fluídos digestivos
acima do pH 6,0; portanto, assegura tanto a não liberação do fár-
maco em meio gástrico, como a liberação deste em meio entérico,
em conform idade com o desejo tera pê utic o.

A. Soluçào de Eudragit  L-100®  para granulacão gastro-resistente


Eudragit L 100 20,0%
PEG400 5,0%
ou Propilenoglicol 10,0%
Água destilada 3,0%
Álcool isopropílico qsp 1 00,0mL
Preparo:
Passo 1: 0 Eudragit L 100® deverá ser dissolvido no álcool isopropí-
lico
Passo 2: Ad icionar o restante dos com ponentes
Passo 3: A solução poderá ser guardada em estoque, acondicionada
em frasco de vidro âmbar he rm éticam ente fechad o.

B. Preparo do granulado gas tro-resisten te


Fármaco xg (qu an tidade a ser revestida)
Solução de Eudragit L - 1 00® .. 50% do peso to ta l da substância

Passo 1: Umectar o fármaco ou o fármaco + excipiente, tamisados e


pesados, com a solução de Eudragit L100®, até formar massa úmi-
da.
Passo 2: Granular em tamis com abertura de malha de 1,4mm a
 

Capitulo 5 - Manipulação

2mm,   forçando
Passo sua passagem
3: Determinar o Fator decom o uso para
correção de uma espátula e reco-
granulado:
Ihendo oFcgranulado
= peso do emgranulado
superfície forrada com papel impermeável
(ex.: papel manteiga).
peso da Colocar para secar em temperatura ambiente
susbstância
ouPasso
em estufa aberta a e40°C.
4: Encapsular envasar
141
3 . 7 . 5 . A lg u ns f á r m a c o s c o m e r c i al i za d o s c o m r e v e s t i m e n t o
gastro-resistente:
Mesalazina, Sulfassalazina, Pantoprazol, Pancreatina, Diclo-
fenaco, Naproxeno, ácido acetilsalicílico (comercializado também
na forma convencial), bisacodil, digitoxina, indometacina, lanzopra-
zol,   tripsina, bromelaína, om eprazol, etc .

3.7.6. Teste de Revestimento Entérico (USP23/NF18)

A. Fiuido gástrico simulado (pH 1,2) 37°C - 1 a 2h


Cloreto de sódio 2.0g
Pepsina 3.2g
HC137 7.0ml
Água destilada qsp 1000ml
Não deve haver sinal de desintegraçâo após o periodo de  1 hora

B. Fluido intestinal simutado (pH 7,5) 37°C


Fosfato monobásico de potássio 6,8g
NaOH0,2N 190,0ml
Pancreatina 10,0g
Água destilada qsp 10OOml
Deve  se desintegrar no prazo prescrito pela mono grafia farmacop éica.

Nota: Para granulados e pellets é necessá rio realizar o teste de dissolução.


 

Capitulo 5 - Manipulação

3.8. Cápsulas de liberação lenta  {Slow release)

3.8.1.   Introduçao
142 Algumas formas farmacêuticas sólidas, como cápsulas e com-
primidos de liberação convencional são elaboradas para liberar o
fármaco no organismo de modo a ocorrer absorção rápida e compte-
ta.   Nesses sistemas, busca-se manter determinada concentração do
fármaco no sangue, prescrevendo-se doses unitárias constantes ao
paciente durante o período de 24 horas. No entanto, pode ser ob-
servada a ocorrência de picos e vales no perfil de biodisponibilidade
do medicamento que devem estar situados dentro de uma faixa a-
ceitável,   (janela terapêutica - acima da concentração mínima eficaz
e abaixo da concentração m ínima tóx ica) para que não haja com -
prometimento da eficácia clínica do tratamento. Este perfil, deter-
mina a posologia do esquema terapêutico (Ansel, Popovich, Alen,
2000;  Helman, 1981; Lieberman, Lachman, 1982; Lieberman, Lach-
man,   Schwartz, 1 990; Ritschel, 1 982; Veiga, 1 988).
Contudo, outras formulações vêm sendo estudadas, na tenta-
tiva de modular a liberação do fármaco, para que ocorra de modo
lento e gradual propiciando ação terapêutica de longa duração (An-
sel,  Popovich, Alen, 2000; Helman, 1981; Lieberman, Lachman,
1982;  Lieberman, Lachman, Schwartz, 1990; Lordi, 1986; Prista,
Alves, Morgado, 1 995; Ranade, 1 991 ; Ritschel, 1 982; Veiga, 1 988).
Nos sistemas de liberação controlada, a taxa de fármaco li-
berada iguala-se a quantidade de fármaco eliminado, mantendo
desta forma, a concentração plasmática dentro da janela terapêuti-
ca (Uhrich   et al.,  1 999). Tais preparações podem ser desenvolvidas
para administração por diversas vias (cutânea, intravascular, intra-
muscular, lin fá tic a, ocular, nasal, de ntre outras). E ntre tan to, a ad-
ministração pela via   oral,  continua sendo uma das mais desejáveis
(Khan,  1995; Veiga, 1988).
De acordo com a United States Pharmacopeia 24 ed. (2000),
o termo   liberação controlada  é sinônimo de   liberação sustentada,
liberação prolongada   ou   ação prolongada.  Tais term os são em pre-
gados para descrever formulações que não liberam o fármaco pron-
 

Capítulo 5 - Manipulação

gados para descrever formulações que não liberam o fármaco pron-


vezes na
tamente freqüência
após de dosagem,
administração, como com aumento na aquiescência
os denominados medicamentos do
depaciente
  liberaçãoaoconvencional
esquema terapêutico que possui
  e, que apresentam eficácia
redução melhorada,
na freqüência
dequando
doses comparado aos Formas
administradas. sistemasdeconvencionais. Por outro
  liberação controlada lado,
  são de-
ainda
signa-se como formas de   Uberação retardada,  aquelas que libe ram o
definidas, como aquelas nas quais há redução de pelo menos duas
fármaco em tempo diferente do sistema convencional e em local
bem determínado, sendo depois, a liberação praticamente imedia- 143
t a ,  o que acontece com as formas de liberação entérica (Costa, Lo-
bo,  1999; United States Pharmacopeia 24 ed., 2000).
Ambos os sistemas,   liberação controlada  e   liberação  retar-
dada   são definidos pelo termo   liberação modificada  que possui sen-
tido mais amplo: são sistemas cuja característica de liberação do
fármaco, em relação ao tempo e/ou local são determinados de a-
cordo com objetivos ou conveniências não oferecidas por sistemas
convencionais de cedência do fármaco; como soluções, pomadas e
demais formas de pronta dissolução (United States Pharmacopeia 24
e d . ,   2000).
 

Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 2 0 : T e r m i n o l o g i a m a is r e c e n t e m e n t e e m p r e g a d a n a á r e a
de t e c n o lo g i a d e l i b e r a ç ã o m o d i f i c a d a d e f á r m a c o s

144 DE LIBERAÇÃO
TIPO DEFINIÇÃO REFERÊNCIAS
Controlada (liberação Sistema no qual a liberaçâo do fármaco United States
prolongada, ação prolon- ocorre lentamente e em quantidade Pharmacopeia 24
gada, liberação len ta, constante por unidade de tempo, quan- e d . , 2000; Costa,
liberação sustentada) do comparado com sistema convencio- Lobo, 1999
nal.

A quantidade de fármaco liberada por


unidade de tempo é uma porcentagem Costa, Lobo, 1999
De ordem um fixa do total que permanece no sistema.

United States
harmacopeia 24
A liberação do fármaco ocorre em   peri- ed., 2000; Costa,
Retardada odo de tempo bem definido após admi- Lobo, 1999;
nistração do medicamento. Ranade, 1991

A cedência do fármaco é programada Costa, Lobo, 1999


Programada por sistema eletrônico.

Neste sistema, há liberação seqüencial


de 2 doses completas do fármaco.   Inici-
almente é liberada uma dose equivalen-
te   à convencional, contida na parte
externa. Posteriormente, é libertada a
Ação repe tida dose incorporada no núcleo. Esta man- Veiga,  1988
terá o nivel plasmático efetivo. Idêntico
à tomada de doses consecutivas de um
medicamento convencional.

Sistema onde a liberação do fármaco é


determinada de acordo com objetivos United States
Modificada ou conveniências não oferecidas pelos Pharmacopeia 24
sistemas de pronta liberação. Abrange e d . , 2000; Rana-
todos os sistemas diferentes dos con- de, 1 991.
vencionais.

Fonte: Tese de me strado de Janaina Cecília Oliveira Villanova/Universidade de São Paulo:


USP2001
 

Capítulo 5 - Manipuiação

Ad vertên cia: Em relação à ma nipulaçào de formas farm acêu ticas


magistrais de liberação prolongada, deve ser mencionada a dificul-
dade tecnológica de predizer o exato perfil de liberação do fármaco
necessário para obter resultados consistentes lote a lote. Além dis-
so,   a determinação consistente e confiável dos níveis sanguíneos do
fármaco e a duração da sua ação só podem ser comprovados através 145
de estudos de bioequivalência. Portanto, a manipulação magistral
de fórmulas de liberação controlada ou sustentada deve ser evitada,
bem como, a de fármacos de baixo indice terapêutico dispensados
nestas formas. As formas de liberação modificada passíveis de se-
rem manipuladas, pelas farmácias magistrais, com segurança são as
cápsulas   c o m  revestimento entérico (liberação retardada) e as de
liberação lenta ou   slow release  (co nc eito mais am plo e menos res-
trito do que liberação controlada ou sustentada), estas últimas,
obtidas com a utilização de excipientes formadores de m atr izes   co -
loidais.
Nota: Vários destes termos criados para desiçnar formas farma cêuticas de tiberação modifi-
cada foram introduzidos pelas empresas farmacêuticas, visando refletir um design especial
produzido para um a forma de liberacão protonçada ou utilizando-os como termos de marke-
ííng.
 

Capitulo 5 - Manipulação

3.9. Cápsulas de liberação prolongada

3.9.1.  Definição:
146 As cápsulas, assim como os comprimidos, podem ser formu-
ladas para liberar o(s) principio(s) ativo(s) de maneira lenta e pro-
longada para que seja(m) absorvido(s) pelo trato gastrintestinal.

3.9.2. Vantagens das formas farmacêuticas de liberação


prolongada:
Previne os efeitos adversos de algumas drogas, decorrentes
de altas concentrações plasm áticas após a sua absorção em form as
de liberação conve ncional (ex .: p en to xif ilin a , antihista m ínico s,   anti-
inflamatórios e etc).
Simplifica a posologia reduzindo a frequência de ingestão do
medicamento (ex.: antihipertensivos: metoprolol, pindolol, propa-
nolol,  diltiazem, nifedipina, verapamil, clonidina; hipocolesterêmi-
cos:   benzafibrato e fenofibrato; analgésicos: codeína, morfina; etc).
Permite a manutenção do nível plasmático do fármaco du-
rante o periodo noturno (ex.: antitussígenos, descongestionantes,
secretolíticos e broncodilatadores).
A formulação de liberação prolongada, compete com fárma-
cos que apresentam efe itos no organismo por períodos prolongados
(ex. antidepressivos, antiepilépticos, etc).

3.9.3. Desvantagens:
Em pacientes que sofreram efeitos adversos do fármaco
veiculado na forma de liberação prolongada, torna-se mais difícil a
remoção do fármaco do aparelho digestivo do que nos produtos de
rápida liberação.
Dificuldade de deglutição, decorrente da frequente utiliza-
ção de altas doses do fármaco (> 500 mg), portanto, a forma farma-
cêutica pode ser de maior tamanho.
Normalmente, as formas de liberação prolongada contêm
 

Capítulo 5 - Manipulação

duas ou mais vezes a dose da forma convencional, portanto, no caso


de3 . 9falha
. 4 . 0doMsistema
i t o d a Lde
i b eliberação 2 4 h   (Aspectos
r a ç ã o e mcontrolada, fisiológicos
aumenta-se envol-
o risco de
vidos na absorção de fármacos):
sobredose e de toxicidade iatrogênica é maior.
A. Fisiologia do sistema digestivo:
• Estõmago: esvaziamento em 2 a 6 horas, responsável por 147
até
10%  da absorção.
• Intestino delgado: esvaziamento em 3 a 5 horas, responsável
por até  90%  da absorção.
• Intestino grosso: esvaziamento em 3 a 10 horas, responsável
por até   10%  da absorção.
• Tempo to ta l para o esvaziamento do sistema digestivo: 8 a
21 horas. M édia: 1 4 a 15 horas.
Portanto, um mecanismo de liberação prolongada por um pe-
ríodo maior que 14 a 15 horas é improvável.

3.9.5. Características ideais de um sistema de liberação


prolongada
• Alta resistência na liberação do fárm aco.
• Facilidade de se form ula r.
• Econômico.
• Com patibilidade com fármacos hidrossolúveis e lipossolúveis.

3.9.6. Alguns fármacos que podem ser manipulados em cáp-


sulas de liberação lenta
• Progesterona
• Codeína
• Morfina
• Propranolol
• Anfepramona HCl
• Diclofenaco
• Diltiazem HCl
• Teofilina
• Nifedipina
 

Capitulo   5 -  Manipulação

3.9.7. Sistema de matriz hidrofílica para liberação prolon-


gada  d e f á r m a c o s :
0 sistema de matriz hidrofílica, utilizando polímeros, atende
às  características necessárias para a preparação de cápsulas de libe-
ração lenta na farmácia magistral.
148
Um sistema de liberação controlada pela formação de matriz
hidrofílica é um sistema dinâmico que envolve as seguintes etapas:
• Molhagem do po líme ro.
• Hidratação do polím ero.
• Dissolução do po límero .

Ao mesmo tempo, outros excipientes solúveis ou drogas irão


também molhar, dissolver e difundir fora da matriz, enquanto os
materiais insolúveis irão ser segurados na matriz até que o comple-
xo polímero/excipiente/complexo de fármacos sofra erosão ou se
dissolva.
Para formar com sucesso um sistema de matriz hidrofílica, pri-
meiro é preciso selecionar o polímero que irá molhar e hidratar,
para formar uma camada gelatinosa rápida o bastante para proteger
o interior da cápsula ou comprimido, da desintegração e da dissolu-
ção durante a fase inicial de molhagem e hidratação. Se o polímero
se hidratar m uito lentam en te o fluido gástrico pode pen etrar no
interior do comprimido ou da cápsula e permitir a difusão prematu-
ra do fármaco. Um outro resultado da velocidade inadequada de
hidratação do polímero, pode ser a dissolução prematura do excipi-
ente na matriz, causando a desintegração precoce da forma farma-
cêutica.
A capacidade de hidrataçâo rápida do polímero é fun da m en tal
na formu lação de formas farm acê uticas de liberaçã o prolongada,
principalmente, quando a formulação contém fármacos e excipien-
tes hidrossolúveis.
De maneira simplificada, podemos resumir que para o polímero
produzir efeito prolongado na forma farmacêutica, sua hidratação
deve ser mais rápida do que a dissolução do fármaco e ou excipien-
te,  portanto, a escolha do polímero deve se basear neste critério.
 

Capítulo 5 - Manipulação

A. Fatores que afetam a hidratação dos polímeros

A . 1 .   Tamanho da partícula: o tamanho das partículas sólidas podem


afetar a velocidade de liberaçâo do fármaco. É recomendado que as
partículas do fármaco mais as do excipiente sejam relativamente
149
finas e com tamanhos similares.

A.2.   Viscosidade da solução do polímero: polímeros de alta viscosi-


dade produzem camadas de gel mais viscosas, fazendo com que a
difusão do fármaco seja mais lenta. Por outro lado, polímeros de
baixa viscosidade liberam o fármaco mais rapidamente.

A.3.   Solubilidade do fármaco: As matrizes hidrofílicas são utilizadas


na formulação tanto de fármacos muito solúveis como de fármacos
insolúveis. Entretanto, em formulações contendo fármacos e ou
excipientes muito solúveis requerem que o polimero se hidrate ex-
tremamente rápido, antes da solubilização do fármaco ou excipien-
te.

A.4.   Concentração do polímero: aumentando-se a concentração do


polímero do sistema matriz, aumenta-se a viscosidade do gel for-
mado. Portanto, um aumento da concentração do polímero irá ge-
ralmente produzir um decréscimo da difusão e liberação do fárma-
co.   Por este motivo, polímeros que se hidratam lentamente devem
ser utilizados em altas concentrações para produzir efeito prolonga-
do na formulação.

A.5.   Interações polimero, fármaco e excipiente: excipientes ou fár-


macos hidrossolúveis em uma matriz hidrofílica podem afetar a vis-
cosidade do gel formado. Substâncias solúveis competem com o po-
límero e com a água disponível, o que pode afetar a viscosidade do
gel.   Quando sais fortemente iônicos são veiculados em matriz hidro-
fílica,  eles podem competir tão fortemente com o polímero pela
água que este último terá pouca chance de se hidratar (ex.: cloreto
de potássio).
pH:  na faixa de pH normal do TGI (Trato Gastrointestinal) não afeta
significativamente a viscosidade do gel da matriz hidrofílica.
 

Capítulo 5 - Manipulação
significativamente a viscosidade do gel da matriz hidrofílica.
3.9.8. Matrizes hidrofílicas em cápsulas:
Uma liberação lenta do fárm aco pode ser ob tida em cápsulas,
com o uso de polimeros formadores de m atriz hid rofílica .
Quando   a  cápsula de gelatina é ingerida, a gelatina que   a
constitui permite a penetração da água, causando sua hidratação e
150
dissolução em alguns minutos. 0 uso de polimero formador   de  ma-
triz coloidal no excipiente encapsulado, afetará assim como, nos
comprimidos a dissolução da cápsula, prom ovendo uma liberação
controlada.
A concentração de polimero utilizada afetará a velocidade de
liberação do fármaco, todavia o tamanho da cápsula utilizada pare-
ce não ter sign ificante efeito na libera ção .

A. Sistema de polímero eficiente para formacão de matriz coloidal


em cápsulas

A.1.   HPMC - Hidroxipropilmetilcelulose: polimero derivado da   celu-


iose com alta capacidade de molhagem e alta velocidade de hidra-
tação.

Tabela 21: Especificações de HPMC e concentrações usuais para


cápsulas   de liberação lenta

HPMC Concentração usual do polimero


(Especificações comerciais vo lum e da cápsula
para formaçao de matrizes
hidrofílicas)
Methocel® E4M - Premium 40% Cãpsula
Corres pond ência e m peso ao vo lum e de 40%
n° 1 = iOOmg HPMC * Ativos * Lactose ou Amido
(4000 mPas) Cãpsula n° 0 = 140mg HPMC • Ativos ♦ Lactose ou Am ido
Cápsula n° 00 = 200mg HPMC * Ativos • Lactose ou
Amido
Cápsula n° 000 = 280mg HPMC * Ativos * Lactose o u
Amido
Methocel® K100 30%
Methocel ê marca reçistrada da Dow Chem ical Compa ny

É recomendado que no preparo de cápsulas de liberação len-


 

Capítulo   5 - M anipulação

3 .  9 .a9  mistura
ta, . A l g u n sdof ápó
r m acontendo
c o s q u e o p ativo,
o d e m excipiente
s e r m a n i peu l polímero
a d o s e m seja
cáp-
tamisada para obtenção de um pó muito fino (tamis 80 mesh).
s u las d e l i b e r a ç ã o l e n t a
Progesterona
Codeína
Morfina 151
Propanolol
Anfepramona HCl
Diclofenaco de sódio
Diltiazen HCt
Teofilina
Nifedipina
T3,T4
Não manipular em cápsulas menores que a número 1.

A. Exemplo de Formulação
Progesterona em Cápsulas de Liberação Lenta
Progesterona 100mg
HPMC 140mg
Lactose qsp 1 cápsula
Nota: Encapsular em cápsulas núm ero 0.
 

