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SUMÁRIO

INVESTINDO EM UM FUNDO IMOBILIÁRIO.................................................................3


INVESTINDO NO EXTERIOR........................................................................................16
DIVERSIFICAÇÃO.........................................................................................................22
HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA.....................................................................25
RESUMO DA ECONOMIA BRASILEIRA......................................................................33
Blocos/grupos comerciais...........................................................................................39
FASES DA ECONOMIA MUNDIAL...............................................................................40
CICLO ECONÔMICO.....................................................................................................43
TAXA DE CÂMBIO........................................................................................................45
PERFIL FINANCEIRO...................................................................................................48
MATEMÁTICA FINANCEIRA........................................................................................51

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INVESTINDO EM UM FUNDO IMOBILIÁRIO

O que são fundos imobiliários?


Um fundo imobiliário é uma espécie de “condomínio” de investidores, que reúnem seus
recursos para que sejam aplicados em conjunto no mercado imobiliário. A dinâmica
mais tradicional é que o dinheiro seja usado na construção ou na aquisição de imóveis,
que depois sejam locados ou arrendados. Os ganhos obtidos com essas operações
são divididos entre os participantes, na proporção em que cada um aplicou.
As decisões sobre o que fazer com os recursos, tomadas pelo gestor do fundo,
precisam seguir objetivos e políticas pré-definidos. Os investimentos podem ser bem-
sucedidos ou não, e isso determinará a valorização ou a desvalorização das cotas dos
fundos.
A soma dos recursos compõe o patrimônio, que é dividido em cotas, ou “frações” do
fundo. Quem aplica, na verdade, está comprando cotas. O cotista não pode exercer
nenhum direito real sobre os empreendimentos do fundo, ao contrário do proprietário
de um imóvel de fato. Ao mesmo tempo, também não responde pessoalmente por
obrigações relacionadas a eles. Isso é tarefa do administrador, instituição financeira
responsável pelo funcionamento e pela manutenção da carteira.

Renda fixa ou variável?


Embora muitos fundos imobiliários realizem distribuição regular de rendimentos
mensais, o que pode lembrar o funcionamento de certos títulos públicos (que pagam
juros semestralmente), eles não são considerados investimentos de renda fixa. Há
duas razões para isso.
A primeira é que não há garantia de manutenção dos rendimentos ao longo do tempo,
já que inquilinos podem deixar de pagar o aluguel ou um imóvel pode acabar
desocupando. A segunda é que as cotas oscilam na Bolsa, às vezes tanto quanto uma
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ação, por conta de fatores como as condições do mercado ou a gestão da carteira. Não
é possível ter certeza de qual será a condição de retorno de um fundo imobiliário desde
o início do investimento, como é o caso dos papéis de renda fixa.

Como funcionam os fundos imobiliários?


Para entender a dinâmica de funcionamento dos fundos imobiliários, é preciso
conhecer alguns conceitos aplicados a eles. Confira:

Ticker
Assim como as ações de empresas abertas, as cotas de fundos imobiliários são
identificadas no pregão por um código, ou ticker. Esse código é formado por quatro
letras maiúsculas, seguidas do número 11 (XXXX11). Se o fundo for listado no
mercado de balcão organizado da B3, haverá ainda a letra B no final (XXXX11B).

Portfólio
Existe uma variedade de empreendimentos
imobiliários em que os fundos podem
investir. A escolha da estratégia de
investimento e do que entra no portfólio é o
que determina o nível de risco e o potencial
de retorno de cada carteira.
Popularmente, os fundos imobiliários são
classificados em alguns grupos diferentes:

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 Fundos de tijolo (ou de renda):
São os que investem em ativos
reais, ou seja, em imóveis de
fato. Esses são os que
costumam ganhar com aluguéis.
Embora pareçam uma categoria
homogênea, as carteiras podem
apresentar diferenças marcantes.
Alguns aplicam em vários empreendimentos, em diferentes regiões, enquanto outros se
concentram em um só imóvel. Alguns se focam em determinados tipos de
empreendimentos, como escritórios, prédios industriais, galpões logísticos, hotéis,
shopping centers, hospitais, escolas ou agências bancárias, entre outras
possibilidades. E há os que, fazem um mix de tudo na carteira.
 Fundos de papel (ou de recebíveis):
Esses fundos compram títulos ligados ao mercado
imobiliário, no lugar dos imóveis em si. Podem constar
nas carteiras letras de crédito imobiliário (LCI), letras
hipotecárias (LH), cotas de outros fundos imobiliários,
certificados de potencial adicional de construção
(CEPAC), certificados de recebíveis imobiliários (CRI),
cotas de certos tipos de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC), além de
valores mobiliários (como ações) de emissores com atividades preponderantes
permitidas aos fundos imobiliários.
 Fundos híbridos:
Mesclam, na carteira, tanto papéis do segmento imobiliário (outros fundos imobiliários,
LCIs, CRIs e entre outros) quanto investimentos em imóveis diretamente.

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Cotas
Como acontece em outros tipos de fundos, o patrimônio dos imobiliários é dividido em
cotas. E são cotas que o investidor adquire ao aplicar em uma dessas carteiras. O
retorno seja pela distribuição dos rendimentos, seja pela valorização é calculado
proporcionalmente ao número de cotas que cada um possui.
As cotas dos fundos imobiliários mais populares são negociadas na bolsa de valores.
Mas nem todos são listados no pregão. Nesse caso, eles precisam ser negociados
diretamente entre os investidores, o que torna o processo um pouco menos simples.
Principalmente porque a liquidez, nesses casos, é menor. Significa que pode ser mais
difícil se desfazer das cotas, caso essa seja a vontade do investidor.

Valor mínimo
Na Bolsa, é possível investir em fundos imobiliários a partir de uma única cota. Isso
significa que, com quantias inferiores até R$100, já é possível começar a aplicar nessa
modalidade. Nesse ponto, a negociação de fundos imobiliários lembra as operações
com ações no mercado fracionário, em que é possível comprar quantias pequenas de
papéis.

Custos
Quem investe em fundos imobiliários está sujeito a dois tipos de custos diferentes. De
um lado, é preciso pagar pelos serviços de administração e gestão. Portanto, essas
carteiras também envolvem a cobrança de uma taxa de administração. Pode haver
ainda uma taxa de performance, calculada com base no desempenho do fundo: se for
superior ao de um indicador de referência, uma parte do ganho ficará com o gestor.
Além disso, há custos de negociação das cotas. Para comprá-las e vendê-las na bolsa
de valores, é preciso pagar taxa de corretagem à corretora que intermediar as
operações e emolumentos assim como se faz ao negociar ações. É preciso checar
ainda se a corretora cobra pela custódia (ou guarda) das cotas.
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Rendimentos
Uma das formas mais conhecidas e também
atrativas de retorno dos fundos imobiliários é
a distribuição periódica de rendimentos. Por
lei, eles são obrigados a distribuir
rendimentos, no mínimo, uma vez por
semestre. Muitos, no entanto, optam por
realizar pagamentos mensais aos
investidores, sendo uma fonte de renda
recorrente. O volume de rendimentos depende da política de investimento do fundo. A
renda do aluguel dos imóveis pertencentes à carteira é a mais comum, mas os fundos
também podem ganhar com a incorporação, com a venda dos direitos reais sobre os
imóveis ou com os juros de títulos e valores mobiliários.
Não é raro que os rendimentos periódicos sejam superiores a indicadores de referência
do mercado, como a taxa do CDI. No entanto, também podem haver perdas no meio do
caminho. Por exemplo, em um fundo que obtém renda alugando imóveis. Caso ocorra
a desocupação de um deles, haverá também impacto mesmo que temporário sobre o
rendimento.

Tributação
Os fundos imobiliários têm uma particularidade no que diz respeito à cobrança de
Imposto de Renda. Uma parte do retorno obtido com o investimento é isenta de
tributação, mas outra, não. Entenda como isso funciona:
 Rendimento: O rendimento distribuído periodicamente aos investidores pessoas
físicas é isento de Imposto de Renda desde que: 1) o cotista tiver menos do que
10% das cotas do fundo; 2) o fundo tiver no mínimo 50 cotistas; 3) as cotas do
fundo forem negociadas exclusivamente em bolsa de valores ou mercado de
balcão organizado.
 Ganho de capital: O ganho obtido pelos investidores em função, por exemplo, da
valorização das cotas do fundo na bolsa de valores paga Imposto de Renda. Na
hora em que as cotas forem vendidas, incidirá uma alíquota de 20%.

Amortização
Em algumas situações, podem ocorrer amortizações das cotas de um fundo imobiliário,
que são pagamentos representando a devolução do capital aplicado pelo investidor na
carteira. Um caso clássico de amortização ocorre quando o fundo vende algum dos
seus imóveis, sem previsão de reinvestir o dinheiro em outro ativo.

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Há ainda outras razões para que
haja uma amortização. Os fundos
imobiliários são fechados, o que
significa que as cotas não podem ser
resgatadas a pedido dos cotistas.
Alguns deles, no entanto, preveem
um prazo de duração específico, ao
fim do qual serão liquidados. Quando
esse é o caso, os recursos também são devolvidos aos investidores.

Índice Ifix
Criado para acompanhar o desempenho dos fundos imobiliários, o Ifix é um índice
composto por cotas de fundos negociadas nos mercados de bolsa e de balcão
organizado da B3. O Ifix reflete tanto as variações nos preços dos fundos incluídos no
índice, como também o impacto da distribuição de rendimentos por parte das carteiras.
A carteira do Ifix é revisada periodicamente, a cada quatro meses. Para ser incluído no
índice, um fundo imobiliário precisa obedecer alguns critérios, como ter sido negociado
em 60% dos pregões durante o período de vigência das três carteiras anteriores.

Qual é o papel do gestor?


Assim como nos fundos de investimento em geral, o gestor de um fundo imobiliário é
quem decide que investimentos serão feitos com o dinheiro aplicado pelos investidores.
A diferença é que, em vez de comprar ações na bolsa ou títulos públicos do governo
federal, ele precisa escolher um imóvel para adquirir, um inquilino a quem alugar ou
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que papéis inserir na carteira.
O gestor também tem atribuições como selecionar e se relacionar com os
intermediários contratados para fazer essas operações. Tudo isso, é claro, deve ter em
vista a perspectiva de retorno, o nível de risco e a liquidez de cada ativo. Também
precisa considerar a política de investimento e os objetivos definidos no regulamento
do fundo.

Tipos de fundo imobiliários


A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais) classifica os fundos imobiliários de
acordo com o tipo de aplicação que eles realizam
e também a estratégia de investimento que
adotam. As carteiras são agrupadas da seguinte
forma:
 Desenvolvimento para renda: Esses fundos investem acima de dois terços do
patrimônio líquido no desenvolvimento ou na incorporação de empreendimentos
imobiliários em fase de projeto ou construção, com o objetivo de gerar renda
com locação ou arrendamento deles depois de prontos.
 Desenvolvimento para venda: Aplicam mais de dois terços do patrimônio líquido
no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários em fase de projeto ou
construção para vendê-los no futuro.
 Renda: Neste caso, os fundos investem acima de dois terços do patrimônio
líquido em empreendimentos imobiliários já construídos, também visando gerar
renda com locação ou arrendamento deles.
 Títulos e valores mobiliários: Fundos que investem mais de dois terços do
patrimônio líquido em títulos como ações, cotas de sociedades, fundos de
participação (FIPs), recebíveis e fundos creditórios (FIDCs), sempre ligados ao
mercado imobiliário.
 Híbridos: Fundos com estratégia de investimento que não se concentra
particularmente em nenhuma das estratégias anteriores.

É seguro investir em fundos imobiliários?


Os fundos imobiliários são investimentos regulados e acompanhados tanto pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quanto pela própria B3, quando são
negociados no pregão. No entanto, isso não exime o produto de um certo nível de
risco.
Uma crise econômica pode reduzir a ocupação dos imóveis do fundo, por exemplo.
Com isso, os rendimentos periódicos com aluguéis também tendem a cair, pelo menos
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temporariamente. A mesma situação pode causar ainda uma redução do valor de
avaliação dos imóveis em geral, com impacto sobre as cotas do fundo.

Assim como a compra de um imóvel de tijolo, o investimento em um fundo imobiliário


deve levar em conta quais são os ativos incluídos na carteira: em que região, por
exemplo, estão localizados os imóveis do fundo? Esses lugares têm potencial
econômico no médio e no longo prazo? É preciso lembrar que tudo o que puder causar
impacto nos imóveis se reflete no fundo também. Imagine que uma enchente ou um
incêndio atinja um dos ativos da carteira, por exemplo. Ou ainda que a região onde eles
ficam sofra com uma elevação dos níveis de violência. São todos fatores com potencial
para mexer nas cotações do fundo.
Existem ainda riscos relacionados à regulamentação do setor imobiliário brasileiro, que
envolve autoridades federais, estaduais e municipais. Esse conjunto de regras, que
muitas vezes colidem, pode afetar tanto a aquisição quanto a venda, locação, reforma
ou ampliação dos imóveis. Certas atividades demandam licenças específicas,
aprovação de autoridades governamentais, regras de zoneamento e até leis de
proteção ao consumidor. Portanto, é possível que sua realização seja dificultada em
algumas ocasiões.
Do ponto de vista do investimento financeiro, um dos riscos mais evidentes dos fundos
imobiliários é a eventual falta de liquidez para negociá-los na bolsa. Como são
fechados e o mercado secundário é a única via para sair deles, isso pode representar
um problema em alguns momentos.

Vantagens e desvantagens
Contar com a gestão de um profissional especializado, que decide sobre os
investimentos a partir de uma série de critérios e análises, é uma das principais
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vantagens de um fundo imobiliário. Para
um pequeno investidor, fazer isso por
conta própria pode ser penoso.
Por outro lado, investidores que já
conheçam o mercado não têm a
possibilidade de interferir nas decisões ou
escolher os ativos negociados, porque
esse é o papel do gestor.
Os fundos imobiliários permitem que mesmo pessoas com pouco dinheiro para investir
tenham acesso ao mercado imobiliário. É possível comprar cotas na bolsa com valores
tão baixos quanto R$100. Já o preço de um imóvel pode facilmente chegar às centenas
de milhares de reais.
Além disso, o investimento em fundos é fracionável. Caso precise do dinheiro que
aplicou, o investidor pode vender apenas parte das cotas, e não um imóvel inteiro,
como seria o caso se investisse no mercado de cimento e tijolo.
Outra vantagem é que o investidor de fundos não precisa se preocupar com certidões,
escrituras ou pagamento de certos impostos relacionados ao setor imobiliário, porque
isso é responsabilidade do administrador. Da mesma forma, não é o cotista quem
realiza diretamente ações de manutenção, conservação e reparos dos imóveis.
Por fim, os custos da administração dos imóveis do fundo são diluídos entre todos os
cotistas, na proporção da sua participação, o que barateia o investimento.

Investir em FIIs ou comprar imóveis?


A resposta a essa pergunta depende de uma avaliação pessoal de cada investidor. Se
você se identificar com os itens a seguir, talvez os fundos imobiliários sejam a sua
melhor opção:
 Gosta do setor imobiliário, mas tem um valor limitado para investir no momento;
 Tem pouco tempo para dedicar à administração direta de uma carteira de
imóveis;
 Não se sente seguro para analisar e escolher imóveis para investir;
 Quer investir em outros ativos financeiros do setor imobiliário, além dos próprios
imóveis;

Por outro lado, se você se identificar com os itens a seguir, a compra direta de imóveis
físicos pode ser uma boa alternativa:
 Gosta da sensação de possuir um imóvel físico;
 Está disposto a lidar diretamente com inquilinos;
 Não gosta do ambiente de bolsa de valores;
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 Acha que há oportunidades em algum mercado específico não coberto pelos
fundos imobiliários;

Como escolher
Para escolher a carteira mais adequada, o investidor precisa prestar atenção a pelo
menos sete aspectos. Alguns se referem aos imóveis incluídos nos fundos, outros a
questões de mercado e de negociação.
1. Portfólio:
Um fundo imobiliário não é diferente de um fundo de ações ou de renda fixa em um
aspecto: seu desempenho depende dos ativos que estiverem incluídos na carteira. É
necessário avaliar com atenção que imóveis ou papéis pertencem ao fundo e quais são 12
as perspectivas para cada um deles.
Bons imóveis tendem a ser alugados ou
vendidos com maior facilidade, em
negociações favoráveis. Não se pode
esperar o mesmo de um prédio antigo e
desatualizado, que não tenha passado por
manutenção ou reformas, ou que tenha
pendências judiciais de contratos
anteriores.
2. Localização:
No mercado imobiliário, a localização é um dos elementos mais importantes. Por isso,
é importante consultar os documentos do fundo para verificar onde estão os imóveis da
carteira que interessa a você. Ficam em cidades grandes ou pequenas? Estão em
regiões centrais ou periféricas? Se forem áreas comerciais, são bem abastecidas de
infraestrutura urbana?
As respostas a essas perguntas ajudam a entender tanto qual é o potencial de
valorização dos imóveis no futuro, quanto a facilidade para alugá-los, assegurando os
rendimentos dos investidores.
3. Inquilinos:
A qualidade dos inquilinos de um imóvel é importante porque são eles que asseguram
os rendimentos periódicos do fundo. Locatários que atrasem os pagamentos, não
cumpram regras ou depredem o patrimônio podem causar muita dor de cabeça para os
investidores de um fundo imobiliário.
Há uma relação direta entre a qualidade dos imóveis e a qualidade dos inquilinos. Por
isso, é necessário atentar a esses dois itens ao avaliar um fundo. Procure descobrir um
pouco mais sobre o histórico de locação dos imóveis da carteira. Essa informação vai
ajudar você a entender melhor os riscos envolvidos no investimento.
4. Gestão e performance:
A rentabilidade passada não representa garantia de retorno no futuro. Isso é verdade,
mas, ainda assim, é importante conhecer o trabalho da gestão e o histórico de
rentabilidade na hora de escolher um fundo imobiliário.
Essa análise permite identificar como a carteira se comporta em períodos distintos de
mercado e em situações diversas. O investimento em imóveis envolve certas
habilidades dos gestores, como o bom relacionamento com inquilinos, a capacidade de
negociação e o discurso persuasivo, que não são necessárias quando investem em
ativos como ações ou títulos públicos. Vale a pena tirar um tempo para estudar sobre
suas estratégias de gestão, além de buscar os dados de desempenho disponíveis no
site da CVM.
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5. Liquidez:
Os fundos imobiliários são fechados, e, por isso, suas cotas precisam ser vendidas
para que o investidor recupere o dinheiro que aplicou. Essa negociação depende de
haver interessados em comprá-las. É mais fácil encontrá-los quando os fundos são
listados na bolsa de valores do que quando não são.
A liquidez dos fundos imobiliários na B3 vem crescendo nos últimos anos, mas
depende de cada carteira. Há cotas que são negociadas todos os dias no pregão e
também outras que passam semanas sem nenhuma operação. Nesses casos, o
investidor pode levar algum tempo para conseguir se desfazer do investimento, a
menos que esteja disposto a oferecer as cotas por um valor reduzido.
6. Preço:
O preço das cotas reflete tanto o valor dos ativos incluídos em um fundo imobiliário
quanto a perspectiva dos investidores para o desempenho da carteira. Por isso, é
recomendável fazer algumas análises sobre ele antes de investir. Uma avaliação
simples e bastante usada é a comparação do preço de negociação com o valor
patrimonial das cotas, ou simplesmente, P/VP.
Se as cotas de um fundo imobiliário são negociadas abaixo do valor patrimonial, isso
pode sinalizar duas situações. Pode indicar que os investidores não estão avaliando
corretamente quanto vale o fundo, uma situação que pode se equilibrar no futuro, e aí
está uma oportunidade de investimento. Por outro lado, pode também sugerir
problemas com a carteira, e você é que talvez ainda não os conheça.
7. Dividend Yield:
Costuma ser chamada de dividend yield a taxa
de retorno que um fundo imobiliário
proporciona com as distribuições periódicas de
rendimentos. O cálculo é simples: basta dividir
o valor dos rendimentos pela cotação das cotas
do fundo. Pode ser feito tanto em base mensal,
quanto anual (nesse caso, deve-se somar as
distribuições realizadas no período para fazer a 14
conta).
O indicador é importante para que o investidor possa, por exemplo, comparar os fundos
em que está avaliando investir. Um fundo que tenha um dividend yield de 6% ao ano
tem uma vantagem sobre outro de 5% ao ano. A conta também permite fazer uma
avaliação comparativa com outros tipos de investimentos, como ações que pagam
dividendos ou até produtos de renda fixa.

Como investir em Fundo de Investimento Imobiliário (FIIs)


Você já tem todas as informações sobre o funcionamento dos fundos imobiliários. Se
desejar partir para a prática, siga esse roteiro com passos essenciais:
1. Reflita sobre seu perfil e seus objetivos de investimento, entendendo se os
fundos imobiliários são um investimento adequado para o seu caso;
2. Procure corretoras de valores. Você precisará ter uma conta para comprar e
vender cotas de fundos listadas na bolsa de valores;
3. Esteja ciente da taxa de corretagem e outros custos que forem cobrados pela
corretora escolhida. Elas incidem na negociação de fundos imobiliários, assim
como na de ações;
4. Identifique as carteiras disponíveis no pregão e a liquidez (volume de
negociação) das que parecerem as mais interessantes;
5. Estude a política de investimento do fundo, a partir de documentos como
prospectos, regulamentos e boletins mensais. Eles ficam disponíveis no site da
bolsa;
6. Fique atento ao histórico de distribuição de rendimentos pelo fundo e também de
sua volatilidade na bolsa. Tente identificar como ele e o seu gestor se
comportam em momentos de estresse no mercado;
7. Entenda qual é o nível de risco do fundo, pensando tanto na volatilidade das
cotas na bolsa como também no risco dos segmentos de imóveis que o fundo
possui (comercial, corporativo, hospitais, shoppings, etc.);
Lembre-se de que o rendimento periódico distribuído pelo fundo é isento de Imposto de
Renda, mas o eventual ganho de capital com a variação das cotas não é.