Capítulo 5 - Manipulação

Tabela   2 2 : A l g u m a s F o r m u l a ç õ e s C o m e r c i a l i z ad a s c o m L i b e r a ç ã o
Modificada

Referênàas:
International Drug   Directory 1990-1991
152
Physicians' Desk  Reference 50th edition 1996
Red List:  Drus Directory of Germ an Pharm aceutical Industry
Abreviações:  C= cápsula, T=com primido (do  ingíès   tabtet), E=revestimento entérico, XR=
liberaçõo  prolongada (do  ing/ês   extended release)

Droga/companhia Forma Propriedades


farmacêutica
Acetaminofem/ Mc Neil C XR
Acetazolamida/ Lederle c XR
Ácido ac et ilsa licíli co / Bayer, S m ith- C,T E, XR
kline Beecham
Allopurinol/ Siegfried T XR
Ambroxol/  Mack C XR
Amfepramona/ Marion Merrell Dow T XR
A mitriptilina/ Bayer, Wyeth C T XR
Benzafibrato/ Boehringer Mannheim T XR
Biperideno/ Lundbeck T XR
Bisacodil/  C i b a , T h o m a e , W e l l c o m e T E
Buflomedil/ Abbot T XR
Carbamazepina/ Sanofi, Geigy T XR
Carbidopa/ Du Pont T XR
Cetoprofeno/ Rhone-Poulenc, Wyeth C, T XR
Clonidina/ Boehringer Ingelheim C XR
Codeína/ Zyma T XR
D extropropoxifeno/ Goedecke C XR
Diclofenaco/ Ciba, Sanofi, Siegfried C,T E, XR
Digitoxina/ Beiersdorf, Lilly T E
D i l t i a z e m /  L e d e r l e , M a r i o n - M e r r e l - C,T
Dow
E t ilefrina (e tila dr ia no l)/ Boeh ringer C,T XR
Ingelheim
Felodipina/ Astra, Hoescht T XR
 

Capítulo 5 - Manipulação
Felodipina/ Astra, Hoescht T
F enilpropanolamina/
Continuação Tabela 22 Smithklin e Bee- C XR
Droga/companhia
cham,   Procter & Gamble Forma Propriedades
farmacêutica
Fenofibrato/ Fournier C XR
Flufenazina/ Squibb T XR
153
Furosemida/ Hoechst C XR
Ibuprofeno/ Wander. Klinge C,T XR
Indometacina/ Merck C,T E,  XR
Isossorbida dinitrato/ Boehringer C , T XR
Mannh., Wyeth
Isossorbida mononitrato/ Synthela- C , T XR
bo,  Boehringer Mannh.
Isoxsuprina/ Duphar C XR
Lanzoprazot/ Takeda c E
Levotiroxina (T4)/ Henning T XR
Lítio/ Astra, Smithkline Beecham T E,  XR
Mesalazina/ Procter & Gamble, T E,  XR
Smithkline Beecham
Metformina/ Boehringer Mannheim T XR
Metilprednisolona/ Hoechst T XR
Metoclopramida/ Kali-Chemie C XR
Metoprolol/ Astra, Ciba T XR
Morfina/ Rhone-Poulenc CT XR
Naproxeno/ Roche, Syntex C,T E
Nifedipina/ Bayer C XR
Nitrofurantoina/ Procter & Gamble c XR*
Omeprazol/ Astra c E
O rfenad rina/ 3M Media T XR
Pancreatina/ Mc Neil, Nordmark C,T E
Pantoprazol/ Byk Gulden T E
Pentoxifilina/ Promonta Lundbeck, T XR
Hoechst-Roussel
Pindolol/ Sandoz T XR
Cloreto de Potássio/ Abbott T XR
Propranolol/ Wyeth C XR
Q uinidina/ As tra, Boehringer Man- T XR
 

Capitulo  5 - Manipulação
Q uinidina/ As tra, Boehringer Man-
nh.
Continuação   Tabela 21
Droga/companhia
Salbutamol/ Glaxo Forma
CT XR
Propriedades
Sulfassalazina/ Pharmacia farmacêutica
T E
Teofilina/   Byk  Gulden, Hoechst, CT XR
Key,
154 Knoll,  3 M Medica
Tioridazina/ Sandoz T XR
Trifluoperazina/ Smithkline C XR
Beecham
Tripsina/ Mucos, Novo T E
Ácido valpróico/ Abbott, Geigy C,T E
Verapamil/   Knoll, Searle C,T XR
Vincamina/ Parke-Davis C XR

3.10. Procedimento para Manipulação   de  Formulações


em Cápsulas d ura s:
3.10.1.  Pesagem
As receitas devem  ser ordenadas   de acordo   com o ho rário  de
entrega prometido  ao cliente.
0 manipulador seleciona   a  ordem   de  pesagem   dos  compo-
nentes  das receitas   a  serem manipuladas. Confere   se ficha   de pro-
dução está  de acordo   com a receita   e o  rótulo, separa  os potes  dos
componentes   a  serem utilizados   (as  matérias-primas deverão   ser
armazenadas   em frascos   de vidro âm bar, etiqu etad o   com todas  as
especificações: nome, fator   de equivalência, fom ece dor,   n° de lote ,
prazo  de validade  e colocados  em ordem alfabética   nas prateleiras).
Procede-se   a  pesagem individual   de  cada componente   (os
potes  com m atérias-prim as após tere m sido u tilizado s de verão  per-
manecer fechados (pois podem ocorrer alterações   nos sais)   e  colo-
cados novamente em ordem nas prateleiras).
0 manipulador anota   em  formulário próprio   os  dados refe-
rentes   à  fórmula manipulada:   o  número   da  requisição,   o  nome  do
cliente,   o  horário   da  pesagem,   o  número   de  fórmulas pesadas  da
receita, assina   o  rótulo   de con trole   de  processo   e  envia   a  formula-
 

Capítulo 5 - Manipulação
receita, assina   rótulo  con trole   processo   envia   formula-
ção pesada 0 encapsulador realiza o acondicionamento
para Hom ogeneização/T am isação. do pó nas cápsu-
las,   anota dados da re
0 manipulador ce ita , aassina
efetua rótulo diluição
  trituração, de processo, anota tama-
  e  tamisação  da
nho e cor
fórmula, da cápsula
anota no  rótu
dados   em lo de c onpróprio
formulário trole de processo,
  e envia env ia para
  a  mesma paraa
a conferência
encapsulação. o pote com a fórmula encapsulada sem lacrá-lo.

155
3.10.2. Materiais utilizados:
Balança semi-analítica
Espátulas (aço inox ou plástico)
Papel manteiga
Saco plástico
Calculadora
Papel higiênico
Proveta graduada

3.10.3. Procedimento:
Passo 1: Processo em que o manipulador deverá pesar os sais, espe-
cificados na receita (ficha de pesagem), observando as respectivas
quantidades.
Passo 2: A pesagem deverá ser precisa e muito cuidadosa.
Passo 3: Ao iniciar a pesagem, o manipulador deverá tarar a balança
com papel manteiga sobre o prato.
Passo 4: 0 manipulador deverá pesar os sais um a um (sempre ta-
rando a balança após cada sal), em papel manteiga sobre a balança
de precisão, utilizando-se de uma espátula. Para pesagem de pellets
deve utilizar sempre espátula de plástico ou de chifre, não utilizar
espátulas de aço inox.
Passo 5: Após o término da pesagem da fórmula, inclusive o excipi-
ente,  os sais serão colocados em um saco plástico e encaminhados
para o processo de trituração, diluição e tamisação da formulação.
Passo 6: A ordem de manipulação deve conter orientação quanto ao
tamanho e cor das cápsulas a serem utilizadas, bem como a indica-
ção da necessidade de revestimento entérico, se for necessário.
 

Capitulo   5 -  Manipulação

3.10.4. Cálculo Man ual p ara en ch im en to das Cápsulas


Para pesar uma fórmula, mediante a receita (sem a ordem
de manipulação), o m anipu lador terá que ca lcular a qu antidad e de
cada sal manualmente. Para isso, terá que considerar a dosagem do
sal
156e m ultiplicar pelo núm ero d e cápsulas que serão m anipuladas.
Deverá observar e considerar a diluição e ou fator de correção do
sal que está sendo calcu lado e em que unida de de m edida ele se
encontra.

Exemplo:
Piridoxina 60,0 mg
Cistina 200,0 mg
VitaminaB12 1 00,0 mcg
Biotina 0,2 mg
VitaminaA 25.000 Ul
100cápsulas.

Cálculo:

- Piridoxina = 60 mg x 100 caps. = 6,0g


- Cistina = 200 mg x 100 caps. = 20,Og
- Vitamina B12 = 100 mcg x 100 caps. = 10.000 mcg = 1 0mg

Considerando-se que a vitamina B12 é diluída   1:100,  faz-se


então uma regra de três:

1mg 100 mg
10 mg x
x  = 1.000 mg = 1 ,0g
Pesa-se então 1,0g da Vit. B12 diluída   1:100.

- Biotina = 0,2 mg x 100 caps = 20 mg


Considerando-se que a Biotina é diluída 1:10, faz-se outra regra de
três.
1mg 10 mg
10 mg x
 

Capítulo 5 - Manipulação
x  = 200 mg = 0,2g
Pesa-se
- Vitamina0,2g
A =de25.000
BiotinaUldiluída 1:10.
Converte-se a unidade internacional em miligrama, considerando-se
que 500.000 Ul de vitamina A correspondem a 1g da vitamina A ace-
tato pó, faz-se então a seguinte regra de três:
500.000UI 1g
25.000 Ul x 157
x = 0,05g
0,05gx 100caps = 5,0g.
Pesa-se então 5g da vitam ina A ac eta to pó.

3 . 1 0 . 5 . C ál c u l o d o T a m a n h o d a Cáp s u l a
É necessário completar com excipiente o volume do pó a
encapsular, caso este seja inferior a 90% da capacidade da cápsula.
Considera-se sempre o peso e a densidade aparente dos pós
da formulação.

Tabela 23: Capacidades médias das cápsulas gelatinosas duras

Tamanho da cápsula volume em ml Capacidade média em mg


0,6g/ml -   1,2g/ml
000 1,37 8 2 2 -   1644 mg (750mg)
00 0,95 5 7 0 -   1140mg(500mg)
0 0,68 408 - 816 mg (400mg)
1 0,5 300 - 600 mg (350 mg)
2 0,37 222 - 444 mg (250mg)
3 0,30 1 8 0 -  360 mg (200mg)
4 0,21 126-252mg(150mg)
Existem diferencas de capacidade em peso relacionadas com a reologia do pò, tenuidade,
densidade, etc. Exem plo: uma cápsula n° 0, pode conter cerca de 300 mg de cáscara sagrada
pó ou 825 mg de cloreto de s ódio.
( ) : capacidade média para substâncias com densidade aparente próxima d a lactose.

Para fórmulas compostas e para matérias-primas com baixa


ou alta densidade deveremos utilizar o método volumétrico (com
proveta).

Exemplo 1
 

Capítulo 5 - Manipulação

C imetidina
Verifica-se um total200 mg
de 350 mg de pó por cápsula, pela tabe-
Inositol
la corresponde à cápsula 100 mg
n° 1 , não sendo necessário acrescentar
Alcachofra
excipiente ext por . cápsula,
seco 50exceto
mg se a mistura demonstrar sinais de
Peso  total:   350 mg
higroscopia.
158
Exemplo 2 . Cápsulas dobradas:
Fórmulas que apresentam sais cujo peso total ultrapassa os
750 mg deverão ser feitas em 2 cápsulas que conterão   Vi  dose em
cada uma (Capacidade média da cápsula: veja tabela 23)

Hidróxido de alum ínio 300 mg


Hidróxido de magnésio 300 mg
Simeticone 1 00 mg (sim etico ne   50%  x2)
Metoclopramida 20 mg
Peso  total:   820 mg
Dividindo o peso de 820 mg por 2, encontraremos 410 mg que
corresponde à cápsula n° 0, portanto, deveremos fazer 2 cápsulas
ao invés de 1 sem o acréscimo de exc ipient e, os sais desta fo rm ula -
ção apresentam densidade aparente baixa.
As fórmu las poderão aprese ntar tam bém outras variações,
como cápsulas triplicadas e quadruplicadas que seguem o mesmo
procedimento anterior.

Exemplo 3
Famotidina 25 mg
Cisaprida 8 mg
60 caps
Peso  total:   33 mg

A menor cápsula disp onível na farm ác ia é a cápsula n° 3 cu ja capa-


cidade média é de 200 mg.
200 mg - 33mg = 167 mg (quantidade de excipiente a ser completa-
da por cada cápsula).

Para 60 cápsulas: 1 67 mg x 60 caps = 1 0020mg = 1 0,02g de ex cipi-


ente.
 

Capitulo 5 - Manipulação
Para esta formulação deverá pesar 10,02 g de excipiente.
3 .10.6. Método Volum étrico para Enchimento   das   Cápsuias
A cápsula é uma das formas farmacêuticas orais mais difundidas
em manipulação. No entanto, a prática envolvendo cápsulas é mui-
tas vezes imprecisa, pois os métodos geralmente utilizados para o
enchimento, se baseiam na capacidade em termos de peso. Este
parâmetro (peso) varia muito conforme a densidade do pó a ser 159
en-
capsulado, o que pode gerar alguns inconvenientes no cálculo de
excipiente e tamanho da cápsula a ser empregada. 0 "Método Vo-
lumétrico" de enchimento de cápsulas é muito mais preciso, já que
as cápsulas têm a capacidade constante em term os de volum e.

A. Como utilizar o método volum étrico


Pesar todos os componentes, lembrando das conversões (di-
luição, fator de correção e fator de equivalência) e do número de
cápsulas (quantidade prescrita na receita).
Medir o volume em proveta (10 - 1000 ml).
Bater a proveta com cuidado na bancada (revestida com bor-
racha) para o assentamento do pó e leitura correta do volume.
Uma vez obtido o volume, utilizar o gráfico (nomograma),
selecionando o número da cápsula (tamanho) que se adeque ao vo-
lume do pó, bem como a adição de mais excipiente para completar
o enchimento da cápsula.

Exemplo:
volume = 25 m l para 30 cápsulas.
Veja o ponto "x" no gráfico. Segundo o gráfico, a cápsula a ser usa-
da é de número superior a 0, portanto 00. Para 30 cápsulas de nú-
mero 00. Qual o volume ocupado ?
Veja ponto Y no gráfico = 29 ml.
Sendo assim, o volum e de ex cipie nte será 29 - 25 = 4 m l.
 

Capítulo 5 - Manipulação

T a b e l a d e p r e e n c h i m e n t o d as c á p s u l as d u r a s

Número de cápsulas duras


160
5 1 15 2 25

000

E5
1/1
o.
<C
u
0
TJ
o
l_
<D
£
z
1 15 2 25 3 35 4 45 5

Volume de pó

3.10.7. Homogeneização/ Tamisação


0   trabalho de homogeneização e tamisação da fórmula é
realizado após a pesagem da fórmula e antes da encapsulação da
mesma. (
É o processo em que os sais são misturados em gral de porce-
lana com o pistilo e tamisados, para uma homogeneização comple-
ta.

A. M aterial utiliz ado:


Tam is: m alha de aço inox de 50 a 1 00 Mesh.
Suporte para tamiz.
Gral de porcelana.
 

Capítulo 5 - Manipulação

Pistilo.
B. Procedimento:
Espátula de plástico tipo "tigre®" .
Passo Papel
1: Agitar o saquinho plástico, com os componentes da formu-
manteiga.
lação previamente pesados, 10 vezes ou mais, enchendo-o
previamente com ar (não soprar).
Passo 2: Verter o pó para um  gral,  triturando-o com o pistilo.
161
Passo 3: Transferir completamente o conteúdo para o tamis de ma-
Iha de aço inox (de 50 a 100 Mesh) adaptado ao seu suporte previa-
mente guarnecido com papel manteiga limpo.
Passo 4: Efetuar a tamisação do "pó" com uma espátula (limpa,
sanitizada e seca), pressionando ligeiramente o pó contra o tamis
em movimentos de "vai e vem", até o esgotamento do pó sobre o
tamis.   Substâncias naturais (fitoterápicos) poderão deixar alguns
resíduos, como fragmentos de galhos e folhas que não passando pelo
tamis serão desprezados.
Nota:  Os  sais na forma de microgrânulos (peltets) não podem passar peto tamis e pelo proces-
so de trituração no   gral,  pois estes processos comp rometeriam a integridade dos mesm os,
bem com o a eficàcia terapêutica posterior do fármaco.
Passo 5: Transferir o pó depositado sobre o papel manteiga contido
no suporte, para o gral de porcelana limpo, sanitizado (com álcool a
70%) e seco.
Passo 6: Misturar o "pó" no gral com pistilo: 10 movimentos no sen-
tido horário e 10 no sentido anti-horário.
Passo 7: Revolva o pó no interior e laterais do pistilo e do gral com a
espátula de plástico e repita a operação anterior.
Passo 8: Transfira o pó do gral para o saquinho de plástico, enchen-
do-o com ar (não soprar), agitando-o por 10 vezes ou mais.
Passo 9: Analise visualmente a homogeneização do pó, caso esteja
homogêneo passe para o passo seguinte, caso seja constatado sinais
de heterogeneidade (não misturou direito) repita a operação.
Passo 10: Anexar o saquinho com o pó da formulação à ficha de pro-
dução e ou receita e enviá-los para a encapsulação.
Passo 11: Após a homogeneização de cada fórmula, os materiais
utilizados (gral, tamiz, pistilo, espátula) deverão ser limpos e   sani-
tizados e o papel manteiga descartado e substituído por outro.
Passo 12: O homogeneizador deverá registrar seu trabalho na ficha
de produção, rubricando-a .
Nota: Os sais em microgrânulos ou pellets (omeprazol, lanzoprazot, itraconazot e outros) não
 

Capítulo 5 - Manipulação
passarõo pelo processo normal de homogeneização e tamização.
Norm aimenteEncapsulação
3.10.8. estes sais são pesados
de cápsula por cápsula peto m anipuiador ou em tabuleiro
Pós
especialmente catibrado.
A encapsulação
O homo geneizador, deve estaréciente
o processo onde de
das Boas  Prática asMan
matérias-primas pesa-
ipulaçâo estando devidamente
das e homogeneizadas
paramen tado e catcando tuvassãoque acondicionadas
após cada formutação emdeverão
cápsulas
passaradequadas.
por a ssepsia com
álcoot a  70%  ou outra solução sanitizante sob fricçâo.

A. Material utilizad o
162
Placas encapsuladeiras (000, 00, 0, 1, 2, 3, 4 ,5) ou máquina
encapsuladeira com respectivos discos.
Espátula plástica (patheta).
Socadores.
Papel manteiga.

B. Encapsulação com placas


As placas encapsuladeiras são constituídas por:
• 1 base
• 1 tampo para 180 ou 360 cápsulas em seus diversos tam a-
nhos.
• 3 hastes.

C. P rocedimento
Passo 1: Selecionar a ptaca encapsutadeira correspondente ao tama-
nho de cápsuta necessário.
Passo 2: Montar a placa. Deverá ser cotocada uma haste de cada
lado da base e o tampo em cima. A terceira haste (a menor) é   utiti-
zada para delimitar a área das cápsulas que serão utilizadas na en-
capsulação. Colocar uma fotha de papel manteiga sobre a bancada e
sobre esta folha, a placa encapsuladeira. 0 encapsulador deverá
observar na ficha de produção a cápsula que será utilizada (tama-
nho,   cor, etc) conforme a orientação por escrito do maniputador e
montar a placa adequada.
Passo 3: Preencher os orifícios da placa encapsuladeira com as cáp-
sulas fechadas vazias, de acordo com a quantidade solicitada na
fórmula, observando com atenção o tamanho e a cor da cápsula a
ser utiliza da .
Passo 4: Remover m anualmente a tam pa da cápsula (pa rte m enor da
cápsula). Adicionar o pó, (fórmuta) previamente pesado e homoge-
neizado, vertendo-a gradualmente sobre a placa com as cápsutas
 

Capitulo 5 - Manipulação

vazias
cador abertas.
para os pós que excedam minimamente a capacidade da cáp-
Passo 5: Espalhar cuidadosamente,
sula,   empregando com todas
força equitativa para a ajuda
as da espátuta,
cápsulas e emo pó
se-
sobre
guida adistribua
placa até
de que o conteúdo
maneira uniformeesteja
entreuniformemente
as cápsulas o distribuido
restante do
entre
pó. as cápsutas, bata a placa sobre a bancada de maneira ritmada
para
Passoque6: os póso se
Após acomodemdeverão
enchimento, facilmente, se necessário,
ser abaixadas use eo reco-
as hastes so-
locadas as tampas (pa rte supe rior) das cápsulas. 163
Passo 7: Em seguida o encapsulador deverá travar as cápsulas com
as mãos, tomando cuidado com a pressão, pois se esta for excessiva
poderá amassar o fundo das mesmas.
Passo 8: Após travadas as cápsulas deverão ser retiradas da placa,
limpas e acondicionadas na embalagem. Os potes de plástico (emba-
lagem) para acondiciona-las serão escolhidos em função da quanti-
dade e do tamanho das mesmas.
Passo 9: A embalagem deve ser rotulada.
Passo 10: Registrar a encapsulação em formulário do setor, rubricar
a ficha de produção e o rótulo de controle de processo.
Passo 1 1 : Enviar a fórm ula para a con ferênc ia.
Nota: 0 encapsu lador de verá seguir as Boas Práticas de Man ipulacão e estar devidamen te
parame ntado, catçando luvas e periodicam ente fazer a assepsia das mão s.