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INVESTINDO NO EXTERIOR

Por muito tempo, investir no exterior


foi um tabu. Era visto como algo muito
trabalhoso e um privilégio para os
endinheirados. Com algumas
mudanças regulatórias e o
desenvolvimento de novos produtos,
isso se tornou uma tarefa bem mais
simples. Por isso, a quantidade de
investidores interessados em aplicar
lá fora cresce ano após ano.

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Vantagens de investir no exterior
Para muita gente, os produtos financeiros disponíveis no mercado local são suficientes.
Mas investir no exterior abre um mundo de
novas possibilidades.
Na B3, a bolsa brasileira, são negociadas
ações de um número restrito de empresas,
cerca de 1% das existentes no mercado
global. Quem investe apenas localmente,
portanto, tem bem menos chance de
diversificar o portfólio em setores variados.
Fora isso, há a questão da segurança. A
economia brasileira deixou os dias de instabilidade extrema para trás, lá nas décadas
de 1980 e 1990. No entanto, a volta da inflação é um temor recorrente. O dinheiro
mantido fora, atrelado ao dólar, costuma estar mais bem protegido de problemas desse
tipo.
Também é importante considerar que o investimento no exterior pode ajudar a
balancear os resultados de uma carteira nas épocas em que os mercados locais, renda
fixa e renda variável, não vão bem. Imagine que uma medida imposta pelo governo
modifique a tributação das empresas brasileiras. Se todo o seu dinheiro está aplicado
em produtos locais, é provável que seu portfólio inteiro sinta um pouco do impacto
dessa decisão.

O que considerar para investir no exterior


Existem aspectos comportamentais e
burocráticos para avaliar antes de encarar os
investimentos no exterior. Lembre-se que se
investir localmente já exige estudo e
dedicação, para aplicar lá fora isso é ainda
mais importante. É preciso estar disposto a
ler muito, e em inglês, sobre as opções que
podem te interessar.
Como algumas formas de investimento embutem custos adicionais, também é
importante avaliar o valor que você está disposto a mandar para fora. É preciso
verificar se o esforço compensa. Peça a ajuda de especialistas para fazer essa conta
antes de tomar uma decisão.
Do ponto de vista burocrático, algumas formas de investir no exterior são tão simples
quanto investir em uma ação ou um título público brasileiro. Você talvez tenha de
dedicar alguns minutos adicionais à sua declaração de Imposto de Renda, por
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exemplo. Isso porque todo brasileiro que tiver mais de US$100 mil fora do Brasil no dia
31 de dezembro de cada ano deverá informar à Receita Federal a existência desses
bens na declaração do ano seguinte. Além disso, terá de entregar anualmente ao
Banco Central uma declaração específica de bens no exterior.

Formas de investir no exterior


É possível dividir as opções de
investimento no exterior em dois grandes
grupos. O primeiro grupo contempla as
alternativas que não exigem enviar o
dinheiro para fora. No segundo, estão as
que demandam, sim, uma transferência
internacional. A seguir, você vai conhecer
as maneiras mais populares de fazer
esse tipo de aplicação.
1. Fundo de investimento
Os fundos de investimento são uma das maneiras mais simples de investir no exterior
sem precisar mandar dinheiro para fora do Brasil. Na verdade, é possível que algum
fundo seu já aplique em ativos estrangeiros sem que você nem tenha se dado conta.
Isso porque fundos destinados aos investidores de varejo podem destinar até 20% do
patrimônio para ativos financeiros no exterior, desde que isso esteja previsto na sua
política de investimento.
Já para os investidores qualificados, que tenham investimentos de pelo menos R$1
milhão, os fundos comuns podem destinar até 40% dos recursos para aplicações no
exterior. Mas para esse mesmo público, existem ainda as carteiras que podem ter
100% do patrimônio aplicado lá fora. Nesse caso, a exigência é de que no nome do
fundo exista a inscrição “investimento no exterior”.
A principal vantagem de investir no exterior por meio de fundos é a simplicidade. Esses
fundos são brasileiros e funcionam do mesmo jeito que qualquer outro, a única
diferença é o fato de aplicarem em outros países. Mas a sistemática geral é igual. Eles
são tributados em 15% sobre os ganhos, se forem de ações, ou seguindo a tabela
regressiva do Imposto de Renda (com alíquotas de 22,5% a 15%) se forem de renda
fixa ou multimercados.
2. BDR
Os Brazilian Depositary Receipts, ou apenas BDRs, são certificados que representam
ações emitidas por empresas no exterior, mas negociados aqui no pregão da B3. São
valores mobiliários que têm como “lastro” papéis de companhias estrangeiras, e a partir
de setembro de 2020, também brasileiras.
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Ao comprar um BDR, portanto, o
investidor não investe diretamente nas
ações, e sim em títulos representativos
delas. Essas ações existem de fato lá
fora, e precisam ficar depositadas e
bloqueadas em um custodiante. Quem
garante que isso aconteça é a instituição
depositária, que emite os BDRs
localmente.
Existem dois tipos de BDRs. São chamados de “patrocinados” aqueles em que a
empresa emissora participa do programa, contratando ela mesma uma instituição
depositária. É interesse dela, portanto, ter uma presença no mercado brasileiro e
investidores do país.
Já nos BDRs “não patrocinados”, a iniciativa não parte da empresa emissora, e sim da
própria instituição depositária, com o objetivo de oferecer mais opções de investimento
a seus clientes. Nesse caso, é ela quem assume a responsabilidade por divulgar
informações da empresa emissora, como balanços e fatos relevantes.
Os custos envolvidos são semelhantes aos de uma operação com ações comum. O
investidor deve pagar taxa de corretagem, de custódia e emolumentos. A tributação
pelo Imposto de Renda é de 15% sobre o ganho obtido nas negociações.
3. ETF
É possível investir em índices de ações estrangeiras no pregão da B3 por meio de
ETFs, ou Exchange Traded Funds. Esse é o nome dado aos chamados fundos de
índices, que procuram replicar fielmente a carteira de um índice, acompanhando o seu
desempenho.

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As cotas dos ETFs são negociadas no pregão do mesmo jeito que uma ação individual.
A diferença é que cada uma dessas cotas representa uma carteira com dezenas de
papéis incluídos. Os ETFs mais tradicionais e negociados na bolsa são os que replicam
a composição do Ibovespa. Mas na B3 é possível investir em fundos de índices que
replicam o Standard & Poor’s 500 (S&P 500), por exemplo, principal referência do
mercado acionário americano. O S&P 500 é um índice composto por quinhentos ativos,
negociados nas bolsas NYSE e NASDAQ. O índice é considerado como o principal
indicador de avaliação das ações do mercado norte-americano
As operações com ETFs são tributadas da mesma forma que a compra de ações. O
Imposto de Renda é de 15% sobre o ganho obtido. Não há isenção para vendas abaixo
de R$ 20 mil por mês, como há no caso das ações.
4. COE
Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) são um tipo de investimento que
mescla características de renda fixa com renda variável. Um COE é uma espécie de
“pacote” de operações financeiras, que normalmente envolvem papéis que pagam juros
de um lado e derivativos do outro.

Com o uso de derivativos, eles permitem combinações de quase todo tipo. É possível
investir em COEs atrelados a índices de ações, moedas de vários países, ouro, entre
outros. Por causa dessa flexibilidade, esses certificados também são uma opção para
quem quer apostar em ativos internacionais.
Como no caso dos BDRs, investir em um COE não exige enviar o dinheiro para o
exterior. Uma das características populares desses certificados é que muitos oferecem
uma engenharia financeira para proteger o valor nominal. Assim, mesmo que os ativos
aos quais o COE está ligado tenham perdas, o investidor recebe de volta o quanto
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aplicou inicialmente.
Os COEs têm uma taxa de administração, como os fundos de investimentos, que
normalmente varia de 0,5% a 2% ao ano. São tributados pela tabela regressiva do
Imposto de Renda, a mesma que incide nos produtos de renda fixa. As alíquotas
variam de 22,5% a 15% sobre os ganhos, dependendo do tempo da aplicação.
5. Abrindo uma conta no exterior
Ter uma conta no exterior é legal (perante a lei), embora muitos brasileiros ainda
acreditem que não. Se a origem do dinheiro é lícita, não há nenhum problema. Basta
escolher uma das centenas de instituições financeiras existentes em países como os
EUA, por exemplo. Em boa parte delas, é possível enviar os documentos e abrir uma
conta com facilidade.

Para fazer a remessa do dinheiro do Brasil para fora, será preciso usar um banco ou
corretora de câmbio autorizada pelo Banco Central. Quando a operação de câmbio é
fechada, o cliente paga Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a uma alíquota de
0,38% sobre o valor. Fora isso, há as tarifas cobradas pela instituição financeira.
A cotação do câmbio para a transferência internacional normalmente é baseada no
câmbio comercial, mas com um adicional. Se o dólar está cotado, por exemplo, a R$
3,80, a instituição pode usar uma conversão de R$ 3,90, por exemplo. Com o dinheiro
lá fora, basta começar a operar nos mercados considerados mais interessantes pelo
investidor.
Há alguns detalhes para atentar nessas operações. A cobrança de impostos, por
exemplo. Quem aplica em renda variável nos EUA como pessoa física paga Imposto de
Renda de 15% para volumes de até 1 milhão de dólares, podendo chegar a 30% para
volumes superiores a 20 milhões de dólares. A alíquota incide sobre o lucro obtido lá, e
o pagamento é feito no mês seguinte no Brasil com um Darf (documento de
21
arrecadação de receitas federais).
Uma diferença é que eventuais prejuízos das aplicações em
bolsa nos EUA não podem ser usados para abater o imposto
dos ganhos nos meses seguintes, o que é uma possibilidade
para quem compra ações na B3 brasileira. A variação
cambial também entra na conta, já que a apuração dos
ganhos é feita em reais. As vendas de ações abaixo de R$35
mil por mês ficam isentas nos EUA, assim como na B3 (aqui,
o teto é R$ 20 mil mensais).
Nos investimentos de renda fixa, o pagamento de Imposto de Renda sobre os
rendimentos segue a tabela progressiva, com alíquotas entre zero e 27,5%.