3 . 1 0 . 1 0 . E n c ap s u l aç ão c o m m á q u i n a e n c a p s u l a d e i r a (p a r a
fórmulas individuais)
A   utilização de máquina encapsuladeira reduz o tempo de
encapsulação em até 60%.
A.  A máquina de encapsular é composta po r:
• discos para a colocação das cápsulas (cada tam anho de
cápsula possui seu disco correspondente).
• aro de alumínio para ench imento do disco.
• enca ixe do disco para enchimento e ab ertura das cápsulas
por sucção.
• "porc o esp inho" onde são lacradas as cápsulas (fo i popu-
larmente chamado assim, por se parecer como tal). Ele é
um disco do mesmo tamanho dos de cápsulas, tendo no lu-
gar dos orifícios, hastes de alumínio.
Nota: Á máq uina encapsuladeira p ara formas individuais não possui funil de distribuição de
 

Capitulo 5 - Manipulação
Nota: Á máq uina encapsuladeira p ara formas individuais não possui funil de distribuição de
cápsulas
B .  e nem caneletas, pois na maioria das vezes, o núm ero de cápsulas a ser man ipulado
Procedimento:
é men or que a capacidade total do disco. Portanto, quase semp re trabalha-se com o disco
Pa so 1 : Aosendo
incompleto, receber a fórm
necessário ula o hom
para isso ogeneizada,
preenchimento ma nual.o Aencapsulador de-
vantagem d a utilização
verá
desta ve
márificar qunoal fato
quina está o tam anho
da me da cápsula
sma realizar selecionado
a abertura e o fechame ntoe oautomático
disco a-das
cápsulas, otimizando assim o processo de encapsulação.
propriado. Pode-se agilizar o processo, trabalhando-se com poucos
tamanhos
164 de cápsulas.
Passo 2: As cápsulas vazias são colocadas em disco correspondente.
De  acordo com o número de cápsulas da fórmula será preenchido o
disco (cada carreira do disco tem capacidade para 5 cápsulas, por-
tanto para encapsularmos 60 cápsulas devemos preencher 12 carrei-
ras).
Passo  3: Após o enchimento do disco com as cápsulas vazias, ligar a
sucçáo para a separação das cápsulas, ficando na parte inferior do
disco os corpos das mesmas para preenchimento com o pó e na par-
te superior suas tam pas.
Passo 4: Colocar o aro de alum ínio guia e distrib uir o pó norm alm en -
te com o auxílio da palheta. 0 disco pode ser batido para a melhor
acomodação dos pós, podemos ainda ut iliz ar o socador.
Passo 5: Após a distribuição total do pó, rejuntar as duas partes do
disco e lacrar as cápsulas no "porco espinho".
Passo 6: As cápsulas são então embaladas e enviadas para conferên-
cia,   após prévio registro e rubrica do encapsulador no rótulo de con-
trole de processo.

3 . 1 0 . 1 1 .  E n c a p s u l a ç ã o c o m l i q u i d o s
Drogas líquidas, soluções ou dispersões de fármacos podem
ser encapsuladas em cápsulas duras, desde que o invólucro gelatino-
so da cápsula não seja so lúvel no líquid o.

A. Líquidos que podem ser encapsulados em cápsulas duras:


• Soluções alcoólicas
• Óleos fixos (ex .: óleo de amêndoas, óleo de am endo im)
• Óleos voláteis

B. M aterial ut iliza do :
 

Capitulo 5 - Manipulação

Placa encapsuladeira.
C. Procedimento:
Pipeta, micropipeta ou gotejador calibrado.
Passo 1: Selecionar a placa encapsuladeira correspondente ao tama-
nho de cápsula necessário.
Passo 2: Montar a placa. Deverá ser colocado uma haste de cada
lado da base e o tampo em cima. A terceira haste (a menor) é   utili-
zada para delimitar a área das cápsulas que serão utilizadas na 165
en-
capsulação. Colocar uma folha de papel manteiga sobre a bancada e
sobre esta folha a placa encapsuladeira. 0 encapsulador deverá ob-
servar na ficha de produção a cápsula que será utilizada, (tamanho,
cor, etc) conforme a orientação por escrito do manipulador e mon-
tar a placa adequada.
Passo 3: Preencher os orifícios da placa encapsuladeira com as cáp-
sulas fechadas vazias, de acordo com a quantidade solicitada na
fórmula, observando com atenção o tamanho e a cor da cápsula a
ser utilizada.
Passo 4: Remover m an ualmen te a tam pa da cápsula (pa rte menor
da cápsula).
Passo 5: Medir em uma pipeta, micropipeta ou gotejador calibrado,
a quantidade do líquido contendo a droga diluída por dose a ser en-
capsulada (a diluição deve ser realizada em um volume compatível
com a capacidade da cápsula). Encher um a um, os corpos das cáp-
sulas com o líquido medido na pipeta.
Passo 6: 0 vazamento do líquido pode ser minimizado, pelo sela-
mento da tampa ao corpo da cápsula. Isto pode ser realizado umi-
decendo a superfície interna da tampa, antes de reacoplá-la ao cor-
po da cápsula, com um cotonete umidecido com uma solução hidro-
alcoólica.
Passo 7: Após selar e travar, as cápsulas deverão ser retiradas da
placa,  limpas e acondicionadas na embalagem. Os potes de plástico
(embalagem) para acondicionar as cápsulas serão escolhidos em
função da quantidade e do tamanho das cápsulas. A embalagem
deve ser rotulada.
Passo 8: Registrar a encapsulação em formulário do setor, rubricar a
ficha de produção e o rótulo de controle de processo.
Passo 9: Enviar a fórm ula para a conferê nc ia.
 

Capítulo 5 - Manipulação

D,  Exemplo de cápsulas duras com preenchimento liquido:


Progesterona 100 mg em cápsulas com óleo de amendoim

Para se manipular 100 cápsulas co ntend o 100 m g de pro ge stero na ,


faça a dilu ição a segu ir:
166
Progesterona m icronizada 10 g
Óleo de am endoim qsp 30 ml_

D.1.  Procedime nto:


Passo 1: Calcule a quantidade de cada ingrediente requerido pela
prescrição.
Passo 2: Pese precisamente a progesterona.
Passo 3: Misture a p roge sterona em ce rca de 20 mL de ó leo de a-
mendoim, em pequenas porções.
Passo 4: Adicione o óleo de am en do im até co m ple tar 30 mL e m istu -
rebem.
Passo 5: Preencha o tabuleiro com 100 cápsulas gelatinosas duras
N°1 .
Passo 6: Utilizand o uma m icr opipe ta , ad icion e 300 mcL (0,3mL) da
diluição oleosa de progesterona em cada uma das 100 cápsulas.
Passo 7: Selar e lacrar cada cápsula.
Passo 8: Remova as cápsulas preenchidas do ta b u le iro .
Passo 9: Embale e rotule.

3.10.12. Encapsulação de massa semi-sólida:


Este método pode ser empregado para aumentar a biodispo-
nibilidade de drogas que são pouco solúveis e exibem problemas de
biodisponibilidade.

Procedimento:
Passo 1: A droga é adicionada à base fundida (ex. base de polietile-
noglicol-PEG).
Passo 2: A mistura é aquecida e agitada até que o pó (a droga) é
também fundido, dissolvido ou completamente misturado na base
PEG.
Passo 3: Deixa-se esfriar um pouco, mantendo a temperatura acima
 

Capítulo 5 - Manipulação
Passo 3: Deixa-se esfriar um pouco, mantendo a temperatura acima
do
A. ponto de fusão
Exemplos do PEG.excipientes que podem ser utilizados como
de alguns
matrizes
Passo 4: semi-sólidas
Com o auxíliopara
decápsulas:
uma pipeta ou seringa, verter o volume
com •a quantidade desejada
Óleos vegetais (conforme óleo
hidrogenados: a dose
de calculada) individual-
algodão hidrogenado
mente em(Lubritab®),
cada cáp sula.
óleo de rícino hidrogenado, etc.
• Gorduras vegetais: cera de carnaúba, manteiga de caca u. 167
• Gorduras de origem an im al: cera de abe lha, lano lina .
• Hidrocarbonetos: pa rafina.
• Álcoois graxos: álcool cetílico , álcool láurico, álcool estearí-
lico,
• Ácidos graxos: ácido esteárico, palm ítico , m irístico e lauríli-
co
• Polietilen og licóis: PEG 1 500, PEG 4000, etc.

B. Exemplo de cápsulas com preenchimento semi-sólido:

Cápsulas com estrogênios: (composição para 100 cápsulas)


Estriol 200 mg
Estrona 25 mg
Estradiol 25 mg
Polietilenoglicol 1500 ... . 20 g
Potietilenogticol 4000 ... . 20 g
cada cápsula deverá conter: 2mg de estriol / 0,25mg de estrona e
0,25mg de estradiol.

Procedimento:
Passo 1: Calcule a quantidade requerida na prescrição de cada in-
grediente.
Passo 2: Pese prescisamente cada componente.
Passo 3: Utilizando dituição geométrica, misture os pós.
Passo 4: Utilizando baixo calor em torno de 65°C, em uma placa de
aquecimento, funda os polietilenoglicóis.
Passo 5: Aos poucos acrescente os pós, misturando-os completamen-
te na massa fundida. Preencha o tabuleiro de com 100 cápsula N°1,
removendo suas tampas.
Passo 6: O volume total obtido da massa fundida + os pós deve ser
 

Capítulo 5 - Manipulação

divido por 100, este será o volume a ser preenchido individualmente


Passocada
em 8: Verifique
cápsula. o peso de cerca de 10 cápsulas para co ns tatar a
uniformidade
Passo e precisão.
7: Acrescente Embalerequerido
o volume e rotule. em cada cápsula. Permita
que a mistura endureça e então recoloque a tampa sobre as cápsu-
las.
3.10.13.
168 Encapsulação de cápsula com cápsula:
Este método pode ser empregado nas seguintes situações:
• Quando um ing re die nte precisa ser separado do res tan te da
formulação (ex.: associação de fármaco na forma de pellets
com outros fármacos na forma de pó).
Neste caso, se preench e uma cápsula menor com o fárm ac o que
necessita ser segregado e em uma cápsula maior os ingredientes
remanescentes da formulação. Acondicionando a cápsula menor
dentro da maior.
• Por razões estéticas
Para impedir a visualização da cápsula submetida a processos de
revestimento, ou cápsulas que contenham produtos que tenham
manchando seu invólucro ou ainda, cápsulas que causem uma apa-
rência estética indesejável (ex.: revestimento entérico).
• Para veda r m elhor cápsulas que tenha m sido preench idas
com líquidos.

3.10.14. Encapsulação de comprimidos:


Pequenos comprimidos podem ser encapsulados. Isto pode
ser necessário quando algum ingrediente da formulação só esteja
disponível comercialmente na forma de um produto industrializado.
Neste caso, o pó deve ser acondicionado antes do comprimido e o
comprimido não deve ficar visível no interior da cápsula.

3.10.1 5. Limpeza e po limento das cápsulas:


As cápsulas podem apresentar pequenas quantidades da for-
mulação aderida às paredes externas. Este pó aderido pode conferir
à cápsula, sabor e aparência desagradáveis, devendo ser rem ovido
antes de embalar ou dispensar o medicamento.
 

Capitulo 5 - Manipulação

A. Método de limpeza das cápsulas:


las noEsfregando
recipiente. as
0 conteúdo é passado
cápsulas com uma gazepor ou
um pano
tamislimpo,
que permitirá
poden-
a passagem do pó utilizado na limpeza e reterá as cápsulas
do acondiciona-las no pano disposto como um saco e sacudindo-as. na ma-
Iha. Acondicionar as cápsulas em um recipiente contendo bicar-
Ossódio,
bonato de métodos de limpeza
açúcar ou sal esão efetivos
então, rolar somente se as
suavemente as cápsulas
cápsu-
169
seu invólucro. Caso as cápsulas estejam umedecidas e manchadas a
limpeza não será ef et iva .

3 . 1 1 .  I n c o m p a t i b i l i d a d e s

Dois tipos principais de incompatibilidades podem ser obser-


vadas na preparação de cápsulas:

3 . 1 1 . 1 .   In t e r a ç ã o f ís i c o - q u í m i c a e n t r e os a t iv o s o u e n t r e os
ativos e o excipiente
Exemplos: Deliquescência* e Misturas Eutéticas**.

3 . 1 1 . 2 . I n t e r a ç ã o f ís i c o - q u í m i c a e n t r e os a ti v o s e o u ex c i p i -
entes com o invólucro de gelatina da cápsula
Substâncias higroscópicas podem absorver a água residual do
invóluc ro g elatinoso da cápsula que contém cerca de 10 a 15% de
um idade, podendo ainda absorver até 10 vezes seu peso em água.
'A utilização de pós absorvedores tais como, o óxido d e zinco e o carbonato de ma gnésio
reduzem a tendência de absorqão de águas de pós higroscópicos e sujeitos a deliquescència.
A formação de misturas eutêticas podem ser prevenidas pela mistura prévia e separada de
cada com ponente com um pó inerte de aito p onto de fusão (ex. carbonato de masnésio,
óxido de masnésio) e só então misturar os com ponentes entre si.
 

Capitulo 5 - Manipulação

3.12. Aspectos físico-químicos de interesse prático no


processo de preparação de cápsulas:
A adição de Lauril sulfato de sódio, em concentrações até 1%
na mistura dos pós é ú ti l na neutralização de forças ele tros tátic as
170
0 estearato de magnésio é utilizado como lubrificante na

facilitando assim o processo de encapsulação. 0 estearato de mag-


nésio é hid rofó bico, po rta nto pode a fetar a biod isponibilidad e dos
fármacos, sendo recomendável utilizá-lo em baixas concentrações,
até   n.
0 Lauril sulfato de sódio pode ser incorporado no excipiente
de drogas pouco solúveis para au m entar a biod ispo nibilidade de
drogas contidas nas cápsulas, normalmente em concentrações de
1%.

3.14. Cápsulas Amiláceas


As cápsulas amiláceas são geralmente indicadas para pessoas
que possuem problemas digestivos e não podem ingerir produtos de
origem animal. Atualmente este tipo de cápsula está em desuso,
podendo ser substituída por cápsulas vegetais (estas apresentam
forma idêntica às cápsulas gelatinosas duras) disponíveis no merca-
do.

3.14.1.   P r o c ed i me n to :
Passo 1: Encapsular a fórmula nas cápsulas gelatinosas duras, con-
forme prescrição.
Passo 2: Abrir as cápsulas amiláceas sobre o balcão e transferir o pó
da cápsula gelatinosa para a cápsula amilácea uma a uma.
Passo 3: Molhe a tampa das cápsulas amiláceas em algodão previa-
mente umedecido em água e coloque sobre a outra parte da cápsula
com leve pressão.
Passo 4: Descartar as cápsulas gelatinosas vazias.
 

Capítulo 5 - Manipulação

Passo 5: Embalar as cápsulas amiláceas em potes plásticos opacos.


Pastilhas, Gomas, Soluções e Suspensões Congela-
das
Nota: 0 processo de encapsulaçõo para cápsulas   vegeíaís   (substitutas das am iláceas) é idênti-
co  ao das cápsulas selatinosas duras.

A forma de pastilhas medicamentosas tem sido utilizada,


tradicionalmente, para administração de drogas de efeito local. 171
Dentre elas, podem-se incluir anestésicos tópicos e demulcentes no
tratamento do alívio da garganta irritada pela tosse e, como excipi-
ente (veículo) de agentes antibacterianos para o tratamento de a-
fecções orofaríngeas.
Pastilhas e gomas com diversos excipientes edulcorados e fla-
vorizados à base de açúcares, gelatina, chocolates dentre outros,
têm sido utilizados como excipientes para administração sistêmica
de fármacos. A pastilha medicamentosa dissolve lentamente na bo-
ca,  liberando o fármaco para absorção através da mucosa oral e

via,  a porção do ativo dissolvido na saliva é ingerida e portanto,


absorvida no trato gastrointestinal. Estas formas farmacêuticas são
especialmente indicadas para pacientes com dificuldade de degluti-
ção de formas farmacêuticas sólidas. Também alguns pacientes pe-
diátricos e geriátricos com bloqueio gastrointestinal podem ser be-
neficiados. 0 fato de dissolverem lentamente na boca torna-as, as
formas de escolha para a administração de substâncias que apresen-
tam máximo benefício quando permanecem em contato prolongado
com o tecido local, como por exemplo, antifúngicos utilizados para
o tratamento da candidíase oral (nistatina) e o fluoreto de sódio, na
prevenção da cárie dental. Devido a aparência e sabor agradável,
estas formas farmacêuticas aumentam a   compliance  (adesão) dos
pacientes pediátricos ao tratamento.

Atenção: Estas formas farmacêuticas devem ser mantidas longe

Ihante à "doces", aumentam o risco de acidentes devido a inges-


tão inadvertida do medicamento por crianças.

Vitaminas, minerais, anestésicos, antiinflamatórios, analgé-


sicos,   antifúngicos (nistatina), agentes hipnóticos (hidrato de clo-
 

Capitulo 5 - Manipulação

de drogas
ral), são substâncias
  corticosteróides, que podemprincípios
demulcentes, ser veiculadas
ativos nestas form as
adstringentes,
antibacterianos
farmacêuticas. de ação local, descongestinantes, antitussígenos,
antihistamínicos, princípios ativos utilizados no tratamento para a
cessação do tabagismo, compostos aromáticos e outras combinações
172
4.   Pastilhas

4.1.   Definição:
São formas farmacêuticas sólidas que se destinam a dissolver
ou desintegrar len tam en te na boca. Podem conter um ou mais ati-
vos de ação local (cavidade oral) ou sistêm ica, veiculado(s) em ba-
se,  geralmente, flavorizada e edulcorada, moldada ou comprimida.

4.2.  Tipos:
4.2.1.  Pastilhas duras:
Misturas de sacarose e outros açúcares e/ou carboidratos em
estado am orfo.

4.2.2.  Pastilhas soft:


Podem ser preparadas à base de PEG (polietilenoglicol), cho-
colate, pasta de amendoim, óleo vegetal hidrogenado ou base de
açúcar-goma arábica.

4 . 2 . 3. P a s t i l h as m as t ig á ve i s ( b al a s g o ma s , g o ma s ma s ti g á-
veis ou "ju ju b a s"):
Preparadas à base de gelatina glicerinada.
 

Capítulo 5 - Manipulação

4 . 3 .   Usos e Aplicações:
4 . 3 . 1 .  Uso t r a d i c i o n a l :
Excipiente para drogas de ação local na cavidade oral (anes-
tésicos, agentes antibacterianos e demulcentes). 173
4 . 3 . 2 .  E x c i p i e n t e p a r a d r o g a s d e a ç ã o s i s t ê m i c a :
Estas formas se dissolvem lentamente na boca. A droga é li-
berada para a absorção sublingual e bucal, a droga que é deglutida
pode ser absorvida pelo trato gastrointestinal.

4.3 .3 . Form a farm acêu tic a esp ecialm ente utilizada para
pacientes com dificuldade de deglutição:
Pacientes pediátricos, geriátricos ou com bloqueio gastroin-
testinal.