DIVERSIFICAÇÃO

De acordo com o dicionário, o verbo diversificar significa “diferente, variado; variar ou


fazer variar”. No mundo dos investimentos, diversificação é uma estratégia usada em
que o investidor coloca seu capital em diferentes tipos de ativos a fim de ganhar mais
dinheiro e garantir a segurança. Mas como diversificar investimentos?

Ao invés de colocar todo o seu dinheiro em um só lugar, a ideia é investir em diversas


aplicações. O objetivo disso é correr menos risco de perder dinheiro e, é claro, ter a
chance de ganhar mais já que vai aproveitar as oportunidades de diferentes títulos.

1. Defina o seu perfil-investidor


O primeiro passo é passar por uma “crise de identidade” e descobrir quem você é no
mundo dos investimentos. Tem medo de perder dinheiro? Talvez você seja
conservador. Gosta de correr riscos para ganhar mais? Pode ser um arrojado. Não é
22
nem um e nem outro? Talvez seja moderado.
Faça uma análise da sua vida financeira e de suas características para entender qual é
o seu perfil de risco. A partir disso, você pode definir qual é o percentual do patrimônio
que vai para cada tipo de investimento. Confira:
 O investidor conservador pode colocar 95% do seu patrimônio em renda fixa e
5% em renda variável.
 O investidor moderado pode colocar 80% em renda fixa e 20% em renda
variável.
 O investidor arrojado pode colocar 60% em renda fixa e 40% em renda variável.
Você deve ter percebido que a carteira de todos
os investidores precisa ter mais investimentos em
renda fixa do que em renda variável. Isso
acontece porque a maioria dos especialistas diz
que a composição de renda variável nunca deve
ser maior do que a metade.

2. Defina os seus objetivos


O segundo passo é definir os seus objetivos. Muitas pessoas acabam investindo sem
nenhum propósito e isso não é o mais indicado. Se você não define qual é a sua
motivação, pode ser difícil ter dedicação e disciplina para investir mensalmente. Ter
uma aposentadoria tranquila, viajar nas férias, fazer um intercâmbio ou comprar um
imóvel, por exemplo.
Vale lembrar que não é preciso ter apenas um objetivo. Você pode ter uma meta para
curto prazo, uma para médio prazo e outra para longo prazo, por exemplo. O
importante é “desenhar” todos os objetivos para saber quanto é necessário economizar
para realizá-los.

3. Escolha diferentes prazos


A partir dos objetivos, o terceiro prazo é
definir os prazos dos investimentos. Uma
carteira diversificada é aquela que
atende os seus diferentes objetivos em
diversos momentos da vida. Para isso,
você precisa analisar as opções de
investimento disponíveis para escolher
aquelas que de encaixam em suas
metas.
Se o seu objetivo é viajar daqui a um ano, por exemplo, precisa colocar uma parte do
23
dinheiro em uma aplicação com esse prazo. Mas você pode também querer ter uma
reserva para aposentadoria e, nesse caso, parte do patrimônio precisa ir para um
investimento a longo prazo. É um quebra-cabeça em que o seu patrimônio é dividido de
acordo com a necessidade de resgatar o dinheiro no futuro.

4. Crie uma reserva de emergência


Muitas vezes, esse quarto passo é esquecido
pelos investidores no momento de criar um
portfólio. Antes de alocar seu patrimônio em
diferentes ativos, é essencial criar uma reserva de
emergência. É um dinheiro que ficará investido em
títulos com liquidez diária (CDB ou Tesouro Selic)
e que só deve ser usado em casos de emergência.
A quantidade que deve ser separada depende de
cada pessoa. Alguns especialistas recomendam um valor que cubra 6 meses de
gastos, outros recomendam 12 meses. Mas o interessante é entender que você precisa
ter essa reserva “dentro” da diversificação do seu patrimônio.

5. Escolha diferentes opções em cada grupo


Na hora de diversificar, os especialistas
normalmente recomendam um percentual em
renda fixa e outro percentual em renda variável.
Mas a verdade é que diversificação vai muito
além disso. O quinto passo é investir o seu
dinheiro em diferentes ativos, mesmo que eles
sejam do mesmo grupo.
Exemplo: você é um investidor moderado e vai
colocar 80% em renda fixa e 20% em renda variável. Dentro desses 80%, uma parte
pode ir para um CDB com liquidez diária, outra para uma LCI e o resto em um fundo de
renda fixa. Já nos 20%, uma parte pode ir para ações e o resto para COE.
Para ter um portfólio completo, você precisa ter diferentes tipos de produtos que
estejam em diversas classes para fazer o seu dinheiro render mais e mitigar riscos.

6. Abra conta em diversas instituições


Para você ter um portfólio completo abra conta em diferentes instituições financeiras.
Como você já deve saber, uma conta de investimentos é diferente de uma conta
corrente e o processo de abertura é rápido e online.
Partindo do princípio que, infelizmente, as melhores opções não ficam em um só lugar,
24
é muito importante ter contas abertas em diversos bancos e
corretoras. Dessa forma, você consegue aproveitar as
melhores oportunidades do mercado e diversificar seu
portfólio não só em produtos e ativos, mas também em
instituições.

7. Siga diversificando
Em finanças pessoais, disciplina e dedicação são tudo. Além de criar um portfólio
completo com o seu patrimônio atual, é essencial que você se preocupe com o futuro e
siga investindo (e diversificando) todos os meses.
Faça balanços periodicamente e veja o que está valendo a pena e o que não está indo
tão bem. Aloque o capital de acordo com novos objetivos, sempre tendo muita atenção
aos prazos de vencimento, e continue o processo todos os meses para ter uma vida
financeira plena e tranquila.

HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

O primeiro mercado a ser explorado no território da América por Portugal foi o pau-
brasil. A árvore era encontrada em abundância na costa e através dela, o Brasil
recebeu este nome. Esta espécie tem porte médio, chega a atingir 10 metros de altura
e possui muitos espinhos.
De floração amarela, o pau-brasil tem um tronco avermelhado que após o
processamento era utilizado como corante para tecidos.

25
A história econômica do Brasil pode ser estudada através de ciclos econômicos, que
serão explicados a seguir.

Ciclo do pau-brasil
O pau-brasil era encontrado na maior parte da costa do litoral brasileiro, numa faixa
que ia do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita por mão de obra
indígena e obtida através do escambo.
Além do uso para a extração de corante, o pau-brasil era útil na produção de utensílios
em madeira, na confecção de instrumentos musicais e empregado na construção. Três
anos após o descobrimento, o Brasil já contava com um complexo de extração da
madeira.

Ciclo da cana-de-açúcar
Após o esgotamento da oferta de pau-brasil, que ficou praticamente extinto, os
portugueses passaram a explorar a cana-de-açúcar na sua colônia da América. Este
ciclo durou mais de um século e teve impacto significativo na economia colonial.
Os colonizadores instalaram engenhos para a produção de açúcar no litoral que era
feito através de mão de obra escrava. Os engenhos estavam localizados em todo
nordeste, mas principalmente em Pernambuco.
Como havia dificuldades em dominar a logística da exploração da cana-de-açúcar, o
suporte para a indústria açucareira foi obtido junto aos holandeses, que passaram a ser 26
responsáveis pela distribuição e comercialização do açúcar ao mercado europeu.

Entre as consequências deste cultivo está o desmatamento da costa brasileira e a


chegada de mais portugueses para participar dos imensos lucros gerados na colônia
portuguesa. Igualmente há a importação de africanos como escravos para trabalhar
nos engenhos.
Como monocultura, a exploração da cana era baseada na estrutura de latifúndios,
grandes propriedades de terra, e no trabalho escravo. Este era sustentado pelo tráfico
negreiro, dominado pela Inglaterra e por Portugal.
Os colonizadores também se dedicavam a outras atividades econômicas como buscar
metais preciosos. Isto levou expedições, conhecidas como entradas e bandeiras, ao
interior da colônia a fim de encontrar ouro, prata, diamantes e esmeraldas.

Ciclo do Ouro
A busca por pedras e metais preciosos teve o ápice no século XVIII, entre 1709 e 1720,
na capitania de São Paulo. Nesta época, esta região comportava o que é hoje Paraná,
Minas Gerais, Goiás e o Mato Grosso.
A exploração dos metais e pedras preciosas foi
impulsionada pelo declínio da atividade canavieira,
em franca decadência após os holandeses
iniciarem o plantio de cana em suas colônias da
América Central.
Com a descoberta de minas e pepitas nos rios de 27
Minas Gerais tem início o chamado ciclo do ouro. A riqueza que vinha do interior do
país influenciou na transferência da capital, antes em Salvador, para o Rio de Janeiro,
a fim de controlar a saída do metal precioso.
A Coroa Portuguesa sobretaxou os produtos da colônia e cobrava impostos,
denominados quinto, derrama e capitação eram pagos nas Casas de Fundição.
O quinto correspondia a 20% de toda a produção. Já a derrama representava 1,5 mil
quilos de ouro que deveriam ser pagos a cada ano sob pena de penhor compulsório
dos bens dos mineradores. Por sua vez, a capitação era a taxa correspondente a cada
escravo que trabalhava nas minas. A insatisfação dos colonos com a cobrança de
impostos, considerada abusiva, culminou no movimento denominado Inconfidência
Mineira, em 1789.
A busca pelo ouro influenciou o processo de povoamento e ocupação da colônia,
alargando os limites do Tratado de Tordesilhas. Este ciclo perdurou até 1785
coincidindo com o começo da Revolução Industrial na Inglaterra.

Ciclo do Café
O ciclo do café foi o responsável pelo impulso da economia brasileira do início do
século XIX. Esse período foi marcado pelo intenso desenvolvimento do país, com a
expansão de estradas de ferro, a industrialização e a atração de imigrantes europeus.

O grão, de origem etíope, era cultivado por holandeses na Guiana Francesa e chegou
ao Brasil em 1720, sendo cultivado no Pará e depois Maranhão, Vale do Paraíba (RJ) e
São Paulo. As lavouras de café também se espalharam por Minas Gerais e Espírito
Santo.
28
As exportações começaram em 1816 e o produto liderou a pauta exportadora entre
1830 e 1840. A grande parte da produção estava no estado de São Paulo. A elevada
quantidade de grãos favoreceu a modernização de modais de transporte, notadamente
ferroviário e portuário. O escoamento era feito pelos portos do Rio de Janeiro e Santos,
que receberam recursos para adequação e melhorias.
Nesse momento histórico, a mão de obra escrava havia sido abolida e os fazendeiros
não quiseram aproveitar os trabalhadores libertos, a maioria das vezes por preconceito.
Assim, houve necessidade de arranjar mais braços para a lavoura, condição que atraiu
imigrantes europeus, com destaque para os italianos.
Após quase cem anos de prosperidade, o Brasil começou a enfrentar uma crise de
superprodução: havia mais café para vender do que compradores. Do mesmo modo,
ocorre o fim do ciclo cafeeiro em consequência da quebra da bolsa de Nova York, em
1929. Sem compradores, a indústria cafeeira diminuiu de importância no cenário
econômico brasileiro a partir dos anos 50.
A queda da produção do café também significou um marco para o país no que tange à
diversificação da base econômica. A infraestrutura, antes utilizada para o transporte de
grãos, foi o suporte para a indústria, que passa a manufaturar produtos de elaboração
simplificada, como tecidos, alimentos, sabão e velas.