4.3.4. Como excipientes de drogas que apresentam máximo


b e n e f íc i o q u a n d o e m c o n t a t o c o m o t e c i d o l o c al (E x em p l o s :
Antifúngicos e Fluoreto de sódio).
Para aumentar a adesão do paciente ao tratamento, especi-
almente pacientes pediátricos, devido ao sabor agradável.

4 . 4 .   Desvantagens:
Risco maior de acidentes por ingestão inadvertida pelas cri-
anças, decorrente da aparência e sabor parecidos com doces e ba-
las.   Por este motivo, devem ser mantidos longe do alcance das cri-
anças.
Formas como pirulitos e picolés não são precisas na dosifica-
ção,  pois, muitas vezes, podem não ser consumidas completamente
pelo paciente. Portanto, somente drogas não potentes que não ne-
cessitem de uma posologia precisa e que tenham ação predominan-
temente local devem ser veiculadas nesta forma.
 

Capitulo 5 - Manipulação

4.5.   Pastilhas duras e Pirulitos:


4.5.1.  C o m p o s i ç ã o :
Misturas de açúcar (sacarose) e outros carboidratos (sorbitol)
em  condições amorfas ou cristalinas.
174
4.5.2.   C a r a c t e r í s t i c a s :
• Teor de um ida de: 0,5 a 1,5%.
• Desintegração len ta e un iform e: 5 a 10 m inutos (p astilhas).
• Peso: va riáve l. Pastilhas (1 a 4,5g) e Pirulitos (7 a 8g).
• Sabor agradá vel, capaz de mascarar o ativo ve icula do .
• Requer alta te m pe ratur a para o prep aro (analisar as carac teris-
ticas físico-químicas e a termolabilidade do fármaco a ser incor-
porado).
• Excipientes à base de so rbitol e açúcar apresentam prop riedade s
demulcentes.
• Parte do ativo liberado pode ser absorvido pela mucosa bu ca l,
escapando do metabolismo da primeira passagem que ocorre
quando a forma farmacêutica é deglutida e absorvida pelo TGI.

4.5.3. Preparação:
A. Material u tiliza do :
• Béquer
• Bastão de vid ro
• Balança de precisão

• Term ôm etro (para leitu ra acima de 150°C)


• Molde
• Óleo vege tal para un tar o m olde

4.5.4.  Sugestões de Fórmulas Base


A. Fórmula base com acúcar para pastilhas duras e pirulitos (200g)
Açúcar de co nfeite iro 42g
 

Capitulo 5 - Manipulação

Xarope de m ilho (Karo®) 1 6mL


Procedimento:
Água de stilada (veja gráfico a seguir)
24ml_
Passo 1: Dissolver o açúcar (refinado)
Aroma 1 a em
2 m Lágua destitada
(pode variar) no béquer
e verter
Corante o xarope
(sol. de milho.
Alcoó lica) qsp (opcional)
Passo 2: Aquecer, até levantar fervura, em uma placa de aqueci-
mento. Deixar que a temperatura alcance 150 a 154°C, utilizando 175
um termômetro para monitora-la (deixar ferver por 2 minutos)
Passo 3: Remover do aquecimento assim que a temperatura atingir
150 a 1 54°C. Não agitar a mistura até que a mesma esfrie a té 1 25°C.
Passo 4: Quando a temperatura atingir 125°C, adicionar os princípios
ativos (pré-dissolvidos em q.s.p. de água ou álcool ou dispersados
em q.s.p. de glicerina), o corante e o aroma. Agitar, uniformemen-
te ,  com bastão de vidro.
Passo 5: Verter para o molde previamente lubrificado com óleo ve-
getal.   Para pirulitos, inserir a haste antes da massa esfriar. Levar à
geladeira, deixando esfriar.
Passo 6: Embalar e rotular.

Embalagem: bem vedada (por exemplo, zip-lock®, sachês, filme


plástico).
Armazenamento e conservação: sob refrigeração.

Base de Aç úc ar

1 50° -   Descontinue
o aquecimento
1 25° C-  Adicione os ingredientes ativos.
(É necessârio adicionar nesta temperatura
ou a base irá solidificar, antes d e ser toda
vertida para o molde).

30 Minutos
Tempo (Aproximado)

Figura 1:   Gráfico que demonstra a importância da descontinuação


 

Capitulo 5 - Manipulação

do aquecimento
B. Fórmula base comao atingir
so rb ito l 150°C, nas massas
para pastilhas duras de pastilhas
e piru duras
lito s (Base
preparadas
suçar  free) -com s acarose.
  fórmula para 250g
Fonte:   PCCA Primary traininç
Ingredientes Quantidade Função
Sorbitol 70% 255  mL Veículo e edulcorante
176
Bitartarato de 625   mg Acidulante
potássio
(cremor de tártaro)
Sacarina 375 mg Edulcorante
Flavorizante 2,5  ml_ Flavorizante
Corante q.s. Corante
Goma guar 2,5 g Agente suspensor e de
consistência (opcional)

Procedimento:
Passo 1 : Adicionar o sorbitol 70% em um béquer de 600m L.
Passo 2: Aquecer a 150°C. Caso a droga não seja termolábil (estável

também nesta fase, o cremor de tártaro e a sacarina, previamente


triturados em um   gral.
Passo 3: Quando a solução alcançar a temperatura de 150°C, des-
continuar o aquecimento. Remover o béquer da placa de aqueci-
mento (deixar esfriar).
Passo 4: Quando a tem pera tu ra alcançar 90°C, adicionar os ativos
previamente diluídos em q.s. de álcool ou água ou disperso previa-
mente.   Adicionar a solução   d e  corante (utilizar somente solução
alcoólica de corante). Manter a temperatura a 90°C e adicionar as
soluções, lentamente em pequenas quantidades de aproximadamen-
te 5mL por minuto. Misturar uniformemente com bastão até a cor
ficar uniforme.
Passo 5: Quando a temperatura atingir 80°C, adicionar e dispersar a
goma guar.
Passo 6: Quando a temperatura atingir 70°C, adicionar e dispersar o
flavorizante.
Passo 7: Quando a temperatura alcançar 65°C, verter para o molde,
previamente lubrificado com óleo vegetal. Deixar solidificar em
 

Capitulo 5 - Manipulação

temperatura ambiente.
B as e d e S or b it o l

1 50° C - Descontinue o a quecime nto


177
90°  C   - Aditivação de Fármacos solúveis
em á lcool ( 0 álcool ebu le a 78° C)
70° C - Aditivação de fármacos dispersos
por um agente molhante
65°  C - Solidificação da base

30 Minutos
Tempo (Aproximado)

Figura 2:   Im portância da tem per atur a no preparo de pastilhas


duras com so rb itol.
Fonte: PCCA- Phmary rainning

Substâncias veiculadas nesta forma:


• princípios ativos hidrossolúveis ou suspendíveis, que se man-
tenham estáveis nesta forma.
• Princípios ativos term oestáv eis.

Incorporação dos ativos:


Antes de incorporar os ativos é necessário calibrar o molde,
verificar o peso médio de cada pastilha ou pirulito para em seguida,
correlacionar a dose do ativo com o peso da pastilha ou pirulito.
Observar a tem peratura de adição dos ativos.

4.5.5. Cálculo da quantidade de sorbitol líquido a 70%, ne-


cessária para produzir uma determinada quantidade de
m as sa d u r a (d e t e r m i n a d a e x p e r i m e n t a l m e n t e ) :

200mL da solução de sorbitol 70% = 192g de massa d ura

Exemplo:
Fármaco 500mg
 

Capitulo 5 - Manipulação

Sacarina sódica 300mg


Para preparar 200g de massa dura
Flavorizante 2mLaditivada (massa dura + ingre di-
entes):
Vanilina200g - 3,3g =   196,7s  (quantidad
0,5g e de base necessária em g)
Total de aditivos: 3,3g
Para calcular a qu an tidade da solução sorb ito l 70% em ml_, faça a
178
seguinte regra de três:
200mL da solução de sorb ito l 70% 192g de massa dura
XmL 196,7g

X = 204,9mL ou 205mL da sotução de sorbitol 70% serão necessárias


para produzir 200g de massa dura aditivada.
Nota: para reatização destes cálcuios, desconsiderar o volume de álcool possivetmente  utiii-
zado  na dituição de algum ingrediente, pois o mesm o se evapora com pletamente durante o
preparo.
Im p o r t a n t e: Q u a n d o s e u t i l iz ar a b a s e d e s o r b i t o l p r o n t a , d i s p o n í v el n o m e r -
c a d o c o m o n o m e S o r b i t o l a m o r f o , a m e s m a d e v e s e r f u n d i d a s o m e n t e a 9 0°C
p a r a i n c o r p o r a ç ã o d o s a t iv o s e a d j u v a n t es . A quantidade da base de sorbitol
amo rfo a ser utilizada deve ser calculada pela su btração da qu antidade do s
a d i t iv o s e m p r e g a d o s , a p ó s p r é v i a c a l ib r a ç ã o do mo lde.

4.5.6.   E m b a l a g e m :
Bem vedada (zip-bag, sachês, filme plástico ou caixa molde
para pastilhas). Pirulitos: papel alumínio, sachês, pote plástico
"cristal"   com furo na tam pa.

4.5.7. Armazenamento e conservação:


Podem ser armazenados em temperatura ambiente ou no re-
frigerador, dependendo do fármaco incorporado e do excipiente
empregado. Proteger da umidade e do calor excessivo. Para prepa-
rações à base de sacarose é recomendada para maior estabilidade,
a conservação sob refrigeraç ão .

4.5.8. Rotulagem:
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do
alcance de crianças."

4.5.9.Controle da qualidade:
 

Capítulo 5 - Manipulação
4.5.9.Controle da qualidade:
• • Peso
Teore eunpo
iform
nt o idade
de fusão
4.5.10. Estabilidade:
• Aparência
• Dureza
Pastilhas e pirulitos duros, apesar de possuírem baixo teor de
• Odor
água são higroscópicos, absorvendo a umidade ambiental.
A estabilidade depende da natureza do ativo. De modo geral,
179
pode ser definida entre 2 e 3 meses.

Figura 3:   m o l d e c o n t e n d o p i r u l i t o s .
F o t o :  IJPC - Internation al Jo urna l of Pharmaceu tical Com pounding

Figura 4:   c a i x a m o l d e  p a r a   p a s t i l h a s .
F o t o :  P C C A - P r o d u c t s C a t a l o g

Figura 5:   p r e e n c h i m e n t o do molde de
pirulito.
 

Capitulo 5 - Manipulação

pirulito.
F o t o :  I J P C - I n t e r n a t i o n a l Journal of
4.5.11.  S u g e s t õ e s d eP hF aorrmmaucl ea uç tõi ec as l: C o m p o u n d i n g

A. Pirulitos anestésicos com clorid ra to de te tra cain a:


Tetracaína HCl 20m g
180
Base  para pirulito de açúcar q.s.p. 1 unidade.
Indicação: anestésico local para pré-procedimento cirúrgico ou para
diagnóstico.
Pirulitos com cloridrato de tetracaína são formas altamente eficien-
tes para anestesiar a mucosa or a l ou um a porção da cavida de or al
do paciente. Para anestesiar a larin ge , tra qu éia e esôfago , a dose
oral não deve exceder a 20m g.
B. Pirulitos para cessação do hábito de fumar com nicotina 1mg:
Salicilato de nicotina   1,939mg
(equivalente a 1 mg de nic otina)
Base para piru lito com so rbitol q.s .p . 1 un idade
Indicação: para cessação do hábito de fumar.
Também utilizado na concentração de 2mg.

C. Pastilhas de sorbitol com fluoreto de sódio:


Fluoreto de sódio   2,21 m g
Base de sorbitol para pastilha q.s.p..  1 unidade
Indicação: suplementaçã o de flú or para crianças en tre 3 a 9 anos.
Posologia: chupar uma pastilha ao dia.

5.3.12. Relação de algumas formulações na forma de piruli-


tos p r e p a r a d o s c o m b as es d e s o r b i t o l :
• Paracetam ol 1 60mg / p iru lito
• Paracetamol 240 m g/ piru lito
• Paracetamol 360m g/ pi ru lito
• An fotericina B 500mg e 750mg / pi ru lito
• Benzocaína   2%  p irulito
• Benzocaína 2% /Ácido Ascórbico 0,5g /p ir u li to
• Maleato de clorfenira m ina 2m g/Pse udoe fedrina HCl
15mg/pirulito
 

Capitulo 5 - Manipulação

• Cim etidina 250mg


Dietilpropiona HCle 500m g/ pir ulito
25mg/pirulito
• CDifenidramina
lotrim az ol 1 %/Lidocaína
HCl 25mg/HClLidocaína
0,5% p iruHCl
lito 2%/Hidrocortisona
• Dextrometorfano
1
20mg/Mentol 15mg/ Ácido Ascórbico
500mg / pirulito
Ibuprofeno 50mg e 100mg/pirulito
Mentol 0,2 181
Nistatina 500.000 Ul/ Lidocaína HCl 0,5% / pirulito
Pectina 19mg/pirulito: base sorbitol (demulcente).
Cloridrato de Pilocarpina 5mg/pirulito
Piroxicam 20mg/pirulito
Prednisona 5mg/pirulito
Tetracaína HCl 0,5%
Xilitol 2g/pirulito
Gluconato de zinco 5mg/vitamina C 100mg /pirulito
Gluconato de zinco 5mg/ vitamina C 100mg/ Equinacea 30mg
/pirulito

4 . 6 .   Pastilhas "macias":
4 . 6 . 1 .   Composição:
Podem ser preparados com bases graxas (chocolate, pasta de
amendoim, manteiga de cacau, óleo vegetal hidrogenado), polieti-
lenoglicol ou base de goma arábica-açúcar.

4 . 6 . 2 .  C a r a c t e r i s t i c a s :
Podem ser facilmente preparadas e aplicadas para uma am-
pla variedade de fármacos.
Podem ser coloridas e flavorizadas.
Podem dissolver lentamente na boca ou serem chupadas, de-
pendendo do efeito desejado.
As bases de PEG e as bases graxas são anidras (ideal para in-
corporar drogas hidrolisáveis).
Combinações de PEG com diferentes PM, para obter varia-
ções no tempo de dissolução da pastilha na boca.
As bases fundem normalmente em baixas temperaturas (<
 

Capitulo   5 -  Manipulação

60°C).
Peso variáv el: 1 a 4g (pastilhas) e p irulito s (7 a 8g).
4.6.3. Desvantagens:
A base de PEG tem sabor menos doce que a base de sorbitol
ou  açúcar.
Os pirulitos obtidos com base PEG não são farmacêuticamen-
182
te elegantes como os outros.
São sensíveis a altas temperaturas, devendo ser conservados
em local fresco ou sob refrigeração.

4.6.4. Preparação:

Material utilizado:
• Béquer
• Bastão de vid ro .
• Balança de precisão.
• Placa com aqu ecim en to.
• Termômetro.
• Molde.

4.6.5. Sugestões de Bases:

A. Fórmula base eduicorada e flavorizada com mistura de PEG de


diferentes PM para pastilhas e piruiitos "macios"

Ingredientes % Função
PEG 400 8,86 Veículo
PEG 4000 24,87 Veículo
PEG 6000 64,21 Veículo
Sacarina sódica 0,06 Edulcorante
Aspartame 0,5 Edulcorante
Acido cítrico 0,5 a 1,0 Acidulante
Flavorizante 1,0 Flavorizante
Solucão aicoólica de corante q.s.p. Corante
 

Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento:
Passo 3:
Passo Adicionar
1: Pesar, como máxima
PEG 400exatidão,
e levigarcada
até obtenção
ingredientededamassa uni-
formuia-
forme.
ção.
Passo 2:
Passo 4: Misturar
Fundir o aPEG 4000 eo oaspartame
sacarina, PEG 6000e em uma placa
o ácido cítrico,detrituran-
aqueci-
mento
do ou banho-maria na temperatura aproximada de 60°C.
em  gral.
fundir e em seguida adiocionar o flavorizante, misturar bem. 183
Passo 6: Remover do aquecimento verter para o molde e resfriar.
Passo 7: Determinar o peso médio de cada pastilha ou pirulito.

B. Fórmuia base edulcorada com PEG 1500 para pastiíhas e pirulitos


"macios"

Ingredientes % Função
PEG 1500 95,44 Veículo
Sacarina sódica 0,06 Edulcorante
Aspartame 0,5 Edulcorante
Flavorizante 1,0 Flavorizante
Ácido cítrico 0,5 a 1,0 Acidulante
Solução alcoólica de corante q.s.p. Corante
Goma arábica (acácia) 1,5 Agente suspensor
Sílica gel 1,0 Agente suspensor

Procedimento:
Passo 1: Pese, precisamente, os ingredientes da preparação.
Passo 2: Reduzir as substâncias cristalinas (sacrina, ácido cítrico e o
aspartame) a pó.
Passo 3: Fundir o PEG 1500 entre 50 a 55°C, sob agitação.
Passo 4: Triturar todos os pós e adicionar sobre a base fundida, agi-
tando até dispersão completa.
Passo 5: Verter a massa fundida para o molde.
Passo 6: Determinar o peso médio de cada pastilha ou pirulito.

4 . 6 . 6 . I n c o r p o r a ç ã o do s a t iv o s :
Antes de incorporar os ativos é necessário calibrar o molde e
 

Capitulo   5 -  Manipulação

verificar o peso médio de cada pastilha ou pirulito para em seguida


correlaciona r a dose do ativo com o peso da pastilha ou p iru lito .
4.6.7. Fundir
C ál c u l oa base
d a qem u a ntorno
t i d a dde
e 55°C,
d e b adispersando
s e a s e r uos t i l iativos
z a d a eever-
m
uma   f oposteriormente,
tendo, r m u l a ç ã o , l e v apara
n d o o emolde.
m c o n s i d e r a ç ã o , o p es o d e i n -
gredientes ad it iv ad o s   :
Nota:  Bases  ideais para principios ativos hidrolisáveis.

184 Massa da base deslocada pelos ativos =


peso total dos ingredientes a serem aditivados x 70%*
'ílator universal de deslocame nto)

Exemplo:

Seja a seguinte formulação: Pirulitos de 500mg de paracetamol em


base PEG (fórm ula para 40 piru lito s com peso m éd io de
6,45g/pirulito):

Quantidade de base 6,45g (peso m édio) x 40 (n°unidades) = 258g


Quantidade de ativo a ser aditiva do = 500mg x 40 = 20g
Peso da base deslocada pelo ativ o = 20g x 70% = 1 4g

Quantidade de base a ser utiliz ad a = 258g - 1 4g = 244g

Embalagem:
Bem vedada (zip-bag, sachês, filme plástico) ou caixa-molde
para pastilhas.

Armazenamento e conservação:
Podem ser armazenados em local fresco (8 a 15°C) ou no re-
frigerador, dependendo do fármaco incorporado e do excipiente
empregado.
Proteger da umidade e do calor excessivo.

Rotulagem:
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do alcance
decrianças."

Controle da qualidade:
 

Capítulo 5 - Manipulação

• • Peso
Teore eunpon
iform
to ida
de de
fusão
• Aparência
Estabilidade:
• OdorEstas formas farmacêuticas não contêm água, portanto, são
• Dureza
mais estáveis.
A estabilidade depende da natureza do ativo, de modo geral
185
6 meses se armazenado em condições adequadas.

Figura 6:   pastilhas "m acias" p reparadas com base PEG.


Foto:   IJPC - Internacional Journal of Pharmaceutical Compoun-
ding

4 . 6 . 8 .  S u g e s t õ e s d e F o r m u l a ç õ e s :

A. Pastiihas para estomatites


Te trac iclina HCl 1 25mg
Nistatina pó 1 1 ,25mg
Difenidramina HCl 1 2,5mg
Hidrocortisona 2mg
Base PEG 1 500 edulcorada e flavo rizada q. s. p. 1 p astilha.
Mande 12 pastilhas.
Indicação: aftas e estomatites.
 

Capitulo 5 - Manipulação

Posologia: 1 pastilha ao dia , ou a cr ité rio do m édico ou de ntis ta.


Nota: Esta formutaçõo se dissolve tentamente na cavidade oral distribuindo, eficientemen te,
asB.  Pastilhas
drosas para xerostomia com Cloridrato de Pilocarpina
incorporadas.
Cloridrato de piloca rp ina 2m g
Base PE  1500 edulcorada e flavorizada q. s. p. 1 pastilha .
Mande pastilhas.
Indicação: xerostomia e xeroftalmia associada à terapia com radia-
186
ção na região da cabeça e pescoço.
Posologia: 1 pastilha até 4x ao dia.

C. Pastilhas analgésicas co m Su lfato de M orfina


Sulfato de m orfina 1 0mg
Base  PEG composta edulcorada e flavorizad a q.s .p. 1 p astilha
Mande 24 pas tilha s.
Indicação: controle da dor moderada à severa.
Posologia: administrar via bucal conforme orientação médica.
Estabilidade ap rox im ad a: 1 ano.

D. Pastilhas com nfote ric ina B


Am fotericina B 10Omg
Base PEG 1500 com posta ed ulcora da e flav oriz ad a q. s. p. 1 pa stilha
Mande pastilhas.
Indicação: candidíase   oral.
Modo de usar: chupar uma pastilha 2x ao dia.

E. Pastilhas com Xilitol


Xilitol 1g
Base de m istura de PEGs edulcorada e flavo rizada q. s. p . 1 pa stilh a.
Mande pastilhas.
Indicação: prevenção da otite média em crianças.
Posologia: chupar 5 a 10 pastilhas / dia.

F. Pastilha com Testosterona


Testosterona (base) 1 0mg
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pastilha
Mande pastilhas.
Indicação: androgenioterapia.
Posologia: chupar uma pastilha ao dia.
 

Capítulo 5 - Manipulação

G. Pirulitos com Eletròlitos


C lore to de sódio 0,0405g
C lore to de potássio 0,002 6g
Lactato de cálcio 5H 2 0 0,0054g 187
Su lfato de magnésio an idro 0,001 8g
Bica rbon ato de sódio 0,01 75g
Fos fato de sódio dibás ico 0,005 5g
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pirulito.
Mande pirulitos.
Indicação: substituto da saliva, rehidratação.
Posologia: a critério médico.
Estabilidade aprox ima da: 1 8 0 dia s.

H. Piruiitos com Clotrimazol


Clotr imazol 10mg
Base PEG 1500 edulcorada e flavorizada q.s.p. 1 pirulito.
Mande pirulitos.
Indicação: candidíase   o r a l .
Posologia: a critério médico.
Estabilidade aproximada: 90 dias.

I. Piruhtos com L-Glutamina para tratamento de Aftas


L-Glutamina 250mg
Base PEG 1500 flavorizada e edulcorada q.s.p. 1 pirulito.
Mande pirulitos
Indicação: aftas e estomatites.
Posologia: a critério médico.
 

Capítulo 5 -  Manipulação

4.6.9.  Sugestões de formulações com Pastilhas Macias

Á. Pastilhas "macias" de Chocolate


188
Chocolate base

Ingredientes Quantidade
Chocolate em barra concentrado (boa qualidade) 80  a 60g
Oleo vegetal hidro genado* 20 a 40g
'Pode ser utilizado o Lubritab' (óleo de aisodão hidrosenado).

Procedimento:
Passo 1: Pesar, precisamente, cada ingrediente.
Passo 2: Adicionar o chocolate e o óleo vegetal hidrogenado em um
béquer e aquecer agitando, até a mistura ficar totalmente liquida.
Passo 3: Remover do aq ue cim en to e guardar sob re frige raçã o a té a
utilizaçào.
Estabilidade aproximada: 60 dias.

Chocolate base para pastilhas com agente suspensor

Ingredientes %  Função
Goma arábica 1,60 ag ente suspensor
Sílica gel (aerosil®) 1,0 agen te suspensor
Sacarina sódica 0,4 edulcorante
Aspartame 1,0 edulcorante
Flavorizante de ch oc ola te 0,5 flavorizante
Oleo de m enta 0,2 flavorizante
Chocolate base 95,5 excipiente
(fórmula acima)

Procedimento:
Passo 1: Pesar e medir, precisamente, cada ingrediente.
Passo 2 : T ritu ra r a goma a ráb ica, sílica g el, sacarina e o aspartam e.
Passo 3: Fundir o chocolate base anteriormente preparado, em uma
 

Capítulo 5 - Manipulação

placa
Passo de
6: aquecimento.
Determinar o peso médio para calibrar o molde.
Passo 4: Lentamente,
B. Pastilhas adicionar
"macias" de os pós do passo 2  e  misturar na base
amendoim
fundida, dispersando-os.
Base de5: amendoim
Passo Verter para o molde e deixar esfriar.

Ingredientes Quantidade 189


Pasta de amendoim ("dura") 60g
Oleo vegetal hidrogenado (Lubritab )* 40g
'Lubritab' :   óleo hidroçenado de alsodão.

Procedimento:
Passo 1: Adquirir a marca de pasta de amendoim mais dura que en-
contrar.
Passo 2: Adicionar a pasta de amendoim e o óleo hidrogenado em
um béquer e aquecer agitando até a mistura estar completamente
fundida.
Passo 3: Remover do aquecimento e refrigerar até solidificar.
Estabilidade aproximada: 90 dias.

Base para pastilhas "macias" de amendoim (100g)


Ingredientes Quantidade Função
Base de amendoim 96g Excipiente
Aspartame 1g Edulcorante
Sílica gel micronizada 0,96g Agente suspensor
Goma arabica 1,6B Agente suspensor
Flavorizante (amendoim) 40 gotas Flavorizante
Flavorizante*(lipossolúvel) 16 gotas Flavorizante
'Flavorizante com plementar a o flavorizante de am endoim.

Procedimento:
Passo 1: Colocar uma barra magnética para agitação em um béquer.
Passo 2: Quebrar, manualmente, a base de amendoim em pequenos
pedaços, colocando-os no béquer.
Passo 3: Fundir a base a 50°C (na placa agitadora magnética), sob
agitação.
Passo 4: Triturar os pós (ativo, aspartame, goma arábica, sílica gel
micronizada em gral) tamisando aos poucos, sobre a base fundida
 

Capítulo 5 - Manipulação

sob agitação.
Passo
4 . 6 . 1 05:
. I nDesligar
c o r p o r aoç ãaquecimento
o d o s a t i v o se: adicionar os flavorizantes.
PassoAntes 6: Verter a massa ainda
de incorporar os ativosfluidaé para o molde
preciso calibrar o molde e ve-
Passo 7: Refrigerar até solidificação
rificar o peso médio de cada pastilha, para em seguida, e então remover as pastilhas
correlacio-do
molde.
nara doseEstabilidade
do ativo com aproximada: 60 dias. ou p ir u lit o . Fundir a base
o peso da pastilha
190  banho-maria em temperatura até 55°C, dispersando os ativos e
em
vertendo, posteriormente, para o molde.
Os cálculos para dete rm ina r a qua ntida de de base deslocada
pela adição de ativo(s ), podem ser realizados co nfo rm e de m on stra-
do anteriormente para pastilhas preparadas com PEG.

4.6.11.   Embalagem:
Bem vedada (papel alumínio, sachês, filme plástico) ou cai-
xa-molde para pastilhas.

4.6.12. Armazenamento e conservação:


Podem ser armazenados em local fresco (8 a 15°C) ou no re-
frigerador, dependendo do ativo incorporado e do excipiente em-
pregado.
Proteger da umidade e do calor excessivo.

4.6.13. Rotulagem:
Rótulo de advertència: "Manter este medicamento longe do
alcance de crianças".

4.6.14.  Controle da   qualidade:


• Peso e un iform idad e
• Aparência
• Odor
• Dureza
• Ponto de fusào
• Teor

4.6.15. Estabilidade:
Estas formas farmacêuticas não contêm água sendo portanto,
mais estáveis.
 

Capítulo 5 - Manipulação
mais estáveis.
Depende da natureza do ativo. De modo geral, 6 meses se
armazenado em condições adequadas.

191

Figura 7: Pastilhas "macias" de chocolate.


Foto:   IJPC - Intemational Journal of Pharmaceutical Compounding

4.6.16. Sugestões de Formulações para Pastilhas:

A. Pastühas de chocolate com Progesterona


Progesterona micronizada 10Omg
Base de chocolate edulcorada com agentes suspensores q.s.p. 1
pastilha.
Mande 24 pastilhas.
lndicação:terapia de reposição hormonal.
Posologia: a cr ité rio m édico.
Estabilidade aproximada: 2 meses.

B. Pastilhas com Triancinolona


Triancinolona micronizada 5mg
Base de chocolate edulcorada com agentes suspensores q.s.p. 1
pastilha
Mande 24 pastilhas.
Indicação: corticoterapia.
Posologia: a critério médico
Estabilidade aproximada: 2 meses.
 

Capitulo 5 - Manipulação

Estabilidade aproximada: 2 meses.


4.7.   P as t i l h as m a s t i g á v e i s

4.7.1 Composição:
São formas farm acê uticas preparadas com ge latina e g lice rina ,
192
sendo utilizadas para administração de medicações para absorção
gastrintestinal e de uso sistêmico.

4.7.2.Caracteristicas:
São m uito flavo rizadas (mascara, e fic ie n te m e n te , o sabor de
fármacos amargos).
Sabor levemente ácido (usualmente, contém ácido cítrico).
Preparo   fácil.
São preparadas em baixas temperaturas (no máximo 100 °C), em
banho-maria.
São menos irritantes para a mucosa oral do que outras bases.
Apresentam uma consistência macia e agradável ao mastigar.

4.7.3. Desvantagens:
Não é um sistema anidro, pois contém água; é uma forma farma-
cêutica não recomendada para incorporação de fármacos hidrolisá-
veis.

4.7.4. Preparação:

A. Ma terial ut iiiza do :
• Béquer
• Bastão de vid ro
• Balança de precisão
• Banho-maria
• Termômetro
• Molde
 

Capítulo 5 - Manipulação

4.7.5. Sugestões de Base

A. Goma-gel base

Ingredientes Quantidade Função 193


Gelatina farmacêutica 43,4g Excipiente
Glicerina 155mL Plastificante
Agua destilada 21,6mL Solvente

Procedimento:
Passo 1: Pesar e medir, exatamente, cada componente.
Passo 2: Aquecer a glicerina em ban ho-m aria, com água fervente,
por 5 minutos.
Passo 3: Adicionar a água destilada   e  continuar aquecendo por mais
5 minutos, agitando.
Passo 4: Lenta en te, adiciona r a ge latina aos poucos por um perí-
odo de 3 minutos, evitando a formação de grumos.
Passo 5: Continuar o aquecimento por, somente, 45 minutos.
Passo 6: Remover do aquecimento e resfriar.
Passo 7: Embalar e rotular.

Embalagem: bem vedada.

Armazenamento: sob refrigeração.

Figura 8:   goma-gel base.


 

Capítulo 5 - Manipulação

F o t o :   IJPC - International Jour-


B.  Base para pastilhas mastigáveis (juju
nalbaofs) Pharmaceutical Compoun-
Ingredientes %ding
  Função
Goma-gel base 90,6 excipiente
(preparada anteriormente)
Bentonita
194 ou sílica gel 1,7 a 1 , 0 agen te suspensor
Goma arábica 1,7 agente suspensor
Aspartame 1,9 edulcorante
Acido cítrico monoidratado 2,4 acidulante
Flavorizante 1,7 flavorizante
Corante q.s.p. corante

Procedimento:
Passo 1 : Pesar, e xa tam en te, cada ingred ien te da fo rm ulaç ão .
Passo 2: Misturar a be nton ita (ou sílica ge l), a sp arta m e, goma aráb i-
ca, o ácido c ítric o e os ativos.
Passo 3: Aquecer a goma-gel base em banh o-m aria até liqu efaze r.
Passo 4: Adicionar os pós da m istu ra (passo 2) na goma-base fu ndi-
da,  dispersando-os.
Passo 5: Adicionar o corante e o aroma, misturando bem.
Passo 6: Verter para o molde untado e deixar esfriar.
Passo 7: Embalar e rotular.

C. Fórmula base para pirulitos de gelatina (100g)


Ingredientes Quantidade
*Ativo(s) q.s.p. (concentração prescrita)
"Alcool q. s. p. (se necessário, para d ilu ir o ativo)
**Agua q.s.p. (se necessário, para diluir o ativo)
'"Propüenoglicol q.s.p. (se necessário, para dispersar o ativo)
Sacarina sódica 0,1g
Aspartame 1
Goma arábica 3,5g
Goma xantana 3,5g
Flavorizante 1 mL
Goma gel base q.s. p. 100g
Fármacos muito potentes devem ser dituidos para permilir uma me dida exata da mesm a.
 

Capítulo 5 - Manipulação

'  Fármacos  susceptiveis ó hidrólise não devem ser veiculados em base de getatina.
Procedimento:
Tanto o álcool quanto a á$ua podem s er utilizados como veiculos para solubilizar o(s) ati-
Passo
vo(s)  antes 1:
da Com auxíliodo(s)
incorporaçào demesummo(s).
banho-maria,
A quantidade fundir
de água ae álcool
gomautilizada
gel basedeve em
ser
o minimo para solubilizar
um béquer o ativo, Anãobase
de 400ml_. devendo ultrapassar
também podea   10%
ser doliquefeita
peso total dautilizando-
base.
'0 propilenoslicot pode ser utilizado com o açente mo lhante e veiculo para fármacos e m
se microondas,
suspensão   (fàrmacos que aquecendo
não são solúveisdurante 20 álcool).
em ógua  e/ou segundos, aumentando o
tempo, se necessário, até a liquefação da base.
195 o
Passo 2: Transferir o ativo para um gral de vidro com pistilo (caso
ativo seja adicionado na forma de pó e não solubilizado em álcool
ou água. Caso o ativo seja solúvel, ele deverá ser incorporado no
passo 4). Adicionar o aspartame, a sacarina, a goma arábica e a
goma xantana. Triturar os pós até distribuição uniforme dos mes-
mos.
Passo 3: Levigar os pós com propilenoglicol até formar uma massa
espessa e un iform e.
Passo 4: Adicionar e dissolver o ingrediente ativo em uma quantida-
de mínima de água destilada ou álcool. Adicionar o corante nesta
solução.
Passo 5: Adicionar e dispersar a solução do passo 4 na base fundida
de gelatina. A temperatura não deve exceder a 100°C. 0 corante
dissolvido na solução serve como indicador para assegurar a comple-
ta dispersão do fármaco. Agitar a solução até o corante estar com-
pleto e uniformemente dispersado.
Passo 6: Adicionar os pós levigados (no passo 3) sobre a base de ge-
latina fundida (no passo 1) sob contínua agitação.
Passo 7: Uma vez que a mistura do passo 6 esteja distribuída de
forma homogênea, adicionar o aspartame diluído e os flavorizantes,
agitando be m .
Passo 8: Verter a mistura morna e fundida nos moldes, previamente,
untados com óleo vegetal insaturado. Caso a temperatura da mistu-
ra abaixe muito, pode haver dificuldades na execução deste proce-
dimento. Uma vez que isto ocorra, reaquecer a mistura no banho-
maria até fluidificar novamente. (0 reaquecimento nem sempre
funciona. 0 melhor é trabalhar rapidamente, antes da massa   esfri-
ar).
Passo 9: Adicionar as hastes do pirulito à mistura fundida na forma.
Passo 10: Permitir que os pirulitos esfriem e permaneçam pelo mí-
nimo de 3 horas no molde, antes de removè-los.
 

Capitulo 5 - Manipulação

4.7.6. Aditivação:

Quantidade de base = (peso médio da pastilha ou pirulito x número


de unidades prescritas) - quantidade de ativo a ser aditivado.*
• A quantidade  de base utilizada deve ser subtraida da quantidade equivalente de ativos qu e
196
será  incorporada. Os edulcorantes,  ageníes   molhantes e outros adjuvantes deverão ser com-
putados como  parte da base.

Quantidade de ativo a ser aditivado = quantidade de ativo por uni-


dade x número de unidades prescritas

Exemplo:
0 peso médio de uma pastilha preparada com a base foi de
1,5g. Sabendo-se que a prescrição solicitou 30 pastilhas contendo
cada uma 50mg de dete rm inado ativo, calcular a qu an tidad e de
ativo, bem como a quantidade de base a serem utilizados na prepa-
ração.

Cálculos:

Quantidade de ativo: 25mg x 30 unidades = 750mg (0,75g).

Quantidade de base: (1,5g x 30) - 0,75g = 44,25g

4.7.7.  Embalagem:
Bem vedada (zip-lock®, sachês, filme plástico) ou caixa-
molde para pastilhas. Para evitar aderência, as pastilhas podem ser
roladas sobre açúcar de confeiteiro e embaladas em potes bem ve-
dados.

4 .7 .8 . A r m a z e n a m e n t o e c o n s e r v a ç ão :
Em temperatura ambiente ou sob refrigeração, de acordo
com a natureza dos ativos adicionados.
 

Capítulo 5 - Manipulação

4.7.10. Controle da qualidade:


4 . 7 . 9• . RPeso
o t u l ea gun
e miform
: idad e
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do
• Aparência
alcance de crianças."
• Odor
• Dureza 197
• Teor

4 . 7 . 1 1 .  E s t a b i l i d a d e :
Por conter água, apresentam menor estabilidade.
A estabilidade depende da natureza do ativo, de modo geral
en tre 2 a 3meses.

4.7.12. Sugestões de Formulações:

A. Goma mastigável com Nitrofurantoina


N itrof urantoina 25mg
Excipiente flavorizad o qsp 1 goma
Mande gomas mastigáveis.
Indicação: infecção urinária.

B. Goma mastigável com Coenzima Q10


Coenzima Q10 10 a 300mg
Excipiente flavoriza do * qsp 1 goma
Mande gomas m astigáveis.
Ação: antioxidante, cardiotônica, hipotensora, imunoestimulante,
controle da glicemia em pacientes diabéticos.
Posologia: 1 0 a 300 m g /d ia .

C. Goma mastigável com Ácido Lipóico


Ácido lipóico 200mg
Excipiente flavorizad o* qsp 1 goma
Mande gomas mastigáveis.
Ação: antioxidante, aumenta o metabolismo do açúcar.
Indicações: coadjuvante no tratamento da diabetes tipo 1 e tipo 2.
 

Capítulo 5 - Manipulação

Reduz as complicações destas patologias, tais como degeneração


D. Goma mastigável com Xilitol
macular, catarata e neuropatia.
Xilitot
Posologia: 1 goma ao dia. 1g
Excipiente flavo rizado* qsp 1 goma
Indicação: profilaxia da otite média em crianças.
Posologia: 8 a 10 gomas ao dia.
198
E. Goma mastigável com Fluoreto de Sódio
Fluoreto de sódio   2,21 mg
Excipiente flavorizado * qsp 1 goma.
Mande gomas.
Indicação: suplem entação de flúo r para crianças e tre 3 a 9 anos.
Posologia: mastigar   1 goma 1x ao dia.

F. Goma mastigável com Lorazepam


Lorazepam   1 mg
Excipiente flavorizado qsp 1 goma
Mande gomas
Indicações: ansiedade, insônia, pré-anestesia, epilepsia, antieméti-
co (em náuseas e vô m ito induzidos por antineoplásicos).
Posologia: a critério médico.

G. Goma mastigável com Etinil Estradiol


Etinil estrad iol 0,2m g
Excipiente flavorizado qsp 1 goma
Mande gomas
Indicações: tratamento da sintomatologia do climatério, terapia de
reposição hormonal.
Posologia: a critério médico, a dose precisa ser individualizada de
acordo com a tolerância e a resposta terapêutica do paciente.
'Utilizar como excipiente a base para pastithas mastigáveis me ncionada anteriormente.

H. Pirulito de gelatina com Nistatina e Lidocaína


Nistatina 500.000 Ul
Lidocaína HCl 0,5%
Base de gelatina para pirulitos qsp   1 piru lito
Mande pirulitos.
Indicação: candidíase   oral.
 

Capitulo 5 - Manipulação

Modo de usar: chupar de 2 a 3 pirulitos ao dia, durante 5 a 7 dias.