Economia e Industrialização Brasileira


O governo de Getúlio Vargas passa
a incentivar a instalação da indústria
pesada no Brasil como a siderurgia
e a petroquímica.
Isso provocou o êxodo rural em
vários pontos do país, sobretudo no
nordeste, onde a população fugia da
decadência rural.
As medidas em benefício da
indústria foram favorecidas pela
eclosão da Segunda Guerra
Mundial. Ao fim do conflito, em 1945, a Europa estava devastada e o governo brasileiro
investe num moderno parque industrial para se autoabastecer.

Metas de Kubitschek
A indústria passa a ser o centro das atenções no governo de Juscelino Kubitschek, que
implanta o Plano de Metas, batizado de 50 anos em cinco. JK previa que o Brasil
cresceria em 5 anos o que não havia crescido em 50.
29
O Plano de Metas indicava os cinco setores da economia brasileira para onde os
recursos deveriam ser canalizados: energia, transporte, alimentação, indústria de base
e educação. Fazia parte também a construção de Brasília e, posteriormente, a
transferência da capital do país.

Milagre Econômico
Durante a ditadura militar, os governos abrem o país a investimentos estrangeiros que
impulsionam a infraestrutura. O Brasil vive, entre 1969 e 1973, o ciclo denominado
Milagre Econômico, quando o PIB cresce 12%. É nessa fase que são construídas
obras de grande impacto, como a ponte Rio-Niterói, a hidrelétrica de Itaipu e a rodovia
Transamazônica.
No entanto, essas obras eram caras e também causam a tomada de empréstimos a
juros flutuantes. Assim, se vivia uma inflação de 18% ao ano e o crescente
endividamento do País, a despeito da geração de milhares de empregos.
O Milagre Econômico não possibilitou o desenvolvimento pleno, pois o modelo
econômico privilegiou o grande capital e a concentração de renda aumentou. Por parte
do setor primário, a produção de soja já era, a partir da década de 70, a principal
commodity de exportação. Ao contrário de culturas como o café, que demandavam
abundante mão de obra, o cultivo da soja é marcada pela mecanização, o que gera
desemprego no campo.
Ainda na década de 70, o Brasil é fortemente
impactado pela crise do mercado
internacional do petróleo, que faz o preço dos
combustíveis subirem.
Dessa forma, o governo estimula a criação do
álcool como combustível alternativo à frota de
veículos nacionais.

A Década Perdida: 1980


O período é marcado pela insuficiência de recursos da União para o pagamento da
dívida externa. Ao mesmo tempo, o País precisava adaptar-se aos novos paradigmas
da economia mundial, que previa inovações tecnológicas e pelo crescimento da
influência do setor financeiro.
Nesse período, 8% do PIB nacional é direcionado ao pagamento da dívida externa, a
renda per capita fica estagnada e a inflação aumenta vertiginosamente.
Há, desde então, uma sucessão de planos econômicos para tentar conter a inflação e
retomar o crescimento, sem sucesso. Por isso, os economistas chamaram os anos 80
de "década perdida".
30
Observe a evolução do PIB do Brasil de 1965 a 2015:

Dívida Externa e Economia Brasileira


No final do governo militar, a economia brasileira dava sinais de desgaste por conta
dos altos juros cobrados para pagar a dívida externa. O Brasil, assim, passou a ser o
maior devedor entre os países em desenvolvimento.
O PIB despencou de um crescimento de 10,2% em 1980 para 4,3% negativos em
1981, como atesta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A solução foi
fazer planos econômicos que visassem estabilizar a moeda e controlar a inflação.

Planos Econômicos
Com a economia em forte recessão, dívida externa e perda do poder de compra, o
Brasil lançava mãos de planos econômicos para tentar recuperar a economia. Os
planos econômicos tentavam desvalorizar a moeda a fim de conter a inflação. Entre
1984 e 1994, o País teve várias moedas diferentes:
31
Moeda Período

Cruzeiro Agosto de 1984 e fevereiro de 1986

Cruzado Fevereiro de 1986 e janeiro de 1989

Cruzado Novo Janeiro de 1989 e março de 1990

Cruzeiro Março de 1990 a 1993

Cruzeiro Real Agosto de 1993 a Junho de 1994

Real De 1994 até o presente momento

Plano Cruzado
A primeira medida de intervenção econômica ocorre quando assume o presidente José
Sarney, em janeiro de 1986. O ministro da Fazenda Dilson Funaro lança o Plano
Cruzado no qual estava previsto o controle da inflação por meio do congelamento de
preços.

Ainda houve os planos Bresser, em 1987 e o Verão, em 1989. Ambos não conseguiram
deter o processo inflacionário e a economia brasileira seguia estagnada.

Plano Collor
Com a eleição de Fernando Collor de Mello, em 1989, o Brasil adotaria ideias
neoliberais, onde abrir a economia nacional era a prioridade. Igualmente estavam
previstas as privatizações de empresas públicas, redução com o funcionalismo público
e aumento da participação de empresários privados em vários setores econômicos. No
entanto, devido aos escândalos de corrupção, o presidente se viu envolvido num
processo de impeachment que lhe custou o cargo presidencial.

32
Plano Real
O Brasil contou com 13 planos de estabilização econômica. O último deles, o Plano
Real, previa a troca da moeda para o Real a partir de 1º e julho de 1994, durante o
governo de Itamar Franco.
A implantação do plano ficou sob o comando do ministro da Fazenda, Fernando
Henrique Cardoso. O Plano Real previa o controle efetivo da inflação, o equilíbrio das
contas públicas e o estabelecimento de um novo padrão monetário, atrelando o valor
do real ao dólar.

Desde então, o Brasil entrou numa era de estabilidade monetária que se manteria pelo
século XXI.

RESUMO DA ECONOMIA BRASILEIRA

A história da economia do Brasil é também a história da sociedade brasileira.


Compreender nosso passado econômico é compreender como nos formamos
enquanto sociedade, povo, territorialidade. De acordo com o Fundo Monetário
Internacional, em 2019, o Brasil ocupava a nona posição no ranking econômico
mundial. Entretanto, estar no top 10 em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) mundial
não significa ser um país rico e desenvolvido. Isso é a história quem nos garante. A
economia brasileira foi criada em contexto de valorização da exportação, com baixo
índice de desenvolvimento no solo nacional.

33
A economia do Brasil
A economia brasileira moldou-se com base no pensamento mercantil do homem
europeu do século XV, um homem ávido por aventura, enriquecimento e poder. Seu
espírito aventureiro o fez atravessar o Oceano Atlântico em prol de novas conquistas e
territórios, indo além do que jamais tivera ido. Entretanto, esses sentimentos não foram
transferidos para a sociedade que viria anos depois, pois toda essa sede de lucro era
do europeu.
Ao chegarem ao Brasil, em 1500, os europeus não encontram inicialmente ouro e
outras pedras preciosas. O contato com os nativos foi de espanto e surpresa, como em
qualquer ocasião quando se chega a um local inóspito, de terras desconhecidas.
A ausência de pedras preciosas fez com que os portugueses olhassem para a
exuberante Mata Atlântica no litoral nordestino, nas atuais terras baianas. Essa mata
estava recheada de uma árvore bem comum nas florestas do Oriente: o pau-brasil, tão
importante e abundante que nomeou o território que habitava com expressividade.
Essa árvore foi retirada do território nativo com a ajuda dos habitantes que aqui viviam
e que desconheciam o “homem branco”, assim chamado nas literaturas históricas pela
sua aparente falta de melanina. Tempos depois, essa ajuda virou uma grande
escravidão, seguida de massacre em aldeias que demonstraram resistência.
A retirada da árvore acontecia mediante uma troca: o europeu “presenteava” o nativo
com espelhos, miçangas, bijuterias e afins, e o nativo ajudava-o no que seria o primeiro
desmatamento da história brasileira e a primeira atividade econômica aqui praticada.
O pau-brasil que saía do Nordeste era comercializado na Europa e em outras partes do
mundo. A troca entre portugueses e nativos era chamada de escambo, uma ação
extremamente desgastante para os habitantes naturais desse território.
Anos mais tarde, ainda no século XVI, uma segunda atividade foi introduzida: o plantio 34
da cana-de-açúcar, o qual foi possível graças ao clima tropical e solo fértil do Nordeste
do país. O açúcar, naquela época, era considerado um “ouro branco”, tamanho era seu
valor. Foram tempos de desenvolvimento dos primeiros aglomerados urbanos, com
destaque para o território onde hoje é o atual estado de Pernambuco. Recife e Olinda
eram cidades em que a plantação de cana foi um sucesso.

Por muitos anos, o cultivo da cana era a principal atividade econômica no Brasil.

O açúcar nordestino era produzido com mão-de-obra escrava negra africana e depois
exportado. Simultâneo ao plantio, o gado era criado, uma espécie de atividade
econômica paralela que, cinco séculos depois, tornaria o Brasil o maior produtor de
carne bovina para consumo do mundo.
No século seguinte, com a queda na produção açucareira e a descoberta de ouro no
Sudeste do país, onde hoje se localiza o estado de Minas Gerais, o Brasil viu na
produção aurífera mais uma atividade lucrativa, que perdurou por quase 100 anos. Um
tempo relativamente curto, mas que possibilitou o enriquecimento de várias pessoas e
cidades.
Já no século XIX, a atividade econômica predominante era a plantação e produção de
café. Essa planta asiática foi a locomotiva da economia brasileira nos tempos imperiais,
sendo fundamental para o surgimento do setor econômico que se desenvolveria no
século passado: o industrial.
O café possibilitou o acúmulo de capital no Sudeste, favorecendo grandes
investimentos privados na atividade industrial, que ainda era incipiente. A crise cafeeira
nos anos 1920 foi o estímulo para a industrialização brasileira, que continua em plena
expansão.