I. Pirulito de gelatina com Clotrimazol
Clotrimazol  1
Base de gelatina para pirulitos qsp  1 pirulito.
Mande pirulitos
Indicação: candidíase   oral. 199
Modo de usar: chupar de 2 a 3 pirulitos ao dia , durante 5 a 7dias.
J .   Piruiito de gelatina com Sulfato de Morfina
Sulfato de m orfina 0,1 %
Base de gelatina para piru litos qsp   1 pirulito
Indicação: controle da dor no câncer em pacientes com dificuldade
de deglutição decorrente da radioterapia.
Posologia: chupar   1 pir ulito de 6 /6 h , se necessário.
 

Capítulo 5 - Manipulação

4.8.  Soluções e Suspensões Congeladas


(Picolés Medicamentosos)

4.8.1.Composição:
200 Soluções e suspensões congeladas (picolés) podem eventu-
almente e em situações específicas constituírem uma forma farma-
cêutica para veicular fármacos   com  sabor desagradável. São nor-
malmente constituídas por água, edulcorantes e flavorizantes. A
solução ou suspensão preparada é então congelada.

4.8.2.Características e vantagens:
É uma form a interessante para adm inistração de fárma cos
que apresentam m elho r e ficác ia quan do permanece m por m aior
período de tempo na mucosa   oral,  como por exemplo, antimicóticos
e anestésicos.
A sensação de fr io proporcionada pelo p ico lé, pode redu zir
a percepção do sabor desagradável prov en ien te de alguns m ed ica-
mentos.

4.8.3.  Preparação:
Material Utiliza do:
• Cálices ou proveta
• Balança de precisão
• Gral de vidro e pistilo
• Molde para picolés
• Freezer ou congelador
• Bastão de vid ro

4.8.4. Sugestão de Base

Ingredientes Concentração Função


Ativo Xmg ativo
Sorbitol 70% 6% edulcorante
Xarope simples 17%   edulcorante
 

Capitulo 5 - Manipulação
Xarope simples 17%   edulcorante
(xarope de framboesa)
Procedimento:
Aspartame 0,1%   edulcorante
Nota: Um a vez que as formas de 1
Flavorizante picolé
,7% variam de taman ho,f  lavo
faz-se rizante
necessário calibrá-las,
ajustando o volume empre$ado para e ncher cada forma à dosagem  dos ativos.
Água destilada q.s. p. 100ml_   veículo   e  diluente
Passo 1: Medir e pesar, precisamente, os ingredientes da formula- 201
ção.
Passo 2: Triturar o ativo em gral de vidro (caso este seja insolúvel
em água), levigando-o com o sorbitol 70%.
Passo 3: Adicionar o xarope simples e o flavorizante no passo 2.
Passo 4: Dissolver, separadamente em um cálice, o aspartame e o
ativo (caso este seja solúvel em água) em cerca da metade da água.
Passo 5: Misturar 3 e 4, agitando bem. Rinsar o gral com o restante
da água destilada, transferindo também para o cálice. Completar o
volume final.
Passo 6: Com auxílio de um cálice menor ou de uma seringa, encher
os moldes com volumes equitativos da mistura preparad a.
Passo 8: Após 2 horas, inserir o palito em cada picolé e retorna-los
ao congelador, para que os mesmos se congelem com pleta m en te.
Passo 9: Remover cada picolé da forma e embalar em plástico tipo
zip-lock®. Rotular e acondiciona-los em caixa de isopor no momento
da entrega ao paciente. Rotular também a caixa de isopor, indican-
do a composição de cada picolé e o núm ero d e unidades.

4 . 8 . 5 .  Aditivação:
Os ativos podem ser dispersados no sorbitol 70% ou no xarope
(caso não sejam hidrossolúveis) ou ainda, solubilizados na água (ca-
so sejam solúveis em água).

Cálculo da qu antidad e de ativo  =


dose por unidade x número de unidades

4.8.6. Embalagem:
• Saquinhos tipo zip-lock® (embalagens un itárias ).
• Caixa de isopo r.
 

Capítulo 5   -  Manipulação

202

Figura 9:   form as d e dispensação de pico lés.


Foto:   IJPC-lnternational Journal of Pharmaceutical Compounding

4.8.7.Armazenamento e conservação:
No congelador ou fr e e z e r: -25°C a -1 0°C.

4 . 8 . 8 .  R o t u l a g e m :
Rótulos de advertências: "Manter este medicamento longe
do alcance de crianças" e "Manter o produto no congelador ou free-
zer".

4.8.9.Controle da qualidade:
• Peso e un iform idade
• Aparência
• Odor
• Dureza (o picolé deve estar congelado)

4.8.10.Estabilidade:
 

Capítulo 5 - Manipulação
Depende da natureza do ativo, de modo geral 2 meses.
4 . 8 . 1 1 .  S u g e s t õ e s d e F o r m u l a ç õ e s :

A.Picolé com Nistatina


Nistatina 250.000 Ul
Veículo qsp 1 picolé . 203
Mande picolés.
Flavorizantes recomendados: banana, framboesa.
Indicação: candidiase oral (vulgarmente conhecida como sapinho).
Modo de usar: chupar   1  picolé de 8/8horas.

B.Picolé  com Nistatina e Cloridrato de Tetracaína


Nistatina 250.000 Ul
Cloridrato de Tetraca ína 0,025%
Veículo qsp 1 picolé
Mande picolés
Indicação: candidíase oral
Ação:  a ntim icótica e anestésica.
Modo de usar: chupar um picolé de 8/8horas.
 

Capítulo 5 - Manipulação

4.9.   Goma de mascar medicamentosa


A goma de mascar é preparada a partir de exsudações   resi-
nosas de algumas árvores da família das apocináceas, tais como, o
204 o tamarack   ou outras árvores selecionadas. Historicamente,
chide,
a goma de mascar tem sido utilizad a no mundo inte iro , co ns tituindo
um hábito ba stante pec uliar nos países oc identa is.

4.9.1.  V a n t a g e n s :
A goma de mascar pode constituir-se como um sistema de
cedência de fármaco apropriado para ativos que apresentam índice
de metabolismo de prim eira passagem s ign ifican te   {clearence  ele-
vado).
As bases para gomas de mascar são encontradas facilmente
no  mercado, já flavorizadas e edulcoradas.
Flavorizantes, edulcorantes e outros corretivos do sabor
também podem ser adicionados.
A liberação da droga é mais lenta, portanto, o tempo de con-
tato da droga com a mucosa oral é maior do que as pastilhas,
bas e com primidos sublinguais.
Podem ser úteis no tratamento de pacientes que têm dificul-
dade de deg lutição de com primidos e cápsulas.

4 . 9 . 2 .  A l g u m a s d r o g a s q u e p o d e m s e r v e i c u l a d a s n a f o r m a
de  g om a d e m a s c a r :
• Fluoreto de sódio.
• Xilitol.
• Acetato de chlorex idina.
• Bicarbonato de sódio.
• Miconazol.
• Nistatina.
• Salicilamida.
 

Capitulo 5 - Manipulação

4.9.3. Fórmula base:

Fármaco q.s.p.
Goma de mascar base q.s .p 1 goma.

Procedimento: 205
Passo 1: Remover a embalagem das gomas de mascar adquiridas no
mercado com ercial.
Passo 2: Cortar a goma de mascar em pequenos pedaços.
Passo 3: Aquecer em banho-maria ou no microondas (por cerca de
10 a 15 segundos) até amolecer. Aquecer até uma temperatura a-
proximada de 38 a 55°C.
Passo 4: Adicionar o fármaco e misturar bem.
Passo 5: Remover do aquecimento e moldar a massa no formato de
um cilindro alongado.
Passo 6: Quando estiver suficientemente frio, cortar em pequenos
pedaços e embalar.
Passo 7: Embalar, até amolecer, em papel manteiga.

4.9.4. Embalagem:
As gomas de mascar devem ser embaladas em papel mantei-
ga e acondicionadas em caixas de cartolina ou potes plásticos.

4.9.5. Armazenamento e conservação:


Em temperatura ambiente ou sob refrigeração, dependendo
da natureza dos ativos adicionados.

4.9.6. Rotulagem:
Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do
alcance de crianças."

4 . 9 . 7 .  C o n t r o l e d a q u a l i d a d e :
• Aparência
• Odor
• Dureza
 

Capítulo 5 - Manipulação

4.10.  Considerações físico-q uím icas so bre Pastilhas


4.9.8.Estabilidade:
SãoEstabilidade
capazes de depende da onatureza
aumentar do permanência
tempo de ativo, de modo geral
do fár-
en
macotrena2 cavidade
a 3 meses.
  oral,  quando comparados a outras formas farma-
cêuticas.
206
Alguns conservantes podem alterar o sabor da preparação,
principalmente, o metilparabeno que confere aroma floral à prepa-
ração.
0 ajuste de pH pode ser necessário para maior estabilidade
do ativo veiculado. De modo ge ral, o pH nas forma s farm acêu ticas
pastilhas duras e gomas (formas que contêm água) é ajustado para
permanecer entre 5,0 e 6,0.
Para ajustar o pH deve-se empregar acidulantes (Exemplos:
ácido cítrico, ácido fum árico , ácido ta rtá rico) e /o u alca linizantes
(Exemplos: carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio, trissilicato de
magnésio).

4.11.   Atenção Farmacêutica


Estes medicamentos devem ser mantidos longe do alcance
das crianças.
0 paciente deve ser orientado, corretamente, sobre o real
propósito das pastilhas duras e pirulitos: a promoção de uma libera-
ção lenta e contínua do fármaco na cavidade   oral.   Portanto, devem
ser chupados e não mastigados.
 

Capítulo 5 - Manipulação

5. Tabletes Moldados (tabletes triturados)

5 . 1 .   Definição:
Os tabletes moldados são obtidos pela pressão manual207de
uma massa úmida dos excipientes e ativos, contra um molde que

te ,   pela mistura do(s) ativo(s) com lactose, dextrose, sacarose, ma-


nitol,  frutose ou outros diluentes apropriados que servem como ba-
se.   Combinações de açúcares também podem ser utilizadas. Dife-
rentemente dos comprimidos que são comercializados em diversos
tamanhos e formatos, os tabletes moldados têm forma de disco e
peso varíável (geralmente de 0,06 a 2g).

5.2.Vantagens:
• Desintegração insta ntâne a.
• Fácil preparação e dispensação.
• Pe rmite ao pres critor variar a dosagem du ran te o trata m en -
to.

5.3. Desvantagens:
• Fragilidade (alta fria bilid ad e) .
• Restrição de doses (devido ao pequeno tam anho é uma for-
ma farmacêutica indicada para veicular ativos utilizados em
baixas doses).

5.4. Composição básica:


• Fármaco (princípio at ivo ).
• Diluentes: lactose (mais utiliz ad a) , sacarose, de xtrose , man i-
tol (promove sensação agradável de frescor e sabor), fruto-
se,  combinações de açúcares, dentre outros.
• A glutinantes : am ido, po livinilpirro lido na (PVP), goma arábi-
ca,  gelatina, dentre outros; diluídos em álcool, água ou mis-
turas hidroalcoólicas.
 

Capitulo 5 - Manipulação

5.5.• Prep
Fiavorizantes.
araçã o:
• Corantes.
• Cálculo
Conservantes.
da quantidade requerida de base por tablete e do fa-
•   deslocamento
tor de Ed ulcorantes,doseativo.
necessário.
Caso o ativo empregado, pese mais que alguns poucos   mili-
208
gramas, o seu fator de densidade (fator de deslocamento) precisa
serdeterminado conforme recomendação abaixo:

5.5.1.  Cálculo da porcetagem do tablete ocupado pelo ativo


Passo 1: Umedecer uma porção do fármaco com uma solução de
etanol 50%.
Passo 2: Preencher algumas cavidades do molde.
Passo 3: Secar os tabletes.
Passo 4: D eterminar o peso m édio dos tab letes preparados com o
ativo puro.
Passo 5: Dividir a quantidad e pre sc rita do fárm aco pelo peso m édio
dos tabletes ob tidos som ente com os ativos (sem os dilue nte s) e
multiplicar por 100. 0 resultado obtido deste cálculo será a porcen-
tagem que o ativo irá ocupar no tablete.

Resumindo:
% do tablete ocupado pelo ativo = peso ativo presc rito x 100
peso médio do tabiete obtido com o ativo puro

5.5.2.Cálculo da porcentagem do tablete ocupado pela base

% do tab let e ocupado pela base = 100% - %  do tablete ocupado pelo ativo.

5.5.3.Cálculo   d o   p e s o  d a   b a s e p o r t a b l e t e
Passo 1: Umedecer a base, na ausência do(s) ativo(s), com a solução
diluente (Exemplo: etanol 50%).
Passo 2: Preencher 20 cavidades do molde.
Passo 3: Secar os tabletes.
Passo 4: Determinar o peso médio dos tabletes preparados com a
base, sem o ativ o.
 

Capitulo 5 - Manipulação
base, sem o ativ o.
Passo 5: Para calcular o peso da base por tablete, deve-se multipli-
Resumindo:
car a porcentagem do tablete ocupada pela base, pelo peso médio
dosPeso
tabletes preparados
da base por com
tablete  = % do a ocupado
tablete base sem o ativo.
pela base x peso médio dos tabletes sem ativo

5 . 5 . 4 . D e t e r m i n a ç ã o d o p es o t o t a l d o t a b l e t e 209
Conhecendo-se o que cada tablete irá conter de ativo juntamente
com a base, pode-se dete rm inar o peso to ta l de cada ta b le te .
Peso total do tablete = peso do ativo prescrito + peso da base por tablete

5.5.6. Cálculo da quantidade de cada ingrediente da formu-


lação prescrita:

Peso total de ativo = dose unitária do ativo x número de unidades prescritas

Peso total de base = peso da base por tablete x número   de unidades prescritas

5.6. Exemplo de Cálculo:


Uma prescrição solicitou 30 tabletes.
Cada tablete contém 10mg de ativo.
0 peso do tablete contendo só o ativo é 90mg.
0 peso médio do ta blete contend o só a base é de 70m g.
Determinar a quantidade de base requerida para cada table-
te.
Determinar a quantidade de ativo necessária para a prepara-
ção.
Determinar o peso total do tablete.

Solução:

% do tab lete ocupado pelo ativ o: 10mg x 100 = 1 1 ,1%


90mg

%  do ta ble te ocupado pela base = 100% -   11 ,1%   = 88,9%


Peso da base por tablete = 88,9% x 70 mg = 62,23mg
Peso to ta l do ta b lete = 10 mg + 62,23 mg = 72,23mg
 

Capítulo 5 - Manipulação
Peso to ta l do ta b lete = 10 mg + 62,23 mg = 72,23mg
5Peso
. 7 . Stoutag el sde
t ã oa tivo
d e =B a10s emg x 30 unidades = 300mg
Peso total de base necessária para preparação = 62,23mg x 30 uni-
dades  S= u1866,9mg
5.7.1. gestão de base para Tabletes Moldados
Lactose 60%
210
Amido 29,8%
Frutose .« 10%
Benzoato de sódio 0,2%
Flavorizante q.s.p.

Material utilizado:
• Gral e pis tilo
• Molde para tabletes (table teiro)
• Espátula.
• Balança de precisão.
• Tamis para obtenção de pó fino ou m uito fin o .
• Papel m anteiga.
• Estufa.
• Solução alcoólica de PVP K30 a 8%.
• Solução aquosa de ge latina 0,25%.

s   M a M  l Pi^*^^

Figura 10: forma para o preparo de tabletes triturados.


Foto:  PCCA -   Products Catalog

Procedimento:
Passo 1: Pesar todos os componentes da formulação (após devidos
cálculos demonstrados anteriormente).
Passo 2: Tamisar os pós no tamis de malha acima de 50.
Passo 3: Transferir os pós tamisados para o  gral,  triturando e homo-
 

Capítulo 5 - Manipulação

geneizando bem (ver o método de diluição geométrica).


poiando
Passo sobre uma superfície
4: Acrescentar lisa e impermeável
q.s.p. da solução de PVP-K30 (placa de vidro,daou
e um mínimo
verso liso
solução da placapara
de gelatina comobter
pinos),
umapressionando
massa com  a massa
liga . para o comple-
to enchimento
Passo dos afuros.
5: Espatular massa sobre o tableteiro (parte perfurada) a-
Passo 6: Colocar na estufa a 50°C até secar.
Passo 7: Retirar do tableteiro com auxílio da placa com hastes. 2 1 1
Passo 8: Embalar e rotular.

5.7.2. Sugestão de base para Tabletes Moldados (com mani-


tol)
Manitol 9%
Açúcar de co nfeite iro 50%
Açúcar refinado 27%
Sacarina sódica 3%
Goma xantana 1%
Lactose monohidratada 10%
*Para formação da massa se utiliza a solução alcoólica a seguir:

Solução alcoólica para aglutinação


Álcool95% 75%
Água destilada 25%
Ravoriza nte (3 a 10 gts /10ml_ da solução)

Procedimento:
ídem ao da fórmula anterior, utilizando a solução alcoólica sugerida
acima para formação da massa.
 

Capitulo 5 - Manipulação

5.8. Exemplos de fo rm u la ç õ e s :

5.8.1.Tabletes
212 com   Estrogênios para Terapia de Reposição Hor-
monal (TRH)
Estriol 2mg
Estrona 0,25mg
Estradiol 0,25mg
Excipi nte q. s.p 1 ta b le te
Mande tabletes.
Indicação: sintomatologia do climatério, terapia de reposição hor-
monal fem inina.
Posologia: 1 ta b le te via sublingual ou buc al 1x ao dia.

5.8.2. Tabletes   com   Progesterona Micronizada 100mg


Progesterona 10Omg
Excipiente q. s.p 1 ta b le te
Mande tabletes
Indicação: tratamento da sintomatologia do climatério, TRH, manu-
tenção da gravidez.
Posologia: a crité rio m éd ico.

5.9.Controle da Qualidade:
• Aparência
• Peso
• Variação de peso
Desintegração - realizado em um béquer contendo 1 litro de
água com ag itado r e m v elocida de mo derada (1 5 a 30 m inu tos ).
 

Capítulo 5 - Manipulação

5.10. Armazenamento e rotulagem:


Temperatura ambiente. Rotular o modo próprio de adminis-
tração: sublingual, bucal e mastigável.

213
 

Capitulo 5 - Manipulação

6. Excipientes, Ad juva ntes Fa rm aco técnicos e Di-


luentes
214
6.1.  Excipiente para Formas Farmacêuticas Sólidas:
A escolha do excipiente adequado para determinada fórmu-
la,  deve se basear nas características das substâncias contidas na
fórmula, bem como, na possibilidade de interação destas substân-
cias com o ex cip ien te. 0 farm ac êu tico deve escolher sempre o  exci-
piente que não sofra qualquer tipo de interação. Devido à existência
de diversos excipien tes, constatou-se que princípios ativos id ên ti-
cos,  quando manipulados com excipientes diferentes, têm velocida-
des de dissolução variáveis, dependendo dos excipientes utilizados

traram que diferentes formulações de cápsulas e comprimidos, oca-


sionaram diferenças na biodisponibilidade que podem impedir o
efeito farmacológico. Devido a essas diferenças, é necessário   estu-
dar e estabelecer um critério sobre a utilização de excipientes.

6.1.1.   L a c t o s e :
Dissacarídeo obtido do leite, a lactose pode ocorrer em três
formas: alfa-monohidratada, alfa-anidra e beta-anidra. A lactose
alfa-monohidratada é a mais am plam ente utiliza da .
É um pó branco ou quase branco, ou de partículas cristalinas
branco-cremosas, inodoro e de gosto adocicado. Absorve odores.
É usado como diluente (excipiente) na farmácia, em concen-
traçòes de 65 a 85%.
É con tra-indica da para pessoas com into lerâ nc ia à lactose
(deficiência da enzima lactase), podendo gerar dores abdominais,
diarréia e flatulência nestes pacientes.
Incompatibilidades: Reage com compostos contendo grupo amino
primário, (ex.: anfetaminas e aminoácidos) resultando em produtos
de cor amarronzada, devido à condensação do tipo Maillard. Tam-
bém reage e produz escurecimento na presença de compostos con-
tendo arsênico e trinitrato de glicerila. A lactose é incompatível
 

Capítulo 5 - Manipulação
tendo arsênico e trinitrato de glicerila. A lactose é incompatível
com
6 . 1 . aminoácidos
2. Talco: e anfetaminas (mazindol, anfepramona, fempro-
porex, aminofilina,
0 talco é umfluoxetina,
silicato desertralina,
magnésio imipramina, amitriptilina,
hidratado nativo, podendo
clomipramina, nortriptilina, hidroxitriptofano
conter uma pequena proporção de silicato de alumínio.e compostos relacio-
nados). É um pó cristalino muito fino, branco ou branco acinzentado,
untuoso, adere facilmente à pele e é macio ao toque.
215
Necessita ser de ótima qualidade, pois é vulnerável a conta-
minação microbiológica. Deve ser armazenado em recipiente bem
fechado, apesar de ser um produto estável.
Na indústria farmacêutica ou em farmácias magistrais é usa-
do como excipiente para cápsulas ou comprimidos, devido ao seu
efe ito secante e lu br ifica n te , em concentrações de 5 a 30%.
Incompatibilidades: Incompatível com quaternários de amônio.

6.1.3. Amido:
Pó fino, branco, sem sabor que deve ser estocado em lugar
apropriado para evitar a absorção de umidade. Utilizado na indús-
tria farmacêutica e em farmácias magistrais como diluente (excipi-
ente) para ajuste de volume ou como agente desintegrante.
Não há concentração limite para uso deste excipiente.
Incompatibilidades: Não há descrição na bibliografia de interações
de fármacos com o am ido.

6.1.4. Manitol:
É um álcool hexanidril relacionado a manose e é isomérico
com o so rbitol.
Granuloso ou pó cristalino, possui boa fluidez, é branco e i-
nodoro. Possui a metade do poder adoçante da sucrose e é tão doce
quanto a glucose.
Nâo é recomendado para crianças abaixo de 12 anos de ida-
de.
É usado como excipiente a uma concentração entre 10 a 90%.
É indicado, especialmente, quando se quer encapsular drogas sensí-
veis à umidade, pois é um pó não higroscópico. Recomenda-se usá-
lo associado ao estearato de magnésio (1 a   2%).
Incompatibilidades: Complexa-se com alguns metais, como o ferro,
o alumínio e o cobre. Recomenda-se não utilizá-lo em formulações
que contenham sais com estes metais.
 

Capítulo 5 - Manipulação
que contenham sais com estes metais.
6.1.5. Celulose microcristalina:
É comercializada principalmente com o nome de Avicel®. A
celulose microcristalina é amplamente utilizada em produtos farma-
cêuticos como diluente de comprimidos (20 a 90%) e cápsulas (20 a
90%).  É utilizada como agente adsorvente (20 a 90%), agente a ntia -
216
derente ou lubrificante (5 a 20%) e desintegrante em comprimidos
(5 a  15%).
Incompatibilidades: A celulose microcristalina é um agente estável,
porém higroscópica. É inco m patível com agentes oxidantes fo rte s.

6 .1 . 6 . C r o s c ar m el o se Só d ic a   (Ac-Di-Sol  ®):
É  um polím ero   cross-linked  de carb oxim etilcelulos e sódica.
A croscarmelose sódica é empregada em formulações farma-
cêuticas como desintegrante para cápsulas (10 a 25%) e comprimi-
dos (0,5 a 5,0%)
Incompatibilidades: sorbitol (redução da eficácia desintegrante).

6 .1 . 7. P o v i d on a :
É um polímero sintético empregado como diluente de com-
primidos, agente aglutinante e de revestimento em concentrações
de 0,5 a 5%.

6.1.8. Crospovidona:
É um derivado   cross-linked da povidona.
É um desintegrante para comprimidos preparados por com-
pressão dire ta . É empregada em concentrações de 2 a 5%.

6.1.9. Caulim:
Pó branco a acinzentado, untuoso, com sabor argiloso. O
caulim ocorre naturalmente no reino mineral, correspondendo quí-
micamente ao silicato de alumínio nativo hidratado.
O cau lim é utilizad o como d iluen te (excipiente) em cápsulas
ecomprimidos.
Mesmo a despeito do baixo preço, o caulim deve ser utilizado
com restrições. Caso o mesmo não seja esterilizado pode haver con-
taminação por agentes patogênicos, como   Baciüus anthracis, Clos-
 

Capítulo 5 - Manipulação

na,  ampicilina,
tridium cimetidina,
tetani  (bactéria causadora lincomicina,
do téta nofenitoína
) e outros.(difenilhidantoi-
na),  clindamicina, Otetraciclina,
Incompatibilidades: caulim apresenta warfarina. Portanto, não
propriedades deve ser
de absorção
emutilizado como excipiente
concentrações a partir destas
de 7,5%. drogas.
Esta propriedade pode influen-
ciar a absorção de outras drogas administradas via   oral.   Já foi rela-
tado
6 . 1 .que
1 0 . oAcaulim
e r o s i l ®afeta
( A daj uabsorção
v a n t e F adas
r m aseguintes
c o t é c n i c drogas:
o): amoxacili-
Químicamente conhecido como sílica coloidal ou dióxido217de
silício coloidal, é um produto submicroscópico, branco, sem odor ou
sabor. Devido à sua higroscopia, deve ser armazenado em recipien-
tes muito bem fechados.
0 aerosil é utilizado como dessecante e anti-aderente para
pós higroscópicos na concentração de 0,1 a 1,0%.
Incom patibilidades : É incom patível com preparações contendo   dieti-
lestilbestrol.

6 . 1 . 1 1 .  E s t e ar a t o d e M ag n és io (A d j u v a n t e F a r m a c o t é c n i c o ):
Consiste principalmente de uma mistura de estearato de
magnésio e palmitato de magnésio.
É granuloso, untuoso e fino, de cor branca, inodoro ou com
leve odor de ácido esteárico e gosto característico. São grânulos de
baixa densidade que aderem facilmente à pele.
Age como lubrificante e antiaderente nas formulações de ex-
cipiente, nas concentrações entre 0,25 a 2,0%.
Devido à sua natureza hidrofóbica, o estearato de magnésio
pode retardar a dissolução de drogas na forma sólida, por isso, deve
usá-lo na menor concentração possível.
Incom patibilidad es: É incom pa tível com substâncias ácidas, alca li-
nas e sais de ferro; evitar associá-lo com materiais fortemente oxi-
dantes. Usar com precaução em drogas incompatíveis com álcalis.

6.1.12. CMC-Na - Carboximetilcelulose Sódica:


O CMC é um pó ou material granuloso, higroscópico, branco
ou levemente amarelado, inodoro e com leve sabor de papel. Pode
ser utilizado como excipiente na manipulação de pós, aumentando o
tempo de desintegração de cápsulas e comprimidos, consequente-
mente retardando um pouco a absorção do fármaco.
Incompatibilidade: Incompatível com goma xantana, ácidos fortes,
sais de ferro e outros metais, como o alumínio, o mercúrio e o zin-
 

Capítulo   5 -  Manipulação
sais de ferro e outros metais, como o alumínio, o mercúrio e o zin-
6co.
.1.13. Carbonato de cálcio:
Pó branco ou cristalino, inodoro e sem sabor. 0 Carbonato de
cálcio é empregado como excipiente farmacêutico para cápsulas e
comprimidos.
218 0 Carbonato de cálcio deve ser estocado em recipiente fe-
chado e protegido da umidade.
Incompatibilidades: 0 carbonato de cálcio é incompatível com áci-

6.1.14. Lauril Sulfato de Sódio (agente molhante):


0 lauril sulfato de sódio é um pó cristalino branco, creme ou
amarelo pálido, de sabor amargo e odor de substâncias gordurosas.
É um agente surfactante, utilizado como agente lubrificante
e molhante de cápsulas e comprimidos em concentrações entre 1 a
2%.  Sua utilizaç ão em form ulaçõe s que contenha m drogas liposso lú-
veis é  útil,  pois facilita a dissolução destas drogas.
Incompatibilidades: 0 lauril sulfato de sódio é incompatível com
alguns sais alcaloídicos (atropina, beladona, hiosciamina, escopola-
mina,   quina, quinina, sulfato de quinidina, ipeca, codeina, ioimbi-
na,   vinca, vincamina, reserpina, ergotamina, ergometrina, ergono-
vina,  dihidroergotamina, dihidroergocristina, metisergida, pilocar-
pina,  efedra ou mahuang, efedrina, pseudoefedrina, colchicina,
cafeína, teofilina), sais de chumbo e sais de potássio (ex: cloreto de
potássio, aspartato de potássio, orotato de potássio, potássio quela-
to,   etc). 0 Lauril Sulfato de Sódio é um tensioativo aniônico, por-
tanto,  tem carga negativa e pode interagir com fármacos com car-
gas positivas.

6.1.15. Docusato sódico (Agente Molhante):


Também conhecido como dioctil sulfosuccinato de sódio. É
um surfactantante aniônico, u tilizado na terapê utica como laxante
amolecedor das fezes e na farmacotécnica como agente molhante,
com o ob jet ivo de otim iza r a dissolução de fárm aco s.
0 docusato sódio é branco ou quase branco, possui sabor
amargo e odor c ara cte ristico do oc tan ol. É higroscópico e e nco ntra-
do na form a peletizada e de flocos .
 

Capitulo 5 - Manipulação
Como agente molhante e desintegrante de formas farmacêu-
6 . 1 . sólidas
ticas 1 6 . P o léi sutilizado
o r b a t o s usualmente
2 0 , 6 0 , 8 0na( Aconcentração
g e n t e M o l h ade
n t e0,5%.
):
Os produtosÉ comerciais
Incompatibilidades: incom pa tível mais
comcomuns à base
e let ró litos . de polisorbatos
são os tweens. Os polisorbatos são surfactantes não iônicos empre-
gados como tensioativos, agentes emulsificantes, agentes solubili-
zantes e agentes molhantes. Podem ser empregados como agente
solubilizante para uma variedade de substâncias, incluindo óleos 219e
vitaminas lipossolúveis.
Como agente solubilizante é utilizado na faixa de concentra-
  1   10%
Incompatibilidades: Parabenos, fenóis, taninos e derivados do alca-
trão.

6 . 1 . 1 7 . Ó le o v e g e t a l h i d r o g e n a d o ( ó l eo h i d r o g e n a d o d e s e-
m e n t e d e a lg o d ã o ) t i p o I - L u b r i t a b   ® :
Diluente para cápsulas e comprimidos, agente lubrificante
(cápsulas e comprimidos) e agente aglutinante.
Aplicação:
• Diluente (ex cipien te): até 100%
• Lub rificante: 1 a 6% p /p .
Pode ser utilizado como agente formador de matriz lipofílica
para formulações de liberação controlada.
Incompatibilidades: incompatível com agentes oxidantes fortes.

6.1.18. Bicarbonato de sódio:


Agente alcalinizante (tampão): 10 a 40%, agente terapêutico
e efervescente (25 a 50%)
Incompatibilidades: ácidos, sais ácidos, sais alcalóidicos, salicilatos,
ácido bórico, alúmen e sais de bismuto.

6.1.19. Acetoftalato de celulose (CAP):


Agente de revestimento entérico.
Solúvel em pH maior que 6,0.
Concentrações usuais para re vestim ento en térico: 3 a 9% do
peso do núcleo (peso da massa a ser revestida)
Para a formação de filme flexível e hidroresistente é neces-
sário a adição de plastifica nte s, em concentracões varíaveis de 1 a
 

Capítulo 5 - Manipulação

20%.
Incompatibilidades: sulfato ferroso, cloreto férrico, nitrato de pra-
Solubilidade em
ta,  citrato de sódio, sulfatosistemas de solventes
de alumínio, (para
cloreto solução cloreto
de cálcio, de re-
vestimento):
de m ercúrio, nAcetona,
itra to deAcetona-Etanol
bário , ac eta to (1:1)
básicoe Acetona-Água (97:3).
de chum bo e agentes
oxidantes Plastificantes compatíveis: incompatível
fortes. Potencialmente glicerina, propilenoglicol
com fármacos e   dibu-
ou
tilftalato.
excipientes que apresentam grupos funcionais ou natureza básica.
220
6 .1 .2 0. C o p o l ím e ro d o ác i d o m e t a c r í l i c o / m e t a c r i l a t o d e m e -
t il a 1: 1 ( E u d ra g it ® L- 1 00 ) :
Utilizado como formador de filme gastroresistente e enteros-
solúvel.
Insotúvel em ácidos diluídos e fluidos gástricos, solúvel em
soluções tamponadas e fluidos entéricos acima do pH 6,0.
Concentração usual para filmes gastroresistentes : 3 a  9%  do
peso do núcleo (peso da massa a ser revestida).
É necessário a adição de plastificante para melhorar a   flexi-
bilidade do filme.
Solubilidade em sistemas solventes (para solução de revesti-
mento): Acetona-Etanol (1:1), álcool isopropílico, acetona e etanol
e também, em misturas com até 40% de água.
Plastificantes co m patíveis: p olie tilen og lico l (ex: PEG 400),
triacetina e dibutilftalato.
Incompatibilidades: estearato de magnésio, podem ocorrer intera-
ções em substâncias com grupos funcionais de natureza básica.

6.1.21.  Glicolato sódico de amido (Explotab®):


Desintegrante para cápsulas e comprimidos, empregado
normalmente em concentrações variadas (2 a 8%).
Incompatibilidades: ácido ascórbico.

6 . 1 . 2 2 . F o s f a t o d e c á l c i o d i b á s i c o ( C a H P 0 4   2 H2 0 ) :
Diluente de comprimidos e cápsulas (necessita uso concomi-
tante de lubrificante e desintegrante)
Compressão direta e agente alcalizante
Incompatibilidades: derivados da tetraciclina, indometacina, ativos
sensíveis a pH igual ou superior a 7,3.
 

Capitulo 5 - Manipulação

6.1.23. Óxido de magnésio (MgO):


Diluente de comprimidos e cápsulas, antiácido e laxante os-
mótico. Ponto de fusão alto: 2800°C - diluente para misturas eutéti-
cas.
Incompatibilidades: drogas alcalino-lábeis, ibuprofeno, antihistamí-
nicos,   antibióticos e salicilatos. 221

6.1.24. Carbonato de magnésio:


Diluente de comprimidos e cápsulas ( <_45%), antiácido e ad-
sorvente de umidade (0,5 a  1,0%).  Ponto de fusão alto.
Incompatibilidades: ácidos (dissolve-os com liberação de C0 2 )

6.2. Excipientes: Conceito, Influências e Categorias


Anteriormente, conceituava-se excipiente como simples ad-
juvante, nada mais que uma substância química e farmacológica-
mente inerte. Atualmente a escolha do excipiente adequado tornou-
se fator preponderante na obtenção do efeito terapêutico, interfe-
rindo na liberação e na estabilidade do fármaco.
De acordo com a função, podemos classificar os excipientes
como,   diluentes: aqueles que fomecem peso, consistência e   volu-
mes adequados à forma farmacêutica; e adjuvantes: aqueles que
auxiliam o fármaco a cumprir o seu papel (estabilidade, velocidade
de desintegração e dissolução).

6 . 2 . 1 .  C a t e g o r i a s d e e x c i p i e n t e s
A. Excipientes que influenciam na estabilidade: antioxidantes, que-
lantes, conservantes e tampões, modificadores do pH.
B. Excipientes que influenciam na absorção do fármaco: desinte-
grantes, plastificantes, modificadores da liberação, promotores da
penetração, molhantes, formadores de filme, agentes bioadesivos e
encapsuíantes.

6 . 2 . 2 . E x c i p ie n t e s q u e i n f l u e n c i a m a b i o d i s p o n i b i l i d a d e d o
fármaco em formas farmacêuticas sólidas:
 

Capítulo 5 - Manipulação

tração.
A. Diluentes: a solubilidade do diluente influencia a velocidade de
C. Tensioativos:
liberação aumentam a molhabilidade do fármaco, aumentam
do fármaco.
a velocidade
B. de dissolução,
Desintegrantes: facilitam a aumentam o contato
desagregação, do fármaco
aumentam a área com
su-
fluídos gaestrintestina
perficial promove ais.dissolução do fármaco. Depende da concen-
D. Lubrificantes: retardam a molhabilidade e a absorção de fárma-
cos.   Sua concentração influencia a biodisponibilidade.
222

6.3. Sugestões de Excipientes Especiais para Cápsulas:


6 . 3 . 1 .  D i l u c a p : S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a d r ã o p a r a c á p s u l a s
Estearato de Magnésio 0,5%
Aerosil 1,0%
Lauril Sulfato de Sódio (LSS) 1 ,0 a 2,0%
Talco Farmacêutico 3%
Amido de Milho (AMISOL) qsp 1 00,0%

Este excipiente deve ser utilizado para formulações em ge-


ral,   exceto as que contiverem as seguintes substâncias:
Pentoxifilina: usar como excipiente HPMC (30 a 40% do volume total
da cápsula).
DietilestiLb estrol: usar como ve ículo a lactose com 0,5% de LSS e
0,5% de es tearato de magnésio. Não usar aero sil.
Anfepramona/dietilpropiona: usar talco ou caulim farmacêutico,
com   1%  de estearato de magnésio e   1%  de ae rosil.
Sais aicaloidicos e plantas com alcalóides (atropina, beladona, hios-
cinamina, escopolamina, homatropina, quina, quinino, sulfato de
quinidina, ipeca, codeína, ioimbina, vinca, vincamina, reserpina.
ergotamina, dihidroergocristina, metisergida, pilocarpina, efedra ou
mahuang,  efedrina, pseudoefedrina, colchicina, cafeína, teofilina,
sais de potássio, cioreto de potássio, aspa rtato de potássio, potás-
sio quelato): para estes fármacos usar lactose + aerosil   1% + estera-
to de magnésio 1%.
Formulações de iiberaçã o lenta : usar HPMC a 40% do volum e to ta l
da cápsula.
Formulações muito higroscópicas que demonstrem sinais de   deli-
quescência: usar m an itol 80% + talco 18% + aero sil   1%  + estea rato de
 

Capítulo   5 -  Manipulação
quescência: usar m an itol 80% + talco 18% + aero sil   1%  + estea rato de
magnésio 0,5% + LSS
6.3.2. Sugestão 0,5 a 1,0%. para Alprazolam
de Excipiente
Celulose M icrocristalina 20%
Nota:
AmidoO aerosil pode ser adicionado à parte, ao Dilucap ca so seja n ecessário.
15%
O man ipulador deve ter amplo conhecimento sobre excipientes, para a escolha daquele que
Docusato
melhor de Sódio
se adeque à formuiação. 0,5%
Aerosil 0,3% 223
Benzoato de Sódio 2%
Estearato de magnésio 0,25%
Lactoseqsp 61,95%

6.3.3. Sugestão de Excipiente para Meloxicam


C itrato de sódio dihidratad o 1,0%
Celulose M icroc ristalina 20%
Estearato de magnésio 0,5%
Dióxido de silício (Aerosil) 0,2%
Lactoseqsp 100%

6.3.4.  Sugestão de Excipiente Especial para Diclofenaco de


Sódio e de Potássio
Estearato de magnésio 1,0%
Aerosil 0,5%
Talco farm acêu tico 3%
Am ido (Amisol) 18,5%
Fosfato tric álcic o qsp 100%
Realizar revestimento entérico.

6.3.5.  Sugestão de Excipiente para Pentoxifilina


H idroxipro pü m etilcelulose 40% (do peso to ta l do volume
ocupado na cápsula do fármaco mais o e xc ipien te).