35
Principais atividades econômicas do Brasil atualmente
 Região Sudeste:
A industrialização brasileira tem seu auge
nos anos 1950, sendo iniciada, décadas
antes, na região Sudeste. Esse auge
atingiu, principalmente, essa região de
forma positiva, pois era nela que estavam
as melhores condições em infraestrutura
para a instalação de fábricas e
aglomerados industriais, além do acúmulo
de capital propiciado pela produção
cafeeira no século anterior.
A região Sudeste possui um grande parque
industrial, principalmente em São Paulo, na
região metropolitana (região do ABC Paulista: Santo André, São Bernardo do Campo e
São Caetano, cidades industriais), e no Rio de Janeiro, com a indústria petrolífera.
Conta também com importantes recursos minerais, como o ferro e o manganês,
encontrados em Minas Gerais, no Quadrilátero Ferrífero. Esses minerais são
exportados para o mundo todo via Porto de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo.
Petróleo, cana-de-açúcar e sal marinho também estão presentes na economia da
região. Hoje, o Estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do país,
seguido pelo Espírito Santo, e o segundo maior de sal, atrás do Rio Grande do Norte.
O Estado de São Paulo possui o maior cultivo de cana do país, sendo destaque
internacional, pois o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás dos
Estados Unidos.

36
Imagem que representa a plantação de cana em São Paulo
 Região Sul:
No Sul do país, há destaques em vários
setores econômicos brasileiros. Por ser uma
região bem desenvolvida no aspecto
tecnológico e industrial, são muito comuns
áreas em que esses dois aspectos unem-se,
como na criação de animais em larga
escala.
A região Sul é líder na criação de suínos e
aves no Brasil, tendo os maiores rebanhos
nas duas categorias.
As condições climáticas da região, assim como o solo fértil, favorecem a agricultura,
com destaque para a produção de milho no Paraná, de maçãs no Rio Grande do Sul e
em Santa Catarina, além do cultivo da uva, que é marcante na serra gaúcha.
Já as atividades industriais estão relacionadas à produção de matéria-prima, como
têxteis, lacticínios, frigoríficos, grãos, etc. O Estado mais industrializado é o Rio Grande
do Sul, com grandes complexos industriais na região metropolitana de Porto Alegre.

 Região Nordeste:
No Nordeste, o destaque fica para a Zona da
Mata, que corresponde a uma região que
abrange todo o litoral nordestino, desde o Rio
Grande do Norte até o sul da Bahia. Essa sub-
região possui a maior concentração de pessoas,
tendo o maior número de grandes cidades, como
Salvador, Recife e Natal.
Dentre as atividades econômicas, podemos citar
o turismo, os centros comerciais, a produção de
petróleo (tanto em terra quanto mar, na
plataforma continental), a produção de sal
marinho (Rio Grande do Norte) e as atividades industriais, como o pólo industrial de
Camaçari, no litoral baiano. Destaca-se também a produção de cacau na Bahia,
responsável por mais de 60% da produção dessa fruta no Brasil.

 Região Centro-Oeste:
Já no Centro-Oeste, o Estado de Mato Grosso conta com a forte presença pecuarista
na economia. No geral, a criação é intensiva e extensiva, ou seja, há presença de
tecnologia e gado confinado, como há criação do gado solto. Geralmente, a pecuária
37
extensiva é praticada nas áreas do Pantanal
mato-grossense, sendo a pecuária intensiva
bastante comum em Goiás e no Mato Grosso
do Sul. O Brasil é o principal produtor de carne
bovina para abate do mundo.
As indústrias estão presentes, principalmente,
em Goiás e no sul de Mato Grosso do Sul
devido à proximidade com o Sudeste. No
Estado goiano, destacam-se três grandes centros industriais da região: Anápolis, com o
Distrito Agroindustrial de Anápolis; Aparecida de Goiânia, que possui o Distrito
Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (Daiag); e a capital Goiânia, com importantes
indústrias do ramo farmacêutico e de bebidas.

 Região Norte
No Norte do país, região povoada recentemente, foram criados alguns órgãos
governamentais responsáveis pelo seu estímulo econômico na década de 1960. Dentre
eles, destacam-se a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Esta última corresponde a um grande pólo industrial, idealizado em 1967 e localizado


em Manaus, que abriga grandes multinacionais, propiciando um enorme
desenvolvimento industrial e geração de empregos para a região.
Esse pólo concentra três tipos de atividades: comercial, agropecuária e industrial (a
mais forte de todas). De acordo com a Suframa, existem mais de 600 indústrias no pólo
38
e uma geração de mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos. As áreas de produção
industrial que se destacam são: eletroeletrônicos (celulares e TVs), duas rodas
(motocicletas) e química (produção de matéria-prima para refrigerante).

BLOCOS/GRUPOS COMERCIAIS

A seguir, os principais blocos ou grupos comerciais:

Brics: É um grupo econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
(South Africa). O nome do grupo é uma junção das primeiras letras de cada país, em
inglês. Esse grupo reúne países com grande potencial industrial e uma economia
emergente. Somados, os PIBs desses países ultrapassam os 19 bilhões de dólares,
superando a União Europeia e os Estados Unidos da América.

G20: Grupo que reúne os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia.

FMI: Fundo Monetário Internacional, uma espécie de banco mundial que socorre
países em meio a uma crise econômica.

Mercosul: Criado em 1991, esse bloco econômico reúne cinco países-membros:


Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. Busca facilitar o comércio entre seus
membros, sendo o Brasil a principal liderança.

OEA: Organização dos Estados Americanos, formada por todos os países da América.
39
Essa organização debate questões sociais e políticas dos seus países-membros.

ONU: Organização das Nações Unidas, criada em 1945, da qual o país é membro
signatário, ou seja, assinou a declaração que deu origem à organização.

Unasul: União de Nações Sul-americanas, criada em 2004, é formada por todos os


países da América do Sul, com o objetivo de criar uma zona de livre comércio entre os
envolvidos.

FASES DA ECONOMIA MUNDIAL

O início da globalização, embora existam


discordâncias, ocorreu ao longo do século
XV, de acordo com a maioria dos autores
que abordam essa temática. Desde então,
esse fenômeno de integração gradativa das
diferentes áreas do planeta passou por
diversos processos evolutivos até chegar ao
seu estágio atual. Assim, costuma-se
periodizar historicamente o fenômeno a partir das suas distintas fases, que podem
diferenciar-se conforme a abordagem ou o critério utilizado em sua elaboração teórica.
A seguir, veremos a formação do sistema-mundo atual a partir de quatro fases da
globalização, embora existam também abordagens que subdividam esse fenômeno em
três períodos distintos.

A Primeira Fase da Globalização (século XV ao XIX)


Pode-se dizer que o início da globalização ocorreu com a expansão marítima europeia,
responsável por uma transformação gradativa da estrutura social da época.
Anteriormente, não se pode dizer que havia uma globalização, uma vez que o
predomínio era do isolamento das sociedades em economias relativamente autônomas
e pouco ou nada integradas entre si.
Dessa forma, durante o final do século XV e o início do século XVI, o avanço das
navegações europeias consolidou então uma implosão no sistema-mundo vigente, uma
vez que os meios de transporte e comunicação conheceram os seus primeiros grandes
avanços rumo à total integração dos mercados internacionais.
Com efeito, a busca por novos mercados e, principalmente, por matérias-primas, como
especiarias e metais preciosos, incentivou os navegadores europeus a buscarem
novas terras e também novas rotas para os diferentes mercados. Um exemplo foi a
40
busca pelas Índias por novos caminhos após a tomada de Constantinopla pelos turcos-
otomanos.
Em resumo, a principal característica desse período foi a formação das colônias
europeias na América e, mais tarde, na África e na Ásia, tornando o “velho continente”
como o grande precursor e articulador da globalização e da mundialização do sistema
capitalista em todo o planeta. Nesse período, então, consolidou-se a Divisão
Internacional do Trabalho (DIT), em que a Europa fornecia mercadorias e as demais
áreas forneciam matérias-primas e trabalho escravo.

A Segunda Fase da Globalização (meados do século XIX e meados do século XX)


Com a expansão da dominação colonial europeia sobre territórios da Ásia e,
principalmente, da África, além da consolidação do processo de industrialização no
continente europeu, a Globalização entrou, então, em uma nova fase. Nesse período,
houve então a formação daquilo que se denominou por Capitalismo Industrial, além de
se formarem as bases para a instauração do Capitalismo Financeiro.
Com os avanços promovidos na área da indústria e os recursos captados por aquilo
que se convencionou chamar de “mundo desenvolvido” a partir da exploração de suas
colônias ou áreas de dominação econômica, os sistemas de transporte e comunicação
ampliaram-se, havendo a criação e difusão de ferrovias, telégrafos, sistemas de
telefonia, além do uso dos automóveis, aviões, entre outros. Com isso, o mundo foi se
tornando cada vez mais interligado, embora tal interligação obedeça a uma hierarquia
de dominação e dependência socioeconômica.
Nessa fase da globalização, a DIT ampliou-se. Enquanto os países desenvolvidos
produziam e forneciam produtos industrializados, as colônias e países 41
subdesenvolvidos limitavam-se ao fornecimento de produtos primários.

A Terceira Fase da Globalização (Guerra Fria)


Essa fase da globalização estendeu-se do final da Segunda Guerra Mundial ao final da
Guerra Fria e coincidiu com o período da Ordem Mundial marcado pela bipolaridade.
Nessa época, o mundo viu a formação de dois grandes blocos de poder: de um lado,
um liderado pelos Estados Unidos, o “bloco capitalista”; de outro, um liderado pela
União Soviética, chamado de “bloco socialista”, embora não houvesse um sistema
socialista de fato.

Se, por um lado, a Guerra Fria gerou muito pânico no mundo a respeito de uma
suposta guerra nuclear, por outro, esse período foi marcado por grandes avanços na
área tecnológica, principalmente em razão da corrida armamentista e também da
corrida espacial, que permitiu uma soma inestimável de conhecimentos científicos. Tais
conhecimentos foram respaldados pela emergência da Terceira Revolução Industrial,
mais conhecida como Revolução Técnico-científica Informacional.
Nesse sentido, foram realizados avanços na área da informação e também dos
transportes, com o desenvolvimento da informática, da robótica, da internet e também
da biotecnologia. Os instrumentos anteriormente existentes foram aperfeiçoados e
novos meios de comunicação e deslocamento foram criados, promovendo, assim, uma
maior e mais ampla integração mundial, embora ela permanecesse em níveis desiguais
de desenvolvimento pelo mundo.

42
A Quarta Fase da Globalização (de 1989 aos dias atuais)
Com a queda do Muro de Berlim, o
esfacelamento da União Soviética e o fim
da Guerra Fria, o mundo entrou em
uma Nova Ordem Mundial, e a
Globalização também passou a um novo
estágio. Isso porque houve então um
avanço do sistema capitalista para todo o
mundo, incluindo os países do então
chamado “segundo mundo”, ditos
socialistas ou de economia capitalista planificada.
O que se vê como característica principal desse processo, além da consolidação total
do sistema de globalização por meio da mundialização integral do capitalismo, é o
encurtamento das distâncias e a aceleração do tempo. Quando se fala em
“encurtamento”, refere-se à forma com que os sistemas de transporte conseguem
alcançar grandes distâncias em pouquíssimo tempo. Já a aceleração do tempo refere-
se à velocidade com que novas tecnologias surgem e são rapidamente melhoradas ou
substituídas.