6.3.6. Sugestão de Excipiente para Finasterida


Docusato sódico 0,5%
H idroxipro pü m etilcelu lose (HPMC) 15,0%
Talco farm acê utico 30,0%
Am ido de m ilho (Amisol®) qsp 100,0%

6.3.7. Sugestão de Excipiente para Sertralina


 

Capitulo   5 - Manipulação

La uril su lfato de sódio 1,5%


6 . 3 . 8 . S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a M e t i l d o p a ( F c 3   =   1,18)
Aerosil 1%
Bissul
Amido fito de sódio 0,1
30% %
Ácido cítrico
Celulose m icroc ristalina qsp 1,0%
100
EDTA-Na2 0,1 %
Aerosil
224 1,0%
Explotab ® (g licolato sódico de am ido) 1,5%
Alfa-metildopa Sesquihidratada qsp 100%

6.3.9. Sugestão de Excipiente para Amlodipina Besilato


Fos ato de cá lcio dibásico 40%
Glicolato sódico de am ido 2,0
Amido 30%
Estearato de magnésio   1%
Celulose m icro cristalina qsp 100g

6.3.10. Sugestão de Excipiente para Enalapril


Estearato de magnésio 1%
Dióxido de silício co loidal (Aerosil ®) 1%
Lactose qsp 200mg

6.3.11.  S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a I n i b i d o r e s d a E C A , e x -
ceto Enalapril
Bissulfito de sódio 0,1 %
Fosfato de cá lcio 30%
Manitol 30%
Estearato de magnésio   1%
Amidoqsp 100%

6.3.12. Sugestão de Excipiente Venlafaxina


Celulose m icrocristalina 20%
Explomido (G licolato sódico de am ido) 3%
Estearato de magnésio   1%
Lactose 100%
 

Capítulo   5 - Manipulação

Fc  =
 Fator de correcão da diluição e do ativo

6 . 3 . 1 3 . Su g es tão d e E x c i p i e n t e D i e t i l e s t i l b e s t r o l
Lau ril sulfato de sódio 0,5%
Estearato de magnésio 0,5%
Lactoseqsp 100%

6.3.14.  S u g es t ão de E xc ip i en t e p a ra Sa i s A lc a ló i di c os e S ai s
de Potássio
Aerosil 1%
Estearato de magnésio   1%
Lactoseqsp 100%

6 . 3 . 1 5 . 
Sugestão de Excipiente para Lovastatina, Pravasta-
tina e Sinvastatina
B util hid rox i anisol 0,02%
Manitol 30
Estearato de magnésio   1%
Dilucap qsp 100%

6.3.16. Sugestão de Excipiente para Estrógenos Conjugados


Fosfato de cálcio tribá sico 40%
Sulfato de cálcio 2 H20 10%
Estearato de magnésio 1%
HPMC 20%
Lau ril sulfato de sódio 1%
Lactoseqsp 100%

6.3.17. Sugestão de excipiente para o Clorazepato de Po-


t ás s io
Aerosil 1%
Estearato de magnésio 1%
Óxido de magnésio 10%
HPMC 40%
Talcoqsp 100%
 

Capítulo   5 Manipulação

6.3.18. Sugestão de Excipiente para Genfibrozila


Tra tar com
6.3.19. polisorbato
Sugestão de 80 (tween ®8 0)
Excipiente 1 %.de
para Cloridrato Fluoxeti
na
Celulose microcristalina   20%
Estearato  de  m agnésio   0,5%
Talco   3%
226
Simeticone   pó 2%
Amidoqsp   100%

6.3.20. Sugestão de Excipiente para Risperidona


Lauril su lfa to   de sódio   1%
Aerosil  1%
HPMC   30%
Estearato   de m agnésio   0,5%
Celutose m icro cris tal ina   15%
Amido   20%
Lactoseqsp   100%

6.3.21.  Sugestão de Excipiente para Oxandrolona


HPMC   40%
Dilucapqsp   100%

6.3.22. Sugestão de Excipiente e Diluente para T3 e T4


Celulose microcristalina   3,6%
CMC   3,6%
Talco 3,6
Ácido cítrico   2%
Estearato   de magnésio   0,7%
Amido  de m i l h o   12,6%
Fosfato  de cá lcio dibá sico   qsp 100%

6.3.23. Sugestão de Excipiente para Levofloxacina


HPMC   30%
  20%
Estearato   de magnésio   0,5%
T w e e n 8 0  2%
T alcoqsp   100%
 

Capítulo 5 - Manipulação

6.3.24. Sugestão de Excipiente para Tibolona


Amido 10%
Estearato de magnésio 0,5%
Palm itato de ascorbila 0,2%
Lactoseqsp 100%
227
6.3.25. Sugestão de Excipiente para L-Carnitina

Óxido de Magnésio 1 00mg


Aerosil 5mg
Estearato de Magnésio 5mg
Avicel PH 101 qsp 500mg

6.3.26. Sugestão de Excipiente para cápsula (geral)


Am ido de m ilho 96 partes
Talco farm acê utico 3 partes
Estearato de magnésio 1 pa rte

6.4. Excipientes que podem ser utilizados para aumen-


tar a estabilidade de misturas eutéticas
6 . 4 . 1 .   Efetivos:
Carbonato de magnésio, caolim e óxido de magnésio leve.

6.4.2. Menos efetivos:


Óxido de magnésio pesado, fosfato de cálcio tribásico e sílica
gel.

6.4.3. Relativamente inefetivos:


Talco, lactosee amido
 

Capitulo 5 - Manipulação

6.5. Agentes M olha ntes (Su rfactantes) utiliza do s em


cápsulas e comprimidos:
São adjuvantes farmacotécnicos, empregados em formula-
ções  farmacêuticas sólidas, com objetivo de facilitar o contato com
228
os fluidos ga strointestina is, facilita ndo a molhagem neste meio a-
quoso e conseqüentemente, favorecendo a dissolução e otimizando
a  absorção. Sua adição no excipiente de fármacos pouco solúveis e
hidrofóbicos é importante para a biodisponibilidade destes.
São empregados em formas sólidas, tensioativos aniônicos e
não-iônicos:
Tensioativos aniônicos: lauril sulfato de sódio, dioctilsulfo-
succinato de sódio (docusato sódico).
Tensioativos não-iônicos: polisorbato 80, 20, 60; lecitina de
soja.
0 agente molhante não deve interagir com o fármaco. Tensi-
oativos aniônicos podem ser incompatíveis com fármacos catiônicos,
devendo-se optar nestes casos pelo tensioativo não-iônico.

6.6. Agentes A lca liniz a nte s:


São utilizados em formas farmacêuticas sólidas de uso oral
com o ob jetivo de :
• Evitar a hidrólise ácida no estômago
• Reduzir os efe itos ga stroirritante s do fárma co
• Aumentar a biodisponibilidade do fárm aco , otimiza ndo sua
dissolução.

6.6.1.   A g e n t es al c a l i n i z a n t e s m a is e m p r e g a d o s :
• Fosfatos alca linos
• Carbonato de cálcio
• Citrato de sódio
• Bicarbonato de sódio
• Glicinato de alum ínio
 

Capítulo 5 - Manipulação

6.7. Antioxidantes
6 . 7 . 1 .   Oxidação:
Processo que leva à decomposição de uma matéria-prima,
229do
com perda de sua função. A   luz,  o ar, o calor, os contaminantes
meio (catalisadores ->metais pesados) e o pH do meio são os   inici-
antes deste tipo de reação. 0 mecanismo de oxidação inicia-se com
a formação do que chamamos radicais livres.

6.7.2 Antioxidantes:
São substâncias que preservam a formulação de qualquer
processo oxidativo. São capazes de inibir a deterioração oxidativa
(destruição por ação do oxigênio) de produtos fármaco-cosméticos,
com conseqüente desenvolvimento de ranço oxidativo em óleos e
gorduras ou inativação de medicamentos.

A. Antioxidantes que atuam interrompendo as cadeias de radicais


livres formadas (antioxidantes verdadeiros):
• BHA
• BHT
• Alfa-to cofe rol (vit.E )
• Propil galato

B. Atuam sofrendo oxidacão (agentes redutores):


• Metab issulfito de sódio
• Bissulfito de sódio
• Ácido ascórbico (vit.C )
• Pa lmitato de ascorbila

C. Antioxidantes que atuam por mecanismos preventivos (antioxi-


dantes sinerojstas):
• Ácido cítrico
• Ácido etilen od iam inote trac ético (EDTA)
 

Capítulo 5 - Manipulação

• Cisteína
6.7.3. Uso a d e q u a d o d e a n t i o x i d a n t e s :
• Glutation
• Metioninapara Sistemas Aquosos:
A. Antioxidantes
• Ácido ascórbico
230• M etabissulfito de sódio
• Tiossulfato de sódio
• Cloridrato de cisteína

B,  Antioxidantes para Sistemas Oleosos:


• BHT
• BHA
• Alfa-tocoferol
• Ascorbil pa lm itato
• Propilgalato

6.7.4. Antioxidantes para Sistemas Aquosos:

A. Ácido Ascórbico: Pó cristalino branco ou ligeiram en te am arelado ,


inodoro. Escurece gradualmente quando exposto à luz. Razoavel-
mente estável no estado seco, mas oxida em solução.
Solubilidade: 1 g/3m l de água, 1 g/30 m l de álcoo l.
Concentração antioxidante efetiva: 0,05 a 3,0%

B. Bissulfito de Sódio (NaHS03): Pó ou cristais brancos ou branco-


amarelados. Com odor característico de dióxido sulfúrico, sabor
desagradável, instável no ar, perdendo S02 e gradualmente oxidan-
do para su lfato.
Solubilidade: 1g/4ml de água, 1g/70ml de álcool
Concentrações efetivas: 0,1%

C. Metabissulfito de sódio (Na gSgOgl: Pó branco ou cristais incolores


com um odor sulfuroso, sabor ácído e salino. Oxida lentamente a
sulfato quando exposto ao ar e à umidade.
Concentrações efetivas: 0,02 a 1,0%
 

Capitulo 5 - Manipulação

D.  Tiossulfato
Nota: deconh
Os sutfitos são sódio (Na?S?0j.5H
ecidos Q): Pó
cristalino ou cristais inco-
por causa r zalerçia.
lores grandes. E eflorescen te no ar seco em tem peratura s acima de
33°C e levemente deliquescente em ar úmido. Soluções aquosas são
neutras ou levem ente a lcalinas .
Solubilidade: 1g/0,5ml de água, insolúvel em álcool. 231
Concentração efetiva: 0,05%

6.7.5. Antioxidantes para Sistemas Oleosos:

A. Ascorbil Palmitato: Pó branco ou branco-amarelado com odor


característico.
Solubilidade: Muito levemente solúvel em água e em óleos
vegetais; solúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,01 a 0,2%

B. Butilhidroxianisol (BHA): Cera sólida branca ou branca-


amarelada, com fraco odor.
Solubilidade: Insolúvel em água, facilmente solúvel em álco-
ol e propilenoglicol.
Concentrações efetivas: 0,005 a 0,01%

C. Butilhidroxitoiueno (BHT): Sólido cristalino branco com um fraco


odor.
Solubilidade: Insolúvel em água e em p rop ileno glico l,   facil-
mente solúvel em álcool.
Concentração efetiva: 0,03 a  0,1%

D. Propilqalato: Pó cristalino branco, com odor muito leve.


Solubilidade: Levemente solúvel em água e levemente   solú-
vel em álcool.
Concentração efetiva: 0,005 a 0,15%.

E. Aifa-tocoferol (VIT.E): Óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo-


esverdeado. Praticamen te ino doro , instáv el à luz e ao ar.
Solubilidade: Insolúvel em água, solúvel em álcool, miscível
com acetona e óleos vegetais.
 

Capítulo 5 - Manipulação
com acetona e óleos vegetais.
6.8. Lubrificantes, Antiaderentes
Concentração efetiva: 0,05 a 2% e Deslizantes
Promovem o escoamento de pós e granulados por redução da
fricção das partícu las.
• Estearato de magnésio.
232• Estearato de cá lcio.
• Ácido esteá rico.
• Talco (5%).
• A m ido de m üh o (5 a 10%)
• Sílica coloida l (Ae rosil®).

6.9. Diluições
Alguns fármacos são muito potentes e são utilizados em pe-
quenas doses. Para maior segurança na pesagem destes fármacos
deve-se dilui-los de tal forma que a dosagem seja de fácil pesagem
e  os  riscos de sobredose sejam minimizados em caso de algum equí-
voco neste proc ed im en to.

6.9.1.  R e l a ç ã o d o s F á r m a c o s q u e d e v e m s e r d i l u í d o s

Tabela 24: Relação dos Fármacos que devem ser diluídos

IFÁRMACO DILUIÇÃO DILUENTES


(sugestões - opções)
Ácido Fólico 1:100 Lactose, Ta lco ou Am ido
Alprazolam 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Bendroflumetiazida 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Betametazona 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
Biotina 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Biperideno 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Bromazepam 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Bumetamida 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
Buspirona 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Cetotifeno 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
 

Capitulo 5 - Manipulação

Cetotifeno 1:10
Continuação Tabela 24 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Clonazepam
Clonidina
FARMACO DILUIÇAO Lactose,
1:100 DILUENTES Ta lco ou Am ido
Cloxazolam 1:10 Lactose,
( s u g e sTalco
t õ e s   -ou
  o pAm
ç õido
es)
Cobamamida 1:10 Talco, Am ido ou M anitol
(coenzima B12) 233
Dextrotiroxina 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Diazepam 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Dietilestilbestrol 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Digitoxina 1:100 Talco
Digoxina 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
Dihidroergocristina 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Ergotamina tartarato 1:100 Talco ou Amido
Estanozolol 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Estriol 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Etinil estradiol 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
Finasterida 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Flud rocortisona 1:100 Lactose ou Talco
Flufenazina 1:10 Talco ou Amido
Hidr ocortisona 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
loim bina 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
L-deprenil 1:10 Talco ou Amido
Loperamida 1:10 Talco ou Amido
Loratadina 1:10 Lactose, Talco ou A mido
Lorazepam 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Mazindol 1:100 Talco ou Amido
Meloxicam 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
Metil brometo de homa- 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
tropina
Metilprednisolona 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Metotrexato 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Norestiterona 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Oxandrolona 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Prednisolona 1:10 Lactose, Talco ou Am ido
Reserpina 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
 

Capitulo   5 -  Manipulação

Salbutamol
Continuaçõo  Tabela 24 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
Simeticone 1:2 (50%) Hidróxido de aluminio +
FARMACO DILUIÇAO Carbonato magnésio
DILUENTES
T3 1:1000 Lactose, Talco ou Am ido
(sugestões - opções)
T4 1:1000 Lactose , Ta lco ou Am ido
234
Tizanidina 1:10 Lactose , Talco ou Am ido
Triac 1:100 Lactose, T alco ou Am ido
Trifluoperazina 1:10 Talco ou Amido
Vit. B12 1:100 Lactose, Talco ou Am ido
Vitamina K 1:100 Lactose, Talco ou Am ido

Obs: Não  constam nesta lista, matérías-primas diluídas de fábrica que no entanto, necessi-
tam de fatores de correçõo (ex: Betacaroteno 10% ).

6.9.2. Técnicas de Diluição

Materiat Utilizado
Tamis
Gral(2)
Pistilo (2)
Papel man teiga
Saco plástico
Espátula de plástico
Frasco âmbar (para armazenamento de matéria-prima).

A. Diluicão Geom étrica (1 :1 00 OU 1%)

1g do fármaco + 99 g de dilu en te (exc ipiente)


Pesar 1g do fármaco, colocando-o em um gral de porcelana.
Pesar entre 0,1 a 0,5% de corante alimentício sólido ou   vita-
mina B2, em relação ao peso total da diluição, adicionando-o ao
fármaco no   gral.
Tritura-se o corante (com algumas gotas de água), misturan-
do-o posteriormente também ao fármaco a ser diluído.
Adicionar 1g do diluente no   gral,   misturá-lo bem com o fár-
maco e o co ra nte .
 

Capitulo 5 - Manipulação

Adicionar 2g do diluente no  gral;  misturar bem, observando a


Efetuar apelo
homogeneização tamisação
corante.do "pó" com pistilo, pressionando o pó
contraAdicionar
o tamis 4g emdomovimentos
diluente no circulares e de "vai
gral misturando bem ee vem"
assimaté
su- o
esgotamento do
cessivamente, 8g pó sobre
- 16g o tamis.
- 32g até completar as 100g da diluição.
Transferir o pó depositado no suporte para um novo gral lim-
po e sanitizado. 235
Misturar o pó no gral com pistilo, revolvendo o pó no fundo e
laterais do  gral,  bem como no pistilo com a espátula de plástico.
Transferir o pó do gral para um saco plástico inerte, enchen-
do-o com ar (não soprar), agitando-o bem.
Analisar visualmente a homogeneização do pó, caso não te-
nha pontos brancos, a diluição estará completa, caso contrário vol-
tar ao passo 8 repetindo as operações seguintes.
Embalar e armazenar o produto em frasco de vidro âmbar
(adequado para armazenamento de matérias-primas, protegido do
calor, devidamente identificado com a especificação da diluição
realizada, bem como o fator de correção a ser aplicado).

B. Diluicão Geométrica (1:10 OU 10%)


Segue o mesmo procedimento anterior, com a diferença que
neste caso, considera-se 1g do fdrmaco + 9 g do   diluente,  descon-
tando-se a quantidade de corante utilizado do diluente.

C. DiLuicão Geométrica (1:500)


Segue o mesmo procedimento descrito anteriormente, com a
diferença que neste caso, considera-se   1%  do fármaco +  499%  
diluente,  descontando-se a qua ntidade de co ran te utiliza do do   dilu-
ente.

E. Diluição Geométrica (1:1000)


Segue o mesmo procedimento descrito anteriormente, com a
diferença que neste caso, considera-se 7g   do fárma co +  999%   do
diluente,  descontando-se a qua ntidade de cora nte utiliza do do  diLu-
ente.
 

Capítulo 5 - Manipulação

6.9.3. Diluições Especiais


A, Diluição de Substância na Forma Oleosa

Óleo de Sim etico ne


236
1.  Simeticone 100% DC*A M edical 1.000 G
(não hidrossolúvel)
2.  Hidróxido de Alumínio 500 G
3. Carbonato de Magnésio 500 G
4.  Aerosil q.s.

Procedimento
Passo 1: Misturar o Hidróxido de Alumínio e o Carbonato de Magné-
sio  em um  gral.
Passo 2: Adicionar o óleo de sim etico ne aos poucos, mexendo sem -
pre.
Passo 3: Passar por um tam is a m istu ra , acrescentand o o Aerosil na
passagem.
N0TA:  Os simetkones utilizados para formulações liquidas são simeticones  30%  (DCX Medical
Emulsion,  DCC 7-9245  Em ulsion). Am bos são hidrossotúveis.

B. Diluição da Anfepram ona HCl (D ietilpropiona )


-Tratamento Especial Fc = 1.13
A anfepramona HCl é uma substância de natureza muito hi-
groscópica, necessitando de um tratamento prévio à sua pesagem e
encapsulação, prevenindo assim futuros problemas com umidade
nas cápsulas. Portanto, devemos realizar a seguinte diluição:

ANFEPRAMONA HCl 100g


D.L. ACIDO TARTARICO 3g
AEROSIL 10g

Procedimento:
 

Capitulo 5 - Manipulação
Passo 1: Pesar o DL-Ácido tartárico em um pedaço de papel mantei-
gaPasso
e verter para um
3: Retirar g ral de
o saco porcelana.
plástico T ritu ráencher
da balança, -lo m uito
de arbem(nãoe re-
so-
servar;
prar),   fechar e homogeneizar bem.
Passo
Passo2:4: Tarar um saco
Transferir plásticoesta
aos poucos na balança,
mistura do pesar
sacoo plástico
aerosil (aerosil
e logo
em seguida o clo ridnoragral
+ anfepramona) to dedea nfep ram onaonde
p orcelana, . está o DL ácido tartárico
e misturar muito bem com o pistilo. 237
Passo 5: Depois que todo o "pó" estiver no gral de porcelana e bem
misturado, efetuar a tamisação do "pó" com pistilo, pressionando o
pó contra o tamis em movimentos circulares e de "vai e vem" até o
esgotamento do pó sobre o tamis.
Passo 6: Transferir o pó depositado no suporte para o gral de porce-
lana.
Passo 7: Misturar o pó no gral com pistilo, revolvendo o pó aderido
no fundo e nas laterais do gral e no pistilo com a espátula de plásti-
co.
Passo 8: Transferir o pó do gral para o mesmo saco plástico (previa-
mente tarado), onde estava o aerosil e anfepramona para a pesa-
gem   final.
Passo 9: Cada tratamento especial (diluição) feito com a anfepra-
mona H Q , deve seguir o rela tório de diluição da anfepramona HCl,
conforme modelo em anexo.
Passo 10: Embalar a anfepramona diluída em frasco de vidro âmbar,
protegido do calor, devidamente iden