CICLO ECONÔMICO

A sociedade atual, devido a sua alta complexidade, vive de contínuas mudanças


estruturais das quais são representadas por um ciclo econômico. É importante ressaltar
que o ciclo econômico é um fenômeno que aconteceu na história da humanidade, pois
sua existência é intrínseca a própria atividade dentro de uma economia, onde ocorrem
transações diárias dos mais diversos tipos de produtos e serviços.

43
O que é ciclo econômico?
O ciclo econômico é caracterizado pelas flutuações que ocorrem na economia em curto
prazo, envolvendo uma alternância de períodos de recuperação e prosperidade, com
períodos de relativa estagnação ou recessão.
A economia de todo país está baseada na produção de bens e serviços produzidos de
forma agregada, de modo que cenários de expansão e contração da atividade
econômica sempre acontecerão.
Normalmente, quando falamos de investimentos, em épocas de expansão econômica
os investidores buscam sempre adquirir mais companhias de tecnologia, bens de
capital e commodities.
Já em períodos recessivos, os investidores sempre darão mais preferência para
setores mais defensivos, tais como companhias de serviços públicos e saúde.

Entendendo os estágios de um ciclo econômico

Todo ciclo econômico é formado por quatro estágios principais: expansão, boom,
contração e recessão. A seguir, poderá verificar as características de cada um deles:
1. Expansão: nesse período, a economia de um país experimenta uma fase de
crescimento consistente da produção de mercadorias e serviços. Normalmente,
as taxas de juros estão num patamar baixo, o que posteriormente pode estimular
pressões inflacionárias.
2. Boom: esse é conhecido como sendo o pico do ciclo, fase da qual a produção
de bens e serviços alcança o seu ponto máximo. Nesses picos, normalmente,
acontecem desequilíbrios econômicos tais como aumento da inflação e
necessidade de elevação da taxa de juros.
3. Recessão: ocorre quando é percebida uma diminuição da atividade econômica
e as taxas de desemprego se encontram em tendência de elevação constante.
4. Depressão: ela acontece quando atingimos o ponto mais forte da crise
macroeconômica, onde é caracterizado por alto desemprego, sobras relevantes
de capacidade instalada e taxas de juros elevadas. 44
Os ciclos normalmente seguem sua dinâmica exatamente nessa ordem, porém, os
períodos de duração de cada fase são completamente desconhecidos e imprevisíveis.

Por que o ciclo econômico existe?


Segundo a escola monetarista de economia, os ciclos econômicos estão diretamente
ligados ao ciclo de crédito. Mudanças nas taxas de juros têm efeito direto sobre a
atividade de crédito de um país. O que pode tornar os empréstimos para as famílias e
empresas mais ou menos caros e contribuir positiva ou negativamente para a
economia.

De forma geral, quando as taxas de juros se encontram em um patamar baixo, a


atividade de crédito se encontra bastante aquecida, o que naturalmente acrescenta
muito mais dinheiro em uma economia, fazendo com que a inflação suba.
O contrário acontece quando os juros estão altos. O crédito se encontra escasso, o que
faz com que as empresas deixem de investir em mais bens de capital, além das
famílias também preferirem adiar o seu consumo de mercadorias e serviços.
É por esse motivo que a existência de um Banco Central independente das motivações
governamentais é muito importante para a condução responsável da política monetária.
Isso porque essa postura permite uma atuação mais eficaz dessa autarquia federal.
O ciclo econômico sempre foi um fato existente na história da economia mundial. A sua
compreensão pode ser de grande valia para a consciência de que a atividade
econômica pode sempre surpreender àqueles que dependem substancialmente de
metas de curto prazo.

TAXA DE CÂMBIO

Todas as moedas estrangeiras têm uma taxa de câmbio em relação ao Real e outras
moedas. Taxa de câmbio do dólar, do euro, da libra, etc. Sempre que se fala em
moeda estrangeira, o termo está presente. Não é difícil entender o que é taxa de
câmbio: basicamente, ela é o preço de uma moeda estrangeira em unidades da moeda
nacional, no caso do Brasil, o real. 45
A taxa de câmbio reflete o custo de uma
moeda em relação à outra, não importa
quais sejam. É possível comparar a taxa de
câmbio do real em relação ao dólar, em
relação à libra ou a qualquer outra moeda
em circulação. Um exemplo: ao comprar
dólar para viajar, a cotação encontrada é de
R$4,15. Essa é a taxa de câmbio da moeda
naquele momento.

Como a taxa de câmbio é calculada?


Diversos fatores podem aumentar ou diminuir a taxa de uma moeda estrangeira em
relação à outra, mas o principal é a oferta e demanda da moeda. O dólar, por exemplo,
é uma moeda forte e valorizada em relação a muitas outras, pois diversas transações
comerciais entre países de todo o mundo se baseiam nela. Além disso, fatores políticos
e econômicos podem tornar uma moeda mais forte ou mais fraca, influenciando o preço
final da taxa de câmbio.
As taxas de câmbio são definidas a partir desses fatores e dos regimes cambiais dos
países, que determinam como ela será calculada. Esses regimes podem ser de três
tipos:

1. Regime cambial fixo


No regime cambial fixo, a autoridade monetária do país, o equivalente ao Banco
Central do Brasil, determina um valor fixo de uma moeda estrangeira em relação à sua
moeda nacional. Ou seja, neste caso, a conversão é garantida pelo governo local pela
taxa de câmbio determinada. O grande objetivo desse regime cambial é estabilizar o
valor de uma moeda em relação à outra mais estável.

2. Flutuante
Este é o regime cambial em que as taxas de câmbio são
determinadas sem intervenção ou controle do governo do
país, no caso, somente de acordo com a oferta e demanda
do mercado.
É o mercado cambial que se autorregula e controla os
preços das moedas. Mas, se necessário, os governos
podem intervir para tentar influenciar o preço das moedas.
O dólar, euro, iene e outras das moedas mais negociadas
aderem ao câmbio flutuante.
46
3. Atrelado
O regime cambial atrelado é uma junção do câmbio fixo e flutuante. Na prática, isso
significa que a taxa de câmbio de outra moeda varia diariamente conforme a oferta e
demanda, mas dentro de faixas determinadas pelo governo. Com isso, o governo
pretende manter o preço atrelado às faixas definidas.

Taxas de compra e venda


As taxas de câmbio variam conforme a operação da moeda (compra ou venda).

 Se uma pessoa física deseja comprar moeda estrangeira de alguma instituição


autorizada a operar com câmbio, como casas de câmbio, bancos, etc., a taxa
oferecida será a de venda.
 Na situação contrária, na qual a instituição compra moeda estrangeira de pessoa
física, a taxa será de compra.
No geral, a taxa de câmbio para venda sempre é mais alta, ela envolve custos de
serviço, segurança, entre outros.

PTAX
Essas cotações de compra e venda são diferentes da cotação divulgada todos os dias
pelo Banco Central, a chamada PTAX, para
algumas moeda, como o dólar e euro. A PTAX não
é uma taxa obrigatória, ela serve como referência
para as instituições financeiras que trabalham com
câmbio.
Ela é calculada diariamente pelo Banco Central com
base na média das taxas de compra e venda
praticadas pelos bancos brasileiros. Ou seja,
existem várias empresas e pessoas comprando e 47
vendendo dólar no Brasil ao longo do dia, e PTAX é uma média dessas operações.

Dólar Comercial e turismo


É comum se confundir na hora de comprar moeda estrangeira. Isso porque, além dos
preços de compra e venda, existem também as cotações comerciais e turismo das
principais moedas. Usando o dólar como exemplo:
 O dólar comercial só pode ser negociado por empresas ou instituições
financeiras. Ele costuma ser mais barato justamente pelo volume das
transações: como empresas ou instituições movimentam grandes quantias, o
preço do dólar fica menor.
 Já o dólar turismo pode ser comprado por pessoas físicas. Por exemplo, na hora
de conseguir dinheiro vivo para viajar. Na prática, ele costuma ser mais caro
porque, entre outras coisas, o volume negociado em cada transação costuma
ser menor.
Por isso, qualquer pessoa física que decida comprar moeda estrangeira sempre pagará
a cotação turismo dela. O turismo costuma ser mais caro do que o comercial não
somente por conta do volume de transações, mas também porque as casas de câmbio
e instituições precisam ter lucro para cobrir seus custos e pagar as taxas relacionadas
às transações.
Por isso, quando for negociar a compra de qualquer moeda estrangeira em casas de
câmbio, o consumidor precisa ficar atento ao VET, o Valor Efetivo Total, que já
considera todos os custos além da taxa de câmbio em si.

PERFIL FINANCEIRO

O perfil financeiro é o conjunto de características que cada pessoa possui no momento


de lidar com o próprio dinheiro. Existem, desse modo, pessoas mais conservadoras,
outras mais ousadas, umas mais “gastonas”, outras mais econômicas.
Cada pessoa possui um perfil diferente da outra. Entretanto, existem características
comuns. E, nesse sentido, foi possível criar uma classificação. Basicamente, eles
podem ser divididos em:
 Devedor;
 Gastador;
 Desligado;
 Poupador;
 Investidor.

48
Perfil devedor
O perfil devedor corresponde às pessoas que estão sempre endividadas. Elas estão,
nesse sentido, sempre recorrendo a empréstimos de bancos e familiares.
Normalmente, o gasto da pessoa que possui esse perfil é sempre superior a sua renda.
E, desse modo, o seu grau de alavancagem também é bastante alto. Isso quer dizer,
que as suas dívidas são superiores ao seu patrimônio.
Pessoas com esse perfil acreditam que viver o hoje é sempre melhor do que pensar o
amanhã. Entretanto, esquecem que imprevistos podem surgir e, nesse caso, estarão
totalmente descobertas.
O devedor normalmente não mede consequências. Ele não tem a capacidade de
planejar o futuro e, por essa razão, está sempre devendo. Apesar de desfrutar os bens
supérfluos, a sua vida é sempre atormentada pela falta de dinheiro.

Perfil gastador
O perfil gastador se assemelha bastante com o perfil devedor. Entretanto, enquanto o
devedor gasta mais do que ganha e precisa de empréstimos constantes, o gastador
gasta apenas o que ganha, mas gasta tudo.
Essa pessoa também não se preocupa com o amanhã. Acredita que não sabe o dia
que irá morrer, e usa esse argumento em sua defesa. Contudo, diante de um
imprevisto, também acaba recorrendo a dívidas.
Normalmente, não possui grandes dívidas, mas também não possui nenhum
patrimônio. Gosta de gastar com supérfluos, como roupas de marca, e não se
incomoda com o valor das contas em restaurante por exemplo.

Perfil desligado
O perfil desligado condiz com as pessoas que
conseguem, de certo modo não se endividar e
nem gastar tudo o que ganham. No entanto,
essas pessoas não se atentam a
investimentos e nem à poupança.
Acabam deixando muitas vezes o que sobrou
do salário na própria conta corrente. Não
criam um planejamento de sobra. Sendo que,
às vezes, pode sobrar dinheiro, às vezes,
pode faltar dinheiro.
Normalmente são pessoas que evitam pensar no aspecto financeiro. Trabalham,
ganham, gastam moderadamente e acreditam que a vida deve ser vivida dessa forma.
Apesar de ser um perfil melhor do que os primeiros, ainda assim são pessoas que
49
terão dificuldade em fazer acumulação de capital.

Perfil poupador
O perfil poupador corresponde às pessoas que
já pensam mais no futuro. Normalmente, já
planejam guardar dinheiro para imprevistos, e
buscam aplicações, geralmente seguras, para
guardar o seu dinheiro.
Costumam ter uma mente mais calma e
calculista, e inúmeras vezes são
incompreendidos pelos amigos e familiares.
São tidos muitas vezes como avarentos, mesquinhos e mãos-de-vaca.
São pessoas, todavia, que não gostam de correr riscos. E, por essa razão, não buscam
estudar mais profundamente sobre investimentos, preferindo aplicações seguras como
conta poupança, CDB ou Tesouro Direto.

Perfil investidor
O perfil investidor representa as pessoas que realmente estudam a dinâmica do
dinheiro. Sabem a diferença entre ativo e passivo. Sabem planejar e economizar como
ninguém. E possuem o dom de fazer o dinheiro multiplicar.
Estão sempre buscando cada vez mais conhecimento sobre aplicações. Não possuem
medo de arriscar, muito pelo contrário, estudam minuciosamente o risco. Sabem onde
podem perder e onde podem ganhar.
Normalmente, são pessoas preocupadas com o futuro, e acabam se aposentando bem
antes das outras. Sabem que o dinheiro precisa trabalhar para elas e não o contrário. E
para isso procuram sempre seguir uma rígida disciplina.

E por isso é fundamental não se enganar e


prestar a atenção nas próprias características.
Nessas horas, observar registros de gastos
como da conta corrente e cartões é um
bom teste para saber seu perfil financeiro.
Como se pode ver, o perfil investidor deve ser
o objetivo de todas as pessoas que querem
melhorar as suas finanças pessoais. E é
importante entender que é possível deixar um perfil e se encaixar em outro.
Para isso é preciso investir no planejamento das finanças e na busca por conhecimento
sobre educação financeira. Mas, ao alcançar um perfil investidor, certamente a
50
qualidade de vida financeira irá melhorar.

MATEMÁTICA FINANCEIRA

A matemática financeira é uma ferramenta


útil na análise de algumas alternativas de
investimentos ou financiamentos de bens
de consumo. A ideia básica é simplificar a
operação financeira a um fluxo de caixa e
empregar alguns procedimentos
matemáticos.
Com diversas aplicações no mercado econômico, a matemática financeira faz-se
presente na rotina diária dos indivíduos, especialmente no cotidiano dos gestores e
profissionais que necessitem da mesma para fins de tomada de decisão.

A importância da matemática financeira nas atividades diárias


A Matemática Financeira tem extrema importância para a tomada de decisões na
empresa e, sua aplicação quando bem desenvolvida, traz maior rentabilidade
possibilitando o processo de maximização nos resultados. Certamente, uma boa base
desse conhecimento traz a compreensão de problemas.
A Matemática Financeira também pode ser aplicada em diversas situações cotidianas
como calcular as prestações de um financiamento de um móvel ou imóvel optando pelo
pagamento à vista ou parcelado, além de fornecer o instrumental necessário à
avaliação de negócios, de modo a identificar os recursos mais atraentes em termos de
custos e os mais rentáveis no caso de investimentos financeiros ou de bens de capital.
Nas situações mais simples e corriqueiras do dia-a-dia, como por exemplo, se você tem
dinheiro em algum tipo de poupança/investimento, ou em um pequeno negócio, ou
ambos, e quer comprar um carro ou um eletrodoméstico, você deve decidir se paga à
vista mediante saque da aplicação ou do capital de giro da empresa, ou se acolhe o
financiamento oferecido pelo vendedor, as ferramentas da Matemática Financeira vão
indicar-lhe a melhor decisão.
Nas avaliações financeiras existe o binômio risco-
retorno, que é um problema da Matemática
Financeira. Os riscos são problemas da
estatística e pode ser definido como a
possibilidade de perda, diz respeito apenas à
possibilidade de ocorrer um resultado diferente
do esperado. Decisões com base em dados
51
contábeis aumentam os riscos uma vez que se baseiam em dados passados. Decisões
devem ser tomadas com base nas expectativas futuras, à luz das novas tendências e
dos fluxos de caixa projetados.

Regime de juros simples


No regime de juros simples, a taxa
percentual de juros é calculada de
acordo com o capital principal. Dessa
forma, o rendimento mensal mantém o
mesmo valor. Esse tipo de correção
monetária não é utilizado pelo atual
sistema financeiro, mas é peça
fundamental para os estudos relacionados à Matemática Financeira. A cobrança de
juros está relacionada a financiamentos, compras à prazo, aplicações bancárias,
pagamento de impostos atrasados entre outras situações relacionadas ao meio
econômico.
No sistema de juros simples o rendimento é calculado sobre o valor inicial, e deve-se
usar a seguinte fórmula:

J= C x i x t

Onde:
J: Juros
C: Capital, que é o valor da aplicação;
i: Taxa de juro a ser usada na aplicação;
t: Tempo/período da aplicação.

A seguir, um exemplo de como calcular juro simples:


Você faz um empréstimo de 1.000,00 com 1% de juro ao mês, por um período de 3
meses.
1º mês: 1.000,00 x 1% = 10,00
2º mês: 1.000,00 x 1% = 10,00
3º mês: 1.000,00 x 1% = 10,00
No final do 3º mês você pagou o total de 30,00 de juros (10,00 + 10,00 + 10,00).

Trazendo para a fórmula J= C x i x t:


J= 1.000 x 0,01 x 3 = 30,00.
Obs: na fórmula você obtém o 0,01 dividindo 1% por 100.
52
Regime de juros compostos
Juros compostos são aqueles em que o juro do mês é incorporado ao capital,
constituindo um novo capital a cada mês para o cálculo de novos juros. Esse tipo de
rendimento é muito benéfico, sendo utilizado pelo atual sistema financeiro. As
instituições financeiras utilizam esse método de capitalização nas aplicações
financeiras, como na elaboração de financiamentos.
Exemplo de como os juros compostos age no rendimento do capital aplicado. Qual será
o montante produzido por um capital de R$2.000,00 aplicados no regime de juros
compostos, durante 8 meses, a taxa de 2%?
Os juros produzidos no mês são incorporados ao capital aplicado no mês seguinte.
Essa prática é chamada de juros sobre juros. Outra forma prática de calcular o
montante produzido por uma aplicação é utilizando a seguinte fórmula:

Onde:
M: Montante
C: Capital, que é o valor da aplicação;
i: Taxa de juro a ser usada na aplicação;
n: Tempo/período da aplicação.

A seguir, um exemplo de juro composto:


Você faz um empréstimo de 1.000,00 com 1% de juro ao mês, por um período de 3
meses.
1º mês: 1.000,00 x 1% = 10,00
2º mês: 1.010,00 x 1% = 10,10
3º mês: 1.020,10 x 1¨% = 10,20
No final do 3º mês você pagou o total de 30,30 de juros (10,00 + 10,10 + 10,20)
53
Aplicando a fórmula:
M = C.(1 + i)ⁿ
M= 1.000 (1 + 0,01)ᶟ
M= 1.000 x (1,01)ᶟ
M= 1.030,30

Montante final 1.030,30 – montante inicial = 30,30 de juros.

Sistema de amortização
O Sistema de Amortização trata das diversas formas que se pode recorrer para sanar
empréstimos contraídos a partir da indisponibilidade de recursos para investimento.
Amortização também pode ser
entendida como, um processo de
extinção de uma dívida através de
pagamentos periódicos, que são
realizados em função de um
planejamento, de modo que cada
prestação corresponde à soma do
reembolso do Capital ou do pagamento
dos juros do saldo devedor, podendo
ser o reembolso de ambos, sendo que
juros são sempre calculados sobre o
saldo devedor.
Os principais sistemas de amortização são:
 Sistema de Pagamento único: um único pagamento no final;
 Sistema de Pagamentos variáveis: vários pagamentos diferenciados;
 Sistema Americano: pagamento no final com juros calculados período a período;
 Sistema de Amortização Constante (SAC): a amortização da dívida é constante
e igual em cada período;
 Sistema Price ou Francês: as prestações são iguais;
 Sistema de Amortização Misto (SAM): os pagamentos são as médias dos
sistemas SAC e Price;
 Sistema Alemão: os juros são pagos antecipadamente com prestações iguais,
exceto o primeiro pagamento que corresponde aos juros cobrados no momento
da operação.
Em todos os sistemas de amortização, cada pagamento é a soma do valor amortizado
com os juros do saldo devedor.
54
De forma simplificada, pode-se dizer que a Matemática Financeira, é o ramo da
Matemática Aplicada que estuda o comportamento do dinheiro no tempo, a mesma
busca ainda, quantificar as transações que ocorrem no universo financeiro levando em
conta a variável tempo, ou seja, o valor monetário no tempo. As principais variáveis
envolvidas no processo de quantificação financeira são: a taxa de juros, o capital e o
tempo.
Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo, sempre sobre o capital inicial, diz-
se que há um sistema de capitalização simples (Juros simples). Quando a taxa de juros
incide sobre o capital atualizado com os juros do período (montante), diz-se que há um
sistema de capitalização composta (Juros compostos). Na prática, o mercado
financeiro utiliza apenas os juros compostos, de crescimento mais rápido.
Para finalizar, ressaltam-se os Sistemas de Amortização, que são utilizados pra liquidar
dívidas de forma que, as partes envolvidas tenham poder satisfatório sobre as ações
integradas na negociação.

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REFERÊNCIAS
Admonistradores - https://administradores.com.br/artigos/matematica-
financeira#:~:text=A%20Matem%C3%A1tica%20Financeira%20tem%20extrema,traz%
20%C3%A0%20compreens%C3%A3o%20de%20problemas.
Infomoney - https://www.infomoney.com.br/guias/fundos-imobiliarios/
Infomoney - https://www.infomoney.com.br/mercados/como-investir-no-exterior-
morando-no-brasil/
MoneyTimes - https://www.moneytimes.com.br/como-diversificar-investimentos-7-
passos-para-ter-um-portfolio-completo/
Mundo Educação - https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/fases-
globalizacao.htm
Nubank - https://blog.nubank.com.br/taxa-de-cambio-o-que-e/
Sunoresearch - https://www.sunoresearch.com.br/artigos/ciclo-economico/

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